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Resumo Imunologia

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1 Lucas Moreira Cunha – 72C 
Transcrições Imunologia 3º Período 
 
1. Células e Tecidos do Sistema Imune: 
 
1.1. Células do Sistema Imune: 
• Primeiramente, podemos dividir as células do sistema imune em duas categorias: (1) 
imunidade inata (resposta rápida), que é composta pelas seguintes células: célula 
dendrítica, mastócito, basófilo, eosinófilo, neutrófilo, macrófago e célula NK; (2) e 
adaptativa (resposta lenta ➔ necessita primeiro de uma apresentação antigênica, ou 
seja, é mais especializada para determinado antígeno), que é basicamente composta 
pelos linfócitos B e T (CD4 ou CD8). OBS: o linfócito T γδ e a célula NK T são 
consideradas pertencentes aos dois grupos. 
 
 
1.1.1. Fagócitos: é o grupo de células responsáveis por realizar fagocitose, ou seja, ingerir 
e destruir microorganismos e se livrar dos tecidos lesados. 
• Para que ele realize a sua função, a seguinte sequência de eventos ocorre: recrutamento 
das células para os locais de infecção (este recrutamento ocorre pela liberação de 
citocinas pró-inflamatórias e histamina por, principalmente, mastócitos) ➔ 
reconhecimento e ativação pelos patógenos (interação entre receptor de membrana dos 
fagócitos com proteínas ou glicocálice de membrana do patógeno) ➔ fagocitose ➔ 
destruição dos microorganismos fagocitados por junção com vesículas de lisossomo. 
• Macrófagos e Neutrófilos compõem o grupo de fagócitos profissionais, uma vez que 
são altamente especializados em realizar fagocitose. Todavia, eles não são os únicos 
 2 Lucas Moreira Cunha – 72C 
fagócitos, deste modo, também pertencendo a este grupo as células dendríticas, 
mastócitos, eosinófilos e basófilos. 
 
1.1.2. Neutrófilos (PMN ou polimorfonuclear): são fagócitos caracterizados pela 
presença de um núcleo segmentado com 2 a 5 lóbulos. Compõem as fases iniciais 
da resposta inflamatória (aumentam de número em infecções agudas), uma vez que 
são as primeiras células a serem recrutadas para o foco de infecção. Possuí 
grânulos contendo lisozimas, colagenases e elastases, e lisossomas que contém 
enzimas microbicidas. Possuem uma meia-vida de 1 a 2 dias e são os leucócitos 
mais abundantes no sangue. 
 
 
1.1.3. Fagócitos Mononucleares: é o grupo composto por macrófagos (forma tecidual) 
e monócitos (células circulantes ➔ núcleo grande em forma de rim). Nos seus 
citoplasmas é possível observar-se lisossomas com enzimas microbicidas e vacúolos 
fagocíticos. Podemos subdividi-los em: (1) clássicos, que liberam mediadores 
inflamatórios e são rapidamente recrutados para um foco de infecção; e (2) não-
clássicos, que estão relacionados ao reparo tecidual, deste modo, estimulando 
angiogênese e fibrose. 
 
 3 Lucas Moreira Cunha – 72C 
• Podem destruir os patógenos por meio de endocitose com os lisossomos, 
deste modo, permitindo a ação das enzimas microbicidas, ou pela interação 
do patógeno com ROS. Além disso, por meio de uma alça de “feedback” 
liberam citocinas pró-inflamatórias que estimulam o recrutamento de mais 
monócitos. 
• Possuí uma meia-vida de vários dias após o início da infecção. 
• Os macrófagos recebem diferentes nomes dependendo do tecido em que se 
encontra. Dentre eles estão: (1) células microgliais ➔ cérebro; (2) células 
de Kupffer ➔ fígado; (3) macrófagos alveolares ➔ pulmão; e (4) 
macrófagos sinusoidais ➔ baço. 
 
1.1.4. Eosinófilos: os eosinófilos são células caracterizadas por apresentarem um 
citoplasma cheio de grânulos eosionofílicos, que, por sua vez, contém enzimas que 
levam ao dano na parede do parasito ➔ aumentam em infecções parasitárias. 
Encontram-se presentes nos tecidos periféricos, principalmente, nas mucosas do 
trato respiratório, gastrointestinal e genitourinário (locais de contato direto com o 
meio externo). 
 
 
1.1.5. Mastócitos: são células encontradas na pele e mucosa epitelial, além de tecidos 
adjacentes à pequenos vasos. Possui um citoplasma rico em grânulos de 
histamina e outros mediadores, que, quando a célula se liga à um IgE, são liberados 
e, assim, ocasionam todo um processo inflamatório. Ademais, atuam na defesa 
contra helmintos e possuem um papel muito importante na alergia. 
 4 Lucas Moreira Cunha – 72C 
 
1.1.6. Basófilos: são células com similaridade estrutural e funcional com os 
mastócitos. Representam menos de 1% dos leucócitos sanguíneos, e também 
expressam receptores para IgE. 
 
 
1.1.7. Células Dendríticas: são células amplamente distribuídas, sendo divididas em: (1) 
clássicas, que é mais predominante e responde a diferentes tipos de infecções; e (2) 
plasmocitoides, que responde principalmente contra vírus. É importante ressaltar 
que estas células possuem um precursor em comum com os monócitos, assim sendo, 
os monócitos, dependendo de certos estímulos específicos, ainda podem se 
diferenciar em um tipo de célula dendrítica inflamatória. 
 
 
 5 Lucas Moreira Cunha – 72C 
• É importante ressaltar que todas as células, acima citadas, provém da linhagem 
mieloide. Enquanto, por outro lado, os linfócitos provém da linhagem linfoide 
(OBS: célula NK T possuí um progenitor linfoide, porém uma função similar à 
das células de linhagem mieloide). 
 
1.1.8. Linfócitos: os linfócitos podem ser dos tipos B e T (que, por sua vez, pode ser 
subdivido em CD4, CD8 e linfócito T regulatório), sendo ambos originados de um 
percussor linfoide comum. O linfócito B imaturo saí da medula óssea e logo em 
seguida já entra na circulação sanguínea e linfática. O linfócito T imaturo, por outro 
lado, é formado no timo, de onde será posteriormente liberado na circulação. Tendo 
estes processos em mente, nos classificamos os órgãos linfoides como (1) órgãos 
linfoides geradores ou primários, grupo composto pela medula óssea e o timo; e 
(2) órgãos linfoides ou secundários, grupo que contém linfonodos, baço, tecido 
linfoide mucoso e cutâneo, que é onde ocorre a apresentação antigênica, e, por 
consequência, a ativação dos linfócitos. 
 
 Figura 1: A – linfócito inativado; C – linfócito ativado 
 
1.2.Órgãos Linfoides: 
 
• Como já dito, é possível dividir-se os órgãos linfoides em: (1) órgãos linfáticos 
geradores ou primários, grupo composto por medula óssea e timo; e (2) 
órgãos linfáticos secundários ou periféricos, que é composto por contém 
linfonodos, baço, tecido linfoide mucoso e cutâneo. 
 
 
 6 Lucas Moreira Cunha – 72C 
1.2.1. Timo: é um órgão linfoide primário, que pode ser subdividido duas zonas: (1) um 
córtex, onde estão presentes células epiteliais que são responsáveis pela produção 
de IL-7; e (2) e uma medula, onde há células epiteliais que realizam a apresentação 
de antígenos próprios ao organismo, deste modo, realizando uma seleção entre os 
timócitos (linfócitos T imaturos presentes no baço). Adendo: os corpúsculos de 
Hassal é um espiral de células epiteliais em degeneração. 
• Síndrome de Di George: é uma deleção cromossômica que acarreta em uma 
aplasia do timo ➔ deficiência de linfócitos T. 
 
 
1.2.2. Sistema Linfático: drena fluídos para dentro/ fora dos linfonodos, deste modo, 
coletando antígenos (ag) microbianos de seus portais de entrada e os liberando 
nos linfonodos. As células dendríticas (p. ex, células de Langherhans presentes 
na pele) reconhecem ag, os fagocitam e entram nos vasos linfáticos. 
 
1.2.3. Linfonodos: são cerca de 500, todos possuindo um córtex, que é composto 
basicamente por nódulos linfáticos, e uma região paracortical. Estes nódulos, por 
sua vez, são subdivididos em uma região externa mais basófila e circular, 
denominada de manto ou coroa que é constituída principalmente por linfócitos T, 
e um centro germinativo menos basófilo, que é constituído por linfócitos B em 
maturação e células dendríticas-foliculares. 
• A região paracortical, por sua vez, é composta basicamente por linfócitos T. 
Vale destacar a presença de vênulas de epitélio altonesta zona (é a via de 
entrada de linfócitos recirculantes nos linfonodos). 
 7 Lucas Moreira Cunha – 72C 
• As células dendríticas contendo antígenos fagocitados, ao chegarem nos 
linfonodos, liberarão quimiocinas, que, por sua vez, iniciarão uma 
biossinalização que irá realizar a ativação dos linfócitos aqui localizado. 
 
 
1.2.4. Baço: é um outro órgão linfoide secundário, cujas principais funções são: remover 
células sanguíneas velhas e danificadas e partículas (imunocomplexos ➔ anticorpo 
+ antígeno, ou simplesmente, complexo ig-ag) e iniciar respostas imunes 
adaptativas. 
 
1.3. Migração de Leucócitos 
 
• É o fenômeno que ocorre, por exemplo, na passagem do neutrófilo do sangue para um 
foco de infecção e na recirculação de linfócitos. 
• Os linfócitos naive (que nunca tiveram contanto com antígenos ➔ linfócitos B imaturos 
e linfócitos T maturos não ativados) migram continuamente para os folículos linfoides 
secundários. Isto é de extrema importância, uma vez que potencializa a chance do 
linfócito encontrar um antígeno especifico. 
• Adesão e recrutamento de leucócitos necessitam de adesão temporária do leucócito à 
cobertura endotelial dos vasos sanguíneos. Ademais, para que estas células endoteliais 
se tornem “grudentas”, é necessária a ativação por citocinas. 
 
As principais moléculas de adesão leucócito/ endotélio estão representadas no quadro 
abaixo. Elas podem ser duas grandes famílias: (1) selectinas, que podem estar presentes 
tanto na parede do leucócito, quanto no endotélio; e as (2) integrinas, que estão 
presentes apenas nos leucócitos. Vale destacar que, por exemplo, caso uma molécula de 
 8 Lucas Moreira Cunha – 72C 
adesão esteja presente na parede de um leucócito, obrigatoriamente o seu ligante estará 
presente no endotélio, e vice-versa. 
 
