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livro Teologia Sistematica 1

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Prévia do material em texto

TEOLOGIA 
SISTEMÁTICA I
Professor Dr. Hermisten Maia Pereira Da Costa
Professor Me. Roney De Carvalho Luiz
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação 
a Distância; COSTA, Hermisten Maia Pereira da; LUIZ, Roney de 
Carvalho. 
 
 Teologia Sistemática I. Hermisten Maia Pereira da Costa; 
Roney de Carvalho Luiz. 
 Reimpressão
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 
 375 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Teologia. 2. Sistemática. 3. Doutrina. 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0264-5
CDD - 22 ed. 240
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Direção Operacional de Ensino
Kátia Coelho
Direção de Planejamento de Ensino
Fabrício Lazilha
Direção de Operações
Chrystiano Mincoff
Direção de Mercado
Hilton Pereira
Direção de Polos Próprios
James Prestes
Direção de Desenvolvimento
Dayane Almeida 
Direção de Relacionamento
Alessandra Baron
Head de Produção de Conteúdos
Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli
Gerência de Produção de Conteúdos
Gabriel Araújo
Supervisão do Núcleo de Produção de 
Materiais
Nádila de Almeida Toledo
Coordenador de Conteúdo
Roney De Carvalho Luiz
Qualidade Editorial e Textual
Daniel F. Hey, Hellyery Agda
Iconografia
Amanda Peçanha dos Santos
Ana Carolina Martins Prado
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Editoração
Thomas Hudson Costa
Victor Augusto Thomazini
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Revisão Textual
Ana Caroline de Abreu
Daniela Ferreira dos Santos
Yara Dias Martins
Viviane Favaro Notari
Ilustração
Luís Ricardo Pereira Almeida Prado Oliveira 
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca 
por tecnologia, informação, conhecimento de 
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma 
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar 
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir 
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais 
e sociais; a realização de uma prática acadêmica 
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e 
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela 
qualidade e compromisso do corpo docente; 
aquisição de competências institucionais para 
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade 
da oferta dos ensinos presencial e a distância; 
bem-estar e satisfação da comunidade interna; 
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de 
cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal 
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual 
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa-
zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa-
tível com os desafios que surgem no mundo contem-
porâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó-
gica e encontram-se integrados à proposta pedagó-
gica, contribuindo no processo educacional, comple-
mentando sua formação profissional, desenvolvendo 
competências e habilidades, e aplicando conceitos 
teóricos em situação de realidade, de maneira a inse-
ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais 
têm como principal objetivo “provocar uma aproxi-
mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi-
bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos 
conhecimentos necessários para a sua formação pes-
soal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cres-
cimento e construção do conhecimento deve ser 
apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda-
gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi-
bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente 
Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en-
quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus-
sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de 
professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
Professor Dr. Hermisten Maia Pereira Da Costa
Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie 
(1993), graduação em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de 
Minas Gerais (1983), graduação em Teologia - Seminário Presbiteriano do Sul 
(1979). Possui as seguintes especializações lato senso feitas na Universidade 
Presbiteriana Mackenzie: Educação (1994); Didática do Ensino Superior 
(1993); Administração com Ênfase em Recursos Humanos (1993); Estudos 
de Problemas Brasileiros (1992). Especialização em História do século XX no 
Brasil pela FAI (1995); Mestrado em Ciências da Religião pela Universidade 
Metodista de São Paulo (1999) e Doutorado em Ciências da Religião pela 
Universidade Metodista de São Paulo (2003). Atualmente, é professor do 
Seminário Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição; professor do Centro 
Universitário de Maringá e Professor Adjunto II da Universidade Presbiteriana 
Mackenzie. Sendo professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação 
em Ciências da Religião, professor visitante no Centro de Pós-Graduação 
Andrew Jumper, São Paulo; professor visitante no Seminário Teológico 
Presbiteriano Rev. Manuel Ibáñez Guzmán, Santiago, Chile. 
Professor Me. Roney De Carvalho Luiz
Possui graduação em Teologia pelo Centro Universitário de Maringá (2006) e 
mestrado em Teologia, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2012), 
contemplado com bolsa de estudos pela Coordenação de Aperfeiçoamento 
de Pessoal de Nível Superior (Capes). Graduando no curso de licenciatura em 
História. Atualmente, é coordenador e professor do curso de bacharelado em 
teologia EaD - UniCesumar; professor convidado no curso de pós graduação 
lato sensu em teologia bíblica na PUC-PR. Atua, principalmente, na teologia 
bíblica.
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SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Preparamos este material com a intenção de apre-
sentar a você uma exposição teórica dos princípios e conceitos introdutórios e básicos 
da teologia sistemática. Esse material é apenas um lúmen para quem quer ser iluminado 
pelo saber teológico. Fazer teologia é uma arte, portanto, deve-se estudar e assimilar 
teoricamente as próprias normas da prática teológica. Em seguida, é preciso imitar o 
modo como os artesãos, que são os teólogos, praticam seu ofício. Finalmente, aprende-
-se exercendo, por contaprópria, a arte teológica. Por isso, Tomás de Aquino descrevia 
que o ato teológico é o fervor da fé da pessoa que ama a verdade que crê e que procura 
encontrar razões para seu amor. A estrutura do livro se explica por seu caráter didático 
e metodológico, por isso as atividades que propomos em cada unidade vão te direcio-
nar, mas lembre-se: é um investimento que necessita tempo e esforço, porém, antes de 
tudo, fé e amor, uma vez que seu conteúdo é desafiador. Você está preparado(a)? Vamos 
encarar esse desafio juntos?
Este material está dividido em cinco unidades:
A unidade I, “Introdução à Teologia Sistemática”, abordará a definição do conceito, uma 
divisão didática para se estudar a teologia e os pressupostos, o método e a tarefa da te-
ologia sistemática. A unidade II, chamada “O Deus que se revela”, irá fornecer a você co-
nhecimentos dogmáticos sobre a revelação especial de Deus no transcorrer da história, 
tanto por meio das Escrituras, quanto da tradição da Igreja cristã e de seus pensadores. A 
unidade III, intitulada “A doutrina da Trindade”, fornecerá um panorama histórico da defi-
nição e formulação bíblico-doutrinária da Trindade. A unidade IV, intitulada “A soberania 
de Deus”, abordará a importância do poder soberano e gracioso de Deus na salvação e 
restauração de seu povo. Por fim, a unidade V tratará das características da pessoa e obra 
de Cristo, nessa unidade, será enfatizado o centro da fé cristã, ou seja, a divindade e a 
humanidade do Senhor Jesus, o Cristo.
Este livro tem como objetivos fornecer subsídios teóricos sobre alguns dos principais ca-
pítulos da teologia sistemática. Ele foi desenvolvido para responder a razão da fé cristã 
e sedimentar, de forma simples e objetiva, a prática da fé na vivência e no labor ministe-
rial. Um grande abraço e um ótimo curso!
Professor Roney de Carvalho Luiz
APRESENTAÇÃO
TEOLOGIA SISTEMÁTICA I
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
INTRODUÇÃO A TEOLOGIA SISTEMÁTICA
15 Introdução
16 Definição 
18 Divisão da Teologia 
21 Pressupostos e Método da Teologia 
29 Necessidade e Tarefa da Teologia Sistemática 
61 Considerações Finais 
UNIDADE II
O DEUS QUE SE REVELA
69 Introdução
70 Deus como Autor de Todo Conhecimento 
71 A Criação Como Revelação de Deus 
74 A Compatibilidade da Revelação com a Razão Humana 
76 A Revelação Especial de Deus 
80 A Fé como Conhecimento 
84 A Necessidade das Escrituras 
87 A Inspiração das Escrituras 
105 As Escrituras, os Credos e a Reforma Protestante 
124 Considerações Finais 
SUMÁRIO
UNIDADE III
A DOUTRINA DA TRINDADE
133 Introdução
134 Definição da Doutrina 
140 A Formulação Doutrinária: os Credos da Igreja a Busca de uma 
Compreensão Bíblica
148 Fundamentos Bíblicos da Doutrina 
153 A Trindade e a Nossa Salvação 
157 A Trindade e as Nossas Orações 
164 Considerações Finais 
UNIDADE IV
A SOBERANIA DE DEUS
173 Introdução
177 A Liberdade Soberana de Deus 
186 O Poder Soberano de Deus na Criação 
232 O Poder Soberano e Gracioso de Deus na Salvação e Restauração de seu 
Povo
242 Considerações Finais 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
A PESSOA E A OBRA DE CRISTO
249 Introdução
250 Fé no Senhor Jesus: Verdadeiro Deus 
258 Fé no Senhor Jesus: Verdadeiro Homem 
270 Fé no Senhor Jesus: Uma Única Pessoa 
281 Fé no Senhor Jesus: O Único Senhor 
294 Jesus e a Ressurreição 
313 O Sacerdócio de Cristo 
326 A Ascensão de Jesus Cristo 
333 Considerações Finais 
337 CONCLUSÃO
339 REFERÊNCIAS
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Professor Dr. Hermisten Maia Pereira Da Costa
Professor Me. Roney De Carvalho Luiz
INTRODUÇÃO A TEOLOGIA
SISTEMÁTICA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Compreender o conceito e os tipos de estudos teológicos.
 ■ Conceituar os pressupostos e método da Teologia Sistemática.
 ■ Estabelecer a importância de conhecer e estudar a Teologia 
Sistemática.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Definição
 ■ Divisão da teologia
 ■ Pressupostos e método da teologia
 ■ Necessidade e tarefa da teologia sistemática
INTRODUÇÃO
Olá, seja bem vindo(a)! Trataremos, nesta primeira unidade, de introduzirmos 
você ao campo do saber teológico. Quando perguntamos “o que é teologia?”, o 
mais comum é a resposta baseada nas raízes gregas do termo theos, que significa 
Deus, mais logos, estudo, razão, tratado, que, resumindo, seria dizer que teologia 
é a disciplina que estuda Deus. Porém, quando reduzimos a disciplina a, apenas, 
esse entendimento gramatical, dizemos, mas não explicamos muito, pois se faz 
necessário pensar também que toda disciplina para ser estudada necessita de 
um método, com um tema e objeto de estudo.
