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DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
CIPA 
 
 
1 
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 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842c CIPA / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2012. 
 290 p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-66104-58-5 
 1. CIPA. 2. Segurança do trabalho. 3. Acidentes de trabalho - Prevenção. I. 
Portal Educação. II. Título. 
 CDD 614.8 
 
 
 
2 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR ....................................................................... 5 
2 NORMAS REGULAMENTADORAS ......................................................................................... 11 
2.1 NR 1: DISPOSIÇÕES GERAIS ................................................................................................. 11 
2.2 NR 2: INSPEÇÃO PRÉVIA ........................................................................................................ 11 
2.3 NR 3: EMBARGO OU INTERDIÇÃO ......................................................................................... 12 
2.4 NR 4: SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM 
MEDICINA DO TRABALHO ................................................................................................................. 12 
2.5 NR 5: PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO E SAÚDE OCUPACIONAL .............................. 13 
2.6 NR 6: EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL .............................................................. 13 
2.7 NR 7: PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL ........................... 13 
2.8 NR 8: EDIFICAÇÕES ................................................................................................................ 14 
2.9 NR 9: PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS ........................................... 14 
2.10 NR10: SERVIÇOS EM ELETRICIDADE .................................................................................... 14 
2.11 NR 11: TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE 
MATERIAIS ......................................................................................................................................... 15 
2.12 NR 12: SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS .......................... 15 
2.13 NR 13: CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO ......................................................................... 15 
2.14 NR 14: FORNOS ....................................................................................................................... 16 
2.15 NR 15: ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES ............................................................... 16 
2.16 NR 16: ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS ................................................................ 16 
2.17 NR 17: ERGONOMIA ................................................................................................................ 17 
 
 
3 
2.18 NR 18: CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA 
CONSTRUÇÃO ................................................................................................................................... 17 
2.19 NR 19: EXPLOSIVOS ................................................................................................................ 17 
2.21 NR 21: TRABALHOS A CÉU ABERTO ..................................................................................... 18 
2.22 NR 22: SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO ........................................ 18 
2.23 NR 23: PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS.............................................................................. 18 
2.24 NR 24 CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO ............ 19 
2.25 NR 25: RESÍDUOS INDUSTRIAIS ............................................................................................ 19 
2.26 NR 26: SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA ................................................................................. 20 
2.27 NR 27: REGISTRO PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO 
NO MINISTÉRIO DO TRABALHO ....................................................................................................... 20 
2.28 NR 28: FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES ............................................................................... 20 
2.29 NR 29: NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO 
PORTUÁRIO........................................................................................................................................ 21 
2.30 NR 30: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO AQUAVIÁRIO ............................................. 21 
2.31 NR 31: NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA 
AGRICULTURA, PECUÁRIA, SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQUICULTURA ..... 22 
2.32 NR 32: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE ..... 22 
2.33 NR 33: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESPAÇOS CONFINADOS ................... 22 
2.34 NR 34: CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA 
CONSTRUÇÃO E REPARAÇÃO NAVAL ............................................................................................ 23 
2.35 NR (AINDA NÃO APROVADA): TRABALHO EM ALTURA ....................................................... 24 
3 NORMA REGULAMENTADORA 32 ......................................................................................... 25 
4 NORMA REGULAMENTADORA 5 ........................................................................................... 34 
5 O QUE É CIPA .......................................................................................................................... 38 
 
 
4 
6 OBJETIVOS .............................................................................................................................. 40 
7 CONSTITUIÇÃO ....................................................................................................................... 41 
8 ORGANIZAÇÃO........................................................................................................................ 44 
9 ATRIBUIÇÕES .......................................................................................................................... 52 
10 FUNCIONAMENTO ................................................................................................................... 60 
11 TREINAMENTO ........................................................................................................................ 66 
12 PROCESSO ELEITORAL ......................................................................................................... 71 
13 CONTRATANTES E CONTRATADAS ..................................................................................... 79 
14 DISPOSIÇÕES FINAIS ............................................................................................................. 83 
15 DIMENSIONAMENTO ............................................................................................................... 84 
16 PREVENÇÃO DE ACIDENTES ............................................................................................... 143 
16.1 OBRIGAÇÃO DA EMPRESA ................................................................................................... 149 
16.2 COMO PREVENIR ACIDENTESDO TRABALHO ................................................................... 151 
16.3 DIA NACIONAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO ..................................... 152 
16.4 ESTATÍSTICAS RELACIONADAS COM A SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO ............ 153 
17 SESMT ..................................................................................................................................... 156 
18 PCMSO .................................................................................................................................... 160 
19 PPRA........................................................................................................................................ 162 
20 MAPEAMENTO DE RISCOS AMBIENTAIS ............................................................................ 164 
21 INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES DE TRABALHO ............................................ 166 
22 SEMANA INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO ............................. 171 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 173 
ANEXOS ............................................................................................................................................. 177 
 
 
5 
1 INTRODUÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR 
 
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como um estado de completo 
bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças. Quando surgiu a 
entidade Organização Mundial da Saúde, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, houve 
uma preocupação em estabelecer uma definição extremamente positiva de saúde. 
Essa nova definição incluiu os seguintes fatores: 
 alimentação; 
 atividade física; 
 acesso aos sistemas de saúde. 
O "bem-estar social" relacionado na definição estabelecida pela OMS veio da 
preocupação com a imensa devastação causada pela Segunda Guerra Mundial, assim como 
seguida do otimismo em relação à paz mundial. 
A OMS foi ainda a primeira organização internacional de saúde a considerar-se 
responsável pela saúde mental, e não apenas pela saúde do corpo. A definição adotada pela 
OMS tem sido alvo de inúmeras críticas desde a divulgação desse conceito. 
A intenção de definir a saúde como um estado de completo bem-estar faz com que a 
saúde seja algo excelente, fora da normalidade, portanto de difícil alcance pelos países ou até 
mesmo pelos serviços de saúde. 
Existem ainda aqueles que afirmam que essa definição possibilitou uma medicalização 
da existência humana, assim como abusos por parte do Estado a título de promoção de saúde. 
Por outro lado, a definição utópica do estado de saúde é importante como um objetivo 
a ser alcançado pelas unidades de saúde por estimular a priorização das ações que levam os 
profissionais a tratarem as pessoas doentes. 
A visão funcional da saúde interessa muito aos profissionais de saúde pública, 
incluindo-se aí os médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e demais profissionais da área da saúde, 
pois é uma forma a melhorar a equidade dos serviços de saúde e de saneamento básico, 
provendo cuidados de acordo com as necessidades de cada indivíduo ou grupo. 
 
 
6 
Ainda nesse contexto, devemos definir o que seria o trabalhador, pois assim 
poderemos unir os conceitos e definir o que seria a saúde do trabalhador. 
Trabalhador é um termo amplo e muito utilizado hoje, que inclui toda aquela pessoa 
que vive do seu trabalho, ou seja, inclui o escravo, o servo, o artesão e o proletário. 
Atualmente o trabalhador é considerado legalmente e formalmente como todo aquele 
que realiza tarefas baseadas em contratos, com salários acordados e direitos estabelecidos pela 
lei. Quando o trabalho é voluntário, trabalha-se em instituições sem fins lucrativos, não sendo, 
portanto, remunerados. 
Já o profissional é aquele que é remunerado regularmente pelo trabalho que 
desempenha ou pela atividade que exerce. Também pode ser definido como aquele que tem 
conhecimentos da sua profissão, ou seja, um especialista. 
A Constituição Brasileira de 1988, em seu artigo 196, traz também a definição de saúde, 
como podemos verificar a seguir: 
 
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante 
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de 
doenças e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às 
ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. 
 
Podemos ainda apresentar algumas definições que têm sido aceitas sobre Saúde do 
Trabalhador. 
No capítulo primeiro da Lei 8080, artigo sexto, parágrafo terceiro, encontramos a 
seguinte definição: 
 
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um 
conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância 
epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde 
dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da 
saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos 
das condições de trabalho, [...]. 
 
 
7 
Esse conceito abrange também questões relacionadas com: 
 
I. Assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou 
portador de doença profissional e do trabalho; 
 
II. Participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde 
(SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e 
agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho; 
 
III. Participação, no âmbito de competência do Sistema Único de 
Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições 
de produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e 
manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de 
equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador; 
 
IV. Avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde; 
 
V. Informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às 
empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença 
profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, 
avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e 
de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional; 
 
VI. Participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços 
de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e 
privadas; 
 
VII. Revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no 
processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das 
entidades sindicais; e 
 
VIII. Garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão 
competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo 
 
 
8 
ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para 
a vida ou saúde dos trabalhadores. 
 
