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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI LÍNGUA INGLESA E APLICABILIDADE GUARULHOS – SP 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 2 HABILIDADES LINGUÍSTICAS DE AUDIÇÃO E DA EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA...........................................................................................................5 2.1 Estratégias práticas de audição em língua inglesa .............................. 6 2.2 Estratégias práticas da expressão oral em língua inglesa.................... 9 2.3 Estratégias práticas da escrita em língua inglesa .............................. 11 3 PARTES DO DISCURSO ......................................................................... 14 3.1 As partes do discurso na morfologia do inglês ................................... 14 3.2 Partes do discurso de acordo com suas funções na frase ................. 15 3.3 Partes do discurso e suas relações em sentenças ............................ 21 4 LINKINGS: AJUSTES NA FALA CONECTADA E ENTONAÇÃO DO INGLÊS............................................................................................................23 4.1 Fatores relacionados à pronúncia de sentenças na língua inglesa .... 23 4.2 A ligação entre palavras de uma mesma sentença na língua inglesa 26 4.3 A entonação e a produção de significados ......................................... 28 5 PRODUÇÃO DE TEXTO NA MODALIDADE ESCRITA ........................... 30 5.1 O vocabulário e a produção de texto .................................................. 31 5.2 Itens linguísticos para a construção de frases e textos ...................... 38 5.3 A leitura de um texto........................................................................... 43 6 INTRODUÇÃO AO ALFABETO FONÉTICO INTERNACIONAL ............... 47 6.1 A representação gráfica dos sons das línguas: o alfabeto fonético internacional ................................................................................................... 48 6.2 Os desafios enfrentados pelos aprendizes brasileiros de língua inglesa..............................................................................................................51 3 6.3 O ensino e a aprendizagem de pronúncia em língua inglesa: aspectos lexicais e metodológicos ................................................................................. 57 7 MÉTODOS DE ENSINO DE LÍNGUA INGLESA ...................................... 62 7.1 Aspectos da abordagem comunicativa ............................................... 71 8 INTEGRANDO AS QUATRO HABILIDADES LINGUÍSTICAS NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA .................................................................................... 74 8.1 Por que integrar as quatro habilidades? ............................................. 75 8.2 Como integrar as quatro habilidades .................................................. 78 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 HABILIDADES LINGUÍSTICAS DE AUDIÇÃO E DA EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/ Para melhorar a audição e a expressão oral em língua inglesa, deve-se praticar bastante e prestar atenção na pronúncia, para que se reconheçam os sons da língua, não só os sons isolados, mas também o som de uma palavra que se junta ao som de outra, já que na fala encadeada nem todos os fonemas são pronunciados. Normalmente, os sons finais de uma palavra se ligam aos iniciais da palavra seguinte. Além disso, a entoação do inglês falado depende da tonicidade das palavras. Apenas as palavras que carregam significado, como substantivos, verbos, adjetivos e advérbios são pronunciados claramente, enquanto palavras que contêm função gramatical (pronomes, artigos, preposições e conjunções) são pronunciadas de forma quase imperceptível, a menos que se queira, por algum motivo, enfatizá-las. O ritmo e a acentuação prosódica (ênfase em alguma palavra da fala), além da entoação crescente ou decrescente, são características do discurso oral em língua inglesa. Portanto, para aprimorar tanto a audição quanto a expressão oral, deve-se ouvir o mais possível e procurar falar bastante também (ABRANTES, 2019). Já o aprimoramento da escrita em língua inglesa requer estudo mais sistematizado das estruturas gramaticais, vocabulário e gêneros textuais. A prática da leitura atende bem a esse propósito, e o entendimento do desenvolvimento de textos de forma estruturada a partir de frase, tópicos frasais, palavras de ligação, introdução, desenvolvimento de parágrafos, conclusão e adequação de vocabulário ao contexto 6 e ao gênero são fundamentais para que a habilidade da escrita possa avançar em termos de proficiência linguística. Neste capítulo, você vai encontrar estratégias práticas para o aprimoramento da audição e da expressão oral e escrita. 2.1 Estratégias práticas de audição em língua inglesa Em uma perspectiva pedagógica, a audição se refere ao “reconhecimento do discurso oral” ou “entendimento da língua falada” (HUEI-CHUN, 1998). Trata-se de um processo muito ativo, pois não se lida somente com o que se escuta, mas também com a combinação daquilo que se escuta com outras informações familiares. É dessa maneira que esse processo ativo cria significados ao integrar o que se ouve ou se vivencia com dados já existentes em nossas mentes. Esse processo, normalmente, abrange cinco estágios: escuta, entendimento, rememoração, avaliação e reação. Essa habilidade integrativa desempenha um papel vital no processo de aprendizagem de uma língua estrangeira e potencializa a aquisição de outras habilidades linguísticas, como a fala, principalmente; bem como a leitura e a escrita, ainda que em menor proporção. Conforme Abrantes (2019), a audição em língua inglesa é a habilidade que trará resultados mais efetivos em termos de compreensão do idioma e possibilidade de se comunicar oralmente de forma independente. Sabemos que a prática é a melhor estratégia para que se domine determinado conhecimento, e com a audição em língua estrangeira não é diferente. Deve-se maximizar a quantidade de inputs diários, a dose de estímulos em língua estrangeira que se escuta, ou seja, ouvir podcasts de diferentes assuntos, ouvir música, assistir filmes e séries, ler em voz alta e gravar a própria voz, assistir videoaulas; todas essas práticas são muito bem-vindas e necessárias para que se avance na compreensão oral. Pode-se, por exemplo, acordar ouvindo uma música em inglês e prestar atenção na letra, cantar junto e depois pesquisar se há palavras ou expressões não conhecidas, a fim de buscar o seu uso e significado. No caminho para o trabalho, pode-se ouvir notícias em inglêse tomar nota de vocabulário a ser pesquisado. Na hora do almoço ou de algum intervalo, pode-se ouvir um podcast ou assistir um vídeo breve sobre assunto de seu interesse. Para finalizar o dia, antes de dormir, pode assistir a um episódio de uma série, um filme ou 7 mesmo meditação guiada. Essas diferentes modalidades de estímulos são interessantes, pois além de estimular o cérebro de formas diversas, permitem que se trabalhe com uma variedade de respostas àqueles estímulos. As estratégias práticas para se trabalhar a habilidade auditiva se baseiam na percepção global do áudio, ou seja, o tópico discutido; a combinação fonética que constrói palavras e sentenças e o uso de inferência e conhecimento anterior para tornar possível a compreensão do contexto. Esses itens devem ser levados em consideração e usados de forma equilibrada para garantir que se avance na habilidade auditiva. Underwood (1993, p. 21) enfatiza que os objetivos de alguém que se propõe trabalhar a compreensão oral devem incluir, pelo menos, quatro itens: Expor os ouvintes a várias experiências que envolvam a compreensão oral; Fazer com que a compreensão oral tenha um propósito; Compreender os processos envolvidos durante a compreensão oral; Construir autoconfiança dos ouvintes, de sua própria capacidade de ouvir. Em qualquer situação, o primeiro passo para se trabalhar a audição em língua inglesa acontece antes de se ouvir; é a capacidade de se prever o que será ouvido. Aqui, entra o conhecimento de mundo do ouvinte, seu conhecimento do tema que será abordado e também da estrutura da língua e seu vocabulário. Nem sempre se entende todas as palavras de determinado áudio ou vídeo, ou mesmo de uma conversa em língua estrangeira, mas o contexto e o conhecimento prévio ajudarão a compreensão do que está sendo expressado oralmente. A concentração do ouvinte é essencial na fase da escuta propriamente dita, para que haja o processamento da mensagem. Aqui, o ouvinte poderá reconhecer marcadores do discurso, conectores, entonação e a informação que está sendo passada. O ouvinte compara, contrasta e resume mentalmente o que está sendo dito. Cabe comentar que, na língua inglesa, nem todas as palavras são pronunciadas claramente, e muitas delas nem mesmo são pronunciadas. Como assim? Bem, existem dois tipos de palavras no inglês: as chamadas content words, ou palavras que carregam um significado, como substantivos, adjetivos, verbos, 8 advérbios, e as functional words, ou seja, palavras que têm uma função gramatical, como artigos, pronomes, preposições e conjunções. Na comunicação oral, normalmente, apenas as content words são pronunciadas claramente, a menos que se queira enfatizar uma functional word para trazer um contraste, esclarecer algum ponto da mensagem. Por exemplo, na frase: “I eat pizza yesterday”, normalmente o pronome “I” seria dito