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Prévia do material em texto

1
Carta II
8C
Português
29
Aula 
Carta de opinião em 
diferentes finalidades
As redações baseadas no gênero carta de opinião 
podem ocorrer a partir de diversas finalidades propostas 
nos enunciados das questões. Assim, as cartas podem 
ser de reclamação, de resposta, de solicitação, do leitor, 
aberta à comunidade etc.
Embora se mantenha a estrutura geral (vista na aula 
28) nos diversos tipos de carta, você deve planejar a 
argumentação de seu texto de acordo com o contexto 
e a finalidade colocados nos comandos das questões. 
Utilizemos, como exemplo, as cartas de reclamação e 
aberta.
Cartas com finalidade de 
reclamação, solicitação 
ou reivindicação
Na carta de reclamação, você deverá escrever na 
persona (isso mesmo, é como se você fosse um persona-
gem!) de um sujeito que, por meio da escrita, irá dirigir--
-se a alguém ou a algum departamento para expressar 
uma insatisfação. Dessa forma, trata-se de alguém que 
se sente injustiçado, lesado, desrespeitado em seus 
direitos, e que chama à atenção para que seja atendido. 
Nesse caso, sua argumentação precisa justificar as ra-
zões que fazem com que tal reclamação seja pertinente, 
e, por isso, ela deve ser respeitada e atendida.
Veja, de forma esquemática, uma estruturação geral 
para esse tipo de carta.
 • Local e data
 • Vocativo
 • Primeiro parágrafo: identificação do remetente e 
exposição do motivo da insatisfação.
 • Desenvolvimento: demonstração dos argumentos 
que justificam o quanto essa reclamação é pertinente. 
 • Conclusão: reiteração da reclamação e solicitação de 
providências.
 • Saudação final
 • Assinatura
Análise de proposta de 
redação
Como exemplo de carta de reclamação, trabalhare-
mos com uma proposta cobrada no vestibular UEM – PR.
(UEM – PR) Como leitor da revista Saúde, escreva uma 
carta ao editor, Sr. Silva, com até 15 linhas, reclaman-
do sobre a falta de apresentação de receitas cujos tem-
peros substituam o sal na alimentação humana. Assine 
a carta apenas com o nome Leitor.
Exemplo de redação
Maringá, 14 de dezembro de 2014
Senhor Editor da Revista Saúde
Sou portador de hipertensão arterial e, por 
isso, procuro ler assiduamente a revista Saúde. 
Acompanho todas as edições há dois anos, por-
que quero me informar com o intuito de tomar 
cuidados quanto ao meu problema. Porém, estou 
insatisfeito com as publicações apresentadas na 
seção de culinária.
É bastante pertinente minha reclamação, afinal, 
trata-se de uma revista voltada para quem busca 
vida saudável. Porém, não há apresentação de 
receitas baseadas no uso de temperos diferentes 
de sal e açúcar. Por ser portador de hipertensão 
arterial, sei o quanto é prejudicial à saúde o uso 
exagerado de sal nas refeições, pois isso aumenta 
minha pressão arterial. Por tudo isso, é importan-
te maior empenho na publicação de receitas que 
estimulem a alimentação saudável. Isso aumen-
tará a credibilidade de uma revista especializada.
2 Extensivo Terceirão
Particularmente, acho lamentável não encontrar na revista receitas que me apresentem alternativas de tem-
pero para que possa aprender e usar nas minhas refeições. Porém, acredito no trabalho da revista e espero que 
o senhor reflita sobre isso e em quanto a Saúde pode prestar maior ajuda na vida dos leitores.
Respeitosamente, Leitor
Carta aberta
Esse tipo de carta também possui a característica da defesa de um ponto de vista perante seu destinatário, mas 
com uma diferença: por ser aberta ao público, esse texto procura convencer também seus leitores, para que eles 
apoiem a solicitação feita na carta. Quanto à estrutura, a carta aberta é semelhante às demais, com o acréscimo de um 
título. Veja essa estruturação no exemplo a seguir.
Análise de proposta de redação
Como exemplo de carta aberta, trabalharemos com uma proposta cobrada no vestibular UNICAMP – SP.
(UNICAMP – SP) Em virtude dos problemas de trânsito, uma associação de moradores de uma grande cidade se mo-
bilizou, buscou informações em textos e documentos variados e optou por elaborar uma carta aberta. Você, como 
membro da associação, ficou responsável por redigir a carta a ser divulgada nas redes sociais. Essa carta tem o objetivo 
de reivindicar, junto às autoridades municipais, ações consistentes para a melhoria da mobilidade urbana 
na sua cidade. Para estruturar a sua argumentação, utilize também informações apresentadas nos trechos abaixo, que 
foram lidos pelos membros da associação. 
Atenção: assine a carta usando apenas as iniciais do remetente.
Exemplo de redação
Veja um exemplo, considerado acima da média pela banca de correção UNICAMP.
Belo Horizonte, 10 de Novembro de 2013 
Carta aberta à prefeitura de Belo Horizonte 
Venho, por meio desta carta, apresentar reivindicações da Associação de Moradores de Belo Horizonte 
concernentes à mobilidade em nossa cidade. Diante de congestionamentos cada vez maiores, do atraso 
provocado pelo trânsito de veículos em horários de ápice e do consequente estresse que acomete os belo-ho-
rizontinos diariamente, quando precisam se locomover, nossa Associação se comprometeu a estudar as prin-
cipais causas e elaborar as melhores propostas para a melhoria da mobilidade em nossa cidade. Chegamos, 
portanto, à conclusão de que o principal problema do trânsito de Belo Horizonte é a dimensão exorbitante 
de sua frota de veículos, quando se analisa o que a infraestrutura da cidade é capaz de suportar. Com base 
nisso, criamos propostas de intervenção que visam reduzir a frota de automóveis, dinamizar a locomoção 
urbana e aumentar a qualidade de vida dos habitantes. 
A primeira proposta se refere à implantação do pedágio urbano, que está em voga em Londres desde 
2003 e se mostrou muito bem-sucedido. Esse pedágio consiste em uma tarifa, cobrada em diversos pontos 
da cidade, para motoristas de automóveis. O efeito imediato dessa proposta é o desencorajamento do uso de 
automóveis pelos cidadãos. Além disso, o dinheiro dos pedágios torna-se um fundo para investimento em 
transporte público. 
A segunda proposta relaciona-se, justamente, ao transporte público. Sugere-se a ampliação da frota e das 
linhas de ônibus, além da criação de ciclovias por toda a cidade. Paralelamente a isso, convém implantar o 
serviço de aluguel de bicicletas públicas, sucesso na França. Com essas propostas, esperamos uma melhoria 
significativa na mobilidade em Belo Horizonte, portanto exortamos à prefeitura que elas sejam postas em 
prática. 
Atenciosamente, 
T.M.G.
Extraído de <https://www.comvest.unicamp.br/vest_anteriores/2014/download/comentadas/redacao.pdf>. Acesso em: 24/07/2018
Aula 29
3Português 8C
Testes
Assimilação
Leia o texto abaixo para responder à questão a seguir. 
VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA 
IDOSA NO BRASIL
São 23,5 milhões de idosos no Brasil, número 
que representa mais de 11% da população 
Nos últimos anos, com a crescente qualidade e 
expectativa de vida da sociedade brasileira, a presen-
ça da pessoa idosa se tornou um fato social inegá-
vel, com um crescimento demográfico significativo 
de pessoas com mais de 60 anos. São 23,5 milhões 
de idosos no Brasil, número que representa mais de 
11% da população, segundo dados do Instituto Bra-
sileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). 
Ter na sociedade a presença da pessoa idosa de 
forma cada vez mais expressiva significa muito mais 
do que uma melhora na qualidade de vida do ser hu-
mano, mas, sobretudo, a manutenção e a efetivação 
dos direitos fundamentais da pessoa. Entretanto, o 
Brasil enfrenta uma triste realidade, na qual a pessoa 
idosa presencia, em seu dia a dia, situações de violên-
cia e de abandono, causadas por seus familiares e por 
profissionais de diversas áreas que prestam serviços 
para essa faixa etária, dentre outros agressores. 
A violência contra essa parcela da população 
é tema que merece atenção, informação e a bus-
ca pela sua erradicação, uma vez que tal atitude 
caracteriza a violação aos direitos humanos. É 
importante conscientizar e informar às pessoas, 
especialmente às vítimas, sobreas formas de vio-
lência e os meios para seu combate. 
SILVEIRA, Caroline Assumpção. Violência contra a pessoa idosa no Brasil. 
Disponível em: <http://domtotal.com/noticia/1083136/2016/11/violencia-
contra-a-pessoa-idosa-no-brasil/>. Acesso em: 02 out. 2018 (adaptado). 
29.01. (IFPE) – No que diz respeito à linguagem presente no 
texto, é CORRETO afirmar que 
a) este é redigido na variedade culta, respeitando a gramáti-
ca normativa, uma vez que se trata de um gênero textual 
do qual se espera uso mais formal da linguagem. 
b) esta se caracteriza pelo emprego de vocabulário regional, 
com o objetivo de que o texto se faça compreender em 
todas as regiões do país. 
c) se trata de registro informal, pois a proposta do texto 
jornalístico é alcançar a maior parte de leitores e, para isso, 
precisa adequar-se à variedade linguística empregada 
pela maior parte da população. 
d) poderia ter feito uso de gírias, caso a autora entendesse 
esse emprego como uma estratégia de aproximação 
maior ao seu público-alvo. 
e) utiliza vocabulário técnico, o que tende a dificultar a 
compreensão do leitor comum. 
Para responder às questões 29.02 a 29.04, considere o 
seguinte texto. 
Vida Real
Que tal comemorar o Dia Mundial do 
Livro começando a ler um livro?
Mais de 40% dos brasileiros não têm o hábito 
da leitura. Talvez seja por isso que interpretação 
de texto esteja deixando tanto a desejar... 
Por Isabella Otto 
Publicado em 23 abr 2019, 13h00
Mais um Dia Mundial do Livro e do Direito 
de Autor que deveria ser comemorado da forma 
mais justa: lendo um livro. Mas lendo de verdade! 
Pode ser HQ, romance, drama, biografia, terror, 
chick lit, humor… No país que não lê, folhear 
um livro, seja no impresso ou no digital, é um 
diferencial e tanto!
