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Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem e obstetrícia Angie Martinez Histologia • Ele consiste em um grupo de células secretoras, que podem se organizar em órgãos exclusivamente endócrinos chamados de glândulas, ou que podem se encontrar distribuídas ao longo da parede de órgãos do sistema digestório, respiratório etc. Glândulas endócrinas • As glândulas endócrinas são formadas por células especializadas na produção e secreção de moléculas biologicamente ativas, chamadas de hormônios. Esses são liberados na corrente sanguínea e dali são transportados para células- alvo, onde uma vez ligados aos seus receptores celulares, vão ativar sinalização intracelular capaz de ativar fatores de transcrição, que por sua vez vão regular a síntese de proteínas, desempenhando então uma atividade específica. • Essas glândulas são: hipófise, glândula pineal, tireoide e para tireoides, suprarrenal e o pâncreas endócrino. Hipotálamo • O hipotálamo e a hipófise formam uma unidade, chamada de eixo hipotalâmico-hipofisário. Essa unidade vai controlar funções e várias glândulas endócrinas. Mas afinal, o que é o hipotálamo? • O hipotálamo é uma região do diencéfalo. Ele forma o assoalho do diencéfalo e faz parte das paredes do terceiro ventrículo. • Basicamente, ele consiste em aglomerados de neurônios, chamados de núcleos. Alguns desses núcleos secretam hormônios. • As células neuroendócrinas do hipotálamo exercem efeitos positivos e negativos sobre a hipófise, através de hormônios, também chamados de fatores de liberação e de inibição hipotalâmicos-hipofisiotróficos. • Essa imagem mostra a relação do hipotálamo com as estruturas vizinhas. • Encontra-se entre o cérebro e o tronco encefálico (como já mencionado anteriormente, no diencéfalo). • Formado pela glândula pineal, pelo tálamo, pelo epitálamo, hipotálamo e a hipófise. • Anatomicamente falando, ele limita frontalmente com o quiasma óptico, caudalmente com os corpos mamilares, ventralmente com a hipófise e dorso-lateralmente com o tálamo. Funções do hipotálamo • A função primária do hipotálamo é a manutenção da homeostase do organismo. • Como ele faz isso? Ele simplesmente integra sinais do ambiente externo através dos sistemas sensoriais, incluindo a visão, gosto, tato etc; bem como sinais provenientes do sistema nervoso central e das vísceras. Dessa maneira, ele fornece respostas neuroendócrinas. Essas respostas geralmente são mediadas principalmente pela glândula hipófise. Sistema endócrino Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem e obstetrícia Angie Martinez Histologia • A partir disso, o hipotálamo controla vários processos biológicos, incluindo: ingestão alimentar, gasto energético, peso corporal, ingestão e balanço de fluidos, pressão arterial, temperatura corporal, sono, reprodução, crescimento e desenvolvimento. Eminência Mediana • O hipotálamo mantém uma conexão com a hipófise através de uma região chamada de Eminência Mediana. • Essa eminência possui formato de funil, localizada entre o hipotálamo e a hipófise. Essa região é importantíssima, porque forma o local de secreção de hormônios hipotalâmicos hipofisiotróficos. • Ela é altamente vascularizada e é o local de origem do sistema porta-hipotalâmico- hipofisário. • Permite o direcionamento dos hormônios tróficos para a hipófise, assim como também permite que os hormônios hipotalâmicos possam ser secretados em pequenas quantidades, garantindo uma ação hormonal com economia, além de evitar a degradação desses hormônios, os quais possuem tempo de vida muito breve. Hipófise • Glândula também chamada de glândula pituitária. Ela é conhecida como glândula mestra, porque regula a atividade de várias glândulas endócrinas. • Mede 1 cm. Apesar de ser tão pequena, é essencial na regulação dessas outras glândulas. • No homem, pesa em torno de 0.5 gramas. Nas mulheres multíparas, em torno de 1.5 gr. • Ela se localiza na base do cérebro, abaixo do hipotálamo e se liga a este pela