de forma sutil, a menos que se quisesse enfatizar que “eu” (I) comi pizza ontem, e não outra pessoa. Essa particularidade da língua inglesa falada muitas vezes prejudica o entendimento, bem como a maneira como as palavras soam na fala conectada, ou seja, uma palavra liga-se a outra e sua pronúncia difere um pouco daquela que se dá quando a palavra é falada isoladamente. Por isso, o conhecimento do contexto e dos marcadores de discurso serão grandes aliados na compreensão oral, já que permitirão a identificação de pontos relevantes e irrelevantes do que se escuta (ABRANTES, 2019). Outro ponto interessante a ser mencionado são as diferentes maneiras de se escutar. Podemos distinguir pelo menos quatro tipos de audição: inativa, ativa, seletiva e reflexiva. A primeira delas, a inativa, é apenas ouvir, sem prestar atenção no conteúdo que está sendo passado. Esse tipo de escuta habitua o ouvido à musicalidade da língua, ao ritmo e à entonação. Seria uma forma também de audição incidental, ou seja, quando não se tem o objetivo de escutar e absorver o que se escuta, mas acaba- se adquirindo vocabulário ou estruturas presentes naquela amostra sem que se perceba. A audição ativa, ao contrário da anterior, tem por objetivo compreender o que se escutou. Por isso, o ouvinte concentra-se no conteúdo que está sendo dito e busca compreender a mensagem. A audição seletiva, por sua vez, é uma escolha do ouvinte. Nem todo o conteúdo é absorvido, mas apenas o que se espera ou é interessante para o ouvinte, não exatamente o que está sendo dito. Já a audição reflexiva exige, além do esforço de concentração do ouvinte, também o esforço interpretativo e de observação a respeito da maneira como o conteúdo está sendo expressado. Quando buscamos aprimorar a habilidade auditiva em língua inglesa, devemos ter um propósito e treinar os diferentes tipos de escuta. Nossa atenção e concentração deverão estar direcionadas para a ideia geral, detalhes, partes específicas ou até mesmo o desenvolvimento das inferências a respeito de determinada amostra. Tomar 9 notas é outro recurso muito útil para tornar a audição em língua inglesa mais produtiva. Dessa forma, aumenta-se o vocabulário, percebe-se as sutilezas de pronúncia e entonação e aprende-se não só a respeito do assunto abordado, mas também da riqueza linguística presente naquela amostra. Lembre-se, ao estudar com vídeos e áudios, de ouvir e assistir mais de uma vez, para que se tire o maior proveito possível da mensagem passada no que se escuta. 2.2 Estratégias práticas da expressão oral em língua inglesa A fala é uma habilidade muito valorizada e, talvez, a mais almejada por quem começa a aprender uma língua estrangeira. A motivação para que se aprenda uma nova língua é a possibilidade de se comunicar e compreender o que é dito naquele idioma. E como se pode aprimorar a expressão oral em língua inglesa? Bem, como você já viu neste capítulo, a compreensão auditiva é essencial para que se desenvolva a habilidade de fala. Isso acontece mesmo em nossa língua-mãe. Como a criança aprende a se comunicar? Ouvindo sua família e outras pessoas falantes de seu idioma nativo, associando objetos e sentimentos a determinadas palavras. Sabemos que a aprendizagem de uma língua estrangeira, após determinada idade, será diferente da aquisição da primeira língua, mas o processo de ouvir será determinante para o sucesso desse processo. Há diversos estudos que tratam especificamente desses processos de aquisição e de aprendizagem de língua-materna (L1) e língua estrangeira (L2), mas não é esse o foco desta seção. O objetivo, aqui, é discutir 10 estratégias práticas para o aprimoramento da expressão oral em língua inglesa, sendo que o primeiro ponto é a importância da exposição à língua (ABRANTES, 2019). Ouvir sons, palavras, ritmo da fala, sotaques, tons, temas, gramática e vocabulário, quer assistindo vídeos, filmes, podcasts ou conversando, é uma maneira de se expor à língua. Buscar compreender a ideia geral e prestar atenção também aos detalhes nos fazem aumentar o repertório linguístico e nossa capacidade de expressar ideias. Uma boa ideia é memorizar e repetir o que se ouve em um vídeo ou áudio, ou mesmo repetir junto com o áudio ou vídeo para que se imite o ritmo e a pronúncia daquilo que se ouve. Segundo Abrantes (2019), praticar é a chave para o aprimoramento da expressão oral. Fale com nativos, não nativos, sozinho, leia em voz alta, descreva fotografias ou faça um resumo mental de uma matéria, decore histórias ou piadas e conte a alguém, o importante é articular os sons e as palavras. Existem vários grupos de conversação na internet e estrangeiros visitam e, muitas vezes, vivem em nosso país. Não desperdice oportunidades. Se a sua cidade tem potencial turístico e recebe estrangeiros, procure conversar com eles, frequente pubs ou outros locais onde possa ter contato direto com pessoas de outros países. A língua inglesa,hoje em dia, é uma espécie de língua franca, sendo usada como instrumento de comunicação entre pessoas de diferentes nacionalidades. Se você gosta de cantar, cante em inglês. Depois observe a letra, leia em voz alta, verifique vocabulário e estrutura, reflita sobre o conteúdo e converse consigo mesmo em inglês. Quando estiver na rua observe tudo à sua volta, pensando em inglês e falando. Parece estranho, mas essas são algumas ideias divertidas para que você se exponha ao inglês e aumente a sua prática diária. Segundo Williams e Burden (2000, p. 146), estudos sobre estudantes de língua estrangeira bem-sucedidos indicam que eles desenvolveram uma série de estratégias que são selecionadas e adaptadas de acordo com as suas necessidades e com base nos estudos de aquisição de língua estrangeira. Wenden (1991, p. 15) enfatiza a importância de aprender a aprender. A autora (1991) enfatiza a importância de o indivíduo se responsabilizar pela sua aprendizagem, porque as características individuais indicarão a maneira mais adequada de se abordar uma determinada atividade. Por isso, quando pensamos em melhorar a expressão oral, bem como as outras habilidades no aprendizado da língua estrangeira, devemos ser criativos e perceber quais atividades nos deixam mais à vontade, mais motivados a praticar e a aprender. Uma boa ideia é procurar uma atividade que lhe interesse, como filmes, culinária ou viagens, e buscar na internet cursos em inglês sobre o assunto. Procure manter contato com o professor e os colegas, utilizando a língua inglesa como 11 instrumento de comunicação. Sua curiosidade em relação ao assunto do curso fará com que você aprenda um vocabulário mais específico, socialize com pessoas de todo o mundo e divirta-se bastante. 2.3 Estratégias práticas da escrita em língua inglesa O ato da escrita difere da fala por ser menos espontâneo e mais permanente e por permitir um planejamento verbal mais cuidadoso. Por este motivo, as convenções da escrita tendem a ser mais rígidas do que as da conversação e a linguagem usada tende a ser mais padronizada (BROUGHTON et al., 1980). Escrever apropriada e eficientemente é uma habilidade da qual muitos de nós não pratica mesmo em nossa língua materna, mas aprender a produzir textos, respeitando as convenções da língua e da comunicação, é uma condição para a integração na vida social e profissional. De acordo com Kato (1999, p. 91), “[...] a escrita é um processo de descoberta, e o ponto de vista e as metas do escritor podem mudar a evolução do ato de escrever, ou seja, o planejamento”. Nessa mesma linha, Antunes (2003) salienta a importância de se desenvolver uma prática de escrita que considere o leitor, que tenha delimitado um destinatário e a finalidade ao escrever. Acrescenta que quem escreve, escreve para alguém ler, não existe a escrita “para nada”, “para nada dizer”. Ainda que escrevamos para nós mesmos, como você verá nas sugestões a seguir, existe uma finalidade, que é a de se treinar, praticar e se sentir confortável em se expressar em língua inglesa por meio da escrita. Assim como a audição é essencial para a expressão oral, analogamente a leitura também é para a expressão escrita. O primeiro passo para se escrever bem em inglês é ler muito nesse idioma. Leia extensivamente, a maior variedade possível 12 de textos: jornais, revistas, livros, blogs, websites, nos mais diversos gêneros textuais, como notícias, relatos, ficção, biografia, poesia, teatro, artigos, sinopses, cartas, etc. Essa variedade vai permitir que você observe modelos que devem ser seguidos por cada gênero, bem como os registros de linguagem (formal, neutro e informal), estruturas gramaticais, vocabulário, tom, figuras de linguagem e organização sintática e semântica. Uma boa ideia é observar as características de gêneros textuais. Como se deve desenvolver uma resenha, um ensaio ou uma entrevista? Perceber que, assim como no português, as frases se desenvolvem a partir de um tópico frasal, que devemos usar conectivos para criar relações entre as frases e os parágrafos, que se deve introduzir o assunto, desenvolvê-lo e concluí-lo. Além da leitura, a prática da escrita é a maneira mais eficiente de aprimorar essa habilidade. Escreva todos os dias, se possível. Faça suas anotações e escreva recados em inglês. Escreva cartas, e-mails, textos expressando a sua opinião sobre assuntos do seu dia a dia ou sobre seus estudos, crie um blog, etc. Antes de começar, pense sobre o tema que vai escrever. Use a técnica do brainstorming, ou seja, escreva tudo o que vier à sua mente referente ao assunto e depois selecione as ideias que considere interessantes. Depois disso, planeje o que vai escrever, qual o gênero, a quem se destina, vocabulário, exemplos e outros aspectos que você considere relevantes para a produção do texto. Escreva. Após escrever, leia, revise e corrija seus textos (ABRANTES, 2019). 