Em 2018, o Instituto Pró-livro divulgou uma 
pesquisa que mostra que 44% da população bra-
sileira não tem o hábito da leitura, sendo que 
30% nunca comprou um livro. Apesar de alto, o 
número é justificável. Um livro novo não é barato, 
principalmente os didáticos. Baixar um e-book 
também requer tecnologias e bandas largas que 
não são acessíveis a todos. Há também aqueles 
que asseguram não ter tempo de ler nem sequer 
uma revista, pois trabalham fora e dentro de casa.
Alternativas existem, contudo. Um livro novo 
pode ser substituído por um usado e projetos que 
estimulam a leitura acontecem por todo lado, em 
espaços privados e públicos. Que tal substituir 
a procrastinação nas redes sociais no caminho 
do trabalho pela leitura de um livro?
Outra pesquisa, realizada agora pelo Indica-
dor de Analfabetismo Funcional, conduzida pelo 
Instituto Paulo Montenegro em parceria com a 
ONG Ação Efetiva, mostra que, de todos os bra-
sileiros que chegam à universidade, somente 22% 
deles têm total condição de interpretar um texto 
que lê de forma correta e se expressar claramente. 
Quando dizemos “de forma correta”, não é que 
estamos falando que uma coisa não pode ser in-
terpretada de mais de uma maneira, mas que a 
mensagem que o autor quis passar realmente foi 
entendida. E não tem segredo: é preciso de treino! 
Para aprimorar a leitura e a interpretação de texto, 
é preciso ler e escrever e ler mais um pouquinho. 
Ou, no caso do Brasil, mais um poucão.
E você, já leu um livro hoje? Que tal deixar 
um na cabeceira da sua cama?
Disponível em: https://capricho.abril.com.br/vida-real/
que-tal-comemorar-o-dia-mundial-do-livro-comecando-
a-ler-um-livro/, acesso em 10 de maio de 2019. 
4 Extensivo Terceirão
29.02. (IFCE) – Para produzir o texto, a repórter fez afirma-
ções explícitas das quais se pode deduzir outras implícitas. 
Uma dessas informações implícitas é que 
a) 70% da população brasileira já comprou um livro. 
b) em abril de 2019 é a primeira vez que não se comemora 
o Dia Mundial do Livro de forma justa. 
c) a falta de hábito da leitura dos brasileiros é justificável. 
d) não há alternativas para “driblar” a dificuldade de acesso 
a livros. 
e) os livros didáticos têm preços acessíveis. 
29.03. (IFCE) – Considerando-se a ideia central desenvolvida 
no texto, é correto afirmar que 
a) por meio do texto, a revista Capricho pretende orientar 
os leitores sobre como fazer leituras digitais. 
b) trata-se de um texto produzido para noticiar os resultados 
de pesquisas sobre a prática da leitura. 
c) o texto aborda como tema principal a questão da prefe-
rência dos jovens pelas redes sociais. 
d) com o texto procura-se incentivar a prática da leitura. 
e) no texto a autora se concentra somente na descrição de 
como se comemora o Dia Mundial do Livro em todo o Brasil. 
29.04. (IFCE) – Ainda sobre a questão anterior, para expressar 
a ideia de necessidade, convém substituir o verbo “deveria” por 
a) importaria. 
d) poderia. 
b) precisaria. 
e) exigiria. 
c) caberia. 
Aperfeiçoamento
Leia o texto para responder às questões 29.05. a 29.10.
Cadê o papel-carbono?
Outro dia tive saudade do papel carbono. E tive 
saudade também do mimeógrafo a álcool. E tive sau-
dade da velha máquina de escrever. E tive saudade 
de quando, no dizer de Rubem Braga, a geladeira 
era branca e o telefone era preto.
Os mais jovens não sabem nem o que é papel 
carbono ou mimeógrafo a álcool. Mas tive sauda-
de deles, ou melhor, de um tempo em que eu não 
dependia eletronicamente de outros para fazer as 
mínimas tarefas. Uma torneira, por exemplo, era 
algo simples. Eu sabia abrir uma torneira e fazê-la 
jorrar água. Hoje tomar um banho é uma peripé-
cia tecnológica. Hoje até para tomar um elevador 
tenho que inserir um cartão eletrônico para ele se 
mover. Claro que tem o Google, essa enciclopé-
dia no computador que facilita as pesquisas (para 
quem não precisa ir fundo nos assuntos), mas 
muita coisa me intriga: por que cada aparelho 
de televisão de cada casa, de cada hotel tem um 
controle remoto diferente e a gente não consegue 
usá-los sem pedir socorro a alguém?
Olha, tanta tecnologia!...Mas além de não te-
rem descoberto como curar uma simples gripe, os 
elevadores dos hotéis ainda não chegaram a uma 
conclusão de como assinalar no mostrador que 
letra deve indicar a portaria. Será necessária uma 
medida provisória do presidente para uniformizar 
tal diversidade analfabética.
Outro dia, li que houve uma reunião em Baku, 
lá no Azerbaijão, congregando cérebros notáveis para 
decifrarem nosso presente e nosso futuro. Pois Jean 
Baudrillard andou dizendo, com aquela facilidade 
que os franceses têm para fazer frases que parecem 
filosóficas, que o que caracteriza essa época que está 
vindo por aí é que o homem, leia-se corretamente 
homens e mulheres, ou seja, o ser humano, foi des-
cartado pela máquina. (Isso a gente já sabe quando 
tenta ligar para uma firma qualquer e uma voz eletrô-
nica fica mandando a gente discar isto e aquilo e volta 
tudo a zero e não obtemos a informação necessária.)
Deste modo estão se cumprindo dois vaticínios. 
O primeiro era de um vate mesmo – Vinícius de Mo-
raes, que naquele poema “Dia da Criação”, fazendo 
considerações irônicas sobre o dia de “sábado” e os 
desígnios divinos, diz: “Na verdade, o homem não 
era necessário”. É isto, já não somos necessários.
E a outra frase metida nessa encrenca é aquela 
da Bíblia, que dizia que o “sábado foi feito para o 
homem e não o homem para o sábado”. Isso foi anti-
gamente. Pois achávamos que a máquina havia sido 
feita para o homem, mas Baudrillard, as companhias 
aéreas e as telefônicas mais os servidores de infor-
mática nos convenceram de que “o homem é que 
foi feito para a máquina”. Ao telefone só se fala com 
máquinas, e algumas empresas – esses servidores de 
informática – nem seus telefones disponibilizam. 
Estou, por exemplo, há quatro meses tentando falar 
com alguém no “hotmail” e lá não tem viv’alma, só 
fantasmas eletrônicos sem rosto e sem voz.
Permita-me, eventual e concreto leitor, lhe fa-
zer uma pergunta indiscreta. Quanto tempo dia-
riamente você está gastando com e-mails? Quanto 
tempo para apagar o lixo e responder bobagens? 
Faça a conta, some.
 Drummondcerta vez escreveu: “Ao telefone per-
deste muito tempo de semear”. Ele é porque não co-
nheceu a internet, que, tanto quanto o celular, usada 
desregradamente é a grande sorvedora de tempo 
da pós-modernidade.
Por estas e por outras é que estou pensando 
seriamente em voltar às cartas, quem sabe ao per-
gaminho. E a primeira medida é reencontrar o 
papel carbono.
Cadê meu papel carbono?
(SANT’ANNA, Affonso Romano de. Tempo de 
delicadeza. Porto Alegre: L&PM, 2009)
29.05. (AFA – SP) – Após a leitura atenta do texto, é correto 
afirmar que
a) a tecnologia da modernidade não é tão eficiente quanto 
parece, por isso a conclusão de que “o homem é que foi 
feito para a máquina”, e não o contrário, como se acreditava.
Aula 29
5Português 8C
b) o saudosismo do locutor se justifica em virtude da sua 
constatação de que “o ser humano, foi descartado pela 
máquina”; dessa forma, ele terá de voltar aos equipamen-
tos do passado.
c) a tecnologia, embora tenha avançado em muitos setores, 
como, por exemplo, nos utensílios dos hotéis, na comu-
nicação, ainda não foi capaz de conduzir a humanidade 
para a cura de doenças.
d) o ser humano na modernidade, independentemente de 
sua vontade, está atrelado às máquinas, já que várias de 
suas atividades diárias estão intrinsecamente ligadas a elas.
29.06. (AFA – SP) – Assinale a alternativa que possua infor-
mações INCORRETAS relacionadas a aspectos discursivos e 
gramaticais.
a) O texto possui um tom sério, uma vez que se articula em 
torno de um tema contemporâneo de interesse geral.
b) A construção do título é pertinente ao propósito comu-
nicativo do texto, pois anuncia seu estilo descontraído e 
irreverente.
c) O emprego de estruturas próprias de diálogo é coerente 
com a proposta do texto, já que constrói uma relação mais 
próxima com o leitor.
d) A utilização de repetições ao longo do texto é recurso 
adequado, levando-se em conta o grau de informalidade.
29.07. (AFA – SP) – No texto, o escritor faz a seguinte afir-
mação: “Ao telefone só se fala com máquinas, e algumas 
empresas (...) nem seus telefones disponibilizam”. A frieza e 
a solidão do mundo pós-moderno também podem ser vistas 
na seguinte citação:
a) “Estou ferido, não faminto; desapontado, não cansado; 
não procuro teto, mas calor humano. O coração do ho-
mem está vazio”. (Khalil Gibran)
b) “A arte desafia a tecnologia, e a tecnologia inspira a arte.” 
(John Lasseter)
c) “Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa 
alguma. Compram tudo prontinho nas lojas.” (SaintExupéry)
d) “Como dois e dois são quatro,/ sei que a vida vale a pena,/ 
embora o pão seja caro / e a liberdade pequena”. (Ferreira Gullar)
29.08. (AFA – SP) – Em relação à composição e estruturação 
linguística do texto, é correto afirmar que
a) a repetição da expressão “E tive” no primeiro parágrafo cons-
titui um recurso para denotar a sequenciação dos fatos, refor-
çados pela presença de expressões com sentido conotativo.
b) a citação de escritores e poetas como Rubem Braga, 
Vinícius de Moraes e Drummond, além de servir como 
argumento de autoridade, indica que se trata de um texto 
de caráter literário.
c) os comentários entre parênteses servem para estabelecer 
um diálogo direto com o interlocutor, indicando opiniões 
do locutor em relação ao que ele disse anteriormente.
d) a linguagem do texto é informal e bastante coloquial, já que, 
em muitos momentos, há o descumprimento da norma gra-
matical padrão, como se comprova na última linha do texto.
