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Gabrielli Lopes Pinto - Enfermagem UFES 88 Degenerações Conceito de degeneração Lesão reversível secundária a alterações bioquímicas Resulta em acúmulo de substâncias no interior das células Aparece como uma deposição ou acúmulo de substâncias em células ▪ É agrupada de acordo com a natureza da substância que está sendo acumulada Em geral, as degenerações são processos reversíveis quando o estímulo cessa, mas, em algumas situações, podem evoluir para morte celular O acúmulo de substâncias pode reduzir ou interromper a função celular Classificação das degenerações Degenerações por acúmulo de água e eletrólitos ▪ Degeneração hidrópica Degenerações por acúmulo de proteínas ▪ Degenerações hialina e mucóide Degenerações por acúmulo de lipídeos ▪ Esteatose e lipidoses Degenerações causadas por acúmulo de carboidratos ▪ Na maioria dos casos, essas degenerações estão relacionadas com a deficiência de enzimas responsáveis pela metabolização dos carboidratos Degeneração cálcica ▪ Não é degeneração verdadeira, uma vez que é um evento que ocorre após uma morte celular ▪ Deposição de sais de cálcio e outros sais nas mitocôndrias de células necróticas ▪ A calcificação distrófica pode estar presente com alterações regressivas no tecido pulpar do dente Consequências das degenerações Alterações do balanço hidroeletrolítico ▪ Edema celular Sobrecarga de produtos catabólicos ▪ Glicogênio, lipídeos e proteínas Acúmulo de produtos complexos que não são degradáveis ▪ Acúmulo de pigmentos, minerais e substâncias exógenas ▪ Alterações no processamento e na excreção celular Degeneração hidrópica Provocada por distúrbios no equilíbrio hidroeletrolítico, os quais resultam em retenção de água e eletrólitos no meio intracelular ▪ Elevação da concentração de sódio no meio intracelular e maior entrada de água na célula Torna as células tumefeitas (aumento de volume) Lesão que não causa letalidade (quando o estímulo lesivo é cessado) O desequilíbrio das bombas eletrolíticas pode: ▪ Alterar a produção ou o consumo de ATP ▪ Interferir na integridade de membranas ▪ Modificar a atividade de 1 ou + moléculas que formam a bomba Retenção de sódio + redução de potássio → aumento da pressão osmótica intracelular → entrada de água no citoplasma → célula tumefeita Principais agentes lesivos: ▪ Hipóxia Gabrielli Lopes Pinto - Enfermagem UFES 88 ▪ Radicais livres e toxinas com atividade de fosfolipases, ambos causando danos à membrana celular Órgãos + acometidos: fígado, rins e o coração Aspectos macroscópicos ▪ Aumento do volume tecidual ▪ Aumento do peso do órgão ▪ Tonalidade pálida ▪ Brilho característico ▪ Perda da elasticidade do tecido Aspectos microscópicos ▪ Tumefação ▪ Vacúolos translúcidos ▪ Aspecto granuloso no citoplasma ▪ Citoplasma + acidófilo ▪ Formação de bolhas na membrana citoplasmática ▪ Dilatação do aparelho de Golgi, do retículo endoplasmático e das mitocôndrias ▪ Condensação da cromatina Degeneração hialina Representa o acúmulo de proteínas Pode ocorrer dentro da célula (na forma de pequenos grânulos acidófilos ou aglomerados irregulares) ou fora da célula (no tecido conjuntivo fibroso e no interior dos vasos) Hialina devido ao aspecto homogêneo, com certa transparência e brilho (lembra vidro) e de cor roseada Aparência vítrea, rosa e homogênea quando corada com HE Observa-se condensação de filamentos e proteínas, acúmulo de material de origem viral e proteínas endocitadas Degeneração mucóide Representa o acúmulo de proteínas São identificadas duas alterações sem relação entre si ▪ Hiperprodução de mucina pelas células mucíparas: intestino e trato respiratório; ocorre nos processos