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Psicopatologia: Definições e conceitos 4 
Bases da psiquiatria infantil 12 
Desenvolvimento Infantil 14 
Desenvolvimento afetivo 15 
Desenvolvimento cognitivo 15 
Desenvolvimento físico 16 
Desenvolvimento social 16 
Fases do desenvolvimento infantil 17 
Psicologia do desenvolvimento infantil 19 
Transtornos de ansiedade 28 
Transtornos Menores 41 
Distúrbios do sono 43 
Transtornos do neurodesenvolvimento 57 
Transtornos específicos de aprendizagem 83 
Tipos de TDAH 90 
Quadros clássicos 96 
Família e Doença mental 129 
Transtorno oposicional desafiante e transtorno da conduta 133 
Transtorno de conduta e transtorno de personalidade antissocial 136 
Tratamento 139 
Referências 145 
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Psicopatologia: Definições e conceitos 
 
 
 
 
A Psicopatologia pode ser compreendida como um discurso ou um saber 
(logos) sobre a paixão, (pathos) da mente, da alma (psiquê). Ou seja, um discurso 
representativo a respeito do pathos psíquico; um discurso sobre o sofrimento 
psíquico sobre o padecer psíquico. A psychê é alada; mas a direção que ela toma 
lhe é dada pelo pathos, pelas paixões. (BERLINCK, 1998 apud CECCARELLI, 
2005). 
A expressão Psicopatologia, que deu nome ao que muitos médicos faziam, 
principalmente na França, na Alemanha e na Inglaterra, durante todo o século XIX, 
inaugurou a tradição médica que se manifesta, até hoje, nos tratados de psiquiatria 
e de Psicopatologia médica. 
O aparecimento da Psicopatologia como disciplina organizada se dá com a 
publicação da Psicopatologia Geral Para Jaspers a Psicopatologia é uma ciência 
complexa: é uma ciência natural, destinada à explicação causal dos fenômenos 
psíquicos mediante os recursos e teorias acerca dos nexos extra conscientes que 
determinam esses fenômenos; e é ciência do espírito, voltada para a descrição das 
vivências subjetivas, para a interpretação das suas expressões objetivas e para a 
compreensão de seus nexos internos e significativos. 
A Psicopatologia deve considerar o indivíduo globalmente atentando sempre 
para os padrões de normalidade onde o indivíduo a ser questionado está inserido, 
não se deixando guiar “cegamente” pelos sintomas. Considerar um sintoma isolado 
é fazer com que o objetivo principal de o entender (compreender o indivíduo) seja 
esquecido (FIGUEIREDO, 1989 apud MENDOZA, 2007). 
Barlow & Durand (2008) também salientam que a Psicopatologia é um termo 
ambíguo: refere-se tanto ao estudo dos estados mentais patológicos, quanto à 
manifestação de comportamentos e experiências que podem indicar um estado 
mental ou psicológico anormal. 
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Os transtornos psiquiátricos são descritos por suas características 
patológicas, ou Psicopatologia, que é um ramo descritivo destes fenômenos. A 
Psicopatologia como o ramo da ciência que trata da natureza essencial da doença 
mental - suas causas, as mudanças estruturais e funcionais associadas a ela e suas 
formas de manifestação. 
A Psicopatologia, em acepção mais ampla, pode ser definida como o 
conjunto de conhecimentos referentes ao adoecimento mental do ser humano 
(CAMPBELL, 1986 apud DALGALARRONDO, 2000). 
Baumgart (2006 apud FERNANDES, 2008) destaca que atualmente a 
Psicopatologia tem dificuldade de coesão teórica devido aos muitos discursos que 
abarca. Percebe-se que os conhecimentos a ela relativos parecem constituir-se 
apenas como um aglomerado de especialidades. 
A Psicopatologia está ligada a diversas disciplinas: as psicologias, as 
psiquiatrias e ao corpo teórico psicanalítico. Dentro da Psicologia, liga-se com 
Psicologia Clínica (direcionada ao diagnóstico, e ao estudo da personalidade), 
Psicologia Geral (noções de subjetividade, intencionalidade, representação, atos 
voluntários etc.), e ainda Psicologia ligada às neurociências, tradições hinduístas e 
outros. 
Considerando ainda que, a Psicopatologia perpassa e dialoga com diferentes 
campos do conhecimento (principalmente entre a Psicologia, Psicanálise, 
Neurologia e Psiquiatria) faz-se imprescindível também, uma melhor definição sobre 
os limites inerentes a essas áreas dentro das práticas e/ou atuações 
psicopatológicas; tanto diante dos estados mentais patológicos, quanto frente as 
suas manifestações comportamentais. Inserida nesse contexto, a Psicanálise é um 
procedimento investigativo dos processos mentais que são quase inacessíveis por 
qualquer outro modo, um método (baseado nessa investigação) para o tratamento 
de distúrbios neuróticos, e uma coleção de informações psicológicas obtidas ao 
longo dessas linhas, e que gradualmente se acumulou numa "nova" disciplina 
científica. 
A Psicologia, entretanto, é a ciência que se preocupa com o comportamento 
humano em seus aspectos e condutas observáveis, que possam ser medidos, 
testados, compreendidos, controlados, descritos e preditos objetivamente. (FREUD, 
1923 apud HAAR, 2008). 
Por um lado, a psicanálise se diferencia da psicologia por ter como seu objeto 
de estudo específico os fenômenos psíquicos inconscientes. Enquanto o estudo da 
psicologia abrange os fenômenos conscientes e inconscientes: estes são os objetos 
de estudos específicos da psicanálise, a qual utiliza, com essa finalidade, uma 
metodologia própria e específica (FREIRE, 2002). 
Tanto a Psiquiatria quanto a Neurologia são especialidades médicas. A 
Psiquiatria lida com a prevenção, atendimento, diagnóstico, tratamento e 
reabilitação das doenças mentais em humanos, sejam elas de cunho orgânico ou 
funcional. 
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A meta principal é o alívio do sofrimento psíquico e o bem-estar psíquico. 
Para isso, é necessária uma avaliação completa do doente, com perspectivas 
biológica, psicológica, sociológica e outras áreas afins. Uma doença ou problema 
psíquico pode ser tratado através de medicamentos ou várias formas de 
psicoterapia. 
A Neurologia estuda e atua nas doenças estruturais, provenientes do Sistema 
Nervoso Central (encéfalo e medula espinal), do Sistema Nervoso Periférico (nervos 
e músculos) e de suas estruturas invólucros (meninges). 
Uma doença estrutural, portanto, refere-se à existência de uma lesão 
identificável em nível genético-molecular (mutação do DNA), bioquímico (alteração 
de substância responsável pelas reações químicas mantedoras das funções dos 
tecidos, órgãos ou sistemas) ou tecidual (alteração da histológica ou morfológica 
própria de cada tecido, órgão ou sistema). (LAMBERT & KINSLEY, 2006). Em 
confluência com os diversificados conceitos, através do paradoxo proposto por 
Lantéri-Laura (1998 apud SALLET e GATTAZ, 2002) ao considerar a Psicopatologia 
como um fenômeno subjetivo que tramita entre a psicologia do patológico e a 
patologia do psicológico – verifica-se também, arelevância da Semiologia e das 
suas técnicas observacionais. 
Nesse aspecto, Dalgalarrondo (2000) elucida a diferença entre Semiologia e 
Semiotécnica: O Semiologia é a ciência dos signos, estando presente em todas as 
atividades humanas que incluam a interação e a comunicação entre dois 
interlocutores pelo uso de um sistema de signos (falas, gestos, atitudes, 
comportamentos não verbais etc.). 
Dedica-se ao estudo dos sintomas e sinais das doenças, permitindo ao 
profissional da saúde identificar alterações físicas e mentais, ordenar os fenômenos 
observados, formular diagnósticos e estabelecer métodos de tratamento. A 
Semiotécnica, por sua vez, refere-se a técnicas e procedimentos específicos da 
observação, coleta e descrição de sinais e sintomas. 
Sendo assim, é de essencial importância para a prática da Semiotécnica em 
Psicopatologia, a observação minuciosa, atenta e perspicaz do comportamento do 
paciente, do conteúdo de seu discurso e da sua maneira de falar, da sua mímica, da 
postura, do vestuário, da forma como reage e do seu estilo de relacionamento com 
o entrevistador, com outros pacientes e com seus familiares. Dentro desse contexto 
mostra-se igualmente importante, a compreensão sobre Nosologia e Nosografia. 
Segundo Karwowski (2015) esclarece, a Nosologia (do grego 'nósos', 
"doença" + 'logos', "tratado", "razão explicativa") é a parte da medicina, ou o ramo 
da patologia que trata das enfermidades em geral e as classifica do ponto de vista 
explicativo (isto é, de sua etiopatogenia). 
Enquanto a Nosografia as ordena desde o aspecto meramente descritivo 
(graphos = descrição). Dessa maneira, o diagnóstico nosológico é estabelecido 
através de um conjunto de dados que envolvem anamnese (pesquisa), exame físico 
e testes complementares. 
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Consequentemente, revela-se necessários que os pressupostos básicos da 
Psicopatologia sejam submetidos a indagações concernentes as suas 
possibilidades. Isto significa que devem ser objeto de uma ciência primeira, 
conforme o psicanalista francês Pierre Fédida denominou de Psicopatologia 
Fundamental: uma Psicopatologia Primeira, convocada a dar conta da 
interdisciplinaridade e da transdisciplinaridade inseridas nas Psicopatologias atuais 
(BERLINCK, 1998 apud CECCARELLI, 2005). 
A noção de fundamental deve ser compreendida no sentido de uma 
"fundamentalidade", uma "intercientificidade dos objetos conceituais". 
Trata-se de um projeto de natureza intercientífica, onde a comparação 
epistemológica dos modelos teórico-clínicos e de seu funcionamento propicia a 
ampliação do limite e da operacionalidade de cada um destes modelos e, 
consequentemente, uma transformação destes últimos. 
A Psicopatologia Fundamental é o fórum de toda a metaPsicopatologia 
(Ibidem). De acordo com Barlow & Durand (2008) o transtorno psicológico ou 
comportamento anormal é uma disfunção psicológica que ocorre em um indivíduo e 
está associada com angústia, diminuição da capacidade adaptativa e apresenta 
uma resposta que não é culturalmente aceita. 
Jaspers (2003) enumera ainda o que deve ser entendido como enfermidade: 
 