29.09. (AFA – SP) – Dentre os trechos transcritos a seguir, 
assinale a alternativa em que o vocábulo grifado NÃO foi 
empregado com a finalidade de enfatizar a posição crítica do 
autor no contexto. 
a) “Hoje até para tomar um elevador tenho que inserir um 
cartão eletrônico para ele se mover.” 
b) “...não terem descoberto como curar uma simples gripe...” 
c) “Ao telefone só se fala com máquinas...” 
d) “Permita-me, eventual e concreto leitor, lhe fazer uma 
pergunta indiscreta.” 
29.10. (AFA – SP) – Nas alternativas abaixo, a substituição 
da palavra original em destaque por outra de sentido seme-
lhante, apontada entre parênteses, está correta em
a) “Permita-me, eventual (assíduo) e concreto leitor, lhe 
fazer uma pergunta indiscreta.” 
b) “Outro dia, li que houve uma reunião em Baku, lá no Azer-
baijão, congregando (consagrando) cérebros notáveis...” 
c) “Hoje tomar um banho é uma peripécia (vantagem) 
tecnológica.” 
d) “Deste modo estão se cumprindo dois vaticínios. O primei-
ro era de um vate (poeta) mesmo – Vinícius de Moraes...” 
Aprofundamento
Leia os textos I e II e responda às questões de 29.11. a 29.16.
TEXTO I 
Fonte: Disponível em: https://www.agenciaconexoes.org/fome-e-
desperdicio-emnumeros/. Acesso em: 09 agost. 2019. (texto adaptado). 
6 Extensivo Terceirão
TEXTO II 
Sem merenda: quando férias escolares 
significam fome no Brasil
“Me corta o coração eles quererem um pão e 
eu não ter. Já coloquei os meninos na escola pra 
isso mesmo, por causa da merenda. Um pou-
quinho de arroz sempre alguém me dá, mas nas 
férias complica”, afirma Alessandra, que, desem-
pregada, coleta latinhas na favela de Paraisópolis, 
em São Paulo, onde mora. [...] 
O drama de Alessandra não é incomum. As 
férias escolares, quando muitas crianças deixam 
de ter o acesso diário à merenda, intensificam a 
vulnerabilidade social de muitas famílias em todo 
o país. 
Embora variem em conteúdo e qualidade (às 
vezes, são apenas bolacha ou pão, em outras, são 
refeições completas de arroz, feijão, legumes e 
carne), as merendas ocupam função importante 
no dia a dia de certos alunos. Para essas crianças, 
nos períodos sem aulas é que a fome, uma ameaça 
ao longo de todo ano, torna-se uma realidade a 
ser enfrentada. [...] Embora não haja estudos na-
cionais que indiquem o tamanho da insegurança 
alimentar durante o período de férias escolares, 
uma série de indicadores comprova a evolução da 
pobreza no país e o modo como ela incide sobre 
as crianças. 
De acordo com a Fundação Abrinq, que fez 
cálculos, a partir de dados do IBGE, 9 milhões de 
brasileiros entre zero e 14 anos do Brasil vivem 
em situação de extrema pobreza. O Sistema de 
Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério 
da Saúde (Sisvan) identificou, no ano retrasado, 
207 mil crianças menores de cinco anos com des-
nutrição grave no Brasil. 
A mais recente pesquisa de Segurança Alimen-
tar do IBGE, de 2013, apontava que uma a cada 
cinco famílias brasileiras tinha restrições alimen-
tares ou preocupação com a possibilidade de não 
ter dinheiro para pagar comida. 
Se a pesquisa fosse feita hoje, a família da fa-
xineira Marinalva Maria de Paula, de 57 anos, se 
enquadraria nessa condição. Com uma renda de 
R$ 360,00 mensais para três adultos e uma crian-
ça, ela se vê cotidianamente frente a decisões dra-
máticas: “Se eu pagar a prestação do apartamento 
ou a conta de água, não temos o que comer. [...] 
O fenômeno que acontece na casa da faxineira 
já havia sido identificado pelo Instituto Brasilei-
ro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) em 
2008, quando um terço dos titulares do Bolsa Fa-
mília declaravam em pesquisa que a alimentação 
da família piorava durante as férias escolares. [...] 
Marinalva não consegue emprego formal há 
quatro anos. Ela está muito longe de atingir a ren-
da mínima familiar, estimada pelo Departamento 
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconô-
micos (Dieese) em R$ 4.214,62, para suprir sem 
carências as necessidades com alimentação, mo-
radia, saúde, educação, vestuário, higiene, trans-
porte, lazer e previdência dos quatro integrantes 
da casa. O valor, calculado em julho, equivale a 
aproximadamente quatro vezes o salário mínimo 
atual, de R$ 998,00. 
Fonte: IDOETA, Paula Adamo; SANCHES, Mariana. In: BBC News Brasil. 
15 jul. 2019. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/
brasil-48953335. Acesso em: 09 agost. 2019. (texto adaptado). 
29.11. (UFT – TO) – Assinale a alternativa CORRETA sobre as 
informações apresentadas no texto I.a) O Brasil é o responsável mundial pelos 54% de alimentos 
desperdiçados nas etapas pós-consumo. 
b) O mundo produz comida suficiente para alimentar toda a 
população, caso não houvesse 1/3 de desperdício desses 
alimentos. 
c) O Brasil é um dos países do mundo que mais desperdiça 
alimentos, por essa razão, uma em cada oito pessoas 
passam fome no país. 
d) A produção alimentícia no mundo vem caindo, principal-
mente, pelo processamento inadequado dos alimentos. 
29.12. (UFT – TO) – Assinale a alternativa INCORRETA sobre 
o entendimento de "insegurança alimentar", presente no 1º. 
e 2º. parágrafos, do texto II. 
a) Insuficiência de alimentos para os alunos, intensificada 
durante o período de férias. 
b) Privação de alimentos para os alunos, principalmente, no 
período de férias. 
c) Ausência de condicionamento adequado dos alimentos 
que são servidos na escola, durante o período de férias. 
d) Falta de alimentação, no período de férias escolares, em 
razão de a população mais carente não ter dinheiro para 
comprar comida. 
29.13. (UFT – TO) – Assinale a alternativa CORRETA sobre as 
informações apresentadas no texto II. 
a) A insegurança alimentar brasileira cresce, no período de 
férias escolares, principalmente, entre crianças. 
b) A merenda escolar, fornecida no período de férias, é 
composta por pão e bolachas, o que é insuficiente para 
suprir a carência alimentar dos alunos. 
c) A escola é responsável pelo fornecimento de alimentos, 
nas férias escolares, posto que as famílias, em situação de 
vulnerabilidade social, carecem desse auxílio. 
d) A pesquisa do IBGE indica que a falta de merenda, no 
período de férias, é um dos fatores de evasão escolar 
das crianças contempladas pelo programa Bolsa Família. 
Aula 29
7Português 8C
29.14. (UFT – TO) – Assinale a alternativa CORRETA sobre as 
informações apresentadas no texto II. 
a) O salário mínimo de R$ 998,00 é o suficiente para custear 
gastos com moradia, saúde, dentre outros, segundo o Dieese. 
b) A faxineira Marinalva recebe um salário mínimo para suprir 
as despesas de quatro integrantes de sua família. 
c) A renda de R$ 360,00, recebida por cada membro da 
família de Marinalva, é suficiente para suprir as necessi-
dades básicas. 
d) O valor da renda mínima, para suprir os gastos familiares, 
estipulado pelo Dieese, é de R$ 4.214,62 e está muito 
longe do valor do salário mínimo atual. 
29.15. (UFT – TO) – Sobre as temáticas retratadas nos textos 
I e II, assinale a alternativa CORRETA. 
a) Os textos I e II retratam a fome presente no mundo e, mais 
especificamente, no Brasil. Neste, por exemplo, muitas 
crianças dependem da merenda escolar para suprir as 
necessidades alimentares. 
b) Os textos I e II evidenciam que crianças de todo o mundo 
necessitam de merenda escolar para suprir a carência 
alimentar vivenciada pelas famílias. 
c) Os textos I e II comprovam que a insegurança alimentar 
poderia ser sanada, caso houvesse uma política de for-
necimento de merenda de qualidade. 
d) Os textos I e II ratificam a necessidade de uma merenda 
escolar, baseada no reaproveitamento de alimentos 
desperdiçados. 
29.16. (UFT – TO) – Sobre os vocábulos: "incomum" e "inse-
gurança", presentes no texto II, analise as afirmativas. 
I. Nos vocábulos, o prefixo "in-" denota sentido de negação. 
II. Os vocábulos passaram por derivação parassintética, com 
a anexação concomitante de afixos aos substantivos. 
III. Os vocábulos são formados pelo processo de derivação, 
ou seja, quando se obtém uma palavra nova (derivada), 
pela anexação de afixos à palavra primitiva. 
IV. Na formação dos vocábulos, ambos sofreram alterações 
em sua estrutura pelos prefixos, provocadas pelo fenô-
meno da assimilação. Assinale a alternativa CORRETA. 
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. 
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
Leia o texto abaixo para responder às questões 29.17. e 29.18.
Relativismos e divisões
Costuma ser irritante a expressão “ah, isso é 
relativo”, especialmente quando aplicada sobre 
uma verdade que julgamos absoluta. Mas o rela-
tivismo vive, exatamente, da desconfiança quanto 
a qualquer absoluto. O relativista suspende jul-
gamentos definitivos, como Sócrates já fazia nos 
diálogos com seus pares, na Grécia antiga. 
O certo é que os praticantes do relativismo 
não têm vida fácil. O que foi mais importante no 
caminho da civilização: o domínio do fogo ou a 
invenção da roda? Do ângulo da cozinheira ou 
de um motorista, a resposta não parece difícil, 
mas um relativista não apenas hesitará na res-
posta como duvidará do mérito da pergunta. E 
se tivéssemos que escolher entre o princípio das 
alavancas ou o da propulsão nuclear? E se formos 
até à Bíblia, para perguntar: quem pecou mais, 
Adão ou Eva? O relativista responderá: mas o que 
é pecado? Numa rebelião popular contra uma dit-
adura chovem pedras e paus no ar, todo mundo 
está em risco – e o dono da vidraçaria, apolítico, 
sorri. Numa eleição é frequente que o relativis-
ta se abstenha. Ah, a política, que prato cheio 
para os relativistas: quem tinha razão na guerra 
da Criméia? Por que caiu Napoleão? Personali-
dades conduzem as massas ou estas fundam as 
lideranças? No Brasil do século passado: a queda 
do primeiro governo Vargas foi o fim de uma dit-
adura ou novo golpe? Os historiadores, por vezes, 
têm que enfrentar o duro dilema da escolha, esta 
que é o inferno dos relativistas.
