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Resenha MIGLIOLI - MARX

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Em seu livro “Acumulação de capital e demanda efetiva” o economista Jorge Miglioli explica de forma sumária a teoria de acumulação de Marx, desta forma ele enceta a exposição da mesma descrevendo o circuito do capital dinheiro. É por meio deste circuito que o capitalista consegue transformar um certo montante dinheiro em um montante ainda maior. Ele sai de D e chega a D’, mas antes precisa passar por M, que representa as mercadorias. 
Ou seja, a forma D-M-D’ representa a transformação de dinheiro em mercadoria e a retransformação de mercadoria em dinheiro. Contudo, é necessário destacar que o capitalista consegue transformar um dado montante de dinheiro inicial em um montante maior não porque este compra as mercadorias por um preço mais baixo e as vende por um preço mais alto, mas porque isto é próprio do processo de produção capitalista. 
Em relação a seu dinheiro, o capitalista utiliza-o na compra de diferentes mercadorias as quais podem ser postas nas categorias de bens de produção e força de trabalho, em que ambas correspondem ao capital constante e ao capital variável. Nesse caso, temos: D = M = C + V. É através da interação entre esses dois capitais que surge as mercadorias, as quais são vendidas pelo preço D’. D’ é a soma de capital constante com capital variável e o lucro do capitalista. Entretanto, de onde vêm esse lucro? Ele surge do trabalho não pago realizado pelos trabalhadores. 
Ao receber o D’, o capitalista utiliza uma parte desse dinheiro para repor o dinheiro gasto na aquisição de bens de produção e com outra parte ele paga os salários dos trabalhadores. Todavia, o quantum de trabalho realizado pelos trabalhadores não equivale ao quanto lhe é pago em forma de salário, pois a magnitude de seu trabalho sobrepuja o custo do capital variável. I.é, o capitalista não paga aos trabalhadores o valor de todo o trabalho despendido no processo de produção. Ele paga apenas uma parte (V) e se apropria da outra (P), que é a mais valia extraída da força de trabalho. 
 
A lógica objetiva desse circuito preside a autonomização do valor de troca, pois “em D – M – D, o valor de troca se torna conteúdo e fim mesmo da circulação” (Marx, 2010, p. 24). Daí que Marx considere o dinheiro nesse circuito como sujeito do processo social mercantil, ou seja, como valor que põe valor adicional num processo tendente ao infinito e, por isso mesmo, não-dinheiro enquanto tal, mas capital. Como o capital é sujeito, o seu agente, dito capitalista, figura aí, então, como mero portador consciente de seu movimento. 
a forma D — M — D, transformação de dinheiro em mercadoria e retransformação de mercadoria em dinheiro, comprar para vender. Dinheiro que descreve no seu movimento esta última circulação transforma-se em capital, torna-se capital e, segundo a sua determinação, é já capital.

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