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DOCÊNCIA EM SAÚDE CIPA 1 Copyright © Portal Educação 2012 – Portal Educação Todos os direitos reservados R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 Internacional: +55 (67) 3303-4520 atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil Triagem Organização LTDA ME Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 Portal Educação P842c CIPA / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2012. 290 p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-66104-58-5 1. CIPA. 2. Segurança do trabalho. 3. Acidentes de trabalho - Prevenção. I. Portal Educação. II. Título. CDD 614.8 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR ....................................................................... 5 2 NORMAS REGULAMENTADORAS ......................................................................................... 11 2.1 NR 1: DISPOSIÇÕES GERAIS ................................................................................................. 11 2.2 NR 2: INSPEÇÃO PRÉVIA ........................................................................................................ 11 2.3 NR 3: EMBARGO OU INTERDIÇÃO ......................................................................................... 12 2.4 NR 4: SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO ................................................................................................................. 12 2.5 NR 5: PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO E SAÚDE OCUPACIONAL .............................. 13 2.6 NR 6: EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL .............................................................. 13 2.7 NR 7: PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL ........................... 13 2.8 NR 8: EDIFICAÇÕES ................................................................................................................ 14 2.9 NR 9: PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS ........................................... 14 2.10 NR10: SERVIÇOS EM ELETRICIDADE .................................................................................... 14 2.11 NR 11: TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATERIAIS ......................................................................................................................................... 15 2.12 NR 12: SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS .......................... 15 2.13 NR 13: CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO ......................................................................... 15 2.14 NR 14: FORNOS ....................................................................................................................... 16 2.15 NR 15: ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES ............................................................... 16 2.16 NR 16: ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS ................................................................ 16 2.17 NR 17: ERGONOMIA ................................................................................................................ 17 3 2.18 NR 18: CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO ................................................................................................................................... 17 2.19 NR 19: EXPLOSIVOS ................................................................................................................ 17 2.21 NR 21: TRABALHOS A CÉU ABERTO ..................................................................................... 18 2.22 NR 22: SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO ........................................ 18 2.23 NR 23: PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS.............................................................................. 18 2.24 NR 24 CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO ............ 19 2.25 NR 25: RESÍDUOS INDUSTRIAIS ............................................................................................ 19 2.26 NR 26: SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA ................................................................................. 20 2.27 NR 27: REGISTRO PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NO MINISTÉRIO DO TRABALHO ....................................................................................................... 20 2.28 NR 28: FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES ............................................................................... 20 2.29 NR 29: NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO PORTUÁRIO........................................................................................................................................ 21 2.30 NR 30: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO AQUAVIÁRIO ............................................. 21 2.31 NR 31: NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA AGRICULTURA, PECUÁRIA, SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQUICULTURA ..... 22 2.32 NR 32: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE ..... 22 2.33 NR 33: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESPAÇOS CONFINADOS ................... 22 2.34 NR 34: CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO E REPARAÇÃO NAVAL ............................................................................................ 23 2.35 NR (AINDA NÃO APROVADA): TRABALHO EM ALTURA ....................................................... 24 3 NORMA REGULAMENTADORA 32 ......................................................................................... 25 4 NORMA REGULAMENTADORA 5 ........................................................................................... 34 5 O QUE É CIPA .......................................................................................................................... 38 4 6 OBJETIVOS .............................................................................................................................. 40 7 CONSTITUIÇÃO ....................................................................................................................... 41 8 ORGANIZAÇÃO........................................................................................................................ 44 9 ATRIBUIÇÕES .......................................................................................................................... 52 10 FUNCIONAMENTO ................................................................................................................... 60 11 TREINAMENTO ........................................................................................................................ 66 12 PROCESSO ELEITORAL ......................................................................................................... 71 13 CONTRATANTES E CONTRATADAS ..................................................................................... 79 14 DISPOSIÇÕES FINAIS ............................................................................................................. 83 15 DIMENSIONAMENTO ............................................................................................................... 84 16 PREVENÇÃO DE ACIDENTES ............................................................................................... 143 16.1 OBRIGAÇÃO DA EMPRESA ................................................................................................... 149 16.2 COMO PREVENIR ACIDENTESDO TRABALHO ................................................................... 151 16.3 DIA NACIONAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO ..................................... 152 16.4 ESTATÍSTICAS RELACIONADAS COM A SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO ............ 153 17 SESMT ..................................................................................................................................... 156 18 PCMSO .................................................................................................................................... 160 19 PPRA........................................................................................................................................ 162 20 MAPEAMENTO DE RISCOS AMBIENTAIS ............................................................................ 164 21 INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES DE TRABALHO ............................................ 166 22 SEMANA INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO ............................. 