Levando isso ao campo da teologia, vemos que não basta dizer que “é a dis-
ciplina que estuda Deus”, mas que, além disso, é necessário considerar quem é 
esse Deus que é estudado e como o conhecemos. Todavia já podemos adian-
tar, nesta introdução, que conhecemos a Deus por sua revelação, que é de suma 
importância para a teologia.
No entanto, antes de nos adiantarmos, iniciaremos nesta unidade os tipos 
diferentes, mas que se complementam, de se abordar a teologia. Além, é claro, 
de conceituar os pressupostos e método da Teologia Sistemática e estabelecer a 
importância de conhecer e estudar a Teologia Sistemática, considerando a uni-
dade de toda a Escritura, é o estudo sistematizado da Revelação Especial de Deus, 
conforme registrada nas Escrituras Sagradas, buscando uma compreensão real e 
harmônica de “todo o desígnio de Deus” por meio de suas relações intrínsecas e 
extrínsecas, realçando a sua relevância para a vida do povo de Deus.
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Introdução
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INTRODUÇÃO A TEOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I
DEFINIÇÃO
Podemos definir operacionalmente a teologia como o estudo sistemático da 
Revelação Especial de Deus, conforme registrada na Escritura Sagrada tendo 
como fim último o glorificar a Deus por intermédio do Seu conhecimento, apli-
cação e obediência à Sua Palavra. “O alvo final da reflexão teológica é que Deus 
seja glorificado na vida dos que creem, pela maneira em que vivem e por aquilo 
que fazem”.1 Frame colocou o valor prático da teologia nos seguintes termos:
As nossas teologias nem sequer constituem a melhor formulação da 
verdade para o povo para todos os tempos e lugares; a Escritura é isso. 
As nossas teologias são meras tentativas de ajudar pessoas, geralmente 
e em tempos e lugares específicos, a fazerem melhor uso da Escritura 
(FRAME, J. M., 2010, p. 97).
Contudo deve ser observado que conhecer a Deus é o alvo maior. Os demais resul-
tados, ainda que relevantes, são secundários.2 “O tema e o conteúdo da teologia 
é a Revelação de Deus”.3 O fundamento é a Palavra, o foco é Jesus Cristo, o Deus 
encarnado. Dessa concepção, subentende-se, seguindo a linha de Kuyper,4 que:
a. A Teologia nunca é “arquetípica”, mas sim “éctipica”;5 ela não é gerada 
pelo esforço de nossa observação de Deus, mas sim o resultado da reve-
lação soberana e pessoal de Deus. Uma “Teologia Arquetípica” – se é 
que podemos falar desse modo –, pertence somente a Deus, porque 
somente Ele Se conhece perfeitamente tendo, inclusive, ciência completa 
do seu conhecimento perfeito. Por isso, como temos insistido em outros 
trabalhos, a Teologia sempre será o efeito da ação reveladora, inspira-
dora e iluminadora de Deus por meio do Espírito; a Teologia nunca é a 
causa primeira; sempre é o efeito da ação primeira de Deus em revelar-se.
1 Consultar referência.
2 Consultar referência.
3 Consultar referência.
4 Consultar referência.
5 “Éctipo” é uma palavra de derivação grega, “e)/ktupoj” (cópia de um modelo, ou reflexo de um 
arquétipo), passando pelo latim “ectypus” (feito em relevo, saliente). “Éctipo” é o oposto a arquétipo (do 
grego, “a)rxe/tupoj” = “original”, “modelo”). Nafilosofia, Berkeley (1685-1753) estabeleceu esta distinção 
no campo das ideias: “pois acaso não admito eu um duplo estado de coisas, a saber: um etípico, ou 
natural, ao passo que o outro é arquetípico e eterno? Aquele primeiro foi criado no tempo; e este segundo 
desde todo o sempre existiu no espírito de Deus” (BERKELEY, G. Três Diálogos entre Hilas e Filonous. 
São Paulo: Abril Cultural, (Os Pensadores, v. 22), 1973, 3º Diálogo, p. 119). 
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Definição
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“No princípio Deus...”, isso deve ser sempre considerado em todo e qualquer 
enfoque que dermos à realidade. Deus se revela e se interpreta por meio do 
Espírito; e é somente por intermédio dEle que poderemos ter um genuíno 
conhecimento de Deus. A teologia sempre é relativa: “relativa à revelação 
de Deus. Deus precede e o homem acompanha. Esse ato seguinte, este ser-
viço, são pensamentos humanos concernentes ao conhecimento de Deus”.6 
b. A Teologia não termina em conhecimento teórico e abstrato, antes, se ple-
nifica no conhecimento prático e existencial de Deus por intermédio da 
Sua Revelação nas Escrituras Sagradas, mediante a iluminação do Espírito. 
Conhecer a Deus é obedecer a Seus mandamentos. “A boa teologia deslo-
ca-se da cabeça até o coração e, finalmente, até a mão”.7 A genuína cristã é 
compreensível, transformadora e operante.8 Ela reflete a nossa confissão, 
conduz-nos à reflexão e tem implicações diretas em nossa ética.9 
O interesse puramente acadêmico pela teologia é incapaz de contribuir por si só 
para a solidificação da teologia e da fé da Igreja. A teologia é uma expressão de fé 
da igreja amparada na Escritura. Toda teologia é, portanto, apaixonada.10 Como 
falar de Deus e de Sua Palavra de forma “objetiva” e distante do seu “objeto”? A 
teologia é elaborada pelos crentes; o caminho da fé é o caminho da paixão. O 
teólogo sempre será um apaixonado.11 Aliás, adaptando Kierkegaard, diria que 
um teólogo sem paixão é um “tipo” medíocre.12 A teologia começa e continua na 
comunhão com Deus, um Deus transcendente e pessoal que se relaciona conosco. 
Por isso, a teologia não é um estudo a respeito de um Deus distante, antes, é a 
reflexão sobre o Deus com Quem nos relacionamos, perseveramos confiante-
mente em Suas promessas e O cultuamos em adoração e louvor.
6 Consultar referência.
7 Consultar referência. 
8 Consultar referência.
9 Consultar referência.
10 Consultar referência.
11 Li, posteriormente, a declaração de Kapic: “tal conhecimento (de Deus) não é meramente intelectual: é 
também apaixonado, e toca tanto o nosso entendimento quanto os nossos afetos” (KAPIC, Pequeno livro 
para novos teólogos, São Paulo: Cultura Cristã, 2014, p. 31).
12 A frase de Kierkegaard é: “o paradoxo é a paixão do pensamento, e o pensador sem um paradoxo é como 
o amante sem paixão, um tipo medíocre” (KIERKEGAARD, Migalhas Filosóficas, ou, Um bocadinho de 
Filosofia de João Clímacus, Petrópolis, RJ: Vozes, 1995, p. 61).
INTRODUÇÃO A TEOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I
“A teologia é serva da igreja”.13 Esse serviço será relevante se, antes, a teolo-
gia for serva da Palavra.14 A grande virtude de quem serve é ser encontrado fiel 
(1Co 4.2). O teólogo não pode ter outro propósito do que o glorificar a Deus 
por meio da compreensão fiel das Escrituras e no seu ensino ao povo de Deus. 
“A teologia é a reflexão sobre o Deus que os cristãos cultuam e adoram”.15 Por 
isso, o teólogo não é um transeunte em férias com uma agenda flexível e sem 
maiores compromissos, antes, podemos compará-lo a um peregrino em busca 
do melhor caminho que o conduza de forma mais adequada possível à glorifi-
cação do Nome de Deus por meio de seu conhecimento, ensino e obediência.
Quando falamos de Teologia Reformada, estamos nos referindo à Teologia 
proveniente da Reforma (Calvinista) em distinção à Teologia Luterana. O 
designativo Reformada é preferível ao Calvinista16 – ainda que a empreguemos 
indistintamente – considerando o fato de que a Teologia Reformada não é estri-
tamente proveniente de João Calvino (1509-1564).17
DIVISÃO DA TEOLOGIA
[...] no círculo das ciências, a teologia tem direito a um lugar de honra, não 
por causa das pessoas que pesquisam essa ciência, mas em virtude do objeto 
que ela pesquisa; ela é e continuará sendo – desde que esta expressão seja 
entendida corretamente – a rainha das ciências (BAVINCK, H., 2012, p. 53).
13 Consultar referência.
14 Consultar referência.
15 Consultar referência. 
16 A expressão “Calvinismo” foi introduzida, em 1552, pelo polemista luterano Joacquim Westphal (c. 1510-
1574), pastor em Hamburgo, para referir-se, em especial, aos conceitos teológicos de Calvino (Cf. MCGRATH, 
A. E. The Intellectual Origins of The European Reformation, Cambridge, Massachusetts: Blackwell 
Publishers, 1993, p. 6; COTTRET, B. Calvin: a Biography, Grand Rapids, Mi.: Eerdmans and Edinburgh: T & 
T Clark, 2000, p. 239). Na realidade, Calvino deplorou o uso do termo (1563) que ele considera empregado 
cruelmente por esses “zelotes frenéticos” (Cf. John Calvin, Commentaries on the Prophet Jeremiah, Grand 
Rapids, Michigan: Baker Book House, (Calvin’s Commentaries, v. 9), 1996 (reprinted), (Carta Dedicatória do 
seu comentário do Livro de Jeremias), p. xxii). No entanto usamos o termo no sentido que permanece até os 
nossos dias, como designativo da teologia Reformada em contraste com a Luterana. (Veja: WARFIELD, B.B. 
Calvin and Calvinism, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House - The Work’s of Benjamin B. Warfield, 
2000 – Reprinted, v. 5, p. 353; W.S. Reid, Tradição Reformada: In: Walter A. Elwell, ed. Enciclopédia Histórico-
Teológica da Igreja Cristã, São Paulo: Vida Nova, 1988-1990, v. 3, p. 562).
17 Consultar referência.
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A Teologia é, normalmente, dividida em quatro grandes áreas, ainda que não 
exclusivamente:
A. Teologia Exegética
É o estudo da linguagem bíblica – valendo-se da morfologia (estrutura da lin-
guagem), lexicografia (o significado das palavras) e sintaxe (funções das várias 
partes da oração) –, buscando uma compreensão clara e precisa do texto bíblico. 
