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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIA HUMANAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA HISTORIOGRAFIA - 2021.2 THALYA MARIA RODRIGUES ANÁLISE DA OBRA O DIÁRIO DE ANNE FRANK DE ANNE FRANK RECIFE 2021 THALYA MARIA RODRIGUES O DIÁRIO DE ANNE FRANK Trabalho produzido com o principal intuito de fazer uma análise sobre a obra de Anne Frank intitulada por O diário de Anne Frank. A análise busca cumprir às exigências para a obtenção de nota da disciplina de Historiografia do curso de Licenciatura em História da Universidade Federal de Pernambuco. Docente: Prof. Dra. Regina Beatriz de Guimarães Neto RECIFE 2021 ANNE FRANK [...] Espero poder confiar inteiramente em você como jamais confiei em alguém até hoje, e espero que você venha a ser um grande apoio e um grande conforto para mim. - trecho do livro O diário de Anne Frank SUMÁRIO INTRODUÇÃO ……………………………………………………………………………. 5 SOBRE O ROMANCISTA ……………………………………………………………….. 6 TEMA E MOMENTO HISTÓRICO ………………………………………...…………... 8 A ESTRUTURA NARRATIVA E PERSONAGENS …………………………………… 10 CRÍTICA SOCIAL: Intolerância religiosa e racismo ……………………………………... 12 RELAÇÃO DE ACONTECIMENTOS HISTÓRICOS E A HISTÓRIA DO ROMACE…………………………………………………………………………………… 15 CONSIDERAÇÕES FINAIS ……………………………………………………………… 16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ……………………………………………………. 18 5 INTRODUÇÃO De início, é imprescindível ressaltar-se a importância de analisar a obra O diário de Anne Frank, da escritora Anne Frank. Isso porque diante da sua narrativa e sua construção textual pode-se analisar como o autor transmite por meio de sua obra, os reflexos de suas idealizações em dinâmica com as sucessões de fatos que ocorrera em sua vida. Também, ressalta-se que a constituição da obra de Anne Frank, é uma resposta diante da sua vivência no dado período de sua narrativa. No período que compreende-se a escrita do livro, entre junho de 1942 e 1º de agosto de 1944, nota-se que está localizado nos anos que compete a Segunda Guerra Mundial e, também, o período de ocupação da Holanda pelos nazistas. Contudo, é de extrema relevância citar-se que nesse período histórico ocorreu o Holocausto, que foi o assassinato em massa, premeditado, de milhões de pessoas inocentes. Os nazistas eram incentivados por uma ideologia racista que considerava os judeus “vermes parasitas”, cujo os quais deveriam ser eliminados (ENCICLOPÉDIA DO HOLOCAUSTO DOS ESTADOS UNIDOS, [s.d.]. Diante disso, pode-se correlacionar esses dois fatos históricos com a criação e manutenção de estereótipos que limitam a atuação social dos adeptos de determinadas religiões bem como, também, o estigma a raça, gerando-se assim, duas críticas e problemáticas na obra de Anne Frank: a intolerância religiosa e o racismo. O diário de Anne Frank trata-se de um romance epistolar cujo qual demonstra-se ser uma “conversa” da autora e o período exposto, indicando-se assim que não é apenas um tema corriqueiro, mas denota-se a sua preferência diante dos acontecimentos que estão intrinsecamente correlacionados com os seus sentimentos e posicionamentos; sendo determinante para a edificação da temática de sua obra. Também, observa-se que Anne Frank busca problematizar e expor de forma nua e crua acerca de tudo aquilo que ainda hoje é atual. A problemática proposta pela autora denota a preocupação do quanto um momento histórico ocorrido foi de fato, propulsor de um estigma atual. Ressalta-se, pois, que o romance de Frank e as questões levantadas em sua obra ainda permanecem vivas. Todo esse processo supracitado de momentos históricos constituídos na obra, traz o fortalecimento e a relação da narrativa com os discursos do pensador Walter Lippmann, de que os rótulos negativos não podem ser vistos como algo neutro. Este teórico afirma que as representações guiam o indivíduo e o auxiliam quando ele precisa lidar com informações complexas, entretanto, estas representações funcionam também como defesas que possibilitam ao mesmo proteger os seus valores, os seus interesses, as suas ideologias. https://encyclopedia.ushmm.org/narrative/3508/pt-br 6 Neste caso, as representações não possuem uma posição neutra, pois sofrem uma influência maior do observador do que do objeto propriamente dito (RAPOSO, 2013). Por essa ótica, cabe analisar quem foi o romancista e quais os reflexos da época em que o romance foi escrito, a estrutura de sua narrativa, as relações e as questões sociais, bem como também, o tema do romance