171 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 173 ANEXOS ............................................................................................................................................. 177 5 1 INTRODUÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças. Quando surgiu a entidade Organização Mundial da Saúde, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, houve uma preocupação em estabelecer uma definição extremamente positiva de saúde. Essa nova definição incluiu os seguintes fatores: alimentação; atividade física; acesso aos sistemas de saúde. O "bem-estar social" relacionado na definição estabelecida pela OMS veio da preocupação com a imensa devastação causada pela Segunda Guerra Mundial, assim como seguida do otimismo em relação à paz mundial. A OMS foi ainda a primeira organização internacional de saúde a considerar-se responsável pela saúde mental, e não apenas pela saúde do corpo. A definição adotada pela OMS tem sido alvo de inúmeras críticas desde a divulgação desse conceito. A intenção de definir a saúde como um estado de completo bem-estar faz com que a saúde seja algo excelente, fora da normalidade, portanto de difícil alcance pelos países ou até mesmo pelos serviços de saúde. Existem ainda aqueles que afirmam que essa definição possibilitou uma medicalização da existência humana, assim como abusos por parte do Estado a título de promoção de saúde. Por outro lado, a definição utópica do estado de saúde é importante como um objetivo a ser alcançado pelas unidades de saúde por estimular a priorização das ações que levam os profissionais a tratarem as pessoas doentes. A visão funcional da saúde interessa muito aos profissionais de saúde pública, incluindo-se aí os médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e demais profissionais da área da saúde, pois é uma forma a melhorar a equidade dos serviços de saúde e de saneamento básico, provendo cuidados de acordo com as necessidades de cada indivíduo ou grupo. 6 Ainda nesse contexto, devemos definir o que seria o trabalhador, pois assim poderemos unir os conceitos e definir o que seria a saúde do trabalhador. Trabalhador é um termo amplo e muito utilizado hoje, que inclui toda aquela pessoa que vive do seu trabalho, ou seja, inclui o escravo, o servo, o artesão e o proletário. Atualmente o trabalhador é considerado legalmente e formalmente como todo aquele que realiza tarefas baseadas em contratos, com salários acordados e direitos estabelecidos pela lei. Quando o trabalho é voluntário, trabalha-se em instituições sem fins lucrativos, não sendo, portanto, remunerados. Já o profissional é aquele que é remunerado regularmente pelo trabalho que desempenha ou pela atividade que exerce. Também pode ser definido como aquele que tem conhecimentos da sua profissão, ou seja, um especialista. A Constituição Brasileira de 1988, em seu artigo 196, traz também a definição de saúde, como podemos verificar a seguir: A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. Podemos ainda apresentar algumas definições que têm sido aceitas sobre Saúde do Trabalhador. No capítulo primeiro da Lei 8080, artigo sexto, parágrafo terceiro, encontramos a seguinte definição: § 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, [...]. 7 Esse conceito abrange também questões relacionadas com: I. Assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho; II. Participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho; III. Participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador; IV. Avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde; V. Informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional; VI. Participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas; VII. Revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; e VIII. Garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo 8 ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores. Numa dimensão mais abrangente, trabalhador é todo homem e mulher que exerce atividade para o próprio sustento e/ou de seus dependentes, independente da forma de inserção no mercado de trabalho, nos setores formais ou informais da economia (BRASIL, 2001). Segundo a Política de Saúde e Segurança do Trabalhador, entende-se por trabalhadores homens ou mulheres que exercem atividades para sustento próprio e/ou de seus dependentes, sejam no mercado de trabalho formal ou informal da economia. Inclusive os que trabalham ou trabalharam como assalariados, domésticos, avulsos, rurais, autônomos, temporários, servidores públicos, cooperativados e empregadores, proprietários de micro e pequenas unidades de produção e serviços, entre outros. Podemos considerar também trabalhador a pessoa não remunerada que trabalha no domicílio, o aprendiz ou estagiário e aqueles que estão afastados temporariamente ou definitivamente do mercado de trabalho por doença, aposentadoria ou desemprego. No Brasil, diversas estratégias e programas buscam melhorar a saúde da população, mas a grande extensão territorial e as diferenças socioeconômicas impedem um desenvolvimento igualitário detodo o país. A política de saúde do trabalhador no Brasil começa a ser estruturada após a promulgação da Constituição Federal de 1988 no artigo 196, como citada anteriormente, que coloca que a saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco da doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Em 2002, com a publicação da Portaria nº. 1679, que instituiu a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador com a articulação entre o Ministério da Saúde, Secretaria de Saúde dos Estados e Secretarias Municipais de Saúde. São criados também os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador que têm como objeto o estudo e intervenção nas relações entre trabalho e saúde. Seu objetivo é realizar a prevenção, a promoção e a recuperação da saúde do trabalhador urbano ou rural, do setor formal ou informal de trabalho. 9 Os trabalhadores, individual e coletivamente nas organizações, são considerados sujeitos e participantes das ações de saúde, as quais incluem: o estudo das condições de trabalho, a identificação de mecanismos de intervenção técnica para sua melhoria e adequação e o controle dos serviços de saúde prestados (BRASIL, 2001). Segundo NARDI (1997), entende-se por saúde do trabalhador o conjunto de conhecimentos oriundos de diversas disciplinas, como Medicina Social, Saúde Pública, Saúde Coletiva, Clínica Médica, Medicina do Trabalho, Sociologia, Epidemiologia Social, Engenharia, Psicologia, entre tantas outras, que – aliado ao saber do trabalhador sobre seu ambiente de trabalho e suas vivências das situações de desgaste e reprodução – estabelece uma nova forma de compreensão das relações entre saúde e trabalho e propõe uma nova prática de atenção à saúde dos trabalhadores e intervenção nos ambientes de trabalho. O termo surge no Brasil no bojo do Movimento pela Reforma Sanitária, que se intensificou no País a partir da década de 1980, tendo, na Reforma Sanitária Italiana, seu exemplo inspirador (TEIXEIRA, 1989). A união dos esforços de técnicos de saúde ligados às universidades e ao Ministério da Saúde com os trabalhadores, dentro da emergência do Novo Sindicalismo, estabeleceu as bases desse conjunto de saberes e práticas denominadas Saúde do Trabalhador. Ela nasce como contraponto aos modelos hegemônicos das práticas de intervenção e regulação das relações saúde-trabalho da Medicina do Trabalho, Engenharia de Segurança e Saúde Ocupacional. A modificação da terminologia dos serviços de atenção à saúde de Serviços de Medicina do Trabalho e/ou Saúde Ocupacional para Serviços de Saúde do Trabalhador segue uma tendência mundial nos países que passaram por movimentos semelhantes, como nos aponta Parmeggiani (1987). O momento culminante de mobilização popular pela saúde do trabalhador no Brasil dá- se na VIII Conferência Nacional de Saúde, em 1986, e na I Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador, também em 1986. A afirmação do movimento dentro do campo institucional acontece na IX Conferência Nacional de Saúde e na II Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador em 1994 (Dias, 1994). 