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3ºAula Equilíbrio de Forças e Momentos Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • entender quais são as condições de equilíbrio de uma partícula; • conhecer o diagrama de corpo livre; • compreender as equações de equilíbrio; • determinar resultante de forças; • determinar resultante de momentos. Caros(as) alunos(as), Nesta terceira aula, estudaremos sobre as condições de equilíbrio de uma partícula, bem como o passos para a construção do diagrama de corpo livre, método este que serve de base para determinação de forças e momentos atuantes em um elemento. Bons estudos! 20Mecânica dos Sólidos Seções de estudo 1- Condição de equilíbrio de uma partícula 2- Diagrama de corpo livre 3- Equações de equilíbrio 4- Resultante de Forças e resultante de Momentos 1- Condição de equilíbrio de uma partícula Assim como aprendemos na aula passada sobre estrutura e seu comportamento, nas obras civis, elas devem ser estáveis, apesar de um emaranhado de forças aos quais estas estão sendo submetidas. Logo, um edifício deve permanecer estável, mesmo na presença de forças como a força gravitacional e a força do vento, como exemplo, da mesma forma uma ponte deve permanecer estável, mesmo que esteja exposta a mesma força gravitacional do edifício e dos impactos dos movimentos repetitivos de solavancos que recebe de carros e caminhões (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2012). Diante disto, um dos objetivos da mecânica é conhecer e determinar o que faz com que um objeto, como os expostos nos exemplos acima, permaneça estável diante destas forças. Nesta aula, examinaremos uns dos aspectos principais de estabilidade que é o “equilíbrio das forças” que agem sobre os objetos rígidos. Ainda para Halliday, Resnick e Walker (2012), podemos exemplifi car as condições de equilíbrio, ao considerarmos os seguintes objetos: (1) um livro sobre a mesa, (2) um disco de metal que desliza com velocidade constante em uma superfície sem atrito, (3) as pás de um ventilador de teto girando e (4) uma roda de bicicleta que se move EM uma estrada retilínea com velocidade constante. Se considerarmos para cada um destes objetos os seguintes critérios de condições de equilíbrio, teremos: 1. O momento linear de centro de massa será dado como constante; 2. O momento angular em relação ao centro de massa, ou em relação a qualquer outro ponto, também será dado como constante. Se estes objetos atendem estes critérios, podemos dizer que os mesmos estão em equilíbrio. Logo, podemos concluir que os requisitos para que um corpo esteja em condição de equilíbrio são: Vale ressaltar que nesta aula consideremos situações onde as constantes da equação P e L são nulas, ou seja, vamos tratar de situações onde os objetos não se movam em movimentos de translação ou rotação, quando isto acontece dizemos que estes objetos estão em “equilíbrio estático”. Figura 3.1. Exemplo de uma pedra em condição de equilíbrio. Fonte: https://sulagora.com.br/colunistas/maciel-brognoli/a-misteriosa-pedra- do-equilibrio-119. Acesso em: 16.09.2020. 2- Diagrama de corpo livre Para uma equação de equilíbrio ser aplicada deve-se considerar todas as forças conhecidas e desconhecidas, ou seja, o somatório das forças . Para isto, Hibbeler (2011), em seu estudo, explica que a melhor maneira para esta condição é pensar nesta partícula de forma isolada e ‘livre’ de seu redor. Diante do exposto, o diagrama de corpo livre é considerado um esboço da forma de um corpo, representado isolado ou como o próprio nome do diagrama ‘livre’ de elementos vizinhos. Para a elaboração deste esboço é necessário apresentar todas as forças e momentos que as vizinhanças exercem sobre o corpo para que esses efeitos sejam levados em consideração quando as equações de equilíbrio forem aplicadas. À vista disto, para estudos de equilíbrio, o profi ssional de engenharia deve saber como desenhar um diagrama de corpo livre, sendo parte fundamental para resolução de problemas que envolvem em suas resoluções o conceito da mecânica. 2.1 Reações de apoio Para a construção de um diagrama de corpo livre, nós já vimos que devemos considerar os vários tipos de reações que ocorrem no corpo, deste modo, em relação aos apoios aos corpos submetidos a sistemas de forças coplanares, como regra geral, temos a seguinte condição: “Se um apoio impede o movimento de translação de um corpo em dada direção, então uma força é desenvolvida sobre o corpo naquela direção. Da mesma forma, se a rotação é impedida, um momento é aplicado sobre o corpo” (HIBBELER, 2011). As fi guras 3.2 e 3.3 apresentam vários tipos de reações que ocorrem em apoios e pontos de contato entre corpos sujeitos a forças coplanares. Figura 3.2 – Tipos de apoio, reação e número de incógnitas. Fonte: Hibbeler, 2011. Figura 3.3 – Continuação dos tipos de apoio, reação e número de incógnitas. Fonte: Hibbeler, 2011. 