e o momento histórico em que se passa, a fim de que possa ser possível compreender-se, a partir do viés do autor, como tudo isso contribuiu de forma positiva, no campo da historiografia. SOBRE O ROMANCISTA E O ROMANCE A escritora Annelies Marie Frank, mais conhecida por Anne Frank, foi uma adolescente alemã de origem judaica, sendo uma entre cerca de 6 milhões de vítimas do Holocausto. Nascida em Frankfurt, Prússia, na República de Weimar, Alemanha, no dia 12 de junho de 1929 e, também, filha dos judeus Otto Frank e de Edith Holländer Frank. Os seus pais, juntamente com a sua irmã mais velha Margot, eram judeus liberais, cujo quais não seguiam todos os costumes da religião judaica (ANNE FRANK, 2021). O seu pai, Otto, tratava-se de um veterano de guerra, tendo em vista que o mesmo já serviu ao Exército Imperial Alemão na Primeira Guerra Mundial. Otto foi promovido a tenente após a sua atuação na Batalha de Cambrai, mas logo em seguida assumiu um banco de negócios, juntamente com os seus irmãos, que anteriormente pertencia a seu pai. Contudo, na década de 1930 houve a Grande Depressão, então por consequência, ocorreu o declínio do seu negócio (ANNE FRANK, 2021). Em 1933, especificamente no mês de março, ocorreu a eleição federal e o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP), mais conhecido como Partido Nazista, tendo por líder Adolf Hitler, saiu vitorioso (ENCICLOPÉDIA DO HOLOCAUSTO DOS ESTADOS UNIDOS, 2019). Então, Hitler foi nomeado Chanceler da Alemanha e como resultado ocorreram manifestações antissemitas massivas no país (MADE FOR MINDS, 2013). Diante disso, a família Frank cogitou a possibilidade de emigrar. Edith foi a primeira que emigrou com as suas filhas, Margot e Anne Frank, para a casa de sua mãe, Rosa Holländer, que fica localizada em Aachen, cidade que faz fronteira com a Bélgica e os Países Baixos. Otto, por sua vez, optou por permanecer em Frankfurt. Contudo, ocorrera uma proposta da abertura de uma companhia em Amsterdã o que fez com que ele emigrasse para a Holanda, a fim de que pudesse organizar o seu novo negócio e conseguir acomodações para a sua família. Após o início de uma filial em Opekta Works, cuja qual era especializada em 7 comercialização da pectina, ele conseguiu encontrar um apartamento em Rivierenbuurt, um bairro que a maioria dos judeus de origem alemã conseguiram estabelecer-se (SCHAF, 2016). Edith e Margot foram ao encontro de Otto no ano de 1933, mês de dezembro. Já a Anne, permaneceu com a sua avó materna até o mês de fevereiro do ano de 1934. É importante frisar-se que a família Frank faz parte do grupo de 300 mil judeus que partiram da Alemanha nos anos que competem entre 1933 a 1939 (ANNE FRANK HOUSE, [s.d.]. No ano de 1939, a avó, Rosa Holländer, decidiu imigrar de forma definitiva para os Países Baixos, passando então a viver na casa dos Frank. Contudo, A Alemanha Nazista conseguiu invadir os Países Baixos, em maio de 1940. Então o governo de ocupação iniciou às perseguições aos judeus com implementação de leis restritivas e discriminatórias; registrosobrigatórios e segregações aconteceram posteriormente (ANNE FRANK, 2021). O patriarca da família, diante de tantas perseguições, em abril de 1941 optou por transferir suas ações para um de seus principais colaboradores, Jan Gies, a fim de que sua empresa não sofresse ainda mais impactos negativos. Além das ações transferidas, Jan Gies, também recebeu os ativos das empresas. Nesse mesmo período, Otto buscou conseguir visto nos Estados Unidos (EU), mas o seu pedido jamais foi processado visto que ocorreu o fechamento do consulado norte-americano em Roterdã, uma das inúmeras consequências da destruição na cidade após a Batalha dos Países Baixos. Anne Frank sempre foi incentivada pelos pais a enriquecer-se com leituras. Além de sua paixão por história e por escrever, Anne foi reconhecida por historiadores como um símbolo contra a intolerância religiosa e na busca pela igualdade racial que ainda hoje tenta- se ser superada como um problema em nossa matriz da sociedade mundial. Ao longo dos anos, também, Anne Frank tem sido uma das figuras mais discutidas da história contemporânea. Constata-se, em síntese, que além de uma figura extremamente importante para a obtenção de laudos históricos, a sua obra causou grandes impactos ao que refere-se ao levantamento de dados sobre o momento que fora vivido, o Holocausto; como também a constituição de uma crítica social, de forma indireta, a intolerância. Anne teve sua vida interrompida de forma precoce e por isso, os seus romances resumem-se a apenas uma obra: O diário de Anne Frank, cuja a qual fora publicada após o seu falecimento. Todavia, pode-se perceber que Anne, mesmo tendo apenas uma obra relatada e publicada, quis ser escritora para ter o seu nome gravado para sempre na história e mesmo sem saber, ela conseguiu; conseguiu alcançar o mundo através da sua vivência em um período doloroso para todos aqueles que sofreram com os efeitos devastadores do nazismo. 