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CÂNCER DE PELE

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1 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
OBJETIVOS 
1. Descrever os principais tipos de câncer de pele 
2. Descrever a epidemiologia e os fatores de risco 
do câncer de pele 
3. Explicar a importância da exposição solar nestes 
tumores 
4. Explicar como é feita a prevenção e 
rastreamento 
5. Explicar as manifestações clínicas e como é 
feito o diagnóstico nos tipos de câncer de pele 
mais frequentes 
6. Descrever os fatores prognósticos, 
estadiamento e o tratamento. 
REFERÊNCIAS 
• AZULAY, Rubem David; AZULAY David Rubem; 
ABULAFIA, Luna Azulay. Dermatologia. 6ª ed. - Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 
 
• Site do INCA: Câncer de pele melanoma - versão 
para Profissionais de Saúde 
 
• Site do INCA: Câncer de pele não melanoma- 
versão para Profissionais de Saúde 
 
• INCA. Detecção Precoce do Câncer, 2021 
ANATOMIA 
A pele é composta por epiderme, derme e 
hipoderme. 
A epiderme constitui-se de quatro camadas: 
córnea, granulosa, espinhosa e camada basal (ou 
germinativa). 
 
Dessa forma, a pele fornece proteção contra a 
radiação solar, através de alguns dos seus 
componentes, como: pelos, melanina e células 
de defesa. 
FOTOTIPOS 
De acordo com a sua sensibilidade e sua resposta 
quando exposta à radiação solar, a pele pode ser 
classificada em 6 fototipos de Fitzpatrick. 
Fototipo I – Pele branca que sempre queima, 
nunca bronzeia e é muito sensível ao sol; 
Fototipo II – Pele branca que sempre queima, 
bronzeia muito pouco e é sensível ao sol; 
Fototipo III – Pele morena clara que queima 
moderadamente, bronzeia moderadamente e 
possui sensibilidade normal ao sol; 
Fototipo IV – Pele morena moderada que queima 
pouco, sempre bronzeia e possui sensibilidade 
normal ao sol; 
Fototipo V – Pele morena escura que queima 
raramente, sempre bronzeia e é pouco sensível ao 
sol; 
Fototipo VI – Pele negra que nunca queima e 
nunca bronzeia, porque é totalmente 
pigmentada e é insensível ao sol. 
INTRODUÇÃO E EPIDEMIOLOGIA 
O câncer de pele pode ser dividido em melanoma 
e não melanoma, visto que, o não melanoma são 
ainda subdividos em carcinomas basocelulares e 
os espinocelulares. 
Câncer de pele não melanoma 
Carcinoma basocelular 
É o tipo mais comum no Brasil (30% de todos os 
tumores malignos registrados no país) e no mundo. 
É originado de células basais da epiderme 
(representa cerca de 80% dos cânceres de pele)
Câncer de Pele 
 