 
• Integrinas: são moléculas de adesão presentes apenas na MP de leucócitos, uma vez 
que, é esta molécula que irá auxiliar o leucócito a decidir onde parar e realizar 
diapedese. Nós podemos subdividi-las duas conformações: de baixa (forma enovelada) 
e de alta (forma estendida ➔ realiza uma conexão mais forte com o endotélio) afinidade, 
sendo que o estímulo para a passagem de uma para a outra é determinado por 
quimiocinas (liberadas pelo foco da infecção). Vale ressaltar que a expressão de 
ligantes de integrina no endotélio do vaso é estimulada por citocinas pró-inflamatórias 
e pela histamina. 
• Quimiocinas: são citocinas quimiotáticas, que estimulam o movimento de linfócitos e 
regulam a migração de leucócitos do sangue para os tecidos (OBS: são utilizadas as três 
seguintes nomenclaturas para se referir à quimiocinas: CC, CXC, CX3C) ➔ elas 
realizam essa função por conterem receptores na MP de diferentes leucócitos. 
 
 9 Lucas Moreira Cunha – 72C 
Assim sendo, possuem dois papeis na inflamação: (1) promover uma adesão aumentada 
dos leucócitos ao endotélio (promove a transformação da forma de baixa afinidade das 
integrinas para a sua forma de alta afinidade); e (2) ocasionar a migração de leucócitos 
para locais de infecção ou tecidos lesados 
 
Estas quimiocinas são produzidas por células que iniciam as respostas inflamatórias, 
tais como macrófagos e mastócitos. 
 
 
2. Imunidade Inata: 
 
• A imunidade inata é definida como a nossa resposta inicial que previne, controla ou 
elimina infecções. Além disso, elimina células danificadas e inicia o processo de 
reparo tecidual, e também influencia a resposta adaptativa pela produção de citocinas. 
• Esta resposta não necessita de uma primeira exposição ao antígeno (uma vez que as 
células participantes desta resposta possuem receptores de membrana que reconhecem 
antígenos), porém possuí memória imune quase insignificante (ou seja, não altera a 
magnitude de sua resposta dependendo do antígeno). Além disto, possuí um 
reconhecimento limitado e inespecífico (reconhece uma bactéria, mas não qual é esta 
bactéria). 
• Os componentes celulares da imunidade inata são: (1) as barreiras epiteliais; (2) 
macrófagos; (3) neutrófilos; (4) células dendríticas; (5) células natural killer (NK); (6) 
células linfoides inatas (ILC’s); (7) basófilos; (8) eosinófilos; e (9) mastócitos. Ademais, 
para uma melhor compreensão nós podemos subdividir a resposta imune inata em três 
grupos: (1) barreiras físicas e químicas; (2) neutrófilos, macrófagos, DC (célula 
dendrítica), NK, etc; e (3) proteínas ➔ sistema de complemento e outros mediadores. 
 10 Lucas Moreira Cunha – 72C 
• A barreira física é composta, principalmente, pelas células epiteliais que estão 
justapostas, deste modo, impedindo que patógenos do meio externo penetrem 
diretamente no nosso organismo. Além disto, ainda existem células neste epitélio que 
conseguem produzir peptídeos antimicrobianos. 
• As barreiras químicas são compostas pelos peptídeos antimicrobianos, as enzimas e o 
baixo pH; e a nossa barreira microbiológica é formada pela nossa microbiota natural. 
• Células Apresentadoras de Antígenos (APC’s): é um conjunto de células (células 
dendríticas, macrófagos e linfócitos B) cuja função é apresentar antígenos para a 
imunidade adaptativa, mais especificamente, para os linfócitos T, a fim de, deste 
modo, torná-los em linfócitos T efetores. 
• Células Linfoides Inatas (ILC’s): são células derivadas de um progenitor linfoide. 
Existem três tipos de ILC’s com papéis diferentes ao serem ativadas por diferentes 
interleucinas. Assim sendo, (1) a ILC 1 atua na defesa contra vírus e possuí um papel 
importante na inflamação; (2) a ILC 2 atua na defesa contra helmintos e na inflamação 
alérgica; e (3) a ILC 3 possuí uma função de barreira intestinal. Vale ressaltar que a 
célula NK é um tipo de ILC 1. 
 
• Célula NK: é um tipo de ILC 1 que ocasiona a morte de uma determinada célula 
lesionada ou infectada por um vírus ➔ ela realiza isso ao produzir citocinas que irão 
ativar receptores de morte e, assim, determinar a apoptose da célula em questão. Os 
macrófagos ao fagocitarem um antígeno irão produzir citocinas, por exemplo, a citocina 
IL-12, que irão ativar mais a NK ➔ ao ser mais ativada, a NK irá liberar IFN – gama, 
 11 Lucas Moreira Cunha – 72C 
que, por sua vez, ativará mais o macrófago, deste modo, finalizando uma alça de 
ativação entre esses dois componentes da imunidade inata. 
 
Para que estas células realizem a sua função, elas necessitam primeiro de reconhecer a 
célula que deve atacar. Isto é feito por meio de dois receptores, um ativador e outro inibidor. 
O receptor inibitório, por sua vez, irá se ligar ao MHC classe I (complexo principal de 
histocompatibilidade) ➔ este complexo está presente em todas as nossas células 
nucleadas e, deste modo, é o que permite ao sistema imune identificar o que é self ao 
nosso organismo. Assim sendo, esta ligação do receptor inibitório com o MHC Classe I é 
o que impede as células NK de atacarem o que é próprio ao organismo. ➔ células 
lesionadas, ou então, por exemplo, infectadas por vírus, possuem alterações neste complexo 
MHC I. 
 
 
• O reconhecimento de antígenos é feito por meio de PAMP’s (padrões moleculares 
associados à patógenos) e DAMP’s (padrões moleculares relacionados à danos). Por 
exemplo, todas as bactérias gram – negativas possuem um lipídio LPS na sua membrana 
(exemplo de PAMP); e também, todas as células induzidas ao estresse expressam HSP’s 
em sua membrana (exemplo de DAMP). 
 
• Ademais, existe uma diferença entre os receptores inatos e os adaptativos. Assim sendo, 
os receptores presentes em células do sistema inato não são específicos, deste modo, 
reconhecendo padrões moleculares comuns a diferentes células ➔ ou seja, reconhecem 
 12 Lucas Moreira Cunha – 72C 
PAMP’s e DAMP’s. Por outro lado, os receptores presentes nas células do sistema 
adaptativos são específicos, ou seja, reconhecem padrões moleculares únicos de cada 
patógeno (estes receptores são produzidos já quando eles estãonos órgãos linfoides 
primários), deste modo, podendo, por exemplo, identificar o tipo específico de uma 
bactéria ➔ cada clone de linfócito possuí receptores específicos, ao contrário das 
células do sistema inato, que, por sua vez, todos seus clones possuem os mesmos 
receptores. 
 
• Receptores do Tipo Toll (TLR): existem vários tipos nos mamíferos, podendo estar 
presente na superfície celular ou então endossomal ➔ cada um reconhecendo um 
DAMP/ PAMP diferente ➔ após reconhecer irá ativar uma via de ativação da célula, 
deste modo, fazendo-a liberar citocinas e expressar mais integrinas ou selectinas. 
 
 
 
 
• Receptores do Tipo NOD (NLR): são receptores que também promovem cascatas de 
ativação, com a diferença que levem a formação de um inflamossomo, que, por sua vez, 
estimula a transcrição de genes e a produção de citocinas. 
 13 Lucas Moreira Cunha – 72C 
 
Figura 2 – diferenças conceituais entre receptores da imunidade inata e adaptativa. OBS: este rearranjo gênico em 
células do sistema imune adaptativo ocorre nos órgãos linfoides primários. 
• Reconhecimento, Fagocitose e Destruição Intracelular de Patógenos: um receptor, 
por exemplo de manose, presente no fagócito reconhece um PAMP ➔ ativação desta 
célula (produz mais citocinas e quimiocinas)➔ fagocitose do patógeno ➔ junção do 
fagossomo com um lisossomo ➔ morte do patógeno (exposição do patógeno à enzimas 
lisossomais, ROS e óxido nítrico). 
 
 
• Sistema de Complemento: é um sistema composto por proteína, que realizam a 
opsonização (opsonizar significa ficar em volta) de patógenos, deste modo, 
aumentando a habilidade das APC’s em fagocitar microorganismos. Além disso, 
também podem matar diretamente microorganismos (pode formar poros na membrana 
 14 Lucas Moreira Cunha – 72C 
do microorganismo) ➔ o complemento pode ser ativado por três vias: clássica, 
alternativa e da lectina. OBS: algumas proteínas do complemento também podem 
promover inflamação. 
• Citocinas: são proteínas liberadas por componentes do sistema imune e células lesadas, 
que provem respostas inflamatórias ao recrutar mais fagócitos para locais de 
infecção (fazem isso ao ativar células do sistema imune, deste modo, fazendo com elas 
expressem mais integrinas e liberem mais citocinas; além de também aumentar a 
expressão de ligantes no endotélio vascular) ➔ são produzidas fundamentalmente por 
macrófagos, células dendríticas e mastócitos ➔ possuem função parácrina e endócrina. 
• Tipos de Respostas do Sistema Imune: nós podemos subdividir em dois tipos: (1) a 
inflamação, que ocasiona o transporte de leucócitos circulantes e proteínas plasmáticas 
para o local da inflamação. É a principal reação a células danificadas ou mortas. São 
amplamente conhecidos cinco sinais de inflamação: calor, rubor, edema 
(vasodilatação), dor e perda de função; e (2) reação antiviral, que é uma resposta que 
determinam uma maior resistência da célula à uma infecção viral. Por exemplo, uma 
célula X é infectada por um vírus ➔ esta célula X agora passa a produzir, 
principalmente, Interferon 1 (IFN 1) ➔ este IFN 1 atua sobre as demais células, de 
forma parácrina, deste modo, aumentando a resistência destas contra uma infecção viral. 
Além desta função, o IFN 1 ainda ocasiona o sequestro de linfócitos dos linfonodos 
(tenta maximizar a chance destes linfócitos encontrarem o seu antígeno específico); 
aumenta a citotoxicidade de células NK e linfócitos T CD8; e regulam positivamente a 
expressão de MHC – 1. 
 
3. Imunidade Adaptativa: 
• A imunidade adaptativa é composta pelos linfócitos T e B e começa a ocorrer cerca de 
12 horas após o início de uma resposta imune (mais lenta). As principais características 
desta resposta são: (1) sua especificidade ➔ específica para determinado antígeno, que 
é reconhecido por complexos na sua membrana denominados de determinantes ou 
epítopos; (2) sua diversidade (garantido pelos conceitos de seleção e expansão clonal); 
(3) sua memória ➔ as células de memória são linfócitos B; e (4) a sua não reatividade 
ao próprio (autotolerância) (consegue reconhecer o que é self ao organismo e não 
ocasionar uma resposta imune à ele) ➔ muito por conta da seleção tímica. Além disso 
ainda podemos subdividir a imunidade adaptativa em dois subgrupos: (1) a imunidade 
 15 Lucas Moreira Cunha – 72C 
humoral cujo mecanismo efetor é a produção de anticorpos e o tipo de linfócito 
envolvido é o B. Esta imunidade está relacionada ao bloqueio de infecções e eliminação 
de microorganismos extracelulares; e (2) a imunidade celular, que se apoia na função 
dos linfócitos T auxiliares e citotóxicos para ocasionar a morte de células infectadas e 
potencializar os fagócitos (função do linfócito T auxiliar). 
 