8 TEMA E MOMENTO HISTÓRICO O diário de Anne Frank, tem como tema central a história relatada pela adolescente, Anne, diante do tempo que ficou escondida, juntamente com a sua família, dos nazistas. A história inicia-se a partir do dia 14 de junho de 1942, que fora dois dias antes de Anne Frank completar os seus 13 anos de idade (SCHAF, 2016). Annelies Frank relatava em seu diário sobre todo o sofrimento passado durante o regime de Hitler. A princípio o tema central do livro era a Holanda ocupada pelos nazistas, o que tornava a situação dos judeus cada vez mais difícil de lidar. Contudo, algumas semanas posteriormente, Anne decidiu começar a narrar em seu diário, diário este que era seu aliado leal e maior confidente, como era o seu dia a dia no esconderijo que ficava em um anexo secreto nos fundos da empresa de seu pai, Otto Frank. Quando a perseguição aos judeus começou, Otto teve a brilhante ideia de criar esse esconderijo em Amsterdã, na Holanda. E em meio a esse cenário, Anne começou a perceber a necessidade que tinha ao escrever o que passava-se ali. O seu diário tornou-se uma espécie de amiga e confidente, que ela batizou de Kitty (BATISTOTI, 2018). Assim como Anne e a sua família que escondeu-se ali, havia também, mais quatro pessoas do envio certo ao campo de concentração. Diante daquele cenário, todos que estavam naquele esconderijo desfrutaram de muita angústia e medo de serem descobertos a qualquer instante, além disso, tinham que lidar com as necessidades que passava-se ao estarem escondidos dos nazistas. Esse período de esconder-se durou longos e dolorosos 25 meses. Como a própria Anne relatou: “Sem Deus eu já teria sucumbido. Eu sei que não tenho segurança, tenho medo das celas e do campo de concentração, mas sinto que criei mais coragem e estou nos braços de Deus.” Otto, juntamente com alguns dos seus funcionários, Miep Gies, Johannes Kleiman, Victor Krugler e Bep Voskuijl, já estavam cogitando o mergulho, que nada mais é que a entrada para a existência na ilegalidade. Em um período de dois anos, os Van Pels e Fritz Pfeffer protegeram e alimentaram a família Frank diante do cenário que estavam vivenciando no regime de Hitler. É importante frisar que a tensão, o medo e o temor de serem descobertos como cúmplices da família Frank era grande, visto que qualquer mínimo descuido por parte deles, poderiam levá-los à morte. A vida daqueles oito judeus no anexo da empresa de Otto é extremamente cansativa e assustadora, isso porque durante o dia todos só poderiam andar de cócoras e sussurrarem entre si. Já no período noturno, o cuidado era dobrado, pois a vizinhança não poderia ouvi-los ou simplesmente suspeitarem que ali haviam esses oito judeus escondidos. 9 Anne Frank apesar de sua pouca idade, seus 13 anos, mostrava-se madura e assertiva. Surpreendendo aos seus leitores a cada relato descritivo de seu cotidiano com muita preocupação diante da possibilidade da falta de comida e de certos momentos lidar com a terrível fome, mas ainda sim com a pior parte: o medo e o horror de serem descobertos. O romance passa-se durante o período da Segunda Guerra Mundial. Anne e seus familiares fugiram da Alemanha para Holanda com o objetivo de escapar da perseguição nazista contra os judeus. Diante dos relatos feitos por Anne percebe-se o quanto esse momento histórico, era difícil de lidar e vivenciá-los. A palavra Holocausto vem do grego, que significa: sacrifício pelo fogo. Na Alemanha, quando os nazistas chegaram ao poder, os milhões de judeus que estavam distribuídos ali e até mesmo os seus colaboradores, depararam-se com a perseguição e o extermínio em massa, organizado e patrocinado pelo governo nazista. Cerca de seis milhões de judeus foram exterminados. Isso porque, em janeiro de 1933 os nazistas que alcançaram o poder, acreditavam que os alemães eram “racialmente superiores” aos judeus e também, que eles eram uma ameaça externa a chamada comunidade racial alemã (ENCICLOPÉDIA DO HOLOCAUSTO DOS ESTADOS UNIDOS, [s.d.]). Nos primórdios do regime