13 Uma dica interessante é ouvir um podcast e transcrever o que foi dito, fazendo depois as devidas correções. Escreva resumos, ensaios, descrições, narrativas de histórias, entrevistas e o que mais a sua imaginação permitir. O mais importante, assim como em tudo na vida, é praticar para que se possa obter maestria no que se faz (ABRANTES, 2019). 14 3 PARTES DO DISCURSO Fonte: https://mainenglish.com Você sabia que as partes do discurso na língua inglesa são iguais às partes do discurso em outros idiomas, como por exemplo, no português, francês, italiano e espanhol? Na língua inglesa, existem oito partes do discurso, e o domínio do uso dessas partes influencia diretamente a interpretação e o uso fluente da língua. Neste capítulo você vai diferenciar todas as partes do discurso na língua inglesa e descrever cada uma de suas funções. Você também vai organizar essas partes do discurso em sentenças e diferenciar os três tipos de sentenças que existem na língua inglesa. 3.1 As partes do discurso na morfologia do inglês Na língua inglesa, e em vários outros idiomas, as palavras podem ser categorizadas em grupos de acordo com sua função e correlação em uma sentença. Sua função é o que denomina em seu papel no discurso, escrito ou falado, e não sua gramática sintática, por exemplo. É interessante lembrar que essas categorias só existem quando as palavras, ou partes, são analisadas em uma frase ou períodos 15 simples. Se abordadas de forma isolada, as palavras não possuem funções a serem comparadas ou categorizadas (DAIJO, 2017). De forma geral, existem oito grupos: substantivos, pronomes, verbos, advérbios, adjetivos, conjunções, preposições e interjeições. 3.2 Partes do discurso de acordo com suas funções na frase Felizmente, o inglês apresenta partes do discurso que são iguais ou muito parecidas com vários outros idiomas, como o português, francês, espanhol, italiano, entre outros. A seguir, você verá a definição da função de cada parte, seguida de exemplos. 1. Substantivo São palavras usadas para dar nome às pessoas, coisas, animais, lugares, ideias ou eventos. Substantivos são a forma mais simples das partes do discurso, motivo pelo qual são normalmente a primeira parte a ser ensinada no ensino fundamental. 16 Veja exemplos: Jack Nichilson, cars, birthday, universe, Carol, lights, death, happiness. Segundo Daijo (2017), existem diferentes tipos de substantivos: a) Substantivo próprio: nomes próprios, sempre começando com letra maiúscula. Referem-se a nomes específicos dados a pessoas, lugares e coisas. Veja exemplos: Pizza Hut, Game of Thrones, Mercedes-Benz. b) Substantivo comum: ao contrário dos substantivos próprios, estes dão nomes genéricos a coisas, lugares e pessoas. Veja os exemplos: Food, TV series, telephone, plants. c) Substantivo concreto: são todos os substantivos que podem ser sentidospelo tato, olfato, visão e audição. Veja exemplos: Sand, smoke, scissors, board, laptop, people. d) Substantivo abstrato: o contrário de substantivos concretos; são aqueles que não podem ser sentidos. São geralmente sentimentos ou situações. Veja os exemplos: Sadness, courage, love, passion, bliss. e) Substantivo contável: todos os substantivos possíveis de se contar ou medir; possuem a forma do plural. Veja os exemplos: Children, child, grams, kilos, leaf, nouns. f) Substantivo não-contável ou de massa: são aqueles que não se pode quantificar, contar ou medir, por isso não possuem a forma do plural. Caso precisem ser contados, uma unidade de medida deve ser necessariamente usada. Veja os exemplos: Water (líquidos em geral), rice (grãos em geral), information, feedback. g) Substantivo coletivo: referem-se ao nome dado aos grupos de animais ou coisas. Veja os exemplos: Coletivo de professores = faculty Coletivo de alunos = students 17 Coletivo de leões = pride Coletivo de oficiais da polícia = police 2. Pronomes Pronomes são nomes que substituem um substantivo. De acordo com Daijo (2017), seguem os principais: a) Pronomes dos sujeitos em uma oração: I, you (tanto para singular quanto para plural), he, she, it, we, they. b) Pronomes dos objetos em uma oração: Me, you (singular e plural), him, her, it, us, them. c) Pronomes possessivos: Mine, yours (singular e plural), his, hers, its, ours, theirs. d) Pronomes possessivos adjetivos: My, your (singular e plural), his, her, its, our, their. e) Pronomes relativos (que juntam duas frases): That, who(m), which, where, whose. f) Pronomes compostos indefinidos: Someone, anyone, no one, anybody, somebody, nobody, somewhere, anywhere, nowhere, sometime, anytime, somewhat. g) Pronomes de referência posterior: One, ones. 18 3. Adjetivos Adjetivos são usados para descrever ou qualificar um substantivo ou um pronome. Podem especificar tamanho, qualidade e número (DAIJO, 2017). Veja alguns exemplos: That was an awesone play. Everbody thinks there are two kinds of politicians: the bad ones, and the dishonest ones. I saw it. It was round, big, yellow and covered with wide stripes. Alguns adjetivos derivam da forma do particípio do presente ou passado de alguns verbos, por exemplo: interesting/interested, boring/bored, fascinating/fascinated. Adjetivos podem ser compostos, por exemplo: a two-yer-old girl; a four-bedroom apartment. 4. Verbos Provavelmente a parte mais importante do discurso, pois dificilmente conseguiremos nos expressar completamente de forma clara sem usar verbos. (Daijo, 2017) Verbos descrevem ou mostram ações físicas ou mentais ou estados (do sujeito ou do objeto). Exemplos de verbos em sua forma do infinitivo: To miss, to jump, to read, to cry, to be 19 Exemplos de verbos conjugados: Am, is, are, has, goes, play, do, want, sat, talked, believed, written, done, understood 5. Advérbios Advérbios descrevem forma, tempo, lugar e grau (DAIJO, 2017). Advérbios de modo: se referem a como as coisas ou uma ação acontecem. Por exemplo: Carol sang beautifully. O advérbio beautifully descreve como Carol cantou. Advérbios de tempo: descrevem quando alguma coisa aconteceu. Por exemplo: The party was yesterday. Outros exemplos de advérbios de tempo: tomorrow, today. Advérbios de frequência: descrevem de quanto em quanto tempo algo acontece e normalmente são posicionados entre o sujeito e o verbo, com a exceção de sometimes, que pode ser encontrado no começo, meio ou fim de frase. Quando o verbo to be é usado, o advérbio de tempo é posicionado após ele. Por exemplo: I often go to the supermarket; Sometimes I go to bed after midnight; She is always late. Advérbios de lugar: descrevem onde uma ação aconteceu. Por exemplo: I looked everywhere and couldn´t find him. O advérbio everywhere nos diz onde procurei a pessoa. Advérbios de grau: denotam a intensidade de algo ou como algo aconteceu. Por exemplo: Steve Jobs was very talented; This is quite a good meal; We had a rather awkward guest. 6. Preposições As preposições são palavras ou termos que apresentam uma relação com a próxima palavra, ou seja, o objeto (direto ou indireto) e a palavra anterior, como um verbo, por exemplo. Preposições normalmente especificam lugar, tempo e pessoas. Por exemplo: under, before, by, from, without, to, at, on, in, throughout, near, since, in front of (DAIJO, 2017). 20 7. Conjunções As conjunções tornam textos e frases mais coerentes e fáceis de entender e interpretar, já que são usadas para conectar ideias e informações. As conjunções, segundo Daijo (2017) podem ser organizadas de acordo com suas funções: a) Conjunções coordenadas: provavelmente a conjunção mais usada na língua inglesa. Sua função é ligar palavras, frases e orações. São posicionadas entre informações, e não no início ou no fim. Exemplos: and, or, so, but, for, nor, yet. b) Conjunções subordinadas: usadas para conectar duas orações; estas conjunções introduzem uma oração dependente e a conecta com a oração independente. Podem ser posicionadas no começo, meio ou final da frase, no caso de though, por exemplo. Por fim, uma vírgula é normalmente acrescentada entre orações. As conjunções subordinadas mais comuns são: while, as soon as, although, before, even if, because, no matter how, whether, wherever, when, until after, as if, how, if, provided, in that, once, supposing, unless, in case, as far as, now that, as, so that, though, since. c) Conjunções correlativas: são sempre usadas em pares e usadas para conectar elementos com algo em comum. São elas: either...or; neither...nor; not only...but also; both...and; whether...or; so...as. 8. Interjeições São as partes do discurso que expressam emoções ou sentimento inesperado. Por representarem emoções, são normalmente seguidas de ponto de exclamação. Alguns exemplos de interjeições: a) De dor: Ouch! b) De celebração: Yay!; Hurray! c) Para chamar atenção: Hey!; Oi! d) De dúvida: Oh? e) De surpresa ou entendimento: Ah!; Oh! f) De graciosidade: Aaawwww! 