 
• Linfócitos: nós podemos subdividir os linfócitos em: (1) linfócitos B, cujas principais 
funções são ativação do sistema de complemento, produção de anticorpos e 
apresentação antigênica (logo, não necessita de apresentação para ser ativado); (2) 
linfócitos T auxiliares, cuja principal função é ativar macrófagos, linfócitos T e B (no 
caso destes últimos dois, também estimula sua proliferação e diferenciação); (3) 
linfócito T CD8 ou citotóxico, que possuí a função de matar células infectadas; e (4) o 
linfócito T CD4 ou regulador, que realiza a supressão dos linfócitos. Vale ressaltar 
que todos os linfócitos ganham seus receptores específicos (no caso dos B, o BCR, e no 
caso dos T, o TCR) nos órgãos linfoides primários e depois entram em uma continua 
recirculação nos órgãos linfoides secundários, a fim de encontrar o antígeno específico 
para o seu receptor. Vale ressaltar que os linfócitos possuem três fases de maturação: 
(1) linfócito naive imaturo; (2) linfócito naive maduro; e (3) linfócito efetor. 
 
• A especificidade da imunidade adaptativa é garantida pela interação entre receptores 
(BCR e TCR) e epítopos antigênicos específicos ➔ além disto, existe uma 
recombinação somática nos genes destes receptores (ocorre nos órgãos linfoides 
 16 Lucas Moreira Cunha – 72C 
primários), fato que garante uma diversidade muito maior de resposta (isso somado à 
seleção e expansão clonal). A expansão clonal consiste no fato de que após a ativação 
de um determinado clone de linfócito pelo seu antígeno específico (papel das 
APC’s), há uma tendência para a produção de cada vez mais cópias deste clone, a 
fim de, deste modo, garantir uma resposta mais eficaz. 
 
 
3.1.Imunidade Celular: 
• se inicia após uma APC’s reconhecer um antígeno, alterar a sua conformação de 
receptores e ir para um órgão linfoide secundário, onde ela irá apresentar este 
antígeno para um linfócito T ➔ a célula APC para poder apresentar esta 
antígeno ele passa a expressar um dos constituintes da MP deste antígeno 
específico no seu complexo MHC ➔ este constituinte irá ser reconhecido pelo 
TCR do linfócito T, deste modo, permitindo que o linfócito seja ativado. 
 
 17 Lucas Moreira Cunha – 72C 
• Linfócito T CD4: é o tipo de linfócito que possuí a função de orquestrar a 
resposta imune; é ativado pelo MHC classe II da APC, e dependendo do tipo 
de antígeno, podendo se diferenciar em três tipos: Th1, Th2 e Th17 [ 
• Linfócito T CD8: é o tipo de linfócito responsável por produzir a apoptose de 
células-alvo infectada; e é ativado pelo MHC classe I da APC (é importante 
ser o I, pois, como ele está presente em todas as células do nosso organismo, o 
linfócito T CD8 será capaz de reconhecer qualquer célula infectada). 
 
3.2. Imunidade Humoral: 
• Esta resposta se inicia após a diferenciação de um linfócito B específico para 
determinado antígeno em um plasmócito (processo que pode levar semanas), 
célula que, por sua vez, é capaz de produzir anticorpos. Por um outro lado, este 
mesmo linfócito B também pode se diferenciar em uma célula B de memória, 
que, por sua vez, irá permanecer após o fim da resposta primária e promover 
uma respostasecundária (muito mais potente, rápida e com maior 
afinidade) quando o organismo entrar em contato novamente com este antígeno. 
 
 
• O linfócito B necessita de dois sinais, sendo o primeiro sempre vindo da 
interação BCR – epítopo. O segundo sinal por ser ocasionado dois meios: (1) 
a resposta timo-dependente, cujo segundo sinal é por meio de uma interação 
entre o MHC classe II do linfócito B com o CD4 de um linfócito T auxiliador 
➔ ocorre em respostas relacionadas a proteínas, e é considerada melhor que a 
resposta timo-independente; e (2) a resposta timo-independente, cujo 
 18 Lucas Moreira Cunha – 72C 
segundo sinal é por meio de uma interação entre um receptor inato que este 
linfócito tenha com uma molécula induzida pelo resposta inata (p. ex, um 
coestimulador ou um fragmento do complemento) ➔ ocorre em respostas 
relacionadas a polissacarídeos ou ácidos nucleicos. 
• Por fim, nós temos principalmente 4 tipos de anticorpos: IgG (plasma e 
transporte placentário), IgA (plasma, mucosa e leite materno), IgM e IgE 
(associada a mastócitos). 
• Imunidade Ativa: é quando o indivíduo possuí todo o processo imune citado 
acima, deste modo, desenvolvendo especificidade e memória ao antígeno ➔ 
vacinas. Por outro lado, na imunidade passiva é dado ao paciente anticorpos já 
prontos, assim sendo, ele não irá passar por todo este processo e, assim, não irá 
desenvolver memória ➔ soro. 
 
 
4. Imunoglobulinas: 
• As imunoglobulinas ou apenas anticorpos (Ig’s) são globulinas sintetizadas por células 
da linhagem do linfócito B, ou seja, plasmócitos, plasmócitos de vida longa e células B. 
Ademais, as Ig’s existem em duas formas: ligadas à MP de linfócitos B, ou livres no 
plasma. 
• Os anticorpos são, basicamente, o BCR de linfócitos B que se desprende da sua MP 
e é liberado do soro ➔ a diferença de um pra outro que é no lugar da cauda 
citoplasmático do BCR, a Ig possuí uma peça caudal. 
 
 19 Lucas Moreira Cunha – 72C 
 
4.1. Estrutura do Anticorpo: 
• O anticorpo é sempre composto por uma região constante e uma variável, além de 
também ter quadro cadeias: duas pesadas e duas leves (pode ser lambda ou capa, sendo 
que a capa é mais comum, assim, compondo 60% das cadeias leves das Ig’s ➔ uma 
variação desta proporção pode estar relacionado a tumores), sendo que as pesadas 
variam de acordo com o tipo da Ig. 
 
 
• Nomenclatura por Fragmentação Proteolítica: 
 
• A Fab é a região de ligação ao antígeno, uma vez que ela contém a região variável. 
Esta região variável é o que garante especificidade e diversidade ao anticorpo. 
Todavia, a variabilidade da sequência não é distribuída uniformemente por toda a região 
variável, deste modo, está concentrada em determinados segmentos, que denominados 
 20 Lucas Moreira Cunha – 72C 
de regiões hipervariáveis ou CDR’s ➔ são quem verdadeiramente reconhece os 
antígenos, deste modo, sendo complementares ao antígeno ➔ há três CDR’s em cada 
parte do Fab, ou seja, três de cadeia leve e três de cadeia pesada. 
• Parátopo: é a região do Fab que é complementar ao epítopo do antígeno ➔ é 
composto pelos CDR’s. 
• Isótopos de Anticorpos: nós possuímos cinco isótopos de anticorpos: IgG, IgE, IgD, 
IgM e IgA. Vale ressaltar que consideramos IgG, IgE e IgD como Ig’s monoméricas; 
IgA como Ig dímera (porém também pode se apresentar como monômero); e a IgM 
que é pentamérico na sua forma secretada (atuando como BCR é um monômero). 
Ademais, estas Ig’s ainda podem ter três valências de interação: (1) ser monovalente 
➔ se liga a apenas um epítopo por vez; (2) ser bivalente ➔ se liga a dois epítopos por 
vez ➔ as Ig’s monoméricas podem realizar interação mono ou bivalente; ou (3) ser 
polivalente e se ligar a múltiplos epítopos por vez ➔ apenas a IgA e a IgM podem 
realizar este tipo de interação. 
 
 
4.2. Funções dos Anticorpos: 
• A função da Ig está relacionada a sua porção Fc ➔ uma vez que é a porção que é 
reconhecida por outra célula do sistema imune. Assim sendo, um anticorpo pode ter 
as seguintes funções: (1) neutralização de microrganismos e toxinas; (2) opsonização 
e, por consequência, auxílio na fagocitose de microrganismos; (3) promover 
citotoxicidade em conjunto com a célula NK ➔ a ligação Ig-Ac sinaliza para a célula 
NK que tal célula X necessita de entrar em apoptose; (4) ativação do sistema do 
complemento pela via clássica. Ademais, há “três regras” que são necessárias para que 
 21 Lucas Moreira Cunha – 72C 
a Ig desempenhe a sua função corretamente: (1) necessita-se da ligação Ig-Ac; (2) 2 ou 
mais unidades Fc adjacentes disponíveis para reconhecimento por outra célula do 
sistema imune; e (3) obviamente, cada isótipo de Ig possuí suas funções especificas. 
 
• Tendo em mente que a porção Fc que determina a função da Ig, e que cada isotipo de 
Ig possuí uma função de diferente, logo cada isotipo possuí uma Fc diferente e 
própria. Assim sendo, as Fc de cada Ig são: (1) IgA ➔ Alfa; (2) IgM ➔ Mu; (3) IgD 
➔ Delta; (4) IgG ➔ Gama; (5) IgE ➔ Epsilon. 
 
• Funções específicas de cada isotipo de Ig: 
I. IgA: possuí uma meia-vida plasmática de 6 dias, é a segunda Ig predominante 
no soro e está relacionada a neutralização de toxinas e principalmente à 
imunidade de mucosa. 
 
II. IgD: possuí uma meia-vida plasmática de 3 dias, representa menos de 1% das 
Ig’s no plasma e atua basicamente como BCR nos linfócitos B naive. 
 
III. IgE: possuí uma meia-vida plasmática de 2 dias e está relacionada à defesa 
contra helmintos (eosinófilos) e na alergia (mastócitos e basófilos). 
 
IV. IgG: é a Ig em maior concentração no plasma e com maior meia-vida (23 
dias ➔ possuí uma maior meia-vida por conseguir sobreviver no fagossomo ao 
ser fagocitada junto ao antígeno). Nós possuímos 4 subclasses de IgG: IgG1, 
IgG2, IgG3 e IgG4. Está relacionada à: (1) opsonização ➔ IgG1 e IgG3; (2) 
ativação do complemento ➔ IgG 1, 2 e 3; (3) citotoxicidade mediada por Ig; (4) 
imunidade neonatal ➔ passa na placenta (IgG1 > 4 > 3 > 2); e (5) inibição por 
retroalimentação de células B. 
 