A sua tarefa consiste em determinar de maneira mais precisa possível a mensa-
gem do texto bíblico considerando o seu contexto histórico.
Esta área envolve disciplinas tais como: Grego, Hebraico, Introdução e Análise 
Bíblica, Hermenêutica e Teologia Bíblica. O nome Teologia Bíblica é uma nomencla-
tura técnica que não deve nos conduzir à indução de que haja teologia não-bíblica. 
Como bem observou Vos (1862-1949): “toda genuína Teologia Cristã é neces-
sariamente Teologia Bíblica - porque à parte da Revelação Geral, a Escritura 
se constitui o único material com o qual a ciência Teológica pode tratar”.18 Por 
Teologia Bíblica, estamos indicando o ramo da Teologia que partindo da Revelação 
bíblica, organiza o seu material de forma histórica, conforme registrado nos diver-
sos livros da Bíblia considerando a revelação progressiva de Deus. Ela determina 
e enuncia os fatos das Escrituras.19 Esta disciplina ocupa um lugar intermediá-
rio entre a Exegese e a Teologia Sistemática,20 podendo ser o diálogo de ambas 
altamente producente e esclarecedor. Ainda que seus métodos possam ser distin-
tos, se elas se propuserem a ser coerentes com a plenitude de Revelação Bíblica, 
partirão de sua unidade revelacional. Prevalece aqui as ponderações de Carson:
Existe o perigo de sucumbir a um biblicismo descuidado que interpreta 
e traduz textos sem de fato buscar uma síntese que realmente preserve a 
fidelidade bíblica; por outro lado, há o risco de confiar nas fórmulas con-
fessionais sem que sejamos capazes de explicar com alguma profundida-
de como elas são frutosdas reflexões acerca do que a Bíblia de fato diz.21
18 Consultar referência. 
19 Consultar referência.
20 Para uma visão sumária dos caminhos e descaminhos desta disciplina, veja: TAYLOR, W. Teologia 
Bíblica. In: MERRIL, C. Tenney, org. ger., Enciclopédia da Bíblia, São Paulo: Cultura Cristã, 2008, v. 5, p. 
840-847; HASEL, G. F. Teologia do Antigo Testamento, Rio de Janeiro: JUERP. 1987, p. 9-26; HASEL, G. 
F. Teologia do Antigo Testamento, Rio de Janeiro: JUERP, 1988, p. 9-57
21 Consultar referência.
INTRODUÇÃO A TEOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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B. Teologia Histórica22
É o estudo da história do povo de Deus desde o Novo Testamento até os nos-
sos dias. Ela abrange a História da Igreja, História das Missões etc. “O estudo da 
história da igreja permite compreender a história em geral e a teologia em par-
ticular com maior profundidade”.23
C. Teologia Sistemática ou Dogmática
Conforme D.W. Simon já dissera no final do século XIX referindo-se à nomenclatura 
teologia sistemática,24 esta é uma “tautologia impertinente” visto que traz consigo a 
presunção de uma teologia não sistemática e de que haja outras disciplinas teológicas 
não metódicas.25 Estou convencido de que toda teologia é de algum modo sistemá-
tica; a forma de organizá-la é que vai determinar o tipo de sistematização. Com isso 
estamos admitindo a limitação do nome, não, contudo, ao ponto de pretender bani-
-lo. A nomenclatura “sistemática”, que pode parecer redundante, é proveniente do 
verbo grego sunista/w, que significa: organizar, coligar, congregar. Portanto, a desig-
nação de Teologia Sistemática é pertinente visto que ela se propõe a organizar em 
um sistema unificado os ensinamentos bíblicos.26 Creio que esta palavra de posicio-
namento seja necessária e suficiente dentro dos objetivos deste texto.
Podemos dizer que a Teologia Sistemática, considerando a unidade de toda a 
Escritura, é o estudo sistematizado da Revelação Especial de Deus conforme regis-
trada nas Escrituras Sagradas, buscando uma compreensão real e harmônica de 
“todo o desígnio de Deus” por meio de suas relações intrínsecas e extrínsecas, real-
çando a sua relevância para a vida do povo de Deus. Noutras palavras, sua função 
é tomar os fatos da Bíblia, “determinar sua relação entre si e com as outras ver-
dades cognatas, bem como vindicá-las e mostrar sua harmonia e consistência”.27
22 Uso essa nomenclatura de forma distinta da que é empregada normalmente para se referir ao estudo 
histórico das doutrinas cristãs, como estas foram compreendidas em diferentes períodos da história. (Por 
exemplo: MCGRATH, A. E. Teologia Sistemática, histórica e filosófica: Uma introdução à teologia 
cristã, São Paulo: Shedd Publicações, 2005, p. 182-184). Entendo que essa abordagem deve fazer parte da 
própria Teologia Sistemática.
23 Consultar referência.
24 Nos círculos teológicos Luteranos e Reformados da Europa, prevaleceu o nome Dogmática. (Veja-
se: BAVINCK, H. Reformed Dogmatics. Volume 1: Prolegomena, Grand Rapids, Michigan: Baker 
Academic, 2003, p. 26-34).
25 Consultar referência. 
26 Consultar referência.
27 Consultar referência.
21
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D. Teologia Prática
Trata da aplicação prática das doutrinas bíblicas à vida da Igreja, envolvendo a 
Homilética, Educação Cristã, Liturgia e a Teologia Pastoral. Podemos dizer que 
a Teologia Prática é o grande ponto de contato entre a Academia e a Igreja. Visto 
que toda a teologia é comprometida, o alvo de toda reflexão teológica é o culto a 
Deus e a edificação do povo de Deus, para que esse amadureça em sua fé e possa 
servi-Lo com maior integridade. Nós estudamos a respeito de Deus, por meio 
de Sua revelação, a fim de adorá-Lo em nossa obediência.
PRESSUPOSTOS E MÉTODO DA TEOLOGIA
Cosmovisões deveriam não apenas ser testadas em uma aula de filoso-
fia, mas também no laboratório da vida. Uma coisa é uma cosmovisão 
passar no teste teórico (razão e experiência); outra é passar no teste 
prático. As pessoas que professam uma cosmovisão podem viver con-
sistentemente em harmonia com o sistema que professam? Ou desco-
briremos que elas foram forçadas a viver segundo crenças emprestadas 
de sistemas concorrentes? Tal descoberta, eu acho, deveria, produzir 
mais do que embaraço.” (NASH, 2008, p. 29).
Nenhuma ciência vive sem pressupostos e a elaboração de um sistema que seja 
considerado como uma consequência lógica de sua definição prévia.
Hodge acertadamente afirma que
o verdadeiro método da teologia é, pois, o indutivo, o qual presume que 
a Bíblia contém todos os fatos ou verdades que formam o conteúdo da 
teologia, justamente como os fatos da natureza formam o conteúdo das 
ciências naturais.28 
Como fica demonstrado, a teologia traz consigo alguns pressupostos dos quais 
dependem a sua existência. Retomando a definição de teologia como sendo o 
estudo da Revelação Pessoal de Deus conforme registrada nas Escrituras Sagradas, 
em forma de esboço, podemos indicar os seguintes pressupostos:
28 Consultar referência.
INTRODUÇÃO A TEOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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1. A existência de um Deus que se relaciona com a sua criação; Deus infi-
nito e pessoal: transcendente que se revela nas Escrituras. 
2. A realidade da suficiência de Sua revelação registrada nas Escrituras: 
Deus por Ele mesmo; Sujeito e Conteúdo da Revelação. “A comunica-
ção divina é a base fundamental da fé cristã”.29 A revelação de Deus é um 
exercício de Sua graça na qual Ele Se revela como Senhor e Servo sofre-
dor que resgata o Seu povo. 
3. A racionalidade humana, que se compatibiliza com a revelação condescen-
dente de Deus: Deus criou o homem com a possibilidade de conhecimento 
real, ainda que não exaustivo. 
Não podemos compreender plenamente a Deus em toda a sua gran-
deza, mas que há certos limites dentro dos quais os homens devem 
manter-se, embora Deus acomode a nossa tacanha capacidade toda 
declaração que faz de Si mesmo. Portanto, somente os estultos é que 
buscam conhecer a essência de Deus.30
4. A possibilidade do nosso conhecimento está determinada pela própria 
revelação. O limite de nosso conhecimento está delimitado pela Palavra. 
Calvino, como ninguém, explorou esse aspecto. Aconselha-nos: 
...que esta seja a nossa regra sacra: não procurar saber nada mais senão 
o que a Escritura nos ensina. Onde o Senhor fecha seus próprios lábios, 
que nós igualmente impeçamos nossas mentes de avançar sequer um 
passo a mais.31
5. A capacitação espiritual do homem regenerado para compreender as ver-
dades espirituais da Revelação (Sl 119.18;1Co 2.14-15) por meio da fé: 
A fé não é apenas uma espécie, mas a mais elevada espécie de conhe-
cimento. Ela nos fornece uma compreensão de realidades que para os 
sentidos apenas são inacessíveis, a saber, a existência de Deus, e pelo 
menos algumas das relações entre Deus e Sua criação.32 
29 LLOYD-JONES, D. M. O Combate Cristão. São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1991, p. 
24. “Ele não nos manda que subamos incontinenti aos céus, e, sim, perscrutando nossa debilidade, Ele 
mesmo desce até nós” (CALVINO, J. O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 2 (Sl 42.1-3), 
p. 257). Veja: BAVINCK, H. Reformed Dogmatics. Volume 1: Prolegomena, Grand Rapids, Michigan: 
Baker Academic, 2003, p. 37-38). 
30 Consultar referência. 
31 CALVINO, J. Exposição de Romanos, (Rm 9.14), p. 330. Veja também: CALVINO, J. As Institutas, 
I.5.9; I.14.3-4; III.21.4; III.23.8; III.25.6 e 11; IV.17.36; Exposição de Hebreus, São Paulo: Paracletos, 1997, 
(Hb 7.3,8), p. 177-178, 183; Exposição de 2 Coríntios, São Paulo: Paracletos, 1995, (2Co 12.4), p. 242,243; 
CALVINO, J. O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 2, (Sl 51.5), p. 431-432; As Institutas daReligião Cristã: edição especial com notas para estudo e pesquisa, v. 3, (III.8), p. 38.
