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Geriatria Fragilidade e Síndrome da Imobilidade

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@NOVAIISVITORIA VITÓRIA NOVAIS – MEDICINA UFJF 
 
1 GERIATRIA E GERONTOLOGIA 
FRAGILIDADE E SÍNDROME DA 
IMOBILIDADE: 
Caso Clínico: 
Mulher, 85 anos, dificuldade de deambulação, 
antecedentes de AVC, demência mista, 
implantação de marca-passo por BAVT, ICC, DM, 
HAS, dependência para atividades de vida diárias, 
osteoporose, fratura prévia de fêmur, quedas 
repetidas, incontinência urinária e depressão. 
 
 
 
 Existem alguns fatores predisponentes à 
Síndrome de Fragilidade do Idoso e todos se 
relacionam entre si. 
 Fragilidade pode ser definida como uma 
síndrome geriátrica comum, caracterizada 
pela diminuição da reserva funcional e 
aumento da vulnerabilidade para eventos 
adversos, incluindo quedas, internações e 
morte de pessoas com mesma idade 
cronológica. (Fairhall N et al. BMC Med. 2011 Jul 6;9:83. Lacas 
A et al. BMC Med 2012 Jan 11;10:4) 
EPIDEMIOLOGIA: 
 7% das pessoas com mais de 65 anos apresentam 
fragilidade 
 Nos octagenários (80 anos), essa prevalência 
sobre para 25 a 40% 
 
CONSEQUÊNCIAS DA FRAGILIDADE: 
Aumenta o risco de: 
 Incapacidades 
 Morbidade 
 Quedas 
 Internações 
 Institucionalização 
 Morte  o risco de mortalidade de um idoso pode 
ser melhor avaliado pela fragilidade do que pela 
idade cronológica deste 
 
DIAGNÓSTICO: 
Existem 2 maneiras principais: 
 Fenótipo de Fragilidade 
 Índices de Fragilidade 
FENÓTIPO DE FRAGILIDADE - FRIED: 
O Fenótipo de Fragilidade é baseado nos seguintes 
critérios: 
1. Redução da força de preensão palmar 
 Avaliação da força de preensão palmar através 
de um dinamômetro 
 Abaixo do percentil 20 da população, corrigido 
por gênero e índice de massa corporal 
 
2. Redução da velocidade de marcha 
 abaixo do percentil 20 da população em teste de 
caminhada de 4,6m, corrigido por gênero e 
estatura 
 
3. Perda de peso não intencional 
 Acima de 4,5kg referidos ou 5% do peso corporal, 
se medido no ultimo ano 
 
4. Sensação de exaustão 
 Autorreferida  aplicação do Questionário CES-D 
 
5. Atividade física baixa 
 Abaixo do percentil 20 da população em 
kcal/semana 
 Minnesota Leisure Time Activity Questionnaire, 
versão curta 
 
Fragilidade
Vulnerabilidade
Pouca Reserva 
Funcional
 
 
@NOVAIISVITORIA VITÓRIA NOVAIS – MEDICINA UFJF 
 
2 GERIATRIA E GERONTOLOGIA 
 Não tendo nenhum dos critérios acima: não 
frágil 
 1 ou 2: Pré-frágil 
 3 ou mais: Frágil 
Além dos Critérios de Fragilidade existem também os 
Índices de Fragilidade. 
ÍNDICES DE FRAGILIDADE: 
 São medidas de déficits em saúde 
 A ideia é que: quanto mais déficits um indivíduo 
apresenta, maior o risco de desfechos negativos 
em saúde e maior fragilidade  medida das 
reservas funcionais do idoso 
 Groningen Frailty Indicator 
 Frailty and Autonomy Scoring Instrumento f 
Leuven (FRAIL) 
 Edmonton Frail Scale  já validada no Brasil 
(mais usada) 
 Frailty Staging System 
ESCALA DE FRAGILIDADE DE EDMONTON: 
Avalia diversas dimensões como: 
 Cognição – Teste do Relógio 
 Estado Geral de Saúde 
 Independência Funcional 
 Suporte Social 
 Uso de Medicamentos 
 Nutrição 
 Humor 
 Continência 
 Desempenho Funcional – Teste do Get up and Go 
 