22Mecânica dos Sólidos Para exemplifi car, utilizaremos a seguinte situação apresentada por Hibbeler em seu estudo, podemos considerar 3 (três) maneiras na qual um corpo em sentido horizontal, como uma viga, tem um apoio em sua extremidade. Situação 1: O rolete impede que a viga translade na vertical. Logo, o rolete só exercerá uma força sobre a viga nessa direção. Fonte: Baldini Neto, 2015. Situação 2: O pino impedirá que a viga translade em qualquer direção, sendo assim uma forma mais restritiva de apoio. Logo, o pino exerce uma força (F) sobre a viga nessa direção formando um ângulo φ. Fonte: Baldini Neto, 2015. Em termos de análise, em geral, é mais fácil representar esta força atuante F por suas componentes, sendo representada em duas componentes retangulares e . Fonte: Baldini Neto, 2015. Situação 3: Restrição total do movimento de translação e rotação através de um apoio fi xo. Por isso, há o surgimento de uma força e de um momento de binário no ponto de conexão. Fonte: Adaptado, Baldini Neto, 2015. 2.2 Procedimento para construir um diagrama de corpo livre De acordo com Hibbeler (2011), para construir um diagrama de corpo livre siga os seguintes passos: 1. Desenhe a forma do contorno: Idealize um corpo a ser isolado ou mantido “livre” de qualquer vizinhança (vínculos e conexões), após desenhe (esboce) o formato do seu contorno. 2. Expresse todas as Forças e Momentos: Identifi que todas as forças e momentos externos que atuam no corpo, advindos de cargas aplicadas e reações que ocorrem nos apoios ou em pontos de contato entre outros corpos, bem como o peso do corpo em análise. 3. Apontar cada carregamento e forneça as dimensões: Identifi car as forças e os momentos conhecidos, com suas respectivas intensidades, direções e sentidos. Para representar a intensidade utilize letras e para representar a direção utilize ângulos, também estabeleça um sistema de coordenadas x,y, de modo que as incógnitas , etc. possam ser identifi cadas. Indique quais são as dimensões do corpo necessárias para o cálculo dos momentos de forças. Vejamos o seguinte exemplo adaptado de Baldini Neto (2015): Suponhamos que devemos desenhar o diagrama de corpo livre da estrutura abaixo e a viga tem massa de 100 kg. Fonte: Adaptado, Baldini Neto, 2015. Solução: Como temos um apoio fi xo (parede) em A, podemos elencar três reações atuantes na viga em A, defi nidas pelas incógnitas , e . Temos também o peso da viga sendo representada a sua força peso W = 100. (9.81)= 981 N, atuando assim no centro de gravidade G da viga, que está a 3 m de A. Logo, temos como diagrama de corpo livre a seguinte representação; Fonte: Adaptado, Baldini Neto, 2015. 23 3- Equações de equilíbrio 3.1 Condição de equilíbrio para movimento de translação e movimento de rotação Dos princípios fundamentais, nós já estudamos que o movimento de translação de um corpo é descrito pela segunda lei de Newton dado pela equação: Onde,se for constante, temos que o que resulta em , sendo assim a condição de equilíbrio para o movimento de translação. O movimento de rotação de um corpo também pode ser descrito pela segunda Lei de Newton, sendo expressa matematicamente como: Se o corpo está em equilíbrio para rotações, temos que é constante, logo, e , que signifi ca o equilíbrio dos torques. Deste modo, para Halliday, Resnick e Walker (2012), através dos conceitos da condição de equilíbrio, podemos concluir que os requisitos para que um corpo esteja em equilíbrio estático para cada eixo do sistema de coordenadas (x, y e z) são os seguintes: 1. A soma vetorial das forças externas que agem sobre o corpo deve ser nula. 2. A soma vetorial dos torques externos que agem sobre o corpo, medidos em relação a qualquer ponto, deve ser nula. 3. O momento linear do corpo deve ser nulo. 4- Resultante de Forças e resultante de Momentos Nós já sabemos que para uma condição de equilíbrio a resultante do sistema de forças deverá ser nula, bem como a resultante dos momentos atuantes em relação a um ponto qualquer do plano será nula. Diante deste cenário, podemos adotar um procedimento para análise das equações de equilíbrio. Conforme na sequência (HIBBELER, 2011): Aplique a equação de equilíbrio dos momentos =0, em relação a um ponto de origem (O), localizado na intersecção das linhas de ação de duas forças desconhecidas. Conclui-se neste caso que, os momentos dessas forças desconhecidas são zero em relação a O, o que permite a determinação de uma terceira incógnita por solução direta. 