32 Consultar referência. 
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Os pressupostos se constituem na janela (quadro de referência) por meio da qual 
vejo a realidade; o difícil é identificar a nossa janela, ainda que sem ela nada enxer-
guemos. Assim, falar sobre a nossa cosmovisão, além de ser difícil verbalizá-la, 
é paradoxalmente desnecessário. Parece que há um pacto involuntário de silên-
cio o qual aponta para um suposto conhecimento comum: todos nós sabemos 
a nossa cosmovisão. Desse modo, só falamos, se falamos e quando falamos de 
nossa cosmovisão, é para os outros, os estranhos, não iniciados em nossa forma 
de pensar. Sire resume bem isso: 
Uma cosmovisão é composta de um conjunto de pressuposições bási-
cas, mais ou menos consistentes umas com as outras, mais ou menos 
verdadeiras. Em geral, não costumam ser questionadas por nós mes-
mos, raramente ou nunca são mencionadas por nossos amigos, e são 
apenas lembradas quando somos desafiados por um estrangeiro de ou-
tro universo ideológico.33 
O fato que queremos destacar é que todos trabalham com os seus pressupos-
tos, explícitos ou não, plenamente conscientes deles ou apenas parcialmente. 
Schaeffer (1912-1984) coloca a questão nestes termos: 
Todas as pessoas têm seus pressupostos, e elas vão viver de modo mais 
coerente possível com estes pressupostos, mais até do que elas mesmas 
possam se dar conta. Por pressupostos entendemos a estrutura básica 
de como a pessoa encara a vida, a sua cosmovisão básica, o filtro atra-
vés do qual ela enxerga o mundo. Os pressupostos apoiam-se naquilo 
que a pessoa considera verdade acerca do que existe. Os pressupostos 
das pessoas funcionam como um filtro, pelo qual passa tudo o que elas 
lançam ao mundo exterior. Os seus pressupostos fornecem ainda a base 
para seus valores e, em consequência disto, a base para suas decisões.34 
33 Consultar referência.
34 SCHAEFFER, F. A. Como Viveremos? São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2003, p. 11. McGregor 
Wright demonstra isso em sua obra quando parte para analisar os textos bíblicos que acredita serem o 
fundamento de sua posição. Escreve então: “...devemos todos orar para que o Espírito Santo sonde os 
nossos corações, em busca de indícios de que nossa exegese esteja sendo controlada por suposições e 
pressuposições das quais não estejamos plenamente cônscios, porque elas tendenciam nossa leitura da 
Palavra de Deus. Contudo a questão não é se podemos ser não-tendenciosos ou não, mas se estamos 
conscientes de nossas pressuposições. Realmente percebemos como elas nos afetam, e realmente estamos 
desejosos de ver essas pressuposições julgadas pelas Escrituras?” (R.K. McGregor Wright, A Soberania 
Banida: redenção para a cultura pós-moderna, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1998, p. 122).
INTRODUÇÃO A TEOLOGIA
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rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Silva argumenta com precisão que 
quer tenhamos ou não a intenção de fazê-lo, quer gostemos ou não, 
todos lemos o texto conforme interpretado por nossas pressuposições 
teológicas. Aliás, o argumento mais sério contra a ideia de que a exege-
se deve ser feita independente da teologia sistemática é que tal ponto de 
vista é irremediavelmente ingênuo. A mera possibilidade de entender 
qualquer coisa depende de nossas estruturas anteriores de interpreta-
ção. Se observarmos um fato que faz sentido para nós, é simplesmente 
porque conseguimos encaixá-lo dentro de um conjunto complexo de 
ideias que assimilamos anteriormente.35
São esses pressupostos que determinam a nossa maneira de ver e, portanto, agir 
no mundo.36 A nossa percepção e ação fundamentam-se em nossos pressupos-
tos os quais sãos reforçados, transformados, lapidados ou abandonados em prol 
de outros, conforme a nossa percepção dos “fatos”. A questão epistemológica 
antecede à práxis.
Descartes (1596-1650), após dizer que “o bom senso é a coisa do mundo 
melhor partilhada”, admite que “não é suficiente ter o espírito bom, o principal 
é aplicá-lo bem”.37 De fato, bom senso, a boa maneira de conduzir o pensamento 
na avaliação dos fatos, é indispensável, contudo, se ele for provido de um bom 
método, a possibilidade de obter êxito é bem maior.38
35 SILVA, M. Em Favor da Hermenêutica de Calvino: In: KAISER JUNIOR, W. C.; SILVA, M. Introdução à 
Hermenêutica Bíblica. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2002, p. 255. De forma complementar, devemos 
também entender que: “Corretamente empregados, os padrões confessionais devem guiar, formatar 
e enriquecer nossa exegese; mal empregados, eles se divorciam dos textos bíblicos que os nutriram e 
desenvolveram” (= Carson, D. A. Jesus, o Filho de Deus: O título cristológico muitas vezes negligenciado, 
às vezes mal compreendido e atualmente questionad., São Paulo: Vida Nova, 2015, p. 81-82).
36 “Seria atenuar os fatos dizer que a cosmovisão ou visão de mundo é um tópico importante. Diria que 
compreender como são formadas as cosmovisões e como guiam os limitam o pensamento é o passo 
essencial para entender tudo o mais. Compreender isso é algo como tentar ver o cristalino do próprio 
olho. Em geral, não vemos nossa própria cosmovisão, mas vemos tudo olhando por ela. Em outras 
palavras, é a janela pela qual percebemos o mundo e determinamos, quase sempre subconscientemente, 
o que é real e importante, ou irreal e sem importância” (Johnson, P. E. no Prefácio à obra de Nancy. 
Pearcey, A Verdade Absoluta: Libertando o Cristianismo de Seu Cativeiro Cultural. Rio de Janeiro: Casa 
Publicadora das Assembleias de Deus, 2006, p. 11).
37 Consultar referência.
38 Lalande define “bom senso”, como a “faculdade de distinguir espontaneamente o verdadeiro do falso e de 
apreciar as coisas pelo seu justo valor” (Bom Senso: In: LALANDE, A. Vocabulário Técnico e Crítico da 
Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1993, p. 996a).
25
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Mas o que é um método? Esse termo é uma transliteração do grego me/qodoj, 
palavra formada por meta/ (“no meio de”, “no centro de”)39 e o(do/j (“caminho”). 
Em Aristóteles (384-322), a palavra tinha o sentido de “investigação”, sendo, por 
vezes, usada como sinônimo de “teoria” (qewri/a) e “ciência” (e)pisth/mh).40 
Etimologicamente, portanto, “método” é o emprego de um caminho, andar den-
tro e por meio dele. Podemos definir, operacionalmente, método como o conjunto 
de elementos e processos necessários a se obter determinado objetivo; é o cami-
nho para a consecução de um objetivo proposto. Lalande (1867-1963) acentua 
que etimologicamente a palavra significa “demanda” e, “por consequência, esforço 
para atingir um fim, investigação, estudo...”.41
Hodge, com simplicidade e clareza, afirma que “se uma pessoa adota um 
falso método, ela é semelhante a alguém que toma uma estrada errada que 
jamais a levará a seu destino”.42 Obviamente a Teologia, como todas as demais 
ciências, também tem os seus métodos, e isso é fundamental. Não existe neutra-
lidade metodológica, todo método carrega consigo seus pressupostos, portanto, 
os pressupostos, como também em qualquer outra ciência, são fatores determi-
nantes em sua pesquisa, na aproximação dos fatos.43 
Nash, com uma ênfase diversa, nos alerta: “a obtenção de maior consciência 
de nossa cosmovisão pessoal é uma das coisas mais importantes que podemos 
fazer, e compreender a cosmovisão de outros é algo essencial para o entendi-
mento que os torna distintos”.44
39 Este é o significado original da palavra, variando conforme a conjunção com outras (Veja: entre outras 
obras, DANA, H. E.; MANTEY, J. R. Manual de Gramatica del Nuevo Testamento Griego. Buenos Aires: 
CasaBautista de Publicaciones, 1975, p. 104-105). Uma curiosidade bíblica: Paulo exorta aos efésios: 
“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas (meqode/ia) do 
diabo” (Ef 6.11). Esta palavra envolve um “plano ou sistema deliberado”. Meqode/ia é da mesma raiz da 
nossa palavra “método”. As ciladas de Satanás visam nos induzir ao erro. Ele, portanto, atua de forma 
metódica, seguindo sempre um plano para obter êxito nos seus propósitos.
40 Consultar referência. 
41 Consultar referência.
42 Consultar referência.
43 Consultar referência.
44 Consultar referência.
INTRODUÇÃO A TEOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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A nossa chave epistemológica é a Escritura, portanto, a nossa cosmovi-
são, partindo de uma perspectiva assim, nos conduzirá naturalmente de volta a 
Deus.45 A teologia sistemática “parte de cima”, fundamentando-se na Escritura, 
oferece-nos um escopo do que Deus deseja de nós e nos fala de qual o propósito 
de nossa existência em todas as suas esferas.46 A experiência humana, as con-
tribuições científicas e o ensino da igreja são avaliados à luz da Escritura que 
unicamente é a nossa regra de fé e, portanto, o fundamento de toda teologia.
A Teologia Reformada recebendo a Bíblia como de fato é: a inerrante e 
autêntica Palavra de Deus, reconhece ser Ela a causa eficiente e instrumental da 
Teologia, sendo Deus o Seu autor, a causa final. A teologia busca sempre a gló-
ria de Deus, como objetivo máximo e final; e esse objetivo é alcançado sempre 
em sua fidelidade à Revelação. Portanto, embora admitindo a infalibilidade da 
Revelação Geral, só consideramos a Revelação Especial como fonte da Teologia. 