O relativismo comparece em todas as áreas. 
Quem foi maior: o Newton, com suas três leis 
fundamentais, ou o Einstein, ao demonstrar, entre 
outras coisas, que “É preciso estar em constante 
movimento para manter o equilíbrio”? No campo 
das fábulas, muitas têm duas versões conclusivas, 
como a da cigarra e da formiga. As religiões di-
videm-se quanto aos valores e perfis divinos; na 
política, o embate é a lei, e as posições de classe 
relativizam o valor de um fato. Aliás o fato tam-
bém se relativiza, ao ser rebaixado a opinião. O 
fenômeno contemporâneo das migrações em 
massa abre discussão sobre o papel ou a existên-
cia mesma de fronteiras nacionais. Não era para 
apagá-las que nasceu a decantada globalização?
No campo das artes, as divisões e os ângulos são 
incontáveis. Prosa ou poesia? Realismo ou romantis-
mo? A consagração religiosa na disciplina de Bach 
ou a energia individualista e trágica de Beethoven? 
Música para ouvir ou para dançar? A revolução rus-
sa ganha força num filme histórico ou a denúncia 
revolucionária se vê melhor num filme de Carlitos? 
A fotografia e o cinema, fotogramas isolados ou em 
movimento regular, diminuem a arte da pintura na-
turalista? A pureza do som digital revela-se mais ar-
tificial do que o som das gravações em vinil?
Um teste vocacional parece ser concebido 
por relativistas. O jovem que faz o teste pode 
ter como resultado a indicação de duas carreiras 
muito distintas: biólogo ou economista. Talvez ele 
acabe fazendo Letras, em vez de se decidir pelas 
leis de Mendel, decisivas para a compreensão da 
hereditariedade, ou de Adam Smith, pai do libe-
ralismo econômico. Num de seus maiores contos, 
Machado de Assis escolheu como protagonista 
8 Extensivo Terceirão
um festejado compositor de polcas, música alegre 
e dançante, que preferiria ser o autor de sisudas 
sonatas ou de prelúdios clássicos – e o narrador 
de Machado concluiu que esse pobre pianista era 
“uma eterna peteca entre a ambição e a vocação”, 
amargando esse duro movimento do pêndulo, tão 
característico das pessoas divididas.
Jornalismo profissional ou redes sociais? Por 
onde passa a força decisiva das informações, nos 
dias que correm? A reserva de cotas nas escolas 
públicas é um duradouro instrumento de justi-
ça ou medida emergencial? O Estado é laico em 
sentido absoluto ou deve ceder espaço para di-
ferentes manifestações religiosas? Os currículos 
escolares devem se orientar por princípios cen-
tralizadores ou seguir inclinaçõesregionais? Têm 
os homens algum papel nas afirmações do femi-
nismo? A sexualidade tem a ver com gêneros, e 
há definições a fixar nesse campo delicado dos 
desejos e das identidades?
É possível que no século XXI desenvolvam-se 
as contradições próprias do relativismo: a perma-
nência na posição relativista acaba sendo sua con-
denação a um absoluto, o do adiamento sistemá-
tico da escolha. O intimismo confidencial e a vida 
privada não combinam muito com a internet e os 
smartphones; as noções mesmas de interesse pú-
blico e interesse privado parecem pouco nítidas, 
ou mesmo desnecessárias. O crescente avanço das 
ciências e das várias tecnologias parece favorecer 
uma posição relativista planetária, segundo a qual 
tudo parece condenado a ser efêmero, tudo pare-
ce estar à espera de sua imediata superação.
Uma multidão de pessoas entretidas cada uma 
em seu celular é um cenário que confirma uma 
orientação geral para a pluralidade de interesses, 
dentro da qual tudo parece ser tão decisivo quan-
to relativo. É essa nossa marca de modernos?
(Aristeu Gonçalves Filho, inédito)
29.17. (PUCCAMP – SP) – Afirma-se com correção:
a) O título da matéria, associando relativismos e divisões, 
denota o tema abordado, e o desenvolvimento do texto 
torna claro o ponto de vista do autor sobre a relação 
entre os dois fatores − o primeiro citado não consente a 
existência do segundo.
b) A referência aos diálogos de Sócrates (parágrafo 1) sinaliza 
que o autor os considera o argumento mais sólido para 
demonstrar que a longa tradição legitima a importância 
da prática do relativismo, tema central do texto.
c) A sucessão de frases interrogativas (parágrafo 2) constitui 
cronologia dos questionamentos que o ser humano se fez 
no trajeto a caminho da civilização, propostos também 
à decisão de relativistas, que, no início hesitantes, deram 
resposta afirmativa a cada um deles.
d) Na progressão argumentativa, o autor cita a resposta que o 
relativista deu à pergunta quem pecou mais, Adão ou Eva? 
(parágrafo 2) para comprovar, de maneira clara e especí-
fica, que relativistas suspendem julgamentos definitivos.
e) Ao mencionar uma rebelião popular contra uma ditadura 
e a atitude de um dono de vidraçaria apolítico (parágrafo 
2), o autor demonstra o relativismo com que um fato pode 
ser considerado e evidencia como interesses particulares 
afetam esse julgamento.
29.18. (PUCCAMP – SP) – ... o fato também se relativiza, 
ao ser rebaixado a opinião (parágrafo 3). Depreende-se 
corretamente da frase acima, respeitado o contexto em que 
está inserida:
a) Fato e opinião se distinguem, visto que é inerente à opi-
nião certo traço depreciativo acerca do que se propaga 
sobre o fato que está em observação.
b) Um julgamento que expressa uma apreciação subjetiva 
da realidade, isto é, sem compromisso de neutralidade 
quanto à avaliação do fato concreto, nega a este um 
valor absoluto.
c) Fatos e opiniões são relativos, na medida em que tanto 
uns quanto outros recebem críticas que os tornam de-
sacreditados.
d) O fato “também” se relativiza se quem o observa o des-
creve de modo pouco preciso, valendo-se de termos 
que afetam a fidelidade ao real e o tornam passível de 
julgamento negativo.
e) A opinião é considerada um rebaixamento porque quem 
a expressa não é jamais um especialista, mas pessoas 
comuns, de quem não se espera rigor na interpretação 
da realidade concreta.
Desafio
29.19. (PUC – RJ) – Leia o texto abaixo para responder à 
questão a seguir:
Os Estatutos do Homem
(Ato Institucional Permanente)
A Carlos Heitor Cony
Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade,
que agora vale a vida,
e que de mãos dadas,
trabalharemos todos pela vida verdadeira.
Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
Aula 29
9Português 8C
Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.
Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo único: O homem confiará no homem
como um menino confia em outro menino.
Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.
Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de au-
rora.
Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.
Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.
Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.
Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
a qualquer hora da vida,
o uso do traje branco.
Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.
Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado nem proibido.
Tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo único: Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.
Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fra-
ternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.
Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.
Santiago do Chile, abril de 1964. MELLO, Thiago de. Faz escuro mas 
eu canto. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978, p.19-22.
10 Extensivo Terceirão
O texto mantém uma relação direta com a Declaração Uni-
versal dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembleia 
Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948, e que 
representa, no contexto histórico do pós-guerra, o desejo 
de um mundo pacífico, democrático e tolerante. Comente 
com suas próprias palavras a visão de ética, solidariedade 
e liberdade presente no poema Os Estatutos do Homem, 
escrito em abril de 1964.
Leia a cena IX da comédia O Juiz de Paz da roça, do escritor 
Martins Pena (1815 1848), para responder à(s) questão(ões) 
a seguir.
Cena IX
Sala em casa do Juiz de paz. Mesa no meio 
com papéis; cadeiras. Entra o Juiz de Paz vestido 
de calça branca, rodaque de riscado, chinelas 
verdes e sem gravata.
Juiz: Vamo-nos preparando para dar audiên-
cia. (arranja os papéis) O escrivão já tarda; sem 
dúvida está na venda do Manuel do Coqueiro… 
O último recruta que se fez já vai me fazendo 
peso. Nada, não gosto de presos em casa. Podem 
fugir, e depois dizem que o Juiz recebeu algum 
presente. (batem à porta) Quem é? Pode entrar. 
(entra um preto com um cacho de bananas e uma 
carta, que entrega ao Juiz. Juiz, lendo a carta) 
“Ilmo. Sr. – Muito me alegro de dizer a V. Sa. que a 
minha ao fazer desta é boa, e que a mesma desejo 
para V. Sa. pelos circunlóquios com que lhe vene-
ro”. (deixando de ler) Circunlóquios… Que nome 
em breve! O que quererá ele dizer? Continuemos. 
(lendo) “Tomo a liberdade de mandar a V. Sa. um 
cacho de bananas-maçãs para V. Sa. comer com a 
sua boca e dar também a comer à Sra. Juízae aos 
Srs. Juizinhos. V. Sa. há de reparar na insignifi-
cância do presente; porém, Ilmo. Sr., as reformas 
da Constituição permitem a cada um fazer o que 
quiser, e mesmo fazer presentes; ora, mandando 
assim as ditas reformas, V. Sa. fará o favor de acei-
tar as ditas bananas, que diz minha Teresa Ova 
serem muito boas. No mais, receba as ordens de 
quem é seu venerador e tem a honra de ser – Ma-
nuel André de Sapiruruca.” – Bom, tenho bananas 
para a sobremesa. Ó pai, leva estas bananas para 
dentro e entrega à senhora. Toma lá um vintém 
para teu tabaco. (sai o negro) O certo é que é bem 
bom ser Juiz de paz cá pela roça. De vez em quan-
do temos nossos presentes de galinhas, bananas, 
ovos, etc., etc. (batem à porta) Quem é?
Escrivão (dentro): Sou eu.
Juiz: Ah, é o escrivão. Pode entrar.
Comédias (1833-1844), 2007. 
29.20. (UNESP – SP) – Quais personagens participam da 
cena? A que personagem se refere o pronome “teu” em “Toma 
lá um vintém para teu tabaco.”? Qual a finalidade da carta 
enviada por Manuel André da Sapiruruca? 