Problema 09 
 
2 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
Os CBCs surgem mais frequentemente em regiões 
expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, 
couro cabeludo, ombros e costas. 
Entre os tumores de pele, é o mais frequente e de 
menor mortalidade (o risco de metástase é de 
menos de 1%) 
Mais comum em pessoas com mais de 40 anos, o 
câncer de pele é raro em crianças e negros. 
carcinoma espinocelular 
É o 2° segundo mais prevalente dentre todos os 
tipos de câncer (corresponde a cerca de 20% dos 
cânceres cutâneos) 
Manifesta-se nas células escamosas, que 
constituem a maior parte das camadas superiores 
da pele. 
Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, 
embora seja mais comum nas áreas expostas ao 
sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo, pescoço 
etc. 
O CEC é 2x mais frequente em homens do que em 
mulheres. 
Ocorre com mais frequência após a 6+ década de 
vida (é mais tardio que o CBC) 
O risco de metástase é de 6%, mas, quando 
ocorre sobre cicatrizes, este risco aumenta para 
40%. 
Câncer de pele melanoma 
Tem origem nos melanócitos, células responsáveis 
pela produção de melanina (representam cerca 
de 1% dos cânceres de pele) 
É o tipo mais grave, devido à sua alta possibilidade 
de provocar metástase. 
É mais frequente em adultos brancos e é raro em 
negros (nestes, a localização frequente é 
palmoplantar); 
Incidem com maior frequência em áreas mais 
próximas à região do Equador, o que sugere uma 
ação etiológica solar, pelo menos na raça 
branca. 
Na Austrália, onde dois fatores importantes estão 
reunidos (pele clara e muito sol), ocorre o maior 
índice de melanomas do mundo. 
No Brasil, a maior incidência ocorre em Santa 
Catarina, e no Rio Grande do Sul (8,2/100.000 entre 
os homens e 7,2/100.000 entre as mulheres), sendo 
o pico de ocorrência aos 70 anos. 
Os melanomas tendem a ocorrer depois da 
puberdade e são mais comuns em adultos jovens 
(pico entre 30 e 40 anos), com exceção do lentigo 
maligno, que surge depois dos 50 anos de vida. 
Antes dos 60 anos há uma distribuição mais 
frequente no tronco entre os homens e nos 
membros inferiores entre as mulheres. 
No sexo feminino, o prognóstico é melhor em 
todos os estágios do melanoma (ainda não existe 
uma explicação) 
A taxa de mortalidade do melanoma da pele é 3x 
maior que o número de mortes de todas as demais 
neoplasias cutâneas em conjunto. 
Apesar da taxa de mortalidade do melanoma 
aumentar de acordo com a faixa etária, sua 
proporção em relação às outras neoplasias 
cutâneas cai para 44% nos indivíduos com mais de 
85 anos, excetuando-se os casos de lentigo 
maligno. 
FATORES DE RISCO 
Exposição solar 
A radiação solar possui um espectro muito amplo, 
mas o subtipo que mais causa dano à pele é a 
radiação ultravioleta (UV), que pode ser UVA ou 
UVB. 
A radiação UVA penetra até a derme e é 
constante durante o dia, sendo responsável pelas 
lesões de foto-envelhecimento. 
Já a radiação UVB é aquela presente 
principalmente nos horários de 10 às 16 horas, 
que acomete as camadas mais superficiais da 
pele e causa as queimaduras solares. 
A pele mais vulnerável é aquela que nunca se 
pigmenta, isto é, que apenas se torna eritematosa 
após exposição solar, fototipo I. 
Profissões de maior exposição às radiações 
(médicos, técnicos, marinheiros e lavradores) 
entram como fator de risco. 
 
3 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
Essa duração da exposição solar durante a vida 
que justifica a maior frequência de carcinoma 
entre os homens; em determinadas regiões onde 
o homem é quem, por decorrência profissional, 
mais se expõe ao sol, a diferença é grande (16/1) 
com relação às mulheres. Em outras regiões onde 
ambos se expõem igualmente ao sol, essa 
diferença é nula. 
Exposição ao arsênico; existe um alto índice de 
ceratose, de doença de Bowen, de CEC e, até 
mesmo, CBC em pessoas que residem em áreas 
cuja água é rica em arsênico, ou em pessoas que, 
no passado, ingeriram arsênico como terapêutica 
(licor de Fowler). 
História prévia de câncer de pele 
História familiar de melanoma: Estima-se que 5 a 
12% dos melanomas cutâneos ocorram em 
indivíduos com história familial de melanoma, os 
quais são denominados de melanoma familial 
que, em geral, são mais precoces, menos espessos 
e múltiplos. 
Câmaras de bronzeamento artificial também são 
fontes de radiação UV e estão associadas ao 
melanoma. No Brasil, desde 2009, essas câmeras 
foram proibidas pela Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária 
Mais recentemente, a associação do melanoma 
com a infecção pelo vírus da imunodeficiência 
humana (HIV) tem sido relatada, sendo as lesões 
frequentemente descritas como atípicas, múltiplas 
ou metastáticas. 
DERMATOSES PRÉ-CANCEROSAS 
Ceratose actínica 
É a lesão pré-maligna mais comum. Este tipo de 
lesão tem potencial risco de transformação em 
carcinoma espinocelular (CEC). 
É conhecida também com o nome de ceratose 
senil, por aparecer na idade avançada; não é 
sinal de velhice e, sim, manifestação de irradiação 
solar cumulativa, progressiva, persistente e 
duradoura; daí a sua localização preferencial nas 
áreas expostas ao sol (face, pescoço, mãos e 
braços) 
É, em geral, múltipla e caracteriza-se por 
pequenas lesões discretamente salientes, de 
coloração acastanhada, com superfície rugosa; 
àsvezes, o aspecto é de lesão atrófica e 
eritematosa com descamação. 
 