nazista, o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (PNSTA), decidiram criar os campos de concentração a fim de que pudessem deter seus oponentes políticos e até mesmo ideológicos. Em junho de 1941, após a invasão da União Soviética pela Alemanha, as chamadas Einsatzgruppen, Unidades Móveis de Extermínio, em comum acolhimento ao exército nazista, permaneciam atrás das linhas de fogo a fim de que pudessem realizar as operações de assassinato em massa dos judeus e outros grupos que por eles, eram reprovados (ENCICLOPÉDIA DO HOLOCAUSTO DOS ESTADOS UNIDOS, [s.d.]). As unidades militares alemãs juntamente com a polícia, conseguiram assassinar mais de um milhão de mulheres, crianças e homens judeus e mais milhares de pessoas que faziam parte de outros grupos ideológicos, como os comunistas, e outros grupos étnicos. No período que compete entre 1941 e 1944, os nazistas conseguiram deportar milhões e milhões de judeus da Alemanha. Os judeus que foram deportados, tanto dos territórios ocupados quanto dos países que eram aliados a eles, eram direcionados para centros de extermínio ou campos de extermínio e lá, eles eram mortos nas câmaras de gás que foram criadas especialmente para aquela finalidade (ENCICLOPÉDIA DO HOLOCAUSTO DOS ESTADOS UNIDOS, [s.d.]). É imprescindível, por fim, ressaltar-se que no ano de 1933, os judeus europeus eram cerca de nove milhões pessoas. Em 1945, os nazistas e todos os seus apoiadores, através da 10 operação chamada de “solução final”, conseguiram assassinar cerca de dois entre cada três judeus europeus. Diante desses dados, percebe-se que Anne e sua família eram apenas mais alguns desses números apresentados pelo domínio nazista. Quando ela, juntamente com seus familiares, estavam escondidos naquele anexo, viam como a última e talvez única, oportunidade de saírem vivos. O diário de Anne Frank relata comveemência o que era vivenciado durante o período do Holocausto. Sendo a minoria, a classe dominada e não a dominante, a única chance de talvez sair dali era acreditar que em algum momento, a intolerância e o racismo seriam deixados para trás. ESTRUTURA NARRATIVA E OS PERSONAGENS Na obra O diário de Anne Frank, é cabível ressaltar-se que o relato da jovem judia em seu diário é escrito em primeira pessoa, dando-nos acesso aos seus pensamentos. Também, é necessário compreender que como a obra de Anne é pertencente ao gênero diário, é comum nessa temática, encontrar o registro de opiniões e ideias do autor, que no caso do romance, faz a mesclagem de relatos pessoais e os acontecimentos históricos (MACIEL C., 2016). Personagens Para atribuir mais vida ao enredo, é necessário saber quais são os personagens principais e seu papel na narrativa da obra O diário de Anne Frank, seja de forma direta ou indireta. Também, é importante saber dados parentais e até mesmo laços afetivos, a fim de que possa-se compreender as menções dos mesmos no diário de Anne durante o vivenciamento do império e da perseguição nazista. ANNELIES MARIE FRANK Protagonista da história, Annelies trata-se da autora da grande e atemporal obra, O diário de Anne Frank. Uma adolescente de apenas 13 anos de idade que enfrentou todas as privações e sofrimentos, diante de um país tomado pelas leis antissemitas. Annelies Marie Frank, seu nome completo, foi uma jovem judia que morreu no campo de concentração de Bergen-Belsen, na Alemanha. Ela deixou um diário e o mesmo foi publicado pelo seu pai, Otto Frank, sobrevivente do campo de concentração (ANNE FRANK, 2021). Assim como Anne, toda a sua família sofreu com as perseguições nazistas. Seu pai Otto Heinrich Frank foi um empresário alemão e casado com Edith Frank. A sua esposa Edith 11 Holländer-Frank e mãe de suas duas filhas, Anne Frank e Margot Frank, diante do período da Segunda Guerra Mundial escondeu-se no Anexo Secreto. O Anexo Secreto que foi planejado por Otto Frank, abrigou não só a família Frank como também outros quatro judeus. A permanência da Srª. Frank durou até o momento em que foram capturados pela Schutzstaffel (SS) no ano de 1944. Mas seu papel na narrativa não acaba aí, quando fora capturada, pois Edith mesmo estando presa no campo de concentração de Auschwitz, ela tentou manter as suas duas filhas vivas, dando-as de comer (EDITH FRANK, 2021). Margot Betti Frank, assim como Anne, sofreram durante a sua formação escolar. Isso porque durante o período da Segunda Guerra Mundial, em torno do mês de maio de 1940, houve a invasão da Holanda pelos nazistas e durante essa mesma época foi dado o