Aula 29
11Português 8C
Produção de textos
Proposta 01
TEXTO 1 
Rio de Janeiro é primeira capital 
brasileira a proibir canudos plásticos
(Vanessa Barbosa) 
O Rio de Janeiro é a primeira capital brasileira 
a banir o uso de canudos plásticos em quiosques, 
bares e restaurantes. O prefeito da cidade Marce-
lo Crivella sancionou o projeto de lei que proíbe a 
distribuição de canudinhos plásticos em estabele-
cimentos alimentícios. A medida foi publicada no 
Diário Oficial da cidade do Rio nesta quinta-feira. O 
projeto havia sido aprovado na Câmara Municipal 
no mês passado. Ainda falta determinar o prazo para 
a entrada em vigor da medida. De autoria do verea-
dor Jairinho (MDB), o projeto estipula multa de até 
3 mil reais aos estabelecimentos que descumprirem 
a lei, valor que pode ser multiplicado em caso de 
reincidência. Em vez de plástico, o projeto determi-
na o uso de canudos feitos de materiais biodegradá-
veis. Segundo seu artigo primeiro, a lei sancionada 
“obriga restaurantes, lanchonetes, bares e similares, 
barracas de praia e vendedores ambulantes do Mu-
nicípio do Rio de Janeiro a usarem e a fornecerem a 
seus clientes apenas canudos de papel biodegradá-
vel e/ou reciclável individualmente e hermeticamen-
te embalados com material semelhante”. Centenas 
de milhares de cariocas apoiaram a causa por meio 
de uma petição online criada pela ONG Meu Rio, 
apoiadora do projeto. [...] O projeto de lei aprovado 
vai ao encontro de um crescente movimento global 
de combate ao lixo plástico, um dos principais vi-
lões da poluição marinha. Segundo a ONU, ao me-
nos 50 países têm propostas nessa seara. 
Texto adaptado de https://exame.abril.com.br/brasil/
rio-de-janeiro-eprimeira-cidade-brasileira-a-proibir-
canudos-plasticos/. Acesso em 13 set 2019. 
TEXTO 2 
Especialistas falam sobre o impacto do 
banimento dos canudos plásticos 
Os canudos plásticos estão sendo banidos em 
diversos municípios do Brasil em decorrência da 
aprovação de leis que proíbem o seu uso. Nossa 
reportagem ouviu alguns especialistas nesse tema 
para saber as suas opiniões. Veja abaixo o que eles 
nos disseram. 
Opinião de Alexander Turra, professor 
titular do Instituto Oceanográfico da USP. 
O banimento dos canudos parece ser uma ação 
assertiva, mas possui peculiaridades que não po-
dem ser desconsideradas. O banimento, diferente-
mente de campanhas de conscientização, não cria 
o nexo entre o não uso do canudo e seu eventu-
al benefício ambiental. A população precisa ter a 
oportunidade de compreender a questão para po-
der se posicionar de forma madura e responsável. 
O banimento também é baseado no pressuposto de 
que o canudo utilizado não encontra um sistema 
de coleta e destinação de resíduos sólidos adequa-
do, o que deveria ser garantido pelos municípios. 
Canudo é um item icônico para o diálogo sobre o 
lixo. Embora o canudo seja um item icônico para 
o diálogo sobre a temática, a importância de seu 
banimento como estratégia de combate ao lixo no 
mar é questionável. Os canudos não correspon-
dem aos itens mais abundantes no lixo encontrado 
no mar. Dentre as principais fontes de lixo estão 
as áreas de ocupação irregular em morros, vár-
zeas e manguezais, um problema socioambiental 
decorrente da pobreza e da falta de ordenamento 
territorial e de saneamento básico. Não tem lógi-
ca investir esforços e capital político no banimento 
como ação pirotécnica e midiática sem desenvolver 
estratégicas estruturantes para o combate ao lixo 
no mar, como a educação ambiental e a gestão de 
resíduos descartados pela população. 
Opinião de Pedro Cortez, professor do programa 
de PósGraduação em Ciência Ambiental da USP. 
Nesta terça-feira, 25 de junho, Bruno Covas, 
prefeito da cidade de São Paulo, sancionou uma 
lei que proíbe o fornecimento de canudos plás-
ticos em estabelecimentos comerciais da cidade. 
O governador do Estado de São Paulo, João Dó-
ria, promete fazer, em breve, o mesmo para todo 
o estado de São Paulo. Tanto o estado quanto a 
sua capital seguem, de maneira tardia, a esteira 
de outras cidades brasileiras que já baniram os 
canudinhos plásticos. O Rio de Janeiro fez isso 
há um ano. São Paulo perde a oportunidade de 
estabelecer o protagonismo na gestão de resídu-
os e no desenvolvimento de políticas ambientais 
mais avançadas. Poderia aproveitar e banir o uso 
de descartáveis plásticos (não apenas dos canu-
dinhos), pois esses demoram muito tempo para 
serem degradados pelo meio ambiente e, em mui-
tos casos, acabam poluindo rios e oceanos. Há 
alternativas melhores. A cidade poderia assumir 
uma posição de destaque com políticas ambien-
tais inovadoras, servindo de (bom) exemplo para 
outras cidades no Brasil e também no exterior. 
Afinal, são 12 milhões de habitantes apenas na 
capital. [...] No estado do Rio de Janeiro, lei esta-
dual recentemente aprovada obriga as lojas de va-
rejo a trocarem as sacolas de plástico por modelos 
elaborados com material renovável. Seguindo a 
tendência, podemos esperar que apenas em 2020 
São Paulo faça o mesmo. Não antes disso. 
Texto adaptado de: https//sustentabilidade.estadao.com.br/
noticias/geral,anali se-so-acao-midiatica-sobre-canudos-nao-
adianta,70002888325.amp. Acesso em 13 set 2019. 
12 Extensivo Terceirão
TEXTO 3 
Texto adaptado de http://twitter.com/hastag/canudosplásticos. Acesso em 13 set 2019. 
Gênero textual – carta aberta 
(UEM – PR) – Contexto e comando de produção: A Câmara Municipal de Mundolândia, cidade onde você reside há anos, está 
em fase de discussão de um projeto de lei denominado “Canudo Zero”, que proíbe o uso de canudos plásticos em restaurantes, 
lanchonetes, padarias, bares. Você é um(a) estudante consciente das questões que envolvem a proteção do meio ambiente e, 
a partir da leitura dos textos 1, 2 e 3, e de seus conhecimentos sobre o assunto, decide redigir uma CARTA ABERTA, que será 
publicada no jornal Folha de Mundolândia, destinada aos vereadores de sua cidade, posicionando-se de forma favorável ou 
contrária a esse projeto de lei. O seu intuito é o de influenciar a decisão da Câmara e a opinião pública de sua cidade sobre 
o assunto. Considerando esse contexto de produção, redija o texto solicitado com o mínimo de 15 e o máximo de 22 linhas. 
Caso queira assinar seu texto, utilize APENAS Custódio ou Custódia.
Aula 29
13Português 8C
Proposta 02
(UNIOESTE – PR) – Escreva uma CARTA DO LEITOR para ser publicado na seção Painel do Leitor de um jornal de circulação 
nacional, posicionando-se sobre a temática:
2006 – 2016: 10 anos da Lei Maria da Penha
Uma hora é a bebida. Na outra, é o ciúme, a raiva acumulada, a não aceitação da separação. Com descul-
pas como essas, todos os dias centenas de homens batem, queimam, espancam, ameaçam e, às vezes, chegam 
a matar suas esposas, namoradas, filhas e outras mulheres da família. No Brasil, uma a cada cinco mulheres 
é vítima de violência doméstica, segundo dados da Secretaria de Política para Mulheres. Cercade 80% dos 
casos são cometidos por parceiros ou ex-parceiros. Há dez anos, uma lei foi criada no país para punir os auto-
res da violência no ambiente familiar. Batizada de Maria da Penha, em homenagem a uma das tantas vítimas 
de agressão, ela é considerada pela ONU (Organização das Nações Unidas) uma das melhores legislações do 
mundo no combate à violência contra as mulheres. Mas ainda há desafios, como a não aplicação da lei em 
alguns casos, a falta de grupos de recuperação para agressores e de atendimento especializado às vítimas, a 
não conscientização de parte da população sobre o que é violência doméstica.
Adaptado de: http://especiais.g1.globo.com/politica/2016/maria-da-penha-10-anos-em-10-historias/
 
Disponível em: <http://pvmulher.com.br/historia-hojr-lri-maria-da-penha/>. 
14 Extensivo Terceirão
Aula 29
15Português 8C
Proposta 03
(UEG – GO) – Os índices atuais de violência são preocupantes. A violência está disseminada no meio social sob formas variadas. 
Seja no trânsito, na escola ou no espaço familiar, seja nas grandes cidades ou no interior. Mesmo quando tipificada como 
homicídio, latrocínio, tráfico, a violência resiste às medidas de repressão. Alguns autores a consideram fruto da desigualdade 
socioeconômica, outros a implicam como resultado puro da falta de educação e ainda há aqueles que a identificam como 
um traço perene da natureza humana. A esse respeito, leia o texto de apoio a seguir.
Uma pesquisa de doutorado feita na Universidade de São Paulo mostra que a cada investimento de 1% 
na educação, 0,1% do índice de criminalidade é reduzido. O estudo que comprova a potencialidade da 
escola como um fator para influenciar o comportamento dos alunos e reduzir a violência foi feito pela eco-
nomista Kalinca Léia Becker em sua tese de doutorado no departamento de Economia da Escola Superior 
de Agricultura, em Piracicaba. “O objetivo geral do trabalho foi analisar a relação entre a educação e a vio-
lência, observando se a educação e a escola podem contribuir para reduzir a violência e o crime”, comenta a 
pesquisadora. A análise foi realizada por meio da construção de dois ensaios. No primeiro, foram coletadas 
evidências de que a atuação pública na área da educação poderia contribuir para reduzir o crime no médio 
e longo prazo. Nesta etapa, foi mensurado o impacto do gasto público em educação na redução da taxa de 
homicídios, utilizando dados dos Estados brasileiros, entre os anos de 2001 e 2009. No segundo ensaio, 
que foi financiado pelo programa “Observatório da Educação”, foram analisados alguns fatores do ambien-
te escolar e do seu entorno que poderiam contribuir para a manifestação do comportamento violento dos 
alunos, a partir de dados disponibilizados nas Provas Brasil de 2007 e 2009. “O primeiro ensaio fornece uma 
análise ampla e agregada do impacto dos gastos com a educação na redução da taxa de homicídios, enquan-
to o segundo volta-se para dentro da escola, analisando como os vários fatores do ambiente escolar podem 
prevenir a manifestação do comportamento violento”, conta. As análises constatam que a escola e a educação 
são fundamentais para a redução da criminalidade.
ALVAREZ, Ricardo. Pesquisa mostra que investimento em educação reduz criminalidade. Disponível em: 
<http://www.verlaine.pro.br/txt/platao-teeteto.pdf>. Acesso em: 09 nov. 2018.