haste hipofisária ou também conhecido como infundíbulo. • Na imagem é possível observar que a glândula, a partir de uma visão externa, está à altura dos olhos. • A partir de uma visão interna, está localizada em uma depressão do osso esfenoide, o qual compõe a base do crânio. Essa depressão recebe o nome de sela turca ou túrcica. • Observa-se sua conexão com o hipotálamo através do infundíbulo, o que forma a haste hipofisária. Divisão anatômica da hipófise • Ela apresenta dois componentes principais, os quais lembram muito à dupla origem embrionária da glândula. Esses componentes são a Adeno- hipófise, de origem ectodérmica e a Neuro- hipófise, de origem neural. • A adeno-hipófise possui uma organização epitelial, enquanto a neuro-hipófise tem uma organização neural. • A adeno-hipófise pode ser dividida em três partes, a pars tuberalis, a pars intermedia e a pars distalis. Essa última porção é a mais desenvolvida, representando em torno de 80% da população celular total da adeno-hipófise. • Já a neuro-hipófise, apresenta duas subdivisões: o infundíbulo, formado pela eminência mediana e pelo processo infundibular; e a porção mais dilatada, chamada de pars nervosa ou lobo neural, Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem e obstetrícia Angie Martinez Histologia também conhecida como lobo posterior da hipófise. • Neste esquema podemos observar um corte holóptico, completo, onde podem ser visualizados os dois componentes da glândula. • O epitelial, a parte mais intensamente corada (adeno-hipófise), e o componente neural (neuro- hipófise) incluindo parte do infundíbulo. • A parte mais distal desse representaria a pars nervosa.Encima o infundífulo. • A pars distalis, a intermédia ( que mesmo fazendo parte da Adeno-hipófise, encontra-se justaposta à neuro-hipófise) e a pars tuberalis. • Nesse esquema podemos ver que a pars tuberalis forma um colar incompleto em torno do infundíbulo. Relações funcionais e anatômicas entre a hipófise e o hipotálamo • Os núcleos hipotalâmicos paraventricular e supraóptico, são formados por neurônios do sistema magnocelular e que possuem corpos neuronais grandes, volumosos, os quais vão produzir dois hormônios. • O núcleo paraventricular produz ocitocina e o supraóptico produz ADH/vasopressina. • Os corpos neuronais desses núcleos permanecem sempre na mesma localização e os axônios descem, atravessam o infundíbulo e terminam na pars nervosa, formando-a. Então, vemos que o contato entre o hipotálamo e a pars nervosa é um contato físico. Então essa pars nervosa não funciona como tecido secretor, ela simplesmente age como um local de armazenamento da ocitocina e do ADH. • No caso do hipotálamo posterior, encontram-se os núcleos do sistema parvocelular, menores. Esses neurônios vão produzir aqueles fatores liberadores e inibidores hipotalâmicos- hipofisiotróficos. Seus axônios, por serem curtos, terminam no infundíbulo, mais especificamente na eminência mediana. Esses fatores são liberados na eminência e serão transportados por vasos sanguíneos até a pars distalis. Irrigação da hipófise e sua importância funcional • A hipófise recebe suprimento sanguíneo a partir das artérias hipofisárias superiores e artérias Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem e obstetrícia Angie Martinez Histologia hipofisárias inferiores. Essas artérias são ramos das artérias carótidas internas. • A artéria hipofisária superior mantém uma conexão com a artéria hipofisária inferior através das chamadas artérias trabeculares. • Essa a h. superior penetra a eminência mediana, o processo infundibular e a pars tuberalis. Nessaregião ela entra, se capilariza e forma o chamado plexo capilar primário. A partir desse plexo surgem as veias portais. • Essas veias portais atravessam o infundíbulo e chegam à pars distalis. Na pars distalis formam o plexo capilar secundário. • Então, o sistema porta é um tipo de vascularização onde há dois plexos: um plexo capilar primário e um plexo capilar secundário, conectados pelas chamadas veias