Numa dimensão mais abrangente, trabalhador é todo homem e mulher que exerce 
atividade para o próprio sustento e/ou de seus dependentes, independente da forma de inserção 
no mercado de trabalho, nos setores formais ou informais da economia (BRASIL, 2001). 
Segundo a Política de Saúde e Segurança do Trabalhador, entende-se por 
trabalhadores homens ou mulheres que exercem atividades para sustento próprio e/ou de seus 
dependentes, sejam no mercado de trabalho formal ou informal da economia. 
Inclusive os que trabalham ou trabalharam como assalariados, domésticos, avulsos, 
rurais, autônomos, temporários, servidores públicos, cooperativados e empregadores, 
proprietários de micro e pequenas unidades de produção e serviços, entre outros. 
Podemos considerar também trabalhador a pessoa não remunerada que trabalha no 
domicílio, o aprendiz ou estagiário e aqueles que estão afastados temporariamente ou 
definitivamente do mercado de trabalho por doença, aposentadoria ou desemprego. 
No Brasil, diversas estratégias e programas buscam melhorar a saúde da população, 
mas a grande extensão territorial e as diferenças socioeconômicas impedem um 
desenvolvimento igualitário detodo o país. 
A política de saúde do trabalhador no Brasil começa a ser estruturada após a 
promulgação da Constituição Federal de 1988 no artigo 196, como citada anteriormente, que 
coloca que a saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais 
e econômicas que visem à redução do risco da doença e de outros agravos e ao acesso 
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
Em 2002, com a publicação da Portaria nº. 1679, que instituiu a Rede Nacional de 
Atenção Integral à Saúde do Trabalhador com a articulação entre o Ministério da Saúde, 
Secretaria de Saúde dos Estados e Secretarias Municipais de Saúde. 
São criados também os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador que têm 
como objeto o estudo e intervenção nas relações entre trabalho e saúde. Seu objetivo é realizar 
a prevenção, a promoção e a recuperação da saúde do trabalhador urbano ou rural, do setor 
formal ou informal de trabalho. 
 
 
9 
Os trabalhadores, individual e coletivamente nas organizações, são considerados 
sujeitos e participantes das ações de saúde, as quais incluem: o estudo das condições de 
trabalho, a identificação de mecanismos de intervenção técnica para sua melhoria e adequação 
e o controle dos serviços de saúde prestados (BRASIL, 2001). 
Segundo NARDI (1997), entende-se por saúde do trabalhador o conjunto de 
conhecimentos oriundos de diversas disciplinas, como Medicina Social, Saúde Pública, Saúde 
Coletiva, Clínica Médica, Medicina do Trabalho, Sociologia, Epidemiologia Social, Engenharia, 
Psicologia, entre tantas outras, que – aliado ao saber do trabalhador sobre seu ambiente de 
trabalho e suas vivências das situações de desgaste e reprodução – estabelece uma nova forma 
de compreensão das relações entre saúde e trabalho e propõe uma nova prática de atenção à 
saúde dos trabalhadores e intervenção nos ambientes de trabalho. 
O termo surge no Brasil no bojo do Movimento pela Reforma Sanitária, que se 
intensificou no País a partir da década de 1980, tendo, na Reforma Sanitária Italiana, seu 
exemplo inspirador (TEIXEIRA, 1989). 
A união dos esforços de técnicos de saúde ligados às universidades e ao Ministério da 
Saúde com os trabalhadores, dentro da emergência do Novo Sindicalismo, estabeleceu as bases 
desse conjunto de saberes e práticas denominadas Saúde do Trabalhador. 
Ela nasce como contraponto aos modelos hegemônicos das práticas de intervenção e 
regulação das relações saúde-trabalho da Medicina do Trabalho, Engenharia de Segurança e 
Saúde Ocupacional. 
A modificação da terminologia dos serviços de atenção à saúde de Serviços de 
Medicina do Trabalho e/ou Saúde Ocupacional para Serviços de Saúde do Trabalhador segue 
uma tendência mundial nos países que passaram por movimentos semelhantes, como nos 
aponta Parmeggiani (1987). 
O momento culminante de mobilização popular pela saúde do trabalhador no Brasil dá-
se na VIII Conferência Nacional de Saúde, em 1986, e na I Conferência Nacional de Saúde do 
Trabalhador, também em 1986. 
A afirmação do movimento dentro do campo institucional acontece na IX Conferência 
Nacional de Saúde e na II Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador em 1994 (Dias, 1994). 
 
 
10 
Consolida-se, dessa forma, como conceito dentro dos textos legais da Constituição de 
1988 e na Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080) de 1990. 
Segundo NARDI (1997), a característica que diferencia a Saúde do Trabalhador, em 
seu modelo teórico, é a afirmação do trabalhador como sujeito ativo do processo de saúde-
doença, incluindo aí a participação efetiva nas ações de saúde e não simplesmente como objeto 
da atenção à saúde, tal como é tomado pela Saúde Ocupacional e pela Medicina do Trabalho. 
Além desse fato, trata-se da construção de um saber e de uma prática 
interdisciplinares que se diferenciem de ma ação centrada no conhecimento médico e nos 
saberes divididos em compartimentos (Engenharia, Psicologia, Medicina, Enfermagem, Serviço 
Social etc.) na forma de uma equipe de técnicos das várias profissões que não estabelece uma 
interlocução como, tradicionalmente, tem-se dado na Medicina do Trabalho e na Saúde 
Ocupacional, respectivamente. 
 
FIGURA 1 – SAÚDE DO TRABALHADOR. 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.medicinadotrabalhonatal.com.br/photos/saude.jpg>. 
Acesso em: 11 nov. 2011. 
 
 
 
http://www.medicinadotrabalhonatal.com.br/photos/saude.jpg
 
 
11 
2 NORMAS REGULAMENTADORAS 
 
 
As Normas Regulamentadoras, também conhecidas como NRs, regulamentam e 
fornecem orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados com a segurança e 
medicina do trabalho no Brasil. 
São as Normas Regulamentadoras do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis 
do Trabalho (CLT), relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, foram aprovadas pela Portaria 
N.° 3.214, 08 de junho de 1978. São de observância obrigatória por todas as empresas 
brasileiras regidas pela (CLT). 
Seguem as seguintes as Normas Regulamentadoras, com um breve resumo de seu 
conteúdo. 
 
 
2.1 NR 1: DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
 
São de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos 
públicos de administração direta e indireta, que possuam empregados regidos pela Consolidação 
das Leis do Trabalho - (CLT). Estabelece a importância, funções e competência da Delegacia 
Regional do Trabalho. 
 
 
2.2 NR 2: INSPEÇÃO PRÉVIA 
 
 
 
 
12 
Todo estabelecimento novo, antes de iniciar suas atividades, deverá solicitar 
aprovação de suas instalações ao órgão do Ministério do Trabalho. 
 
 
2.3 NR 3: EMBARGO OU INTERDIÇÃO 
 
 
A Delegacia Regional do Trabalho, à vista de laudo técnico do serviço competente que 
demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de 
serviço, máquina ou equipamento, ou embargar a obra. (CLT Artigo 161 inciso 
3.6|3.4|3.7|3.8|3.9|3.10). 
 
 
2.4 NR 4: SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM 
MEDICINA DO TRABALHO 
 
 
A NR 4 diz respeito aos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho (SESMT) e tem como finalidade promover a saúde e proteger a 
integridade do trabalhador em seu local de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
13 
2.5 NR 5: PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO E SAÚDE OCUPACIONAL 
 
 
As empresas privadas, públicas e órgãos governamentais que possuam empregados 
regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ficam obrigados a organizar e manter em 
funcionamento uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CLT Artigo 164 Inciso 
5.6|5.6.1|5.6.2|5.7|5.11 e Artigo 165 inciso 5.8). 
 
 
2.6 NR 6: EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 
 
 
Para os fins de aplicação desta NR, considera-se EPI todo dispositivo de uso 
individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade 
física do trabalhador. 
 
 
2.7 NR 7: PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL 
 
 
Esta NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de 
todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do 
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, cujo objetivo é promover e 
preservar a saúde do conjunto dos seus trabalhadores. 
 
 
 
14 
2.8 NR 8: EDIFICAÇÕES 
 
 
Estabelece requisitos técnicos mínimos que devam ser observados nas edificações 
para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham. 
 