A carta de leitor é um gênero textual, comumente argumentativo, que circula em jornais e revistas. Seu objetivo é emitir um 
parecer de leitor sobre matérias e opiniões diversas publicadas nesses meios de comunicação. Considerando a definição desse 
gênero textual, a leitura da coletânea e, ainda, suas experiências pessoais, escreva uma carta de leitor a um jornal ou revista de 
circulação nacional, emitindo seu ponto de vista − contrário, favorável ou outro que transcenda esses posicionamentos − a 
respeito da discussão exposta no texto de apoio, levando em conta a questão-tema da prova: Violência nos dias atuais: 
fruto da desigualdade social, da falta de educação ou da própria natureza humana?
 OBSERVAÇÃO: Ao concluir sua carta, NÃO a assine; subscreva-a com a expressão UM (A) LEITOR (A).
16 Extensivo Terceirão
Gabarito
29.01. a
29.02. a
29.03. d
29.04. b
29.05. d
29.06. a
29.07. a
29.08. c
29.09. d
29.10. d
29.11. b
29.12. c
29.13. a
29.14. d
29.15. a
29.16. b
29.17. e
29.18. b
29.19. O poema exalta a importância da verdade, honestidade e confian-
ça, valorizando também a compaixão, o amor e a alegria, numa 
realidade em que se pode viver sem medo e na qual a liberdade de 
ser o que se quer é fundamental.
29.20. Na cena IX da comédia O Juiz de Paz da roça, de Martins Pena, par-
ticipa o próprio juiz, o escrivão que intervém no final do excerto e o 
mensageiro denominado de “preto” a quem o juiz se dirige quando 
usa o pronome “teu” na frase “Toma lá um vintém para teu tabaco”. A 
carta enviada por Manuel André da Sapiruruca pretende estabelecer 
relações de proximidade com um magistrado que poderá, no futuro, 
favorecê-lo em alguma instância judicial. Além do mais, na parte final 
da fala do juiz, o espectador fica sabendo que tal comportamento é 
usual e corriqueiro nas relações entre roceiros e juízes: ”O certo é que 
é bem bom ser Juiz de paz cá pela roça. De vez em quando temos 
nossos presentes de galinhas, bananas, ovos, etc., etc.”.
17Português 8C
Temas em forma 
de pergunta
Nestas últimas seis aulas, estivemos concentrados 
nas propostas de redações opinativas em textos curtos. 
Vimos que, em textos com número de linhas abaixo do 
padrão tradicional (30 linhas), faz-se necessária a ado-
ção de uma estratégia argumentativa mais objetiva, de 
acordo com um espaço que varia de 10 a 20 linhas. 
Para terminarmos essa sequência, trabalharemos 
orientações a respeito de propostas argumentativas 
cujos temas são apresentados em forma de pergunta. 
Essa é uma situação que você poderá encontrar tanto 
nas provas tradicionais como nas provas modernas de 
redação. Veja alguns exemplos recentes. 
(FUVEST – SP) – Considerando as ideias apresentadas 
nos textos e também outras informações que julgar 
pertinentes, redija uma dissertação em prosa, na qual 
você exponha seu ponto de vista sobre o tema: 
Devem existir limites para a arte? 
(ACAFE – SC) – Considerando os textos da proposta 1, 
escreva uma redação que responda a pergunta: 
A Operação Lava Jato mudará o Brasil?
(VUNESP – SP) – Com base nos textos apresentados e 
em seus próprios conhecimentos, escreva uma disser-
tação, empregando a norma-padrão da língua portu-
guesa, sobre o tema: 
O voto deveria ser facultativo no Brasil?
Planejamento da redação
Sua redação, nessas situações, precisa ser uma respos-
ta argumentativa para esses temas que são apresentados 
em forma de pergunta. Em casos de dissertação em 30 li-
nhas, é possível que o texto responda à questão por meio 
da estrutura tradicional (introdução, desenvolvimento 
e conclusão). Porém, em questões de textos curtos, é 
possível planejar uma argumentação mais direta, mais 
coerente com o pouco limite de linhas para a escrita. 
Nesse caso, o planejamento da redação precisa ter 
como centro a resposta à pergunta apresentada no 
tema. Para um texto curto, a estruturação mais ade-
quada deve priorizar a afirmação (resposta à pergunta 
proposta) e a argumentação. Afinal, numa redação em 
torno de 15 linhas, pode ser perigoso elaborar uma 
introdução genérica que sirva de pretexto para preparar 
a discussão principal. Por isso, pense em uma estrutura 
a partir desta base:
 • Início do texto: retomada da questão e afirmação da 
tese. Lembre-se de que, nessa redação, a tese precisa 
ser a resposta dessa questão.
 • Exposição dos argumentos: para uma redação em 
torno de 15 linhas, convém desenvolver de um a dois 
argumentos.
Análise de proposta de 
redação
Como exemplo de carta de reclamação, trabalhare-
mos com uma proposta cobrada no vestibular UEM – PR.
A coletânea de recortes de textos abaixo, retira-
dos de fontes variadas, aborda a temática Vício na 
internet.Tendo-a como apoio, redija os gêneros 
textuais solicitados. 
Quando se fala em vício, logo pensamos em 
drogas, cigarro, álcool, jogatina, entre outros. Po-
rém, o vício está ligado a uma questão mais am-
pla, ou seja, não se restringe a um ou dois aspec-
tos, mas sim a diversos. Há o vício em internet, 
diagnosticado quando as pessoas têm sua vida 
pessoal, profissional e sentimental afetada pela 
permanência exagerada na internet. 
(Texto adaptado de http://www.brasilescola.com/informatica/cibervi-
ciado.htm) 
Vício em internet é doença, 
defende psiquiatra
Em editorial no American Journal of Psychia-
try, Jerald Block, da Universidade de Saúde e 
Ciência de Oregon, alega que o vício hoje é tão 
comum que deveria entrar na lista contida no 
Manual de Estatística e Diagnóstico de Distúrbios 
Mentais – o principal livro de referência da Asso-
ciação Americana de Psiquiatria para categorizar
Português
1B8CAula 30
Temas em forma de pergunta
18 Extensivo Terceirão
e diagnosticar doenças mentais. Segundo o es-
pecialista, o vício em internet tem quatro com-
portamentos principais: uso excessivo, frequente-
mente associado à perda da noção do tempo ou 
negligência de impulsos básicos; sentimentos de 
irritação, tensão ou depressão caso o computador 
esteja inacessível; necessidade de computadores 
melhores, mais software ou mais horas de uso; e 
reações negativas como brigas, isolamento social 
e fadiga ligadas ao uso do computador. 
(http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI2704377-EI4802,00.
html) 
Brasil está entre países que tratam viciados 
em internet 
Agnes Dantas 
Tem gente que senta diante do computador 
para trabalhar ou fazer o dever de casa, dá uma 
passadinha no MSN para ver quem está on line, 
e entra no Orkut para saber se há novos posts e, 
de repente, se dá conta de que se passaram 10, 12 
horas de conexão à internet. Nem todo o mundo 
sabe, mas existe uma linha tênue entre a mania de 
estar conectado e o vício em internet. 
(http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2006/10/31/286471817.asp) 
A doença da conexão
Ninguém se surpreende ao ver a executiva An-
diara Petterle entrar e sair de seu escritório com 
o laptop em mãos. Como tantos profissionais, é 
pela internet que ela dá respostas rápidas a seus 
clientes mais exigentes. Uma rotina normal, se 
não fosse tão difícil para essa gaúcha de 28 anos 
se desconectar. O problema veio à tona há quatro 
anos, quando uma viagem com o marido se tor-
nou um tormento diante da impossibilidade de 
se conectar à internet no local. (...) A compulsão 
por e-mails é uma extensão da dependência de 
internet, problema que se manifesta também com 
jogos e compras on-line, salas de bate-papo e sites 
eróticos. 
(Revista Veja, n.º 2001, 28 de março de 2007) 
Internet cria novo tipo de viciado: como as 
drogas e o álcool, o computador pode causar 
dependência, principalmente quando preen-
che carências e ansiedades 
“Ninguém se torna dependente de uma coisa 
que não traz prazer. A internet é, sem dúvida, 
prazerosa e se torna dependência quando passa 
a preencher uma carência, diminuir a ansieda-
de, aliviar uma angústia”, diz o psiquiatra André 
Malbergier, coordenador do Grupo Interdiscipli-
nar de Estudos de Álcool e Drogas do Hospital 
das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). 
(...) O tratamento também é semelhante ao que
se submete um dependente de droga. Inclui psi-
coterapia para tentar descobrir que conflitos pes-
soais levaram à dependência – parte dos viciados 
em internet, dizem os especialistas, tem extrema 
dificuldade de relacionamento social. Em muitos 
casos, é preciso tomar remédios que diminuam 
o impulso pelo computador. (...) “Não podemos 
transformar a internet no vilão, porque o proble-
ma é o uso que nós fazemos dela”, diz Maluh Du-
prat, da PUC-SP. “A internet é um instrumento 
fundamental.” 
(http://www.gtpos.org.br/index.asp?Fuseaction=Informacoes&Paren
tId=349) 
(UEM – PR) Redija, em até 15 linhas, uma resposta ar-
gumentativa à pergunta “A internet é nociva?”. Sua 
resposta pode apoiar-se na coletânea de textos, mas 
não deve apresentar cópias da mesma.
Exemplo de redação
A internet pode ser considerada nociva devi-
do a vários aspectos. Pessoas que passam horas 
em frente ao computador deixam de se relacionar 
com outras pessoas pessoalmente, e passam a ter 
contato apenas por e-mails e mensagens instantâ-
neas em sites de relacionamento, isso pode trazer 
problemas futuros devido à dificuldade de socia-
lização que pessoas assim poderão desenvolver. 
Inclusive problemas para procurar emprego, por 
exemplo. Pois, quem está à procura de trabalho 
precisa ter bom relacionamento com a comunida-
de em que vive.
Outro aspecto ruim da internet é a perda da 
noção de tempo. Muitos, quando se conectam à 
rede, podem acabar se distraindo com os vários 
recursos que a internet oferece, e, quando derem 
conta, perceberão que passaram horas conectados 
e, por isso, não realizaram algo importante para a 
própria vida. Isso pode até causar depressão, em 
alguém que perceba que não está vivendo para si 
e sim para a rede.
