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Planejamento Tributário EAD – 2022.1 Prof. Esp. Fábio Firmino Cabral Módulo III LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO • É o procedimento administrativo vinculado que verifica a ocorrência do fato gerador, identifica o sujeito passivo da obrigação tributária, determina a matéria tributável, aponta o montante do crédito e aplica, se for o caso, a penalidade cabível (art 142). • O lançamento é constitutivo do crédito tributário, mas é apenas declaratório da obrigação. Sendo declaratório, seus efeitos retroagem ao tempo da ocorrência do fato gerador. • O lançamento é ato privativo da Fazenda Pública credora da obrigação e obrigatório para a autoridade tributária, sob pena de responsabilidade funcional. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO • Nesse sentido, é identificado o sujeito passivo e apontado o montante do tributo devido. Aplicando-se a alíquota (percentual que constitui a prestação) sobre base de cálculo (grandeza numérica do fato gerador), surge o valor do crédito tributário. Quando esse valor estiver em moeda estrangeira, o lançamento fará a conversão em, moeda nacional, pelo câmbio do dia da ocorrência do fato gerador (art 143). Se for o caso, o lançamento já proporá a aplicação da penalidade cabível. • O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de impugnação do sujeito passivo, recurso dê ofício ou iniciativa da autoridade administrativa, nos casos autorizados pelo art. 149 do CTN. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO Modalidades de Lançamento: • Três são as espécies de lançamento, conforme o grau de participação do sujeito passivo: • a) No lançamento direto (ex officio), a Fazenda Pública já dispõe de todas as informações necessárias e procede ao lançamento diretamente. É o que ocorre no IPVA, IPTU, onde a Fazenda já sabe qual o valor venal do imóvel. • b) No lançamento por declaração, o sujeito passivo tem a obrigação legal de prestar informações para a Fazenda Pública, que, depois, efetuará o lançamento. Como é no lançamento do Imposto de Importação, IE, ITBI. Não pago antecipado o tributo e sim declaro o valor a ser pago. Prévio exame da autoridade administrativa. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO Modalidades de Lançamento: • c) No lançamento por homologação, a participação do sujeito passivo é ainda maior. Ele, além de prestar informações, deve também pagar antecipadamente o tributo, sem o prévio exame da autoridade administrativa. Posteriormente, a Fazenda faz o lançamento dito homologatório concordando, ou não (ofício art. 149 CTN), com ocorre no IPI, PIS, COFINS, ISS e ICMS, (tributos indiretos e com retenção na fonte) IRPJ, IRPF e GFIP. O pagamento antecipado extingue o crédito tributário, sob a condição resolutória de posterior homologação art. 50, §1° CTN. Conceito • • Entende-se como planejamento tributário, o planejamento empresarial que tendo como objeto os tributos e seus reflexos na organização, visa obter economia de impostos, adotando procedimentos estritamente dentro dos ditames legais. O planejamento tributário é na verdade a atividade empresarial estritamente preventiva, que tem como fator de análise o tributo e visa identificar e projetar os atos e fatos tributáveis e seus efeitos, comparando-se os resultados prováveis, para os diversos procedimentos possíveis, de tal forma a possibilitar a escolha da alternativa menos onerosa, sem extrapolar o campo da licitude. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO • Caráter preventivo do planejamento tributário decorre do fato de não se poder escolher alternativas senão antes de se concretizar a situação. Após a concretização dos fatos, via de regra, somente se apresentam duas alternativas para o sujeito passivo da relação jurídico-tributária: pagar ou não pagar o tributo decorrente da previsão legal descrita como fato gerador. A alternativa de não pagar se caracterizará como prática ilícita, sujeitando-se a empresa à ação punitiva do Estado, caso este venha a tomar conhecimento de tal prática. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO • O principal objetivo do planejamento é a economia tributária através de procedimentos implementados à realidade da empresa, visando principalmente o não pagamento de tributos indevidos ou intempestivos(imprevistos), bem como o resgate daquilo que foi indevidamente pago. O planejamento tributário deve contemplar ainda os seguintes preceitos: • Se os controles internos da área fiscal são eficientes e asseguram à empresa bom relacionamento com o Fisco; Se os impostos e contribuições sobre as operações de produção e comercialização estão calculados corretamente e recolhidos dentro dos preceitos legais dos tributos; PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO • Se o cálculo e a forma de quitação de tributos adotada é menos onerosa à empresa; Se os impostos e contribuições sociais e previdenciárias estão sendo recuperados e os incentivos fiscais a que a empresa tem direito estão sendo aproveitados, de forma a gerar uma redução na carga tributária; Se os tributos de um modo geral podem ser reduzidos e/ou recuperados se pagos indevidamente; Se o aproveitamento de créditos está se dando no máximo possível. Se no caso de atraso ou inadimplemento a negociação com o fisco está correndo de forma mais favorável à empresa. • E finalmente, se os documentos legais com referência aos tributos como CND - Certidão Negativa de Débitos, vêm sendo obtidos com a regularidade necessária. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO • O Planejamento tributário será iniciado com um revisão fiscal, em que o profissional deve aplicar os seguintes procedimentos: • 1. fazer um levantamento histórico da empresa, identificando a origem de todas as transações efetuadas, e escolher a ação menos onerosas para os fatos futuros; • 2. verificar a ocorrência de todos os fatos geradores dos tributos pagos e analisar se houve cobrança indevida ou recolhimento a maior; • 3. verificar se houve ação fiscal sobre fatos geradores decaídos, pois o crédito constituído após 5 anos são indevidos . • 4. analisar, anualmente, qual a melhor forma de tributação do IRPJ e CSLL, calculando de que forma (real ou presumida) a empresa pagará menos tributos. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO • 5. analisar os casos de incentivos fiscais existentes, tais como isenções, redução de alíquotas etc; • 6. analisar qual a melhor forma de aproveitamento dos créditos existentes ( compensações ou restituição). • Em cada empresa deve ser feito o programa de trabalho com procedimentos específicos, de acordo com cada realidade, pois nem sempre o planejamento tributário é igual entre os contribuintes, ainda que com as mesmas características. Assim, os casos práticos não devem ser aplicados isoladamente. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO • O planejamento tributário deve ser realizado com a utilização das seguintes ferramentas: • 1. legislação tributária (CF, CTN e etc.); • 2. documentação contábil da empresa; • 3. livros Contábeis e Fiscais; • 4. guias de Recolhimento e Declarações de Rendimentos, DACON, DCTFs e PERDECOMP e outras declarações que são obrigações próprias de cada contribuinte. • Assim, o planejamento tributário exige uma soma de conhecimentos, tais como o contábil e o jurídico. Contábil porque, além da intimidade com a legislação fiscal, o profissional consegue com mais facilidade identificar no processo operacional da empresa os fatos geradores de tributos. Jurídico com o advogado, que consegue identificar na legislação tributária as oportunidades de redução da carga tributária. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Classificação do Planejamento Tributário Temos três categorias, a saber: a) Conservador – é aquele em que o técnico aplica o que está na lei ordinária, não sendo necessária qualquer interpretação jurídica, aplicação de princípios ou conhecimento da Constituição Federal ou CTN. b) Moderado – é necessário haver um maior conhecimento da legislação tributária, assim como afinidade com a Constituição Federal e ao CTN, bem como acompanhamento do Posicionamento do Poder Judiciário sobre matérias polêmicas. Em se tratando de matéria polêmica, o contribuinte, antes de fazer qualquer modificaçãoem seus procedimentos contábeis e fiscais, deve realizar consultas administrativas ao órgãos competentes. Classificação do Planejamento Tributário ou ingressar com uma ação no Poder Judiciário em busca de uma declaração do seu direito. • c) Agressivo – é a escolha de uma ação que não estar autorizada na lei ordinária, somente com base na interpretação do CTN e na CF. Mas o contribuinte não ingressa com o pedido judicial, ou seja, ele faz a escolha e realiza o procedimento e espera ser interpelado pelas autoridades fiscais, e, caso seja autuado, ingressa com recursos administrativos e judiciais necessários. