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DANILO ALMEIDA P4 UNIT-AL NEOPLASIAS d� PELE- TUT 05 ⏩ 01: CLASSIFICAR AS NEOPLASIAS DE PELE: BENIGNAS → CERATOSE SEBORRÉICA: ● É a neoplasia benigna intraepidérmica, geralmente pigmentada; ● Prevalente em adultos ou idosos e associada comumente a fotoexposição crônica ou, às vezes, a doenças genéticas ou metabólicas; ● A lesão surge em qualquer parte do corpo, exceto palma e plantas; ● No início, aparecem máculas que evoluem para pápulas ou placas únicas ou múltiplas, de coloração heterogênea, com tons castanho, preto ou azulado; ● Entra no diagnóstico diferencial com melanoma. → NEVOS MELANOCÍTICOS: ● Conhecidos como sinais, são benignos causados por mutações de ativação adquiridas em componentes de via de sinalização de Ras; ● São máculas relativamente achatadas a pápulas elevadas com bordas arredondadas, bem definidas, com colorações variando de castanho a marrom, uniformemente pigmentadas, e pequenas (<6 mm de largura); ● Tornam-se mais proeminentes durante a gravidez, indicando um grau de sensibilidade hormonal. → NEVOS DISPLÁSICOS: ● São máculas planas, placas ligeiramente elevadas com uma superfície “áspera” ou lesões em formato de alvo com um centro elevado mais escuro e periferia irregular e plana. Frequentemente maior que 5 mm; ● Nevos displásicos acometem tanto áreas protegidas quanto expostas ao sol. ● Podem ser precursores diretos do melanoma, e quando múltiplos, maior a chance de evolução; ● A probabilidade de uma pessoa com síndrome do nevo displásico desenvolver melanoma é de mais de 50% por volta dos 60 anos de idade; DANILO ALMEIDA P4 UNIT-AL ● a vasta maioria das lesões é clinicamente estável e nunca progride. → DOENÇA DE BOWEN: ● neoplasia intraepitelial de células escamosas na pele (carcinoma in situ); ● Predomina em indivíduos de pele clara e idosos e é mais frequente na cabeça, no tronco, nas extremidades e na região genital; ● Manifesta-se por placa vermelho-fosca, de contorno irregular e coberta de escamas ou crostas, com discreta infiltração; ● A etiologia inclui radiação UV e agentes químicos (p. ex., arsênico). → CERATOSE POR PUVA: ● Após exposição prolongada a PUVA (psoraleno + UVA), usado no tratamento de psoríase; ● Lesões ceratóticas múltiplas em áreas não expostas ao sol, como tronco e coxas; As lesões são verrugas hiperceratóticas ou pápulas descamativas com até 1,0 cm; ● Fototerapia com PUVA também aumenta o risco de câncer da pele não melanoma, especialmente o carcinoma escamoso. PRÉ-MALIGNA → CERATOSE ACTÍNICA: ● Caracteriza-se por placas cobertas de escamas secas, aderentes e pardacentas, medindo até 1,0 cm, que surgem em pessoas idosas; ● As lesões aparecem em áreas expostas à luz solar, como face, pescoço, dorso das mãos e antebraços; Porém, mucosas dos lábios e conjuntiva podem ser afetadas; ● Marcador de risco para carcinoma escamoso (em até 10% dos pacientes), basocelular e, em menor proporção, melanoma. As lesões com maior risco de transformação são as hiperceratóticas no dorso das mãos, nos punhos e nos antebraços; DANILO ALMEIDA P4 UNIT-AL → CERATOSE ARSENICAL: ● Deve-se à ingestão prolongada de arsênico inorgânico ou à aplicação tópica repetida de compostos arsenicais; ● Apresenta-se como lesões córneas múltiplas nas extremidades, especialmente em palmas e plantas, acompanhadas de pigmentação generalizada em confete, em especial no tronco; ● Cerca de 8% das lesões evoluem para carcinoma. MALIGNA → CERATOACANTOMA: ● Lesão proliferativa escamosa de crescimento rápido, às vezes com regressão espontânea; ● Histologicamente, o tumor é indistinguível do carcinoma de células escamosas invasivo bem diferenciado, sendo a evolução clínica o diferencial mais importante; ● Surge preferencialmente na sexta ou sétima década de vida; pode ocorrer em jovens quando associado a xeroderma pigmentoso ou a nevo organóide ou após traumatismo; ● A lesão localiza-se sobretudo em regiões expostas, como face, pescoço e dorso das mãos. O tumor é bem delimitado, tem centro ceratótico e mede de milímetros a 20 cm. → CARCINOMA BASOCELULAR: ● Tumor cutâneo localmente agressivo que está associado a mutações que ativam a via de sinalização Hedgehog; ● Neoplasia maligna primária da pele mais frequente, cujo principal fator de risco é a exposição à luz solar; ● A grande maioria é reconhecida em um estágio inicial e curada por excisão local. No entanto, um pequeno número de tumores (<0,5%) é localmente agressivo e potencialmente desfigurante, ou pode mais raramente metastizar; ● Os aspectos clínicos variam segundo o tipo histológico, que são: → Nodular, geralmente pápula perlácea telangiectásica, ulcerada ou não; → Superficial, que se apresenta como placa anular discretamente descamativa; DANILO ALMEIDA P4 UNIT-AL → Fibroepitelioma de Pinkus, variante controversa, por sua semelhança com tumor anexial; → Micronodular, as células formam blocos pequenos, também arredondados e com fendas artefatuais, mas com padrão infiltrativo na derme; → Esclerodermiforme, que mostra retração cicatricial, mas raramente ulcera ou sangra; → Basoescamoso ou metatípico, que mostra aspectos clínicos e histológicos de carcinomas basocelular e de células escamosas, o mais agressivo e pode originar metástase. → CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS: ● Surge em qualquer local da pele, mas, sobretudo em áreas expostas, como face, pescoço, braços e dorso das mãos; ● Origina-se mais comumente em lesão pré-cancerosa ou desenvolve-se em úlceras crônicas e cicatrizes de queimadura; ● A lesão é nodular, ulcerada ou não, tem tamanho variado e contém ceratina; ● Entre as causas, estão radiações (UVB, PUVA, raios X), HPV (anogenital, periungueal, carcinoma verrucoso, epidermodisplasia verruciforme), carcinógenos químicos (arsênico, hidrocarbonetos), infecções crônicas (lúpus vulgar, hanseníase, sífilis etc.) e doenças congênitas (albinismo e xeroderma pigmentoso); ● O tumor tem evolução rápida e dá metástases linfáticas e viscerais precoces. Lesão em lábios ou ouvidos tem maior índice de recorrência e metástases; piores prognósticos estão relacionados com tumores maiores de 2 cm de diâmetro ou 0,4 cm de espessura. DANILO ALMEIDA P4 UNIT-AL ⏩ 02: EPIDEMIOLOGIA, FATORES DE RISCO, FISIOPATOLOGIA, QUADRO CLÍNICO, ESTADIAMENTO, DIAGNÓSTICO (RELACIONAR OS EXAMES DO PROBLEMA), TRATAMENTO, PROGNÓSTICO E PREVENÇÃO DO MELANOMA MALIGNO: → MELANOMA: ● Neoplasia maligna da pele com maior mortalidade e está fortemente ligado a mutações adquiridas, causadas pela exposição à radiação UV da luz solar; ● A maioria dos melanomas se origina na pele; outros sítios de origem incluem as superfícies da mucosa oral e anogenital, esôfago, meninges e o olho; ● Muito agressivo, faz muita metástase - pelo corpo todo, por todas as vias; ● Os melanomas exibem notáveis variações na cor, aparecendo em tons de preto, marrom, vermelho, azul-escuro e cinza; As bordas dos