A internet também pode levar a um excesso 
de exposição das pessoas em sites de relaciona-
mentos. Quem coloca fotos suas e de seus amigos 
expõe não apenas a si próprio, mas todos a quem 
com ele convive. Essa exposição pode causar a 
dificuldade de desenvolvimento da capacidade 
de autorreflexão e introspecção, essenciais para a 
vida como um todo.
Adaptado de: ANTONIO, Juliano Desiderato & SANTOS, 
Jackline Altoé dos. A Estrutura Retórica do Gênero Resposta 
Argumentativa. Extraído de < www.uel.br/revistas/uel/index.
php/signum/article/download/18325/15700>. 
Acesso em: 25/06/18
Aula 30
19Português 8C
Testes
Assimilação
Leia o texto para responder à questão 30.01.
OS PROBLEMAS CAUSADOS PELOS 
AGROTÓXICOS JUSTIFICAM SEU USO?
A saúde humana é afetada pelos agrotóxicos 
de três maneiras: durante sua fabricação, no mo-
mento da aplicação e ao consumir um produto 
contaminado. Independentemente da forma de 
contato, os efeitos são extremamente perigosos. 
Problemas neurológicos, como o Mal de Al-
zheimer, estão associados à exposição a insetici-
das organofosforados, assim como o desenvolvi-
mento de transtorno do déficit de atenção com 
hiperatividade em crianças. 
A Agência de Proteção Ambiental dos EUA 
(EPA) afirma que o efeito do pesticida depende 
do princípio ativo nele presente. Os sintomas po-
dem variar, desde irritação da pele, até problemas 
hormonais e o desenvolvimento de câncer. 
Em 2007, pesquisadores descobriram, depois 
de realizarem um levantamento, que a maioria 
dos estudos revela a associação entre a exposição 
a agrotóxicos e o desenvolvimento de linfoma não 
Hodgkin e leucemia. 
Para as grávidas, o risco é dobrado. Pesqui-
sadores apontam para as fortes evidências que 
ligam o contato com pesticidas a problemas du-
rante a gestação, como a morte de fetos, defei-
tos de nascença, problemas de desenvolvimento 
neurológico, diminuição do tempo de gestação e 
pouco peso do bebê. 
Estudos estimam que aproximadamente 25 
milhões de trabalhadores agrícolas de países po-
bres sofram com algum tipo de intoxicação causa-
da por exposição a agrotóxicos. Há diversas situa-
ções comprovadas, como o caso de duas grandes 
empresas multinacionais que firmaram acordo – 
em 2013 – para indenização da ordem de R$ 200 
milhões, envolvendo cerca de mil trabalhadores 
contaminados por substâncias cancerígenas, en-
tre 1974 e 2002, numa fábrica de pesticidas em 
Paulínia, interior de São Paulo. 
Todos esses problemas se tornam especial-
mente importantes para o Brasil por tratarem-se 
de uma das principais fronteiras agrícolas do pla-
neta. Por isso, é importante discutir alternativas 
saudáveis aos agrotóxicos. 
Uma das possíveis opções para a substituição 
de agrotóxicos são os biopesticidas. De acordo 
com a EPA, o termo se refere a produtos feitos a 
partir de micro-organismos, substâncias naturais 
ou derivados de plantas geneticamente modifica-
das, que façamcontrole de pestes. 
Para o consumidor final, a situação é mais 
complexa, já que é difícil saber se o produtor uti-
lizou ou não biopesticidas na sua lavoura. Então, 
a opção é escolher, preferencialmente, alimentos 
orgânicos e sempre lavar frutas, legumes e verdu-
ras, independentemente da sua procedência. 
AIRES, Luiz. Os problemas causados pelos agrotóxicos justificam seu 
uso? Disponível em: <https://www.ecycle.com.br/component/content/
article/35-atitude/1441-os-problemas-causados-pelos-agrotoxicos-
justificam-seu-uso.html>. Acesso em: 07 maio 2019 (adaptado).
30.01. (IFPE) – É CORRETO afirmar que o texto 
a) narra a realidade de pessoas que trabalham aplicando 
agrotóxicos nas lavouras brasileiras. 
b) defende que apenas as grávidas devem evitar o consumo 
de alimentos com agrotóxicos. 
c) faz um alerta em relação aos prejuízos à saúde que são 
causados pelo consumo de alimentos com agrotóxicos. 
d) apresenta, como alternativa ao problema levantado, 
aumentar o uso de pesticidas. 
e) transmite a ideia de que empresas devem ser liberadas 
para fazerem uso de agrotóxicos, na condição de indenizar 
os funcionários que sofrerem algum dano. 
Leia o texto para responder à questão 30.02.
SÓ É LITERATURA QUANDO INCOMODA
Jana Lauxen
Como escritora, editora e, principalmente, lei-
tora, tenho observado um fenômeno desconcer-
tante acometer a literatura nacional: o processo 
de politização obediente dos novos escritores bra-
sileiros. Muitas vezes tenho a impressão de que 
a nossa produção literária cortou o cabelo, fez a 
barba, colocou sapatos de couro, terno, gravata, 
e agora é o genro que mamãe pediu a Deus. E, 
sabem: isso me incomoda. Profundamente.
Porque, em minha opinião, a literatura que não 
lhe sacode; que não lhe tira do lugar onde você con-
fortavelmente está; que não lhe faz repensar; que 
não desconstrói e bagunça; que não coloca o dedo 
na ferida e chafurda; é uma literatura inofensiva – 
logo, irrelevante. Os livros e autores que me con-
quistaram, e me fizeram compreender o poder da 
literatura na formação política e social de qualquer 
cidadão, falavam de sexo, de drogas, de dor, de vida, 
de desespero – e não de dragões, fadas e gnomos.
(...)
http://zonacurva.com.br/o-caminho-dos-excessos-
fazendo-diferenca/. Acesso em: 21 de fev 2017. 
20 Extensivo Terceirão
30.02. (EPCAR – MG) – Jana Lauxen, ao utilizar a expressão 
metafórica “genro que a mamãe pediu a Deus”, comparando-a 
à Literatura de nosso tempo, esclareceu que essa literatura é 
para ela 
a) provocativa e reflexiva. 
b) desconcertante e relevante. 
c) inofensiva e obediente. 
d) reflexiva e desconstrutora. 
Leia o texto para responder à questão 30.03.
‘Obsessão por dietas estraga alimentação 
perfeita do brasileiro’, diz Rita Lobo
Apresentadora critica moda de ‘substituir 
uma coisa pela outra’ e defende valorização da 
‘comida de verdade’ e do arroz e feijão contra 
epidemia de obesidade no Brasil: ‘População 
foi ficando obesa à medida que se afastou da 
cozinha’.
Por BBC
Atualizado 30/08/2017 07h33
Obsessão por dietas da moda, por contagem 
de calorias e por “substituir uma comida pela 
outra” são sintomas do nosso distanciamento da 
comida de verdade e da cozinha, diz a chef e apre-
sentadora Rita Lobo, que defende a importância 
do arroz com feijão como o “alimento perfeito” 
para o brasileiro. A ex-modelo envolveu-se com 
comida 20 anos atrás, quando estudou gastrono-
mia em Nova York e, desde então, popularizou-se 
com o site de receitas Panelinha (que deu origem 
a seis livros de culinária) e como apresentadora de 
televisão (seu programa no GNT, Cozinha Prática, 
estreou neste mês a nona temporada).
Um dos projetos de Rita, 42, chama-se justa-
mente Comida de Verdade, com consultoria do 
Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição 
e Saúde da USP, órgão que criou o Guia Alimen-
tar da População Brasileira – documento oficial do 
Ministério da Saúde. O Comida de Verdade ensina, 
em vídeos disponíveis no YouTube, a diferenciar 
comidas naturais (ou “verdadeiras”) das ultrapro-
cessadas – que costumam ser ricas em conservan-
tes, açúcares e sal, mas pobres em nutrientes. Uma 
nova etapa do projeto começará em novembro, 
voltada à introdução alimentar de bebês.
“Comida de verdade é a que tem origem na 
natureza, seja animal ou vegetal – todas as fru-
tas, verduras, grãos, cereais, carnes – e derivados 
desses alimentos, mas sem nenhum tipo de adi-
tivo químico. E, para quem mora no Brasil, não 
tem dieta melhor do que a brasileira”, afirma Rita 
Lobo, que conversou com a BBC Brasil a respeito 
de alimentação, dietas e hábitos gastronômicos. 
Rita traça paralelos entre a combinação clássi-
ca do Brasil – o “pê-efe”, com arroz, feijão e acom-
panhamentos – e famosas dietas internacionais, 
como a mediterrânea, a japonesa ou a francesa. 
“São centenas de anos (durante os quais) essa 
nossa dieta tem sido testada. Não é à toa que o 
arroz é servido com o feijão. Falta um aminoácido 
no feijão que justamente o arroz tem e, juntos, 
eles formam uma potência nutricional que quase 
não precisa de mais nada.”
Rita tampouco é adepta da ideia de “substituir 
isso por aquilo” – popularizada pela chef Bela Gil 
e pela ideia de trocar um alimento calórico por 
um menos calórico. Ficou famoso o tuíte de fe-
vereiro de Rita que, ao ser instada por um leitor 
a ensinar a preparar “maionese de óleo de coco 
e iogurte”, respondeu: “1) Isso não é maionese; 
2) Trate seu distúrbio alimentar”. Compartilhado 
quase 2 mil vezes, o tuíte rendeu tanto elogios 
por levantar o debate sobre comida real, quanto 
críticas por fazer menção ao sensível tema de dis-
túrbios alimentares.
Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/noticia/obsessao-
por-dietas-estraga-alimentacao-perfeita-do-brasileirodiz-
rita-lobo.ghtml (adaptado). Acesso em: 20 Set, 2017. 
30.03. (IFSC) – Marque a alternativa CORRETA, de acordo 
com o texto. 
a) Ao discordar de um leitor – que lhe propõe modificar uma 
receita de maionese –, Rita Lobo demonstra que concorda 
com a ideia de substituir alimentos, popularizada pela chef 
Bela Gil. 
b) Para Rita Lobo, a dieta dos brasileiros – baseada em arroz e fei-
jão – possui uma combinação química que a torna nutritiva. 
c) Quando era modelo, Rita Lobo era adepta da dieta medi-
terrânea. 
d) Por meio do projeto “Comida de Verdade”, Rita Lobo ensina 
como utilizar os alimentos ultraprocessados. 
e) Para Rita Lobo, as dietas da moda beneficiam a qualidade da 
alimentação dos brasileiros. 
Leia o texto para responder à questão 30.04.