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E OS ATOS ILÍCITOS • A prática de atos lícitos com o objetivo de evitar a concretização do fato *imponível é o que tecnicamente se denomina elisão fiscal, assim ensina Latorraca (1972, p. 20-1). Esta técnica difere diametralmente da evasão fiscal, decorrendo esta última da prática de atos ilícitos que, segundo Carvalho (1991, p. 345-346) podem caracterizar SONEGAÇÃO ou FRAUDE. • * É a concretização da hipótese de incidência, que gera fato gerador tributário. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E OS ATOS ILÍCITOS DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULARES PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E OS ATOS ILÍCITOS PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E OS ATOS ILÍCITOS Lei 8.137/1990 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E OS ATOS ILÍCITOS Lei 8.137/1990 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E OS ATOS ILÍCITOS Lei 8.137/1990 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E OS ATOS ILÍCITOS • SONEGAÇÃO FISCAL: é toda ação ou omissão dolosa (fraude, má fé) tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: • 1) da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; • 2) das condições pessoais do contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. • PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E OS ATOS ILÍCITOS • A lei nº 4.729, de l4 de julho de 1965, em seu Art. 1º define o crime de sonegação fiscal, como se segue: • Art. 1º Constitui crime de sonegação fiscal: • I – prestar declaração falsa ou omitir, total ou parcialmente, • informação que deva ser produzida a agentes das pessoas jurídicas de direito público interno, com a intenção de eximir-se, total ou parcialmente, do pagamento de tributos, taxas e quaisquer adicionais devidos por lei; PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E OS ATOS ILÍCITOS • II – inserir elementos inexatos ou omitir rendimentos ou • operações de qualquer natureza em documentos ou livros exigidos pelas leis fiscais, com a intenção de exonerar-se do pagamento de tributos devidos à Fazenda Pública; • III – alterar faturas e quaisquer documentos relativos a operações mercantis com o propósito de fraudar a fazenda pública; • PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E OS ATOS ILÍCITOS • IV – fornecer ou emitir documentos graciosos ou alterar despesas, majorando- as, com o objetivo de obter dedução de tributos devidos à Fazenda Pública, sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis; • V – exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário da paga, qualquer porcentagem sobre a parcela dedutível ou deduzido do Imposto sobre a Renda como incentivo fiscal. (Esta é a conduta praticada por aqueles negociam benefício fiscal.) PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E OS ATOS ILÍCITOS • FRAUDE é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido, ou a evitar ou diferir o seu pagamento. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E OS ATOS ILÍCITOS • Tem-se, pois, que a fraude não é ato lícito, o contribuinte age deliberadamente contra os ditames legais com o objetivo de fugir do ônus tributário, mediante distorção abusiva das formas jurídicas ou pelo ato simulado assim, não é instrumento do planejamento tributário, dado que para haver a legítima economia de tributos, faz-se necessário que o contribuinte adote um procedimento permitido pela legislação pertinente que evite a ocorrência do fato gerador ou adote uma alternativa também legal para reduzir a carga tributária. O Código Civil Brasileiro define o ato simulado, assim como alguns dos seus efeitos. • PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E OS ATOS ILÍCITOS • Art. 102 – Haverá simulação nos atos jurídicos, em geral: • II – quando contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira. • Art. 105 – Poderão demandar(reivindicar,reclamar) a nulidade dos atos simulados os terceiros lesados pela simulação, ou os representantes do poder público, a bem da lei ou da fazenda. Responsabilidade por infrações