V. IgM: possuí uma meia-vida plasmática de 5 dias e pode atuar como BCR de 
linfócito B naive (forma monomérica), como ativador do complemento e 
também podem neutralizar toxinas. Vale ressaltar que são as primeiras Ig’s a 
serem produzidas na fase aguda da infecção. 
 
 22 Lucas Moreira Cunha – 72C 
• Após a ativação do linfócito B, pode ocorrer uma mutação somática que ocasione uma 
maturação de afinidade do seu Ig secretado ➔ há um aumento da afinidade no 
reconhecimento do antígeno ➔ quanto mais tempo se passa após uma infecção, 
maior a afinidade da Ig ➔ processo chamado de maturação de afinidade. 
 
• Resultado de Exame: 
Ig G Ig M Significado 
Positivo Negativo Você teve determinada 
doença, mas não está com 
ela ativa 
Positivo Positivo Você teve determinada 
doença, mas apenas com 
este exame não é possível 
saber se ela estava ativa 
(uma vez que algumas 
doenças continuam com 
IgM positivo mesmo 1 ano 
após infecção) ➔ neste 
caso é necessário realizar o 
teste de avidez e checar a 
maturação de afinidade ➔ 
quanto maior a avidez mais 
tempo passou da infecção. 
Negativo Positivo Você está com 
determinada doença em 
fase aguda 
Negativa Negativa Você nunca teve 
determinada doença 
 
 
5. MHC – Processamento e Apresentação de Antígenos: 
 
5.1. Apresentação do Antígeno Complexo Peptídeo – MHC: 
 
• Os linfócitos T naive necessitam que uma célula APC apresente a ele seu antígeno 
específico, para que, deste modo, ele consiga se diferenciar em um linfócito T efetor. 
Para que isto ocorra, a seguinte via acontece: um antígeno entra por meio de alguma das 
três vias de penetração: pele, trato respiratório ou trato digestivo ➔ uma célula 
 23 Lucas Moreira Cunha – 72C 
fagocítica presente próxima ao local reconhece o PAMP deste antígeno e, deste modo, 
o fagocita ➔ esta célula agora se tornauma APC (a fagocitose do antígeno leva à uma 
via de biossinalização que ocasiona a expressão de algum peptídeo de membrana 
deste antígeno no complexo MHC da célula APC, além de também aumentar a 
expressão do próprio MHC) e, assim, migra para o órgão linfoide secundário mais 
próximo do local de infecção ➔ neste local agora ela realizará a apresentação antigênico 
ao linfócito T naive específico para este antígeno, deste modo, o ativando e tornando-o 
um linfócito T efetor. 
• As principais células APC’s que possuímos são células dendríticas (mais importante de 
todas), macrófagos e células B. Estes dois últimos atuam na ativação, principalmente de 
linfócitos T CD4 
 
 
• Assim sendo, para que haja esta ativação do linfócito T naive são necessários dois sinais 
na interação entre ele e a célula APC (provavelmente uma célula dendrítica). O primeiro 
sinal é sempre vindo da interação entre o complexo MHC (se for um CD4, com o 
complexo classe II, e se for com o CD8, com o complexo classe I) + peptídeo 
antigênico da célula APC e o TCR do linfócito em questão ➔ o TCR consegue 
interagir com o MHC, pois ele já foi apresentado a ele por células no timo (processo de 
seleção tímica). O segundo sinal, por sua vez, é realizado pela interação entre 
coestimuladores presentes na APC e no linfócito ➔ no caso específico da apresentação 
por uma célula dendrítica, esta interação ocorre entre B7 (molécula na membrana da 
CD) e CD28 (molécula na membrana do linfócito). Após este processo haverá expansão 
clonal e gradual migração destes linfócitos para o foco da infecção. 
 24 Lucas Moreira Cunha – 72C 
 
 
• No caso da apresentação realizada por macrófagos, caso ele interaja com um linfócito 
T auxiliar ou CD4, após a ativação deste linfócito, ele manda um retrofeedback, na 
forma de citocinas, para o macrófago, deste modo, tornando-o mais ativo. O mesmo tipo 
de processo ocorre também caso haja uma interação entre linfócito B e linfócito T CD4 
➔ vale ressaltar que esta interação não ocorre entre BCR e TCR, e sim entre o MHC 
do linfócito B e o TCR. 
 
• Ao mesmo tempo que há a ativação de um linfócito T por uma célula dendrítica, este 
linfócito e as células NK já presentes no meio começam a liberar citocinas pró-
inflamatórias, principalmente IFN – Gama, que atuam de forma parácrina, deste modo, 
causando um aumento na expressão de MHC nas células dendríticas ao redor, deste 
modo, estimulando o processo de apresentação antigênica. 
 
• Restrição ao MHC: o linfócito T reconhece apenas o MHC praticamente igual 
àquele que foi apresentado à ele na seleção tímica ➔ pequenas diferenças na 
estrutura deste complexo já impossibilitam seu reconhecimento pelo linfócito ➔ 
principal problema em transplantes de órgãos. 
 
 
5.2. Detalhamento do MHC: 
 
• O MHC possuí uma grande importância médica, uma vez que estudos vem relacionando 
alterações alélicas do HLA (MHC humano) com diversas doenças autoimunes, tais 
como DM tipo I, doença de Graves, tireoidite de Hashimoto, doença de Addison, 
síndrome poliglandular autoimune e insuficiência ovariana prematura. Além disso, 
 25 Lucas Moreira Cunha – 72C 
diferenças, mesmo que pequenas, no HLA de diferentes pessoas é um dos principais 
fatores responsáveis pela rejeição de órgãos em transplantes. 
 
• Nós possuímos dois tipos de MHC: (1) o classe I, que ainda pode ser subdividido em 
HLA’s A, B e C. Vale ressaltar que o MHC Classe I interage com o linfócito T CD8 e 
é expresso por todas nossas células nucleadas; (2) e o classe II, que pode ser 
subdividido em HLA’s DP, DQ e DR. Vale ressaltar que MHC Classe II interage com 
o linfócito T CD4 e é expresso apenas por células APC’s. 
 
 Figura 3 – na primeira imagem temos a estruturas do MHC classe I, e na segunda do MHC classe II 
 
• Cada molécula de MHC tem o potencial para sofrer uma alteração conformacional e, 
deste modo, passar a expressão um peptídeo de origem antigênica ➔ este peptídeo 
estabiliza a estrutura do MHC, assim, permitindo que este complexo peptídeo – MHC 
possua uma meia-vida longa. 
 
• Para que o processo detalhado acima aconteça, há de ocorrer um processamento do 
antígeno que permita ao MHC expressar um de seus peptídeos. Assim sendo, este 
processamento ocorre de maneira diferente nos classe I e no II: 
 
I. No caso do MHC classe I ocorre o processo de apresentação de proteínas 
citosolicas produzidas pelo antígeno. Este processo ocorre do seguinte modo 
➔ As proteínas microbianas presentes no citosol que sofrem degradação 
proteassômica derivam de microrganismos (tipicamente vírus) que se replicam 
e sobrevivem no citosol das células, bactérias extracelulares que injetam 
proteínas no citosol, e vários organismos extracelulares que são fagocitados e 
 26 Lucas Moreira Cunha – 72C 
têm suas proteínas transportadas a partir de vesículas para dentro do citosol.➔ 
estas proteínas são processadas nos proteossomos, que, deste modo, libera 
peptídeos específicos do antígeno ➔ estes peptídeos agora vão para o RE (a 
entrada deles é facilitada por uma proteína chamada TAP), onde ocorrerá a sua 
fusão com o MHC que está sendo formado ➔ após a formação do complexo 
peptídeo – MHC, haverá a formação de vesículas que serão direcionadas para a 
MP. 
 
II. Por outro lado, no caso do MHC classe II ocorre a apresentação por proteínas 
extracelulares. Este processo consiste na seguinte via: há a endocitose de uma 
proteína extracelular, levando a formação de um endossomo (diferentemente da 
outra via de apresentação, aqui a proteína não é liberada no citosol da célula, e, 
deste modo, não interage com proteossomos citosolicos ➔ há a junção deste 
endossomo com lisossomos, fato que irá proporcionar a digestão desta proteína 
em segmentos peptídicos menores ➔ ao mesmo tempo, há a formação no RE 
de MHC classe II com uma cadeia variante (esta cadeia bloqueia a fenda do 
MHC, que é o local onde há a ligação com o peptídeo antigênico ➔ tenta evitar 
a ligação de peptídeos vindos da via de apresentação por proteínas citosolicas 
com o MHC II, ao invés do classe I) ➔ há a formação de vesículas contendo o 
MHC classe II (a fenda continua bloqueia por um fragmento peptídico da cadeia 
variante, que é denominado de CLIP) ➔ o endossomo e a vesícula contendo 
MHC se fundem ➔ há a clivagem da CLIP (realizada pelo HLA DM) e junção 
com o peptídeo antigênico ➔ após a formação do complexo peptídeo – MHC 
II, há a exocitose da vesícula para a membrana plasmática. 
 
 
 27 Lucas Moreira Cunha – 72C 
• Apresentação Cruzada de Antígenos: é o que ocorre em casos de fagocitose celular 
por células APC’s. Neste processo, como houve fagocitose, esperava-se que a 
apresentação ocorresse pela via de proteínas extracelular, e, por consequência, houvesse 
ativação apenas do MHC Classe II. Todavia, há escape de proteínas da célula fagocitada, 
deste modo, também permitindo a apresentação pela via de proteínas citosolicas e, por 
consequência, também há a ativação do MHC Classe I. 
• Por fim, fatores genéticos podem estar associados a um maior risco no desenvolvimento 
de doenças autoimune. Tal como ocorre, por exemplo, nos casos de: (1) HLA-B27 
positivo ➔ maior predisposição espondilite anquilosante; e (2) polimorfismos de HLA-
DR3 e DR4 ➔ maior predisposição para o desenvolvimento de DM tipo I. 
 
 
6. Maturação e Ativação dos Linfócitos T: 
 
• Os principais sinais de uma potencial imunodeficiência primária são: (1) duas ou mais 
pneumonias em um ano; (2) quatro ou mais novas otites no último ano; (3) estomatites 
de repetição ou monolíase por mais de dois meses; (4) abcessos de repetição; (5) dois 
ou mais episódios de infecção sistêmica grave (tal como, por exemplo, meningites, 
osteoartrites e sepsis); (6) uso de antibiótico por mais de dois meses, sem resposta 
esperada; (7) nas crianças, falência em ganhar peso ou crescer normalmente; (8) dois ou 
mais episódios de sinusopatiano último ano; (9) necessidade de antibioticoterapia 
endovenosa para melhora clínica; ou (10) histórico familiar de imunodeficiência 
primária ➔ na presença de um ou mais sinais é mandatória a investigação laboratorial 
para IDP. 
 