10 Consolida-se, dessa forma, como conceito dentro dos textos legais da Constituição de 1988 e na Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080) de 1990. Segundo NARDI (1997), a característica que diferencia a Saúde do Trabalhador, em seu modelo teórico, é a afirmação do trabalhador como sujeito ativo do processo de saúde- doença, incluindo aí a participação efetiva nas ações de saúde e não simplesmente como objeto da atenção à saúde, tal como é tomado pela Saúde Ocupacional e pela Medicina do Trabalho. Além desse fato, trata-se da construção de um saber e de uma prática interdisciplinares que se diferenciem de ma ação centrada no conhecimento médico e nos saberes divididos em compartimentos (Engenharia, Psicologia, Medicina, Enfermagem, Serviço Social etc.) na forma de uma equipe de técnicos das várias profissões que não estabelece uma interlocução como, tradicionalmente, tem-se dado na Medicina do Trabalho e na Saúde Ocupacional, respectivamente. FIGURA 1 – SAÚDE DO TRABALHADOR. FONTE: Disponível em: <http://www.medicinadotrabalhonatal.com.br/photos/saude.jpg>. Acesso em: 11 nov. 2011. http://www.medicinadotrabalhonatal.com.br/photos/saude.jpg 11 2 NORMAS REGULAMENTADORAS As Normas Regulamentadoras, também conhecidas como NRs, regulamentam e fornecem orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados com a segurança e medicina do trabalho no Brasil. São as Normas Regulamentadoras do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, foram aprovadas pela Portaria N.° 3.214, 08 de junho de 1978. São de observância obrigatória por todas as empresas brasileiras regidas pela (CLT). Seguem as seguintes as Normas Regulamentadoras, com um breve resumo de seu conteúdo. 2.1 NR 1: DISPOSIÇÕES GERAIS São de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos de administração direta e indireta, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - (CLT). Estabelece a importância, funções e competência da Delegacia Regional do Trabalho. 2.2 NR 2: INSPEÇÃO PRÉVIA 12 Todo estabelecimento novo, antes de iniciar suas atividades, deverá solicitar aprovação de suas instalações ao órgão do Ministério do Trabalho. 2.3 NR 3: EMBARGO OU INTERDIÇÃO A Delegacia Regional do Trabalho, à vista de laudo técnico do serviço competente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar a obra. (CLT Artigo 161 inciso 3.6|3.4|3.7|3.8|3.9|3.10). 2.4 NR 4: SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO A NR 4 diz respeito aos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e tem como finalidade promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador em seu local de trabalho. 13 2.5 NR 5: PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO E SAÚDE OCUPACIONAL As empresas privadas, públicas e órgãos governamentais que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ficam obrigados a organizar e manter em funcionamento uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CLT Artigo 164 Inciso 5.6|5.6.1|5.6.2|5.7|5.11 e Artigo 165 inciso 5.8). 2.6 NR 6: EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL Para os fins de aplicação desta NR, considera-se EPI todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. 2.7 NR 7: PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL Esta NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, cujo objetivo é promover e preservar a saúde do conjunto dos seus trabalhadores. 14 2.8 NR 8: EDIFICAÇÕES Estabelece requisitos técnicos mínimos que devam ser observados nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham. 2.9 NR 9: PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS Esta NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, por meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho.2.10 NR10: SERVIÇOS EM ELETRICIDADE Fixa as condições mínimas exigidas para garantir a segurança dos empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas etapas, incluindo projeto, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação e ainda a segurança de usuários e terceiros. 15 2.11 NR 11: TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATERIAIS Esta NR estabelece normas de segurança para operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras. O armazenamento de materiais deverá obedecer aos requisitos de segurança para cada tipo de material. 2.12 NR 12: SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS Estabelece os procedimentos obrigatórios nos locais destinados a máquinas e equipamentos, como piso, áreas de circulação, dispositivos de partida e parada, normas sobre proteção de máquinas e equipamentos, bem como manutenção e operação. 2.13 NR 13: CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO Esta NR estabelece os procedimentos obrigatórios nos locais onde se situam as caldeiras de qualquer fonte de energia, projeto, acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de pressão, em conformidade com a regulamentação profissional vigente no país. 16 2.14 NR 14: FORNOS Estabelece os procedimentos mínimos, fixando construção sólida, revestida com material refratário, de forma que o calor radiante não ultrapasse os limites de tolerância, oferecendo o máximo de segurança e conforto aos trabalhadores. 2.15 NR 15: ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES Esta NR estabelece os procedimentos obrigatórios, nas atividades ou operações insalubres que são executadas acima dos limites de tolerância previstos na Legislação comprovadas por meio de laudo de inspeção do local de trabalho. 2.16 NR 16: ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS Estabelece os procedimentos nas atividades exercidas pelos trabalhadores que manuseiam e/ou transportam explosivos ou produtos químicos, classificados como inflamáveis, substâncias radioativas e serviços de operação e manutenção. 17 2.17 NR 17: ERGONOMIA Esta NR visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. 2.18 NR 18: CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção. 2.19 NR 19: EXPLOSIVOS Esta NR estabelece o fiel cumprimento do procedimento em manusear, transportar e armazenar explosivos de uma forma segura, evitando assim riscos e acidentes. 18 2.20 NR 20: LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS Esta NR estabelece a definição para líquidos combustíveis, líquidos inflamáveis e gás de petróleo liquefeito, parâmetros para armazenar, como transportar e como devem ser manuseados pelos trabalhadores. 2.21 NR 21: TRABALHOS A CÉU ABERTO Estabelece os critérios mínimos para os serviços realizados a céu aberto, sendo obrigatória a existência de abrigos, ainda que rústicos com boa estrutura, capazes de proteger os trabalhadores contra intempéries. 2.22 NR 22: SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO Esta NR estabelece sobre procedimentos de Segurança e Medicina do Trabalho em minas, determinando que a empresa adotará métodos e manterá locais de trabalho que proporcionem a seus empregados condições satisfatórias de Segurança e Medicina do Trabalho. 2.23 NR 23: PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 19 Esta NR estabelece os procedimentos que todas as empresas devam possuir, no tocante à proteção contra incêndio, saídas de emergência para os trabalhadores, equipamentos suficientes para combater o fogo e pessoal treinado no uso correto. 2.24 NR 24 CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO Esta NR estabelece critérios mínimos para fins de aplicação de aparelhos sanitários, gabinete sanitário, banheiro, cujas instalações deverão ser separadas por sexo, vestiários, refeitórios, cozinhas e alojamentos. 2.25 NR 25: RESÍDUOS INDUSTRIAIS Estabelece os critérios que deverão ser eliminados dos locais de trabalho, por meio de métodos, equipamentos ou medidas adequadas, de forma a evitar riscos à saúde e à segurança do trabalhador. 20 2.26 NR 26: SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA NR que tem por objetivos fixar as cores que devam ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes, identificando, delimitando e advertindo contra riscos. 2.27 NR 27: REGISTRO PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NO MINISTÉRIO DO TRABALHO Esta NR estabelecia que o exercício da profissão depende de registro no Ministério do Trabalho, fosse efetuado pela SSST, com processo iniciado por meio das DRT. Foi revogada de acordo com a portaria Nº 262 de 29 de maio de 2008 (DOU de 30 de maio de 2008 – Seção 1 – Pág. 118). De acordo com o Art. 2º da supracitada DOU, o registro profissional será efetivado pelo Setor de Identificação e Registro Profissional das Unidades Descentralizadas do Ministério do Trabalho e Emprego, mediante requerimento do interessado, que poderá ser encaminhado pelo sindicato da categoria. O lançamento do registro será diretamente na Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS. 2.28 NR 28: FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES 21 Esta NR estabelece que fiscalização, embargo, interdição e penalidades, no cumprimento das disposições legais e/ou regulamentares sobre segurança e saúde do trabalhador, serão efetuados obedecendo ao disposto nos decretos leis. 2.29 NR 29: NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO PORTUÁRIO Regulariza a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, alcançando as melhores condições possíveis de segurança e saúde dos trabalhadores que exerçam atividades nos portos organizados e instalações portuárias de uso privativo e retroportuárias, situadas dentro ou fora da área do porto organizado. 