fiscais a) Infrações fiscais: A responsabilidade por infração fiscais, definidas como crime, é pessoal do agente que teve o poder decisivo para a prática desse delito, tais como os diretores, gerentes e representantes da pessoa jurídica de direito privado. Poderão, todavia, responder como co-réus os mandatários, prepostos, empregados ou terceiros responsáveis, desde que provada a participação na prática do ilícito fiscal. b) Crimes tributários: • Sonegação fiscal: diminuição ou omissão de receita que acarreta não-pagamento parcial ou total de tributos: Ex.: venda de mercadoria sem a expedição entrega de nota fiscal. Responsabilidade por infrações fiscais • • Fraude: promoção de alteração documental para diminuir ou omitir pagamentos. Facilita a fraude a acumulação de funções que atribui poder de decisão. Ex.:alteração de dados do balanço patrimonial da empresa, notas fiscais, rasuras etc. • • Simulação: participação de dois ou mais agentes que simulam ato o negócio irreal. Ex.: venda de imóvel a sócio da empresa, por preço menor do que o do mercado, consistindo a diferença em distribuição disfarçada de lucros. • • Contrabando: importação de mercadorias ilícita sem autorização legal. Ex.: cocaína, éter,acetona, armas etc. • Responsabilidade por infrações fiscais • • Descaminho: importação de mercadorias ilícita sem o recolhimento dos tributos incidentes. Ex.: qualquer mercadoria não declarada que entre no país. • • Depositário infiel e apropriação indébita previdenciária: omissão do repasse ao agente arrecadador de tributos pertencentes a terceiros já retidos ou descontados. Ex.: IRRF,INSS descontados dos salários dos empregados, IPI etc. • • Dolo em geral: má-fé, ou seja, intenção do agente de causar lesão ao Fisco. Ex.: erros propositais na declaração de renda pessoa física. • Responsabilidade por infrações fiscais • c) Denúncia espontânea da infração: no caso de denúncia espontânea da infração, acompanhada da prova do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, a responsabilidade é excluída. • Súmula 208 do TRF: “A simples confissão de dívida, acompanhada do seu pedido de parcelamento, não configura denúncia espontânea”. • Também não se considera denúncia espontânea a apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionadas com a infração. Responsabilidade por infrações fiscais • d) intenção do agente • Dispões o art. 136 do CTN: • “Art.136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infração da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.” • A intenção do agente não é considerada para imputar-lhe a responsabilidade por infrações da legislação tributária. Essa responsabilidade independe da intenção do agente ou do responsável. Independe também da efetividade, natureza e extinção dos efeitos do ato. Elisão x Evasão • Elisão fiscal: Planejamento fiscal, anterior à ocorrência do fato gerador – forma legal. Elisão Fiscal (planejamento tributário) é um conjunto de atos adotados por um contribuinte, autorizados ou não proibidos pela lei, visando uma menor carga fiscal, mesmo quando este comportamento prejudica o Tesouro. Elisão x Evasão • Uma característicatípica do planejamento tributário é que seus efeitos ocorrem ANTES da ocorrência do fato gerador dos tributos. Assim, por exemplo, ao invés de uma empresa distribuir mercadorias para todo o Brasil de um Estado que tenha tributação do ICMS mais elevada (18%), pode escolher fazer esta distribuição (física) a partir de outro Estado, com alíquota mais baixa. Planejou a operação de forma a pagar menos tributo. TIPOS DE ELISÃO • Há duas espécies de elisão fiscal: • 1 - aquela decorrente da própria lei; e • 2 -a que resulta de lacunas e brechas existentes na própria lei. • No caso da elisão decorrente da lei, o próprio dispositivo legal permite ou até mesmo induz a economia de tributos. Existe uma vontade clara e consciente do legislador de dar ao contribuinte determinados benefícios fiscais. Os incentivos fiscais são exemplos típicos de elisão induzida por lei, uma vez que o próprio texto legal dá aos seus destinatários determinados benefícios. É o caso, por exemplo, dos Incentivos à Inovação Tecnológica (Lei 11.196/2005). • TIPOS DE ELISÃO • Já a segunda espécie (lacunas da lei), contempla hipóteses em que o contribuinte opta por configurar seus negócios de tal forma que se harmonizem com um