6.1. Maturação do Linfócito T: 
 
• Primeiramente, vale ressaltar que tanto os linfócitos T, quanto os B, possuem estágios 
de maturação idênticos, apenas com diferenças no local de maturação e no receptor que 
vai ser formado 
• Estágios de Maturação: célula tronco hematopoiética ➔ pró-linfócito, ➔ pré-
linfócito➔ linfócito imaturo ➔ subpopulações de linfócito ➔ linfócito maduro naive 
(não teve contato com o antígeno). Durante todo este processo de maturação, ocorrem 
 28 Lucas Moreira Cunha – 72C 
eventos de: (1) comprometimento com a linhagem mieloide; (2) proliferação de células 
progenitoras e imaturas, para que, deste modo, haja um reservatório pronto para uma 
eventual necessidade; (3) rearranjo somático dos genes dos receptores; (4) seleção; e 
por fim, (5) diferenciação em subpopulações funcionalmente e fenotipicamente 
distintas. Vale ressaltar que durante todas as fases de maturação, para que o linfócito 
continue o seu desenvolvimento, e não entre em apoptose, são necessários sinais 
positivos que determinem que ele não possuí nenhum problema na sua formação. 
 
 
6.2. Formação dos Receptores Linfoides: 
 
• Primeiramente, quando a célula ainda está na fase de pré-linfócito, há a formação de 
um pré receptor, que possuí uma região que continuará na sua forma final (no caso 
BCR já há a cadeia pesada, e no caso do TCR já há a cadeia beta) e uma que será 
substituída. A seleção negativa nesta fase ocorre em casos de não formação deste pré-
receptor ➔ fase no órgão linfoide primário: após isso há a diferenciação desta célula 
em um linfócito naive imaturo, num processo que haverá a formação da cadeia que 
falta no receptor. A seleção positiva, neste ponto, para o prosseguimento da maturação 
é a seleção tímica (caso dos linfócitos T), em que é testado se o linfócito interage com 
o MHC próprio e adequado ao seu tipo (CD4 ➔ MHCII e CD8 ➔ MHCI). Por outro 
lado, a seleção negativa (que ocasiona apoptose do linfócito) ocorre em casos de ligação 
forte ao antígeno próprio, em que há a deleção clonal; no caso do BCR, quando ocorre 
esta ligação forte, pode ocorrer uma edição do receptor e, deste modo, a célula não 
precisa entrar em apoptose. Este mecanismo é chamado de tolerância central. 
 29 Lucas Moreira Cunha – 72C 
• O processo de rearranjo nos genes dos receptores é chamado de recombinação VDJ (v 
– variabilidade, d – diversidade, j – junção) ➔ há regiões v, d (a d encontra-se presente 
apenas no gene que determina a primeira cadeia a ser formada, ou seja, a cadeia pesada 
e a beta) e j nos segmentos recombinantes destes genes, que são porções do segmento 
gênico determinante da região variável do receptor ➔ este processo NÃO ocorre 
na região constante. Por fim, vale ressaltar que este processo de recombinação já 
acontece desde a formação das cadeias beta ou pesada dos pré-receptores. 
 
 
• Por um outro lado, nas células da linhagem germinativa há um número maior de 
sequências em cada um destes 3 segmentos acima, deste modo, por recombinação 
VDJ, cria-se uma gama grande de possibilidades de combinação, tal como mostra o 
quadro abaixo. 
 
➢ Neste processo de recombinação VDJ, que ocorre nos órgãos linfoides primários, há a 
escolha de apenas um tipo de v, d e j dentro todas as possibilidades acima, o que 
ocorre de forma aleatória. Além disto, ainda há, após a formação do RNAm do 
receptor, a inserção de nucleotídeos N/P, o que aumenta mais ainda a variabilidade deste 
processo. “Basicamente”, o processo de recombinação VDJ é um rearranjo aleatório 
(tal como vimos na análise combinatória), que em que diferentes combinação de v, 
d e j geram diferentes receptores TCR e BCR ➔ é por conta disso que temos uma 
quantidade de 107 a 109 clones diferentes de linfócitos. 
 30 Lucas Moreira Cunha – 72C 
 
 
➢ Este processo é realizado por meio de proteínas linfócito-específicas, que medeiam 
a recombinação VDJ ao reconhecerem sequências de DNA chamadas de sequências 
sinais de recombinação (RSSs). Estas RSSs são sequências conservadas de 7 a 9 
nucleotídeos, que entre elas, há espaçadores de 12 (1 volta) ou 23 (2 voltas hélices 
DNA) nucleotídeos não conservados. ➔ Regra 12/23: por exemplo, se na região 
V da cadeia kappa o espaçador é 12, na região J será 23, ou seja, eles sempre tem 
que ser diferentes ➔ isto ocorra para que não haja recombinação entre regiões 
iguais, tal como, por exemplo, entre duas V. Por outro lado, quando há de se 
recombinar V, D e J (casos das cadeias pesada e beta), primeiro recombina-se D 
com J (seguindo a regra do 12/23) e depois V com D-J. 
 
 
➢ Posteriormente à recombinação, há a deleção/ corte de toda a sequência que não 
interessa mais (a clivagem neste caso é realizada pelas proteínas RAG1 e RAG2). 
Por fim, a união das sequências selecionadas é realizada pela ação conjunta da 
artemis (abre os grampos) e da TdT (adiciona nucleotídeos entre as sequências). 
 
 31 Lucas Moreira Cunha – 72C 
 
 
➢ Os linfócitos T num primeiro momento, são chamados de duplo positivos, pois além 
do complexo TCR (TCR + 2 cadeias CD3 + cadeia zeta ➔ estas 3 cadeias são 
importantes, pois na sua porção citoplasmática há um domínio chamado ITAM, que 
é quem sinaliza à célula todo sinal necessário para a sua ativação ➔ estas cadeias 
são como braços efetores do TCR, ou seja, o TCR reconhece e elas iniciam os 
processos de biossinalização necessários para que haja a ativação da célula) 
formado, eles apresentam tanto CD4 quanto CD8 ➔ o processo que leva à 
transformação desta célula em uma simples positiva ocorre durante a seleção 
positiva da seleção tímica, ou seja, caso o TCR da célula interaja com o MHC I, 
ela perderá o CD8 e se especializará em um linfócito T CD4, a reciproca é verdadeira 
➔ após o final deste processo há a formação de um linfócito T maturo naive, que 
agora irá se direcionar aos órgãos linfoides periféricos para que haja a sua ativação 
pelas APC’s. 
 
6.3. Ativação do Linfócito T Naive: 
 
• A ativação dos linfócitos T ocorre nos órgãos linfoides periféricos, onde haverá o 
contato do complexo MHC – peptídeo com o TCR + coestimulação (CD28 do 
linfócito com B7 da APC), este reconhecimento ativa seus braços efetores (CD3 + 
cadeia zeta) ➔ deste modo, haverá ativação celular com liberação de citocinas, que, 
por sua vez, possibilitam que haja expansão clonal ➔ há a liberação de IL2, que 
comba-se com o aumento de expressão do receptor para esta molécula (IL2-Ra) ➔ 
após o linfócito se tornar efetor esta coestimulação passa a não ser mais necessária, 
deste modo, bastando apenas o reconhecimento MHC – TCR ou peptídeo – TCR. 
 32 Lucas Moreira Cunha – 72C 
• Vale ressaltar que, após a sua ativação, o linfócito T efetor passa a expressar na sua 
membrana CTL-A-4, que ao se ligar a uma molécula de B7 (pode ser do tipo 1 ou 
2), promove uma regulação negativa da resposta da célula. Ademais, uma outra 
molécula denominada PD-1, possuí esta mesma função de regulação negativa da 
resposta da célula, porém o seu ligante é diferente, deste modo, podendo ser PD-L1 
ou PD-L2 ➔ estas moléculas, por sua vez, encontram-se presentes em células 
dendríticas, macrófagos e linfócitos B, porém também em células tumorais (apenas 
PD-L1). 
 
• Bloqueio Coestimulatório: ocorre a ligação de uma molécula CTLA-4-ig no B7, 
deste modo, impedindo que ele se ligue ao CD28 e, deste modo, ative o linfócito ➔ 
usado na clínica em casos de respostas imunes exacerbadas. 
 
• Ademais, também pode haver uma interação entre CD40 (presente no linfócito T. 
Molécula esta que aumenta muito sua expressão após a ativação desta célula) 
com o CD40L, deste modo, provocando o aumento da expressão de B7 pelo APC, 
assim,possibilitando que a apresentação antigênica, e, por consequência, a ativação 
de outros linfócitos ocorra ➔ contribuí para a expansão clonal. 
 
 
7. Maturação e Ativação dos Linfócitos B: 
 
7.1. Maturação do Linfócito B: 
 
• Estágios de Maturação: célula tronco hematopoiética ➔ pró-linfócito, ➔ pré-
linfócito➔ linfócito imaturo ➔ subpopulações de linfócito ➔ linfócito maduro naive 
(não teve contato com o antígeno). No caso do linfócito B, nós podemos ter 
diferenciação em três tipos de células: B circulantes, B da zona marginal (ambas 
advindas da célula B-2) e B-1 (sua célula tronco advém do fígado fetal), sendo que 
cada uma expressa receptores diferentes. Durante todo este processo de maturação, 
ocorrem eventos de: (1) comprometimento com a linhagem mieloide; (2) proliferação 
de células progenitoras e imaturas, para que, deste modo, haja um reservatório pronto 
para uma eventual necessidade; (3) rearranjo somático dos genes dos receptores; (4) 
 33 Lucas Moreira Cunha – 72C 
seleção; e por fim, (5) diferenciação em subpopulações funcionalmente e 
fenotipicamente distintas. Vale ressaltar que durante todas as fases de maturação, para 
que o linfócito continue o seu desenvolvimento, e não entre em apoptose, são 
necessários sinais positivos que determinem que ele não possui nenhum problema na 
sua formação. 
 
 
• Maturação do BCR: primeiramente, (1) quando a célula ainda está na fase de pré-
linfócito, há a formação de um pré receptor, que possuí uma região que continuará 
na sua forma final (no caso BCR já há a cadeia pesada, deste modo, já tendo ocorrido 
recombinação VDJ para a região variável) e uma que será substituída. A seleção 
negativa nesta fase ocorre em casos de não formação deste pré-receptor ➔ (2) fase no 
órgão linfoide primário: após isso há a diferenciação desta célula em um linfócito 
imaturo, num processo que haverá a formação da cadeia leve (kappa ou lambda) 
que falta no receptor. A seleção aqui é determinada pela formação ou não da cadeia 
leve, e da testagem com antígeno próprio. Vale ressaltar que num caso de seleção 
negativa por reconhecimento forte, pode haver o processo de edição do receptor ➔ 
(3) fase no órgão linfoide periférico: por fim, haverá o processo de diferenciação em 
linfócito maduro. Neste processo ocorre um splicing alternativo do RNA da cadeia 
pesada, para que, deste modo, a célula passe a expressar a cadeia pesada delta do 
IgD (não há alteração de VDJ). Vale ressaltar que este processo ocorre apenas para a 
célula B folicular. 
 