21 3.3 Partes do discurso e suas relações em sentenças As partes do discurso em isolado são instrumentos limitados, não sendo relevantes quando se trata de interações em uma sociedade. Elas podem até transmitir algum tipo de interação inicial ou superficial, porém geralmente são necessárias combinações de várias palavras, ou partes do discurso, para criar sentenças e parágrafos que possibilitem a comunicação de um pensamento, teoria ou ideia. Tendo isso em mente, para que haja um entendimento ou comunicação, ou usuário de qualquer língua deve necessariamente ter a capacidade e agilidade de entender a análise da combinação de elementos das partes do discurso que, juntos, formam sentenças que carregam significados. Consequentemente, a relação que as partes do discurso têm entre si são de importância relevante na criação de sentenças em qualquer tipo de comunicação que envolva linguagem, inclusive a língua de sinais (DAIJO, 2017). Uma sentença pode ser definida de diferentes formas, de acordo com Martins, Souza e Souza (2010): Uma sentença é uma coleção de palavras que expressam um significado sobre alguém, alguma coisa ou lugar; Uma sentença é um pensamento expressado em palavras organizadas de tal forma que exista um sujeito, que no caso passa a ser o tópico principal do pensamento, e um predicado, que expressa a ação, estado ou condição sobre o sujeito; Uma sentença é um grupo de palavras relacionadas para expressar um pensamento por completo, de forma assertiva, exclamatória ou questionadora; Uma sentença é um conjunto fechado de palavras que contém um sujeito e um predicado, que expressam uma declaração, pergunta,exclamação ou comando. 22 Independentemente da forma como é definida, se analisarmos as descrições acima, podemos notar que todas apresentam a mesma ideia: um pensamento, expresso por palavras, com um sujeito e um predicado. Resumidamente, podemos dizer que uma sentença sempre possui: 1. Um sujeito; 2. Um verbo finito, ou seja, um verbo restrito a uma pessoa, número, maneira ou tempo; 3. Um predicado, isto é, uma ação, estado ou condição que é questionada, imposta, ordenada, exclamada por um verbo finito. Sobre os tipos de sentenças, existem as: Sentenças simples que contêm uma informação. Exemplo: She went home early. Sentenças compostas que são formadas de duas sentenças simples e unidas por uma conjunção, ou um advérbio com função de conjunção. Exemplo: She went home early, but she forgot her Keys at work. Sentenças complexas que são sentenças que começam com uma conjunção, seguida de duas sentenças simples separadas por uma vírgula para distinguir as duas ideias. Exemplo: Although she went home early, she had to go back to work to get Keys she´s forgotten. 23 4 LINKINGS: AJUSTES NA FALA CONECTADA E ENTONAÇÃO DO INGLÊS Fonte: https://images.educamaisbrasil.com.br Os textos orais produzidos em língua inglesa são formados por palavras. É a organização lógica dessas unidades linguísticas que permite que os usuários desse idioma se expressem em interações sociais distintas. As atividades linguageiras funcionam como cadeias de sentido nas quais os sujeitos, ao utilizarem intencionalmente a língua, também assumem um papel importante nas trocas simbólicas construídas em diferentes eventos comunicativos. Nessa perspectiva, é preciso levar em conta tanto os aspectos que constituem a língua inglesa como um código linguístico quanto os que envolvem o seu uso por parte de seus falantes. Neste texto, desenvolveremos conhecimentos que envolvem a pronúncia de sentenças, a ligação entre diferentes elementos de sentenças e a entonação como um fator relacionado à produção de significados (ALVES, 2017). 4.1 Fatores relacionados à pronúncia de sentenças na língua inglesa A pronúncia da língua inglesa possui uma característica que faz com que determinadas palavras, ao serem pronunciadas, conectem-se foneticamente às outras. Esse fenômeno é conhecido como “connected seepch” (fala conectada ou discurso conectado). 24 Para Avery e Ehrlich (1992), a pronúncia desse idioma também está relacionada a aspectos que envolvem o uso dessa íngua por parte dos falantes, como ritmo, ênfase e entonação, os quais também serão fatores essenciais para a produção e compreensão da fala conectada. Se um falante não nativo, por exemplo, não tiver familiaridade com a fluidez da fala conectada ao ouvir um falante nativo, sua compreensão da língua oral poderá ser comprometida. O mesmo pode ocorrer com a sua pronúncia, que pode não ser compreendida por um falante nativo. De acordo com os autores (1992), para produzir sentenças que tenham a ênfase adequada, é preciso conhecer dois grupos da língua inglesa: as palavras de conteúdo (content words) e as palavras funcionais (function words). Conforme mencionado em capítulo anterior, o primeiro grupo é composto por palavras que expressam significados de forma independente: substantivos, verbos principais, advérbios, adjetivos, palavras interrogativas (conhecidas como wh-questions) e pronomes demonstrativos. Essas palavras geralmente serão enfatizadas nas sentenças. O segundo grupo é composto por palavras que estabelecem relações gramaticais: artigos, preposições, verbos auxiliares, pronomes, conjunções e pronomes relativos. Esse grupo de palavras não costuma ser enfatizado em sentenças (ALVES, 2017). Dadas as distinções, utilizemos as palavras funcionais como exemplos para observarmos a fala conectada. Abaixo, estão representadas as pronúncias de palavras funcionais empregadas de forma isolada (pronúncia forte) e utilizadas em sentenças (pronúncia fraca). 25 Como pode notar, o uso dessas palavras como elementos constituintes de sentenças modificou a pronúncia dos vocábulos. Veja, agora, mais um exemplo. Observe o que ocorre com as consoantes finais das palavras funcionais of e and ao serem empregadas em sentenças: Observe, no exemplo apresentado, que as palavras funcionais perderam as suas consoantes finais ao serem utilizadas em sentenças que apresentaram fenômeno da fala conectada. Tal ocorrência demonstra que a conexão entre as 26 palavras segmentadas discursivamente acarreta mudanças fonéticas específicas em vocábulos empregados sintaticamente. Diante dos aspectos apresentados, é possível notar, portanto, que existem fatores prosódicos que influenciam determinados sons da língua inglesa. Dessa forma, o fenômeno da fala conectada ilustra a importância que a dimensão do uso da língua representa quando estudamos a pronúncia desse idioma (ALVES, 2017). 4.2 A ligação entre palavras de uma mesma sentença na língua inglesa Na pronúncia da língua inglesa, algumas palavras são “ligadas” durante o processo da fala conectada. Linguisticamente, essa relação é designada pelo termo inglês “linking”, que representa a ligação dos sons de palavras segmentadas em sentenças. Avery e Ehrlich (1992) apresentam exemplos que categorizam essa ligação fonética entre as palavras: 1. Ligação entre consoantes e vogais: ocorre quando uma palavra termina com uma consoante é seguida por uma palavra que começa com uma vogal. A consoante parece se tornar parte da palavra seguinte. Exemplo: stop it; with it; washed it; cash out; e back out. 27 2. Ligação entre consoantes: acontece quando uma palavra que termina com uma consoante é seguida por uma palavra que também começa com uma consoante. A consoante final geralmente não é pronunciada. Exemplo: stop trying; bad judge; lap dog; big boy; e let down. 3. Ligação entre consoantes idênticas: ocorre quando a consoante final de uma palavra e consoante inicial da palavra seguinte possuem sons idênticos. Ambas são pronunciadas como uma consoante mais longa. Exemplo: if Fred; hurt Tom; with thanks; balck cat; e push Shirley. 4. Ligação entre vogais: acontece quando palavras que terminam com vogais longas, como /iy/, /ey/, /uw/ ou /ow/, são seguidas por palavras que começam com uma vogal final e vogal inicial da palavra seguinte. Observe a representação da junção dos sons entre parênteses. Exemplo: pay up (ey+V); way up noth (ey+V); flew in (uw+V); grow up (ow+V); e blow out (ow+V). 5. Ligação entre vogais e semivogais: ocorre quando palavras que terminam com vogais longas, como /iy/, /ey/, /uw/ ou /ow/, são seguidas por palavras que começam com a mesma semivogal que termina a vogal longa. Elas serão ligadas como consoantes idênticas. O som produzido pela junção dos sons está representado entre parênteses. Exemplo: be yourself (iy+y); pay yourself (ey+y); stay United (ey+y); do we (uw+w); e blow Wind blow (ow+w). 28 Os exemplos reproduzidos nos textos demonstram que o processo de segmentação das palavras é permeado por fenômenos fonéticos. Assim sendo, conforme defende Alves (2017), é de extrema importância considerarmos a correlação entre os componentes das palavras, como vogais, semivogais e consoantes, no processo de segmentação de vocábulos. Você também deve perceber a influência desses elementos na pronúncia e compreensão oral da língua inglesa. 4.3 A entonação e a produção de significados O processo de entonação da fala pode ser concebido como a forma como o falante de uma língua dá tom aos sons vocais que produz. Por variar de falante para falante, esse aspecto prosódico da emissão de sons faz com que características individuais dos sujeitos que se comunicam estejam presentes nas trocas simbólicas dos processoscomunicativos. Para Roach (2009), a entonação possui uma dimensão atitudinal, pois é ela que permite ao ouvinte identificar atitudes particulares dos falantes, como o entusiasmo, a dúvida, a amizade etc. Nesse sentido, para que a comunicação se dê de forma satisfatória, é necessário que o tom de fala seja utilizado de forma compreensível pelo falante para evitar, por exemplo, que a sua intenção comunicativa seja mal interpretada pelo seu ouvinte. Em outra instância, também existem línguas que utilizam a entonação sintaticamente. A língua inglesa é um exemplo desse emprego. Para Avery e Ehrlich (1992), no contexto linguístico, a entonação é comumente chamada de melodia da língua, pois está relacionada à mudança de tom que as pessoas usam quando falam, de forma padronizada. Por isso, ela assume um papel importante na produção de significados. Para exemplificar, vamos observar os usos da entonação em dois exemplos apresentados pelos autores: Denna´s helpful isn´t she? Neste exemplo, a finalização da sentença em um tom ascendente significa que o falante não tem certeza sobre o que diz de Denna. Ele espera que o ouvinte se manifeste. 