A pontuação máxima desta escala é de 17 e 
representa o nível mais elevado de fragilidade. Os 
escores para análise da fragilidade são: 
 0-4: não apresenta fragilidade 
 5-6: aparentemente vulnerável 
 7-8: fragilidade leve 
 9-10: fragilidade moderada 
 11 ou mais: fragilidade severa 
TRATAMENTO: 
 A fragilidade pode ser reversível em alguns casos 
como pessoas pré-frágeis por exemplo 
 O tratamento visa manejar de forma otimizada 
qualquer doença de base que possa estar 
causando a fragilidade 
 Visa também prevenir a perda de massa muscular 
por meio de exercícios de resistência  
musculação, fisioterapia motora... 
o Um dos fatores predisponentes a fragilidade 
é a sarcopenia, por isso é importante 
preservar a massa muscular dos idosos 
o Existem diversos tratamentos para tal 
condição, mas ainda não existem evidencias 
de que são benéficos. São: 
- aumento de ingestão calórica 
- terapia de reposição hormonal com 
testosterona 
- uso de Dehidroepiandrosterona 
- Hormônio do Crescimento (GH) 
 
 A avaliação e diagnóstico da fragilidade pode 
ajudar também nas tomadas de decisões 
médicas, rastreamento para neoplasias, inclusão 
ou não de cuidados paliativos, risco X benefícios 
de intervenções... 
 
 
@NOVAIISVITORIA VITÓRIA NOVAIS – MEDICINA UFJF 
 
3 GERIATRIA E GERONTOLOGIA 
SÍNDROME DA IMOBILIDADE: 
 Síndromes são conjuntos de sinais e sintomas, 
dessa forma, a Síndrome da Imobilidade 
consiste no conjunto de alterações que ocorrem 
no indivíduo acamado por um período 
prolongado. 
ETIOLOGIA: 
 Demência, principalmente em estágios mais 
avançados 
 Doença de Parkinson 
 Osteoporose 
 Fraturas 
 Alterações sensoriais 
 Quedas 
 Doenças cardiovasculares e respiratórias 
 AVEs extensos 
FISIOPATOLOGIA: 
 A partir de 15 dias é considerado decúbito de 
longa duração que leva à Síndrome da 
Imobilidade 
 7 a 10 dias: longo período de repouso 
 12 a 15 dias: imobilização 
 
SISTEMAS ACOMETIDOS PELA IMOBILIZAÇÃO 
PROLONGADA: 
 Sistema Musculoesquelético (ossos, articulações 
e músculos) 
o Deformidades ósseas como quiloses 
o Sarcopenia e paresia 
o Redução da mobilidade articular e 
desenvolvimento de contraturas 
o Osteoporose (perda da massa óssea) 
 Sistema Tegumentar 
o Equimoses 
o Dermatites 
o Micoses 
o Ulcera por pressão 
 Alterações Cardiovasculares 
o Hipertensão Arterial 
o Hipotensão ortostática 
 Sistemas Metabólicos e Endócrinos 
 Sistema Gastrointestinal 
o Diarreia 
o Constipação 
o desnutrição 
 Sistema Genitourinário 
o Infecções - ITU 
 Sistema Respiratório 
o Acúmulo de secreção pulmonar 
o Pneumonias 
 Neurológicas e Psiquicas 
o Neuropatias compressivas 
o Coordenação 
o Depressão 
o Ansiedade 
o Delirium 
DIAGNÓSTICO: 
Para fazer o diagnóstico de Síndrome da 
Imobilidade precisamos de 1 critério maior e 2 
critérios menores. 
1. Critério Maior: 
 Déficit cognitivo médio a grave 
 Múltiplas contraturas 
 