melanomas são irregulares e frequentemente com chanfraduras. → EPIDEMIOLOGIA: ● Mais comum em pessoas com mais de 40 anos; ● É o mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país; ● Estimativa de novos casos no Brasil: 8.450, sendo 4.200 homens e 4.250 mulheres (2020 - INCA); ● Originam-se particularmente na parte superior do dorso em homens e dorso e pernas em mulheres; ● Acima dos 50 anos, é mais comum nos homens e, abaixo dos 40 anos, nas mulheres. → FATOR DE RISCO: ● Pessoas de pele clara, sensível à ação dos raios solares, com história pessoal ou familiar deste câncer ou com doenças cutâneas prévias são as mais atingidas; ● Maturidade (após 15 anos de idade a propensão para este tipo de câncer aumenta) DANILO ALMEIDA P4 UNIT-AL → FISIOPATOLOGIA: ● É multifatorial e inclui fatores genéticos, ambientais e cor da pele; ● A radiação UV atuaria no desenvolvimento do tumor por mecanismos diretos no DNA ou indiretos no sistema de imunovigilância cutânea. Exposição solar cumulativa e frequência de queimaduras solares têm relação causal no desenvolvimento do tumor;● Mutações no CDKN2A parecem ser responsáveis por 20 a 40% dos casos. Outros genes implicados incluem: CDK4, genes do xeroderma pigmentoso, MC1R e os oncogenes BRAF, NRAS e KIT. (Histórico familiar). TIPOS DE MELANOMAS → LENTIGO MALIGNO (MELANOSE MALIGNA): ● Ocorre, em geral, na face ou em áreas expostas de indivíduos idosos; ● CAUSA: pela ação da luz solar sobre os melanócitos epidérmicos. Inicialmente, há um aumento da atividade dos melanócitos, traduzida clinicamente pela melanose solar. Quando o quadro evolui, com a proliferação de melanócitos atípicos na epiderme, constitui a melanose maligna; ● CLINICAMENTE: Mancha de cor castanha a negra, que se estende lentamente em superfície, atingindo, após anos, vários centímetros de tamanho. As bordas da mancha são irregulares e a pigmentação não é uniforme; ● TRATAMENTO: criocirurgia com nitrogênio líquido, cirurgia. → LENTIGO MALIGNO-MELANONA: ● É o melanoma que surge a partir do lentigo maligno. Ocorre em áreas expostas (face e pescoço, especialmente nas regiões malar e nasal); ● Comum em idosos de 70 anos de pele clara; Tem prognóstico bom. ● A evolução de lentigo maligno a melanoma é lenta, de 3 a 15 anos; ● CLINICAMENTE: lesão maculosa, de coloração variável marrom, acinzentada ou preta com bordas irregulares, evoluindo para pápulas e/ou nódulos irregularmente pigmentados; ● TRATAMENTO: cirurgia e se comprometer linfonodos, linfadenectomia DANILO ALMEIDA P4 UNIT-AL → MELANOMA EXTENSIVO SUPERFICIAL: ● é o que mais frequentemente se associa com lesões névicas precursoras; ● a forma mais frequente de melanoma, constituindo 70% de todos os melanomas; ● 4ª ou 5ª décadas da vida, e as localizações mais frequentes são o tronco, o dorso nos homens e os membros inferiores nas mulheres; ● CLINICAMENTE: lesão leve ou francamente elevada, arciforme, pelo menos em parte, cujas margens são denteadas, irregulares e cuja coloração varia grandemente desde acastanhada a negra, com áreas azuladas, esbranquiçadas, acinzentadas e até vermelhas; → MELANOMA NODULAR: ● É a variante mais frequente, representando 15 a 30% dos melanomas; ● CLINICAMENTE: É uma lesão nodular ou em placa, ou mesmo polipoi-de de coloração negro-azulada ou com laivos acastanhados, de evolução rápida, sendo as localizaçõeso tronco nos homens e as pernas nas mulheres; ● Ocorre na 5ª década de vida; ● Seu prognóstico mais