 
2.9 NR 9: PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS 
 
 
Esta NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de 
todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do 
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, por meio da antecipação, reconhecimento, 
avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham 
a existir no ambiente de trabalho.2.10 NR10: SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 
 
 
Fixa as condições mínimas exigidas para garantir a segurança dos empregados que 
trabalham em instalações elétricas, em suas etapas, incluindo projeto, execução, operação, 
manutenção, reforma e ampliação e ainda a segurança de usuários e terceiros. 
 
 
 
 
15 
2.11 NR 11: TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE 
MATERIAIS 
 
 
Esta NR estabelece normas de segurança para operação de elevadores, guindastes, 
transportadores industriais e máquinas transportadoras. O armazenamento de materiais deverá 
obedecer aos requisitos de segurança para cada tipo de material. 
 
 
2.12 NR 12: SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 
 
 
Estabelece os procedimentos obrigatórios nos locais destinados a máquinas e 
equipamentos, como piso, áreas de circulação, dispositivos de partida e parada, normas sobre 
proteção de máquinas e equipamentos, bem como manutenção e operação. 
 
 
2.13 NR 13: CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO 
 
 
Esta NR estabelece os procedimentos obrigatórios nos locais onde se situam as 
caldeiras de qualquer fonte de energia, projeto, acompanhamento de operação e manutenção, 
inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de pressão, em conformidade com a 
regulamentação profissional vigente no país. 
 
 
 
 
16 
2.14 NR 14: FORNOS 
 
 
Estabelece os procedimentos mínimos, fixando construção sólida, revestida com 
material refratário, de forma que o calor radiante não ultrapasse os limites de tolerância, 
oferecendo o máximo de segurança e conforto aos trabalhadores. 
 
 
2.15 NR 15: ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES 
 
 
Esta NR estabelece os procedimentos obrigatórios, nas atividades ou operações 
insalubres que são executadas acima dos limites de tolerância previstos na Legislação 
comprovadas por meio de laudo de inspeção do local de trabalho. 
 
 
2.16 NR 16: ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS 
 
 
Estabelece os procedimentos nas atividades exercidas pelos trabalhadores que 
manuseiam e/ou transportam explosivos ou produtos químicos, classificados como inflamáveis, 
substâncias radioativas e serviços de operação e manutenção. 
 
 
 
 
 
17 
2.17 NR 17: ERGONOMIA 
 
 
Esta NR visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de 
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um 
máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. 
 
 
2.18 NR 18: CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA 
CONSTRUÇÃO 
 
 
Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização que 
objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos 
processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção. 
 
 
2.19 NR 19: EXPLOSIVOS 
 
 
Esta NR estabelece o fiel cumprimento do procedimento em manusear, transportar e 
armazenar explosivos de uma forma segura, evitando assim riscos e acidentes. 
 
 
 
 
 
18 
2.20 NR 20: LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS 
 
Esta NR estabelece a definição para líquidos combustíveis, líquidos inflamáveis e gás 
de petróleo liquefeito, parâmetros para armazenar, como transportar e como devem ser 
manuseados pelos trabalhadores. 
 
 
2.21 NR 21: TRABALHOS A CÉU ABERTO 
 
 
Estabelece os critérios mínimos para os serviços realizados a céu aberto, sendo 
obrigatória a existência de abrigos, ainda que rústicos com boa estrutura, capazes de proteger 
os trabalhadores contra intempéries. 
 
 
2.22 NR 22: SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO 
 
 
Esta NR estabelece sobre procedimentos de Segurança e Medicina do Trabalho em 
minas, determinando que a empresa adotará métodos e manterá locais de trabalho que 
proporcionem a seus empregados condições satisfatórias de Segurança e Medicina do Trabalho. 
 
 
2.23 NR 23: PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
 
 
 
19 
 
Esta NR estabelece os procedimentos que todas as empresas devam possuir, no 
tocante à proteção contra incêndio, saídas de emergência para os trabalhadores, equipamentos 
suficientes para combater o fogo e pessoal treinado no uso correto. 
 
 
2.24 NR 24 CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO 
 
 
Esta NR estabelece critérios mínimos para fins de aplicação de aparelhos sanitários, 
gabinete sanitário, banheiro, cujas instalações deverão ser separadas por sexo, vestiários, 
refeitórios, cozinhas e alojamentos. 
 
 
2.25 NR 25: RESÍDUOS INDUSTRIAIS 
 
 
Estabelece os critérios que deverão ser eliminados dos locais de trabalho, por meio de 
métodos, equipamentos ou medidas adequadas, de forma a evitar riscos à saúde e à segurança 
do trabalhador. 
 
 
 
 
 
 
 
20 
2.26 NR 26: SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA 
 
 
NR que tem por objetivos fixar as cores que devam ser usadas nos locais de trabalho 
para prevenção de acidentes, identificando, delimitando e advertindo contra riscos. 
 
 
2.27 NR 27: REGISTRO PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NO 
MINISTÉRIO DO TRABALHO 
 
 
Esta NR estabelecia que o exercício da profissão depende de registro no Ministério do 
Trabalho, fosse efetuado pela SSST, com processo iniciado por meio das DRT. 
Foi revogada de acordo com a portaria Nº 262 de 29 de maio de 2008 (DOU de 30 de 
maio de 2008 – Seção 1 – Pág. 118). De acordo com o Art. 2º da supracitada DOU, o registro 
profissional será efetivado pelo Setor de Identificação e Registro Profissional das Unidades 
Descentralizadas do Ministério do Trabalho e Emprego, mediante requerimento do interessado, 
que poderá ser encaminhado pelo sindicato da categoria. O lançamento do registro será 
diretamente na Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS. 
 
 
2.28 NR 28: FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES 
 
 
 
 
21 
Esta NR estabelece que fiscalização, embargo, interdição e penalidades, no 
cumprimento das disposições legais e/ou regulamentares sobre segurança e saúde do 
trabalhador, serão efetuados obedecendo ao disposto nos decretos leis. 
 
 
2.29 NR 29: NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO 
PORTUÁRIO 
 
 
Regulariza a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, alcançando 
as melhores condições possíveis de segurança e saúde dos trabalhadores que exerçam 
atividades nos portos organizados e instalações portuárias de uso privativo e retroportuárias, 
situadas dentro ou fora da área do porto organizado. 
 
 
2.30 NR 30: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO AQUAVIÁRIO 
 
 
Esta norma aplica-se aos trabalhadores das embarcações comerciais, de bandeira 
nacional, bem como às de bandeiras estrangeiras, no limite do disposto na Convenção da OIT 
n.º 147 - Normas Mínimas para Marinha Mercante, utilizados no transporte de mercadorias ou de 
passageiros, inclusive naquelas utilizadas na prestação de serviços, seja na navegação marítima 
de longo curso, na de cabotagem, na navegação interior, de apoio marítimo e portuário, bem 
como em plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento. 
 
 
 
 
22 
2.31 NR 31: NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA 
AGRICULTURA, PECUÁRIA, SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQUICULTURA 
 
 
Tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na organização e no 
ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das 
atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a 
segurança e saúde e meio ambiente do trabalho. 
Para fins de aplicação desta NR, considera-se atividade agroeconômica, aquelas que 
operando na transformação do produto agrário não altere a sua natureza, retirando-lhe a 
condição de matéria prima. 
 
 
2.32 NR 32: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE 
 
 
Objetiva estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de 
proteção à segurança e à saúde dostrabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles 
que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. 
 
 
2.33 NR 33: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESPAÇOS CONFINADOS 
 
 
Esta NR tem por objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de 
espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos 
 
 
23 
existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores e que 
interagem direta ou indiretamente nestes espaços. 
Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana 
contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente 
para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio. 
 
 
2.34 NR 34: CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA 
CONSTRUÇÃO E REPARAÇÃO NAVAL 
 
Trata de nove procedimentos de trabalhos executados em estaleiros: 
 trabalho a quente; 
 montagem e desmontagem de andaimes; 
 pintura; 
 jateamento e hidrojateamento; 
 movimentação de cargas; 
 instalações elétricas provisórias; 
 trabalhos em altura; 
 utilização de radionuclídeos e gamagrafia; 
 máquinas portáteis rotativas. 
 
Norma em vigor, aprovada pela PORTARIA N.º 200 DE 20 DE JANEIRO DE 2011, 
DOU de 21 de Janeiro de 2011. 
Esta Norma Regulamentadora – NR – tem por finalidade estabelecer os vários 
requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de 
trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval. 
 