Dessa forma, a tentativa de reconhecer a Revelação Geral como fonte secundá-
ria da Teologia está fora de cogitação, visto que, para que isso aconteça, teríamos 
de interpretá-la de acordo com a luz da Escritura, e podemos observar também 
que, qualquer tentativa de se criar uma fonte secundária ou terciária de teolo-
gia (os catecismos, por exemplo) implica em admitir que a Bíblia precisa de um 
complemento, logo é incompleta ou insuficiente. A Revelação Geral tem o seu 
valor ilustrativo, contudo, em nada acrescenta à Revelação Especial e aquela só 
pode ser entendida corretamente por aquele que, mediante a iluminação do 
Espírito Santo, entende a Revelação Especial. Para esse homem, a Revelação 
Geral se constitui em uma “republicação”, ainda que não cronológica, das ver-
dades contidas nas Escrituras, contudo essa “republicação” não é complementar 
nem transforma vida. E o que a natureza trata de forma estrita e apenas indica-
tiva, a Escritura fala de forma ampla e demonstrativa.
45 Consultar referência.
46 “A cosmovisão cristã tem coisas importantes a dizer sobre a totalidade da vida humana” (Ronald H. 
Nash, Questões Últimas da Vida: uma introdução à Filosofia, p. 19). 
27
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Edwin Palmer acentua:
Somente através da revelação o homem alcança o verdadeiro entendi-
mento das coisas. Pela revelação, Deus se manifesta ao homem e tam-
bém revela a verdadeira natureza dos seres que povoam o mundo, tanto 
a dos homens como a dos objetos naturais”[...] “É interessante advertir 
que inclusive a primeira revelação, a revelação geral, não se pode captar 
bem sem conhecer a revelação especial e sem o poder iluminador do 
Espírito na mente do homem. Isto se deve ao fato de que o homem é 
espiritualmente cego devido ao seu próprio pecado (PALMER, s/d, p. 
47-50).
Por outro lado, Abraham Kuyper (1837-1920), em seu livro Principles of Sacred 
Theology, nos chama a atenção para o fato de que não devemos considerar a 
Revelação Especial ou a Escritura como fonte da Teologia (“fons theologiae”), 
tendo em vista que o termo “fonte” no estudo científico tem um significado mui 
definido. Em geral, denota uma área de estudo sobre a qual, o homem como 
agente ativo faz uma triagem para a sua pesquisa, como na Botânica, Zoologia e 
História. Nesse caso, o objeto de estudo é passivo; o homem que é ativo, debruçan-
do-se sobre o fenômeno para extrair do objeto o conhecimento desejado. Assim 
sendo, usando o termo nesse sentido, tem-se a impressão de que o homem como 
agente ativo pode se colocar sobre as Escrituras para descobrir ou tirar dela o 
conhecimento de Deus, que ali está passivamente esperando o seu descobridor. 
Sabemos que isso não é verdade! Deus se revela ao homem e mais uma vez, ati-
vamente, fornece os meios para a compreensão desta revelação: o Espírito Santo. 
A Teologia, como vimos, é sempre o efeito da ação reveladora, inspiradora e ilu-
minadora de Deus por meio do Espírito. Por isso, falar de Teologia Americana, 
Europeia ou da América Latina se constitui, no mínimo, em uma ignorância 
bíblica: ou a Teologia é Bíblica ou não é Teologia; surja em que continente for, 
em que movimento for, em que regime político for. Brunner (1889-1966) cor-
retamente enfatiza: 
A dogmática que está sob uma obrigação apenas para com a Verda-
de deve se proteger contra todo regionalismo nacional ou continental, 
pelo qual o ponto de vista Europeu, o Inglês ou o Americano seria mais 
importante do que é na verdade.47
47 Consultar referência. 
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Deus não se deixa invadir pela razão humana ou mesmo pela fé; Ele se dá a conhe-
cer livre, fidedigna e explicitamente; Deus se revela a Si mesmo como Senhor e 
“Senhorio significa liberdade”.48 Quanto mais conhecemos Deus, mais compre-
endemos e sentimos que Seu ministério é inescrutável. A “douta ignorância” faz 
parte essencial da genuína teologia sistemática.49 O conhecimento de nossa limi-
tação não é inato; antes é precedido pela revelação. Sem a revelação de Deus não 
há teísmo, ateísmo nem agnosticismo. É no encontro com Deus que tomamos 
conhecimento de nossas limitações.
Sem a revelação, o homem passaria toda a sua vida e estaria na eternidade 
sem o menor conhecimento de Deus, por mais engenhosos que fossem os seus 
métodos, por mais sistemáticas que fossem as suas pesquisas, por mais que evo-
luísse a ciência. O homem nunca conseguiria chegar a Deus ou mesmo a sua 
ideia: ignoraria eternamente a própria ignorância! Entretanto Deus continuaria 
sendo o que sempre foi: o Senhor! “Ainda que o mundo inteiro fosse incrédulo, 
a verdade de Deus permaneceria inabalável e intocável” (João Calvino, Gálatas, 
São Paulo: Paracletos, 1998, (Gl 2.2), p. 48-49). Todavia graças a Deus, porque 
Ele soberanamente Se Revelou a Si mesmo, para que possamos conhecê-Lo e 
render-Lhe toda a glória que somente a Ele é devida. Em Cristo, nós somos con-
frontados com o clímax e plenitude da revelação de Deus (Jo 14.9-11; 10.30; Cl 
1.19; 2.9; Hb 1.1-4). “No Filho, temos a revelação última de Deus. Da mesma 
forma como é verdade que quem viu o Filho viu o Pai, também é verdade que 
quem não viu o Filho, não viu o Pai”. 50 Jesus Cristo é a medida da revelação!
Lembremo-nos mais uma vez das palavras de A. Kuyper, de que o homem 
não pode se colocar sobre a Bíblia para fazer uma investigação de Deus; Deus é 
Quem se comunica, Quem se dá; Ele é sempre o Sujeito, nunca o objeto na rela-
ção do conhecimento. Na Revelação, ocorre uma mudança de referência. Nós 
que nos acostumamos a pensar a partir de nós, precisamos aprender a pensar 
a partir de Deus; nós não somos “a medida de todas as coisas” nem o ponto de 
partida, somos o fim da Revelação graciosa de Deus.
48 Consultar referência.
49 Ver: CALVINO, J. As Institutas, III.21.2; III.23.8. Na edição de 1541, escrevera: “E que não achemos 
ruim submeter neste ponto o nosso entendimento à sabedoria de Deus, aos cuidados da qual Ele deixa 
muitos segredos. Porque é douta ignorância ignorar as coisas que não é lícito nem possívelsaber; o desejo 
de sabê-las revela uma espécie de raiva canina” (CALVINO, J. As Institutas da Religião Cristã: edição 
especial com notas para estudo e pesquisa, v. 3 (III.8), p. 53-54). 
50 Consultar referência.
29
Necessidade e Tarefa da Teologia Sistemática
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A Teologia Reformada reconhece a centralidade real de Deus em todas as 
coisas, tendo como alvo principal, não o tão decantado bem-estar humano – que 
por certo tem a sua relevância51 –, mas a glória de Deus, sabendo que as demais 
coisas serão acrescentadas (Mt 6.33; Ef 1.11-12).52 Infelizmente, ao longo da 
história, as “teologias”, que deveriam ser relativas à Revelação, têm sido relati-
vas ao homem, tornando-se, assim, antropologias.53 O Iluminismo, que gerou o 
“Liberalismo Teológico” – e esse pode ser definido como o esforço de interpre-
tar, reformular e explicar a fé cristã dentro de uma perspectiva iluminista –, foi 
o grande fomentador dessa nova abordagem. Dentro dessa perspectiva, só pode 
ser considerado genuíno o “credo” que se ajuste aos critérios racionais vigentes.54 
Para nós, reformados, entretanto, é a Palavra de Deus que deve dirigir toda 
a nossa abordagem e interpretação teológica, bem como de toda a realidade: o 
Espírito, por intermédio da Palavra, é Quem deve nos guiar à correta interpre-
tação da Revelação. Na Escritura, temos o nosso padrão e apelo final.55
NECESSIDADE E TAREFA DA TEOLOGIA SISTEMÁTICA
A Teologia Reformada não reivindica para si o status de detentora da ver-
dade ou de infalibilidade; antes, ela sabe que o seu vigor estará sempre na sua 
procura acadêmica e piedosa pela interpretação correta e fiel das Escrituras.
51 Calvino, comentando a respeito desta vida e a futura, diz: “...esta vida, por mais que esteja cheia de infinitas 
misérias, com toda razão se conta entre as bênçãos de Deus, que não é lícito menosprezar” (As Institutas, 
III.9.3). À frente, acrescenta: “E muito maior é essa razão, se refletirmos que nesta vida nos está Deus de 
certo modo a preparar para a glória do Reino Celeste” (As Institutas, III.9.3).
52 PACKER, J. I. O “Antigo” Evangelho. São Paulo: Fiel, 1986, p. 1ss., traça uma boa distinção entre o 
“Antigo” e o “Novo” Evangelho, mostrando que o “Antigo”, buscava a Glória de Deus, enquanto que o 
“novo” está preocupado em “ajudar” o homem. Em 1768, Abraham Booth (1734-1806) observara que a 
pregação dos cristãos primitivos gerava a perseguição “porque a verdade que pregavam ofendia o orgulho 
humano (...) não dava lugar ao mérito humano” (BOOTH, A. Somente pela Graça. São Paulo: Publicações 
Evangélicas Selecionadas, 1986, p. 9,10).
53 O filósofo alemão Feuerbach (1804-1872), reduziu “a teologia à antropologia” (FEURBACH, L. A. A 
Essência do Cristianismo, Campinas, SP: Papirus, 1988, Prefácio da 2ª edição p. 35). 
54 Consultar referência. 
55 Consultar referência.
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A teologia é uma reflexão interpretativa e sistematizada da Palavra, tendo como 
meta a compreensão e sistematização de toda a doutrina cristã, sendo, portanto, 
uma ciência “normativa”,56 cujo compromisso é com Deus e com a Sua verdade 
revelada, atenta às necessidades do homem em sua existência.57 “A dogmática 
vai em busca da verdade absoluta”. Dentro dessa perspectiva, podemos falar da 
necessidade e da tarefa da Teologia Sistemática.