7.2. Subtipos de Células B: 
 
I. Célula B Folicular: é o tipo de célula B mais comum; produz IgM e IgD; e sofre 
splicing alternativo da sua cadeia pesada, para que, deste modo, possa expressar a 
cadeia delta do IgD ➔ vale ressaltar que o RNAm desta IgD continua com o 
 34 Lucas Moreira Cunha – 72C 
mesmo éxon VDJ criado anteriormente para a IgM, ou seja, reconhece o mesmo 
antígeno; além disso, possuí uma capacidade de recirculação. 
 
II. Célula B-1: é o tipo de célula B advindo do fígado fetal, porém, é autorrenovável, 
deste modo, sendo encontrada no peritoneu e mucosas de adultos; expressa 
apenas IgM, e ainda com uma diversidade limitada de BCR, uma vez que o 
fígado fetal não expressa a enzima TdT; produz a maioria dos anticorpos 
relacionados ao sistema ABO, também denominados de naturais. 
 
III. Célula B-2 da Zona Marginal: recebe este nome por estar localizada nas 
proximidades do seio marginal do baço; expressa apenas IgM, e, assim como a B-
1, com diversidade limitada; também são responsáveis por produzir anticorpos 
naturais; e podem medear respostas dependentes de células T. 
 
7.3. Ativação do Linfócito B: 
 
• A ativação do linfócito B ocorre após seu BCR reconhecer um antígeno no órgão 
linfoide periférico ➔ estímulos para ativação por resposta timo-dependente ou não ➔ 
proliferação ➔ produção de anticorpos, troca de isótopo, maturação de afinidade e 
produção de células B de memória. 
➢ Resposta Timo-Dependente: é a resposta que predomina nos linfócitos B 
foliculares. Tendo isto em mente, neste caso o primeiro sinal vem da interação BCR 
– antígeno, e o segundo sinal vem da interação com o linfócito T auxiliar, ou seja, 
MHCII e peptídeo (peptídeo este adquirido quando houve a interação com o 
antígeno no primeiro sinal) - TCR + CD40 (da célula B) - CD40L. Esta interação 
faz com que o linfócito T passe a liberar citocinas, que, por sua vez, vão atuar sobre 
o linfócito B. No caso desta resposta, após a ativação da célula B, haverá anticorpos 
com troca de isótopo (há a produção de IgG, IgA e IgE) e de alta afinidade, 
células B de memória de plasmócitos de vida longa ➔ assim sendo, apenas a 
resposta timo-dependente é capaz de gerar uma resposta humoral secundária, uma 
vez que apenas ela é capaz de levar a produção de células B de memória. 
 
 
 35 Lucas Moreira Cunha – 72C 
❖ Durante este tipo de resposta ocorre os seguintes processos de migração: (1) 
a célula B reage com o antígeno no folículo linfático (primeiro sinal), sofre 
alterações conformacionais (passa a expressar peptídeo antigênico na fenda 
do seu MHC), e migra para o foco extrafolicular. Para que ocorra esta 
migração, tanto os linfócitos T, quanto B sofrem alterações nos seus 
receptores de quimiocinas: (1.1) no caso do T há diminuição da expressão 
de CCR7 e aumento de CXCR5; e (1.2) no caso do B há um aumento da 
expressão de CCR7 (ocasionado pela ligação cruzada com o antígeno) ➔ 
(2) no foco extrafolicular há a interação entre célula T auxiliar e a célula 
B (segundo sinal), deste modo, levando a formação de plasmócitos de vida 
curta e de células T auxiliares extrafoliculares. Após esta fase, células B 
que não geraram plasmócitos e os linfócitos T auxiliares migram agora para 
o centro germinativo do folículo linfático ➔ (3) o centro germinativo, por 
sua vez, pode ser subdividido em zona clara e escura: (3.1) na zona escura 
ocorrerá proliferação das células B e hipermutação somática ou 
maturação de afinidade; e (3.2) na zona clara, por sua vez, ocorre a 
seleção de células B de alta afinidade (processo mediado pela célula 
dendrítica folicular) e a troca de isótopos. Vale ressaltar que neste 
processo da zona clara há, ao mesmo tempo, interação entre célula dendrítica 
folicular, célula B e célula T auxiliar folicular➔ ao final deste processo há 
a saída de plasmócitos de vida longa e células B de memória. 
 
 
 
 36 Lucas Moreira Cunha – 72C 
❖ Maturação de Afinidade: ocorre na zona escura. Isto ocorre em virtude de 
mutações somáticas na região variável da Ig, principalmente na região 
dos CDR’s ➔ ocorre mais em IgG e aumenta com o passar do tempo. 
Ademais, após este processo ocorre uma nova seleção de LB úteis, uma vez 
que algumas destas mutações podem levar à alterações indesejadas na função 
destas Ig’s. Esta seleção é realizada na zona clara pelas células 
dendríticas foliculares, deste modo, continuando apenas LB’s que se 
ligam com forte intensidade ao antígeno. 
 
❖ Troca de Isotipo: este processo ocorre na zona clara durante a interação 
entre célula B e célula T auxiliar folicular ➔ sendo que a diferenciação 
para certa Ig é determinada pelo tipo de citocina liberado pela célula T 
em questão ➔ isso ocorre, pois a biossinalização induzida por esta citocina 
ocasiona a ativação da enzima AID (deaminase induzida por ativação), que, 
por sua vez, irá induzir a transcrição do gene relacionado à cadeia pesada 
especifica da Ig que deseja-se produzir. 
 
❖ Síndrome da Hiper-IgM ligada ao X: é uma imunodeficiência primária, 
que possuí causa genética e está ligada à mutações no gene da CD40L, deste 
modo, o paciente irá produzir apenas IgM, assim, possuindo defeitos na 
produção de Acs, trocas de isótopos, maturação de afinidade e LB de 
memória. 
 
❖ Vírus Epstein-Barr (EBV): infecta linfócitos B e induz a sua proliferação, 
deste modo, podendo ocasionar odesenvolvimento de linfomas. Isto ocorre, 
pois as proteínas do EBV se ligam ao CD40 do linfócito B, deste modo, 
estimulando a sua proliferação. 
 
➢ Resposta Timo-Independente: é o tipo de resposta que predomina em células B -
1 e B-2 da zona marginal, deste modo sendo responsável pela produção de 
anticorpos naturais (são IgM e induzidos pelo contato com patógenos da nossa 
microbiota natural). Tendo isto em mente, neste caso o primeiro sinal vem da 
interação BCR – antígeno, e o segundo sinal pode vir de uma ligação cruzada com 
outra BCR, ou de receptores inatos da célula (p. ex, receptor do tipo TOLL, que 
 37 Lucas Moreira Cunha – 72C 
reconhecem polissacarídeos, glicolipídios e ácidos nucleicos), ou da interação 
CR2 e C3d, uma molécula do sistema de complemento, que se encontra ligada ao 
antígeno após a opsonização. Neste caso, após a ativação da célula B, haverá 
praticamente apenas IgM e de baixa afinidade, e plasmócitos de vida curta. No 
caso da ligação cruzada (dois BCR se ligando a um antígeno) ocorrem: (1) aumenta 
da expressão de proteínas para promover sobrevivência e proliferação aumentadas; 
(2) aumenta da expressão de B7, para que potencialize uma interação com um 
linfócito T auxiliar; (3) aumento de receptores para citocinas; e (4) aumento da 
expressão de CCR7 (receptor para quimiocinas), deste modo, auxiliando na 
migração de células B para áreas com células T. 
 
• Interação BCR – Antígeno: primeiramente, os antígenos chegam aos órgãos linfoides 
secundários por duas formas: (1) os antígenos menores chegam livres via circulação 
linfática; e (2) os antígenos maiores que chegam por meio dos macrófagos e células 
dendríticas ➔ nesta interação, os antígenos são captados por estas células, e não 
fagocitados. 
 
• Feedback do Anticorpo: após a sua liberação, a porção Fc do IgM pode se ligar ao 
receptor FcGamaRIIB do LB, que, por sua vez, possui um domínio ITIM na sua porção 
citoplasmática, que ao ser ativado, desencadeia uma biossinalização inibitória. 
 
 
8. Mecanismo Efetores da Imunidade Humoral e Sistema do Complemento: 
 
8.1. Mecanismos Efetores da Imunidade Humoral: 
 
I. Neutralização: é realizada por qualquer isotipo de Ig, porém IgG e IgA realizam 
com mais constância ➔ o anticorpo consegue neutralizar o patógeno em ação, uma 
vez que a Ig ao se ligar ao patógeno pelo seu domínio Fab, ela (1) bloqueia a 
penetração do microorganismo através da barreira epitelial; (2) bloqueia a 
ligação e posterior infecção do antígeno em uma célula ➔ realiza estas duas 
funções uma vez que se liga ao receptor antigênico que possibilitava à este antígeno 
infectar novas células; e (3) bloqueia a ligação da toxina em um receptor celular. 
 38 Lucas Moreira Cunha – 72C 
 
 
II. Opsonização e Fagocitose: as Igs opsoninas mais eficientes são IgG1 e IgG3 ➔ 
elas realizam esta função do seguinte modo: com seu domínio Fab reconhecem e se 
ligam a um patógeno ➔ após ter havido esta ligação, agora seu domínio Fc fica 
exposto para o meio externo, deste modo, uma fagócito consegue reconhece-lo e, 
assim, realizar a fagocitose do patógeno em questão ➔ o principal receptor presente 
em macrófagos e neutrófilos que permite o reconhecimento da Fc das Ig’s é o CD64. 
 
 
• Receptores FcγR: são receptores presentes nos fagócitos que são capazes de reconhecer o 
Fc gama das Ig’s. Estes receptores são ativadores ➔ grupo composto por: CD64, CD32 e 
o CD16. Vale ressaltar que após reconhecerem a Ig, estes receptores ocasionam a 
fosforilação e, por consequência, ativação domínios de ITAM ➔ estes ao serem ativados 
 39 Lucas Moreira Cunha – 72C 
irão promover a transcrição de genes que determinam citocinas e substâncias microbicidas, 
tais como ROS e NO). Por um outro lado, também existem receptores deste tipo que são 
inibitórios (são chamados de FcγRIIB) ➔ possuem domínios ITIM na sua porção 
citoplasmática ➔ é expresso em células B (realiza o feedback por anticorpo), DC’s, 
macrófagos, neutrófilos e mastócitos ➔ em alguns casos de doenças autoimunes há 
administração de imunoglobulinas intravenosas (IVIG) buscando o aumento da expressão 
destes receptores. Por fim, ainda há o FcRN, que é um receptor que está relacionado à um 
aumento na meia-vida da IgG (impede por um tempo a destruição lisossomal do IgG) e 
ao transporte de IgG materna ao feto (este receptor está presente na mucosa intestinal do 
bebé e também é capaz de se ligar ao IgA). 
 