porta- hipofisárias. • Os neurônios do sistema parvo-celular, localizados no hipotálamo posterior, são os que vão produzir e secretar os fatores liberadores e inibidores hipofisio-tróficos. Seus axônios chegam na eminência e liberam esses fatores no plexo capilar primário e as veias portais transportam esses hormônios para o plexo capilar secundário. Esse plexo capilar secundário banha as células secretoras da pars distalis. • Posteriormente, temos as veias hipofisárias, as quais terminam nos seios cavernosos da dura- máter e são drenadas pelas veias jugulares. • No caso específico do lobo neural, ele é irrigado principalmente pela artéria hipofisária inferior. Essa artéria se ramifica, forma um plexo, independente do plexo porta-hipofisário, e recolhe os axônios amielínicos dos núcleos supraóptico e paraventricular, os quais se extendem até esses vasos e liberam a ocitocina e o ADH. • É basicamente assim que se mantem a relação anatómica e funcional entre o hipotálamo e a hipófise. • Se por um lado há uma conexão física, onde os axônios amielínicos dos núcleos paraventricular e supraóptico chegam ao lobo neural, por outro lado há uma conexão vascular entre o hipotálamo e a pars distalis, graças ao sistema porta hipotalâmico-hipofisário. Controle da secreção hipotalâmica e adenohipofisária • O controle da secreção é feito através e uma retroalimentação negativa, onde o hormônio do órgão-alvo, ao alcançar níveis altos, estimula o hipotálamo a inibir a produção dos seus hormônios percussores hipotalâmicas, além de atuar na própria glândula hipófise, inibindo a sua própria produção. • Nesse controle os hormônios são capazes de regular a produção a nível hipotalâmico e a nível hipofisário. Estrutura histológica da adeno-hipófise Histologia da pars distalis • Sua estrutura histológica é simples. • Como já mencionado, corresponde a 80% da população celular da adeno-hipófise. • Encontram-se três componentes histológicos: - Cordões de células epiteliais, que formam o parênquima da glândula, ou seja, a parte funcional dela. - Estroma, o qual forma o tecido de sustentação para essas células epiteliais, composto por um tecido conjuntivo frouxo entremeado com os cordões celulares. - Capilares fenestrados, os quais pertencem o plexo capilar secundário do sistema porta-hipofisário. Como são formados os cordões de células epiteliais que realizam as funções da glândula? • Histológicamente, consistem em células epiteliais apoiadas sobre uma membrana basal. • De acordo com a afinidade pelos corantes, tais cordões são formados por 2 tipos celulares: células cromófobas, que se coram pouco com os corantes de rotina; e as células cromófilas, que possuem maior afinidade com esses corantes e ficam mais coloridos. • Já as células cromófilas, podem ser classificadas pela sua afinidade tintorial, em células cromófilas acidófilas (quando coradas, seu citoplasma fica rosado/alaranjado) e células cromófilas basófilas, que tem maior afinidade pelos corantes básicos (e, quando coradas, ficam azuladas). Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem e obstetrícia Angie Martinez Histologia • Cor azul: estruturas fibrosas, representando o estroma (tecido conjuntivo e fibras de colágeno). Nesse estroma encontram-se vasos sanguíneos com hemácias (cor amarela). • Cada estrutura circundada pelo estroma representa um cordão celular. • Pela coloração avermelhada do citoplasma, dá para perceber que na imagem a maioria das células são cromófilas acidófilas. Já as basófilas, possuem o citoplasma de uma cor mais roxa, • As células cromófobas tem o citoplasma pouco corado. Inclusive, fala-se que essas são células secretoras que já eliminaram seus grânulos de secreção. • A coloração não permite observar a membrana basal. (pars distalis corada com HE) • Com o HE fica mais difícil delimitar os cordões celulares, porque as fibras de colágeno não são tão coradas. • Todas as áreas avermelhadas são hemáceas, dentro dos capilares fenestrados, distribuidos no estroma. • Células com