desfavorável deve-se a sua considerável espessura decorrente da rápida evolução vertical. → MELANOMA LENTIGINOSO ACRAL: ● É raro nos indivíduos de pele branca (2-8%), mas é a forma de melanoma mais comum em negros e asiáticos; ● Ocorre na 6ª década de vida; ● CLINICAMENTE: Inicialmente, se parece com uma pinta, mas pode se assemelhar também a um trauma ou mancha o tumor é amelanótico, o que pode retardar ainda mais o diagnóstico; ● Ocorre nas regiões palmares, plantares e falanges terminais, podendo ser periungueal e subungueal. DANILO ALMEIDA P4 UNIT-AL → DIAGNÓSTICO: ● Pode ser diagnosticada por meio da história e exame físico completo; ● ABCDE do melanoma: ● Exame histo-patológico; ● DHL: A desidrogenase lática (DHL) é uma proteína que pode ser encontrada em todo o organismo e cujos níveis podem ser dosados no sangue. (melanoma aumenta os índices) - NÃO INDICADO PARA ROTINA → ESTADIAMENTO: ● TNM; → TRATAMENTO: ● A cirurgia é o tratamento mais indicado; ● A radioterapia e a quimioterapia também podem ser utilizadas dependendo do estágio do câncer; ● Quando há metástase (o câncer já se espalhou para outros órgãos), o melanoma, hoje, é tratado com novos medicamentos, que apresentam altas taxas de sucesso terapêutico. → PROGNÓSTICO: ● Os indicadores de melhor prognóstico segundo esse modelo são a menor profundidade de invasão tumoral, nenhuma ou poucas mitoses (<1 por mm2), uma resposta ativa de linfócitos infiltrantes no tumor, ausência de regressão e ulceração; DANILO ALMEIDA P4 UNIT-AL ● Linfonodo sentinela. ⏩ 03: CLASSIFICAÇÃO DE CLARK E BRESLOW: → CLARK: ● É um sistema baseado na anatomia cutânea. Ou seja: conforme o Melanoma se aprofunda nas camadas da pele (epiderme, derme papilar, derme reticular, tecido subcutâneo), os níveis de Clark aumentam, em uma escala de I a V (um a cinco); ● os níveis 1 e 2 têm melhor prognóstico. No entanto, atualmente, o Índice de Breslow vem sendo mais utilizado que o Nível de Clark no estabelecimento de condutas. → BRESLOW: ● mede a espessura da lesão em milímetros, desde a epiderme até as células tumorais mais profundas na pele; ● Quanto mais superficial a lesão na remoção, melhor o prognóstico. DANILO ALMEIDA P4 UNIT-AL ⏩ 04: IDENTIFICAR OS SÍTIOS DE METÁSTASES DO CA DE PELE: ● As metástases podem ser locais, regionais e sistêmicas; ● As primeiras surgem até 2 cm da cicatriz excisional (satelitose) e não devem ser confundidas com recidiva local ou recorrência por ressecção insuficiente, quando ressurgem lesões no leito da cicatriz ou em suas bordas; ● As metástases em trânsito aparecem além de 2 cm do local da lesão primária, em direção aos linfonodos regionais, que são a sede das metástases regionais; ● Metástases sistêmicas ocorrem por disseminação hematogênica e atingem a própria pele, subcutâneo ou vísceras como pulmão (33-44%), cérebro ou sistema nervoso central (17-22%), fígado (7-14%) e ossos (7-8%) em ordem decrescente de frequência. REFERÊNCIAS: RIVITTI, Evandro A. Dermatologia de Sampaio e Rivitti. Grupo A, 2018. KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul; ASTER, Jon. Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças. Grupo GEN, 2016. FILHO, Geraldo B. Bogliolo - Patologia. Grupo GEN, 2021. https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pele-melanoma https://www.grupooncoclinicas.com/glossario/dhl/ https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pele-melanoma https://www.grupooncoclinicas.com/glossario/dhl/