início as restrições contra os judeus com o avanço dos decretos antissemitas. Margot, foi uma das oito pessoas que estavam escondidas no Anexo Secreto. Além de ter sido uma das vítimas do holocausto, ela também escreveu um diário, todavia nunca foi encontrado. Assim como Anne, seus pais e os demais judeus que estavam escondidos no anexo, Margot foi transportada para o campo de extermínio em Bergen-Belsen junto com Anne e ali morreu de tifo (MARGOT FRANK, 2021). No Anexo Secreto estava a família de Anne – como já fora supracitado e os Van Pels, Hermann que foi o sócio da empresa de Otto, amigo pessoal da família e, também, foi um importante aliado da família Frank (HERMANN VAN PELS, 2021), sua esposa Auguste e seu filho Peter. Peter Van Pels tinha um relacionamento próximo com Anne, isso porque ela escreveu em seu diário várias vezes sobre ele. Em 18 de fevereiro de 1944, Anne relata que: “Não pense que estou apaixonada, porque não estou, mas tenho a sensação de que vai se desenvolver uma coisa linda entre Peter e eu, uma espécie de amizade e uma sensação de confiança.” Peter e seus pais viviam em Osnabrün na Alemanha. Após o grande avanço do Terceiro Reich, o pai de Peter, decidiu procurar um lugar seguro para abrigar-se com a sua família (PETER VAN PELS, 2021). Na narrativa, temos outros personagens importantes, isso porque só foi possível a sobrevivência dessas duas famílias durante dois anos, a partir do apoio e a manutenção do cuidado pelas mulheres Miep Gies e Bep Voskuilj que levaram comidas para eles (BEP VOSKUILJ, 2021). Ainda na narrativa de Anne, pode-se perceber a importância de mais dois personagens: Victor Kugler, empresário austro-hungaro e o escriturário neerlandês, Johannes Kleiman, ambos foram colaboradores que auxiliava no cuidado das pessoas refugiadas no anexo secreto (VICTOR KUGLER, 2021), (JOHANNES KLEIMAN, 2021). 12 Durante a narrativa, é importante ressaltar-se a importância do personagem Otto Frank, pois mesmo tendo sido capturado e transportado, juntamente com os demais, para Auschwitz, foi o único sobrevivente do grupo que estavam escondidos no anexo e, também, foi quem decidiu publicar os diários da filha mais nova (OTTO FRANK, 2021). Hermine Miep Gies, também, foi a responsável por encontrar os diários de Anne Frank e foi quem, depois da guerra, dedicou-se a participar da difusão do diário (MIEP GIES, 2021). Anne Frank traz a narrativa as suas vivências diante do período de ocupação nazista, deixando por escrito os momentos vivenciados por ela, sua família e outros judeus que estavam escondidos no anexo secreto na empresa de seu pai, Otto Frank. Em sua obra fica claro todo o sofrimento e privações ali vividas bem como também, as ações dos nazistas contra os judeus, as leis antissemitas e o imperialismo. Anne Frank morreu de tifo em 1945, com seus 15 anos de idade. CRÍTICA SOCIAL: INTOLERÂNCIA RELIGIOSA E RACISMO A obra O diário de Anne Frank retrata a vivência de uma menina que resiste a opressão do império nazista e a intolerância religiosa. Na narrativa, vê-se uma adolescente que é perseguida, têm os seus sonhos interrompidos e foi morta pelos nazistas por simplesmente ser judia. Além disso, o sofrimento não restringia-se apenas aos judeus, mas também a todos aqueles que eram, de acordo com os nazistas, de “raça inferior”. Percebe-se que a intolerância religiosa, fora e dentro da literatura, parte de um pressuposto de que há o certo e o errado, onde o direito da existência de dogmas, de práticas e crenças religiosas, são feridas. Além dessa problemática que é relatada na obra, diante da historicidade e dos fatos históricos ocorridos, é imprescindível citar-se que a intolerância religiosa não era o único problema no imperialismo do governo de Hitler, mas existia também o Arianismo que era propagado pelo chanceler da Alemanha. Hitler mesmo vindo de um berço cristão, tinha um posicionamento intolerante religioso como também obsessões por questões raciais. Em seus discursos e até mesmo artigos, ele disseminava suas crenças sobre o que chamava-se de “pureza” racial e a superioridade da “raça germânica” (ENCICLOPÉDIA DO HOLOCAUSTO DOS ESTADOS UNIDOS, [s.d.]). O Arianismo, o ideário nazista, trazia a máxima de que os germânicos tinham como delegação manter-se puros a fim de que um dia dominassem o mundo. É necessário salientar-se que tudo isso é apenas a ponta do iceberg, porque Hitler e todos os que faziam parte e acreditavam em seu governo, agiram de forma intolerante – não só religiosamente falando, como