2.30 NR 30: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO AQUAVIÁRIO Esta norma aplica-se aos trabalhadores das embarcações comerciais, de bandeira nacional, bem como às de bandeiras estrangeiras, no limite do disposto na Convenção da OIT n.º 147 - Normas Mínimas para Marinha Mercante, utilizados no transporte de mercadorias ou de passageiros, inclusive naquelas utilizadas na prestação de serviços, seja na navegação marítima de longo curso, na de cabotagem, na navegação interior, de apoio marítimo e portuário, bem como em plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento. 22 2.31 NR 31: NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA AGRICULTURA, PECUÁRIA, SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQUICULTURA Tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho. Para fins de aplicação desta NR, considera-se atividade agroeconômica, aquelas que operando na transformação do produto agrário não altere a sua natureza, retirando-lhe a condição de matéria prima. 2.32 NR 32: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE Objetiva estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dostrabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. 2.33 NR 33: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESPAÇOS CONFINADOS Esta NR tem por objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos 23 existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores e que interagem direta ou indiretamente nestes espaços. Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio. 2.34 NR 34: CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO E REPARAÇÃO NAVAL Trata de nove procedimentos de trabalhos executados em estaleiros: trabalho a quente; montagem e desmontagem de andaimes; pintura; jateamento e hidrojateamento; movimentação de cargas; instalações elétricas provisórias; trabalhos em altura; utilização de radionuclídeos e gamagrafia; máquinas portáteis rotativas. Norma em vigor, aprovada pela PORTARIA N.º 200 DE 20 DE JANEIRO DE 2011, DOU de 21 de Janeiro de 2011. Esta Norma Regulamentadora – NR – tem por finalidade estabelecer os vários requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval. 24 2.35 NR (AINDA NÃO APROVADA): TRABALHO EM ALTURA Trata-se de proposta de texto para criação de Norma Regulamentadora sobre Trabalho em Altura disponibilizada em Consulta Pública pela Portaria SIT n.º 232, de 09/06/2011, para coleta de sugestões da sociedade, em conformidade com a Portaria MTE n.º 1.127, de 02 de outubro de 2003. 25 3 NORMA REGULAMENTADORA 32 A NR 32 refere-se à Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Assistência à Saúde. Essa norma foi criada com o objetivo de diminuir riscos e proporcionar um ambiente de trabalho mais saudável, prevenindo a saúde dos trabalhadores ligados à área. É uma legislação do Ministério do Trabalho e Emprego que estabelece medidas para proteger a segurança e a saúde dos trabalhadores de saúde em qualquer serviço de saúde, inclusive os que trabalham nas escolas ensinando ou pesquisando. Refere-se aos riscos biológicos e químicos, radiações ionizantes, resíduos, conforto, lavanderia, limpeza, conservação do ambiente e capacitação profissional. Busca também orientar os profissionais sobre os riscos diários e a prevenção de acidentes do trabalho, por meio da capacitação inicial, contínua e sempre que houver mudança do local de trabalho. Seu objetivo é prevenir os acidentes e o adoecimento causado pelo trabalho nos profissionais da saúde, eliminando ou controlando as condições de risco presentes nos Serviços de Saúde. Podemos dizer também que o principal objetivo é eliminar o risco de acidentes do trabalho. E se o risco não puder ser eliminado, deve ser controlado, avaliado e administrado. Ela recomenda para cada situação de risco a adoção de medidas preventivas e a capacitação dos trabalhadores para o trabalho seguro. Essa norma não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos ou regulamentos sanitários dos Estados, Municípios e do Distrito Federal, e outras oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho ou constantes nas demais NR’s e legislação federal pertinente à matéria. Aprovada por unanimidade pela Comissão Tripartite Permanente, a NR 32 é fruto da conjugação do pensamento e reivindicações das três esferas mais interessadas no assunto, ou seja, o governo, empregadores e empregados. Concluiu-se que é necessário investir em prevenção, treinamento, conscientização e capacitação. A NR 32 pode ser resumida numa palavra: prevenção. Para tanto, ela estabelece 26 vários prazos mensais para que as mudanças sejam implantadas. O investimento compensa e evita prejuízos futuros, permitindo o surgimento de uma geração de trabalhadores mais saudáveis. A observância às regras da NR 32 não dispensa, contudo, o cumprimento de outras normas sobre o assunto. O descumprimento de normas de segurança e medicina do trabalho poderá ensejar a aplicação e o pagamento de multa imposta por fiscais do trabalho. Há que se levar em conta que o risco no ambiente de trabalho multiplica-se quando as normas de segurança não são observadas. Por isso, a NR 32 se preocupa com a correta realização do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), instrumentos necessários à prevenção de riscos e acidentes nas empresas, que devem ser realizados periodicamente e atualizados na medida em que a empresa adota medidas recomendadas pelos programas. A definição de serviço de saúde incorpora o conceito de edificação, assim, todos os trabalhadores que exerçam atividades nessas edificações, relacionadas ou não com a promoção e assistência à saúde são abrangidos pela NR 32. Podemos citar como exemplo atividade de limpeza, lavanderia, reforma e manutenção. Importante para a sua aplicação é a participação dos trabalhadores, por meio das Comissões Institucionais de caráter legal e técnico, entre as quais descrevemos abaixo: CIPA em instituições privadas; COMSAT’S em instituições públicas: Serviço Especializado em Engenharia e Segurança do Trabalho (SESMT); Comissão de Controle e Infecção Hospitalar (CCIH); Semanas Internas de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT’s). Os impactos trabalhistas e previdenciários da NR32 podem ser resumidos na redução: no número de acidentes; na quantidade de doenças; no número de concessão de benefícios previdenciários; de uma maior disponibilidade de recursos orçamentários para outras áreas; 27 redução da carga tributária. Estabelecimentos que se adaptarem às exigências legais poderão ser beneficiados com redução no pagamento do Seguro contra Acidentes do Trabalho (SAT). O descumprimento de normas de segurança e medicina do trabalho poderá provocar a aplicação e o pagamento de multa imposta por auditores fiscais do trabalho e da vigilância sanitária do trabalho. Isso porque a Lei nº 10.666/03 possibilita ao INSS uma variação das alíquotas do Seguro contra Acidentes do Trabalho para mais (até 100% a mais) ou para menos (até 50% menos), avaliando-se, anualmente, os estabelecimentos em razão da incidência do grau de incapacidade laborativa, proporcionando a distinção entre empresas da mesma classificação nacional de atividades econômicas (CNAE), de acordo com incidência de acidentes de trabalho, o que antes não era possível. Atualmente, o Seguro contra Acidentes do Trabalho fica entre 1% e 3%, dependendo da maior ou menor propensão à ocorrência de acidentes de trabalho. Esse tipo de enquadramento é apurado com base nas informações prestadas pela empresa ao CNAE. Destaca-se que, hoje, o Fator Acidentário Previdenciário (FAP) é igual para todas as empresas do mesmo CNAE. Essa redução das alíquotas, contudo, depende de regulamentação para fixar os critérios de reclassificação das empresas, levando em consideração o quanto foi investido em segurança, a frequência dos acidentes do trabalho, sua gravidade e o valor gasto pelo INSS com o pagamento de benefícios. Reduzindo as alíquotas do Seguro contra Acidentes do Trabalho, a empresa poderá economizar até metade do que gasta com o seu pagamento, dará mais segurança aos trabalhadores, aumentará a produtividade e diminuirá o número de afastamentos por acidentes do trabalho.Com investimentos em equipamentos e observância das normas de segurança, busca- se a redução do número de doentes na área da saúde, o que gera a diminuição do número de afastamentos e o aumento no grau de produtividade desses trabalhadores. 