O tratamento consiste na retirada com cremes 
(imiquimod ou 5-fluorouracil) ou através da 
criocirurgia (com nitrogênio líquido) ou da 
curetagem (exérese mecânica) 
Corno cutâneo 
Lesão com aspecto de chifre que corresponde ao 
acúmulo de material queratinizado. 
Abaixo dele pode haver lesões malignas ou 
benignas, mas como não é possível diferenciá-las, 
deve ser feita a excisão. 
Seu tamanho varia de alguns centímetros a 
decímetros, podendo atingir as dimensões e o 
aspecto de um verdadeiro chifre. 
 
 
 
Queilites 
É preciso atenção, sobretudo, para a queilite 
actínica ou para sua forma mais evolutiva (queilite 
Corno cutâneo cuja base 
era ceratose actínica 
Corno cutâneo cuja base era 
CEC 
Corno cutâneo cuja base 
era verruga vulgar 
 
4 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
abrasiva pré-cancerosa de Manganotti), que se 
caracteriza por eritema, descamação, fissuras e 
erosão do lábio inferior, com acentuação após 
exposição solar e, consequentemente, piora 
durante o verão; 
Em cerca de 10 a 20% dos casos, ocorre a 
transformação para CEC. 
Doença de Bowen 
Na verdade, não é uma lesão pré-maligna, e sim 
um carcinoma espinocelular in situ, possui risco 
de invasão de 5% e se caracteriza por ser uma 
lesão eritematoescamosa, bordas bem 
delimitadas porém irregulares, superfície por vezes 
velvética, outras vezes exsudativa, pouco 
infiltrada, com crescimento centrífugo lento. 
Em cerca de 20% dos pacientes, as lesões são mú 
ltiplas. 
 
Eritroplasia de Queyrat 
É a denominação dada à lesão aveludada, em 
placa, localizada no pênis, em geral de homens 
não circuncidados. 
Ulceração, sangramento e vegetação são sinais 
de transformação para CEC que ocorrem em 
cerca de 10% das lesões. 
 
HISTOLOGIA 
NÃO MELANOMA 
Carcinoma basocelular 
Os núcleos são grandes, uniformes, pouco 
anaplásicos e com raras mitoses; as células não 
apresentam pontes intercelulares. 
O tumor pode apresentar diferenciação ou não. 
Quando indiferenciado, é dito sólido e é a 
Apresentação mais frequente; neste caso, ser 
denominado indiferenciado não guarda 
nenhuma relação com agressividade, ao 
contrário de todas as demais neoplasias. 
A diferenciação ocorre no sentido dos anexos: 
pelo (ceratótico), glândulas sudoríparas 
(adenoide) e glândula sebácea (cístico). 
 
 
 
 
Carcinoma espinocelular 
O aspecto histopatológico do CEC é o de uma 
hiperplasia, em ninhos ou cordões, de células 
epiteliais com certa tendência à ceratinização e 
com anaplasia celular, invadindo a derme; as 
pérolas córneas são muito expressivas. 
Quanto mais desdiferenciada a neoplasia, maior 
a sua malignidade; daí a classificação de Broders 
em quatro grau. 
CBC indiferenciado. Observam-
se massas de células 
basofílicas, paliçada periférica 
e retração justatumoral. 
CBC superficial. Observam-se 
múltiplos brotos a partir da 
epiderme de células basofílicas, 
paliçada periférica e retração 
justatumoral. 
CBC esclerodermiforme. 
Observam-se, na derme, 
numerosos agregados de células 
tumorais,alongados e estreitos, 
por entre as fibras colágenas, o 
que o torna infiltrativo 
 