1. Processos somáticos; 
 
2. Acontecimentos graves que causam ruptura com a vida até então 
considerada sã; 
 
3. Desvios grandes em relação ao normal estatístico e visto como 
indesejados pelo afetado ou seu meio. 
 
Segundo Leonhard (1997 apud SALLET e GATTAZ, 2002) as falsificações 
sensoperceptivas podem ser explicadas pela simbolização das representações. Em 
geral há uma forma singular de perturbação do pensamento abstrato: os pacientes 
mantêm a crítica para os acontecimentos do dia-a-dia e mostram-se adequados, 
mas falham nas tarefas que exigem abstração. 
As alterações sensoperceptivas também são características na alteração de 
humor e podem abranger todas as áreas do sentido, embora prevaleçam as 
alucinações auditivas. Entretanto, ainda que a excitação os doentes possam xingar 
contra as vozes, tal como os doentes paranoides, posteriormente eles sempre 
demonstram um claro juízo do caráter patológico das mesmas. BRITTO (2004) 
acentua que as discussões sobre juízo para fins psicopatológicos são tomadas 
como base os juízos de realidades, principalmente pelo fato dos juízos de valores 
serem definidos sócio historicamente. 
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Dessa forma, uma patologia do juízo será sempre uma alteração no juízo de 
realidade. Um termo traduzido da palavra alemã Wahn ou Wahsinn que se refere a 
uma síndrome constituída por um conjunto de ideias mórbidas que traduzem uma 
alteração fundamental do juízo, no qual o doente crê com uma convicção inabalável. 
No delírio, por exemplo, os mecanismos associativos do indivíduo 
desviam-se da realidade ou da lógica, podendo conduzir a juízos e raciocínios 
anormais, levando à produção de alucinações, percepções delirantes e ideias 
delirantes. 
Entende-se por surto psicótico um estado mental agudo caracterizado por 
grave desorganização psíquica e fenômenos delirantes e/ou alucinatórios, com 
perda do juízo crítico da realidade. 
A capacidade de perder a noção do que é real e do que é fantasia, criação da 
mente da própria pessoa, é um aspecto muito presente nos quadros agudos da 
esquizofrenia. 
A pessoa adoecida pode criar uma realidade fantasiosa, na qual acredita 
plenamente a ponto de duvidar da realidade do mundo e das pessoas ao seu redor. 
Fala-se em Percepção Delirante quando o paciente atribui à uma percepção normal 
da realidade um significado anormal sem que para isso, existem motivos 
compreensíveis. 
Não existe, neste caso, uma verdadeira alteração da percepção, mas é a 
interpretação dessa percepção que sofre um juízo crítico distorcido e patológico. 
(BARBOSA, 2000 apud Ibidem). 
Jaspers (2000 apud IORIO, 2005) define o delírio com sendo um juízo 
patologicamente falseado e que deve, obrigatoriamente, apresentar três 
características: 
 
● Uma convicção subjetivamente irremovível e uma crença 
absolutamente inabalável com impossibilidade de se sujeitar às 
influências de quaisquer argumentações da lógica; 
● Um pensamento de conteúdo impenetrável e incompreensivo 
psicologicamente para o indivíduo normal; 
● Uma representação sem conteúdo de realidade, ou seja, que não se 
reduz à análise dos acontecimentos vivenciais. 
 
Dalgalarrondo (2000) divide as funções psíquicas em: consciência, atenção, 
orientação, vivências do tempo e do espaço, sensopercepção, memória, afetividade, 
vontade e psicomotricidade, pe nsamento, juízo de realidade, linguagem. Além das 
funções psíquicas compostas, que são consciência e valoração do eu, esquema 
corporal e identidade, personalidade e inteligência. Definiu a sensação como o 
fenômeno elementar gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos variados, 
originados de fora para dentro do organismo, que produzem alterações nos órgãos 
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receptores, estimulando-os. Já por percepção entende-se a tomada de consciênciade um estímulo sensorial. 
De acordo com Ballone (2005) a Sensopercepção é a Instância psíquica 
através da qual apreendemos o mundo externo, utilizando-nos de diversas 
variedades de estímulos, sendo esses visuais, táteis, auditivos, olfatórios ou 
gustativos. 
 
 
É a senso percepção que permite a aquisição dos elementos do 
conhecimento procedente do mundo exterior e do mundo interior, orgânico e 
psíquico. Ela requer a participação dos cinco sentidos externos (olfato, tato, visão, 
audição e paladar), dos sentidos internos (cenestésico, cinético e de orientação) e a 
percepção do mundo mental pela consciência. Esse mesmo autor salienta ainda 
que a sensação é o elemento primário do senso percepção. 
É o registro, na consciência, da estimulação produzida em qualquer dos 
aparelhos sensoriais. Elas podem ser externas (refletem propriedades e aspectos 
isolados das coisas e fenômenos que se encontram no mundo exterior) e internas 
(refletem os movimentos de partes isoladas do nosso corpo e o estado dos órgãos 
internos). 
As sensações internas são de 3 tipos: 
 
1. motoras ou cinéticas (nos orientam sobre os movimentos dos membros e 
do nosso corpo); 
 
2. de equilíbrio (provém da parte interna do ouvido e indicam a posição do 
corpo e da cabeça); 
 
3. E orgânicas ou proprioceptivas (se originam nos órgãos internos). 
 
A percepção, todavia, relaciona-se diretamente com a forma da realidade 
apreendida, ao passo em que a sensação se relacionaria aos fragmentos esparsos 
dessa mesma realidade. 
Ao ouvirmos notas musicais, por exemplo, estaríamos captando fragmentos, 
mas a partir do momento em que captamos uma sucessão e sequência dessas 
notas ao longo de uma melodia, estaríamos captando a forma musical. Sendo 
assim, existem três estágios de percepções: 
A percepção anterior à realidade consciente é a percepção despojada de 
toda e qualquer subjetividade, é a objetividade pura. Ela é anterior a toda e qualquer 
interpretação, anterior a toda e qualquer compreensão e anterior a toda e qualquer 
significação. 
Ela permite a experiência da própria percepção em estado puro. Ela é 
radicalmente exterior ao sujeito, é a percepção do mundo exterior objetivo por 
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excelência. É uma sensação vazia de subjetividade. A percepção que se transforma 
na realidade consciente é a percepção cuja objetividade já remete à uma 
subjetividade ou à um significado consciente real. 
Ela não se permite circunscrever apenas ao mundo exterior e passa a 
pertencer ao mundo interior do sujeito. Trata-se da ponte que une o objeto ao sujeito 
(o mundo objetal ao sujeito), tal como uma porta que introduz o mundo exterior para 
dentro da subjetividade. 
Entretanto, esta percepção que se transforma na realidade consciente é 
somente uma porta de entrada, e é sempre ao mesmo tempo uma passagem do 
objeto ao sujeito, é tanto a porta quanto o trânsito através dela, e sempre no sentido 
que conduz da percepção à subjetividade. 
A percepção posterior à realidade consciente é a percepção que não contém 
propriamente uma nova subjetividade, mas toca nela a partir de estímulos atuais. 
Ela reforça a subjetividade pré-existente e a partir dela, constrói novos elementos 
subjetivos. 
Portanto, enquanto a sensação oferece à pessoa o fundamental da realidade, 
na percepção esse fundamental se organiza de acordo com estruturas específicas, 
conferindo originalidade pessoal à realidade apreendida. A partir da percepção que 
se transforma na realidade consciente, o sujeito passa a oferecer às suas 
sensações um determinado fundo pessoal sobre o qual se assentarão as demais 
futuras sensações. 
Sim (2001), no entanto, considera a Psicopatologia como um método de 
estudo sistemático do comportamento, da cognição e da experiência anormais; o 
estudo dos produtos de uma mente com um transtorno mental. E conforme os 
preceitos estabelecidos por esse mesmo autor, essa análise inclui dois tipos de 
Psicopatologias: A Psicopatologia Explicativa, nas quais existem supostas 
explicações, de acordo com conceitos teóricos (p. ex., a partir de uma base 
psicodinâmica, comportamental ou existencial. 
A Psicopatologia Descritiva, que consiste na descrição e categorização 
precisa de experiências anormais, como são informadas pelo paciente, e 
observadas em seu comportamento. 
 
