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AV1 Teoria da Pena

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NOTA
	
	
	
	
	
	
OBSERVAÇÃO: SOMENTE SERÃO CONSIDERADAS NAS QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA (1 A 6) AS LETRAS ABAIXO APONTADAS:
	QUESTÃO
	1
	2
	3
	4
	5
	6
	ASSERTIVA ESCOLHIDA
	 E
	 B
	 D
	 A
	 D
	 B
QUESTÃO 1. (Total: 0,5 ponto) No caso de concurso de crimes, a prescrição incidirá
a) sobre a pena de cada um, isoladamente, apenas na hipótese de prescrição da pretensão executória.
b) sempre sobre o total da pena.
c) sobre o total da pena, se o concurso for material, e sobre a pena de cada um, isoladamente, se formal.
d) sobre a pena de cada um, isoladamente, se corresponder a crime continuado, e sobre total, se o concurso for material ou formal.
e) sempre sobre a pena de cada um, isoladamente.
QUESTÃO 2. (Total: 0,5 ponto) Otelo objetiva matar Desdêmona para ficar com o seguro de vida que esta havia feito em seu favor. Para tanto, desfere projétil de arma de fogo contra a vítima, causando-lhe a morte. Todavia, a bala atravessa o corpo de Desdêmona e ainda atinge Iago, que passava pelo local, causando-lhe lesões corporais. Considerando-se que Otelo praticou crime de homicídio doloso qualificado em relação a Desdêmona e, por tal crime, recebeu pena de 12 anos de reclusão, bem como que praticou crime de lesão corporal leve em relação a Iago, tendo recebido pena de 2 meses de reclusão, é correto afirmar que 
(A) o juiz deverá aplicar a pena mais grave e aumentá-la de um sexto até a metade. 
(B) o juiz deverá somar as penas. 
(C) é caso de concurso formal homogêneo. 
(D) é caso de concurso formal impróprio.
QUESTÃO 3. (Total: 0,5 ponto) Pode-se dizer que autoria colateral caracteriza-se:
a) Pelo acordo prévio entre os agentes.
b) Pela igualdade da arma utilizada pelos agentes.
c) Pela existência da figura do co-autor.
d) Pela inexistência de acordo prévio entre os agentes.
QUESTÃO 4. (Total: 0,5 ponto) As regras do concurso formal perfeito (em que se adota o sistema da exasperação da pena) foram adotadas pelo Código Penal com o objetivo de beneficiar o agente que, mediante uma só conduta, praticou dois ou mais crimes. No entanto, quando o sistema da exasperação for prejudicial ao acusado, deverá prevalecer o sistema do cúmulo material (em que a soma das penas será mais vantajosa do que o aumento de uma delas com determinado percentual, ainda que no patamar mínimo). A essa hipótese, a doutrina deu o nome de 
(A) concurso material benéfico. 
(B) concurso formal imperfeito. 
(C) concurso formal heterogêneo. 
(D) exasperação sui generis.
QUESTÃO 5. (Total: 0,5 ponto) O Código Penal trouxe diversas regras sobre o concurso material ou formal de crimes, orientando o juiz no momento de aplicação da pena. Sobre o tema em questão, assinale a alternativa correta:
A) Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de até dois terços
B) No caso de aplicação cumulativa de penas de detenção e de reclusão, executa-se primeiro aquela.
C) No concurso formal, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido o agente, se a ação ou omissão, dolosa ou culposa, resultar de desígnios autônomos.
D) No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente.
E) No concurso material, aplica-se a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até dois terços.
QUESTÃO 6. (Total: 0,5 ponto) O princípio da humanidade consubstancia-se na ideia de que o direito penal deve pautar-se na benevolência, de forma a tratar dignamente aquele que comete um fato delituoso, visto que, apesar de ter infringido a norma penal, é pessoa humana como qualquer outra. Sendo assim, podemos afirmar corretamente que:
a) A pena de morte confronta o princípio da humanidade, sendo vedada no ordenamento jurídico brasileiro de forma absoluta.
b) O cumprimento de pena privativa de liberdade em regime fechado não atenta contra o princípio da humanidade, por isso é permitido no ordenamento jurídico brasileiro.
c) Ao condenado, durante a execução da pena, pode ser imposta a obrigação de realizar trabalhos forçados, desde que se garanta o benefício da remissão penal.
d) A imposição de castigos corporais ao preso provisório não se caracteriza como ilicitude, visto que o princípio da humanidade aplica-se apenas aos definitivamente condenados.
e) Constitui-se pena degradante, por violar o direito à liberdade de ir e vir do condenado, a imposição de penas restritivas de direitos consistentes na proibição de frequentar determinados lugares e limitação de fim de semana.