 
 
 
24 
2.35 NR (AINDA NÃO APROVADA): TRABALHO EM ALTURA 
 
 
Trata-se de proposta de texto para criação de Norma Regulamentadora sobre Trabalho 
em Altura disponibilizada em Consulta Pública pela Portaria SIT n.º 232, de 09/06/2011, para 
coleta de sugestões da sociedade, em conformidade com a Portaria MTE n.º 1.127, de 02 de 
outubro de 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
3 NORMA REGULAMENTADORA 32 
 
 
A NR 32 refere-se à Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de 
Assistência à Saúde. Essa norma foi criada com o objetivo de diminuir riscos e proporcionar um 
ambiente de trabalho mais saudável, prevenindo a saúde dos trabalhadores ligados à área. 
É uma legislação do Ministério do Trabalho e Emprego que estabelece medidas para 
proteger a segurança e a saúde dos trabalhadores de saúde em qualquer serviço de saúde, 
inclusive os que trabalham nas escolas ensinando ou pesquisando. 
Refere-se aos riscos biológicos e químicos, radiações ionizantes, resíduos, conforto, 
lavanderia, limpeza, conservação do ambiente e capacitação profissional. Busca também 
orientar os profissionais sobre os riscos diários e a prevenção de acidentes do trabalho, por meio 
da capacitação inicial, contínua e sempre que houver mudança do local de trabalho. 
Seu objetivo é prevenir os acidentes e o adoecimento causado pelo trabalho nos 
profissionais da saúde, eliminando ou controlando as condições de risco presentes nos Serviços 
de Saúde. 
Podemos dizer também que o principal objetivo é eliminar o risco de acidentes do 
trabalho. E se o risco não puder ser eliminado, deve ser controlado, avaliado e administrado. 
Ela recomenda para cada situação de risco a adoção de medidas preventivas e a 
capacitação dos trabalhadores para o trabalho seguro. Essa norma não desobriga as empresas 
do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos 
ou regulamentos sanitários dos Estados, Municípios e do Distrito Federal, e outras oriundas de 
convenções e acordos coletivos de trabalho ou constantes nas demais NR’s e legislação federal 
pertinente à matéria. 
Aprovada por unanimidade pela Comissão Tripartite Permanente, a NR 32 é fruto da 
conjugação do pensamento e reivindicações das três esferas mais interessadas no assunto, ou 
seja, o governo, empregadores e empregados. Concluiu-se que é necessário investir em 
prevenção, treinamento, conscientização e capacitação. 
A NR 32 pode ser resumida numa palavra: prevenção. Para tanto, ela estabelece 
 
 
26 
vários prazos mensais para que as mudanças sejam implantadas. O investimento compensa e 
evita prejuízos futuros, permitindo o surgimento de uma geração de trabalhadores mais 
saudáveis. 
A observância às regras da NR 32 não dispensa, contudo, o cumprimento de outras 
normas sobre o assunto. O descumprimento de normas de segurança e medicina do trabalho 
poderá ensejar a aplicação e o pagamento de multa imposta por fiscais do trabalho. 
Há que se levar em conta que o risco no ambiente de trabalho multiplica-se quando as 
normas de segurança não são observadas. Por isso, a NR 32 se preocupa com a correta 
realização do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e do Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), instrumentos necessários à prevenção de riscos e 
acidentes nas empresas, que devem ser realizados periodicamente e atualizados na medida em 
que a empresa adota medidas recomendadas pelos programas. 
A definição de serviço de saúde incorpora o conceito de edificação, assim, todos os 
trabalhadores que exerçam atividades nessas edificações, relacionadas ou não com a promoção 
e assistência à saúde são abrangidos pela NR 32. 
 
Podemos citar como exemplo atividade de limpeza, lavanderia, reforma e manutenção. 
Importante para a sua aplicação é a participação dos trabalhadores, por meio das Comissões 
Institucionais de caráter legal e técnico, entre as quais descrevemos abaixo: 
 CIPA em instituições privadas; 
 COMSAT’S em instituições públicas: 
 Serviço Especializado em Engenharia e Segurança do Trabalho (SESMT); 
 Comissão de Controle e Infecção Hospitalar (CCIH); 
 Semanas Internas de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT’s). 
 
Os impactos trabalhistas e previdenciários da NR32 podem ser resumidos na redução: 
 no número de acidentes; 
 na quantidade de doenças; 
 no número de concessão de benefícios previdenciários; 
 de uma maior disponibilidade de recursos orçamentários para outras áreas; 
 
 
27 
 redução da carga tributária. 
 
Estabelecimentos que se adaptarem às exigências legais poderão ser beneficiados 
com redução no pagamento do Seguro contra Acidentes do Trabalho (SAT). 
O descumprimento de normas de segurança e medicina do trabalho poderá provocar a 
aplicação e o pagamento de multa imposta por auditores fiscais do trabalho e da vigilância 
sanitária do trabalho. 
Isso porque a Lei nº 10.666/03 possibilita ao INSS uma variação das alíquotas do 
Seguro contra Acidentes do Trabalho para mais (até 100% a mais) ou para menos (até 50% 
menos), avaliando-se, anualmente, os estabelecimentos em razão da incidência do grau de 
incapacidade laborativa, proporcionando a distinção entre empresas da mesma classificação 
nacional de atividades econômicas (CNAE), de acordo com incidência de acidentes de trabalho, 
o que antes não era possível. 
Atualmente, o Seguro contra Acidentes do Trabalho fica entre 1% e 3%, dependendo 
da maior ou menor propensão à ocorrência de acidentes de trabalho. Esse tipo de 
enquadramento é apurado com base nas informações prestadas pela empresa ao CNAE. 
Destaca-se que, hoje, o Fator Acidentário Previdenciário (FAP) é igual para todas as empresas 
do mesmo CNAE. 
Essa redução das alíquotas, contudo, depende de regulamentação para fixar os 
critérios de reclassificação das empresas, levando em consideração o quanto foi investido em 
segurança, a frequência dos acidentes do trabalho, sua gravidade e o valor gasto pelo INSS com 
o pagamento de benefícios. 
Reduzindo as alíquotas do Seguro contra Acidentes do Trabalho, a empresa poderá 
economizar até metade do que gasta com o seu pagamento, dará mais segurança aos 
trabalhadores, aumentará a produtividade e diminuirá o número de afastamentos por acidentes 
do trabalho.Com investimentos em equipamentos e observância das normas de segurança, busca-
se a redução do número de doentes na área da saúde, o que gera a diminuição do número de 
afastamentos e o aumento no grau de produtividade desses trabalhadores. 
 
 
28 
É uma norma que pode ser aplicada em estabelecimentos de assistência à saúde ou 
qualquer instituição que presta assistência à saúde da população, em qualquer nível de 
complexidade, em regime de internação ou não. 
As orientações aos trabalhadores devem ser fornecidas por escrito e, se necessário, 
devem ser fixados cartazes nos murais sobre os procedimentos a serem adotados em caso de 
acidente ou incidente grave. 
Os trabalhadores devem ser informados sobre os riscos existentes na sua atividade 
laboral, as suas causas e as medidas preventivas que devem ser adotadas. 
Caso o trabalhador esteja exposto a condições que ponham em risco a sua saúde ou 
integridade física, o empregador deve garantir o seu afastamento. 
A NR 32 atinge não só os empregados próprios do Serviço de Saúde como também os 
empregados das empresas terceirizadas, cooperativas, prestadoras de serviço, enfim, a todos os 
que trabalham na área de saúde. 
Dispõe ainda que a responsabilidade é solidária, ou seja, compartilhada entre a 
instituição contratante e os contratados quanto ao seu cumprimento. Portanto é importante que 
representantes da empresa contratante reúnam-se com os contratados para estabelecer que as 
normas de segurança sejam explicadas, executadas e cumpridas. 
A NR-32 abrange as situações de exposição aos diversos agentes de risco presentes 
no ambiente de trabalho, tais como: 
 os agentes de risco biológico; 
 os agentes de risco químico; 
 os agentes de riscofísico com destaque para as radiações ionizantes; 
 os agentes de risco ergonômico. 
 
A NR-32 abrange ainda a questão da obrigatoriedade da vacinação do profissional de 
saúde com reforços e sorologia de controle pertinentes, conforme recomendação do Ministério 
da Saúde devidamente registrada em prontuário funcional com comprovante ao trabalhador. 
O profissional de saúde deve atender à convocação para receber as vacinas. Elas são 
importantes para a prevenção de doenças infecciosas que poderão estar presentes no ambiente 
 
 
29 
de trabalho. 
A NR 32 considera como risco biológico a probabilidade da exposição ocupacional a 
agentes biológicos, como, por exemplo: 
 microrganismos geneticamente modificados ou não; 
 culturas de células; 
 parasitas; 
 toxinas; 
 príons. 
 