28 É uma norma que pode ser aplicada em estabelecimentos de assistência à saúde ou qualquer instituição que presta assistência à saúde da população, em qualquer nível de complexidade, em regime de internação ou não. As orientações aos trabalhadores devem ser fornecidas por escrito e, se necessário, devem ser fixados cartazes nos murais sobre os procedimentos a serem adotados em caso de acidente ou incidente grave. Os trabalhadores devem ser informados sobre os riscos existentes na sua atividade laboral, as suas causas e as medidas preventivas que devem ser adotadas. Caso o trabalhador esteja exposto a condições que ponham em risco a sua saúde ou integridade física, o empregador deve garantir o seu afastamento. A NR 32 atinge não só os empregados próprios do Serviço de Saúde como também os empregados das empresas terceirizadas, cooperativas, prestadoras de serviço, enfim, a todos os que trabalham na área de saúde. Dispõe ainda que a responsabilidade é solidária, ou seja, compartilhada entre a instituição contratante e os contratados quanto ao seu cumprimento. Portanto é importante que representantes da empresa contratante reúnam-se com os contratados para estabelecer que as normas de segurança sejam explicadas, executadas e cumpridas. A NR-32 abrange as situações de exposição aos diversos agentes de risco presentes no ambiente de trabalho, tais como: os agentes de risco biológico; os agentes de risco químico; os agentes de riscofísico com destaque para as radiações ionizantes; os agentes de risco ergonômico. A NR-32 abrange ainda a questão da obrigatoriedade da vacinação do profissional de saúde com reforços e sorologia de controle pertinentes, conforme recomendação do Ministério da Saúde devidamente registrada em prontuário funcional com comprovante ao trabalhador. O profissional de saúde deve atender à convocação para receber as vacinas. Elas são importantes para a prevenção de doenças infecciosas que poderão estar presentes no ambiente 29 de trabalho. A NR 32 considera como risco biológico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos, como, por exemplo: microrganismos geneticamente modificados ou não; culturas de células; parasitas; toxinas; príons. Uma questão muito preocupante é em relação aos acidentes com materiais perfurocortantes, pois muitos profissionais de saúde estão expostos a esses riscos, principalmente médicos e profissionais da área de enfermagem. Esse risco aumentado à exposição ocorre principalmente com os profissionais de enfermagem devido aos seguintes fatores: realizam a assistência diretamente aos pacientes com diversas enfermidades; é considerada a maior categoria entre os profissionais de saúde; realizam as tarefas com uma frequência maior que os demais profissionais de saúde. A gravidade dos acidentes com materiais perfurocortante está diretamente relacionada com a porta de entrada de doenças infecciosas graves e letais, como a Hepatite B e C e a AIDS. Por conta dessa exposição, o artigo 32.2.4.15 veda o reencape e a desconexão manual de agulhas. O objetivo desse item é o de diminuir a ocorrência dos acidentes com agulhas. Estatísticas nacionais e internacionais relatam que práticas de risco são responsáveis por parte significativa da ocorrência de acidentes de trabalho com materiais perfurocortantes. Nesses estudos, a prática de reencapar agulhas foi responsável por 15 a 35% desses acidentes. Um estudo realizado em um hospital universitário da cidade de São Paulo evidenciou que o reencapemanual de agulhas foi responsável por 13,7%dos acidentes com agulhas. 30 As lesõe com perfurocortantes estão primariamente associados à transmissão ocupacional dos vírus da hepatite B (HBV), hepatite C (HCV) e HIV. Após um acidente com agulha contaminada com o agente, estima-se que o risco de contaminação com o vírus da hepatite B (HBV) é de 6 a 30%, com o vírus da hepatite C (HCV) é de 0,5 a 2%, e como vírus da AIDS (HIV) é de 0,3 a 0,4%. A frequência de exposições é maior entre auxiliares e técnicos de enfermagem, quando comparados a profissionais de nível superior. Isso ocorre devido à realização de mais procedimentos diretos com os pacientes em relação aos profissionais de nível superior que permanecem mais tempo na organização e supervisão dos profissionais de nível técnico. Entre 30 a 35%dos casos das exposições percutâneas, estão associados à retirada de sangue ou de punção venosa periférica. Entre 60 e 80% das exposições, ocorrem após a realização do procedimento e podem ser evitadas com as práticas de precauções padrão e com o uso sistemático de dispositivos de segurança. A NR-32 determina em seu artigo 32.2.4.4 que os trabalhadores com feridas ou lesões nos membros superiores só podem iniciar suas atividades após avaliação médica obrigatória com emissão de documento de liberação para o trabalho. Em seu artigo 32.2.4.5, diz que o empregador deve vedar: a utilização de pias de trabalho para fins diversos do previsto; o ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato nos postos de trabalho, o consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho; a guarda de alimentos em locais não determinados para esse fim; uso de calçados abertos. É importante entender que os postos de trabalho são os locais onde o trabalhador efetivamente realiza suas atividades. O empregador pode disponibilizar ambientes próximos aos postos de trabalho para a realização de refeições complementares. A proibição do uso de adornos (aneis, pulseiras, relógios, colares etc) deve ser observada para todo trabalhador do serviço de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde exposto ao agente biológico, independente da sua função. 31 O Programa de Prevenção e Riscos Ambientais (PPRA) deve descrever as funções e os locais de trabalho onde haja exposição ao agente biológico, conforme previsto no item 32.2.2.1. Entende-se por calçado aberto aquele que proporciona exposição da região do calcanhar, do peito ou das laterais do pé. Essa proibição aplica-se aos trabalhadores do serviço de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde potencialmente expostos, conforme definido no PPRA. Todos os trabalhadores com possibilidade de exposição a agentes biológicos devem utilizar vestimenta de trabalho adequada e em condições de conforto. A vestimenta deve ser fornecida sem ônus para o empregado. As vestimentas são os trajes de trabalho, que devem ser fornecidos pelo empregador, podendo compreender o traje completo ou algumas peças, como, por exemplo, aventais, jalecos e capotes. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI), descartáveis ou não, deverão estar sempre à disposição, em número suficiente, nos postos de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição. São pontos importantes que devem ser observadas pelos profissionais de saúde: comunique qualquer acidente de trabalho exigindo a abertura da comunicação de acidente de trabalho – CAT, por menor que seja o acidente, mesmo não havendo afastamento do trabalho; pratique as precauções padrão, use sempre os equipamentos de proteção; para atendimento às doenças infecciosas ou lesões com secreção abundante, pratique as precauções adicionais indicadas, peça orientação à CCIH; as máscaras de proteção devem ser individuais e específicas aos agentes presentes. Em relação aos riscos químicos, ou seja, à exposição aos agentes químicos presentes no local de trabalho, a NR 32 diz que deve sermantida a rotulagem do fabricante na embalagem original dos produtos químicos utilizados em serviços de saúde. Afirma ainda que todo recipiente contendo produto químico manipulado ou fracionado deve ser identificado, de forma legível, por etiqueta com o nome do produto, composição 32 química, sua concentração, data de envasamento e de validade e nome do responsável pela manipulação ou fracionamento. É vedado o procedimento de reutilização das embalagens de produtos químicos. É importante lembrar que agentes químicos são substâncias, compostos ou produtos químicos em suas diversas formas de apresentação, ou seja, líquida, sólida, plasma, vapor, poeira, névoa, neblina, gasosa e fumo. As principais vias de entrada do agente químico no organismo são: digestiva; respiratória; mucosa; parenteral; cutânea. A NR-32 dedicou especial atenção ao tratamento de resíduos por suas implicações na biossegurança pessoal e no meio ambiente. É Importante ressaltar que a NR-32 não desobriga o cumprimento da Resolução ANVISA RDC nº 306, de 7de dezembro de 2004, e Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005. Essas resoluções dispõem sobre o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) e sobre a necessidade da designação de profissional, com registro ativo junto ao seu conselho de classe, com apresentação de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), ou Certificado de Responsabilidade Técnica ou documento similar, quando couber, para exercer a função de responsável pela elaboração e implantação do PGRSS. Diz ainda que quando a formação profissional não abranger os conhecimentos