29 Denna´s helpful, isn´t she? Já neste outro exemplo, o tom descendente utilizado ao final da sentença indica que o falante tem certeza sobre o que afirma de Denna. Ele aguarda que o ouvinte concorde com ele. Os exemplos apresentam a importância da entonação no uso de tag questions (outros usos igualmente relevantes da entonação no inglês são para interrogações, frases afirmativas, listagem de elementos, expressão de sentimentos, ênfase e contraste entre elementos). Note que o uso diferenciado da entonação produziu diferentes sentido nas sentenças. Ainda, os demais aspectos abordados no texto também demonstraram como a entonação é importante na produção de significados durante o processo de interação entre falantes e ouvintes, tanto na dimensão sintática quanto na prosódica. Desse modo, você precisa considerar a importância desse componente fonológico na comunicação e produção de significados na língua inglesa, identificando suas nuances. 30 5 PRODUÇÃO DE TEXTO NA MODALIDADE ESCRITA Fonte: https://2.bp.blogspot.com Você já parou para pensar sobre como a comunicação acontece ao seu redor? E como você se comunica, como você se expressa? Muitas são as formas para nos comunicarmos: quando falamos com nossos pais, amigos, vizinhos; quando conversamos na escola, com os professores, colegas e no trabalho – em cada uma delas, usamos um tipo de linguagem, de vocabulário. Quando escrevemos, a linguagem que usamos é diferente, assim como o vocabulário, já que, para cada situação, usamos um tipo de linguagem. A comunicação escrita é uma forma de comunicação que acontece quando você lê um jornal, um livro ou quando você produz algum texto, um e-mail. Neste capítulo, você mergulhará no mundo da comunicação textual e estudará a linguagem utilizada para escrever determinados textos, a forma como os verbos são conjugados, seu significado e, a partir de um texto pronto, como fazer a leitura desse texto oralmente. Você verá a diferença de linguagem entre a produção oral, ou seja, quando produzimos nosso discurso para falar ou conversar 31 com alguém, e a produção textual, quando produzimos um texto com um objetivo: comunicar uma mensagem, contar uma história, etc. 5.1 O vocabulário e a produção de texto A produção de texto é uma tarefa considerada difícil para a maioria dos estudantes. Seja na língua materna ou em uma língua estrangeira, escrever exige esforço. Esse esforço está relacionado à capacidade que um estudante tem de conhecer o tema, o assunto sobre o qual deve dissertar, as regras gramaticais da língua em que ele produzirá o texto e a habilidade de utilizar a linguagem adequadamente na modalidade escrita para se expressar. As pessoas interagem por meio da linguagem, utilizando-a verbalmente e não verbalmente, pois nos comunicamos de muitas formas, principalmente com base na fala e na escrita. Para nos comunicarmos, seja pela fala ou pela escrita, utilizamos a linguagem verbal e a não verbal. A linguagem verbal se manifesta pelas palavras falada ou escrita e a linguagem não verbal se manifesta pelos símbolos e gestos, pelas imagens e cores, etc. Toda vez que nos comunicamos, utilizando um tipo de linguagem, essa linguagem exerce uma função (JAKOBSON, 1985). As funções das linguagens são: Função referencial: essa função se refere a falar das coisas e dos seres no sentido real, tendo como característica informar direta e objetivamente (por exemplo, jornais, textos científicos, dissertação, etc.). Função emotiva: essa função está centrada no emissor, em quem se expressa, tendo como característica a subjetividade. Reflete um sentimento verdadeiro ou simulado, baseado na emoção (por exemplo, música, poesia, depoimentos, etc.). Função conativa: essa função está centrada no receptor; tenta-se persuadi-lo, influenciá-lo, manipulá-lo, focando no uso do imperativo (por exemplo, anúncios publicitários e campanhas políticas). Função fática: essa função trata de testar o canal de comunicação para estabelecer ou prolongar tal comunicação, ou até mesmo para 32 interrompê-la (por exemplo, cumprimentos, interjeições e verbos como: “entendeu? ”). Função poética: essa função está na estrutura da mensagem, sendo mais subjetiva e conotativa. É também caracterizada por rimas e ritmos. (por exemplo, poesias e campanhas publicitárias). Função metalinguística: essa função usa a língua para explicar a própria língua; é quando o emissor explica o código linguístico, e o receptor reflete sobre esse código (por exemplo, as regras da língua inglesa, da língua portuguesa, etc.). Atualmente, há uma diversidade de linguagens utilizadas por todos os tipos de pessoas. O advento da tecnologia colaborou como um dos fatores que exerce forte influência no uso da linguagem para a comunicação. No entanto, existem muitos gêneros discursivos que se modificam com o passar do tempo. Um gênero textual consiste, geralmente, em um tipo de texto, uma variedade de textos que trazem características evidentes, podendo modificar-se com o passar do tempo (SILVA, 2019). Uma revista especializada em textos sobre filosofia antiga apresenta um tipo de gênero textual de acordo com sua abordagem. Os gêneros narrativo, descritivo ou argumentativo são basicamente tipos de textos que servem como modelo para uma produção textual. Se alguém escreve um texto contando como foi seu dia, usará a narrativa como suporte e, inevitavelmente, a descrição para detalhar alguma pessoa ou objeto presente em sua narrativa. Se essa pessoa escreve um texto sobre as dificuldades de usar o transporte público no Brasil, possivelmente, argumentará sobre pontos positivos e negativos, chegando a uma conclusão. As práticas pedagógicas auxiliam na aprendizagem e no desenvolvimento do estudante, que precisará do suporte do docente para guiá-lo na sua produção textual. É com a prática da produção textual que o indivíduo desenvolverá a capacidade de organizar seu pensamento e seu conhecimento para transmitir suas ideias, informando o leitor sobre algo. Segundo Silva (2008), os principais tipos ou as principais sequências textuais são: 33 Sequência narrativa: essa sequência textual atende a uma narração. Narrar é o principal foco desse tipo de texto: conta-se uma história geralmente em ordem cronológica, utilizando principalmente os verbos no presente ou no passado. Sequência descritiva: essa sequência textual dificilmente será predominante em um texto porque atende à descrição de pessoas, objetos e lugares, fornecendo mais informação sobre eles. Sequência argumentativa: essa sequência textual atende a uma argumentação. Persuadire convencer são o foco desse tipo de texto, que faz isso objetivando um discurso que modifica a visão que se tem sobre determinado assunto. A compreensão superficial da língua, seja a língua nativa ou a língua estrangeira, é um problema para a elaboração de textos e precisa ser desenvolvida com a prática da leitura e da escrita. A importância linguística se faz tão presente quanto os aspectos sociais, culturais, cognitivos e ideológicos para que o letramento aconteça, colaborando para a construção do saber ler e escrever e tornando também a escrita, a produção de texto, uma forma de comunicação. Kleiman (1995) explica que o letramento é um processo que abrange práticas sociais utilizando a escrita, sendo ao mesmo tempo um sistema simbólico e tecnológico, e é realizado em contextos específicos para finalidades específicas. Porém, o letramento sobrepuja a escrita porque a escrita é apenas uma maneira de adquirir o código alfabético para se manifestar linguisticamente. Isso acontece porque, com o letramento, ainda não sabemos ler muito bem, pois estamos aprendendo a escrever e fazer uso desses saberes para compreender, mais tarde, os diferentes tipos de textos – por exemplo, textos de jornais, poemas, textos narrativos, etc. Isso também interfere no poder que é dado ao estudante de fazer uso desses materiais de escrita variados para interpretá-los e compreendê-los, conseguindo a informação central necessária. Como estudante de uma língua estrangeira, é essencial que ele pratique a leitura e a escrita para fins específicos e que o educador o oriente dentro desse contexto específico. Dessa forma, o estudante terá a oportunidade de treinar não somente aspectos linguísticos relacionados à construção da escrita, mas 34 aspectos culturais, políticos e ideológicos necessários para seu crescimento e desenvolvimento (SOARES, 2000). Considerando o letramento para o ensino da língua inglesa, a prática por meio de textos favorece a aprendizagem, a aquisição da língua e o desenvolvimento do saber sobre vocabulário e sintaxe, coesão e coerência e gêneros discursivos. Ser letrado é saber usar os recursos linguísticos de maneira oral ou escrita e, assim, poder participar, criticar, interpretar e se expressar. Sendo o letramento a aquisição do discurso, aprender uma língua estrangeira, falar essa língua e escrever nessa língua caracteriza usar a língua não somente como um sistema composto por símbolos, mas como um dispositivo de comunicação e interação social, já que, como mencionado no início deste capítulo, as pessoas