Uma questão muito preocupante é em relação aos acidentes com materiais 
perfurocortantes, pois muitos profissionais de saúde estão expostos a esses riscos, 
principalmente médicos e profissionais da área de enfermagem. 
Esse risco aumentado à exposição ocorre principalmente com os profissionais de 
enfermagem devido aos seguintes fatores: 
 realizam a assistência diretamente aos pacientes com diversas enfermidades; 
 é considerada a maior categoria entre os profissionais de saúde; 
 realizam as tarefas com uma frequência maior que os demais profissionais de 
saúde. 
 
A gravidade dos acidentes com materiais perfurocortante está diretamente relacionada 
com a porta de entrada de doenças infecciosas graves e letais, como a Hepatite B e C e a AIDS. 
Por conta dessa exposição, o artigo 32.2.4.15 veda o reencape e a desconexão 
manual de agulhas. O objetivo desse item é o de diminuir a ocorrência dos acidentes com 
agulhas. 
Estatísticas nacionais e internacionais relatam que práticas de risco são responsáveis 
por parte significativa da ocorrência de acidentes de trabalho com materiais perfurocortantes. 
Nesses estudos, a prática de reencapar agulhas foi responsável por 15 a 35% desses 
acidentes. Um estudo realizado em um hospital universitário da cidade de São Paulo evidenciou 
que o reencapemanual de agulhas foi responsável por 13,7%dos acidentes com agulhas. 
 
 
30 
As lesõe com perfurocortantes estão primariamente associados à transmissão 
ocupacional dos vírus da hepatite B (HBV), hepatite C (HCV) e HIV. 
Após um acidente com agulha contaminada com o agente, estima-se que o risco de 
contaminação com o vírus da hepatite B (HBV) é de 6 a 30%, com o vírus da hepatite C (HCV) é 
de 0,5 a 2%, e como vírus da AIDS (HIV) é de 0,3 a 0,4%. 
A frequência de exposições é maior entre auxiliares e técnicos de enfermagem, 
quando comparados a profissionais de nível superior. Isso ocorre devido à realização de mais 
procedimentos diretos com os pacientes em relação aos profissionais de nível superior que 
permanecem mais tempo na organização e supervisão dos profissionais de nível técnico. 
Entre 30 a 35%dos casos das exposições percutâneas, estão associados à retirada de 
sangue ou de punção venosa periférica. Entre 60 e 80% das exposições, ocorrem após a 
realização do procedimento e podem ser evitadas com as práticas de precauções padrão e com 
o uso sistemático de dispositivos de segurança. 
A NR-32 determina em seu artigo 32.2.4.4 que os trabalhadores com feridas ou lesões 
nos membros superiores só podem iniciar suas atividades após avaliação médica obrigatória 
com emissão de documento de liberação para o trabalho. 
Em seu artigo 32.2.4.5, diz que o empregador deve vedar: 
 a utilização de pias de trabalho para fins diversos do previsto; 
 o ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato nos postos 
de trabalho, o consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho; 
 a guarda de alimentos em locais não determinados para esse fim; 
 uso de calçados abertos. 
 
É importante entender que os postos de trabalho são os locais onde o trabalhador 
efetivamente realiza suas atividades. O empregador pode disponibilizar ambientes próximos aos 
postos de trabalho para a realização de refeições complementares. 
A proibição do uso de adornos (aneis, pulseiras, relógios, colares etc) deve ser 
observada para todo trabalhador do serviço de saúde, bem como daqueles que exercem 
atividades de promoção e assistência à saúde exposto ao agente biológico, independente da sua 
função. 
 
 
31 
O Programa de Prevenção e Riscos Ambientais (PPRA) deve descrever as funções e 
os locais de trabalho onde haja exposição ao agente biológico, conforme previsto no item 
32.2.2.1. 
Entende-se por calçado aberto aquele que proporciona exposição da região do 
calcanhar, do peito ou das laterais do pé. Essa proibição aplica-se aos trabalhadores do serviço 
de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde 
potencialmente expostos, conforme definido no PPRA. 
Todos os trabalhadores com possibilidade de exposição a agentes biológicos devem 
utilizar vestimenta de trabalho adequada e em condições de conforto. 
A vestimenta deve ser fornecida sem ônus para o empregado. As vestimentas são os 
trajes de trabalho, que devem ser fornecidos pelo empregador, podendo compreender o traje 
completo ou algumas peças, como, por exemplo, aventais, jalecos e capotes. 
Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI), descartáveis ou não, deverão estar 
sempre à disposição, em número suficiente, nos postos de trabalho, de forma que seja garantido 
o imediato fornecimento ou reposição. 
São pontos importantes que devem ser observadas pelos profissionais de saúde: 
 comunique qualquer acidente de trabalho exigindo a abertura da comunicação de 
acidente de trabalho – CAT, por menor que seja o acidente, mesmo não havendo 
afastamento do trabalho; 
 pratique as precauções padrão, use sempre os equipamentos de proteção; 
 para atendimento às doenças infecciosas ou lesões com secreção abundante, 
pratique as precauções adicionais indicadas, peça orientação à CCIH; 
 as máscaras de proteção devem ser individuais e específicas aos agentes 
presentes. 
 
Em relação aos riscos químicos, ou seja, à exposição aos agentes químicos presentes 
no local de trabalho, a NR 32 diz que deve sermantida a rotulagem do fabricante na embalagem 
original dos produtos químicos utilizados em serviços de saúde. 
Afirma ainda que todo recipiente contendo produto químico manipulado ou fracionado 
deve ser identificado, de forma legível, por etiqueta com o nome do produto, composição 
 
 
32 
química, sua concentração, data de envasamento e de validade e nome do responsável pela 
manipulação ou fracionamento. É vedado o procedimento de reutilização das embalagens de 
produtos químicos. 
É importante lembrar que agentes químicos são substâncias, compostos ou produtos 
químicos em suas diversas formas de apresentação, ou seja, líquida, sólida, plasma, vapor, 
poeira, névoa, neblina, gasosa e fumo. 
As principais vias de entrada do agente químico no organismo são: 
 digestiva; 
 respiratória; 
 mucosa; 
 parenteral; 
 cutânea. 
 
A NR-32 dedicou especial atenção ao tratamento de resíduos por suas implicações na 
biossegurança pessoal e no meio ambiente. É Importante ressaltar que a NR-32 não desobriga o 
cumprimento da Resolução ANVISA RDC nº 306, de 7de dezembro de 2004, e Resolução 
CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005. 
Essas resoluções dispõem sobre o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços 
de Saúde (PGRSS) e sobre a necessidade da designação de profissional, com registro ativo 
junto ao seu conselho de classe, com apresentação de Anotação de Responsabilidade Técnica 
(ART), ou Certificado de Responsabilidade Técnica ou documento similar, quando couber, para 
exercer a função de responsável pela elaboração e implantação do PGRSS. 
Diz ainda que quando a formação profissional não abranger os conhecimentos 
necessários, este poderá ser assessorado por equipe de trabalho que detenha as qualificações 
correspondentes. 
É importante saber que os sacos plásticos utilizados no acondicionamento dos 
resíduos de saúde devem atender ao disposto na NBR 9191 e ainda ser: 
 preenchidos até 2/3 da sua capacidade; 
 fechados de tal forma que não se permita o seu derramamento, mesmo que 
virados com a abertura para baixo; 
 
 
33 
 retirados imediatamente do local de geração após o preenchimento e fechamento; 
 mantidos íntegros até o tratamento ou a disposição final do resíduo. 
 
Comentamos alguns itens importantes da NR 32 e lembramos que essa norma pode 
ser lida na íntegra acessando o link: http://mesm.uncisal.edu.br/wp-
content/uploads/2009/11/nr_32.pdf ou lendo o anexo I que se encontra no último módulo. 
 
http://mesm.uncisal.edu.br/wp-content/uploads/2009/11/nr_32.pdf
http://mesm.uncisal.edu.br/wp-content/uploads/2009/11/nr_32.pdf
 
 
34 
4 NORMA REGULAMENTADORA 5 
 
 
A Norma Regulamentadora número 5 refere-se à Comissão Interna de Prevenção de 
Acidentes, ou seja, a conhecida CIPA. Essa comissão tem como objetivo principal trabalhar na 
prevenção de acidentes de trabalho e na promoção da saúde do trabalhador. 
Sua última atualização foi publicada no Diário Oficial no dia 14/07/2011. As mudanças 
não são significativas, mas devemos verificar essas alterações para que possamos repassá-las 
aos colaboradores e empregadores. 
 
Veja a íntegra da Portaria 247 SIT/2011. 
 