56 Consultar referência. 
57 Consultar referência. 
Dr. Lloyd-Jones (1889-1981), em 1969, nas conferências que realizava no Se-
minário Teológico Westminster, resume:
O pregador deveria ser bem versado em teologia bíblica, a qual, por sua vez con-
duz à teologia sistemática. Para mim, nada é mais importante para um pregador 
do que o fato que ele deveria estar de posse da teologia sistemática, conhecen-
do profundamente e estando bem arraigado nela. Essa teologia sistemática, esse 
corpo de verdades derivadas das Escrituras, sempre deve fazer-se presente como 
pano de fundo e influência controladora da pregação. Cada mensagem, que pro-
vém de algum texto ou declaração específica das Escrituras, sempre deve fazer 
parte ou ser um aspecto desse conjunto total da Verdade. Jamais será algo isola-
do, jamais será algo separado ou desvinculado. A doutrina que houver em qual-
quer texto específico, nunca deveríamos olvidar, faz parte desse conjunto maior 
– a Verdade ou a Fé. Esse é o significado da frase ‘comparando Escritura com Es-
critura’. Não podemos manipular nenhum texto isolado; toda a nossa preparação 
de um sermão deveria ser controlada por esse pano de fundo de teologia siste-
mática (...). O emprego correto da teologia sistemática consiste em que, quando 
descobrimos alguma doutrina específica no texto selecionado, nós averiguamos 
e controlamos, assegurando-nos de que ela cabe dentro de todo esse corpo de 
doutrinas bíblicas que é vital e essencial” (LLOYOD-JONES, 1984, p. 48-49).
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a) Aprofundar a relação da verdade sistematizada com o desenvolvimento 
da piedade
A erudição associada à piedade e aos demais dotes do bom pastor lhe 
sejam uma preparação. Ora, aqueles que o Senhor destinou a tão gran-
de ofício, os equipa antes com essas armas que são requeridas para de-
sempenhá-lo, de sorte que não venham a ele vazios e despreparados 
(Calvino, João. As Institutas, 2. ed. IV.3.11).
Para McGrath (2007, p. 67), “uma teologia que toca a mente, deixando de afetar 
o coração, não é a verdadeira teologia cristã”. João Calvino (1509-1564) comen-
tando o texto de 1Tm 6.3,58 diz que “[a doutrina] só será consistente com a 
piedade se nos estabelecer no temor e no culto divino, se edificar nossa fé, se 
nos exercitar na paciência e na humildade e em todos os deveres do amor”.59 
Estamos convencidos de que a genuína piedade bíblica (eu)se/beia) – At 3.12; 
1Tm 2.2; 3.16; 4.7,8; 6.3,5,6,11; 2Tm 3.5; Tt 1.1; 2Pe 1.3,6,7; 3.11 – começa pela 
compreensão correta do mistério de Cristo, conforme nos diz Paulo, “evidente-
mente, grande é o mistério da piedade Aquele que foi manifestado na carne foi 
justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido 
no mundo, recebido na glória” (1Tm 3.16). A piedade era a tônica do ministério 
pastoral de Paulo. É desse modo que ele inicia a sua carta a Tito, “Paulo, servo 
de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover (kata/)60 a fé que é dos elei-
tos (e)klekto/j) – Mt 22.14; 24.22,24,31; Mc 13.20,22,27; Lc 18.7; 23.35; Rm 
8.33; 16.13; Cl 3.12; 1Tm 5.21; 2Tm 2.10; Tt 1.1; 1Pe 1.1; 2.4; 1Pe 2.6,9; 2Jo 1,13; 
Ap 17.14 – de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade” (Tt 
1.1). Portanto, devemos indagar sempre a respeito de doutrinas consideradas 
evangélicas, se elas, de fato, contribuem para a piedade. A genuína ortodoxia 
será plena de vida e piedade.
58 “Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o 
ensino segundo a piedade, é enfatuado, nada entende, mas tem mania por questões e contendas de palavras, 
de que nascem inveja, provocação, difamações, suspeitas malignas, altercações sem fim, por homens cuja 
mente é pervertida e privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro” (1Tm 6.3-5).
59 Consultar referência. 
60 Kata/ quando estabelece relação, tem o sentido de “de acordo com a”, “com referência a”. No texto, 
pode ter o sentido de “segundo a fé que é dos eleitos”, “no interesse de”, “promover”, etc. (Mc 7.5; Lc 1.9,38; 
2.22,24,29; Jo 19.7; At 24.14; Cl 1.25,29; 2Tm 1.1,8,9; Hb 7.5).
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Paulo diz que é apóstolo da parte de Jesus Cristocomprometido com a fé que é dos 
eleitos de Deus. O seu ensino tinha esse propósito – diferentemente dos falsos mes-
tres, que se ocupavam com fábulas e mandamentos procedentes da mentira (Tt 1.14) 
– promover a fé dos crentes em Cristo Jesus. A fé que é dos eleitos, portanto, deve ser 
desenvolvida no “pleno conhecimento (e)pi/gnwsij) – Rm 1.28; 3.20; 10.2; Ef 1.17; 
4.13; Fp 1.9; Cl 1.9,10; 2.2; 3.10; 1Tm 2.4; 2Tm 2.25; 3.7; Tt 1.1; Fm 6; Hb 10.26; 2Pe 
1.2,3,8; 2.20 – da verdade (a)lh/qeia)”. Ou seja, a nossa salvação se materializa em 
nosso conhecimento intensivo e qualitativamente completo da verdade. Contudo 
esse conhecimento da verdade, longe de arrogante e autossuficiente, está relacio-
nado com a piedade “segundo a piedade (eu)se/beia)” – At 3.12; 1Tm 2.2; 3.16; 
4.7,8; 6.3,5,6,11; 2Tm 3.5; Tt 1.1; 2Pe 1.3,6,7; 3.11. O verdadeiro conhecimento de 
Deus é cheio de piedade. Piedade caracteriza a atitude correta para com Deus, englo-
bando temor, reverência, adoração e obediência. Ela é a palavra para a verdadeira 
religião.61 Paulo diz que a piedade para tudo é proveitosa, não havendo contraindi-
cação “pois o exercício físico para pouco é proveitoso (w)fe/limoj), mas a piedade 
para tudo é proveitosa (w)fe/limoj),62 porque tem a promessa da vida que agora é e 
da que há de ser” (1Tm 4.8). Por isso, Timóteo, com o propósito de realizar a vontade 
de Deus, deveria exercitá-la com a perseverança de um atleta (1Tm 4.7);63 segui-la 
como alguém que persegue um alvo, e a convicção e o zelo com os quais o próprio 
Paulo perseguira a Igreja de Deus (Fp 3.6) “tu, porém, ó homem de Deus, foge des-
tas coisas; antes, segue (diw/kw)64 a justiça, a piedade (eu)se/beia), a fé, o amor, a 
constância, a mansidão” (1Tm 6.11). O tempo presente do verbo indica a progressi-
vidade que deve caracterizar essa busca pela piedade.
61 Consultar referência.
62 Este adjetivo que, no Novo Testamento, só é empregado por Paulo, é aplicado às boas obras (Tt 3.8) e à 
Palavra inspirada de Deus em sua aplicação às nossas necessidades (2Tm 3.16).
63 “Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas caducas. Exercita-te (gumna/zw), pessoalmente, na piedade” 
(1Tm 4.7). Gumna/zw é aplicada ao exercício próprio de atleta. No Novo Testamento a palavra é usada 
metaforicamente, indicando o treinamento que pode ser utilizado para o bem ou para o mal (*1Tm 4.7; 
Hb 5.14;12.11; 2Pe 2.14). 
64 Diw/kw é utilizada sistematicamente para aqueles que perseguiam a Jesus, os discípulos e a Igreja (Mt 
5.10-12; Lc 21.12; Jo 5.16; 15.20). Lucas emprega este mesmo verbo para descrever a perseguição que 
Paulo efetuou contra a Igreja (At 22.4; 26.11; 1 Co 15.9; Gl 1.13,23; Fp 3.6), sendo também a palavra 
utilizada por Jesus Cristo quando pergunta a Saulo do porquê de sua perseguição (At 9.4-5/At 22.7-8/
At 26.14-15). Paulo diz que prosseguia para o alvo (Fp 3.12,14). O escritor de Hebreus diz que devemos 
perseguir a paz e a santificação (Hb 12.14).
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Calvino entende que o conhecimento verdadeiro do verdadeiro Deus traz como 
implicação necessária, a piedade e a santificação
[...] deve observar-se que somos convidados ao conhecimento de Deus, 
não àquele que, contente com vã especulação, simplesmente voluteia 
no cérebro, mas àquele que, se é de nós retamente percebido e finca pé 
no coração, haverá de ser sólido e frutuoso [...]65.
Jamais o poderá alguém conhecer devidamente que não apreenda ao mesmo 
tempo a santificação do Espírito. A fé consiste no conhecimento de Cristo. E Cristo 
não pode ser conhecido senão em conjunção com a santificação do Seu Espírito. 
Segue-se, consequentemente, que de modo nenhum a fé deve ser separada do 
afeto piedoso”.66 Resume “o conhecimento de Deus é a genuína vida da alma....”.67 
O verdadeiro conhecimento de Deus conduz-nos à piedade. 
Paulo sustenta que aquele falso conhecimento que se exalta acima da 
simples e humilde doutrina da piedade não é de forma alguma conheci-
mento [...] A única coisa que, segundo a autoridade de Paulo, realmente 
merece ser denominada de conhecimento é aquela que nos instrui na 
confiança e no temor de Deus, ou seja, na piedade.68
No entanto é possível forjar uma aparente piedade – conforme os falsos mes-
tres que, privados da verdade, o faziam pensando em obter lucro (1Tm 6.5) -, 
contudo essa carece de poder e da alegria resultantes da convicção de que Deus 
supre as nossas necessidades. Logo, esses falsos mestres não conhecem o “lucro” 
da piedade 
de fato, grande fonte de lucro (porismo/j) é a piedade (e)use/beia) 
com o contentamento (au)ta/rkeia = “suficiência”, “satisfação”). Porque 
nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar 
dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes (1Tm 6.6-
8/2Tm 3.5). 