interagem por meio da linguagem, expressando seus sentimentos, suas opiniões, expondo suas críticas e interpretações e, dessa forma, evidenciam seu conhecimento de mundo. Silva (2019) defende que o ambiente em que a aprendizagem da língua é desenvolvida é de extrema importância, uma vez que os aspectos formais da língua são externos, ou seja, precisamos ir à escola para aprendê-los, precisamos praticá- los e continuar a vivenciá-los. Esse é um contexto que está diretamente ligado à condição socioeconômica do indivíduo, e é um processo que exige um olhar especial. O discurso deve ser coerente e, inevitavelmente, haverá frases e expressões que apresentarão significados em determinadas situações comunicativas a partir de nosso conhecimento de mundo. Em se tratando da aprendizagem de uma língua estrangeira, adquirir vocabulário é indispensável para uma comunicação eficaz. O vocabulário que o estudante aprenderá conterá palavras diversas, como verbos, substantivos, preposições, conjunções, entre outras, como as expressões idiomáticas. A língua inglesa é uma língua cheia de expressões que precisam ser estudadas para que sua compreensão e seu uso aconteça de forma adequada. Atualmente, já se sabe que a simples memorização de vocabulário não é a melhor maneira de aprender palavras novas. Inseri-las em um contexto no qual o estudante perceba a necessidade e a importância de sua utilização é o que deve ser trabalhado. Quando o estudante entende a aplicação dessas palavras, a relação que uma tem com a outra, seu significado e função, sua leitura e a construção de textos se tornam mais produtivas. 35 Explorar a leitura, focando em palavras mais conhecidas, em um vocabulário mais específico, é uma estratégia que pode guiar o estudante. Em primeiro lugar, pode-se fazer o reconhecimento de palavras de origem latina na língua inglesa; em seguida, perceber se essas palavras não são falsos cognatos, ou seja, palavras com grafia e pronúncia semelhantes no português e no inglês, mas com significados totalmente diferentes; prestar atenção nos prefixos e nos sufixos que ajudam a identificar o tipo de palavra e sua função na frase; após, identificar as palavras-chave, porque elas têm relação direta com o assunto; por fim, utilizar um dicionário para aprender possíveis significados das palavras desconhecidas após a leitura do texto e após a sua dedução pelo contexto. Os cognatos são classificados da seguinte forma: 1. Cognatos idênticos na grafia em inglês e português, como social, crime, animal, etc. 2. Cognatos muito parecidos na grafia em inglês e português, como impact, preserve, ambulance, etc. 3. Cognatos pouco parecidos na grafia em inglês e português, como interesting, probable, satisfy, etc. 4. Falsos cognatos com grafia ou pronúncia semelhante em inglês e português, como arm, actually, nowadays, etc. Os falsos cognatos podem aparecer com maior frequência, de modo que devemos ficar atentos a eles e focar principalmente nas palavras mais conhecidas para trabalhar o texto e entender o contexto, a ideia, a mensagem que ele passa. A dedução das demais palavras pode acontecer a partir dos vocábulos conhecidos, o que ajuda na aquisição de vocabulário – é assim que se aprendem novas palavras (SILVA, 2019). Outra forma de adquirir vocabulário é prestar atenção, como já dito, em palavras como, por exemplo, necessary, unnecessary ou necessarily (em português, necessário, desnecessário e necessariamente). A palavra necessary é um cognato um pouco parecido com necessário em português, o que facilita sua identificação. Portanto, unnecessary e necessarily não se tornam tão difíceis de serem identificados em um texto se prestarmos atenção no sufixo e no prefixo que os acompanham. Essa é uma prática que deve ser usada pelos estudantes para ler e escrever melhor. 36 Usado o vocabulário escolhido e apropriado para a produção de um texto, é hora de prestar atenção na textualidade, que reúne fatores linguísticos e extralinguísticos. A coesão e a coerência fazem parte dos fatores linguísticos, pois uma frase, um parágrafo, um texto não são construídos e não têm sentido se feitos com um agrupamento de palavras. As palavras precisam estar organizadas de tal forma que, sintática e semanticamente, conseguimos entender o enunciado, a informação, a intenção do texto. Um texto é coerente e coeso se as palavras se unirem de forma adequada, respeitando os conectivos que ligam determinadas palavras, frases e orações, fazendo sentido. Algumas palavras são elementos que realmente servem para “amarrar” frases e parágrafos, formando um texto. Essas palavras que “amarram” são os elementos coesivos que estabelecem relação entre as palavras, as frases, os parágrafos. Palavras como however, therefore, although, thus, por exemplo, ligam as frases e estabelecem uma relação semântica, pois informam contradição, causa, finalidade, etc. Essas palavras são chamadas de mecanismos coesivos e estabelecem a sequência das frases dentro do texto, garantindo a coesão textual, pois vão tecendo significado na construção do texto. Outros elementos coesivos são in, at e on, que acompanham substantivos formando um advérbio de tempo, como em in the morning, at noon e on Sunday (em português, de manhã, ao meio dia e no domingo),entre muitos outros, e de lugar, como em in the office, at the airport e on the plane, etc. (em português, no escritório, no aeroporto e no avião), além de outros marcadores considerados lógicos, como firstly, besides, because (em português, primeiramente, além, porque), entre outros (SILVA, 2019). É fundamental saber o valor que cada um desses elementos de coesão dá para o desenvolvimento do texto: eles vão ajudando a construir o texto de tal forma que entendemos a conexão estabelecida e evitamos repetições, até pela utilização de sinônimos e antônimos e pronomes que fazem referência a outros substantivos no texto, como em for example e for instance, perhaps e maybe, respond e answer (em português, por exemplo, talvez e responder). A tarefa de escrever sempre foi considerada difícil. Para escrever, precisamos conhecer a língua, e não apenas aquele conhecimento oral que estamos acostumados a usar para falar. Escrever um e-mail é um exemplo de comunicação menos informal e usado com muita frequência no meio profissional. Dependendo de para quem 37 estamos escrevendo, podemos decidir ser mais informais ou mais formais, porque há algumas questões que exigem tais formalidades, como a relação entre as partes. Por exemplo, se as pessoas que estão se comunicando por e-mail são mais distantes e o ambiente é profissional, a formalidade é preferível. Isso envolve saber começar e terminar um e-mail, utilizando uma linguagem adequada. Observe a seguir alguns exemplos, citados por Silva (2019): Essas frases são apenas alguns exemplos de linguagem escrita que podem passar a impressão de informalidade ou de formalidade dependendo da sua utilização. Cabe a quem está redigindo o e-mail perceber a necessidade de enviá-lo à pessoa, separar a linguagem pessoal da linguagem profissional, ou seja, informal da formal, ser claro, objetivo e educado e não escrever algo desnecessário. É importante observar, também, que há algumas expressões comuns na língua inglesa para iniciar e encerrar um e-mail. Escrever um e-mail é também uma atividade que precisa ser praticada. 38 5.2 Itens linguísticos para a construção de frases e textos Para começar a escrever, é imprescindível dominar alguns itens linguísticos. Tanto na língua portuguesa quanto na língua inglesa, conhecer o vocabulário e saber utilizá-lo é fundamental. Um tipo de palavra que aparece com muita frequência em textos escritos, e na fala também, é o substantivo. A função do substantivo é dar nomes às pessoas, coisas, lugares, dentre outros; e eles podem ser comuns, próprios ou abstratos (PENNA, 2008). São substantivos comuns: table, house, car, girl, student, shop, park, sea, beach, book, (em português, respectivamente: mesa, casa, carro, menina, aluno, loja, parque, oceano, praia, etc.), por exemplo. Esses substantivos dão nomes aos objetos e às coisas. Man, por exemplo, não é um objeto, mas essa palavra é considerada um substantivo comum por dar nome a um ser, dando-lhe significado (SILVA, 2019). São substantivos próprios: Ann, Brazil, New York, por exemplo, que são nome a pessoas e lugares e sempre começam com letra maiúscula. São substantivos abstratos: life, fear, pain, anger, hate, love, envy, bliss (em português, vida, medo, dor, raiva, ódio, amor, inveja, felicidade, etc.), por exemplo, sendo principalmente as palavras que expressam emoção e sentimento. Um substantivo é uma palavra que ocupa a posição do sujeito ou do objeto em uma frase e sua identificação facilita a compreensão e o papel que exerce nessa frase. Ele raramente aparece sozinhos nas frases, e é muito comum que seja acompanhado por artigos, adjetivos, pronomes possessivos, pronomes demonstrativos, um numeral e até mesmo por outro substantivo. 