 
III. Citotoxicidade Mediada por Células Dependentes de Anticorpos: as células NK, 
por meio do seu receptor CD16, reconhecem o domínio Fc das Ig’s e, deste modo, 
reconhecem as células que necessitam de induzir apoptose. 
 
8.2. Sistema do Complemento: 
• É um grupo de proteínas séricas e de superfície celular, normalmente inativas, que são 
ativadas por uma cascata de proteólise ➔ são ativadas por microrganismos e pela ligação 
Ig-Ag e reguladas por proteínas presentes em células normais e ausentes em 
microrganismos. 
• O sistema do complemento pode ser ativado por três vias: (1) a via clássica ➔ ativada pela 
ligação Ig-Ag; (2) a via alternativa ➔ ativada pelo contato com a superfície da patógenos 
e na ausência de Ig’s; e (3) a via das lectinas ➔ ativada pela ligação da lectina com a 
 40 Lucas Moreira Cunha – 72C 
superfície de patógenos. Assim sendo, vale ressaltar que após a ativação deste sistema por 
alguma dessas vias, agora há a entrada em uma via comum, deste modo, originando as 
mesmas funções. 
 
• Quaisquer que seja a via que se inicia, haverá os seguintes pontos: formação de C3 
convertase ➔ clivagem de C3; e formação de C5 convertase ➔ clivagem de C5. 
 
I. Via Alternativa: é iniciada por polissacarídeos de origem microbiana ou 
substâncias presentes na superfície de parasitos. Estas moléculas então são 
capazes de ativar o C3b e, deste modo, dar inicia à via. 
 
 41 Lucas Moreira Cunha – 72C 
• Os fatores exclusivos desta via são: os fatores B (que se liga ao C3b) e D (cliva o fator B 
após este ter se liga ao C3b, deste modo, dando origem à Ba e Bb, sendo que este último 
permanece ligado ao C3b) e a properdina (estabiliza o complexo C3b – Bb). 
 
II. Via Clássica: para que haja o início desta via é necessária a interação do complexo 
Ac-Ag com o C1. Assim sendo, o C1 é um complexo proteico formado por: C1q 
(parte que se liga ao Fc do Ac), C1r e C1s (estes dois últimos domínios são 
proteases) ➔ após a ligação de C1q com o Ac (suas “mãos” tem que estar ligadas 
à pelos menos dois Fc’s de Ac ➔ por isso, que IgM é mais efetiva que IgG na 
ativação do complemento), C1r é ativado e cliva C1s, que, por sua vez, passa a 
ficar ativa e, deste modo, irá continuar a via. 
 
 
 
• Via Clássica: 
 42 Lucas Moreira Cunha – 72C 
 
 
• Seu componente exclusivo é o C1 e seus derivados, ou seja, C1q, C1r e C1s; e comuns 
com a via da lectina o C2 e seus derivados (C2a e C2b) e o C4 e seus derivados (C4a e 
C4b). 
 
III. Via das Lectinas: é uma via desencadeada pela ligação de polissacarídeos 
microbianos a lectinas circulantes, tais como a MBL (se liga a resíduos de 
manose) e a ficolina (se liga a glicanos). Ademais, a MASP-1 tem função 
semelhante à C1r e a MASP-2 tem função semelhante à C1s, deste modo, é ela 
que cliva C2 e C4 ➔ após isto, as etapas são idênticas às da via clássica. 
 
• Possuí como componentes exclusivos as lectinas ligantes a manose, ou seja, MASP-1, 
MASP-2 e MASP-3; e as ficolinas (M, L e H). Ademais, os componentes comuns são os 
derivados do C2 e C4. 
 43 Lucas Moreira Cunha – 72C 
IV. Etapa Tardia da Ativação do Complemento: 
 
 
• Receptores para Proteínas do Complemento: os principais receptores são: (1) CR1 
(CD35), que está presente em fagócitos e ocasiona a fagocitose de partículas cobertas 
por C3b e C4b, além de também atuar na regulação do sistema de complemento; (2) 
CR2 (CD21), se liga a produtos de clivagem de C3b (C3d, C3dg e iC3b) ➔ aumenta aativação de linfócitos B e retém imunocomplexos nos centros germinativos; e (3) CR3, 
que é uma integrina e, deste modo, é capaz de promover uma adesão estável de leucócitos 
no endotélio quando se ligam a ICAM-1 (molécula de adesão). Além disto, também é capaz 
de se ligar ao iC3b, deste modo, promovendo a fagocitose de microrganismos 
opsonizados. 
 
• Regulação da Ativação do Complemento: é realizado para evitar que haja a ativação em 
células normais, limitar a duração do sistema do complemento e evitar que os produtos de 
degradação do complemento difundam para células adjacentes e produzam lesão. 
 
 44 Lucas Moreira Cunha – 72C 
I. C1-INH: é responsável por inibir C1r e C1s, além de também de também inibir 
MASP-2. No angioedema hereditário há uma deficiência genética de C1-INH. 
 
II. Inibição da Formação de C3-convertase: C3b e C4b se ligam à MCP, CR1 e 
DAF, que são moléculas presentes na membrana de células próprias do organismo 
➔ esta ligação impede a ligação com 2a e Bb, respectivamente. Além disto o fator 
H (proteína plasmática) se liga à C3b (regulador apenas da via alternativa) e C4BP 
(outra proteína plasmática) ao C4b (regulador das vias clássica e das lectinas). Na 
hemoglobinúria paroxística noturna o indivíduo possuí deficiência de DAF e CD59. 
 
III. Fator I: realiza a clivagem de C3b e C4b. Vale ressaltar que o fator I necessita dos 
seguintes cofatores: MCP, fator H, C4BP e CR1. Após a clivagem dá origem à iC3b, 
C3d e C4dg. 
 
 
IV. CD59 e Proteína S: ambas inibem a formação do MAC. Assim sendo, a CD59 
inibe ao impedir a polimerização de C9, enquanto a proteína S, por sua vez, impede 
o ancoramento na membrana do complexo C5b-C6-C7. 
 
• Funções do Complemento: as principais funções do complemento, como já dito, são: 
(1) opsonização. Assim sendo, indivíduos com deficiência de C3 são extremamente 
suscetíveis à infecções bacterianas graves; (2) indução à inflamação aguda, deste 
modo ativando mastócitos, neutrófilos e células endoteliais ➔ C5a, C4a e C3a; e (3) 
citólise pela formação do MAC. 
 
 
 
 
 45 Lucas Moreira Cunha – 72C 
9. Mecanismos Efetores da Imunidade Celular: 
 
9.1. Linfócito T CD4: 
• Este linfócito após ser ativado nos órgãos linfoides periféricos, cai na circulação 
sanguínea e vai para o foco da inflamação, onde ele irá liberar quimiocinas e citocinas, 
e exercer sua função de auxílio, por exemplo, auxiliando macrófagos na sua função 
de fagocitose ➔ sua função mais importante 
• Subtipos de Linfócitos T CD4: a diferenciação em cada subtipo é determinada pelo 
microambiente de citocinas (já produzidas pela imunidade inata) que o linfócito 
após ser ativado se encontra. 
 
 
➢ Linfócito T CD4 Th1: se origina quando o linfócito T CD4 após ser ativado, se 
encontra em um microambiente repleto de IL-12 e IFN-Gama ➔ após a ligação 
destas citocinas com os receptores do linfócito, haverá uma biossinalização que 
ativará os fatores de transcrição STAT4, STAT1 e T-bet. Após esta 
biossinalização, agora o Th1 realizará uma ampliação do sinal (ativará mais Th1), 
deste modo, liberando IFN-Gama. Ademais, a resposta mediada por Th1 é muito 
efetiva por combater infecções causadas por patógenos intracelulares ➔ exemplos 
clínicos: listeria, micobactéria e leishmania. Por fim, as principais funções do Th1 
são: a ativação de macrófagos clássicos, amplificar a diferenciação em Th1, 
inibir a diferenciação em Th2 e Th17 e estimular e expressão de proteínas que 
favorecem a apresentação antigênica (MHC, B7, ...). 
 
 46 Lucas Moreira Cunha – 72C 
➢ Linfócito T CD4 Th2: se origina quando o linfócito T CD4 após ser ativado, se 
encontra em um microambiente repleto de IL-4 ➔ após a ligação destas citocinas 
com os receptores do linfócito, haverá uma biossinalização que ativará os fatores 
de transcrição STAT6 e GATA-3. Após esta biossinalização, agora o Th2 realizará 
uma ampliação do sinal (ativará mais Th2), deste modo, liberando IL-4. Todavia, a 
Th2 também produz muito IL-5 e IL-13, que, por sua vez, irão auxiliar nas suas 
demais funções. Ademais, a resposta mediada por Th2 é muito efetiva por combater 
infecções causadas por helmintos e alérgenos. Por fim, as principais funções do 
Th2 são: estimular respostas mediadas por: IgE, eosinófilos e mastócitos 
(fagócito independente), amplificar a diferenciação em Th2, inibir a 
diferenciação em Th1 e Th17 e estimular e expressão de proteínas que 
favorecem a apresentação antigênica (MHC, B7, ...). 
 
➢ Linfócito T CD4 Th17: se origina quando o linfócito T CD4 após ser ativado, se 
encontra em um microambiente repleto de IL1, IL6 e TGF-Beta ➔ após a ligação 
destas citocinas com os receptores do linfócito, haverá uma biossinalização que 
ativará os fatores de transcrição STAT3 e ROR-GamaT. Após esta 
biossinalização, agora o Th17 realizará uma ampliação do sinal (ativará mais Th2), 
deste modo, liberando IL-21. Todavia, a Th2 também produz muito IL-17 e IL-22, 
que, por sua vez, irão auxiliar nas suas demais funções. OBS: as células dendríticas 
passarão a produzir IL-23, que é importante na proliferação e manutenção do Th17, 
mas não na sua diferenciação. Ademais, a resposta mediada por Th2 é muito efetiva 
por combater infecções causadas por bactérias e fungos extracelulares. Por fim, 
as principais funções do Th17 são: recrutamento abundante de neutrófilos (IL-17), 
produção de peptídeos antimicrobianos (IL-17 e 22), manutenção da barreira 
epitelial e é abundante em tecidos de mucosa ➔ está relacionada à doenças 
autoimunes (psoríase, artrite reumatoide e esclerose múltipla) e inflamatórias. 
 