necessários, este poderá ser assessorado por equipe de trabalho que detenha as qualificações correspondentes. É importante saber que os sacos plásticos utilizados no acondicionamento dos resíduos de saúde devem atender ao disposto na NBR 9191 e ainda ser: preenchidos até 2/3 da sua capacidade; fechados de tal forma que não se permita o seu derramamento, mesmo que virados com a abertura para baixo; 33 retirados imediatamente do local de geração após o preenchimento e fechamento; mantidos íntegros até o tratamento ou a disposição final do resíduo. Comentamos alguns itens importantes da NR 32 e lembramos que essa norma pode ser lida na íntegra acessando o link: http://mesm.uncisal.edu.br/wp- content/uploads/2009/11/nr_32.pdf ou lendo o anexo I que se encontra no último módulo. http://mesm.uncisal.edu.br/wp-content/uploads/2009/11/nr_32.pdf http://mesm.uncisal.edu.br/wp-content/uploads/2009/11/nr_32.pdf 34 4 NORMA REGULAMENTADORA 5 A Norma Regulamentadora número 5 refere-se à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, ou seja, a conhecida CIPA. Essa comissão tem como objetivo principal trabalhar na prevenção de acidentes de trabalho e na promoção da saúde do trabalhador. Sua última atualização foi publicada no Diário Oficial no dia 14/07/2011. As mudanças não são significativas, mas devemos verificar essas alterações para que possamos repassá-las aos colaboradores e empregadores. Veja a íntegra da Portaria 247 SIT/2011. A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO, no uso das atribuições conferidas pelo Art. 14, inciso II, do Anexo I do Decreto n.º 5.063, de 3 de maio de 2004, e em face do disposto nos Art. 155 e 200 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto n.º 5.452, de 1º de maio de 1943 e no Art. 2º da Portaria MTb n.º 3.214, de 8 de junho de 1978, resolve: Art. 1º A Norma Regulamentadora n.º 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, passa a vigorar com as seguintes alterações: 5.14 A documentação referente ao processo eleitoral da CIPA, incluindo as atas de eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias, deve ficar no estabelecimento à disposição da fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego. 5.14.1 A documentação indicada no item 5.14 deve ser encaminhada ao Sindicato dos Trabalhadores da categoria, quando solicitada. 35 5.14.2 O empregador deve fornecer cópias das atas de eleição e posse aos membros titulares e suplentes da CIPA, mediante recibo. 5.15 A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento. 5.26 As atas devem ficar no estabelecimento à disposição da fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego. 5.31 A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida por suplente, obedecida a ordem de colocação decrescente que consta na ata de eleição, devendo os motivos ser registrados em ata de reunião. 5.31.3 Caso não existam suplentes para ocupar o cargo vago, o empregador deve realizar eleição extraordinária, cumprindo todas as exigências estabelecidas para o processo eleitoral, exceto quanto aos prazos, que devem ser reduzidos pela metade. 5.31.3.1 O mandato do membro eleito em processo eleitoral extraordinário deve ser compatibilizado com o mandato dos demais membros da Comissão. 5.31.3.2 O treinamento de membro eleito em processo extraordinário deve ser realizado no prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse. Art. 2º Revogar os itens 5.4 e 5.52 da Norma Regulamentadora n.º 5. 36 Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. VERA LÚCIA RIBEIRO DE ALBUQUERQUE Essas alterações representam uma ótima oportunidade para a desburocratização de procedimentos junto ao Ministério do Trabalho. Anteriormente essas exigências representavam um grande transtorno para as empresas, tendo de chegar ao Ministério e aguardar atendimento para esse protocolo. No Ministério do Trabalho, ficavam diversas pastas de várias comissões que acabavam nunca sendo utilizadas, visto que as ações da Auditoria Fiscal obedecem a um planejamento e essas pastas tornavam-se absolutamente inúteis. Portanto, a própria burocracia do Ministério do Trabalho impedia a utilização dos documentos arquivados nessas pastas. Outro fator determinante para essa alteração era que durante a Auditoria Fiscal o Auditor já solicitava os documentos da CIPA, não havendo necessidade de que esses documentos ficassem arquivados no Ministério do Trabalho. Na normatização anterior, o Ministério do Trabalho poderia pesquisar os calendários e fazer inspeções aleatórias para verificar se as empresas estavam cumprindo mesmo as reuniões da CIPA. Em muitas dessas inspeções, o auditor chegava à empresa na data e hora da reunião ordinária e verificava que não havia reunião nenhuma, ou seja, era mais uma evidência de que muitas CIPAs existiam e ainda existem mesmo só para cumprir a burocracia legal. Quando o auditor verificava que a reunião estava agendada, mas não estava sendo realizada, o resultado era um Auto de Infração, que, aliás, representa um elevado custo fiscal para a empresa. Agora, os documentos devem apenas ficar à disposição da fiscalização, representando uma desburocratização para a empresa e para o Ministério. Você verá no item 5.14.1 que agora a documentação da CIPA deve ser encaminhada 37 ao Sindicato dos Trabalhadores da categoria, quando solicitada, e poderá observar também no item 5.14.2 que a regra agora é o empregador fornecer cópias das atas de eleição e posse aos membros titulares e suplentes da CIPA, mediante recibo. Essa nova regra determina que os documentos da CIPA devem ficar à disposição do Ministério do Trabalho e também que as cópias desses documentos devem ser fornecidas aos membros titulares e suplentes, mediante recibo. Essa providência é muito importante, pois esses documentos garantem aos titulares e suplentes a autenticação de sua participação na CIPA,sem risco de que possa haver qualquer fraude por parte da empresa. Além disso, o sindicato da classe deve também receber uma cópia desses documentos,quando solicitado por ele, e isso, sem dúvida, amplia a legitimidade e o controle externo da CIPA. 38 5 O QUE É CIPA A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) é um instrumento que os trabalhadores dispõem para tratar da prevenção de acidentes do trabalho, das condições do ambiente do trabalho e de todos os aspectos que afetam sua saúde e segurança. CIPA é a sigla para Comissão Interna de Prevenção de Acidentes que visa à prevenção de acidentes e doenças relacionadas com o trabalho, buscando conciliar o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde de todos os trabalhadores. A CIPA é regulamentada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) nos artigos 162 a 165 e pela Norma Regulamentadora 5 (NR-5), contida na portaria 3.214 de 08.06.78 baixada pelo Ministério do Trabalho. A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho visa à proteção da saúde dos trabalhadores dentro das empresas. A constituição de órgãos dessa natureza dentro das empresas foi determinada pela ocorrência significativa e crescente de acidentes e doenças típicas do trabalho em todos os países que se industrializaram. A participação dos trabalhadores nesses órgãos depende do nível de democracia e da organização, força e poder de representação da classe trabalhadora em cada país. A CIPA é composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos para setores econômicos específicos. No Brasil, essa participação, prevista na CLT, restringe-se à CIPA, em que os trabalhadores formalmente ocupam metade de sua composição após eleições diretas e anuais. A CIPA não foi inventada no Brasil. Esse instrumento de prevenção surgiu a partir de uma sugestão de trabalhadores de diversos países reunidos na Organização Internacional do Trabalho (OIT). 39 Eles recomendaram a criação dos Comitês de Seguridade para grupos de 20 trabalhadores. Nos mais de 150 países atualmente filiados à OIT existem órgãos com diferentes nomes, mas com uma só função: preservar a integridade do trabalhador. Aos trabalhadores da empresa compete indicar à CIPA situações de risco, apresentar sugestões e observar as recomendações quanto à prevenção de acidentes, utilizando os equipamentos de proteção individual (EPI) e de proteção coletiva fornecidos pelo empregador, bem como submeter-se a exames médicos previstos em Normas Regulamentadoras, quando aplicável. Ressalto que a CIPA não trabalha sozinha, pois seu papel mais importante é o de estabelecer uma relação de diálogo e conscientização, de forma criativa e participativa, entre gerentes e colaboradores em relação à forma como os trabalhos são realizados, objetivando sempre melhorar as condições de trabalho, visando à humanização do trabalho. 