A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO, no uso das atribuições conferidas 
pelo Art. 14, inciso II, do Anexo I do Decreto n.º 5.063, de 3 de maio de 2004, e em face do 
disposto nos Art. 155 e 200 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto 
n.º 5.452, de 1º de maio de 1943 e no Art. 2º da Portaria MTb n.º 3.214, de 8 de junho de 1978, 
resolve: 
 
Art. 1º A Norma Regulamentadora n.º 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
- CIPA, passa a vigorar com as seguintes alterações: 
 
5.14 A documentação referente ao processo eleitoral da CIPA, incluindo as atas de 
eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias, deve ficar no estabelecimento à 
disposição da fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego. 
 
5.14.1 A documentação indicada no item 5.14 deve ser encaminhada ao Sindicato dos 
Trabalhadores da categoria, quando solicitada. 
 
 
35 
5.14.2 O empregador deve fornecer cópias das atas de eleição e posse aos membros 
titulares e suplentes da CIPA, mediante recibo. 
 
5.15 A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não 
poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda 
que haja redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de encerramento das 
atividades do estabelecimento. 
 
5.26 As atas devem ficar no estabelecimento à disposição da fiscalização do Ministério 
do Trabalho e Emprego. 
 
5.31 A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida por 
suplente, obedecida a ordem de colocação decrescente que consta na ata de eleição, devendo 
os motivos ser registrados em ata de reunião. 
 
5.31.3 Caso não existam suplentes para ocupar o cargo vago, o empregador deve 
realizar eleição extraordinária, cumprindo todas as exigências estabelecidas para o processo 
eleitoral, exceto quanto aos prazos, que devem ser reduzidos pela metade. 
 
5.31.3.1 O mandato do membro eleito em processo eleitoral extraordinário deve ser 
compatibilizado com o mandato dos demais membros da Comissão. 
 
5.31.3.2 O treinamento de membro eleito em processo extraordinário deve ser 
realizado no prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse. 
 
Art. 2º Revogar os itens 5.4 e 5.52 da Norma Regulamentadora n.º 5. 
 
 
36 
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. 
 
 
VERA LÚCIA RIBEIRO DE ALBUQUERQUE 
 
Essas alterações representam uma ótima oportunidade para a desburocratização de 
procedimentos junto ao Ministério do Trabalho. Anteriormente essas exigências representavam 
um grande transtorno para as empresas, tendo de chegar ao Ministério e aguardar atendimento 
para esse protocolo. 
No Ministério do Trabalho, ficavam diversas pastas de várias comissões que acabavam 
nunca sendo utilizadas, visto que as ações da Auditoria Fiscal obedecem a um planejamento e 
essas pastas tornavam-se absolutamente inúteis. 
Portanto, a própria burocracia do Ministério do Trabalho impedia a utilização dos 
documentos arquivados nessas pastas. Outro fator determinante para essa alteração era que 
durante a Auditoria Fiscal o Auditor já solicitava os documentos da CIPA, não havendo 
necessidade de que esses documentos ficassem arquivados no Ministério do Trabalho. 
Na normatização anterior, o Ministério do Trabalho poderia pesquisar os calendários e 
fazer inspeções aleatórias para verificar se as empresas estavam cumprindo mesmo as reuniões 
da CIPA. 
Em muitas dessas inspeções, o auditor chegava à empresa na data e hora da reunião 
ordinária e verificava que não havia reunião nenhuma, ou seja, era mais uma evidência de que 
muitas CIPAs existiam e ainda existem mesmo só para cumprir a burocracia legal. 
Quando o auditor verificava que a reunião estava agendada, mas não estava sendo 
realizada, o resultado era um Auto de Infração, que, aliás, representa um elevado custo fiscal 
para a empresa. 
Agora, os documentos devem apenas ficar à disposição da fiscalização, representando 
uma desburocratização para a empresa e para o Ministério. 
Você verá no item 5.14.1 que agora a documentação da CIPA deve ser encaminhada 
 
 
37 
ao Sindicato dos Trabalhadores da categoria, quando solicitada, e poderá observar também no 
item 5.14.2 que a regra agora é o empregador fornecer cópias das atas de eleição e posse aos 
membros titulares e suplentes da CIPA, mediante recibo. 
Essa nova regra determina que os documentos da CIPA devem ficar à disposição do 
Ministério do Trabalho e também que as cópias desses documentos devem ser fornecidas aos 
membros titulares e suplentes, mediante recibo. 
Essa providência é muito importante, pois esses documentos garantem aos titulares e 
suplentes a autenticação de sua participação na CIPA,sem risco de que possa haver qualquer 
fraude por parte da empresa. 
Além disso, o sindicato da classe deve também receber uma cópia desses 
documentos,quando solicitado por ele, e isso, sem dúvida, amplia a legitimidade e o controle 
externo da CIPA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
5 O QUE É CIPA 
 
 
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) é um instrumento que os 
trabalhadores dispõem para tratar da prevenção de acidentes do trabalho, das condições do 
ambiente do trabalho e de todos os aspectos que afetam sua saúde e segurança. 
CIPA é a sigla para Comissão Interna de Prevenção de Acidentes que visa à 
prevenção de acidentes e doenças relacionadas com o trabalho, buscando conciliar o trabalho 
com a preservação da vida e a promoção da saúde de todos os trabalhadores. 
A CIPA é regulamentada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) nos artigos 
162 a 165 e pela Norma Regulamentadora 5 (NR-5), contida na portaria 3.214 de 08.06.78 
baixada pelo Ministério do Trabalho. 
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho visa à proteção da saúde 
dos trabalhadores dentro das empresas. A constituição de órgãos dessa natureza dentro das 
empresas foi determinada pela ocorrência significativa e crescente de acidentes e doenças 
típicas do trabalho em todos os países que se industrializaram. 
A participação dos trabalhadores nesses órgãos depende do nível de democracia e da 
organização, força e poder de representação da classe trabalhadora em cada país. 
A CIPA é composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo 
com o dimensionamento previsto, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos 
para setores econômicos específicos. 
No Brasil, essa participação, prevista na CLT, restringe-se à CIPA, em que os 
trabalhadores formalmente ocupam metade de sua composição após eleições diretas e anuais. 
A CIPA não foi inventada no Brasil. Esse instrumento de prevenção surgiu a partir de 
uma sugestão de trabalhadores de diversos países reunidos na Organização Internacional do 
Trabalho (OIT). 
 
 
39 
Eles recomendaram a criação dos Comitês de Seguridade para grupos de 20 
trabalhadores. Nos mais de 150 países atualmente filiados à OIT existem órgãos com diferentes 
nomes, mas com uma só função: preservar a integridade do trabalhador. 
Aos trabalhadores da empresa compete indicar à CIPA situações de risco, apresentar 
sugestões e observar as recomendações quanto à prevenção de acidentes, utilizando os 
equipamentos de proteção individual (EPI) e de proteção coletiva fornecidos pelo empregador, 
bem como submeter-se a exames médicos previstos em Normas Regulamentadoras, quando 
aplicável. 
Ressalto que a CIPA não trabalha sozinha, pois seu papel mais importante é o de 
estabelecer uma relação de diálogo e conscientização, de forma criativa e participativa, entre 
gerentes e colaboradores em relação à forma como os trabalhos são realizados, objetivando 
sempre melhorar as condições de trabalho, visando à humanização do trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
6 OBJETIVOS 
 
 
Segundo o item 5.1, da NR 5: 
 
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA - tem como 
objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, 
de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a 
preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. 
 
O objetivo básico da CIPA é fazer com que empregadores e empregados trabalhem 
conjuntamente na tarefa de prevenir acidentes e melhorar a qualidade do ambiente de trabalho, 
de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a 
promoção da saúde do trabalhador. 
A CIPA também tem por atribuição identificar os riscos do processo de trabalho e 
elaborar o mapa de risco, com a participação do maior número de trabalhadores e com a 
assessoria do SESMT. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
7 CONSTITUIÇÃO 
 
 
Segundo o item 5.2, da NR 5: 
 
Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular 
funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de 
economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições 
beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras 
instituições que admitam trabalhadores como empregados. 
 
É importante ressaltar que a CIPA deve ser ativa independente do tipo de 
estabelecimento que ela foi instalada, pois, muitas vezes, principalmente em empresas privadas, 
as ações de prevenção são negligenciadas. 
A CIPA não pode ser apenas uma comissão criada para cumprir o que é determinado 
na NR 5. Deve sim ser atuante e com isso realmente realizar o seu papel de prevenção de 
acidentes. 
Segundo o item 5.3, da NR 5: 
 
As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos 
trabalhadores avulsos e às entidades que lhes tomem serviços, 
observadas as disposições estabelecidas em Normas 
Regulamentadoras de setores econômicos específicos. 
 