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Figura 1. O Modelo das Psicopatologias propostas por Sim (2001). 
 
 
 
Sims (2001) distingue ainda que a Psicopatologia descritiva consiste por duas 
partes distintas: a observação do comportamento e a avaliação empática da 
experiência subjetiva. A observação acurada é extremamente importante e um 
exercício muito mais útil do que simplesmente contar os sintomas; às vezes o uso 
servil de listas de sintomas, para a verificação de sua presença ou ausência, tem 
impedido a observação clinica genuína. 
A objetividade é crucial, além da necessidade de observar mais do que 
apenas o comportamento. A outra parte da Psicopatologia descritiva avalia a 
experiência subjetiva através da empatia como termo psiquiátrico, que significa 
literalmente "sentir-se como". 
A Psicopatologia refere-se tanto ao estudo dos estados mentais patológicos, 
quanto às manifestações comportamentais, ou experiências que possam indicar um 
estado mental patológico (ou psicologicamente anormal). Percebe-se, entretanto, 
que a sua principal preocupação está direcionada com a doença da mente. 
Revela-se por isso, um tema vasto a partir do momento em que se defronta com 
questões subjetivas, como por exemplo: o que é considerado doença? Qual a 
definição exata de um comportamento atípico? O que é um estado mental 
patológico? Além disso, a Psicopatologia está diretamente ligada com diferentes 
áreas do conhecimento, sobretudo, com a Psicologia, Psicanálise, Neurologia e 
Psiquiatria. 
Dessa forma, devido aos muitos discursos que ela abrange demonstra uma 
grande dificuldade de coesão teórica. 
 
 
 
 
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Bases da psiquiatria infantil 
 
 
 
Estudos epidemiológicos baseados em critérios diagnósticos do Manual 
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 4ª edição (DSM-IV)1 apresentam 
a prevalência de transtornos psiquiátricos na faixa etária da infância e adolescência 
em torno de 10-15%, sendo mais frequentes os diagnósticos de transtornos de 
conduta/desafiador-opositivo (7,0%) e transtornos ansiosos (5,2%). 
Não há dados específicos sobre as principais causas de atendimento 
psiquiátrico emergencial nesta faixa etária no Brasil. Na literatura mundial, 
predominam: alterações de comportamento sem diagnóstico estabelecido, 
comportamento suicida, depressão, agressividade, abuso de substâncias e 
situações de violência. 
Possivelmente, estes resultados seriam replicados em nosso país. Segundo 
dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), as taxas de suicídio entre 5-14 
anos são de 1,5:100.000 em meninos e 0, 4:100.000 em meninas e na faixa de 
15-24 anos, 22:100.000 para o sexo masculino e 4, 9:100.000 para o feminino. Nos 
últimos 50 anos, estas taxas aumentaram entre os mais jovens em relação aos mais 
velhos. 
Estes valores não contabilizam tentativas de suicídio, apenas óbitos 
reportados. Estima-se que o impacto dos atos suicidas, particularmente em 
adolescentes, seja consideravelmente maior do que os números relatados. 
Observa-se que muitas das situações de emergência psiquiátrica nesta faixa etária 
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podem estar relacionadas a diferentes diagnósticos e podem tanto configurar o 
primeiro episódio de um transtorno psiquiátrico como o agravamento de um quadro 
pré-existente. Portanto, o atendimento emergencial é também o momento de 
diagnóstico diferencial. 
O curso é estruturado em três seções: avaliação psiquiátrica emergencial, 
apresentações clínicas e tratamento. Avaliação psiquiátrica A apresentação clínica 
de quadros psiquiátricos em crianças e adolescentes tende a ser distinta daquela de 
adultos. 
Numa avaliação, deve-se atentar para os sintomas apresentados, o impacto 
dos sintomas para o paciente e a família, fatores de risco e recursos para 
intervenção. Durante o exame psíquico, devem-se observar sinais que exijam 
intervenções imediatas, como agitação psicomotora, agressividade, alterações de 
nível de consciência e comportamento suicida. 
 
 
Os exames físico e neurológico são necessários para o diagnóstico de 
complicações clínicas de transtornos psiquiátricos, como intoxicações em 
dependentes químicos e alterações metabólicas em tentativas de suicídio ou 
transtornos alimentares, além do diagnóstico diferencial de doenças clínicas que 
podem apresentar manifestações psiquiátricas. 
Podem ser necessários exames complementares, como testagem para 
identificação de drogas, hemograma, perfil hidroeletrolítico, monitoramento cardíaco 
e tomografia computadorizada. O engajamento da família é fundamental desde a 
avaliação inicial, para obtenção de dados objetivos sobre a história e o ambiente do 
paciente, além da avaliação da situação familiar. 
A presença ou ausência de suporte familiar e social são fatores 
determinantes na avaliação de risco do paciente e podem determinar a decisão 
quanto à necessidade de internação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Desenvolvimento Infantil 
 
 
 
Os primeiros 1.000 dias de vida representam uma oportunidade única e 
decisiva para o desenvolvimento de todo ser humano. Durante essa janela crucial 
de oportunidades, as células cerebrais podem fazer até 1.000 novas conexões 
neuronais a cada segundo – uma velocidade única na vida. Essas conexões formam 
a base das estruturas cerebrais e contribuem para o funcionamento do cérebro e a 
aprendizagem das crianças e criam as condições para a saúde e a felicidade delas 
no presente e no futuro. 
A falta de atenção integral – que inclui acesso à saúde, nutrição adequada, 
estímulos, amor e proteção contra o estresse e a violência – pode impedir o 
desenvolvimento das estruturas cerebrais. 
Dessas conexões fundamentais. Avanços na neurociência provaram que 
quando as crianças passam seus primeiros anos – particularmente os primeiros 
1.000 dias desde a concepção até os 2 anos de idade – em um ambiente 
estimulante e acolhedor, novas conexões neuronais se formam na velocidade ideal. 
Essas conexões neurais ajudam a determinar a capacidade cognitiva de uma 
criança, como elas aprendem e pensam, sua capacidade de lidar com o estresse, e 
podem até influenciar o quanto elas ganharão quando adultas. 
O desenvolvimento infantil é um processo de aprendizado pelos quais as 
crianças passam para adquirir e aprimorar diversas capacidades de âmbito 
cognitivo, motor, emocional e social. Ao conquistar determinadas capacidades, a 
criança passa a apresentar certos comportamentos e ações (como, por exemplo, 
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dizer a primeira palavra, dar os primeiros passos, etc.) que são esperados a partir 
de determinada idade. 
O desenvolvimento infantil acaba por ser um conjunto de aprendizados que, 
pouco a pouco, vai tornando a criança cada vez mais independente e autônoma. 
Durante o processo de desenvolvimento, a criança evolui em diferentes aspectos de 
sua formação. 
A evolução não se dá somente no crescimento físico da criança, mas 
também na sua parte cognitiva e social, dentre outras. 
 
 
 
 
 
 
 
Desenvolvimento afetivo 
 
 
 
O desenvolvimento afetivo está relacionado aos sentimentos e às emoções e 
é perceptível por parte da criança desde a fase de bebê. Um bebê capaz de 
compreender a recepção de carinho e de amor, e também de amar e de criar laços 
afetivos com os pais e com outras pessoas próximas, principalmente com aquelas 
com as quais tem mais convívio. O estabelecimento dessas relações é fundamental 
para que a criança desenvolva sua inteligência emocional e não tenha, no futuro, 
problemas afetivos. 
 