citoplasma rosa: células cromófilas acidófilas, que tem maior afinidade com a eosina. • Células com citoplasma roxo: células cromófilas basófilas. • Células com citoplasma lilás claro: células cromófobas. Quando são utilizados anticorpos específicos contra os hormônios produzidos na pars distailis, podem-se identificar 5 tipos de células funcionalmente diferentes. Elas serão nomeadas de acordo com a produto que elaboram: • Somatotrofos: são um tipo de célula cromófila acidófila, secretoras da somatotrofina, também conhecida como hormônio do crescimento (GH), hormônio protéico. Elas representam em torno de 40 a 50% da população celular da parte distal da adeno-hipófise. • Mamotrofos ou lactotrofos: células cromófilas acidófilas, secretoras de prolactina, hormônio proteico. Representam em torno de a 20% da população celular da parte distal da adeno- hipófise. • Corticotrofos: células cromófilas basófilas, secretoras do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), hormônio polipeptídico. • Gonadotrofos: células cromófilas basófilas, secretoras de gonadotrofinas: hormônio foliculoestimulntes (FSH) e o hormônio luteinizante (LH). Por serem hormônios glicoprotéicos, são PAS positivos, ou seja, reagem com essa coloração utilizada para reconhecer açúcares. • Tireotrofos: células tireotróficas, encarregadas de produzir e secretar o TSH. Elas representam em torno de 5% da população celular total da parte distal da adeno-hipófise. São células PAS positivas, porque o hormônio é uma glicoproteína. Cromófobas Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem e obstetrícia Angie Martinez Histologia É importante observar que o controle do hipotálamo sobre a síntese da prolactina é dado pela dopamina, que inibe a produção e secreção desse hormônio nos mamotrofos. Suspeita-se que existe o fator liberador de prolactina, mas ainda não foi comprovado. Por outro lado, fala-se que o TRH além de estimular a produção e secreção de TSH, também estimula a produção de prolactina. Há um hormônio liberador do GH, produzido pelo hipotálamo, que chega na pars distalis através do sistema porta-hipofisário e vai estimular a produção e secreção do GH. Além disso, o hipotálamo também produz um fator inibidor, que seria a somatostatina. Esse GH promove o crescimento dos tecidos ósseos, tecidos moles, mas não age diretamente neles. Ele faz essa regulação através do fígado, onde estimula a liberação dos IGFs, chamados de fatores de crescimento semelhantes à insulina. Pars intermédia • Localizada entre a pars distalis e a pars nervosa; • Formada por uma série de pequenas cavidades císticas, chamadas de folículos, que representa, a luz residual da bolsa de Rathke. A bolsa de Rathke é uma evaginação que o epitélio do teto da cavidade bucal primitiva, chamado de estomodeu sofre, em direção a outra evaginação do encéfalo, para formar a hipófise. • Em humanos, essa porção é um pouco rudimentar. • A função de suas células ainda não foi esclarecida em humanos. Em outras espécies, já foi visto que as células basófilas contêm vesículas dispersas ricas em alfa ou beta-endorfina, composto relacionado com a morfina. Em anfíbios, elas produzem um hormônio estimulante dos melanócitos (MSH), que estimula a dispersãode pigmentos nos melanócitos e nos melanóforos. • Pega parte da pars distalis, parte da pars nervosa; • A pars ditalis mais epitelial e mais celular. • A pars nervosa com um aspecto mais filamentar, lembrando que ela é formada basicamente por axônios amielínicos provenientes dos núcleos supraóptico e paraventricular do hipotálamo. • Entre essas duas estruturas, está uma delgada faixa que corresónde à pars intermédia. • A pars intemédia é rudimentar e formada pelos folículos (FC). No interior desses, encontra-se substância colóide. Dispersas entre esses folículos, podemos observar as células Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem e obstetrícia Angie Martinez Histologia cromófobas e basófilas. Além da presença de vasos sanguíneos (amarelo). A pars intermédia