QUESTÃO 7. (Total: 2,0 pontos/CESPE) Sobre o tema reincidência, responda às seguintes questões, justificando suas respostas:
a) Suponha que o réu apresente uma única condenação anterior, transitada em julgado a menos de cinco anos, por crime de furto. No caso de novo processo por crime de roubo, é possível, na sentença condenatória, o aumento da pena-base por maus antecedentes e, em seguida, na segunda fase de aplicação da pena, o aumento em razão de reincidência? (1,0 ponto)
R.: Não. “A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial”, conforme Súmula 241 do Superior Tribunal de Justiça. Não pode um mesmo fato da folha de antecedentes penais do acusado ser considerado em dois momentos da dosimetria da pena, ou seja, como maus antecedentes e, posteriormente, como reincidência, sob pena de bis in idem. 
b) A agravante da reincidência, por ser de caráter objetivo, sempre prevalece sobre eventuais outras circunstâncias atenuantes? (0,5 ponto)
R.: Não. Quando ocorre concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes, devem prevalecer, sobre as circunstâncias objetivas, as de cunho subjetivo, que o Código Penal classifica como preponderantes, ou seja, as que resultam ou se originam dos motivos do crime, personalidade do agente e reincidência. 
c) A condenação anterior por contravenção penal transitada em julgado a menos de cinco anos pode gerar reincidência e(ou) maus antecedentes em condenação posterior por crime? (0,5 ponto)
R: A condenação definitiva anterior por contravenção penal não gera reincidência, caso o agente cometa um delito posterior, porquanto o artigo 63 do Código Penal é expresso em sua referência a novo crime. Contudo, não obstante não caracteriza reincidência, a contravenção pode ser considerada como reveladora de maus antecedentes. 
QUESTÃO 8. (Total: 2,0 pontos). A teoria adotada pelo Código Penal em relação à natureza jurídica do concurso de pessoas é a Teoria Unitária. Aponte 1 (um) exemplo fundamentadamente de exceção a tal teoria.
R.: O Código Penal adota a Teoria Unitária, também chamada de Monista. Segundo tal teoria, todos os que contribuem para a integração do delito cometem o mesmo crime, havendo unidade de crime e pluralidade de agentes. Neste sentido, dispõe o Código Penal, em seu artigo 29 que “quem, de qualquer modo, concorrer para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade”. 
Exceção à teoria Unitária, cooperação dolosamente distinta, artigo 29, § 2º do Código Penal. 
Exemplo: Considerando a hipótese dos meliantes Aldo e Berto combinarem de furtar uma casa que aparentemente encontra-se vazia, Berto entra na casa, enquanto Aldo espera no carro para a fuga. Ao invadir a casa Berto encontra a dona da casa e decide por conta própria estuprá-la. Após, o meliante Berto encontra Aldo e ambos fogem com um notebook. 
A cooperação dolosamente distinta impede que alguém responda por um fato que não estava na sua esfera de vontade ou de conhecimento, ou seja, considerando o exemplo acima Aldo não poderá responder pelo crime de estupro praticado por Berto pelo fato de não partilhar a intenção de estupro, mas apenas a intenção de furto.
QUESTÃO 9. (Total: 1,0 ponto/ESTUDO DE CASO/PLANO 4).Limitar as penas privativas da liberdade, em regime fechado, àshipóteses de violência e grave ameaça, já poderia ser um objeto para reforma penal. Qualquer do povo compreenderia o que poderia levá-lo à espécie de reclusão. Para o poder público, as consequências dessa reforma seriam reduzir o encarceramento, e, assim, formular políticas criminais mais certeiras para a redução dos crimes. E isto seria possível porque existem outras formas de impor reprimendas à locomoção, assim como novas tecnologias aptas a contribuir para o controle da liberdade dos condenados. Com base nos debates realizados em aula, responda justificadamente: é possível debater modelos de punição para o problema da violência e da criminalidade, a qual passe por uma Justiça Penal mais seletiva e focada? A busca de medidas alternativas, procurando novos meios de execução da pena, evitando a privação de liberdade, resguardando-a, somente, para aqueles casos considerados estritamente necessários, como em delitos graves e para condenados de alta periculosidade?