 
5 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
 
 
 
MELANOMA 
No melanoma, as principais características 
histopatológicas são assimetria da arquitetura, 
margens mal definidas e perda da arquitetura 
névica, com variação no tamanho e na forma dos 
ninhos; 
As células são volumosas, com núcleos atípicos, 
hipercromáticos,e nucléolos proeminentes. 
 
 
 
CLASSIFICAÇÕES E QUADRO CLÍNICO 
NÃO MELANOMA 
Carcinoma basocelular 
A lesão mais característica do CBC é a lesão 
“perolada”, ou seja, lesão papulosa translúcida e 
brilhante de coloração amarelo-palha, que é 
frequente em quase todas as suas manifestações 
clínicas. 
Em torno das lesões, não há inflamação. 
A localização preferencial é na região cefálica 
(cerca de 90%), seguida do tronco e, finalmente, 
dos membros. 
Papulonodular, globosa ou nodulocística 
A pápula é a lesão inicial (alguns milímetros, com 
aspecto perolado); seu crescimento, após anos, 
leva à forma globosa ou nodular, que pode medir 
vários centímetros e que, se não for tratada, 
certamente ulcerará. É a apresentação mais 
comum. 
 
 
Ulcerada 
Pode iniciar-se já como pequena úlcera ou em 
consequência do crescimento da forma globosa; 
A inflamação é mínima, e a secreção serosa é 
praticamente inexistente; a borda, no entanto, é 
sempre perolada. 
 
 
Terebrante (ulcus rodens) 
É uma forma ulcerada com invasão rápida, 
provocando grande destruição do maciço 
central da face, reunindo em um só orifício boca 
e fossas nasais; instala-se, assim, a síndrome da 
gangosa. 
Outras vezes, a forma terebrante destrói o globo 
ocular, podendo invadir até mesmo a calota 
craniana. 
Melanoma in situ. Melanócitos atípicos, com amplo 
citoplasma claro, agrupados em ninhos ou isolados 
e confinados na epiderme. Processo inflamatório na 
derme. 
 
CBC – forma papulonodular. Observe 
o “brilho perolado” da lesão. 
CBC – forma noduloulcerada. Observe, além 
da perolação da lesão, numerosas 
telangiectasias 
CEC – massas de células escamosas invadindo a derme: 
pérolas córneas. 
 
6 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
 
 
Plano cicatricial 
É relativamente superficial e cresce 
centrifugamente, de modo que a parte central 
apresenta um aspecto cicatricial e a periferia é 
sempre perolada. 
Na lesão, podem ocorrer microulcerações com 
cicatrização posterior e, assim, ir crescendo. 
É relativamente comum na região orbitária. 
 
 
Superficial, eritematosa ou pagetoide 
É representada por área geralmente oval, 
eritematoescamosa ou superficial, lembrando o 
lúpus eritematoso; a borda é nítida, no entanto, 
delimitada por um cordão muito fino, nem sempre 
perceptível. 
É mais frequente no tronco; tem certa correlação 
com a ingestão de arsênico; lembra a doença de 
Bowen (DB). 
É a apresentação do CBC própria dos pacientes 
submetidos à radioterapia, porém sem evidências 
clínicas de radiodermite. 
Na patologia, há vários brotos superficiais do 
tumor, a partir da epiderme. 
 
 
Esclerodermiforme, fibrosante ou morfeia-símile 
Assemelha-se a uma placa de esclerodermia, e a 
borda não é nítida nem perolada; a superfície é 
lisa e brilhante, de cor amarelada; à palpação, 
sente-se certo grau de dureza devido à fibrose; 
É uma forma rara, de limites pouco definidos e 
infiltrativa. 
É altamente recidivante. 
 