 
 
 
Desenvolvimento cognitivo 
 
 
 
 
O desenvolvimento cognitivo refere-se à parte mais intelectual do ser 
humano. Diz respeito à atenção, ao raciocínio, à memória e à capacidade de 
resolver problemas. A cognição do ser humano é desenvolvida com o tempo. 
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Enquanto bebê, uma pessoa não tem uma capacidade de memória muito aguçada. 
Em geral, as pessoas não têm, por exemplo, recordações de acontecimentos que 
tenham tido lugar antes dos seus dois anos de idade. 
O desenvolvimento cognitivo infantil permite que a criança interprete, assimile 
e se relacione com os estímulos do ambiente que a cerca e com a sua própria 
essência. 
 
 
 
 
 
 
Desenvolvimento físico 
 
 
 
 
 
O desenvolvimento físico é aquele através do qual as crianças desenvolvem 
habilidades e capacidades motoras como sentar, andar, ficar em pé, pular, correr, 
etc. Em atividades que requerem mais precisão, como por exemplo, escrever, o 
desenvolvimento físico fica também dependente do desenvolvimento cognitivo. 
 
 
 
 
 
Desenvolvimento social 
 
 
 
 
 
Com o desenvolvimento social, a criança aprende a interagir em sociedade. É 
com base nesse tipo de desenvolvimento que a criança estabelece com outras 
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pessoas uma espécie de intercâmbio de informações, que permite adquirir cultura, 
tradições e normas sociais. 
A importância de brincar no desenvolvimento infantil está diretamente 
relacionada com esse tipo de desenvolvimento, pois através da socialização com 
outras crianças, são desenvolvidas certas capacidades de interação e noções de 
limites. 
 
 
 
 
 
 
Fases do desenvolvimento infantil 
 
 
 
 
As etapas do desenvolvimento infantil foram o principal tema de estudo dopsicólogo suíço Jean Piaget. Durante o tempo em que trabalhava em uma escola, 
Piaget se interessou por observar o raciocínio utilizado pelas crianças para 
responder as perguntas de seus professores. 
Posteriormente, passou a observar também os seus filhos e desta forma, 
acabou por subdividir as fases da infância. A teoria de Piaget considera que o 
desenvolvimento infantil consiste em quatro fases no que diz respeito à cognição: 
Sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e operatório formal. 
Confira as fases do desenvolvimento infantil por idade: 
 
Sensório-motor: 0 a 2 anos 
 
Nessa fase do desenvolvimento, a criança desenvolve a capacidade de se 
concentrar em sensações e movimentos. O bebê começa a ganhar consciência de 
movimentos que, anteriormente, eram involuntários. Ele percebe, por exemplo, que 
ao esticar os braços pode alcançar determinados objetos. Durante esse período, 
ocorre o desenvolvimento da coordenação motora. Os bebês nessa faixa etária só 
têm consciência daquilo que podem ver e é por isso que choram quando a mãe sai 
do seu campo de visão, mesmo que ela esteja muito perto. 
 
 
Pré-operatório: 2 a 7 anos 
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Esse é o período onde ocorrem representações da realidade dos próprios 
pensamentos. Nessa fase, algumas vezes a criança não tem a real percepção dos 
acontecimentos, mas sim a sua própria interpretação. Ao observar um copo fino e 
alto e um copo baixo e largo que comportam a mesma quantidade, por exemplo, a 
criança acredita que o copo alto comporte uma quantidade maior. Durante esse 
período também é possível notar uma fase bastante acentuada do egocentrismo e a 
necessidade de dar vida às coisas. É a fase dos “porquês” e da exploração da 
imaginação, ou seja, do dito faz de conta 
 
 
 
 
 
Operatório concreto: 8 a 12 anos 
Nessa fase começa a ser demonstrado o início do pensamento lógico 
concreto e as normas sociais já começam a fazer sentido para a criança. A criança 
é capaz de entender, por exemplo, que um copo fino e alto e um copo baixo e 
grosso podem comportar a mesma quantidade de líquido. 
Nessa faixa etária, o desenvolvimento da criança já contempla 
conhecimentos sobre regras sociais e sobre o senso de justiça. 
 
Operatório formal: a partir dos 12 anos 
Aos 12 anos a criança já possui a capacidade de compreender situações 
abstratas e experiências de outras pessoas. Mesmo que a própria criança jamais 
tenha vivido determinada experiência e nem mesmo nada parecido, ela passa a ter 
a capacidade de compreender através de situações vividas por outros, ou seja, a 
compreender situações abstratas. 
O pré-adolescente também já é capaz de criar situações hipotéticas, teorias e 
possibilidades e de começar a se tornar um ser autônomo. Os marcos do 
desenvolvimento infantil consistem em certos comportamentos ou capacidades que 
se esperam das crianças em determinadas faixas etárias. 
É importante referir que esses marcos podem acontecer mais cedo para 
umas crianças do que para outras, mas uma variação de tempo excessivamente 
grande pode significar algum distúrbio de desenvolvimento. 
Apesar da definição do conceito de fases do desenvolvimento piagetiano, o 
próprio Piaget defende que esse desenvolvimento poder ser beneficiado por certos 
estímulos e por um ambiente apropriado para crianças. 
Os principais fatores que podem impactar o desenvolvimento infantil são: 
 
● Ambiente onde a criança vive. 
● Hereditariedade. 
● Alimentação. 
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● Problemas físicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Psicologia do desenvolvimento infantil 
 
 
 
 
 
A psicologia do desenvolvimento infantil é responsável por estudar as 
alterações que ocorrem no comportamento do ser humano durante a infância e 
defende que ele precisa passar por algumas etapas de aprendizado para finalmente 
adquirir determinada capacidade. 
Esse estudo engloba não só o desenvolvimento emocional/afetivo (emoções 
e sentimentos), mas também o cognitivo (conhecimento/razão), o social (relações 
sociais) e o psicomotor (funções motoras e psíquicas). 
A psicologia do desenvolvimento busca estudar também os fatores que 
promovem as mudanças de comportamento que levam a determinado fim. O 
psicólogo suíço Jean Piaget, fez uma analogia entre o desenvolvimento infantil e o 
desenvolvimento de um embrião: ele considerou que o percurso do 
desenvolvimento infantil consistia em fases e que a conclusão de uma determinada 
fase era condição necessária para passar à fase seguinte, ou seja, defendia que o 
desenvolvimento ocorria de forma sequencial, sem pular etapas. Piaget definiu o 
desenvolvimento cognitivo como uma espécie de embriologia mental. A construção 
da criança enquanto indivíduo está diretamente relacionada com o ambiente que a 
cerca. 
A demanda do ambiente pode influenciar diretamente o alcance de 
determinadas capacidades. Essa condição estabelece algumas relações do 
desenvolvimento infantil com a aprendizagem: uma criança que não sofre estímulos, 
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pode, por exemplo, desenvolver certas capacidades mais tarde ou até mesmo vir a 
não as desenvolver. 
Em outras palavras, se o ambiente não demanda, a criança pode não “reagir” 
e não “construir”. Em suma, a psicologia do desenvolvimento infantil defende que a 
construção acontece através da interação com o meio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teoria de Piaget vs. teoría de Vygotsky 
 
 
 
No domínio da psicologia, Jean Piaget e Lev Vygotsky foram grandes 
estudiosos do desenvolvimento infantil. Ambos são considerados construcionistas e 
interacionistas, pois defendem que nada acontece sem uma interação e que tudo 
precisa passar por um processo de construção até alcançar determinado fim. 
A diferença entre a teoria de Piaget e a teoria de Vygotsky são as mediações 
utilizadas para abordar a interação. Piaget considera que a interação se dê por meio 
da ação da criança. 
Desta forma ocorre uma troca com o meio; a criança age e aprende por 
experiência própria, não há uma pessoa ensinando. Para Vygotsky, a mediação 
ocorre por meio de ferramentas culturais, ou seja, o aprendizado ocorre quando a 
criança interage ou coopera com pessoas que fazem parte do seu ambiente. 
Posteriormente, esses processos de aprendizados são internalizados e passam a 
fazer parte do desenvolvimento independente da criança. 
Em outras palavras, para Vygotsky o desenvolvimento infantil é resultado do 
convívio social. 
 
