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Teoria da culpabilidade 001

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNICAMBURY 
 
DIREITO PENAL 
 
PROFESSOR: ANDRÉ TEIXEIRA 
ALUNA: LUZINEIDE GONÇALVES BARBOSA 
TURMA: UTDT03N1 
 
 
 
 
ESTUDO DA CULPABILIDADE ENQUANTO ELEMENTO DO CRIME 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Goiânia 2021 
INTRODUÇÃO 
 
 O respectivo trabalho tem como intuito conceitual a culpabilidade, trazer cada 
elemento da culpabilidade e com isso realizar levantamentos referentes às teorias e 
princípios que à norteiam, porém as teorias tem o papel de abordar os elementos e 
analisar as situações no qual podem ser excluídas, assim excluindo o agente da 
condenação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CULPABILIDADE 
 
 A culpabilidade, está sempre presente no Código Penal Brasileiro, porém não foi 
estabelecido nenhum conceito preciso, deixando assim controvérsia entorno do seu 
conceito. 
 Porém podemos dizer que a culpabilidade, nada mais é que uma forma de aplicar 
uma medida ou uma pena a um agente, que cometeu um ato ilícito, ou seja, por mais 
que o agente seja imputável, avalia-se sua capacidade de entendimento que o ato em que 
cometeu é errado, ou seja, que consiga entender que sua conduta é criminosa. 
 No entanto Ronald Amaral Junior, tem o entendimento que o conceito de 
culpabilidade esta em constante mutação, com o passar do tempo, vejamos então seu 
entendimento: 
A culpabilidade se apresenta como exigência da sociedade e da comunidade 
jurídica, não é um fenômeno individual, mas social. É através do juízo de 
culpabilidade que se examina a reprovação do indivíduo que não haja 
observado as exigências gerais. O conceito de culpabilidade é um conceito 
social e jurídico, pois a sua construção se dá conforme os requisitos da vida 
social, dependendo, muitas vezes, da situação econômica, dos fundamentos 
sócio-econômicos, enfim, das mínimas exigências sociais de cada época. Se 
há transformações, certamente o conteúdo da culpabilidade sofrerá 
alterações, denominando-se “a medida do juízo de culpabilidade” 
 
TEORIAS DA CULPABILIDADE 
 
1- Teoria Psicológica da culpabilidade 
 
Surgiu no final do século XIX e inicio do século XX é representada por Franz 
Von Liszt. Porem Luciano da Silva Fontes conceitua a respectiva teoria da determinada 
forma: 
Essa corrente doutrinária entende que o juízo de reprovação reside na 
relação psíquica do autor com o seu fato; a culpa é o nexo psicológico que 
liga o agente ao evento, representando-se o dolo e a culpa stricto sensu 
como espécies da culpabilidade. 
 
 No entanto a teoria não é mais aceita, por não conter explicações necessárias ao 
Instituto da Culpa Inconsciente. Por tanto a mesma foi substituída pela Teoria 
Psicológico – Normativa da Culpabilidade. 
 
2- Teoria Psicológica Normativa 
A Teoria Psicológica Normativa, foi desenvolvida no século XX, após a 
percepção, da falha da Teoria Psicológica da Culpabilidade. 
Mirabete ressalta a respeito da seguinte forma:: 
 
Assim se formou a teoria psicológico-normativa da culpabilidade, então 
chamada teoria normativa da culpabilidade: a culpabilidade exige o dolo ou a 
culpa, que são os elementos psicológicos presentes no autor, e a 
reprovabilidade, um juízo de valor sobre o fato, considerando-se que essa 
censurabilidade somente existe se há no agente a consciência da ilicitude da 
sua conduta ou, ao menos, que tenha ele a possibilidade desse conhecimento. 
 
Nesta teoria, foi inserida o juízo de Reprovabilidade, será aplicado um valor 
normativo para se verificado na conduta delituosa praticado pelo agente, a 
culpabilidade, passou a ser Psicológica para que possa ser verificado se a 
imputabilidade de dolo e culpa, também para se verificar se a condições de conduta 
diversa. 
 
3- Teoria Extremada da Culpabilidade 
 
A Teoria Extrema Da Culpabilidade, pode – se dizer que surgiu através da 
conceitualização do dolo e da culpabilidade através da doutrina finalista que separou o 
dolo da consciência da ilicitude. 
Para essa teoria o agente pratica uma conduta, sabendo que o que fez, porem de 
forma errada acredita que a conduta que pra ticou e permitida ou seja, ele não tem 
consciência que a conduta que praticou é errada. 
Por tanto sustenta Cezar Roberto Bitencourt que: 
 
Se o erro incidir sobre elemento intelectual do dolo, certamente o excluirá, 
chamando se erro de tipo, por recair sobre um dos elementos constitutivos do 
tipo penal. No entanto, se, nas circunstâncias, o erro incidir sobre a potencial 
consciência da ilicitude, o dolo continuará intacto, afastando, porém, a 
culpabilidade, posto que aquela é elemento constitutivo desta. Este erro sobre 
a ilicitude chama-se erro de proibição. 
 