Pigmentada 
Trata-se de uma lesão papulosa, globosa ou 
ulcerada, com grande quantidade de melanina, o 
que provoca certa confusão com o melanoma. 
É mais comum em negros 
 
 
Vegetante 
É muito rara 
CBC – forma terebrante 
CBC – forma plano cicatricial. 
CBC – forma superficial. A. Observe discreta 
pigmentação na periferia. 
CBC – forma pigmentada 
 
7 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
 
 
Carcinoma espinocelular 
Pode surgir em pele sã, embora origine-se mais 
frequentemente em pele alterada por um 
processo anterior. 
A lesão inicial surge como uma pequena pápula 
com certo grau de ceratose. 
Seu crescimento é mais rápido do que nos CBC, 
isto é, se processa em função de semestres: ocorre 
no sentido vertical para fora (vegetante) ou para 
dentro (invasão para a derme e hipoderme); 
O crescimento pode ser no sentido longitudinal, 
resultando em área de infiltração mais palpável 
do que visível, o que é relativamente comum no 
lábio inferior e em mucosas, de maneira geral. 
Além do crescimento, um ponto de referência 
importante é o sangramento discreto, embora 
frequente. 
As localizações mais comuns são as áreas 
expostas ao sol, sobretudoface e dorso das mãos; 
o tronco (dependendo dos hábitos e da raça). 
Em geral e com certo valor prático, verifica-se que 
os carcinomas acima de uma linha que vai da 
comissura labial ao lóbulo da orelha são CBC, 
enquanto os abaixo são CEC; 
Ao contrário dos CBC, os CEC localizam-se, com 
certa frequência, em mucosas e semimucosas 
(boca, lábio inferior, glande e vulva). 
 
 
 
 
MELANOMA 
Os melanoma pode advir de lesão preexistente 
como NMC, nevos displásicos, nevus spilus e 
proliferações melanocíticas de mucosas e 
extremidades ou névicas. 
Modificações indicadoras de malignização são: 
sensação de prurido, alterações da pigmentação 
e do crescimento assimétrico da lesão, 
inflamação, ulceração e sangramento; um sinal 
indubitável é o derrame de pigmento além das 
bordas da lesão; quando ultrapassa a borda do 
tecido periungueal tem-se o sinal de Hutchinson 
Também podem surgir ab initio em pele sã. Nesse 
caso, surge uma pequena mancha hipercrômica, 
com crescimento lento, às vezes apenas em 
superfície, entretanto, outras vezes, também em 
profundidade, originando-se uma pápula e, 
depois, um nódulo. 
Devem ser considerados dois tipos de 
crescimento: o horizontal (expansão em 
superfície), que ocorre na maioria das lesões por 
um tempo que pode ser longo (até mesmo muitos 
anos); e o vertical (expansão para a 
profundidade) sendo esta última a mais grave. 
Na fase de crescimento vertical, com exceção do 
melanoma nodular, os melanomas passam por um 
período denominado microinvasivo, quando as 
células tumorais ainda não apresentam 
capacidade de metastatização. 
Classicamente, o melanoma é dividido em quatro 
formas clínicas: lentigo maligno, melanoma 
extensivo superficial, nodular e acral. 
Lentigo maligno: 
Idade média: 70 anos 
CBC- forma vegetante. Observe o “brilho perolado” da 
lesão. 
CEC – lesão ulcerada com ceratose central em pele 
fotoenvelhecida. 
CEC – pé. CEC – lábios 
 
8 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
Sexo: 2F/1M 
Duração média: 5 a 20 anos 
Principais localizações: Cabeça, pescoço, dorso 
e mãos 
Lesão: Maculosa com margem irregular, grandes 
diâmetros 
Cor: Diferentes tonalidades, castanho ao preto; 
hiperpigmentação frequente 
Padrão de crescimento: Radial com vertical tardio 
(5%) 
Histologia: Pleomorfismo celular, com melanócitos 
bizarros lados a lado, sobretudo na região basal 
Prognóstico: Bom 
 