 
 
Exame Psíquico ou mental da criança 
 
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Ao contrário do exame físico, que é descritivo, o exame psíquico tende a ser 
menos descritivo e mais compreensível, ou seja, a não se transformar em um 
observador e um observado. 
O entrevistador deve saber que ele é uma variável de grande significado e 
que o exame é uma interação entre duas pessoas. 
Seus sentimentos naquele momento se influenciam mutuamente,e grande 
parte dessa influência ocorre de uma forma que ambos não se dão conta, ou seja, 
inconscientemente. 
No exame psíquico da criança procura-se colher dados necessários para 
traçar o perfil de seu estado ou funcionamento mental. Este perfil será o resultado 
da observação de um conjunto de funções psíquicas que correspondem, na sua 
maior parte, à vida consciente da criança. 
Grande parte das funções psíquicas da criança está sob o domínio do ego, 
por isso são chamadas de funções do ego. Elas são responsáveis pelo controle das 
funções motoras, desenvolvimento da fala, memória, percepção, atenção, 
inteligência, noção de realidade e pensamento. 
No bebê estas funções estão embrionárias, mas ele possui uma 
predisposição genética para desenvolvê-las. No exame da criança interessa ao 
entrevistador a observação das funções psíquicas porque elas revelam, em parte, o 
caminho seguido pela criança e os fatores que estariam influenciando esse 
desenvolvimento. 
No transcorrer do exame psíquico, prioriza-se o funcionamento mental. O 
ideal seria que a criança fosse avisada, um ou dois dias antes da entrevista, de que 
irá ao médico e lhe seja informado também o motivo. As explicações deverão ser 
simples e claras, respeitando a idade da criança. 
Os pais deverão orientá-las de que se trata de uma consulta diferente, que o 
médico estará interessado em conhecê-la para poder ajudá-la em suas dificuldades. 
Dizer que o médico irá colocar à sua disposição jogos, material de desenho, 
brinquedos que poderá usar, ou, caso preferir, poderá conversar, e não será 
obrigada a fazer nada que não queira. 
O entrevistador deve estar atento ao que ocorre com a criança desde o 
momento de sua entrada na sala até a sua saída. No exame da criança, três 
variáveis importantes entram em jogo: o entrevistador, a criança e o próprio local do 
exame. 
Deve-se dar preferência a um consultório cujo ambiente lembre mais uma 
sala comum do que uma sala de exames com seu mobiliário convencional. O 
espaço deve ser suficiente para permitir que a criança brinque à vontade e sua 
localização deve protegê-la de estímulos sonoros intensos e desagradáveis que 
possam desviar a atenção da criança. 
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O material que fica à disposição da criança deve estar contido em uma caixa, 
na qual deve ter: pequenos bonecos, animais selvagens e domésticos, carrinhos, 
blocos para construção, massa de modelar, lápis de cor, cola, papel, tesoura, tinta, 
pincel, pedaços de barbante. Alguns profissionais propõem a inclusão de jogos tipo 
pega-varetas, dominó, jogo da velha, que tem a preferência dos pré-adolescentes 
(PORTO, 1997). Em algumas circunstâncias, pode-se passear com a criança em 
volta da quadra ou ir a algum local de seu interesse, até mesmo a sua casa. 
Tanto o desenho e o brinquedo, como a linguagem, possuem um conteúdo 
manifesto ou narrativo e um conteúdo latente ou inconsciente. Na avaliação 
psiquiátrica e psicológica, ambos são importantes, ainda que se dê ênfase ao 
conteúdo simbólico dos mesmos. 
Mas é por meio de seu aspecto narrativo que se observa a facilidade de a 
criança transitar entre a realidade e a fantasia, sua capacidade de expressão ligada 
a seus estados maturativos, sua riqueza imaginativa ou a pobreza de 
representação, resultado neste caso de falhas ou déficit cognitivos de ordem 
cultural, intelectual ou de bloqueio emocional. 
É colocado à disposição da criança todo o material, e espera-se que ela tome 
a iniciativa, seja para utilizá-lo ou iniciar um diálogo, mas ela nem sempre o faz. 
Neste caso, ela não deve ser forçada a brincar, fazer ou dizer alguma coisa. 
Quando a criança está desacompanhada, no transcorrer da entrevista pode 
passar-se algo de natureza ansiogênica, consciente ou não, que lhe desperte a 
vontade de sair da sala. 
O entrevistador deve permitir, pois sabe que ela necessita se reassegurar 
junto à mãe de que tudo vai bem para prosseguir e voltar à sala. Com a criança 
pequena, a dificuldade maior está no início da entrevista. Uma vez obtida sua 
confiança, a entrevista transcorre dentro da livre iniciativa e espontaneidade de que 
a criança pequena é capaz. 
Na criança em fase de latência e nos adolescentes ocorre o contrário. 
Tenham vindo pela sua própria vontade ou não, eles comumente não se recusam a 
entrar no consultório para a entrevista, mas é justamente o seu desenrolar que se 
torna algumas vezes extremamente penoso. 
A criança até os cinco ou seis anos de idade é capaz de se exprimir 
espontaneamente e com naturalidade sobre sua vida, amigos, casa. Ela é mais 
liberal em revelar seus pensamentos e fantasias. Na criança maior, na latência, já 
começam a operar mecanismos de defesa que vão influenciar na expressão de sua 
vida de fantasia, empobrecendo-a. 
A criança, com frequência, torna-se incapaz de expressar fácil e vivamente 
suas imaginações. No exame da criança, é necessário investigar os seguintes itens: 
aparência geral; atitude geral; atividade motora; atenção e concentração; 
temperamento, afeto e humor; memória; orientação e percepção; pensamento; 
linguagem e fala; defesas, fantasia, imaginação e devaneio. Aparência geral: não é 
conveniente inspecionar formalmente a criança. 
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A observação da aparência geral se faz ao longo do exame, por meio do 
“olhar de superfície”. Longe de ser objetivado como superficial, pouco sério, diz 
respeito a uma cuidadosa, porém discreta, observação da criança no que diz 
respeito ao seu aspecto físico, harmonia de traços, presença de lesões, anomalias. 
Verificar seu modo de vestir sugere bom trato ou desleixo, observar sua fisionomia e 
postura (apática, viva, alegre, triste, inibida, descontraída, ansiosa). 
Atitude geral: refere-se ao comportamento da criança durante o exame. 
Como se comporta na antessala? E ao entrar na sala? Entrou com facilidade? Quis 
sair antes do tempo? Interrompeu a atividade para ir ver a mãe? Mostrou-se hostil 
com o entrevistador? 
 
• Atividade motora: a suspeita de perturbações da psicomotricidade pode ser 
levantada, ou mesmo confirmada, a partir da observação das atividades 
espontâneas da criança ao brincar, desenhar, correr, pular ou andar. Deve ser 
observada sua marcha enquanto ela se movimenta. Tem boa coordenação para a 
idade? É lenta? Atenção e concentração: a criança se concentra em alguma 
atividade ou no diálogo? Passa de uma atividade a outra sem cessar e sem terminar 
a antecedente? A capacidade de atenção e concentração modifica-se com a idade. 
Na criança pequena, a atenção e a concentração estão intimamente ligadas ao seu 
interesse imediato e particular. 
Na criança maior, é esperado que ela consiga organizar-se e se manter em 
brincadeiras mais estruturadas e elaboradas. Vários fatores contribuem para este 
fim, entre eles a atenção e a concentração. Na criança pequena é normal ocorrerem 
desvios de tema, mudanças de assuntos,associações estranhas, pela falta de 
atenção e interesse, enquanto, no adolescente e adultos, isso pode ser a tradução 
de um distúrbio do pensamento. 
Temperamento, afeto e humor: referem-se aos sentimentos expressos 
durante o exame. Como variou e, se possível, o que motivou sua flutuação. Sua 
relação com as atividades verbais e não verbais da criança. Na criança maior e no 
adolescente é possível obter informações adicionais sobre como se sentem, seu 
humor e afetos pelos seus próprios relatos. 
Memória: uma queixa frequente nos consultórios diz respeito à memória e é 
expressa das mais diversas formas: “Ele esquece todos os seus objetos na escola”. 
“Aprende a matéria e no dia seguinte já esqueceu tudo”. 
“Ele não sabe onde colocar suas coisas”. Mesmo com queixas eloquentes, a 
memória não se torna a função-chave a ser pesquisada no sentido de detectar uma 
afecção orgânica. 
Estas lesões são raras na infância. Sabe-se que mecanismos psíquicos 
inconscientes estão operando ativamente neste período, interferindo na vida 
consciente da criança, e são observados no seu comportamento, como a 
indiferença, a falta de curiosidade, o esquecimento e o embotamento cognitivo. A 
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memória está intimamente ligada à atividade da atenção e, portanto, distúrbios da 
atenção e a hiperatividade motora são fatores que podem comprometê-la. 
A consciência/vigilância interfere na atenção. Orientação e percepção: estas 
duas funções dizem respeito à capacidade da criança em perceber e compreender a 
realidade. 
O fator idade influencia decisivamente nesta capacidade. Na criança 
pequena, a fronteira entre a realidade e a fantasia, as noções de tempo e espaço, 
são vagas e imprecisas. Avaliar a orientação da criança é procurar saber se ela 
demonstra conhecimento sobre sua pessoa (quem ela é, seu nome, onde mora, sua 
idade, se estuda) e se tem noção de espaço e tempo. Na criança, estes dois últimos 
conceitos não estão muito claros e não se deve esperar que ela domine as relações 
de espaço e lugar (longe, perto, em frente, ao lado, fora da cidade, no centro) e do 
tempo (ontem, hoje, amanhã, mês, ano). 
 