1. Ao aplicar as equações de equilíbrio para as forças, = 0 e = 0, oriente os eixos x,y ao longo das linhas para que forneçam a resolução mais simplista destas forças em termos de suas componentes retangulares x,y. 2. Se a solução da equação de equilíbrio produzir um escalar negativo para a intensidade da força ou do momento, será um indicativo de que o sentido da força ou do momento é oposto ao que foi adotado no diagrama de corpo livre. Para exemplifi car o método proposto acima, adotaremos o seguinte problema 02 onde há a necessidade de se determinar as componentes horizontal e vertical para uma viga carregada, como mostra a Figura 3.4. Neste exemplo, iremos desprezar o peso da viga para a determinação dos cálculos. Figura 3.4 (a) – Exemplo de problema de aplicação das equações de equilíbrio. Fonte: Adaptado, BALDINI NETO, 2015. Solução do problema 02. Comece pela elaboração do diagrama de corpo livre, conforme o diagrama representado na Figura 3.4 (b) para este problema. Figura 3.4 (b) – Diagrama de corpo livre para o problema 02. Fonte: Adaptado, BALDINI NETO, 2015. A princípio, no diagrama de corpo livre, identifi que cada uma das forças mostradas no diagrama, por exemplo, a força de 600 N é representada pelos seus componentes x,y formando um ângulo de 45º, como mostra a fi gura. Observe também que há uma força atuante de 200 N sobre a viga no ponto de apoio B e é independente das componentes deste ponto e da força que representam o efeito do pino na viga. Analisando este cenário, podemos montar as equações de equilíbrio, primeiramente somando-se as forças na direção x, obtemos: 24Mecânica dos Sólidos = 0 ; 600 cos45°N - = 0 = 424 N (Resposta) No ponto A para a componente podemos aplicar a equação dos momentos, sendo = 0 em relação ao ponto B. Para fi ns deste cálculo, considere que as forças de 200 N, ou seja, e , criam um momento nulo em relação ao ponto B. Supondo também que a rotação anti-horária em relação a B seja positiva, temos: = 0; 100 N(2m) + (600 sen45°N)(5m) = 319 N (Resposta) Com o resultado de e somando-se as forças na direção y, obtemos: = 0; 319 N – 600 sem 45°N – 100N – 200N+ = 0 = 405 N (Resposta) Podemos validar este resultado com a soma dos momentos em relação ao ponto A e assim temos: = 0; - (600 sem 45°N)(2m) – (600 cos 45°N) (0,2m) = 405 N (Resposta) Ao fi nal desta terceira aula, vamos recordar sobre o que aprendemos até aqui. Retomando a aula 1- Condição de equilíbrio de uma partícula Na seção 1, vimos que para que um corpo rígido permaneça sob condição de equilíbrio é necessário que a sua resultante de força, bem como a resultante dos momentos seja nula, onde força resultante encontra-se no mesmo plano das forças que a geram e os momentos são perpendiculares ao plano onde as forças atuam. 2- Diagrama de corpo livre Na seção 2, estudamos que no diagrama de corpo livre todas as forças externas e momentos que atuam no corpo devem ser desenhados, somente assim, as equações de equilíbrio devem ser aplicadas. 3- Equações de equilíbrio Na seção 3, aprendemos que no plano, quando um corpo está sujeito a um sistema de forças e torques, temos que as forças com suas componentes nos eixos x,y, bem como o momento em (O) são = 0. 4- Resultante de Forças e Resultante de Momentos Por fim, na última seção, fizemos o fechamento do estudo de que um corpo esteja em condição de equilíbrio, em que pudemos seguir 2 passos para determinar a resultante de força e a resultante de momento, através da aplicação das equações de equilíbrio. Equilíbrio de um ponto material: Diagrama de Corpo Livre. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=m7Hpmh4oUhA. Acesso em: 11.10.2020. Vale a pena assistir BEER, Ferdinand P.; JHONSTON JUNIOR, E. Russell. Resistência dos Materiais. 3. ed. São Paulo: McGraw- Hill, 1995. HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física: gravitação, ondas e termodinâmica. 9. ed. Rio de Janeiro: Ltc, 2012. HIBBELER, Russell Charles. Estática: mecânica para a engenharia. 12. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2011. 265 p. Vale a pena ler Vale a pena Minhas anotações
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