65 J. Calvino, As Institutas, I.5.9. “...Importa se nos transfunda ela (a doutrina) ao coração e se nos traduza no 
modo de viver, e, a tal ponto a si nos transforme, que nos não seja infrutuosa. Se, com razão, se incendem 
os filósofos contra aqueles que, em professando uma arte que lhes deva ser a mestra da vida, a convertem 
em sofística loquacidade, e os alijam ignominiosamente de sua grei, de quão melhor razão haveremos de 
detestar estes fúteis sofistas que se contentam em revolutear o Evangelho no topo dos lábios, Evangelho cuja 
eficácia devera penetrar os mais profundos afetos do coração, arraigar-se na alma e afetar o homem todo, 
cem vezes mais do que as frias exortações dos filósofos” (CALVINO, J. As Institutas, III.6.4). 
66 Consultar referência.
67 Consultar referência.
68 Consultar referência. 
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Todo o conhecimento cristão deve vir acompanhado de piedade (1Tm 3.16/1Tm 
6.3;Tt 1.1). A piedade deve estar associada a diversas outras virtudes cristãs a 
fim de que seja frutuosa no pleno conhecimento de Cristo (2Pe 1.6-8). A nossa 
certeza é que Deus nos concedeu todas as coisas que nos conduzem à piedade. 
Ele exige de nós, os crentes, “o uso diligente de todos os meios exteriores pelos 
quais Cristo nos comunica as bênçãos da salvação”69 e que não negligenciemos 
os “meios de preservação”.70 Portanto, devemos utilizar de todos os recursos que 
Deus nos forneceu com este santo propósito “visto como, pelo seu divino poder, 
nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade (e)use/
beia), pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria 
glória e virtude” (2Pe 1.3).71 
A piedade como resultado de nosso relacionamento com Deus deve ter o 
seu reflexo concreto dentro de casa, sendo revelada por meio do tratamento que 
concedemos aos nossos pais e irmãos “... se alguma viúva tem filhos ou netos, 
que estes aprendam primeiro a exercer piedade (eu)sebe/w) para com a própria 
casa e a recompensar a seus progenitores, pois isso é aceitável diante de Deus” 
(1Tm 5.4).72 Nunca o nosso trabalho, por mais relevante que seja, poderá se tor-
nar em um empecilho para a ajuda aos nossos familiares. A genuína piedade é 
caracterizada por atitudes condizentes para com Deus (reverência) e para com o 
nosso próximo (fraternidade). Curiosamente, quando o Novo Testamento des-
creve Cornélio, diz que ele era um homem “piedoso (Eu)sebh/j) e temente a 
Deus (...) e que fazia muitas esmolas ao povo e de contínuo orava a Deus” (At 
10.2). A piedade é, portanto, uma relação teologicamente orientada do homem 
para com Deus em sua devoção e reverência e a sua conduta biblicamente ajus-
tada e coerente com o seu próximo. A piedade envolve comunhão com Deus e 
o cultivo de relações justas com os nossos irmãos. “A obediência é a mãe da pie-
dade”, resume Calvino.73 
69 Catecismo Menor de Westminster, Perg. 85.
70 Confissão de Westminster, XVII.3.
71 Consultar referência. 
72 Consultar referência.73 Consultar referência.
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A piedade é desenvolvida por meio de nosso crescimento na graça. A graça 
de Deus é educativa “porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos 
os homens, educando-nos (paideu/w) para que, renegadas a impiedade e as 
paixões mundanas, vivamos no presente século, sensata, justa e piedosamente 
(eu)sebw=j)” (Tt 2.11-12). A piedade autêntica, por ser moldada pela Palavra, traz 
consigo os perigos próprios resultantes de uma ética contrastante com os valores 
deste século. “Ora, todos quantos querem viver piedosamente (eu)sebw=j)74 em 
Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm 3.12), no entanto há o conforto expresso 
por Pedro às Igrejas perseguidas “...o Senhor sabe livrar da provação [peirasmo/j 
= “tentação”] os piedosos (eu)sebh/j)...” (2Pe 2.9). 
A piedade não pode estar dissociada da fé que confessa que Deus é o autor 
de todo o bem. Portanto podemos nEle descansar sendo conduzidos pela Sua 
Palavra.75
A reflexão teológica deve ser sempre um prefácio à ação76 sob a influên-
cia modeladora do Espírito que nos instrui pelo Evangelho. “Uma igreja que só 
reflete e não atua é semelhante ao exército que passa o tempo fazendo manobras 
dentro do quartel”.77 A nossa reflexão e ação devem estar sempre acompanhadas 
e dominadas pela oração fervorosa e sincera, “desvenda os meus olhos, para que 
eu contemple as maravilhas da tua lei” (Sl 119.18).78 “A fé envolve a verdade de 
Deus (doutrina), encontro com Deus (culto) e servir a Deus (vida). A insepara-
bilidade desses três elementos é vista repetidas vezes nas Escrituras e na história 
do povo de Deus”.79
74 Este advérbio só ocorre em dois textos do Novo Testamento: 2Tm 3.12; Tt 2.12.
75 Consultar referência.
76 “Para aquele que é intelectualmente dotado, é muito mais fácil ser um cristão no campo do pensamento 
do que naquele comportamento prático; e ainda o bom teólogo sabe muito bem que o que realmente 
conta diante de Deus não é simplesmente o que alguém pensa, mas o que alguém pensa com tal fé que se 
torna ato. Porque somente essa fé ‘que atua pelo amor’ é considerada” (BRUNNER, E. Dogmática, São 
Paulo: Novo Século, 2004, v. 1, p. 119-120).
77 Consultar referência. 
78 “A oração é sempre necessária como instrução (...). Transmitir conhecimento não basta. É igualmente 
essencial que oremos – que oremos por nós mesmos, para que Deus nos faça receptivos ao conhecimento 
e à instrução; que oremos para sermos capacitados a agasalhar o conhecimento recebido e aplicá-lo; que 
oremos para que não fique só em nossas mentes, e sim que se apegue aos nossos corações, dobre as nossas 
vontades e afete o homem todo. O conhecimento, a instrução e a oração devem andar sempre juntos; 
jamais devem estar separados” (LLOYD-JONES, D. M. As Insondáveis Riquezas de Cristo. São Paulo: 
Publicações Evangélicas Selecionadas, 1992, p. 98).
79 Consultar referência.
INTRODUÇÃO A TEOLOGIA
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Talvez, aqui, esteja uma das armadilhas mais sutis, pois prezamos a doutrina, 
entendemos ser ela fundamental para a vida cristã, no entanto, nesta justíssima 
ênfase e compreensão, podemos nos esquecer da importância vital da pieda-
de.80 Notemos que não estou dizendo que isso aconteça conosco com frequência 
ou que esse seja o nosso ponto fraco, apenas observo que devemos vigiar nesse 
flanco, para que o inimigo não alcance êxito em seu desígnio destruidor. Paulo fala 
dos “desígnios” de Satanás (2Co 2.11),81 indicando a ideia de que ele tem metas 
definidas, estratégias elaboradas, um programa de ação com variedades de téc-
nicas e opções a serem aplicadas conforme as circunstâncias. Ele emprega toda 
a sua “energia” (2Ts 2.9).82 Nesse texto, fica claro que Satanás se vale de todos os 
recursos a ele disponíveis, contudo, como não poderia ser diferente, amparado 
na “mentira” – que lhe é própria (Jo 8.44) –, para realizar os seus propósitos.
D.M. Lloyd-Jones (1899-1981), assim se expressou:
O ministro do Evangelho é um homem que está sempre lutando em 
duas frentes. Primeiro ele tem que concitar as pessoas a se interessarem 
por doutrina e pela teologia, todavia não demorará muito nisso antes 
de perceber que terá que abrir uma segunda frente e dizer às pessoas 
que não é suficiente interessar-se somente por doutrinas e teologia, que 
você corre o perigo de se tornar um mero intelectualista ortodoxo e 
de ir ficando negligente quanto à sua vida espiritual e quanto à vida da 
Igreja. Este é o perigo que assedia os que sustentam a posição reforma-
da. Essas são as únicas pessoas realmente interessadas em teologia, pelo 
que o diabo vem a eles e os impele para demasiado longe na linha desse 
interesse, e eles tendem a tornar-se meros teólogos e só intelectualmen-
te interessados na verdade (LLOYD-JONES, 1993, p. 22).
80 Consultar referência. 
81 “Para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios (no/hma)” (2Co 
2.11). A palavra traduzida por “desígnio” (no/hma), ocorre cinco vezes no NT., sendo utilizada apenas 
por Paulo: 2Co 2.11; 3.14; 4.4; 10.5; 11.3; Fp 4.7, tendo o sentido de “plano” (Platão, Política, 260d), 
“intenção maligna”, “intrigas”, “ardis”. Com exceção de Fp 4.7, a palavra sempre é usada negativamente no 
NT. No/hma é o resultado da atividade do nou=j (mente); (BEHM, J.; WURTHWEIN, E. nou=j, etc. In: 
Gerhard Kittel; G. Friedrich, eds. Theological Dictionary of the New Testament, Grand Rapids, Michigan: 
Eerdmans, 1983 (Reprinted), v. 4, p. 960).
82 “Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia (e)ne/rgeia) de Satanás, com todo poder, e sinais, e 
prodígios da mentira” (2Ts 2.9). Satanás atua de forma eficaz na consecução dos seus objetivos: e)ne/rgeia 
(energeia) – “trabalho efetivo” –, de onde vem a nossa palavra “energia”, passando pelo latim, “energîa”. 
Esse substantivo é empregado tanto para Deus (Ef 3.7; 4.16; Fp 3.21; Cl 1.29; 2.12) como para Satanás 
(2Ts 2.9). Estando este subordinado à e)ne/rgeia de Deus (2Ts 2.11). E)ne/rgeia e seus derivados, no NT., 
descreve sempre um poder eficaz em atividade sobre-humana, por meio da qual a natureza de quem a 
exerce se revela (Veja: BARCLAY, W. Palavras Chaves do Novo Testamento, p. 51-57).