4 - Teoria Limitada da Culpabilidade 
 
A Teoria Limitada da Culpabilidade foi adotada em 1984 na reforma da Parte 
Geral do Código Penal. Possuindo um vinculo com a Teoria tratada anteriormente, 
pontuando o dolo no tipo e a consciência da ilicitude penal, admitindo o erro de tipo 
como uma excludente do dolo e quando for o caso admitem o crime culposo. 
Defendendo também o erro de proibição como a causa de exclusão da culpabilidade 
sem possibilidade de punição ao dolo ou culpa. 
Rogério Greco é categórico ao afirmar que: 
 
A teoria limitada da culpabilidade difere da teoria anterior em um ponto 
muito importante: para a teoria limitada, se o erro do agente vier a recair 
sobre uma situação fática, estaremos diante de um erro de tipo, que passa a 
ser denominado erro de tipo permissivo; caso o erro do agente não recaia 
sobre uma situação de fato, mas sim sobre os limites ou a própria existência 
de uma causa de justificação, o erro passa a ser, agora, o de proibição. 
 
 
 
 
 
5- São elementos da culpabilidade 
 
1- Imputabilidade 
A Imputabilidade nada mais é que a capacidade psíquico do agente em entender 
o caráter ilícito do seu comportamento gerou punição. 
Mirabette relata que a imputabilidade é: 
 
Em primeiro lugar, é preciso estabelecer se o sujeito tem certo grau de 
capacidade psíquica que lhe permita ter consciência e vontade dentro do que 
se denomina autodeterminação, ou seja, se tem ele a capacidade de entender, 
diante de suas condições psíquicas, a antijuridicidade de sua conduta de 
adequar essa conduta à sua compreensão. A essa capacidade psíquica 
denomina-se imputabilidade. 
 
 Por mais que no nosso ordenamento não seja possível de forma clara conceituar 
a Imputabilidade, mas de forma indireta a Imputabilidade pode ser conceituada através 
do Art. 26 do Código Penal. 
 
 2- Potencial Consciência da Ilicitude 
 
 Essa teoria consiste no entendimento do agente tem condições de conhecer que a 
conduta no qual praticou é ilícita, podendo ser apenas um potencial, ou seja, não a 
necessidade do agente ter conhecimento técnico jurídico. 
 Alberto Silva Franco citando Heleno Cláudio Fragoso, explica claramente: 
 
A consciência da ilicitude é a consciência que o agente deve ter de que atua 
contrariamente ao direito. Essa consciência, pelo menos potencial, é 
elementar ao juízo de reprovação, ou seja, à culpabilidade... Para que se 
firme a existência de culpabilidade, no entanto, basta o conhecimento 
potencial da ilicitude, ou seja, basta que seja possível ao agente, nas 
circunstancias em que atuou, conhecer que obrava ilicitamente. 
 
 
3- Exigibilidade da Conduta Diversa 
 
Essa teoria visa uma possibilidade de exigir do agente que ele haja conforme o nosso 
ordenamento jurídico determina em certas circunstancias, Capez elucida o respectivo 
assunto de forma mais clara: 
Tal elemento da culpabilidade consiste na expectativa social de um 
comportamento diferente daquele que foi adotado pelo agente. Somente 
haverá exigibilidade de conduta diversa quando a coletividade podia esperar 
do sujeito que tivesse atuado de outra forma 
 
 Por tanto verifica – se que para essa teoria o agentetem a capacidade adaptar 
suas atitudes, conforme é exigida no nosso ordenamento, porem para que haja essa 
exigência para determinado comportamento, é prudente que o agente esteja em uma 
situação de normalidade para que ele possa ter a percepção de se tomar determinado 
atitude sua conduta será errada. 
 
Conclusão 
 
Com a elaboração deste respectivo trabalho nota-se que a culpabilidade, foi 
notório que seu elementos compõe um ao outro como na Teoria Psicológica da 
culpabilidade e a Teoria Extremada da Culpabilidade, por mais que uma não se é muito 
usada no nosso ordenamento foi através dela que surgiu a outra teoria. 
Porém nota – se que cada uma tem se a sua exigência para que possa ser 
utilizada no cotidiano é que deve – se ser observado minuciosamente pois no nosso 
ordenamento contem as excludentes da culpabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
EMIDIO, Fernanda Cristina. A CULPABILIDADE NO DIREITO PENAL 
BRASILEIRO. Disponível em< https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-
culpabilidade-no-direito-penal-brasileiro.htm >. Acesso em: 30 de novembro de 2021 
 
MOREIRA, Yuri Antunes A TEORIA LIMITADA DA CULPABILIDADE E O 
TRATAMENTO DADO ÀS DESCRIMINANTES PUTATIVAS PELO CÓDIGO 
PENAL. Disponível 
em:<https://www.emerj.tjrj.jus.br/paginas/trabalhos_conclusao/1semestre2019/pdf/Yuri
AntunesMoreira.pdf >. Acesso em: 30 de novembro de 2021

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