9.2. Linfócito T CD8: 
• O linfócito T CD8, após ser ativado, caí na circulação sistêmica e vai para o foco da 
inflamação, onde, por meio do seu TCR já maturado, irá realizar o reconhecimento e 
posterior killing da sua célula alvo ➔ realiza isso do seguinte modo: após reconhecer a 
célula alvo ele pode: (1) liberar perforina, que cria um poro na MP da célula-alvo, e 
granzimas, que penetram nestes poros, entram na célula e ativam a via das caspases, 
 47 Lucas Moreira Cunha – 72C 
deste modo, ocasionando a apoptose desta célula; ou (2) reconhecer o Fas da célula-
alvo, por meio do seu receptor FasL, e, deste modo, ativar a via das caspases e, assim, 
ocasionar a apoptose da célula em questão. Vale ressaltar que o linfócito T CD4 pode 
auxiliar o linfócito T CD8 na sua função, uma vez que ele pode interagir com a célula 
APC, deste modo, fazendo com que ela libere mais citocinas e expresse mais MHCI na 
sua membrana, deste modo, potencializando uma potencial apresentação antigênica. 
• Papel das Citocinas: as principais citocinas envolvidas na função do linfócito T CD8 
são: (1) a IL2, que atua na proliferação do linfócito (expansão clonal); (2) a IL-12 o 
INF-1, que atuam potencializando a ativação do linfócito naive; e (3) a IL-15 
(produzidas por DC’s), que possuem um papel de promover a sobrevivência de 
linfócitos CD8 de memória. 
• Exaustão de Linfócitos T CD8: é um processo de regulação da resposta imune, que 
consiste na gradual extinção das respostas, deste modo, há um proliferação cada vez 
menor de linfócitos, uma redução na produção de citocinas e uma menor atividade 
citotóxica ➔ este processo é desencadeado pela estimulação de certos receptores, tais 
como PD-1 e CTLA-4. 
 
10. Imunidade aos Microrganismos: 
• Na imunidade aos microorganismos há uma atuação tanto da imunidade inata, quanto 
adaptativa; o sistema imune responde de maneira especializada e diferenciada para, 
deste modo, combater de maneira mais eficaz cada patógeno ➔ diferentes isotipos de 
Ac com Fab’s específicas, TCR’s específicos e resposta LTCD4 podendo ser de Th1, 2 
ou 17. Tendo isto em mente, haverá um detalhamento na resposta para bactérias 
extracelulares, bactérias intracelulares, fungos, vírus e parasitos (➔ o desfecho da 
doença dependerá, na maioria das vezes, do tipo deLTCD4 ativado). 
 
10.1. Bactérias Extracelulares: 
• São bactérias que se replicam fora das células hospedeiras (no sangue ou no lúmen), 
induzem inflamação que resulta em destruição tecidual e produzem toxinas que 
ocasionam diversos efeitos patogênicos. 
 
 48 Lucas Moreira Cunha – 72C 
• Imunidade Inata: ocasiona: ativação do complemento, ativação de fagócitos, 
inflamação e ativação da ILC3 
 
• Imunidade Adaptativa: haverá uma ativação da imunidade humoral, a fim de bloquear 
a infecção e neutralizar as toxinas e estimulação da resposta LTCD4 Th17. 
 
• Efeitos Lesivos: inflamação, sepse, complicações humorais tardias ➔ febre reumática: 
faringite, que levou a produção de Ac’s, que por reação cruzada, passam a atacar valvas 
cardíacas e articulações; e síndrome inflamatória sistêmica ➔ toxinas superantígenos 
(se ligam ao TCR, e o leva à reconhecer qualquer peptídeo) levam a ativação de muitas 
células T, com grande produção de citocinas, mas também a deleção de muitas outras 
células T. 
 
• Mecanismos de Evasão: variação antigênica, inibição da ativação do complemento, 
resistência à fagocitose e scavenging de espécies reativas de oxigênio. 
 
 
10.2. Bactérias Intracelulares: 
• Possuem a habilidade de sobreviver e se replicar dentro de fagócitos ➔ imunidade inata 
geralmente falha em erradicar essas infecções. 
 
• Imunidade Inata: há a ativação de fagócitos, NK e ILC1 
 
• Imunidade Adaptativa: há a ativação de muitos LTCD8 e LTCD4 Th1 
 
• Efeitos Lesivos: bactérias intracelulares resistindo ao killing por fagócitos; ativação 
crônica de LT e macrófagos, deste modo, promovendo lesão tecidual; inflamação 
granulomatosa 
 
• Mecanismos de Evasão: inibição da formação do fagolisossomo; inativação de 
espécies reativas de oxigênio e nitrogênio; e ruptura da membrana do fagossomo, deste 
modo, causando escape para o citoplasma. 
 
 49 Lucas Moreira Cunha – 72C 
10.3. Fungos: 
• Podem ser tanto intra, quanto extracelulares, sendo que infecções por fungos são 
ocasionadas principalmente por imunossupressão 
• Imunidade Inata: ocasiona a ativação de neutrófilos, macrófagos e ILC’s. Vale 
ressaltar que o Cryptococcus neoformans inibe a produção de TNF e IL-12 e estimula 
de IL-10. 
 
• Imunidade Adaptativa: fungos intracelulares levam a ativação de LTCD4 Th 1 e CD8, 
enquanto extracelulares apenas de LTCD4 Th17. 
 
10.4. Vírus: 
• Imunidade Inata: inibição da infecção por INF-1 e ativação de células NK. 
 
• Imunidade Adaptativa: estimula a produção de anticorpos e ativação de LTCD8. 
 
• Mecanismos de Evasão: variação antigênica, inibição do processamento antigênico 
(bloqueio da TAP ou remoção da classe do RE) ➔ inibição da produção de MHCI, 
produção de iscas homólogas ao MHC para inibir a NK, produção de citocinas 
imunossupressoras, infecção e comprometimento da função das células imunes, inibição 
da ativação do complemento e inibição da imunidade inata. 
 
11. Imunidade de Mucosa: 
• Ao referir-se à imunidade de mucosa, estamos falando do sistema de defesa presentes 
nos seguintes sistemas: gastrointestinal, broncopulmonar, genitourinário e o 
tegumentar. Assim sendo, a Luara focou apenas no gastrointestinal, uma vez que ele é 
o mais complexo. 
 
• Assim sendo, a imunidade de mucosa do trato GI é composto pelas seguintes estruturas: 
a continuidade e consequente vedação das células epiteliais da mucosa; o conjunto de 
células e estruturas presentes na lâmina própria; e a presença de muco e microbiota no 
lúmen do órgão ➔ a imunidade intestinal existe para proteger contra infecções e 
permitir a existência da microbiota. 
 
 50 Lucas Moreira Cunha – 72C 
• Microbiota: consiste no imenso número de 1014 de bactérias presentes no lúmen 
intestinal, sendo que há uma biota de 500 a 1000 espécies diferentes. Além de bactérias, 
também há vírus, fungos e protozoários. Esta microbiota desempenha diversas funções, 
tais como: (1) produção de vitaminas fundamentais para a metabolização de diversos 
compostos alimentares (por exemplo, a lactase); (2) competição por espaço e 
nutrientes com bactérias patógenas ➔ em casos de disbioses é comum a instalação 
de infecções oportunistas; (3) inibem diretamente diferentes vias de sinalização pró-
inflamatórias estimuladas por patógenos e que são necessárias para invasão; (4) 
importante para a proliferação e reparo da barreira epitelial após a lesão; e (5) induzem 
a expressão de BAFF, APRIL e ácido retinóico (deste modo, influenciando a produção 
de IgA). Vale ressaltar que esta microbiota é de extrema importância, porém apenas 
quando ela está restrita ao lúmen ➔ quando a integridade do epitélio está danificada, 
há um risco potencial até para a geração de quadros de sepsis. 
 
• Alguns fatores da imunidade de mucosa que ajudam a controlar a microbiota e também 
microrganismos invasores são: (1) a espessa camada de muco que afasta 
microrganismos presentes no lúmen; (2) peptídeos antibióticos produzidos pelas 
células de Paneth, que matam patógenos presentes no lúmen e diminuem a entrada 
desses no epitélio; (3) e IgA que é transportado para o lúmen e neutraliza os patógenos. 
 
 
11.1. Imunidade Inata da Mucosa: 
 
• A imunidade inata da mucosa é composta pelos seguintes constituintes: 
 51 Lucas Moreira Cunha – 72C 
➢ Células epiteliais, que por estarem unidas por tight junctions garantem uma barreira 
físico-química contra os patógenos do lúmen. Além disto, as células epiteliais 
expressam uma ampla gama de receptores inatos, por exemplo, do tipo TLR, deste 
modo, elas conseguem reconhecer um PAMP e gerar uma resposta. Tendo isto em 
mente, ao reconhecerem um PAMP, haverá: reorganização das tight junctions de 
modo a gerar um aumento da força das junções; aumento da motilidade (justifica o 
fato de quase todas as doenças intestinais ocasionarem diarreias) e proliferação 
epitelial intestinal; e estimulação da produção de quimiocinas, citocinas, defensinas 
e lectinas. 
❖ OBS: vale ressalva que nestas células epiteliais há receptores do tipo TLR 
voltados tanto para o lúmen quanto para a lamina própria, sendo que os voltados 
para o lúmen possuem um limiar de ativação muito maior que os voltados para a 
lamina própria, que, por sua vez, em resposta à presença de o mínimo de 
antígenos, já desencadeiam uma forte resposta. 
 
 
➢ Células caliciformes produtoras de muco ➔ estas células são estimuladas por 
diversas citocinas, tais como IL-1, IL-4, IL-6, IL-9, IL-13 e TNF. 
 
➢ Células de Paneth que produzem peptídeos antimicrobianos ➔ nós podemos 
subdividir estes peptídeos em dois grupos: (1) as defensinas que atuam ocasionando 
perda da integridade da membrana dos microrganismos. Um exemplo de defensina 
é a HD5; e as (2) lectinas que atuam bloqueando a colonização bacteriana da 
superfície epitelial. Um exemplo de lectina é a REGIII. 
 
 52 Lucas Moreira Cunha – 72C 
➢ Células M que estão situadas próximas à placa de Payer e atuam permitindo a 
passagem de alguns antígenos, deste modo, permitindo que haja um reconhecimento 
e uma resposta pelas células imunes presentes na placa. Alguns patógenos como a 
Salmonela typhimurium são citotóxicos às células M, deste modo, às destruindo e, 
assim, conseguindo penetrar no epitélio. OBS: todavia, a célula dendrítica, por meio 
da criação de um prolongamento que passa entre as células epiteliais, também 
consegue realizar reconhecimento sem a ajuda das células M. 
 
 
➢ ILC-3, que em resposta à IL-1-b e IL-23 secreta IL-17 e IL-22, que, por sua vez, são 
citocinas fundamentais para que haja uma resposta do tipo Th17. 
 
➢ ILC-2 ̧que possuí um importante papel contra helmintos, assim, em resposta à IL-25 e 
IL-33 (produzidas por células epiteliais) secretam IL-5 e IL-13, que, por sua vez, são 
citocinas fundamentais para que haja uma resposta do tipo Th2. 
 
11.2. Imunidade Adaptativa associada à Mucosa: 
 
• A imunidade adaptativa

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