40 6 OBJETIVOS Segundo o item 5.1, da NR 5: A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA - tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. O objetivo básico da CIPA é fazer com que empregadores e empregados trabalhem conjuntamente na tarefa de prevenir acidentes e melhorar a qualidade do ambiente de trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. A CIPA também tem por atribuição identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de risco, com a participação do maior número de trabalhadores e com a assessoria do SESMT. 41 7 CONSTITUIÇÃO Segundo o item 5.2, da NR 5: Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados. É importante ressaltar que a CIPA deve ser ativa independente do tipo de estabelecimento que ela foi instalada, pois, muitas vezes, principalmente em empresas privadas, as ações de prevenção são negligenciadas. A CIPA não pode ser apenas uma comissão criada para cumprir o que é determinado na NR 5. Deve sim ser atuante e com isso realmente realizar o seu papel de prevenção de acidentes. Segundo o item 5.3, da NR 5: As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avulsos e às entidades que lhes tomem serviços, observadas as disposições estabelecidas em Normas Regulamentadoras de setores econômicos específicos. No início, confundia-se o trabalhador avulso com o trabalhador eventual, porém a Previdência Social começou a preocupar-se com o referido trabalhador, passando a conceituá- lo. 42 No inciso VI do art. 12 da Lei Nº 8.212/91 considera avulso "quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviços de natureza urbana ou rural definidos no regulamento". O trabalhador avulso é, portanto, aquele que presta serviços de natureza urbana ou rural a diversas empresas, sem vínculo empregatício, sendo sindicalizado ou não, porém com a intermediação obrigatória do sindicato de sua categoria. O avulso presta serviços sem vínculo empregatício, pois não há subordinação nem com o sindicato, muito menos com as empresas para as quais presta serviços, dada inclusive à curta duração. O sindicato apenas arregimenta a mão-de-obra e paga os prestadores de serviços de acordo com o valor recebido das empresas que é rateado entre os que prestaram serviço. Não é preciso que o trabalhador avulso seja sindicalizado. O que importa é que haja a intermediação obrigatória do sindicato na colocação do trabalhador na prestação de serviços às empresas, que procuram a agremiação buscando trabalhadores. São características do trabalhador avulso: A liberdade na prestação de serviços, pois não possui vínculo nem com o sindicato, muito menos com as empresas tomadoras de serviço; A possibilidade da prestação de serviços a mais de uma empresa, como na prática ocorre; O órgão sindical é que faz a intermediação da mão-de-obra, colocando os trabalhadores onde é necessário o serviço, cobrando posteriormente um valor pelos serviços prestados, já incluindo os direitos trabalhistas e os encargos previdenciários e fiscais e fazendo o rateio entre as pessoas que participam da prestação de serviços; O curto período de tempo em que o serviço é prestado ao beneficiário. Segundo o item 5.4, da NR 5: A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais estabelecimentos deverá garantir a integração das CIPA e dos 43 designados, conforme o caso, com o objetivo de harmonizar as políticas de segurança e saúde no trabalho (Revogado pela Portaria SIT/247/2011). Com a Portaria SIT/247/2011, não existe mais a necessidade de harmonização da CIPA mesmo quando a empresa possuir dois campus ou mais em uma única cidade. Segundo o item 5.5, da NR 5: As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão, através de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com objetivo de promover o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo contar com a participação da administração do mesmo. A prevenção de acidentes não deve ocorrer apenas nas instalações das empresas, portanto se a companhia localiza-se em um centro comercial ou industrial, é importanteque as ações preventivas sejam de caráter coletivo. Podemos citar como exemplo os shoppings, núcleos industriais, comerciais, supermercados com lojas agregadas ao mesmo prédio, dentre outras. 44 8 ORGANIZAÇÃO A organização da CIPA é obrigatória nos locais de trabalho seja qual for sua característica – comercial, industrial, bancária, com ou sem fins lucrativos, filantrópica ou educativa e empresas públicas – desde que tenham o mínimo legal de empregados regidos pela CLT. A estrutura da CIPA é composta pelos seguintes cargos: Presidente: indicado pelo empregador; Vice-presidente: nomeado pelos representantes dos empregados, entre os seus titulares; Secretário e suplente: escolhidos de comum acordo pelo representante do empregador e dos empregados. Cabe ao Ministério do Trabalho, por meio das Delegacias Regionais do Trabalho (DRTS) fiscalizar a organização das CIPAS. A que não cumprir a lei será autuada por infração ao disposto no artigo 163 da CLT, sujeitando-se à multa prevista no artigo 201 desta mesma legislação. Segundo o item 5.6, da NR 5: A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos para setores econômicos específicos. O quadro I encontra-se no anexo II no final do módulo IV. O presidente é o representante do empregador e é escolhido pela direção da instituição. Muitos são os critérios para essa escolha, porém a empresa e o presidente deve ter consciência que a sua função é trabalhar na prevenção de acidentes. 45 Existem instituições que nomeiam o presidente apenas para que este possa interferir de forma negativa nas ações que deverão ser estabelecidas pela comissão. O presidente deve ser um mediador entre os interesses da empresa e os interesses dos trabalhadores. Segundo o item 5.6.1, da NR 5: “Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles designados”. Essa escolha pode ser em comum acordo com os demais membros da comissão ou mesmo imposta pelo alto comando da empresa, priorizando ou não seus interesses profissionais. É importante que essa escolha tenha como principal critério a proposta de buscar alternativas para a prevenção de acidentes na empresa. Segundo o item 5.6.2, da NR 5: “Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados”. Segundo o dicionário da língua portuguesa Houaiss (2009, p. 304), “escrutínio é a votação que se utiliza a urna, ou urna na qual os votos são recolhidos ou apuração de votos ou ainda exame minucioso”. Os representantes dos empregados serão divididos em titulares e suplentes conforme o número de votos, ou seja, quem obtiver mais votos será titular. Os suplentes terão o mesmo número de vagas dos titulares. Os membros suplentes poderão atuar juntamente com a comissão nas atividades de prevenção de acidentes e na busca da saúde do trabalhador. 46 Segundo o item 5.6.3, da NR 5: O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a ordem decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos de setores econômicos específicos. O quadro I encontra-se no anexo II no final do módulo IV. Cada empresa terá seu número de membros da CIPA determinado pelo quadro de dimensionamento. Se a sua empresa se encaixa no grupo C-1 (Minerais) e possui entre 81 e 100 funcionários, deverá ter três membros efetivos e três suplentes, ou seja, a CIPA dessa empresa terá essa quantidade de membros. Segundo o item 5.6.4, da NR 5: Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, podendo ser adotados mecanismos de participação dos empregados, através de negociação coletiva. Esse item aborda a importância de ter uma pessoa responsável pela prevenção de acidentes e pela saúde do trabalhador, mesmo que essa empresa não se encaixe em nenhum grupo designado no quadro I. É responsabilidade de a empresa nomear um responsável, e os demais colaboradores devem cuidar e fiscalizar para que isso aconteça. Segundo o item 5.7, da NR 5: “O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma reeleição”. O mandato de todos os membros da CIPA irá durar 12 meses, ou seja, um ano devendo ocorrer novas eleições antes do vencimento do mandato atual para que novos membros sejam escolhidos. 