No início, confundia-se o trabalhador avulso com o trabalhador eventual, porém a 
Previdência Social começou a preocupar-se com o referido trabalhador, passando a conceituá-
lo. 
 
 
42 
No inciso VI do art. 12 da Lei Nº 8.212/91 considera avulso "quem presta, a diversas 
empresas, sem vínculo empregatício, serviços de natureza urbana ou rural definidos no 
regulamento". 
O trabalhador avulso é, portanto, aquele que presta serviços de natureza urbana ou 
rural a diversas empresas, sem vínculo empregatício, sendo sindicalizado ou não, porém com a 
intermediação obrigatória do sindicato de sua categoria. 
O avulso presta serviços sem vínculo empregatício, pois não há subordinação nem 
com o sindicato, muito menos com as empresas para as quais presta serviços, dada inclusive à 
curta duração. 
O sindicato apenas arregimenta a mão-de-obra e paga os prestadores de serviços de 
acordo com o valor recebido das empresas que é rateado entre os que prestaram serviço. 
Não é preciso que o trabalhador avulso seja sindicalizado. O que importa é que haja a 
intermediação obrigatória do sindicato na colocação do trabalhador na prestação de serviços às 
empresas, que procuram a agremiação buscando trabalhadores. 
São características do trabalhador avulso: 
 A liberdade na prestação de serviços, pois não possui vínculo nem com o 
sindicato, muito menos com as empresas tomadoras de serviço; 
 A possibilidade da prestação de serviços a mais de uma empresa, como na 
prática ocorre; 
 O órgão sindical é que faz a intermediação da mão-de-obra, colocando os 
trabalhadores onde é necessário o serviço, cobrando posteriormente um valor 
pelos serviços prestados, já incluindo os direitos trabalhistas e os encargos 
previdenciários e fiscais e fazendo o rateio entre as pessoas que participam da 
prestação de serviços; 
 O curto período de tempo em que o serviço é prestado ao beneficiário. 
 
Segundo o item 5.4, da NR 5: 
 
A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais 
estabelecimentos deverá garantir a integração das CIPA e dos 
 
 
43 
designados, conforme o caso, com o objetivo de harmonizar as 
políticas de segurança e saúde no trabalho (Revogado pela Portaria 
SIT/247/2011). 
 
Com a Portaria SIT/247/2011, não existe mais a necessidade de harmonização da 
CIPA mesmo quando a empresa possuir dois campus ou mais em uma única cidade. 
Segundo o item 5.5, da NR 5: 
 
As empresas instaladas em centro comercial ou industrial 
estabelecerão, através de membros de CIPA ou designados, 
mecanismos de integração com objetivo de promover o 
desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e doenças 
decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo contar 
com a participação da administração do mesmo. 
 
 A prevenção de acidentes não deve ocorrer apenas nas instalações das empresas, 
portanto se a companhia localiza-se em um centro comercial ou industrial, é importanteque as 
ações preventivas sejam de caráter coletivo. 
Podemos citar como exemplo os shoppings, núcleos industriais, comerciais, 
supermercados com lojas agregadas ao mesmo prédio, dentre outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
8 ORGANIZAÇÃO 
 
 
A organização da CIPA é obrigatória nos locais de trabalho seja qual for sua 
característica – comercial, industrial, bancária, com ou sem fins lucrativos, filantrópica ou 
educativa e empresas públicas – desde que tenham o mínimo legal de empregados regidos pela 
CLT. 
A estrutura da CIPA é composta pelos seguintes cargos: 
 Presidente: indicado pelo empregador; 
 Vice-presidente: nomeado pelos representantes dos empregados, entre os seus 
titulares; 
 Secretário e suplente: escolhidos de comum acordo pelo representante do 
empregador e dos empregados. 
 
Cabe ao Ministério do Trabalho, por meio das Delegacias Regionais do Trabalho 
(DRTS) fiscalizar a organização das CIPAS. A que não cumprir a lei será autuada por infração ao 
disposto no artigo 163 da CLT, sujeitando-se à multa prevista no artigo 201 desta mesma 
legislação. 
Segundo o item 5.6, da NR 5: 
 
A CIPA será composta de representantes do empregador e dos 
empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I 
desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos 
para setores econômicos específicos. 
 
O quadro I encontra-se no anexo II no final do módulo IV. O presidente é o 
representante do empregador e é escolhido pela direção da instituição. Muitos são os critérios 
para essa escolha, porém a empresa e o presidente deve ter consciência que a sua função é 
trabalhar na prevenção de acidentes. 
 
 
45 
Existem instituições que nomeiam o presidente apenas para que este possa interferir 
de forma negativa nas ações que deverão ser estabelecidas pela comissão. O presidente deve 
ser um mediador entre os interesses da empresa e os interesses dos trabalhadores. 
Segundo o item 5.6.1, da NR 5: “Os representantes dos empregadores, titulares e 
suplentes, serão por eles designados”. 
Essa escolha pode ser em comum acordo com os demais membros da comissão ou 
mesmo imposta pelo alto comando da empresa, priorizando ou não seus interesses 
profissionais. 
É importante que essa escolha tenha como principal critério a proposta de buscar 
alternativas para a prevenção de acidentes na empresa. 
Segundo o item 5.6.2, da NR 5: “Os representantes dos empregados, titulares e 
suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de 
filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados”. 
Segundo o dicionário da língua portuguesa Houaiss (2009, p. 304), “escrutínio é a 
votação que se utiliza a urna, ou urna na qual os votos são recolhidos ou apuração de votos ou 
ainda exame minucioso”. 
Os representantes dos empregados serão divididos em titulares e suplentes conforme 
o número de votos, ou seja, quem obtiver mais votos será titular. Os suplentes terão o mesmo 
número de vagas dos titulares. 
Os membros suplentes poderão atuar juntamente com a comissão nas atividades de 
prevenção de acidentes e na busca da saúde do trabalhador. 
 
 
46 
Segundo o item 5.6.3, da NR 5: 
 
O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a 
ordem decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento 
previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas 
em atos normativos de setores econômicos específicos. 
 
O quadro I encontra-se no anexo II no final do módulo IV. Cada empresa terá seu 
número de membros da CIPA determinado pelo quadro de dimensionamento. 
Se a sua empresa se encaixa no grupo C-1 (Minerais) e possui entre 81 e 100 
funcionários, deverá ter três membros efetivos e três suplentes, ou seja, a CIPA dessa empresa 
terá essa quantidade de membros. 
Segundo o item 5.6.4, da NR 5: 
 
Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa 
designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, 
podendo ser adotados mecanismos de participação dos empregados, 
através de negociação coletiva. 
 
Esse item aborda a importância de ter uma pessoa responsável pela prevenção de 
acidentes e pela saúde do trabalhador, mesmo que essa empresa não se encaixe em nenhum 
grupo designado no quadro I. 
É responsabilidade de a empresa nomear um responsável, e os demais colaboradores 
devem cuidar e fiscalizar para que isso aconteça. 
Segundo o item 5.7, da NR 5: “O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a 
duração de um ano, permitida uma reeleição”. 
O mandato de todos os membros da CIPA irá durar 12 meses, ou seja, um ano 
devendo ocorrer novas eleições antes do vencimento do mandato atual para que novos 
membros sejam escolhidos. 
 
 
47 
O fato de poder ocorrer apenas uma reeleição é importante para que a comissão seja 
renovada e que mais colaboradores da empresa participem, pois assim não haverá sobrecarga 
de serviço e a conscientização entre os trabalhadores irá aumentar. 
Segundo o item 5.8, da NR 5: 
 
É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado 
eleito para cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de 
Acidentes desde o registro de sua candidatura até um ano após o final 
de seu mandato. 
 
Os membros eleitos pelos funcionários terão um período de estabilidade na empresa 
por dois anos, ou seja, não poderão ser dispensados das suas atividades trabalhistas neste 
período. 
Os colaboradores que se candidatarem também não podem ser dispensados sem justa 
causa, porém, assim que terminar o pleito eleitoral e esse colaborador não for eleito, essa 
estabilidade encerra-se. 
O objetivo dessa estabilidade é para que os membros da CIPA possam realizar suas 
atividades de prevenção de acidentes e da saúde do trabalhador sem serem ameaçados pela 
empresa. 
Essa medida visa à proteção dos membros da CIPA de qualquer arbitrariedade que, 
por ventura, possa ocorrer com a empresa. 
Essa estabilidade é válida somente para os representantes dos empregados, ou seja, 
aqueles colaboradores que foram eleitos. Os membros indicados pela empresa não possuem 
essa estabilidade. 
É importante ressaltar que o membro eleito não deve apoiar-se nessa estabilidade para 
deixar de realizar suas atividades laborais, pois uma dispensa por justa causa pode ser 
realizada. 
Segundo o item 5.9, da NR 5: 
 
 
 
48 
Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não 
descaracterizem suas atividades normais na empresa, sendo vedada a 
transferência para outro estabelecimento sem a sua anuência, 
ressalvado o disposto nos parágrafos primeiro e segundo do artigo 
469, da CLT. 
 