menor ônus tributário, utilizando-se de elementos que a lei não proíbe ou que possibilitem evitar o fato gerador de determinado tributo com elementos da própria lei. • É o caso, por exemplo, de uma empresa de serviços que decide mudar sua sede para determinado município, visando pagar o ISS com uma alíquota mais baixa. A lei não proíbe que os estabelecimentos escolham o lugar onde exercerão atividades, pois os contribuintes possuem liberdade de optar por aqueles mais convenientes a si, mesmo se a definição do local for exclusivamente com objetivos de planejamento fiscal. • • Evasão fiscal: alterações procedidas após a ocorrência do fato gerador – crime fiscal. • Evasão ou sonegação fiscal consiste em utilizar procedimentos que violem diretamente a lei fiscal ou o regulamento fiscal. É uma fraude dificilmente perdoável porque ela é flagrante e também porque o contribuinte se opõe conscientemente à lei. Os juristas a consideram como repreensível. • Como exemplos de evasão: falta de emissão de nota fiscal, nota fiscal “calçada” (primeira via com um valor diferente das vias arquivadas na contabilidade), lançamentos contábeis de despesas inexistentes, etc. Diferença entre Exercício e Ano-calendário (Declaração IRPF) Ao precisar fazer a primeira declaração do imposto de renda, muitos contribuintes ficam em dúvida sobre a diferença entre Exercício e Ano-calendário (também chamado de ano-base). A explicação é simples: Todos os anos, entre os meses de março e abril, milhões de pessoas precisam prestar contas ao Fisco, correto? Estas pessoas vão até o site da Receita Federal e baixam o programa para preenchimento da declaração do Imposto de Renda. Porém, os dados que elas precisam inserir no programa da declaração são referentes ao ano anterior. Desta forma, o ano da entrega da declaração é chamado de Exercício. E o ano referente aos dados (receitas e despesas) que devem ser inseridos na declaração é chamado de ano-calendário. Exemplo: No Imposto de Renda de 2022 (IRPF), os dados que os contribuintes inseriram foram referentes ao ano-calendário de 2021. Lucro Presumido Aqui, parte da receita bruta é considerada lucro — conforme a tabela de presunção do regime por atividades — e tributada. Veja os percentuais de presunção: 1,6% para o varejo de combustíveis e gás; 8% para industrialização com recebimento do material, atividades rurais, serviços hospitalares, transporte de cargas, varejo em geral e outras atividades que não sejam prestações de serviços; 16% para serviço de transporte que não seja de cargas; 32% para administração ou locação de bens móveis ou imóveis, intermediação de negócios, serviços profissionais — como de advogados e engenheiros) e outros serviços prestados não especificados até aqui. Lucro Presumido • Alíquotas de IRPJ e CSLL Sobre as porcentagens de faturamento colocadas acima, em periodicidade trimestral, incide a alíquota de 15% para o Imposto de Renda — além do adicional de 10% para o lucro superior a R$ 20 mil por mês do período. Em relação à contribuição social, o percentual é de 12% para as atividades das três primeiras faixas de presunção. E 32% para empresas enquadradas na última — cuja presunção é 32% da receita. Lucro Presumido Pagamentos Os fechamentos de trimestres do Lucro Presumido são os mesmos que do Lucro Real trimestral, assim como as datas de vencimento das guias de pagamento. Porém, os códigos das DARFs para esse regime são o 2372 para a CSLL e o 2089 para o IRPJ Lucro Presumido O Lucro Presumido é a forma de tributação simplificada do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL). A sistemática de tributação pelo Lucro Presumido é regulamentada pelos artigos 516 a 528 do Regulamento do Imposto de Renda (Decreto 3.000/1999). A PARTIR DE 2014 Mantidas as demais vedações, a partir de 01.01.2014, o limite de receita bruta total será de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais), ou a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses, poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido (Lei 12.814/2013). Lucro Presumido QUEM PODE OPTAR Pode optar pelo Lucro Presumido toda pessoa jurídica que não esteja obrigada a tributação pelo lucro real. Assim, não podem optar pelo Lucro Presumido as pessoas jurídicas : a – cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, tenha sido superior a R$ 78.000.000,00, ou