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A Teologia não termina em conhecimento teórico e abstrato, antes, se plenifica 
no conhecimento prático e existencial de Deus por intermédio da Sua Revelação 
nas Escrituras Sagradas, mediante a iluminação do Espírito. O teólogo deve ser 
um crente do início ao fim do seu labor teológico. Conhecer a Deus é obede-
cer a Seus mandamentos. “A boa teologia desloca-se da cabeça até o coração e, 
finalmente, até a mão”.83 A Teologia não pode ser um estudo descompromissado 
feito por um transeunte acadêmico; ela é função da Igreja Cristã, dentro da qual 
estamos inseridos. Segundo Brunner (1889-1966).84
Estudamos dogmática como membros da Igreja, com a consciência que 
temos uma incumbência dada por ela um serviço a lhe prestar, devido 
a uma compulsão que pode originar-se somente no seu interior. Pensa-
mento dogmático não é somente pensar sobre a fé, é um pensar crendo. 
Calvino está convencido de que ninguém pode “provar sequer o mais leve gosto 
da reta e sã doutrina, a não ser aquele que se haja feito discípulo da Escritura”.85 
E que “só quando Deus irradia em nós a luz de seu Espírito é que a Palavra logra 
produzir algum efeito”.86 Portanto, “o conhecimento de todas as ciências não 
passa de fumaça quando separada da ciência celestial de Cristo”.87 Desse modo, 
“o homem que mais progride na piedade é também o melhor discípulo de Cristo, 
e o único homem quedeve ser tido na conta de genuíno teólogo é aquele que 
pode edificar a consciência humana no temor de Deus”.88
Ao longo da História, diversos teólogos têm insistido nesse ponto. O lute-
rano Davi Chyträus (1530-1600) – aluno de Melanchthon (1497-1560) – resumiu 
bem esse espírito, quando escreveu, em 1581, “demonstramos ser cristãos e teó-
logos muito mais através da fé, da vida santa e do amor a Deus e ao próximo, do 
que através da astúcia e das sutilezas das polêmicas”.89 Ele também costumava 
repetir aos seus alunos durante o ano “o estudo da teologia não deve ser condu-
zido através da rixa e disputa, mas pela prática da piedade”.90
83 Consultar referência. 
84 Consultar referência.
85 Consultar referência.
86 Consultar referência.
87 Consultar referência.
88 Consultar referência.
89 Consultar referência. 
90 Consultar referência. 
INTRODUÇÃO A TEOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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A Teologia – que a muitos faz estremecer de reverência ou de espanto –91, na 
forma que estamos analisando, tem o sentido de procura bíblica pelos fundamen-
tos da evangelização, não uma teorização ou especulação92 que venha satisfazer 
o nosso intelecto. Na realidade, a especulação, ainda que tenha muitos adeptos, 
tende a nos afastar da verdade, da pureza do Evangelho.93 A profundidade teo-
lógica está aliada ao conhecimento experimental94 de Deus em Cristo (Jr 9.24; 
Os 6.3; Mt 11.27; Jo 14.6,9; 2Pe 3.18) e, como disse J.I. Packer, “conhecer a Deus 
é um relacionamento capaz de fazer vibrar o coração do homem”.95 
Se quisermos ser considerados mestres cristãos, devemos ser fiéis à ver-
dade bíblica. A infidelidade, ao contrário do que possa parecer em um primeiro 
momento, não consiste apenas em acrescentar ensinamentos estranhos à Palavra, 
mas, também, omitir e, talvez de forma mais sutil, nos contentarmos com ame-
nidades, sem expor com clareza, fidelidade e profundidade a Palavra de Deus. 
Fidelidade exige o silêncio reverente diante do mistério e a ousadia edificante 
diante do estudo do revelado; ambas as atitudes nos previnem da especulação 
91 Quanto à estupefação que a palavra “teologia” causa, por exemplo: THIELICKE, H. Recomendações 
aos Jovens Teólogos e Pastores. São Paulo: Sepal, 1990, 69p.; HORDERN, W. Teologia Protestante ao 
Alcance de Todos. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1974, p. 11ss. 
92 Se a especulação indevida é um mal; devemos observar também, que mal semelhante é negligenciar 
o estudo daquilo que Deus nos revelou em Sua Palavra. Calvino (1509-1564) nos advertiu quanto a 
isto, dizendo: “As cousas que o Senhor deixou recônditas em secreto não perscrutemos, as que pôs a 
descoberto não negligenciemos, para que não sejamos condenados ou de excessiva curiosidade, de uma 
parte, ou de ingratidão, de outra” (As Institutas, III.21.4). Alhures, ele observa que a sabedoria consiste 
em reconhecer os nossos limites. “Nem nos envergonhemos em até este ponto submeter o entendimento 
à sabedoria imensa de Deus, que em Seus muitos arcanos sucumba. Pois, dessas cousas que nem é 
dado, nem é lícito saber, douta é a ignorância, a avidez de conhecimento, uma espécie de loucura” (As 
Institutas, III.23.8).
 Calvino orientou-nos pastoralmente, dizendo: “...Que esta seja a nossa regra sacra: não procurar saber 
nada mais senão o que a Escritura nos ensina. Onde o Senhor fecha seus próprios lábios, que nós 
igualmente impeçamos nossas mentes de avançar sequer um passo a mais” (CALVINO, J. Exposição de 
Romanos. (Rm 9.14), p. 330). 
 “Aqueles que inquirem curiosamente acerca de tudo, e que jamais ficam satisfeitos, podem com justiça ser 
chamados ‘questionadores’. Em suma, as coisas mantidas em elevada estima pelos eruditos da Sorbonne 
são aqui condenadas pelo apóstolo. Porquanto toda a teologia dos papistas nada é senão um labirinto de 
questões” (CALVINO, J. As Pastorais. (Tt 3.9) p. 355).
 Do mesmo modo, diz Agostinho: “Ignoremos de boa mente aquilo que Deus não quis que soubéssemos” 
(AGOSTINHO, Comentário aos Salmos. São Paulo: Paulus, (Patrística, 9/1), 1998, v. 1, (Sl 6), p. 60).
93 “O fútil ensino dos sofistas, erguendo-se em airosas especulações e sutilezas, não só obscurecem a 
simplicidade da doutrina genuína com suas implicações, mas também a oprimem e a fazem desprezível, 
já que o mundo quase sempre se deixa levar pela aparência externa” (CALVINO, J., As Pastorais. (1Tm 
6.20), p. 186).
94 Somente aquele que conhece experimentalmente a Deus pode confiar no Seu poder e descansar nas Suas 
Promessas. Vejam-se: PACKER, J. I. O Conhecimento de Deus, São Paulo: Mundo Cristão, 1980, p. 9-35.
95 Consultar referência.
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Necessidade e Tarefa da Teologia Sistemática
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pecaminosa e da ingratidão para com o que Deus nos tem concedido na Escritura. 
Calvino nos instrui dizendo que “as cousas que o Senhor deixou recônditas em 
secreto não perscrutemos, as que pôs a descoberto não negligenciemos, para 
que não sejamos condenados ou de excessiva curiosidade, de uma parte, ou de 
ingratidão, de outra”.96
Isso não significa que todos nós conseguimos compreender perfeita e exaus-
tivamente a Palavra, mas aponta para a responsabilidade que temos de, pela 
graça, crescer no conhecimento de Jesus Cristo que nos advém pela Escritura 
(2Pe 3.18). O ensino da Palavra é um privilégio altamente responsabilizador. 
Deus, por graça, tem se valido de Seus servos para a transmissão de Sua mensa-
gem. Somos embaixadores cuja responsabilidade é sermos integralmente fiéis à 
mensagem do Rei. Não somos autores da mensagem; ela não nos pertence. No 
entanto somos arautos e embaixadores comissionados pelo Senhor a quem deve-
mos representar com integridade e responsabilidade (Mt 10.5-7,16,40; 2Co 5.20; 
1Ts 2.13).97 Com conhecimento de causa, em 1956, Lloyd-Jones (1899-1981), 
lamentava que “muitíssimas vezes os ministros cristãos não têm sido senão uma 
espécie de Capelão da Corte, declarando vagas generalidades”.98 
Como pregadores e mestres, é necessário que não nos contentemos em guiar 
as pessoas apenas pelo sopé da montanha da glória de Deus; “torne-se um alpi-
nista nos rochedos íngremes da majestade de Deus”, aconselha Piper.99 
Podemos estar tão preocupados com as nossas teorias que transformamos 
a Palavra em apenas um elemento convalidador do que pensamos. Deste modo, 
também nos tornamos infiéis ao Senhor da Palavra. É extremamente perigoso 
pensarmos autonomamente e fazermos de Deus um ventríloquo que, com voz 
estranha, diga o que queremos. Deus e a Sua Palavra não se adéquam a este papel. 
A fidelidade doutrinária parte do desejo de conhecer a Palavra e expô-la em sua 
profundidade, abrangência e simplicidade; nada mais, nada menos. 
O apóstolo Paulo tinha consciência de que a sua mensagem era pura e sim-
plesmente “todo o desígnio de Deus” (At 20.27).
96 CALVINO, J., As Institutas, III.21.4.
97 Consultar referência.
98 Consultar referência.
99 Consultar referência.
INTRODUÇÃO A TEOLOGIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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O ministério pastoral envolve o anúncio perseverante da Palavra (At 
20.20,24,27,31). “A tarefa dos mestres consiste em preservar e propagar as sãs 
doutrinas para que a pureza da religião permaneça na Igreja”.100
b) Servir como elemento norteador para o pregador na exposição da Palavra 
e defesa de nossa fé
“O cristão (...) jamais pode olhar a verdade com apatia ou desdém. Pelo 
contrário, ele preza e valoriza a verdade como reflexo do próprio Deus” 
‒ William L. Craig.101
“Não devemos cometer o erro de fazer da evangelização uma inimiga 
da teologia e do discipulado um inimigo da erudição edificante” ‒ John 
Piper.102 
“Ainda que a apologética e o evangelismo sejam conceitos diferentes, 
não podem existir isolados um do outro. (...) Somos chamados a ser 
apologistas e evangelistas.

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