47 O fato de poder ocorrer apenas uma reeleição é importante para que a comissão seja renovada e que mais colaboradores da empresa participem, pois assim não haverá sobrecarga de serviço e a conscientização entre os trabalhadores irá aumentar. Segundo o item 5.8, da NR 5: É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato. Os membros eleitos pelos funcionários terão um período de estabilidade na empresa por dois anos, ou seja, não poderão ser dispensados das suas atividades trabalhistas neste período. Os colaboradores que se candidatarem também não podem ser dispensados sem justa causa, porém, assim que terminar o pleito eleitoral e esse colaborador não for eleito, essa estabilidade encerra-se. O objetivo dessa estabilidade é para que os membros da CIPA possam realizar suas atividades de prevenção de acidentes e da saúde do trabalhador sem serem ameaçados pela empresa. Essa medida visa à proteção dos membros da CIPA de qualquer arbitrariedade que, por ventura, possa ocorrer com a empresa. Essa estabilidade é válida somente para os representantes dos empregados, ou seja, aqueles colaboradores que foram eleitos. Os membros indicados pela empresa não possuem essa estabilidade. É importante ressaltar que o membro eleito não deve apoiar-se nessa estabilidade para deixar de realizar suas atividades laborais, pois uma dispensa por justa causa pode ser realizada. Segundo o item 5.9, da NR 5: 48 Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem suas atividades normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro estabelecimento sem a sua anuência, ressalvado o disposto nos parágrafos primeiro e segundo do artigo 469, da CLT. É importante que os membros da CIPA sejam mantidos em seus postos de trabalho, pois muitas empresas em decorrência do mandato do funcionário acabam transferindo as atividades trabalhistas desse colaborador, tentando assim impedir que ele realize as ações de prevenção de acidentes. Qualquer alteração na função do colaborador deverá ocorrer com pleno conhecimento deste trabalhador. Segundo o item 5.10, da NR 5: “O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a representação necessária para a discussão e encaminhamento das soluções de questões de segurança e saúde no trabalho analisadas na CIPA”. Os membros da CIPA devem ter acesso à alta direção da empresa para que possam expor suas atividade e discutir as possibilidades de melhora, bem como apresentar as melhorias implantadas e os resultados obtidos pela comissão. Segundo o item 5.11, da NR 5: “O empregador designará entre seus representantes o presidente da CIPA, e os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice- presidente”. No próximo item, discutiremos sobre as atribuições dos membros da CIPA. O presidente sempre será escolhido pela direção da empresa e o vice-presidente sempre será escolhido por votação direta dos funcionários. Segundo o item 5.12, da NR5: “Os membros da CIPA, eleitos e designados serão empossados no primeiro dia útil após o término do mandato anterior”. Durante o processo eleitoral, tudo deve ser organizado para que a posse seja realizada no primeiro dia útil após o término do mandato anterior. Para isso, a CIPA atual deve estabelecer as datas da eleição, treinamento e posse anteriormente. 49 Segundo o item 5.13, da NR 5: “Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e seu substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste caso necessária a concordância do empregador”. Na escolha do secretário e do seu substituto, os membros da CIPA devem buscar pessoas com boas noções de redação, pois estas serão responsáveis por organizar e escrever as atas das reuniões. Segundo o item 5.14, da NR 5: A documentação referente ao processo eleitoral da CIPA, incluindo as atas de eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias, deve ficar no estabelecimento à disposição da fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego. Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em até dez dias, na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas de eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias. (Alteração dada pela Portaria SIT 247/2011). Vocês podem observar que foram postados dois textos para o item 5.14, sendo que o primeiro é o texto atualizado, e o segundo texto o que foi alterado pela Portaria SIT 247/2011. Anteriormente, depois de realizada as eleições e a posse dos membros da CIPA, geralmente o presidente ou um representante dos recursos humanos deveria protocolar uma cópia da ata de eleição e posse juntamente com o calendário anual das reuniões ordinárias no Ministério do Trabalho ou órgão equivalente. O Auditor do Ministério do Trabalho ou órgão correspondente poderia, sem aviso prévio, comparecer à empresa na data e hora marcada para acompanhar a reunião ordinária da CIPA. Com a nova determinação, não há mais a necessidade de a empresa protocolar no Ministério esses documentos, porém o empregador deve fornecer cópias das atas de eleição e posse aos membros titulares e suplentes da CIPA, mediante recibo. 50 Segundo o item 5.14.1, da NR 5: “A documentação indicada no item 5.14 deve ser encaminhada ao Sindicato dos Trabalhadores da categoria, quando solicitada”. As atas de eleição e posse e o calendário de reuniões ordinárias serão arquivadas na empresa, e quando solicitado pelo sindicato, deverão ser disponibilizadas. Segundo o item 5.14.2, da NR 5: “O empregador deve fornecer cópias das atas de eleição e posse aos membros titulares e suplentes da CIPA, mediante recibo”. Nesse item, é importante comentar que os membros da CIPA devem exigir essas cópias e o recibo de entrega do empregador, pois assim há a garantia dos direitos dos integrantes da CIPA. Segundo o item 5.15, da NR 5: A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento. Protocolizada na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, a CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento. (Alteração dada pela Portaria SIT 247/2011). Observem que o primeiro texto é o item atualizado e o segundo texto é o item que sofreu a alteração, pois não há mais a exigência de protocolar no Ministério do Trabalho a CIPA, devendo apenas os documentos ficarem arquivados na empresa para que, se necessário, possam ser consultados pelo auditor do Ministério do Trabalho. 51 Esse item é muito importante porque, uma vez criada a CIPA, mesmo a empresa reduzindo o número de funcionários e não se enquadrando mais nos requisitos do quadro I, essa comissão não poderá ser dissolvida, devendo, assim, encerrar o seu mandato. Agora se a empresa não funcionará mais e terá seu quadro de funcionários extintos, a CIPA poderá ser dissolvida. 52 9 ATRIBUIÇÕES São atribuições da CIPA conforme o item 5.16 da NR 5: Identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver. Os membros da CIPA devem percorrer toda a empresa avaliando os processos de trabalho e identificando os riscos que os colaboradores possam ser submetidos. Com esse levantamento, deve ser elaborado o mapa de risco da empresa, onde serão evidenciados os riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e os riscos de acidentes. Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho. No trabalho da CIPA, a prevenção é primordial, pois essas ações contribuem para a qualidade do trabalho de todos os colaboradores da empresa. A resolução de problemas já existentes deve ser outro foco prioritário da CIPA, pois esse problema poderá tornar-se um acidente de trabalho e em alguns casos pode ser até um acidente fatal. Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho. 53 Não adianta a comissão criar estratégias de prevenção de acidentes e não participar da implementação e do acompanhamento dos resultados. É importante que a CIPA estabeleça as prioridades, pois muitas ações não podem ser desenvolvidas ao mesmo tempo, seja por dificuldades financeiras ou até mesmo devido à estruturação da ação. Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando à identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores. Os membros da CIPA devem realizar constantemente visitas aos postos de trabalho dos colaboradores, pois alguns riscos podem aparecer após a vistoria inicial da comissão. O objetivo é sempre avaliar essas condições para que a prevenção possa ser realizada e as medidas de controle implementadas. Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas. Durante a reunião ordinária, os membros da CIPA devem discutir as situações novas de risco encontradas, bem como avaliar os resultados das ações realizadas durante o mês que passou. As metas e o plano de trabalho devem ser reavaliados com o intuito de verificar se as ações estão atingindo padrões satisfatórios ou se devem ser substituídas. Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho. Muitas empresas possuem informativos internos que podem ser utilizados como veículos disseminadores das informações referentes à saúde e segurança do trabalhador. 54 Há ainda jornais, murais e reuniões onde essas informações podem ser repassadas a todos os colaboradores da empresa. Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados com a segurança e saúde dos trabalhadores. Qualquer discussão realizada na empresa sobre a segurança e prevenção de acidentes deve contar com a presença dos membros da CIPA. Essa participação é importante para que a comissão, juntamente com a empresa, possa avaliar e discutir os impactos das ações e os processos que os trabalhadores estão envolvidos.