ao limite proporcional de R$ 6.500.000,00 multiplicado pelo número de meses de atividade no ano, se inferior a doze; b – cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; c – que tiveram lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; d – que, autorizadas pela legislação tributária usufruam de benefícios fiscais relativos a isenção ou redução do Imposto de Renda; e – que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal do Imposto de Renda pelo regime de estimativa; f – que explorem atividades de prestação cumulativa e continua de serviço de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); g – que explorem atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis, desde que possuam operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado. Tabela do IRPJ - Lucro Presumido ou Arbitrado e CSSL Presumido Atividade Econômica Predominante Percentual de Presunção (1) Alíquota do IR (2) Percentual Direto (3) Revenda de Combustíveis e Derivados 1,6% 15,0% 0,24% Vendas de Mercadorias com Industrialização por Encomenda 8,0% 15,0% 1,2% Prestação de Serviços Hospitalares 8,0% 15,0% 1,2% Transportes de Cargas 8,0% 15,0% 1,2% Transportes de Passageiros 16,0% 15,0% 2,4% Serviços em Geral (*) 32,0% 15,0% 4,8% Serviços Prestados por Sociedade Civil de Profissão Legalmente Regulamentada 32,0% 15,0% 4,8% Intermediação de Negócios (*) 32,0% 15,0% 4,8% Administração, Locação ou Cessão de Bens Imóveis, Móveis e Direitos de Qualquer Natureza, como por exemplo: Franchising, Factoring, etc. (*) 32,0% 15,0% 4,8% Bancos Comerciais, Bancos de Investimentos, Caixas Econômicas, etc. 16,0% 15,0% 2,4% Loteamento, Incorporação, Venda de Imóveis Construídos ou Adquiridos para Revenda8,0% 15,0% 1,2% Construção por Administração ou por Empreitada, Unicamente de Mão-de-Obra (*) 32,0% 15,0% 4,8% Construção por Administração ou por Empreitada com Fornecimento de Materiais e Mão-de-Obra 8,0% 15,0% 1,2% ADICIONAL DE IR – AIR A parcela do Lucro Presumido (ou seja, a base de cálculo) que exceder ao valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração, sujeita-se à incidência de adicional de imposto à alíquota de 10% (dez por cento). ALÍQUOTA SERÁ DE 15% SOBRE A BASE DE CÁLCULO PRESUMIDA BASE DE CÁLCULO DA CSLL Por força do artigo 22 da Lei 10.684/2003, a base de cálculo da CSLL, devida pelas pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido corresponderá a: 12% da receita bruta nas atividades comerciais, industriais, serviços hospitalares e de transporte; 32% para: a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de transporte; b) intermediação de negócios; c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza. ALÍQUOTAS DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL A alíquota é de 9% (nove por cento). BASE DE CÁLCULO DA CSLL Por força do artigo 22 da Lei 10.684/2003, a base de cálculo da CSLL, devida pelas pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido corresponderá a: 12% da receita bruta nas atividades comerciais, industriais, serviços hospitalares e de transporte; 32% para: a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de transporte; b) intermediação de negócios; c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza. ALÍQUOTAS DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL A alíquota é de 9% (nove por cento). EXERCÍCIO Empresa prestado de serviços de contabilidade, auferiu no decorrer do terceiro trimestre de 2021, a seguinte receita bruta pela prestação de serviços: Julho ......................R$ 250.000,00 Agosto................... R$ 255.000,00 Setembro.............. R$ 315.000,00 Total 3º trim........... R$ 820.000,00 RESOLUÇÃO: Pede-se: Cálculo do Pis, da Cofins mensal IRPJ e CSLL FATURAMENTO PIS 0,65% COFINS 3% MESES BRUTO R$ 0,65% 3% JULHO 250.000,00 1.625,00 7.500,00 AGOSTO 255.000,00 1.657,50 7.650,00 SETEMBRO 315.000,00 2.047,50 9.450,00 TOTAL 820.000,00 5.330,00 24.600,00 R$ 820.000,00 % DE PRESUNÇÃO 32% = BASE DE CÁLCULO 262.400,00 AIR (262.400-60.000 X 10%) 20.240,00 ALÍQUOTA DO IRPJ 15% DA BC 39.360,00 (= )IRPJ A RECOLHER (A+B) 59.600,00 CÁLCULO DO IRPJ FATU. BRUTO NO 3º TRIM/2021 R$ 820.000,00 % DE PRESUNÇÃO 32% = BASE DE CÁLCULO 262.400,00 ALÍQUOTA DA CSLL 9% DA BC 23.616,00 (= )CSLL A RECOLHER 23.616,00 CÁLCULO DA CSLL FATU. BRUTO NO 3º TRIM/2021
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