também, atuando de forma abrupta contra minorias étnicas e até mesmo, arianos que eram deficientes, 13 os quais traziam riscos para a pureza racial imposta por seu governo. Diante da narrativa de Anne relatando sobre o cotidiano de um judeu em somativa com o que a literatura passa-nos sobre o que foi o império nazista, percebe-se que Hitler e outros tantos líderes nazistas viam os judeus não só como um grupo religioso, entretanto com uma “raça” que enfraqueciam outras raças, segundo os nazistas os judeus, eram uma “raça” venenosa que “aproveitavam-se” de outras raças (ENCICLOPÉDIA DO HOLOCAUSTO DOS ESTADOS UNIDOS, [s.d.]). Essa disseminaçãode ódio, ou podemos chamar de xenofobia, era somado, também, ao sofrimento vivenciado por outros grupos étnicos, que existiam em sua minoria e vivenciavam, também, a perseguição do governo de Hitler. Contudo, é importante recorrer ao que a filósofa Hannah Arendt apresenta em seu livro Origens do totalitarismo, como o povo judeu veio a ser vistos como pessoas supérfluas, além do fato dos extremismos existentes bem como, também, as políticas do imperialismo. Hannah traz dentro de sua obra a ideia de que os acontecimentos como o totalitarismo, o antissemitismo e o imperialismo foram os propulsores da ruptura na história humana. Para Hanna Arendt, o antissemitismo moderno (1942, p.37), entra no quadro mais amplo do desenvolvimento do Estado-Nação. Mas, também, coincide com o declínio desse Estado, afinal, para “que um grupo de pessoas se tornasse antissemitas em um dado país num dado momento histórico dependia exclusivamente das circunstâncias gerais que os levavam a violento antagonismo contra o governo” (ARENDT, 1989, p.48.) é, de acordo com Hannah Arendt, distinto a aversão ao judeu, de origem religiosa. Dessa forma, a autora difere o antissemitismo moderno da cólera ao judeu de origem religiosa, repudiando como fingidas todas as teorias que o analisam dentro de um panorama de perseguição milenar ou argumentar-se pelo aparato do bode expiatório. Como nos lembra L. Dumont (1993, p.142), “a continuidade do antissemitismo desde a Idade Média não explica a sinistra invenção do extermínio, tal como a continuidade da ideologia alemã, está longe de explicar a catastrófica metamorfose nazista”. A tese do bode expiatório segundo Hannah Arendt engabela, sobretudo, a relevância do antissemitismo e vai a ponto de ratificar que os próprios judeus imaginaram que o antissemitismo era um meio adequado de manter-se a simetria do povo judeu e da validação da vida eterna. É importante frisar, que diante do que é apresentado pela obra de Hannah Arendt, compreende-se que pela perspectiva arendtiana, o totalitarismo é uma “criação” totalmente humana. Isso porque, como Arendt falou: “esse corpo político absolutamente ‘original’ foi planejado por homens e, de alguma forma está respondendo a necessidades humanas” (ARENDT, 1989, p.256.). O totalitarismo difere-se totalmente de outros tipos de tiranias 14 políticas, isso porque em outros tipos de tiranias, ainda existia a liberdade de escolher a oposição – mesmo sendo uma liberdade limitada, pois quem escolhia a oposição, sabia que arriscaria a sua vida a ser torturado ou assassinado. Porém, essa liberdade era negada à vítima do sistema totalitário. O totalitarismo contenta-se não só em eliminar a liberdade em todo o sentido do indivíduo, como ocorreu com os judeus durante o regime de Hitler, bem como, também, a fonte propulsora da liberdade do homem que, segundo Hannah Arendt, essa liberdade está contida no nascimento do ser humano e em sua capacidade de iniciar tudo de novo. Seguindo a mesma linha de raciocínio, pode-se afirmar que o totalitarismo através do ponto de vista da filósofa, vê como a “ideologia” sendo a única fonte para descrever de forma geral o curso da história: “os segredos do passado, as complexidades do presente, as incertezas do futuro” (ARENDT, 1989, p.521.). Constata-se, finalmente, que o totalitarismo trazido por Hannah Arendt, mostra que o regime de Hitler e todas as suas leis antissemitas, trata-se de uma ideologia que é apresentada como algo irrecusável. Desse modo, essa ideologia é trabalhada para que o homem não possa pensar, como nos lembra Bauman (2000, p.94.); a ideologia quer fazer com que o pensamento humano seja “impotente, irrelevante e sem influência para o sucesso ou fracasso do poder”. No final, é criado um mundo utópico cujo qual é logicamente coerente de acordo com os parâmetros estabelecidos pela ideologia racionalizada por um