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Anatomia e Função da Hipófise

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HIPÓFISE 
DANIELY FRAZÃO – MEDICINA - UNIFACS 
HIPÓFISE 
 
 
 
 
HIPÓFISE 
 
A hipófise ou pituitária é um pequeno órgão. 
Localiza-se em uma cavidade do osso esfenoide 
– a sella túrcica. A hipófise se liga ao hipotálamo, 
situado na base do cérebro, por um pedículo que 
é a ligação entre a hipófise e o sistema nervoso 
central. 
Ela tem origem embriológica dupla: Nervosa e 
Ectodérmica. A porção de origem nervosa se 
desenvolve pelo crescimento do assoalho do 
diencéfalo (tálamo e hipotálamo) em direção 
caudal, e a porção ectodérmica da hipófise se 
desenvolve a partir de um trecho do ectoderma 
do teto da boca primitiva que cresce em direção 
cranial, formando a bolsa de Rathke. Uma 
constrição na base dessa bolsa acaba separando-
a da cavidade oral. A porção originada do 
diencéfalo mantém continuidade com o sistema 
nervoso, constituindo o pedículo da glândula. A 
hipófise consiste em duas glândulas por causa da 
sua origem embrionária. A neuro-hipófise e a 
adeno-hipófise, unidas anatomicamente e tendo 
funções diferentes, porém inter-relacionadas. A 
glândula é revestida por uma cápsula de tecido 
conjuntivo, contínua com a rede de fibras 
reticulares que suporta as células do órgão. 
 
 
 
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HIPÓFISE 
DANIELY FRAZÃO – MEDICINA - UNIFACS 
 
 
 
NEURO- HIPÓFISE 
 
A neuro-hipófise, a porção de origem nervosa, 
consta de uma porção volumosa – A pars nervosa 
-, e do seu pedículo de fixação – o infundíbulo -, 
que se continua com o hipotálamo. Uma 
estrutura neurovascular que constitui o local de 
liberação de neuro-hormônios adjacentes a um 
rico leito capilar. Os hormônios peptídicos 
liberados são o hormônio antidiurético (ADH ou 
arginina vasopressina) e a ocitocina. Os corpos 
celulares dos neurônios que se projetam para a 
parte nervosa estão localizados nos núcleos 
supraópticos (NSO) e nos núcleos 
paraventriculares (NPV) do hipotálamo. Os 
grandes corpos celulares destes neurônios são 
descritos como magnocelulares e projetam 
axônios para baixo pelo pedículo infundibular 
como tratos hipotálamo-hipofisários. 
SÍNTESE DE ADH E OCITOCINA 
 
ADH e ocitocina são pequenos peptídeos (nove 
aminoácidos). ADH e ocitocina são sintetizados 
como pré-pró-hormônios. Cada pró- hormônio 
tem a estrutura de ocitocina ou ADH e um 
peptídeo cossecretado, neurofisina I (associada a 
ADH) ou neurofisina II (associada a ocitocina). 
Estes pré-pró-hormônios são chamados 
pré-pró-vasofisina e pré-pró-oxifisina. O 
peptídeo de sinal N-terminal é clivado quando o 
peptídeo é transportado para o retículo 
endoplasmático. Nos corpos celulares no interior 
dos NSO e NPV, os pró-hormônios são 
empacotados no retículo endoplasmático e no 
complexo de Golgi em grânulos secretores 
ligados à membrana. Os grânulos secretores são 
transportados por um mecanismo de transporte 
axonal “rápido” (ou seja, milímetros por hora) 
dependente de trifosfato de adenosina (ATP) ao 
longo do pedículo infundibular até as 
terminações axonais na parte nervosa. Durante o 
trânsito do grânulo secretor, os pró- hormônios 
são clivados proteoliticamente para produzir 
quantidades equimolares de hormônio e 
neurofisina. Os grânulos secretores que contêm 
peptídeos totalmente processados são 
armazenados nas terminações axonais. As 
expansões das terminações decorrentes da 
presença de grânulos secretores armazenados 
podem ser observadas por microscopia óptica e 
são chamadas de corpos de Herring. 
AÇÕES E REGULAÇÃO DE ADH E 
OCITOCINA 
 
O ADH age principalmente nos rins para reter 
água (antidiurese). Ocitocina atua 
principalmente no útero gravídico para induzir o 
trabalho de parto e sobre as células mioepiteliais 
das mamas para promover a descida do leite 
durante o aleitamento. 
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HIPÓFISE 
DANIELY FRAZÃO – MEDICINA - UNIFACS 
ADENO-HIPÓFISE 
 