Melanoma extensivo superficial 
Idade média: 45/55 anos 
Sexo: Indiferente 
Duração média: 1 a 5 anos 
Principais localizações: Dorso, em homens; 
membros inferiores, em mulheres 
Lesão: Maculopápula com margem pouco menor 
que 2,5 cm; comum hipopigmentação, halo 
irregular 
Cor: Diferentes tonalidades, do castanho ao preto 
acinzentado e róseo 
Padrão de crescimento: Período longo radial, 
seguido tardiamente de vertical 
Histologia: Distribuição intradérmica difusa de 
grandes melanócitos atípicos que lembram as 
células de Paget. 
Prognóstico: Moderado 
 
 
 
Melanoma nodular 
Idade média: 45 anos 
Sexo: 2F/1M 
Duração média: Meses 
Principais localizações: Dorso, cabeça e pescoço 
Lesão: Nódulo hemisférico ou lesão 
ulcerovegetante 
Cor: Negra 
Padrão de crescimento: Vertical precoce 
Histologia: Invasão da derme profunda e, até 
mesmo, da hipoderme 
Prognóstico: Ruim 
 
 
Melanoma acral 
Idade média: 50/60 anos 
Sexo: Indiferente 
Duração média: 1 a 10 anos 
Melanoma extensivo superficial Variação de cor com área de 
regressão e satelitose. 
Áreas de nodulação e acromia 
Melanoma nodular amelanótico. 
Melanoma lentigo maligno. 
 
9 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
Principais localizações: Extremidades digitais com 
predileção sobretudo pelo polegar ou 1º 
pododáctilo; peri ou subungueal e palmoplantar 
Lesão: Mancha negra inicial; depois, nódulo ou 
ulceração 
Cor: Negra 
Padrão de crescimento: Horizontal e, mais tarde, 
vertical 
Histologia: Semelhante ao do lentigo maligno, 
com cones alongados e hiperceratose 
Prognóstico: Ruim 
 
 
Obs: Qualquer das formas clínicas, com o tempo, 
pode ulcerar e sangrar e pode tornar-se, parcial 
ou totalmente, acrômica (melanoma 
amelanótico). 
Os melanomas amelanóticos, em geral, são mais 
espessos, provavelmente pela demora em se 
reconhecer a lesão como maligna. 
Acredita-se que, pelo fato de serem incapazes de 
produzir melanina, que é sua função básica, essas 
células estariam em um estágio tal de 
indiferenciação que teriam maior capacidade de 
metastatização, justificando seu comportamento 
mais agressivo. 
Outros tipos histológicos menos frequentes são os 
melanomas desmoplásicos, neurotrópicos que se 
caracterizam por serem localmente agressivos e 
com altos índices de recorrência, em torno de 
25%. 
Clinicamente, esses melanomas manifestam-se 
como mácula pigmentada com ou sem 
componente nodular ou, então, como um nódulo 
eritematoso despigmentado, podendo 
assemelhar-se a lesões cicatriciais. 
DIAGNÓSTICO 
Não há evidência científica de que o 
rastreamento do câncer de pele melanoma na 
população geral traga mais benefícios do que 
riscos e, portanto, até o momento, ele não é 
recomendado. 
O diagnóstico é feito a partir dos principais sinais e 
sintomas através da regra do ABCDE. 
• Assimetria: uma metade do sinal é diferente da 
outra; 
• Bordas irregulares: contorno mal definido; 
• Cor variável: presença de várias cores em uma 
mesma lesão (preta, castanha, branca, 
avermelhada ou azul); 
• Diâmetro: maior que 6 milímetros; 
• Evolução: mudanças observadas em suas 
características (tamanho, forma ou cor). 
Atualmente a dermatoscopia é uma ferramenta 
fundamental no diagnóstico precoce, que torna 
possível identificar, de imediato, a origem celular 
da lesão e, no caso de lesão melanocítica, se é 
benigna ou maligna, a não ser nos casos limítrofes, 
o que é frequente. 
Entretanto, ela precisa ser complementada com o 
exame histopatológico (biópsia), que além de 
confirmar o diagnóstico apontará a indicação 
precisa do tratamento. A biópsia deve incluir a 
parte mais elevada da lesão e a mais pigmentada 
nas planas. 
imuno-histoquímica: é um método de extrema 
valia na identificação da natureza da linhagem 
celular da lesão. São dois os marcadores mais 
utilizados: a proteína S100 e o HMB-45. 
O HMB-45 é específico para lesões melanocíticas, 
porém é negativo em melanomas desmoplásicos, 
enquanto a proteína S100 é positiva. Esta, por sua 
vez, também é positiva para células de 
Langerhans, nervos, células de Schwann, 
condrócitos, glândulas écrinas, apócrinas, bem 
como nos respectivos tumores. 
Infelizmente esses marcadores não tornam 
possível diferenciar se a lesão melanocítica é 
maligna ou benigna. 
Reação de transcriptase reversa associada à 
reação em cadeia da polimerase (RT-PCR): 
Melanoma acral Melanoma acral com 
sinal de Hutchinson 
 