2. Critérios Menores: 
 Sinais de sofrimento cutâneo ou úlcera de 
decúbito 
 Disfagia leve a grave 
 Dupla incontinência – urinária e fecal 
 Afasia 
TRATAMENTO: 
 Fisioterapêutico: 
o Estimular a movimentação no leito e a 
independência nas atividades 
o Estimular a deambulação  caminhada 
o Prevenir complicações pulmonares  
prevenir broncoaspiração, Fisioterapia 
Respiratória 
o Auxiliar na resolução de patologias 
pulmonares já instaladas 
o Promover um padrão respiratório mais eficaz 
o Reduzir a dor 
o Manter a força muscular e amplitude de 
movimentos com exercícios  isométricos, 
metabólicos, ativo livre, ativo-resistivo e 
passivos 
ÚLCERAS DE PRESSÃO: 
 
 
 
@NOVAIISVITORIA VITÓRIA NOVAIS – MEDICINA UFJF 
 
4 GERIATRIA E GERONTOLOGIA 
 São lesões localizadas na pele e/ou tecido ou 
estrutura subjacente, geralmente sobre uma 
proeminência óssea, resultante de pressão 
isolada ou de pressão combinada com fricção 
e/ou cisalhamento 
 Occipital 
 Escapular 
 Cotovelo 
 Quadris 
 Sacral 
 Calcâneo 
ESTÁGIOS DA ÚLCERA DE PRESSÃO: 
Estágio 1: 
 
 Hiperemia sem lesão 
propriamente dita da 
epiderme 
 Essa hiperemia NÃO 
desaparece à 
digitopressão 
 
Estágio 2: 
 Já vemos uma solução 
de continuidade = lesão 
da epiderme e derme 
 Pode também ser uma 
BOLHA 
 
 
Estágio 3: 
 Lesão da Epiderme, 
derme e tecido 
subcutâneo  
exposição da gordura 
subcutânea 
 
Estágio 4: 
 
 Lesão muito 
mais profunda 
 Atinge desde a 
Epiderme até 
músculo, tendão ou 
osso 
 
Não Estadiável: 
 Capa de tecido 
desvitalizado que 
impossibilita a 
visualização do tecido 
subjacente 
 ESCARA  Capa 
Necrótica 
 
 
@NOVAIISVITORIAVITÓRIA NOVAIS – MEDICINA UFJF 
 
5 GERIATRIA E GERONTOLOGIA 
TRATAMENTO: 
Consiste basicamente de 3 cuidados principais: 
1. Cuidado Local 
2. Controle da Sobrecarga Tissular 
3. Suporte Nutricional 
 
 Mudança de Decúbito a cada 2 horas 
 Colchoes estáticos (Colchão Caixa de Ovos) 
 Colchoes Dinâmicos – Pneumáticos  uma 
bomba de ar insufla e desinsufla o colchão 
 Filme Transparente sobre as úlceras em estágios 
1 e 2 
 Estágios 2-4: curativos 
o Hidrocoloide: se não houver muita 
exsudação, pois fica úmido facilmente (tipo 
um Band-aid) 
o Alginato: absorve moderado a grande 
exsudato, bom para úlceras profundas e 
infectadas, não para tecido necrótico 
o Hidrogel: melhora a dor, bom para úlceras 
profundas e infectadas, não para tecido 
necrótico 
o Carvão Ativado: quando houver muito 
exsudato 
 “Escaras” – ulceras não esdatiáveis necrotizadas: 
o Bisturi: método mais rápido, indicado quando 
há infecção junto a necrose 
o Gazes molhadas e secas: podem ser usadas 
para alguns tipos de debridamento, mas não 
de rotina 
o Papaína 5 a 10%: ação enzimática (derivada 
do mamão papaia) 
o Colagenase: é um autolític que, embora em 
desuso, serve para retirar tecido necrótico. 
COMPLICAÇÕES: 
 Osteomielite – úlceras de grau 4 com exposição 
óssea 
 Sepse – ulceras infectadas 
 Fístula 
 Meningite 
 Infestação – Miiase, por exemplo

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