Analisar a percepção é procurar saber em que medida a criança é capaz de 
diferenciar entre o real e a fantasia e, consequentemente, sua adaptação a esta 
realidade. 
Por exemplo: Uma criança de seis anos, intensamente perturbada, reagir 
com pavor, recusando-se a entrar na sala ao ver um buraco no teto. Em uma 
criança saudável desta idade, esse mesmo buraco despertaria curiosidade e uma 
série de perguntas. 
Em relação à percepção, é importante notar se a criança utiliza seus órgãos 
sensoriais de forma adequada e se estão organicamente intactos. 
Pensamento: o pensamento da criança, de modo geral, reflete-se na sua 
conversa, nas suas brincadeiras, jogos e produções. Ouvir a criança falar permite 
obter um grande número de informações. 
É importante lembrar que o pensamento da criança pequena tem 
características que a diferenciam do pensamento do adulto. Em razão de sua 
própria imaturidade, seu pensamento pode expressar-se por associações pouco 
claras, mal ordenadas, que fogem à lógica formal do pensamento do adulto. 
Baseia-se muito mais no seu modo pessoal e auto referente de ver a realidade. 
Na criança maior, por exemplo, na fase de latência, já são exigidas uma 
melhor ordenação e uma clareza maior do seu pensamento. Linguagem e fala: a 
fala também é objeto de observação, e seus distúrbios são frequentemente motivos 
de consultas. 
No exame psíquico, a atenção do entrevistador, muitas vezes, está dirigida 
ao modo como a criança usa a linguagem, porém ele não deve prescindir de 
observá-lo na sua forma efetora. Se a criança discursa, deve-se observar se a fala: 
a) é utilizada como meio de comunicação para se manter uma conversa e 
fornecer informações. 
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b) é empregada como uma forma de se defender, evitar o contato, 
expressando se de forma restrita, lacônica e econômica. c) não tem relação com a 
comunicação. 
Neste caso, ela é manipulada como um objeto, um material sonoro. As 
palavras perdem seu sentido, são emissões sonoras reagrupadas ou remodeladas 
pela criança. Pode ser observada na linguagem do psicótico ou também fazendo 
parte de brincadeiras que crianças pequenas gostam de fazer aproximando as 
palavras, construindo frases por aproximações sonoras mesmo que eles não façam 
sentidos. 
É comum o uso de neologismos (criação ou modificação de algumas 
palavras). Se a criança não fala, deve-se observar se a criança: 
a) utiliza meios extra verbais, como gestos, expressões faciais ou linguagem 
escrita para se comunicar e se dirige sua atenção e seu olhar ao examinador de 
forma significativa. 
 
b) ou se a ausência da fala faz parte de um quadro em que o aspecto 
relacional, ou outras funções, também está comprometido. Defesas: são recursos 
utilizados pela criança de forma consciente ou inconsciente para evitar ou manter a 
ansiedade no nível mais baixo possível frente a situações antigênicas de origem 
interna ou externa (PORTO, 1997). 
São exemplos de recursos utilizados pela criança: 
● A racionalização que um garoto de 11 anos utiliza quando tenta, por 
meio de explicações lógicas (pivetes, assaltantes), justificar a sua 
recusa de sair desacompanhado à rua, mesmo que seja até a esquina 
bem próxima à sua casa. 
● A negação da criança pequena que, durante o exame, brinca somente 
com a mãe, tenta ignorar a presença do entrevistador e negar a 
situação de exame, utilizando um “faz de conta que estou só com a 
mamãe”. 
● A regressão na criança que passa a falar de modo infantilizado. 
● A adultização observada na criança que passa a falar de modo 
afetado, com frases bem elaboradas e rebuscadas, ou por meio de 
suas observações. Como, por exemplo, no menino de sete anos que 
olhando os brinquedos diz: “Quando eu era criança eu gostava de 
brincar com eles. Eu não brinco, é só para crianças pequenas”. A 
repressão pode ser a responsável pelo “branco” que dá na criança que 
não consegue brincar e à qual não ocorre nada para dizer durante a 
entrevista. Em outras, a repressão pode ser presumida não pela 
ausência de produções, mas pelo modo repetitivo e pobre com que se 
manifesta (PORTO, 1997). 
 
 
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Avaliação Neuropsicológica 
 
 
 
 
A avaliação neuropsicológica é um procedimento que tem por objetivo 
investigar as funções cognitivas (conhecimentos complexos) e práxicas (atividade 
motora fina) dos pacientes, buscando elucidar os distúrbios de atenção, memória e 
sensopercepção, além de alterações cognitivas específicas como gnosias, 
abstração, capacidade de raciocínio, cálculo e planejamento, bem como seus 
diagnósticos diferenciais. 
Esta complexa avaliação é realizada por psicólogos e neurologistas treinados 
naavaliação das “funções nervosas superiores” e utiliza de testes neurológicos e 
psicológicos específicos, padronizados e validados, sendo realizados em etapas 
sucessivas, baseados em dados comparativos, segundo o esperado para cada faixa 
etária, nível socioeconômico e escolaridade. 
Esta extensa e minuciosa testagem, são solicitadas por médicos geriatras, 
neurologistas, psiquiatras e psicólogos, além de outros profissionais envolvidos com 
a área de reabilitação em geral, sendo usada para nortear indicações terapêuticas 
medicamentosas e de reabilitação, com técnicas específicas aplicadas a distúrbios 
por déficit de atenção, com ou sem hiperatividade associada, diagnóstico diferencial 
dos déficits cognitivos e avaliação de distúrbios mentais, assim como, as demências 
(isquêmica por multi infartos, Alzheimer e outras) sendo, também, útil para o 
diagnóstico diferencial de depressão. 
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A avaliação neuropsicológica na Doença de Alzheimer (DA) é o principal 
instrumento para diagnosticar o tipo e a intensidade dos distúrbios de atenção, 
memória e desempenho intelectual, permitindo acompanhar, em exames 
sucessivos, a progressão mais rápida ou lenta da DA, oferecendo nas fases iniciais 
a possibilidade de diferenciar os sintomas da DA da depressão. 
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade é bastante comum e 
se caracteriza por dificuldade em manter a atenção, inquietude acentuada (por 
vezes hiperatividade) e impulsividade. Ele também é chamado de Distúrbio do 
Déficit de Atenção. É mais comum na infância, embora, em muitos casos, o 
transtorno acompanhe o indivíduo na vida adulta. 
Nestes casos, os sintomas são mais brandos, quando comparados aos de 
crianças. A avaliação neuropsicológica permite, além do diagnóstico, a 
diferenciação de um distúrbio de atenção secundário apenas a ansiedade, 
nervosismo e preocupações, além de estimar a intensidade do problema e permitir, 
em exames sucessivos, o resultado do tratamento. 
A Epilepsia é uma alteração temporária e reversível do funcionamento do 
cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos. 
Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais elétricos 
incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se. Por isso, algumas 
pessoas podem ter sintomas menos evidentes de epilepsia. Mas isso não significa 
que o problema tenha menos importância. 
Os sintomas epilépticos são: crises de ausência, distorções de percepção ou 
movimentos descontrolados de uma parte do corpo, medo repentino, desconforto 
abdominal, perda de consciência, confusão e alteração de memória transitórias. Em 
crises mais graves, o paciente primeiro perde a consciência e cai, ficando com o 
corpo rígido; depois, as extremidades do corpo se debatem involuntariamente. 
É comum que os pacientes epilépticos tenham queixa de episódios de 
“desligamentos” os quais não são necessariamente de natureza epiléptica. Nesses 
casos, tais desligamentos estar associado a ansiedade, o que pode ser identificado 
numa avaliação neuropsicológica. 
Os distúrbios da memória em pacientes epilépticos podem relacionar com 
alterações anatômicas ou funcionais de regiões do cérebro associadas à memória 
ou, então, serem decorrentes de distúrbio de atenção ou ansiedade. Isto é 
diferenciado pela avaliação neuropsicológica. Os pacientes candidatos à cirurgia de 
epilepsia passam pela avaliação neuropsicológica. 
O objetivo é indicar a possibilidade de sequelas que venham ser provocadas 
pela intervenção cirúrgica, como perda de memória e da fala. A Depressão é um 
distúrbio complexo do humor e não um quadro simples de tristeza. É uma doença 
do corpo como um todo, físico e mental, com alteração do humor e do pensamento. 
Uma doença depressiva não é uma "fossa" ou "um baixo astral" passageiro. 
Na Depressão observa-se perda de memória, desatenção, lentidão, incapacidade 
de tomar decisões, extrema irritabilidade, fadiga crônica, falta de apetite e dores 
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sem explicação. A avaliação da memória, da atenção, da ansiedade e da depressão 
com aplicação na neurologia, psiquiatria e psicologia é feita com a avaliação 
neuropsicológica. 
A avaliação neuropsicológica na Doença de Alzheimer (DA) é o principal 
instrumento para diagnosticar o tipo e a intensidade dos distúrbios de atenção, 
memória e desempenho intelectual, permitindo acompanhar, em exames 
sucessivos, a progressão mais rápida ou lenta da DA, oferecendo, nas fases iniciais, 
a possibilidade de diferenciar os sintomas da DA da depressão. 
 