governante ou todo um governo. A intolerância religiosa e o racismo nazista trouxeram reflexos negativos e dolorosos na história mundial. Quando atrelamo-nos aos fatos históricos, vemos que Hitler não só feriu a existência das vítimas que morreram ou sobreviveram ao seu império, mas também, atingiu a milhares de pessoas com suas religiões, dogmas e práticas religiosas e, também, as diversas etnias encontradas pelo mundo. A maior problemática encontrada diante desse governo não foi só por milhões de vítimas causadas – que não deixam de ser importantes, bem como, também, a existência de um regime totalitário, mas pelos retratos negativos em existir. Percebe-se que esses reflexos negativos deixaram sequelas físicas, mentais e existenciais de pessoas no mundo todo. É necessário discutir-se acerca do quanto um momento histórico, como foi o nazismo, trouxe impactos significativos mundialmente falando. Quando para-se para analisar o que foi a perseguição nazista, os impactos causados, as vítimas e as ideologias propagadas, percebe-se que não há como negligenciar e nem permitir-se que qualquer resquício do nazismo ou até mesmo da intolerância e do racismo seja visto como um problema qualquer. O sociólogo Zygmunt Bauman aponta que diante da influência do pessimismo que 15 instala-se sobre os indivíduos, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, faz com que a sua teoria da modernidade líquida, seja relevante. Isso porque as pessoas, por não acreditarem mais em sociedades utópicas, estão aceitando quadros sociais negativos, como por exemplo, a naturalização da xenofobia, intolerância religiosa e o racismo. Anne mesmo sendo de pouca idade, fazia reflexões importantes acerca da existência. Em uma de suas falas, Anne deixa-nos uma reflexão sobre a importância da formação de caráter, pois mesmo Hitler vindo de um berço que não propagava a intolerância, Hitler optou por fazer o seu próprio caminho e, consequentemente, formou o seu caráter. Combater a intolerância religiosa e o racismo não é apenas o certo a fazer-se e nem a garantia de um direito dado por uma constituição – como no Brasil, por exemplo; mas é lembrar-se diariamente que os reflexos negativos trazidos apenas por uma ideologia, podem causar impactos em toda uma história. Como diz Anne Frank no dia 15 de julho de 1944: “Apesar de tudo, eu ainda creio na bondade humana”. RELAÇÃO DE ACONTECIMENTOS HISTÓRICOS E A HISTÓRIA DO ROMANCE As relações que podemos indicar entre a história do romance e os acontecimentos históricos presentes nos textos de Anne, são as relações entre governo e povo no contexto da II Guerra Mundial, da comunidade judaica e das relações sociais entre os diversos grupos que constituíram a sociedade neerlandesa daquele período. O romance é a junção das páginas do diário da autora e os acontecimentos narrados e estão no âmbito do que podemos classificar como fatos históricos, um grande e longo relato de experiência. A autora, Annelies Marie Frank, escreveu enclausurada — e deixou isto claro em seu texto —, a perseguição promovida pelo governo do III Reich. Este fato mostra a relação entre o governo e o povo governado, naquele tempo e naquele lugar. Em alguns momentos, a ajuda de conhecidos para o fornecimento de alimentação é narrada, e isto também nos mostra as condições da comunidade judaica em tal contexto bem como aspectos dessas relações sociais. Diante da análise desses pontos, é possível compreender-se que essa narrativa factual e algumas relações descritas, conseguem encontrar correspondências com os acontecimentos históricos — afinal, o homem não está isolado de seu tempo, ele vive no tempo, dele é fruto e com ele interage — e o esforço de compreensão do porquê as coisas são narradas das formas que são, o porquê de algumas coisas ocorrerem das formas em que ocorreram com a autora, sua família e amigos/colegas/conhecidos, faz-nos perceber a História do Cotidiano, a História Familiar, intrinsecamente ligada à Macro História, àHistórias das Instituições Políticas, à História Internacional. 