A porção originada do ectoderma – a adeno-
hipófise- não tem conexão anatômica com o 
sistema nervoso. É subdividida em três porções. 
A adeno-hipófise constitui a porção anterior da 
glândula e muitas vezes é chamada de lobo 
anterior da hipófise e seus hormônios são 
referidos como hormônios hipofisários anterior. 
A primeira e mais volumosa é a pars distalis 
(Constitui aproximadamente 90% da adeno-
hipófise) ou lobo anterior; A segunda é a porção 
cranial que abraça o infundíbulo, denominada 
pars tuberalis (envolve o pedículo); a terceira, 
denominada pars intermedia (Regride e está 
ausente em humanos adultos), é uma região 
rudimentar na espécie humana, intermediaria 
entre a neuro-hipófise e a pars distalis, separada 
desta última pela fissura restante da cavidade de 
Rathke. Ao conjunto de pars nervosa e pars 
intermedia também se dá o nome de lobo 
posterior da hipófise. 
Na extremidade superior da neuro-hipófise, 
desenvolve-se uma tumefação em forma de funil 
chamada eminência mediana. A porção da 
neuro-hipófise que se estende da eminência 
mediana para baixo até a parte nervosa é 
chamada de infundíbulo. O infundíbulo e a parte 
distal e a parte tuberal constituem o pedículo 
hipofisário – uma conexão física entre o 
hipotálamo e a hipófise. A hipófise (lobos 
anterior e posterior) está situada em uma 
depressão do osso esfenoide chamada de sela 
turca. Em geral, os cânceres da hipófise têm 
apenas um caminho para se expandir: para cima, 
na direção do encéfalo e contra o quiasma 
óptico. Portanto, qualquer aumento de tamanho 
da hipófise costuma estar associado a 
anormalidades do campo visual ou da acuidade 
visual e cefaleias. A sela turca é separada do 
cérebro por uma membrana chamada diafragma 
da sela. 
A regulação hipotalâmica da função da 
adeno-hipófise é neuro-hormonal. Uma área do 
hipotálamo referida coletivamente como região 
hipofisiotrófica (ou seja, estimuladora da 
hipófise) contém núcleos compostos por corpos 
celulares pequenos ou parvocelulares, que 
projetam axônios para a eminência mediana. O s 
neurônios parvocelulares secretam hormônios 
de liberação de suas terminações axonais na 
eminência mediana. Os hormônios de liberação 
entram em um plexo primário de capilares 
fenestrados e são então transportados até um 
segundo plexo capilar localizado na parte distal 
pelos vasos portais hipotálamo-hipofisários (um 
vaso portal é definido como um vaso que começa 
e termina em capilares, sem passar pelo 
coração). No segundo plexo capilar, os 
hormônios liberadores são difundidos para a 
vasculatura e ligam-se a seus receptores 
cognatos em tipos celulares específicos na parte 
distal. As células da adeno-hipófise constituem o 
nível intermediário dos eixos endócrinos. A 
adeno-hipófise secreta hormônios proteicos que 
são referidos como hormônios tróficos – 
hormônio adrenocorticotrófico (ACTH, também 
chamado corticotrofina), o hormônio estimulante 
da tireoide (TSH), hormônio folículo-estimulante 
(FSH), hormônio luteinizante (LH), hormônio do 
crescimento (GH) e prolactina (PRL). Com poucas 
exceções, os hormônios tróficos ligam-se a seus 
receptores cognatos nas glândulas endócrinas 
periféricas. Devido a essa organização, os 
hormônios tróficos hipofisários geralmente não 
agem diretamente na regulação das respostas 
fisiológicas. 
FUNÇÃO ENDÓCRINA DA ADENO-
HIPÓFISE 
 
A adeno-hipófise consiste nos seguintes tipos de 
células endócrinas: corticotrofos, tireotrofos, 
gonadotrofos, somatotrofos e lactotrofos. 
SUPRIMENTO SANGUÍNEO 
 