O FIM DO LIVRO DE PAPEL
Só 122 livros. Era o que a Universidade de 
Cambridge tinha em 1427. Eram manuscritos 
lindos, que valiam cada um o preço de uma casa. 
Isso foi 3 décadas antes de a Bíblia de Gutenberg 
chegar às ruas. Depois dela, os livros deixaram 
de ser obras artesanais exclusivas de milionários e 
viraram o que viraram. Graças a uma novidade: a 
prensa de tipos móveis, que era capaz de fazer mi-
lhares de cópias no tempo que um monge levava 
para terminar um manuscrito. 
Foi uma revolução sem igual na história e blá, 
blá, blá. Só que uma revolução que já acabou. Há 
10 anos, pelo menos. Quando a internet começou 
a crescer para valer, ficou claro que ela passaria 
uma borracha na história do papel impresso e co-
meçaria outra. 
Aula 30
21Português 8C
Mas aconteceu justamente o que ninguém es-
perava: nada. A internet nunca arranhou o pres-
tígio nem as vendas dos livros. Muito pelo con-
trário. O 2o. negócio online que mais deu certo 
(depois do Google) é uma livraria, a Amazon. Se 
um extraterrestre pousasse na Terra hoje, acharia 
que nada disso faz sentido. Por que o livro não 
morreu? Como uma plataforma que, se compara-
da à internet, é tão arcaica quanto folhas de perga-
minho ou tábuas de argila continua firme? 
Você sabe por quê. Ler um livro inteiro no 
computador é insuportável. A melhor tecnologia 
para uma leitura profunda e demorada continua 
sendo tinta preta em papel branco. Tudo embala-
do num pacote portátil e fácilde manusear. Igual 
à Bíblia de Gutenberg. Isso sem falar em outro 
ingrediente: quem gosta de ler sente um afeto fí-
sico pelos livros. Curte tocar neles, sentir o fluxo 
das páginas, exibir a estante cheia. Uma relação 
de fetiche. Amor até. 
Mas esse amor só dura porque ainda não apa-
receu nada melhor que um livro para a atividade 
de ler um livro. Se aparecer… Se aparecer, não: 
quando aparecer. Depois do CD, que já morreu, 
e do DVD, que está respirando com a ajuda de 
aparelhos, o livro impresso é o próximo da lista. 
VERSIGNASSI, Alexandre. O fim do livro de papel. Disponível 
em: <https://super.abril.com.br/tecnologia/o-fim-do-
livro-de-papel/>. Acesso em: 06 out. 2017.
30.04. (IFPE) – A ideia central defendida pelo autor do texto é 
a) a evolução do pergaminho ao livro impresso a partir da 
produção da Bíblia de Gutemberg. 
b) a certeza de que a superação do livro impresso por outra 
tecnologia é só uma questão de tempo. 
c) a revolução na história da comunicação que a internet 
causou. 
d) a resistência do livro impresso à criação da internet. 
e) o afeto ao livro impresso, apesar da criação da internet. 
Aperfeiçoamento
Leia o texto para responder à questão 30.05.
Disponível em: <https://www.otempo.com.br>. Acesso em: 16 jul. 2019. 
30.05. (CPII – RJ) – A falta de empatia e de solidariedade na sociedade atual está presente na charge, tal tema é mais bem 
representado pela 
a) condição de estudante do menino em contraste com o sangue no chão. 
b) quantidade de televisores na vitrine em contraste com o livro e a mochila do menino. 
c) expressão corporal idêntica do jogador e da mulher em contraste com a posição dos espectadores. 
d) expressão corporal da mulher diferente da do jogador em contraste com o menino morto no chão. 
22 Extensivo Terceirão
Leia o texto para responder às questões 30.06. a 30.08.
Redes sociais
Lá nas redes sociais
o mundo é bem diferente
dá pra ter milhões de amigos
e mesmo assim ser carente.
Tem like, a tal curtida,
tem todo tipo de vida
pra todo tipo de gente.
Tem gente que é tão feliz
que a vontade é de excluir.
Tem gente que você segue,
mas nunca vai lhe seguir.
Tem gente que nem disfarça,
diz que a vida só tem graça
com mais gente pra assistir.
Por falar nisso, tem gente
que esquece de comer,
jogando, batendo papo,
nem sente a fome bater.
Celular virou fogão,
pois no toque de um botão
o rango vem pra você.
Mudou até a rotina
de quem está se alimentando.
Se a comida for chique,
vai logo fotografando.
Porém, repare, meu povo:
quando é feijão com ovo
não vejo ninguém postando.
Esse mundo virtual
tem feito o povo gastar,
exibir roupa de marca,
ir pra festa, viajar,
e claro, o mais importante,
que é ter, de instante a instante
um retrato pra postar.
Tem gente que vai pro show,
do artista preferido
no final, volta pra casa,
sem nada ter assistido,
pois foi lá só pra filmar.
Mas pra ver no celular
nem precisa ter ido.
Lá nas redes sociais
todo mundo é honesto
é contra a corrupção,
participa de protesto
porém, sem fazer login,
não é tão bonito assim
O real é indigesto...
Fura fila, não respeita
quando o sinal está fechado,
tenta corromper um guarda
quando está sendo multado
depois, quando chega em casa
digitando manda brasa
criticando um deputado
Lá nas redes sociais,
a tendência é ser juiz
é condenar muitas vezes
sem saber nem o que diz.
Mas não é nenhum segredo
Que quando se aponta um dedo
voltam três pro seu nariz.
Conversar por uma tela
é tão frio, tão incerto.
Prefiro pessoalmente
pra mim sempre foi o certo.
Soa meio destoante,
pois junta quem está distante
mas afasta quem está perto.
Tem grupo de todo tipo,
todo tipo de conversa
com assuntos importantes
e outros, nem interessa.
Mas tem uma garantia:
receber durante o dia
um cordel do Bráulio Bessa.
E se você receber 
esse singelo cordel
que eu escrevi à mão
num pedaço de papel
que tem um tom de humor
mas no fundo é um clamor
lhe pedindo pra viver.
Viva a vida e o real,
pois a curtida final
ninguém consegue prever.
BESSA, Bráulio. Poesia que transforma. Rio de Janeiro: Sextante, 2018.
Aula 30
23Português 8C
30.06. (CPII – RJ) – O texto critica a relação das pessoas 
com as redes sociais e evidencia certo distanciamento do 
cordelista no que se refere a esses espaços virtuais. 
Os versos que salientam tal distanciamento, reforçando-o 
por meio de um advérbio de lugar, é 
a) Lá nas redes sociais / o mundo é bem diferente (versos 
1-2) 
b) Quando é feijão com ovo / não vejo ninguém postando 
(versos 27-28) 
c) Esse mundo virtual / tem feito o povo gastar (versos 29-30) 
d) Conversar por uma tela / é tão frio, tão incerto (versos 
64-65) 
30.07. (CPII – RJ) – No texto, conforme é típico em textos 
poéticos, observa-se o emprego de linguagem figurada, 
como no 19º verso: celular virou fogão. 
Nesse verso, o poeta, em um processo de asso-
ciação de ideias e das funções dos objetos citados, 
aproxima-os valendo-se de uma metáfora. 
Assinale a alternativa que apresenta o efeito de sentido 
obtido com esse recurso. 
a) A rapidez e a inutilidade da tecnologia explicitadas evo-
cam um sentimento de estranhamento propiciado pelo 
verbo “virar”. 
b) A rapidez e a inutilidade da tecnologia explicitadas evo-
cam um sentimento de pertencimento propiciado pelo 
verbo “virar”. 
c) A rapidez e a praticidade da tecnologia explicitadas 
evocam um sentimento de estranhamento propiciado 
pelo verbo “virar”. 
d) A rapidez e a praticidade da tecnologia explicitadas 
evocam um sentimento de pertencimento propiciado 
pelo verbo “virar”. 
30.08. (CPII – RJ) – Mesmo pertencendo ao gênero cordel, 
pode-se dizer que o texto apresenta estrutura argumentativa, 
na medida em que há 
a) trechos dissertativos e descritivos funcionando como 
argumentos para a tese defendida na primeira estrofe. 
b) trechos dissertativos e expositivos funcionando como 
argumentos para a tese defendida na primeira estrofe. 
c) em cada estrofe um ponto de vista sendo defendido por 
meio de argumentos: nesse caso, versos com citações que 
funcionam como argumento de autoridade. 
d) em cada estrofe um ponto de vista sendo defendido por 
meio de argumentos: nesse caso, versos exemplificando 
atitudes da maioria dos usuários de redes sociais. 
Leia o texto para responder às questões 30.09. e 30.10.
Disponível em: <http://www.ivancabral.com>. Acesso em: 1 ago. 2019. 
30.09. (CPII – RJ) – Os braços cruzados e a testa franzida do 
menino, personagem da charge, indicam que ele está 
a) decepcionado, pois esperava por outro tipo de presente. 
b) preocupado, porque o presente chegou muito tarde. 
c) alegre, por ser presenteado com algo inesperado. 
d) entusiasmado, por ter ganhado algo muito útil. 
30.10. (CPII – RJ) – Não era exatamente este tipo de carrinho 
que eu queria ganhar!
No texto, o pronome este foi destacado com a intenção de 
chamar a atenção do leitor para outro modelo de carrinho, 
que provavelmente estaria nas expectativas da criança. Esse 
outro seria um carrinho de 
a) feira. 
c) mercado. 
b) carga. 
d) brinquedo. 
Aprofundamento
Leia o texto a seguir e responda as questões de 30.11. a 
30.15.
TEXTO I
Empatia, o sentimento que 
pode mudar a sociedade
Sem empatia, sobra intolerância, bullying, vio-
lência. Sem gastar um segundo imaginando como 
o outro se sente, de onde vem, em qual contexto 
foi criado, ao que foi exposto, sem se lembrar que 
cada um tem sua história e sem tentar entender 
como é estar na pele do outro, surgem os crimes 
de ódio, as discussões acaloradas nas redes sociais, 
o fim de amizades de uma vida toda. É preciso ter 
empatia para aprender que não existe verdade ab-
soluta, que tudo depende do ponto de vista.
24 Extensivo Terceirão
Segundo uma pesquisa da Universidade Estadu-
al de Michigan, nos Estados Unidos, o Brasil não é 
dos países mais empáticos do mundo. Sim, somos 
conhecidos pela alegria e pela hospitalidade, mas 
quando falamos em se colocar no lugar do outro e 
tentar entender o que ele sente, ainda estamos muito 
longe do ideal. [...] Mas o problema do egocentris-

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