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detecção de micrometástases no linfonodo 
sentinela, demonstrando maior sensibilidade em 
relação às análises imuno-histoquímicas (S100 e 
HMB-45) e histopatológicas (HE). 
ESTADIAMENTO 
A pesquisa do linfonodo sentinela é uma 
importante ferramenta para o estadiamento do 
melanoma, porém, até o momento, não há 
comprovação consistente de que ela ocasione 
um aumento da sobrevida desses pacientes. 
 
 
A ulceração tem sido descrita como o melhor 
indicador de probabilidade do envolvimento 
linfonodal, sendo capaz de redefinir o estágio do 
melanoma entre A e B e, junto ao número 
aumentado de mitoses, ajudar a definir os tumores 
finos, menores que 1 mm de espessura, como de 
mau prognóstico. 
No Brasil, o Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM) 
definiu como tumores finos os menores que 0,76 
mm; os intermediários, entre 0,76 e 4 mm; e os 
espessos, maiores que 4 mm. 
TRATAMENTONÃO MELANOMA 
Cirurgia excisional: remoção do tumor com um 
bisturi, e também de uma borda adicional de pele 
sadia, como margem de segurança. A técnica 
possui altos índices de cura, e pode ser 
empregada no caso de tumores recorrentes. 
Curetagem e eletrodissecção: usadas em tumores 
menores, promovem a raspagem da lesão com 
cureta, enquanto um bisturi elétrico destrói as 
células cancerígenas. Não recomendáveis para 
tumores mais invasivos. 
Criocirurgia: promove a destruição do tumor por 
meio do congelamento com nitrogênio líquido. 
Não há cortes ou sangramentos. Também não é 
recomendável para tumores mais invasivos. 
Cirurgia a laser: remove as células tumorais 
usando o laser de dióxido de carbono ou erbium 
YAG laser. Por não causar sangramentos, é uma 
opção eficiente para aqueles que têm desordens 
sanguíneas. 
Cirurgia Micrográfica de Mohs: o cirurgião retira o 
tumor e um fragmento de pele ao redor com uma 
cureta. Em seguida, esse material é analisado ao 
microscópio. Tal procedimento é repetido 
sucessivamente, até não restarem vestígios de 
células tumorais. A técnica preserva boa parte 
dos tecidos sadios, e é indicada para casos de 
tumores mal-delimitados ou em áreas críticas 
principalmente do rosto, onde cirurgias amplas 
levam a cicatrizes extensas e desfiguração. 
Terapia Fotodinâmica (PDT): o médico aplica um 
agente fotossensibilizante, como o ácido 5-
aminolevulínico (5-ALA) na pele lesada. Após 
algumas horas, as áreas são expostas a uma luz 
intensa que ativa o 5-ALA e destrói as células 
tumorais, com mínimos danos aos tecidos sadios. 
Além das modalidades cirúrgicas, a radioterapia, 
a quimioterapia, a imunoterapia e as medicações 
orais e tópicas são outras opções de tratamentos 
para os carcinomas. 
MELANOMA 
 
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O tratamento da lesão primária consiste na 
ampliação das margens cirúrgicas da biopsia 
excisional prévia. A extensão dessa ampliação é 
determinada pela espessura do tumor. 
 