 
 
 
 
 
 
Transtornos de ansiedade 
 
 
Ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, 
caracterizado por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo 
desconhecido ou estranho. Em crianças, o desenvolvimento emocional influi sobre 
as causas e a maneira como se manifestam os medos e as preocupações tanto 
normais quanto patológicos. Diferentemente dos adultos, crianças podem não 
reconhecer seus medos como exagerados ou irracionais, especialmente as 
menores. 
A ansiedade e o medo passam a ser reconhecidos como patológicos quando 
são exagerados, desproporcionais em relação ao estímulo, ou qualitativamente 
diversos do que se observa como norma naquela faixa etária e interferem com a 
qualidade de vida, o conforto emocional ou o desempenho diário do indivíduo.1 Tais 
reações exageradas ao estímulo ansiogênico se desenvolvem, mais comumente, 
em indivíduos com uma predisposição neurobiológica herdada. 
A maneira prática de se diferenciar ansiedade normal de ansiedade 
patológica é basicamente avaliar se a reação ansiosa é de curta duração, 
autolimitada e relacionada ao estímulo do momento ou não. Os transtornos 
ansiosos são quadros clínicos em que esses sintomas são primários, ou seja, não 
são derivados de outras condições psiquiátricas (depressões, psicoses, transtornos 
do desenvolvimento, transtorno hipercinético, etc.). 
Sintomas ansiosos (e não os transtornos propriamente) são frequentes em 
outros transtornos psiquiátricos. É uma ansiedade que se explica pelos sintomas do 
transtorno primário (exemplos: a ansiedade do início do surto esquizofrênico; o 
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medo da separação dos pais numa criança com depressão maior) e não constitui 
um conjunto de sintomas que determina um transtorno ansioso típico (descritos a 
seguir). 
Mas podem ocorrer casos em que vários transtornos estão presentes ao 
mesmo tempo e não se consegue identificar o que é primário e o que não é, sendo 
mais correto referir que esse paciente apresenta mais de um diagnóstico 
coexistente (comorbidade). 
Estima-se que cerca de metade das crianças com transtornos ansiosos 
tenham também outro transtorno ansioso. Pelos sistemas classificatórios vigentes, o 
transtorno de ansiedade de separação foi o único transtorno mantido na seção 
específica da infânciae adolescência (CID-10, DSM-IV). O transtorno de ansiedade 
excessiva da infância e o transtorno de evitação da infância (DSM-III-R), passaram 
a ser referidos nas classificações atuais, respectivamente, como transtorno de 
ansiedade generalizada (TAG) e fobia social. 
Os transtornos ansiosos são os quadros psiquiátricos mais comuns tanto em 
crianças quanto em adultos, com uma prevalência estimada durante o período de 
vida de 9% e 15% respectivamente. Nas crianças e adolescentes, os transtornos 
ansiosos mais frequentes são o transtorno de ansiedade de separação, com 
prevalência em torno de 4%, o transtorno de ansiedade excessiva ou o atual TAG 
(2,7% a 4,6%) e as fobias específicas (2,4% a 3,3%). 
A prevalência de fobia social fica em torno de 1%10 e a do transtorno de 
pânico (TP) 0,6%. A distribuição entre os sexos é de modo geral equivalente, exceto 
fobias específicas, transtorno de estresse pós-traumático e transtorno de pânico 
com predominância do sexo feminino. 
A causa dos transtornos ansiosos infantis é muitas vezes desconhecida e 
provavelmente multifatorial, incluindo fatores hereditários e ambientais diversos. 
Entre os indivíduos com esses transtornos, o peso relativo dos fatores causais pode 
variar. De uma maneira geral, os transtornos ansiosos na infância e na adolescência 
apresentam um curso crônico, embora flutuante ou episódico, se não tratados. 
Na avaliação e no planejamento terapêutico desses transtornos, é 
fundamental obter uma história detalhada sobre o início dos sintomas, possíveis 
fatores desencadeantes (ex. crise conjugal, perda por morte ou separação, doença 
na família e nascimento de irmãos) e o desenvolvimento da criança. Sugere-se, 
também, levar em conta o temperamento da criança (ex. presença de 
comportamento inibido), o tipo de apego que ela tem com seus pais (ex. seguro ou 
não) e o estilo de cuidados paternos destes (ex. presença de superproteção), além 
dos fatores implicados na etiologia dessas patologias. 
Também deve ser avaliada a presença de comorbidade. De modo geral, o 
tratamento é constituído por uma abordagem multimodal, que inclui orientação aos 
pais e à criança, terapia cognitivo comportamental, psicoterapia dinâmica, uso de 
psicofármacos e intervenções familiares. 
 
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Transtorno de ansiedade generalizada 
 
 
 
 
 
As crianças com TAG apresentam medo excessivo, preocupações ou 
sentimentos de pânico exagerados e irracionais a respeito de várias situações. 
Estão constantemente tensas e dão a impressão de que qualquer situação é ou 
pode ser provocadora de ansiedade. São crianças que estão sempre muito 
preocupadas com o julgamento de terceiros em relação a seu desempenho em 
diferentes áreas e necessitam exageradamente que lhes renovem a confiança, que 
as tranquilizem. Apresentam dificuldade para relaxar, queixas somáticas sem causa 
aparente e sinais de hiperatividade autonômica (ex. palidez, sudorese, taquipnéia, 
tensão muscular e vigilância aumentada). Tendem a ser crianças autoritárias 
quando se trata de fazer com que os demais atuam em função de tranqüilizá-las. 
Um caso típico é o de uma menina de 7 anos de idade que pergunta aos pais 
constantemente se o que eles dizem é verdade, se recusa aos prantos a iniciar 
qualquer atividade nova, pede para sua mãe verificar se ela fez a lição corretamente 
a cada trecho de lição terminada, mostra-se muito aborrecida e angustiada quando 
sua coleguinha de escola achou que ela havia mentido. 
Todo ou quase todo o tempo há algo que a preocupe, não são pensamentos 
repetitivos sobre o mesmo tema, mas são preocupações constantes que mudam de 
tema e geram ansiedade. 
Tornam-se crianças difíceis, pois mantêm o ambiente a seu redor tenso, 
provocam irritação nas pessoas de seu convívio pelo absurdo da situação, sendo 
difícil acalmá-las e ter atividades rotineiras ou de lazer com elas. O início deste 
transtorno costuma ser insidioso, muitas vezes os pais têm dificuldade em precisar 
quando começou e referem que foi se agravando até se tornar intolerável, época em 
que procuram atendimento. 
 
 
Tratamento 
 
 
 
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A abordagem psicoterápica pode ser das mais diversas modalidades, não se 
tendo estudos comprovando a relativa eficácia entre elas até o momento. A terapia 
cognitivo-comportamental consiste basicamente em provocar uma mudança na 
maneira alterada de perceber e raciocinar sobre o ambiente e especificamente 
sobre o que causa a ansiedade (terapia cognitiva) e mudanças no comportamento 
ansioso (terapia comportamental). 
Esse método pode ter eficácia duradoura sobre os transtornos ansiosos em 
geral. Os pais participam ativamente dessa terapia com crianças, ao contrário do 
que é feito com adultos com o mesmo transtorno. No caso clínico citado como 
exemplo, seria feito um acordo com a criança e seus pais de que as perguntas 
exageradas não receberiam resposta, com reasseguramento à criança da 
necessidade disto para diminuir seu sofrimento. 
Nesse método, parte-se do pressuposto que quanto mais atenção se der a 
esse comportamento alterado (respostas tranquilizadoras ou agressivas na tentativa 
de controlar a ansiedade da criança) maior a chance de reforçá-lo e ampliá-lo; ao 
contrário, mantendo-se a calma e retirando-se a atenção do comportamento 
ansioso, ele tende a se extinguir. 
O TAG tem recebido pouca atenção dos pesquisadores em 
psicofarmacologia pediátrica. Em estudos abertos, observou-se melhora significativa 
dos sintomas, tanto com o uso de fluoxetina, como de buspirona. Pouco se sabe a 
respeito de benzodiazepínicos para TAG na infância; alguns autores recomendam o 
seu uso quando não há resposta a tratamentos psicoterápicos. 
 