é mais desenvolvida nos ratos. Pars tuberalis ou parte tuberal • Extensão do lobo anterior ao longo do infundíbulo, semelhante a um pedículo. Ela o rodeia como um colar incompleto. • É uma região altamente vascularizada, já que é onde se recebe o suprimento sanguíneo da artéria hipofisária superior, junto à eminência mediana e o infundíbulo. • Contém as veias do sistema hipotalâmico- hipofisário, que saem do plexo capilar primário e se dirigem para a pars distais. • Formado por nichos de células pavimentosas e pequenos folículos revestidos por células cúbicas que se encontram dispersos na região. • Essas células frequentemente exibem imunorreatividade para ACTH, FSH e LH (logo, se diz que são células cromófilas basófilas). Estrutura histológica da neuro-hipófise • Componente neural da hipófise; • Definida como uma extensão do SNC. • Ela não é uma glândula endócrina, mas sim um local de armazenamento de neurossecreções dos neurônios dos núcleos supraóptico e paraventricular do hipotálamo (ambos produzem ocitocina e vasopressina, porém, em diferentes quantidades). • Consiste no infundíbulo (eminência mediana + processo infundibular) e o lobo posterior (pars nervosa). Histologia da pars nervosa • Formada por três componentes histológicos: - Axônios amielínicos, os quais provem dos neurônios do sistema magnocelulares, que formam os núcleos supraóptico e paraventricular do hipotálamo. - Pituícitos: células semelhantes aos astrócitos, consideradas células gliais, que dão sustentação aos axônios amielínicos. - Capilares fenestrados, vindos da artéria hipofisária inferior, formando um plexo. Apesar de ter origem neural, é importante saber que não há barreira hematoencefálica, porque seus capilares são fenestrados. • Aspecto filamentar, que lembra a substância branca do cérebro. • Presença de capilares. • Núcleos roxos: pertencem aos pituícitos. • As pequenas aglomerações são os corpor de Hering. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem e obstetrícia Angie Martinez Histologia • Os axônios amielínicos não são totalmente uniformes, apresentam diversas dilatações que se repetem em intervalos. As dilatações recebem o nome de corpos de Hering e contêm grânulos com neurofisina e hormônios (vasopressina ou ocitocina). • Em verde vemos os pituícitos associados a esse neurônio. • Quando os neurônios vão secretar os hormônios, os pituícitos recolhem seus prolongamentos para facilitar a secreção. • Observam-se os pituícitos; • Gotas de lipídeos • Célula endotelial frenestrada; • Vasos sanguíneos; • Poros; Glândula Pineal ou epífise • É um órgão endócrino formado por células com função neurossecretora. • Ecnontra-se ligada ao cérebro por um pedículo, mas não há conexões nervosas diretas entre a glândula e o cérebro. Esse pedículo é formado por fibras nervosas simpáticas pós-glanglionares, derivadas dos gânglios cervicais superiores que inervam a glândula e pelos prolongamentos das células intersticiais gliais. • Encontra-se recoberta pela pia-máter, que forma uma cápsula no seu entorno. Localização anatômica da glândula pineal • Está situada no teto do diencéfalo, entre os tubérculos quadrigêmeos craniais, numa pequena depressão chamada de fossa pineal. Histologia da glândula pineal • Divide-se em lóbulos, por um tecido conjuntivo vascular que contém células gliais. Essa divisão foi a que deu o nome de glândula pineal, porque para os anatomistas clássicos, lhes lembrava o fruto do pino. Células intersticiais • Dentre os componentes celulares que podem ser encontrados, estão as células intersticiais semelhantes à glia, chamadas de gastrócitos por muitos autores. Representam de 5 a 10% das células que parcialmente circundam e separam is pinealócitos ou pineócitos. Essas células também vão compor em parte o pedúnculo da pineal. Pinealócitos/Pineocitos • A maior parte da glândula encontra-se composta por células secretoras parenquimatosas: os pinealócitos. • Os pinealócitos são neurônios modificados que secretam melatonina, a qual possui um papel crucial no funcionamento do ciclo circadiano. • São uma forma especializada de neurônios relacionados aos fotorreceptoras retinianos. • Não possuem axônios, mas contêm no citoplasma numerosos grânulos secretórios e prolongamentos citoplasmáticos de comprimentos variados. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem e obstetrícia Angie Martinez Histologia • Organizam-se em cordões que repousam sobre uma membrana basal, sendo envolvidos por tecido conjuntivo frouxo, capilares fenestrados e nervos. • Possuem dois ou mais prolongamentos celulares que terminam em expansões bulbosas. Um dos prolongamentos vai terminar perto dos capilares. • No seu citoplasma podem ser encontradas mitocôndrias em abundância e distribuídas de forma aleatória. • As células têm formato poligonal e apresentam prolongamentos. • Na imagem podem se observar os prolongamentos dos pinealócitos que terminam na parede de pequenos vasos e possuem expansões em forma de bulbo. (chamadas de rosetas perivasculares, com aspecto de flor). • Com imunohitoquímica essas rosetas perivasculares podem ser mais bem observadas, já que o anticorpo destaca fortemente os prolongamentos dos pineócitos dirigidos a vasos e também as dilatações bulbosas. Concreções calcáreas ou corpora arenacea • Chamadas de areia cerebral. • É uma característica da glândula pineal e consiste na presença de áreas de calcificação definidas (Matriz extracelular na qual se depositam cristais de fosfato de cálcio). • Sua formação começa cedo na infância e se torna evidente a partir dos 20 anos, aumentando com a idade. • Os pinealócitos secretam essa MEC que receberá os cristais de fosfato de cálcio. • São um importante marcador radiográfico da linha média do cérebro. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem e obstetrícia Angie Martinez Histologia • Em algumas ocasiões tem um aspecto bastante lamelar, com várias camadas. Função da glândula pineal • Ela produz e secreta melatonina, que é a principal substância biologicamente ativa, sintetizada a partir do triptofano, pelos pinealócitos. • A melatonina será liberada na circulação geral, para atuar sobre o hipotálamo e a hipófise. Em muitas espécies, atua na inibição da secreção de gonadotrofinas e do GH, e induzir sonolência (por exemplo, animais que hibernam no inverno). Melatonina • Conhecida como hormônio indutor do sono, produzido a partir da serotonina. Ele está relacionado com a regulação dos ciclos circadianos (vigia-sono). • Sua apresentação farmacêutica serve par contrarrestar os efeitos do Jet Lag. • A variação dos níveis de melatonina no sangue varia segundo o horário: durante a manhã, 10 a 30 og/mL; durante a noite, 60 a 150 pg/mL. Por isso se recomenda que as crianças durmam cedo, já que a produçãodesse hormônio aumenta nas primeiras horas da noite. Como funciona o ciclo circadiano? • O ciclo circadiano é um relógio interno que controla os ritmos biológicos. • Esse relógio biológico circadiano regula os padrões de sono e de alimentação e está ligado ao ciclo de dia-noite ou ao ciclo de sono-vigília. • Durante a noite, há uma diminuição na produção de cortisol, que é o hormônio da vigia, e aumenta a produção de melatonina. • Durante a manhã, há um aumento de cortisol e diminuição n melatonina. Como isso funciona? • O trato retino-hipotalâmico conduz sinais luminosos para o núcleo supraquiasmático, esse núcleo está adjacente ao quiasma óptico. O núcleo está formado por uma rede de neurônios que opera como marca-passo endógeno que regula o ritmo diário. • Essa rede de neurônios são osciladores circadianos ligados às células ganglionares especializadas produtoras de melanopsina da retina. Logo, essas células ganglionares funcionam como detectores de luminosidade, que reajustam os osciladores circadianos. O Jet Lag é uma condição experimentada por muitos viajantes, provocada por mudanças de fuso horário que leva à interrupção do ritmo circadiano. Associada a fadiga, insônia e desorientação.
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