A pars distalis é responsável pela secreção de 
hormônios que controlam outros órgãos 
endócrinos importantes. Para entender bem o 
controle da secreção de hormônios pela pars 
distalis é necessário conhecer o suprimento 
sanguíneo da hipófise como um todo. Ele é feito 
por dois grupos de artérias originadas das 
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HIPÓFISE 
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artérias carótidas internas: as artérias 
hipofisárias superiores, direita e esquerda, 
irrigam a eminência mediana e o infundíbulo; as 
artérias
hipofisárias inferiores, direita e 
esquerda, irrigam principalmente a neuro-
hipófise, mas enviam alguns ramos para o 
pedículo da hipófise. No infundíbulo as artérias 
hipofisárias superiores formam um plexo capilar 
primário, cujas células endoteliais são 
fenestradas. Os capilares do plexo primário se 
reúnem par. Formam vênulas e pequenos vasos 
que se encaminham para a pars distalis, onde se 
ramificam novamente, formando um extenso 
plexo capilar secundário. Há, portanto, dois 
sistemas venosos em cascata, o que caracteriza 
um sistema porta, denominado sistema porta-
hipofisário. O suprimento sanguíneo da pars 
distalis é feito, portanto, de sangue vindo 
principalmente do infundíbulo através do 
sistema porta-hipofisário e em escala muito 
menor de alguns ramos das artérias hipofisárias 
inferiores. Através desse sistema vascular, vários 
neuro-hormônios produzidos no hipotálamo são 
levados diretamente do infundíbulo à pars 
distalis, controlando a função de suas células. O 
sangue venoso desse sistema sai por diversas 
veias hipofisárias. 
HISTOLOGIA 
Estrutura macroscópica da hipófise. A hipófise 
está abaixo do hipotálamo e é conectada a ele 
pelo pedículo hipofisário. A glândula fica situada 
no interior da sela turca, uma fossa no interior do 
osso esfenoide, e é coberta por uma reflexão da 
dura-máter, o diafragma da sela. A parte distal 
compõe a maior parte da adenohipófise. A parte 
distal é derivada de tecido epitelial composto por 
acidófilos (Rosas) (somatotrofos e lactotrofos) e 
basófilos (Roxas/Azul) (tireotrofos, gonadotrofos 
e corticotrofos). A neuro-hipófise é derivada de 
tecido neural e tem um aspecto histológico de 
nervos não mielinizados. Cromófobos; Corpos de 
Herring. 
ADENO- HIPÓFISE - HISTOLOGIA 
PARS DISTALIS 
A pars distalis representa em torno de 75% da 
massa da hipófise. É formada por cordões e ilhas 
de células epiteliais cuboides ou poligonais 
produtoras de hormônios. Os hormônios 
produzidos pelas células secretoras são 
armazenados em grânulos de secreção. Há na 
pars distalis um tipo de célula que se supõe não 
ser secretora. São as células foliculoestelares, 
que constituem cerca de 10% das células dessa 
região da adeno-hipófise. Elas têm muitos 
prolongamentos, os quais estabelecem contato 
com outras células do mesmo tipo por meio de 
junções intercelulares: desmossomos e junções 
comunicantes. A função dessas células, que 
estabelecem redes em torno das células 
secretoras, ainda não é totalmente conhecida. 
Entre os cordões e ilhas de células há muitos 
capilares sanguíneos (que pertencem ao plexo 
capilar secundário do sistema porta-hipofisário). 
Os poucos fibroblastos dessa região produzem 
fibras reticulares que sustentam os cordões de 
células. 
CÉLULAS SECRETORAS DA PARS DISTALIS 
A pars distalis secreta vários hormônios, fatores 
de crescimento e citocinas. Pelo menos seis 
importantes hormônios são produzidos, porém 
só três tipos de células costumam ser 
reconhecidos por colorações rotineiras. Essas 
células são classificadas em cromófobas (pouco 
coradas) e cromófilas (contêm grânulos bem 
corados). As células cromófilas são constituídas 
de dois subtipos, as acidófilas e as basófilas, de 
acordo com sua afinidade por corantes ácidos 
ou básicos. Os hormônios liberados na 
eminência mediana são recolhidos por capilares 
sanguíneos e transportados para a pars distalis, 
onde influenciam suas células. Os hormônios 
liberados na pars nervosa são recolhidos por 
capilares sanguíneos e distribuídos pela 
circulação geral. 
PARS TUBERALIS 
A pars tuberalis é uma região em forma de funil 
que cerca o infundíbulo da neuro-hipófise (ver 
Figura 20.1). É uma região importante em 
animais que mudam seus hábitos em função da 
estação do ano (p. ex., animais que hibernam) 
por meio do controle da produção de prolactina. 
PARS INTERMEDIA 
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HIPÓFISE 
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A pars intermedia, que se localiza na porção 
dorsal da antiga bolsa de Rathke (ver Figuras 20.1 
e 20.3), em humanos adultos é uma região 
rudimentar composta de cordões e folículos de 
células fracamente basófilas que contêm 
pequenos grânulos de secreção. 
NEURO-HIPÓFISE 
A neuro-hipófise consiste na pars nervosa e no 
infundíbulo. A pars nervosa, diferentemente da 
adeno-hipófise, não contém células secretoras. 
Apresenta um tipo específico de célula glial 
muito ramificada, chamada pituícito (Figura 
20.9). O componente mais importante da pars 
nervosa é formado por cerca de 100 mil axônios 
não mielinizados de neurônios secretores cujos 
corpos celulares estão situados nos núcleos 
supraópticos e paraventriculares. Essa 
neurossecreção armazenada na pars nervosa 
consiste em dois hormônios, ambos peptídios 
cíclicos compostos de nove aminoácidos. A 
composição de aminoácidos desses dois 
hormônios é ligeiramente diferente, resultando 
em funções muito diferentes. Cada um desses 
hormônios – a ocitocina e a 
vasopressina�arginina, também chamada 
hormônio antidiurético (ADH) – é unido a uma 
proteína chamada neurofisina. Embora haja 
alguma sobreposição, as fibras de núcleos 
supraópticos estão relacionadas principalmente 
com a secreção de vasopressina, enquanto a 
maioria das fibras dos núcleos paraventriculares 
está envolvida com a secreção de ocitocina. 
 
 
 
 
 
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