Embora não tenha cura, o tratamento do 
melanoma avançado evoluiu muito nas últimas 
décadas; hoje já é possível viver por mais tempo e 
com mais qualidade, controlando a doença em 
longo prazo. 
Para isso, é importante que os pacientes passem por 
testes genéticos capazes de determinar quais 
mutações apresentam (como BRAF, cKIT, NRAS, 
CDKN2A, CDK4), possibilitando, assim, a escolha dos 
tratamentos que podem trazer melhores resultados 
em cada caso. 
Mais de 90% dos pacientes com a alteração 
genética BRAF, por exemplo, podem se beneficiar 
do tratamento com terapia-alvo oral, capaz de 
retardar a progressão do melanoma e melhorar a 
qualidade a vida. 
PROGNÓSTICO 
NÃO MELANOMAS 
Carcinoma basocelular 
A evolução é extremamente lenta (até vários 
anos); o prognóstico só passa a ser ruim 
dependendo da localização e da manifestação 
clínica (destruição da órbita ou do maciço central 
da face nas formas terebrantes). 
A ausência de metástase no CBC é a regra (0,0028 
a 0,55%); quando ocorre, se faz para os linfonodos, 
pulmão, ossos e fígado. 
Neste caso, o prognóstico muda radicalmente 
com sobrevida média de 8 a 14 meses; 10% 
apresentam sobrevida de 5 anos. 
Carcinoma espinocelular 
A evolução do CEC é lenta, no entanto, bem mais 
rápida que a do CBC. 
Seu prognóstico é mais grave que o do CBC, em 
virtude de possibilidade, mais cedo ou mais tarde, 
de metastatização. 
A frequência de metástase do CEC varia de 
acordo com a lesão que lhe deu origem; assim: 
ceratose actínica 0,5%; cicatriz de queimadura 
17%; radiodermite crônica 20%; e fístula de 
osteomielite crônica 31% 
MELANOMAS 
As metástases ocorrem por via linfática, nas 
adjacências do tumor (microssatelitose e 
lesõessatélite)e nos gânglios regionais; por via 
sanguínea, atingem, com maior frequência, a 
pele, os pulmões, o fígado e o encéfalo. 
Fatores prognósticos desfavoráveis incluem a 
localização na cabeça, no pescoço e no tronco, 
o sexo masculino e a idade superior a 60 anos, a 
intensidade da infiltração linfocitária, o tipo 
histológico, a regressão tumoral, o índice mitótico, 
a microssatelitose, o tipo celular predominante, os 
marcadores imuno-histoquímicos e a 
citomorfometria nucleolar. 
PREVENÇÃO 
Para a prevenção do câncer de pele e de outras 
lesões provocadas pelos raios UV, é necessário 
evitar a exposição ao sol sempre que possível, 
principalmente nos horários mais intensos, ou seja, 
das 10 às 16 horas.sem proteção. 
Se a exposição for inevitável, deve-se incentivar o 
uso de chapéus, guarda-sóis, óculos escuros, 
camisas de mangas longas e filtros solares durante 
qualquer atividade ao ar livre. 
Áreas de sombra reduzem em até 50% a 
intensidade das radiações UV. 
A cada 300 metros de altitude, aproximadamente, 
aumenta em 4% a intensidade da vermelhidão 
produzida na pele pela luz ultravioleta. A neve, a 
areia branca e as superfícies pintadas de branco 
É recomendado que durante a exposição ao sol 
sejam usados filtros com FPS 15 ou mais e que 
protejam também contra os raios UV-A. Os filtros 
solares devem ser aplicados 30 minutos antes da 
exposição ao sol e reaplicados a cada 2 horas ou 
após nadar, suar e se secar com toalhas. 
 
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