É importante que os membros da CIPA sejam mantidos em seus postos de trabalho, 
pois muitas empresas em decorrência do mandato do funcionário acabam transferindo as 
atividades trabalhistas desse colaborador, tentando assim impedir que ele realize as ações de 
prevenção de acidentes. 
Qualquer alteração na função do colaborador deverá ocorrer com pleno conhecimento 
deste trabalhador. 
Segundo o item 5.10, da NR 5: “O empregador deverá garantir que seus indicados 
tenham a representação necessária para a discussão e encaminhamento das soluções de 
questões de segurança e saúde no trabalho analisadas na CIPA”. 
 
Os membros da CIPA devem ter acesso à alta direção da empresa para que possam 
expor suas atividade e discutir as possibilidades de melhora, bem como apresentar as melhorias 
implantadas e os resultados obtidos pela comissão. 
Segundo o item 5.11, da NR 5: “O empregador designará entre seus representantes o 
presidente da CIPA, e os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-
presidente”. 
No próximo item, discutiremos sobre as atribuições dos membros da CIPA. O 
presidente sempre será escolhido pela direção da empresa e o vice-presidente sempre será 
escolhido por votação direta dos funcionários. 
Segundo o item 5.12, da NR5: “Os membros da CIPA, eleitos e designados serão 
empossados no primeiro dia útil após o término do mandato anterior”. 
Durante o processo eleitoral, tudo deve ser organizado para que a posse seja realizada 
no primeiro dia útil após o término do mandato anterior. Para isso, a CIPA atual deve estabelecer 
as datas da eleição, treinamento e posse anteriormente. 
 
 
49 
Segundo o item 5.13, da NR 5: “Será indicado, de comum acordo com os membros da 
CIPA, um secretário e seu substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste 
caso necessária a concordância do empregador”. 
Na escolha do secretário e do seu substituto, os membros da CIPA devem buscar 
pessoas com boas noções de redação, pois estas serão responsáveis por organizar e escrever 
as atas das reuniões. 
 
Segundo o item 5.14, da NR 5: 
 
A documentação referente ao processo eleitoral da CIPA, incluindo as 
atas de eleição e de posse e o calendário anual das reuniões 
ordinárias, deve ficar no estabelecimento à disposição da fiscalização 
do Ministério do Trabalho e Emprego. 
 
Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em 
até dez dias, na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, 
cópias das atas de eleição e de posse e o calendário anual das 
reuniões ordinárias. (Alteração dada pela Portaria SIT 247/2011). 
Vocês podem observar que foram postados dois textos para o item 5.14, sendo que o 
primeiro é o texto atualizado, e o segundo texto o que foi alterado pela Portaria SIT 247/2011. 
Anteriormente, depois de realizada as eleições e a posse dos membros da CIPA, 
geralmente o presidente ou um representante dos recursos humanos deveria protocolar uma 
cópia da ata de eleição e posse juntamente com o calendário anual das reuniões ordinárias no 
Ministério do Trabalho ou órgão equivalente. 
O Auditor do Ministério do Trabalho ou órgão correspondente poderia, sem aviso 
prévio, comparecer à empresa na data e hora marcada para acompanhar a reunião ordinária da 
CIPA. 
Com a nova determinação, não há mais a necessidade de a empresa protocolar no 
Ministério esses documentos, porém o empregador deve fornecer cópias das atas de eleição e 
posse aos membros titulares e suplentes da CIPA, mediante recibo. 
 
 
50 
Segundo o item 5.14.1, da NR 5: “A documentação indicada no item 5.14 deve ser 
encaminhada ao Sindicato dos Trabalhadores da categoria, quando solicitada”. 
As atas de eleição e posse e o calendário de reuniões ordinárias serão arquivadas na 
empresa, e quando solicitado pelo sindicato, deverão ser disponibilizadas. 
Segundo o item 5.14.2, da NR 5: “O empregador deve fornecer cópias das atas de 
eleição e posse aos membros titulares e suplentes da CIPA, mediante recibo”. 
Nesse item, é importante comentar que os membros da CIPA devem exigir essas 
cópias e o recibo de entrega do empregador, pois assim há a garantia dos direitos dos 
integrantes da CIPA. 
 
Segundo o item 5.15, da NR 5: 
 
A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem 
como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término 
do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de 
empregados da empresa, exceto no caso de encerramento das 
atividades do estabelecimento. 
 
Protocolizada na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e 
Emprego, a CIPA não poderá ter seu número de representantes 
reduzido, bem como não poderá ser desativada pelo empregador, 
antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja 
redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de 
encerramento das atividades do estabelecimento. (Alteração dada pela 
Portaria SIT 247/2011). 
 
Observem que o primeiro texto é o item atualizado e o segundo texto é o item que 
sofreu a alteração, pois não há mais a exigência de protocolar no Ministério do Trabalho a CIPA, 
devendo apenas os documentos ficarem arquivados na empresa para que, se necessário, 
possam ser consultados pelo auditor do Ministério do Trabalho. 
 
 
51 
Esse item é muito importante porque, uma vez criada a CIPA, mesmo a empresa 
reduzindo o número de funcionários e não se enquadrando mais nos requisitos do quadro I, essa 
comissão não poderá ser dissolvida, devendo, assim, encerrar o seu mandato. 
Agora se a empresa não funcionará mais e terá seu quadro de funcionários extintos, a 
CIPA poderá ser dissolvida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
9 ATRIBUIÇÕES 
 
 
São atribuições da CIPA conforme o item 5.16 da NR 5: 
 
 Identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos com a 
participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde 
houver. 
 
Os membros da CIPA devem percorrer toda a empresa avaliando os processos de 
trabalho e identificando os riscos que os colaboradores possam ser submetidos. 
Com esse levantamento, deve ser elaborado o mapa de risco da empresa, onde serão 
evidenciados os riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e os riscos de acidentes. 
 
 
 Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de 
problemas de segurança e saúde no trabalho. 
 
No trabalho da CIPA, a prevenção é primordial, pois essas ações contribuem para a 
qualidade do trabalho de todos os colaboradores da empresa. A resolução de problemas já 
existentes deve ser outro foco prioritário da CIPA, pois esse problema poderá tornar-se um 
acidente de trabalho e em alguns casos pode ser até um acidente fatal. 
 
 Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de 
prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos 
locais de trabalho. 
 
 
 
53 
Não adianta a comissão criar estratégias de prevenção de acidentes e não participar 
da implementação e do acompanhamento dos resultados. É importante que a CIPA estabeleça 
as prioridades, pois muitas ações não podem ser desenvolvidas ao mesmo tempo, seja por 
dificuldades financeiras ou até mesmo devido à estruturação da ação. 
 
 Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho 
visando à identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança 
e saúde dos trabalhadores. 
 
Os membros da CIPA devem realizar constantemente visitas aos postos de trabalho 
dos colaboradores, pois alguns riscos podem aparecer após a vistoria inicial da comissão. 
O objetivo é sempre avaliar essas condições para que a prevenção possa ser realizada 
e as medidas de controle implementadas. 
 
 Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu 
plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas. 
Durante a reunião ordinária, os membros da CIPA devem discutir as situações novas 
de risco encontradas, bem como avaliar os resultados das ações realizadas durante o mês que 
passou. 
As metas e o plano de trabalho devem ser reavaliados com o intuito de verificar se as 
ações estão atingindo padrões satisfatórios ou se devem ser substituídas. 
 
 Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no 
trabalho. 
 
Muitas empresas possuem informativos internos que podem ser utilizados como 
veículos disseminadores das informações referentes à saúde e segurança do trabalhador. 
 
 
54 
Há ainda jornais, murais e reuniões onde essas informações podem ser repassadas a 
todos os colaboradores da empresa. 
 
 Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo 
empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de 
trabalho relacionados com a segurança e saúde dos trabalhadores. 
 
Qualquer discussão realizada na empresa sobre a segurança e prevenção de 
acidentes deve contar com a presença dos membros da CIPA. Essa participação é importante 
para que a comissão, juntamente com a empresa, possa avaliar e discutir os impactos das ações 
e os processos que os trabalhadores estão envolvidos.

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