16 O ponto de vista da autora é aquele da História vista de baixo: ela narrou os acontecimentos a partir de sua perspectiva, mas todos os acontecimentos — e isto podemos perceber através da análise — estão correlacionados às decisões políticas dos países europeus envolvidos na II Guerra Mundial (sobretudo a atual Alemanha e os Países Baixos). Ou seja, o ponto de vista dela é micro, Anne narrou o que pôde ver com seus olhos e ouvir com seus ouvidos, enclausurada onde estava e sendo apenas uma pessoa de pouca idade. O romance não desligou-se ou sequer pretendeu desligar-se de seu tempo, muito pelo contrário, ele narra o seu tempo da forma mais clara possível. O que a autora viu, ouviu, sentiu e pensou só ocorreu da forma como está escrito por causa do contexto histórico ao qual Anne Frank pertencia: espera-se que uma menina de 13 anos narre histórias de suas vivências escolares, por exemplo, que apesar de serem citadas no texto não são o foco da narrativa, ela viveu um tempo que explicitamente não permitiu-se estar escondido (nenhum tempo se esconde, mas em alguns talvez seja um pouco mais difícil de perceber). Dessa forma, podemos compreender a História, ou até melhor dizendo “os aspectos históricos”, acerca dos sentimentos e ações que o contexto permitia que pessoas naquelas condições sentissem e agissem. Nós podemos compreender como as decisões macro políticas, tomadas como estratégia para se vencer uma guerra mundial, afetam diretamente a vida de pessoas distantes dos gabinetes de governo e que nenhuma responsabilidade tiveram com a existência da disputa. Podemos compreender, também, aspectos culturais dos povos incluídos na narrativa (judeus, neerlandeses, alemães...). CONSIDERAÇÕES FINAIS O romance é envolvente e o romancista soube usar da narrativa para prender a atenção do leitor, mesmo esta não sendo sua intenção primeira de quando começou a escrever — afinal, trata-se de um diário. No campo da Historiografia o romance tem um uso que atrela-se aos Annales. O campo da Historiografia foi fortemente influenciado pela Escola dos Annales a partir da década de 1920 (é certo que a força maior vem a partir da década de 1970). Essa escola dos Annales prega, dentre outras coisas, a construção de uma narrativa histórica que contemple a diversidade de visões para compreender-se a experiência do homem no tempo e no espaço de forma mais completa possível (BURKE, 2011). Em outras palavras, é olhar para um acontecimento não apenas a partir de uma fonte, mas de diversas fontes, observar suas convergências e divergências, procurar compreendê-las, notar intencionalidades, reunir o máximo de informações possíveis sobre um acontecimento, vindas das mais variadas fontes e 17 suportes, e situar aquele acontecimento na conjuntura a qual ele pertence. Este romance auxilia neste movimento. Ele é uma fonte a mais sobre a II Guerra Mundial, falando em uma perspectiva mais global. O romance, também, é uma fonte a mais sobre a comunidade judaica fora do Oriente Médio, sobre a História da Alemanha, sobre a História dos Países Baixos, até sobre a História do Brasil, uma vez dados da década de 1940 sobre São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco são citados. Podemos construir uma visão sobre a II Guerra Mundial a partir dos documentos escritos e governamentais do III Reich, e sobre essa visão construir também significados. Mas este movimento estaria mais pareado com ideais Positivistas: a História Oficial e/ou historicizante. A partir de uma influência da Escola dos Annales, a visão e os significados sobre a II Guerra Mundial podem ser mais robustos e completos — nunca absolutamente completos, é válido salientar — a partir de filmes e documentários da época, fotografias, reportagens de jornais e telejornais, programas de rádio, revistas, músicas e canções e também a partir da literatura, dentre tudo isto, a partir do romance O Diário de Anne Frank. Ele constitui-se em uma das fontes históricas sobre o período e, levando em conta o que é defendido pela Escola dos Annales, é uma fonte que não deve deixar de ser considerada para compreender-se o homem no tempo. 18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANNE FRANK. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2021. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Anne_Frank&oldid=62327503>. Acesso em: 21 de nov 2021. ANNE FRANK HOUSE. “Quem foi Anne Frank?” Anne Frank House, Amsterdã. Disponível em: <https://www.annefrank.org/en/anne-frank/who-was-anne-frank/quem-foi- anne-frank/>. Acesso em: 15 de nov de 2021. ARENDT, H. A dignidade da política. Tradução de Antonio Abranches., Et al. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1993. ARENDT, H. Origens do totalitarismo. Tradução de Roberto Raposo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. BATISTOTI, V. Anne Frank: relembre a trajetória da garota judia durante o holocausto. Rev Galileu, Rio de Janeiro, junho 2018. 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