Fobias específicas 
 
Fobias específicas são definidas pela presença de medo excessivo e 
persistente relacionado a um determinado objeto ou situação, que não seja situação 
de exposição pública ou medo de ter um ataque de pânico. 
Diante do estímulo fóbico, a criança procura correr para perto de um dos pais 
ou de alguém que a faça se sentir protegida e pode apresentar reações de choro, 
desespero, imobilidade, agitação psicomotora ou até mesmo um ataque de pânico. 
Os medos mais comuns na infância são de pequenos animais, injeções, escuridão, 
altura e ruídos intensos. 
As fobias específicas são diferenciadas dos medos normais da infância por 
constituírem uma reação excessiva e desadaptativa, que foge do controle do 
indivíduo, leva a reações de fuga, é persistente e causa comprometimento no 
funcionamento da criança. 
 
Tratamento 
 
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Para fobias específicas, o tratamento mais utilizado tem sido a terapia 
comportamental, de acordo com a prática clínica. Apesar de amplamente utilizada, 
há muito poucas publicações sobre sua eficácia através de estudos controlados, 
com amostras de tamanho razoável, com procedimento diagnóstico padronizadoe 
seguimento sistemático da evolução. 
Resumidamente, as técnicas utilizadas requerem exposição da criança ao 
estímulo fóbico de maneira a produzir a extinção da reação exagerada de medo. A 
técnica que tem sido mais empregada é a de dessensibilização progressiva 
(programa de exposição gradual ao estímulo) de acordo com uma lista hierárquica 
das situações ou objetos temidos. 
Tratamentos baseados na exposição, com frequência se acompanham da 
combinação com outras técnicas cognitivo-comportamentais ("modelagem" ¾ 
técnica com demonstração prática pelo terapeuta e imitação pelo paciente durante a 
sessão; manejo de contingências ¾ identificação e modificação de situações 
relacionadas ao estímulo fóbico, que não o próprio estímulo; procedimentos de 
autocontrole e relaxamento). 
O tratamento farmacológico das fobias específicas não tem sido utilizado na 
prática clínica e são poucos os estudos sobre o uso de medicações nesses 
transtornos. 
 
 
Fobia social 
 
Da mesma forma que se observa em adultos, o medo persistente e intenso 
de situações onde a pessoa julga estar exposta à avaliação de outros, ou se 
comportar de maneira humilhante ou vergonhosa, caracteriza o diagnóstico de fobia 
social em crianças e adolescentes. Em jovens, a ansiedade pode ser expressa por 
choro, "acessos de raiva" ou afastamento de situações sociais nas quais haja 
pessoas não familiares. 
Crianças com fobia social relatam desconforto em inúmeras situações: falar 
em sala de aula, comer na cantina próximo a outras crianças, ir a festas, escrever 
na frente de outros colegas, usar banheiros públicos, dirigir a palavra a figuras de 
autoridade como professores e treinadores, além de conversas/brincadeiras com 
outras crianças. 
Nessas situações, comumente há a presença de sintomas físicos como: 
palpitações, tremores, calafrios e calores súbitos, sudorese e náusea. A depressão 
é uma comorbidade frequente em crianças e adolescentes com fobia social. 
 
Tratamento 
 
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Uma série de procedimentos cognitivo-comportamentais têm sido descritos 
para o tratamento de medo de situações sociais ou de isolamento social em 
crianças. 
O tratamento cognitivo da ansiedade social foca inicialmente na modificação 
de pensamentos mal adaptados que parecem contribuir para o comportamento de 
evitação social. Auto diálogos negativos são comuns em crianças com ansiedade 
social (ex. "todo mundo vai olhar para mim"; "e se eu fizer alguma coisa errada?"). O 
tratamento comportamental baseia-se na exposição gradual à situação temida (ex. 
"uma criança incapaz de comer na cantina da escola por se sentir mal e ter medo de 
vomitar perto de outras crianças, tem como tarefa de exposição a permanência 
diária na cantina por períodos cada vez maiores, inicialmente sem comer e 
gradualmente comprando algum lanche e comendo próximo a seus colegas"). 
Os procedimentos dessa intervenção em crianças e adolescentes segue os 
mesmos princípios do tratamento de adultos, com exceção da graduação da 
exposição aos estímulos temidos, a qual deve ser planejada com um maior número 
de etapas. Até o momento, não há estudos de tratamento não medicamentoso 
controlados em crianças diagnosticadas com fobia social. 
Relatos iniciais indicam que o benzodiazepínico alprazolam pode ser útil na 
redução de evitação de situações sociais em crianças com fobia social. 
 
 
 
 
 
Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) 
 
 
 
 
As crianças são particularmente vulneráveis a violência e abuso sexual e tem 
havido um reconhecimento crescente que experiências traumáticas podem ter um 
impacto grave e duradouro sobre as mesmas. O TEPT tem sido evidenciado como 
um fator de risco para o desenvolvimento posterior de patologias psiquiátricas. 
O diagnóstico do TEPT é feito quando, em consequência à exposição a um 
acontecimento que ameace a integridade ou a vida da criança, são observadas 
alterações importantes no seu comportamento, como inibição excessiva ou 
desinibição, agitação e reatividade emocional aumentada, hipervigilância, além de 
pensamentos obsessivos com conteúdo relacionado à vivência traumática (em 
vigília e em pesadelos durante o sono). 
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Também é observado comportamento de evitar estímulos associados ao 
evento traumático. Pelos critérios diagnósticos do DSM-IV, tais sintomas devem 
durar mais de um mês e levar a comprometimento das atividades do paciente. 
O paciente evita falar sobre o que aconteceu, pois isso lhe é muito doloroso, 
e essa atitude parece perpetuar os sintomas como em geral acontece com todos os 
transtornos ansiosos. 
Crianças apresentam uma dificuldade a mais, especialmente as mais jovens, 
que é a de compreender com clareza e discorrer sobre o ocorrido. Em crianças 
menores, os temas relacionados ao trauma são expressados em brincadeiras 
repetitivas. 
 
Tratamento 
 
Existe alguma evidência sobre a eficácia da abordagem cognitivo 
comportamental e da psicoterapia dinâmica breve no TEPT em crianças e 
adolescentes, porém com poucos estudos a respeito, em geral relatos de caso. 
 
 
 
Em crianças mais jovens, a terapia deve utilizar objetos intermediários como 
brinquedos ou desenho para facilitar a comunicação, evitando-se interpretações 
sem confirmações concretas sobre o que ocorreu, mas fornecendo subsídios que 
permitam a elaboração da experiência traumática. A abordagem 
cognitivo-comportamental tem sido focalizada sobre o(s) sintoma(s) alvo, com o 
objetivo de reverter o condicionamento da reação ansiosa, pela habituação ao 
estímulo. 
O terapeuta deve auxiliar a criança ou adolescente a enfrentar o objeto 
temido, discursando sobre o evento traumático, orientando o paciente a não evitar o 
tema ou os pensamentos relacionados (técnica de exposição). Há apenas um relato 
sobre o uso de medicações em TEPT em crianças usando propranolol, com 
resposta favorável. O planejamento terapêutico depende também da associação 
com outras patologias. 
 
 
Transtorno obsessivo-compulsivo 
 
 
O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é caracterizado pela presença de 
obsessões e compulsões. Obsessões são ideias, pensamentos, imagens ou 
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impulsos repetitivos e persistentes que são vivenciados como intrusivos e provocam 
ansiedade. 
Não são apenas preocupações excessivas em relação a problemas 
cotidianos. A pessoa tenta ignorá-los, suprimi-los ou neutralizá-los através de um 
outro pensamento ou ação. Compulsões são comportamentos repetitivos ou atos 
mentais que visam reduzir a ansiedade e afastar as obsessões. 
Esses rituais frequentemente são percebidos como algo sem sentido e o 
indivíduo reconhece que seu comportamento é irracional. Geralmente a pessoa 
realiza uma compulsão para reduzir o sofrimento causado por uma obsessão. 
As obsessões mais comuns são: preocupação com sujeira ou secreções 
corporais, medo de que algo terrível possa acontecer a si mesmo ou a alguém

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