R.: Sim, é possível a discussão quanto a modelos de penalização frente ao problema da violência e da criminalidade. E há meios alternativos vigentes para o cumprimento das reprimendas impostas aos sentenciados em fase de execução de pena ou nas primeiras fases do processo criminal. 
O Direito está em constantes alterações, ao passo da "evolução" da sociedade, os problemas da violência e criminalidade estão presentes em todas as sociedades, sem distinção. A justiça restaurativa é um exemplo a ser vislumbrado, posto que, é uma técnica de resolução de conflito e violência que é orientada pela criatividade e sensibilidade a partir da escuta dos ofensores e das vítimas. 
Há meios vigorantes alternativos no que tange as medidas mais gravosas das penas em reclusão em regime fechado ou semiaberto, tais como as medidas cautelares, substituição da pena corpórea por multa, sursis, penas restritivas de direitos e permanecendo a privação da liberdade nos crimes graves. 
QUESTÃO 10. (Total: 2,0 pontos/ESTUDO DE CASO/PLANO 5). Tratando-se de uma espécie da pena, a pena de multa consiste no pagamento de determinado valor em dinheiro em favor do Fundo Penitenciário Nacional. Não pode ser confundida com outras sanções de cunho pecuniário, a exemplo da prestação pecuniária, prevista no artigo 43, inciso I do Código Penal, tampouco com valores em pecúnia da sanção denominada perda de bens e valores, também prevista no mesmo dispositivo legal, no inciso II. A pena de multa, quando admitida no tipo penal, é prevista de forma alternativa ou cumulativamente a outro preceito sancionador, de acordo com a opção política do legislador no processo de valoração dos bens jurídicos a serem tutelados pela norma penal. Portanto, o lastro da pena de multa é amplo e, consequentemente, as receitas advindas de sua arrecadação. Assim sendo, analise as consequências do não pagamento da pena de multa imposta. 
R.: Em tese o condenado não possa ter sua liberdade privada decorrente da ausência de pagamento da pena de multa, a sanção imposta somente será extinta após o decurso da prescrição, que nesta hipótese, entende a doutrina majoritária que incorrerá, havendo pena de prisão, no mesmo período que a prescrição de pena restritiva de liberdade, por força do artigo 114, inciso II, do Código Penal. Porém, pelo fato da pena de multa constar como sanção pendente de cumprimento, a primariedade do condenado somente será restituída após cinco anos da declaração da extinção da pena de multa. E ao interpretarmos o artigo 117, inciso V, do Código Penal, temos a agravante que o cumprimento da pena restritiva de direitos ou corpórea consiste em causa interruptiva de prescrição. Ou seja, enquanto o condenado cumpre eventual pena restritiva de direitos ou de liberdade que lhe fora imposta, a prescrição da pena de multa interrompe-se, passando a contar somente com o fim do cumprimento das demais sanções. Assim, temos uma situação em que o cumprimento da pena de multa estende-se por período extremamente longo, sendo o condenado de baixa renda prejudicado por sua situação financeira, posto que terá sua primariedade restituída apenas após o decurso de muitos anos.
Nota-se, nessas situações, que em muitos casos, a sanção mostra-se desproporcional ao ato cometido, posto que a pena se prolonga por infindáveis anos até ser finalmente extinta. Portanto, é possível constatar que existem outras correntes doutrinárias que apontam que a pena de multa constitui sanção penal apenas até o cumprimento da sanção diversa a que fora cumulativamente aplicada. E extinta esta última, a sanção pecuniária constituiria única e exclusivamente dívida de valor, não podendo surtir efeitos quanto à primariedade do condenado. 
Da situação exposta, pela análise das mudanças trazidas pela Lei 13.964/2019 que, sendo o réu reincidente, este fica privado de diversos benefícios processuais, como a impossibilidade de realizar acordo de não persecução penal (artigo 28-A, § 2º, inciso II do CP), impossibilidade de responder ao processo em liberdade provisória (artigo 310, § 2º, do CP), aumento no lapso penal temporal para progressão de regime (artigo 12 da LEP) e em caso de nova condenação, impossibilidade de fixação de regime aberto, ainda que a pena seja inferior a quatro anos.
Concluí-se, portanto, que a pena de multa merece especial atenção, principalmente na fase de conhecimento, posto que a defesa deverá ser vigilante para que não haja abusos na sua fixação, considerando os efeitos negativos que poderá trazer ao réu caso esta seja fixada em valor que torna impossível.
												 Boa Prova!
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