39 Observe o Quadro 1. As palavras destacadas são os substantivos acompanhados por um artigo, adjetivo, pronome possessivo, pronome demonstrativo, numeral e outro substantivo, nessa sequência. Esses substantivos são o núcleo, a parte mais importante de cada um dos grupos nominais do Quadro 1. Note o lugar que os substantivos ocupam, acompanhados de seus artigos, pronomes e seus modificadores. Além dessas construções, os substantivos também podem ser acompanhados de preposições, geralmente of (em português, de), como nos exemplos: the title of the text, the history of the world, the colour of the house (em português, o título do texto, a história do mundo, a cor da casa), nos quais title, history e colour são os substantivos considerados núcleos em inglês e em português. Essa é outra construção possível com os substantivos e que, para quem escreve em inglês, precisa estar clara para que o texto seja feito com as palavras que se combinam adequadamente. Vamos analisar a seguir as partes que compõem uma frase a partir desses exemplos. Uma frase é formada basicamente por SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO (objetos e advérbios). Nessa formação, o sujeito é reconhecido como aquele que pratica uma ação, respondendo às perguntas: Quem? O quê? É composto por 40 substantivos acompanhados de artigos, adjetivos, pronomes ou, ainda, um pronome reto (em inglês, subject pronoun). O verbo é usado para descrever a ação que é praticada por alguém, na voz ativa, ou a ação que é sofrida, na voz passiva. Na voz ativa, uma frase construída com um sujeito que pratica a ação, o verbo usado pode ser intransitivo ou transitivo. Quando o verbo é intransitivo, ele não exige um complemento e não é seguido de um objeto. Quando o verbo é transitivo, ele pode ser transitivo direto ou transitivo indireto. O verbo transitivo direto exige um complemento, e esse complemento é um objeto. O objeto, na frase, é composto por um substantivo, acompanhado de artigo, adjetivo, pronomes ou, ainda, um pronome oblíquo (em inglês, object pronoun). Um sujeito ou um objeto também podem ser formados por um grupo nominal, como: the title of the text, the history of the world, the colour of the house. Outros complementos podem ser os advérbios ou as expressões adverbiais, que são usados para responder as perguntas: Onde? Quando? Como? Esses advérbios ou expressões podem vir depois de verbos intransitivos ou transitivos, dependendo da necessidade que se tem de responder essas perguntas. As expressões adverbiais contêm mais de uma palavra para formar tal expressão e podem iniciar uma frase, sendo separadas por uma vírgula, sem serem usadas apenas no final da frase, como mostra a estrutura SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO (objetos e advérbios). Quando identificamos as partes que compõem uma frase, essa compreensão nos ajuda a entender como construí-las para elaborar nosso próprio texto. Outro item linguístico tão ou mais importante que o substantivo é o verbo. Os verbos pertencem à classe das palavras, assim como os substantivos, além dos adjetivos, advérbios, pronomes, numerais, conjunções, interjeições, artigos e preposições. O verbo é tão importante que, quando fazemos a análise de uma frase, começamos essa análise por ele, o verbo. Identificando o verbo, sabemos se a ação está acontecendo ou se pertence ao presente; se já aconteceu e pertence ao passado; ou, ainda, se expressa uma ideia de futuro. O verbo não é usado para falar somente de ações, mas também de estados, o estado em que alguém ou algo se encontra. Saber os tempos verbais nos ajuda a ter uma leitura mais clara do texto (SILVA, 2019). Os tempos verbais que ocorrem com muita frequência, em textos, são o presente e o passado. Em inglês, o present simple apresenta o verbo na forma básica, é a forma do infinitivo sem “to”. Dependendo do sujeito utilizado, se é um 41 sujeito que está no singular e se refere a he, she ou it, em que ele ou ela praticam a ação, ou algum assunto é tratado, o verbo conjugado no present simple para essas pessoas leva “s”ou “es”, dependendo da terminação do verbo. Ao usarmos o present simple em textos, queremos informar que uma ação acontece habitualmente ou que se trata de um fato. Most Brazilians have two mobile phones in this decade. Há também o present perfect em inglês, um tempo verbal que é composto pelos auxiliares have ou has + um verbo no particípio. Esse tempo verbal tem como característica informar desde quando ou há quanto tempo uma ação ou um estado acontece, ou seja, essa ação ou esse estado começou no passado e ainda ocorre no presente (SILVA, 2019). Brazilian population has increased dramatically over past years. O past simple é um tempo verbal usado para fazer referência a uma ação ou a um evento que começou e terminou no passado. A conjugação desse tempo verbal acontece de duas formas, com os verbos regulares e com os verbos irregulares. Os verbos regulares são formados com o acréscimo do sufixo “ed”. Ao final dos verbos regulares, no infinitivo, sem “to”, acrescenta-se esse sufixo. Os verbos irregulares apresentam uma grafia e uma pronúncia diferenciadas, não seguindo nenhuma regularidade. Há uma tabela dos verbos irregulares para consulta e, assim como os irregulares, os regulares precisam ser aprendidos e memorizados para que possamos usá-los adequadamente (SILVA, 2019). Brazil won the World Cup in the 70’s. O futuro em inglês é representado, por exemplo, por “will”, modal usado para nos ajudar a entender uma ideia de futuro a que nos referimos. Além desse modal, outros também são usados para expressar tal ideia futura, mas essa forma de se expressar dependerá do que o autor do texto quer informar. Os verbos modais usados para expressar uma ideia futura de possibilidade ou impossibilidade são can, can’t, 42 may, may not, could e couldn’t, enquanto o verbo modal will carrega a ideia futura de certeza comparado aos que expressam possibilidade (SILVA, 2019). The conclusion will bring the final results. Cabe alertar, neste momento, que verbos na forma imperativa são usados no início de frases, sem um sujeito explicito. A forma imperativa, na língua inglesa, refere- se a “you” (em português, tu ou você). Apesar de, no português, haver diferentes desinências verbais no imperativo, o inglês utiliza apenas uma forma, a do infinitivo sem “to”, de modo que o imperativo serve para dar uma ordem ou para fazer um pedido, uma súplica, uma solicitação ou para dar uma orientação, etc. e, como já comentado, é sempre para you, no singular (para uma única pessoa) ou no plural (para várias pessoas). Cabe ao educador proporcionar práticas pedagógicas que aproximem o conteúdo dos estudantes para que eles consigam desenvolver uma bagagem cultural capaz identificar o vocabulário apropriado para ser utilizado nos diferentes textos que devem produzir, ajudá-los a ler nas entrelinhas e aprender a interpretar, criticar e concluir, e dissertar adequadamente de acordo com o assunto a ser tratado, usando a linguagem de acordo com sua função (SILVA, 2019). 43 5.3 A leitura de um texto Quando uma pessoa aprende uma língua, ela aprende também um pouco da cultura e das formas de se expressar desse povo. Ao aprender a língua inglesa, aprendemos a história do país, da Inglaterra ou dos Estados Unidos, por exemplo, os costumes dos seus povos e suas preferências em relação à comida, ao entretenimento, etc. Há ainda outros países, como Canadá, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul, nos quais é possível aprender a língua inglesa e também seus costumes. Tudo isso representa informação colhida não só do funcionamento do idioma, mas de toda a riqueza que esse idioma carrega, já que a linguagem está presente nas mais diversas atividades proporcionadas pelo ser humano porque a comunicação acontece onde há pessoas, que usam a linguagem e falam um idioma (SILVA, 2019). Podemos ver que aprender uma língua estrangeira é uma forma de ampliar nossa visão de mundo, estabelecendo contato com pessoas e culturas diferentes e usando a comunicação para trocar informação e experiências. À medida que nos tornamos competentes em uma linguagem, a comunicação acontece de forma mais natural, e expressar-se e posicionar-se são reflexos do domínio da linguagem. Vivemos em um mundo globalizado, no qual a informação em forma de notícia nos chega a todo instante e das formas mais variadas. Saber lê-las e interpretá-las exige, no mínimo, que uma linguagem, um idioma, seja conhecido porque, inevitavelmente, teremos acesso a outras culturas. Nesse sentido, a língua inglesa é, sem dúvida, o idioma que mais fornece informações sobre ciência, tecnologia, política e economia. Assim, integrar as habilidades de reading, writing, listening e speaking para aprender a língua inglesa é fundamental. A leitura, seja ela em português ou em inglês, é uma competência que precisa ser desenvolvida e que não pode ficar restrita apenas ao conhecimento de textos escritos. Assim como nos comunicamos usando a linguagem verbal e não verbal, como comentado no início deste capítulo, também lemos essas linguagens. Se nos comunicamos com palavras, gestos, símbolos, anúncios, etc., também lemos as palavras, os gestos, os símbolos, os anúncios e os interpretamos. Nossa experiência nos ajuda a ler os mais variados sinais que nos rodeiam, e é com nossas experiências que conseguiremos entender, interpretar, criticar e concluir (SILVA, 2019). Falar de leitura não se limita a falar de um texto que temos que ler, porque também fazemos leituras diárias e de maneira abrangente, dependendo do nosso 44 estado emocional, cultural, social; começando antes do texto propriamente dito e ultrapassando-o. Ler um texto pede, também, entendimento de significado e considerações a respeito do papel do leitor, o objetivo do texto e o processo de interação que ocorrerá entre o leitor e o texto quando esse estiver em contato com o texto. Ler é um processo interativo e, ao mesmo tempo, comunicativo, porque o leitor interage com o texto, se vê no lugar daqueles acontecimentos, percebe a informação para si, e a comunicação acontece por causa da bagagem e das experiências que o leitor carrega consigo. Para ler, e ler bem, é fundamental que o leitor estabeleça um objetivo que faça com que sua leitura ocorra satisfazendo sua necessidade. De acordo com os diferentes níveis de leitura, conforme os diferentes tipos de textos e interesses, o leitor fará uma leitura mais superficial, rápida, detalhada, ou uma leitura prazerosa. Cada leitor tem um objetivo, e esse pode variar dependendo do interesse e da necessidade que se tem por determinado assunto. Quando um leitor tem interesse em um determinado tema, a leitura parece fazer mais sentido, e assim acontece quando necessitamos de alguma informação – ler sobre essa informação faz sentido. De acordo com Silva (2019), há, pelo menos, quatro níveis de leitura: 1. Compreensão geral: é quando há uma leitura rápida por parte do leitor e ele quer pegar informações de modo geral. É fundamental ter conhecimento de itens linguísticos, como verbos e tempos verbais, e conhecimento de mundo para assuntos diversificados. 