inflamatórios com a presença de catarro; ocorre em doenças autoimunes ▪ Hiperprodução de mucina em adenomas ou adenocarcinomas Aspectos macroscópicos ▪ Grande quantidade de substância líquida ▪ Consistência viscosa ▪ Aspecto translúcido Aspectos microscópicos ▪ Núcleo deslocado para a periferia da célula (formato de anel de sinete) Esteatose É uma degeneração gordurosa Acúmulo de gorduras neutras, como os triglicerídeos, em células que não armazenam gordura ▪ Fígado, túbulo renal, miocárdio, músculo esquelético e pâncreas Agentes agressores ▪ Alterações na dieta ▪ Hipóxia ▪ Agentes tóxicos, como o álcool ▪ Distúrbios metabólicos, como o baixo colesterol HDL, obesidade visceral, resistência insulínica, hipertensão e triglicerídeos alto No caso do álcool, no fígado ele é convertido em acetaldeído (tóxico) pela catalase, álcool-desidrogenase ou citocromo P450 → o acetaldeído é convertido em acetato → acetato é convertido em acetil-CoA → geração de muito NADH → inibição da oxidação de ácidos graxos → estímulo da síntese de ácidos graxos → acúmulo de triglicerídeos → esteatose hepática A esteatose hepática é acompanhada de tumefação, deposição de lipídeos no citoplasma e aspecto de adipócito Aspectos macroscópicos no fígado ▪ Cor amarela Gabrielli Lopes Pinto - Enfermagem UFES 88 ▪ Aumento de peso e volume ▪ Consistência reduzida ▪ Bordas arredondadas Lipidoses Degenerações gordurosas que acumulam gorduras complexas, como o colesterol LDL Depósitos de colesterol em artérias (aterosclerose) e pele (xantomas) ▪ O xantelasma ocorre próximo dos olhos Aterosclerose: inflamação com formação de placas de gordura Glicogenoses Doença que envolve o depósito de glicogênio, possui cunho hereditário e é causada por anormalidades na síntese ou degradação do glicogênio O acúmulo de glicogênio pode ocorrer nas células do fígado, rins, músculo esquelético e coração Causas: deficiência genética de enzimas envolvidas no metabolismo do glicogênio; diabetes mellitus (deficiência metabólica que causa reabsorção excessiva de glicose nos túbulos renais) Aspectos microscópicos ▪ Vacúolos no citoplasma devido à dissolução do glicogênio ▪ Preparação histológica diferente (fixação em álcool) ▪ Coloração especial (PAS) Possuem formas hepática, miopática (quando acomete células mioepiteliais) e generalizada Doença de von Gierke (tipo I): forma hepática; deficiência na atividade da enzima G6P nos rins, fígado e intestino; hepatomegalia; doenças metabólicas; hipoglicemia; renomegalia Síndrome de McArdle (tipo V): forma miopática; doença de armazenamento de glicogênio; cansaço excessivo após realizar pouco tempo de exercício físico; câimbras e dores intensas nas pernas e braços; hipersensibilidade e inchaço nos músculos; diminuição da força muscular; urina de cor escura Doença de Pompe: afeta lisossomos; deficiência da enzima GAA; hipotonia muscular; insuficiência respiratória; cardiomegalia Mucopolissacaridoses São desordens metabólicas hereditárias e progressivas causadas por erros inatos do metabolismo ▪ Levam à deficiência da função de enzimas que atuam nos lisossomos celulares ▪ Essas enzimas estão envolvidas na degradação de “GAGs” (glicosaminoglicanos) ▪ Os GAGs que não são metabolizados acabam por se acumular nos lisossomos de diversos tecidos e órgãos, causando alterações sistêmicas na função e morfologia Sinais e sintomas ▪ Comprometimento dos ossos, das articulações, vias respiratórias e do sistema circulatório ▪ O sistema nervoso pode ser afetado e ocorrer alteração cognitiva ▪ O início dos sintomas se dá com alguns meses de vida, com piora progressiva do quadro clínico de forma crônica
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