2. Compreensão de itens principais: é quando há uma leitura mais detalhada por parte do leitor para buscar a informação necessária, a que lhe interessa. Os parágrafos são lidos atentamente. 3. Compreensão detalhada: é quando há uma leitura mais detalhada em relação às leituras anteriores por parte do leitor e ele, com essa leitura, compreende tais detalhes que permeiam o texto. 4. Leitura crítica: é quando há uma leitura mais analítica por parte do leitor e ele se atenta para itens como estrutura do texto, referências, entre outros, e faz uso dessas informações para sua análise e crítica, comparando esse texto com outros. 45 Saber ler é uma prática que deve ser desenvolvida pelos diversos leitores.Como já comentado, definir os objetivos é o primeiro passo do leitor, que deve, então, ser treinar, porque esses tipos de leitura precisam ser treinados. A leitura crítica, principalmente, precisa ser ensinada para que o leitor desempenhe seu papel crítico de maneira adequada, analisando o texto a partir de seu conhecimento de mundo, da compreensão das frases, do conhecimento linguístico e de mundo. De acordo com Silva (2019), o leitor pode também estabelecer estratégias de leitura, dependendo do propósito da sua leitura e de acordo com o gênero textual. A estratégia escolhida pelo leitor dependerá de seu objetivo, e só então ele conseguirá estabelecer um plano para uma compreensão textual adequada. Fazer inferências a partir de uma leitura geral é uma compreensão que o leitor precisa ter e saber fazer. As inferências só acontecerão se o leitor tiver conhecimento de mundo, de maneira que conseguirá formular hipóteses e até propor solução para um eventual problema. Outros itens, como título, formato do texto, início e fim de parágrafos, uso de linguagem não verbal e até mesmo palavras de origem estrangeira ou, ainda, os falsos cognatos, servem como estratégias para o leitor. Quanto a utilização do dicionário para auxílio nas leituras, alguns especialistas sugerem sua utilização em último caso, apesar de poder ser incorporado como um importante instrumento de aprendizagem. No entanto, ao consultá-lo, sendo um dicionário de inglês-português ou português-inglês, é necessário dar atenção para as definições possíveis. Existem muitos dicionários, entre eles os eletrônicos, e uma imensa variedade pode ser escolhida de acordo com a preferência ou com a ajuda de um professor de inglês. Aprender a utilizá-los facilitará a consulta, porque não podemos assumir como certa a primeira definição de uma palavra sobre a qual queremos saber o significado. Em inglês, muitas palavras assumem traduções diferentes dependendo de como estão inseridas na frase, apresentando significado e função diferentes. Confira os exemplos a seguir: 46 Quando procuramos o significado da palavra “close”, encontramos como primeira definição fechar, a primeira tradução que aprendemos quando começamos a estudar inglês. Depois, estudamos que “close” também tem significado de próximo, um adjetivo. Mais tarde, aprendemos que “close” também serve como um verbo presente em expressões, podendo ser traduzido como encerrar, além de assumir equivalências como perto, estreito, etc. O significado de “close” dependerá da posição que ele ocupará na frase, podendo ser verbo, adjetivo ou até mesmo um advérbio (SILVA, 2019). Devemos prestar muita atenção na disposição das palavras no dicionário para usar a tradução mais adequada e conseguir a interpretação correta, aquela que realmente faz sentido no texto. O dicionário também traz, na sua organização, o que aquela palavra significa, um countable noun ou um uncoutable noun, um verbo, seu passado e particípio, um adjetivo, um advérbio, etc. Nos dicionários de inglês, ainda, há exemplos com as palavras e suas diferentes funções e posições dentro de uma frase. O exemplo usado com close é apenas um entre as várias palavras com significados e funções diferentes na língua inglesa. É fundamental reforçar que não se lê sem um objetivo, por mais diferentes que esses objetivos sejam. A leitura feita sem atenção é uma leitura desinteressada, mas, à medida que a necessidade de obter alguma informação aumenta, prestamos mais atenção à leitura e aprendemos a ler com cuidado conforme a necessidade que temos, aprendendo a dar significado e a ter um olhar diferente para determinados tipos de texto. As práticas de leitura e escrita abrangem também o que se entende por língua oral, pois as atividades comunicativas são um conjunto que incluem a escrita e a leitura. Trazer para o contexto do estudante essas atividades, sem tratá-las como atividades isoladas, permite a prática linguística em um contexto sociocultural que os situe (MARCUSCHI, 2001). 47 6 INTRODUÇÃO AO ALFABETO FONÉTICO INTERNACIONAL Fonte: https://1.bp.blogspot.com A fonologia é a área da linguística que estuda os sistemas de sons das línguas, e a fonética é o domínio referente à realização física desses sons. Nesse sentido, compreender a fonologia como um importante componente da gramática torna-se um conhecimento indispensável para os estudantes da língua inglesa, uma vez que ela está interconectada com o léxico e o funcionamento de outros módulos gramaticais (como a sintaxe, a semântica e a pragmática). Além disso, ela está ligada à interpretação das orações e ao funcionamento da língua inglesa em geral. A partir da 48 compreensão da importância da fonologia como módulo gramatical, a representação gráfica dos sons das línguas se torna uma estratégia de formalização necessária para padronizar e orientar os estudos e as pesquisas na área (AVILA, 2020). Neste capítulo, você vai estudar de que forma os sons da língua inglesa se organizam e funcionam como sistema. Para isso, verá que a descrição de um som na escrita se dá por um alfabeto próprio: o alfabeto fonético internacional. Assim, você estudará a relação entre os símbolos e os sons da língua inglesa, reconhecendo quais sons são diferentes e parecidos, comparados ao português brasileiro. Por fim, vai ler sobre a forma como essa natureza de constituição dos sons pode ser entendida e aplicada à sala de aula de pronúncia de língua inglesa. 6.1 A representação gráfica dos sons das línguas: o alfabeto fonético internacional O alfabeto fonético internacional (em inglês, International Phonetic Alphabet – IPA) é um alfabeto criado pela Associação Fonética Internacional para formalizar, representar e proporcionar o estudo dos sons das línguas do mundo por diversos profissionais. O estudo dos sons é uma prática que pode ser adotada por diversas pessoas, como estudantes, professores, linguistas, fonoaudiólogos, historiadores, músicos, cantores, tradutores, lexicógrafos, filólogos, entre outros interessados pela área (AVILA, 2020). Para possibilitar essa formalização, a representação dos sons se dá por meio de símbolos fonéticos que representam fonemas (a menor unidade linguística desprovida de significado, ou seja, a menor unidade possível para a representação de um som). Esses fonemas — representados pelos símbolos fonéticos — têm, na sua grande maioria, uma semelhança bastante grande com o alfabeto romano. Assim, ele pode ser mais fácil de reconhecer para os falantes nativos de línguas que usam esse alfabeto. Há outros símbolos, porém, que não são encontrados em nenhuma língua ou que pertencem ao alfabeto grego. Por isso, conhecer o IPA é importante para qualquer pesquisador dos sons (AVILA, 2020). Embora o IPA seja um conjunto de notações linguísticas internacional, as línguas não têm os mesmos sons. Logo, conhecer e comparar os sistemas de sons de diferentes línguas é uma estratégia importante para a compreensão de diversos processos fonético-fonológicos que ocorrem entre os aprendizes de uma segunda 49 língua (diferente da sua língua materna). Esses processos (que podem ser transferências de reconhecimento equivocadas feitas pelos aprendizes, por exemplo) acabam acontecendo devido às diferenças dos sistemas de sons encontradas entre as diversas línguas. Por isso, você vai ver, ao longo deste capítulo, as particularidades e diferenças dos sistemas fonológicos da língua inglesa, bem como algumas comparações com o português brasileiro. O sistema fonológico da língua inglesa (mais especificamente, do inglês norte-americano) é composto por 46 fonemas (CELCE-MURCIA et al., 2010). Esses fonemas são divididos em três grandes grupos: as consoantes (composto por 25 fonemas), as vogais tônicas (composto por 15 fonemas) e as vogais não tônicas (composto por 6 fonemas).
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