Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Medicina Laboratorial | UC XVI | SP 5 Diagnóstico diferencial das anemias Relembrando A anemia é classificada a partir dos meus índices hematimétricos Hb fora do valor de referência → anemia VCM- volume corpuscular médios - tamanho - macrocítica, microcítica HCM - índice de “cor” da hemácia - hipercromia ou hipocromia ou normocrômica aqui diz respeito a palidez central!!! se a hemácia está com muita Hb, a área de palidez central fica com pouca palidez; se a hemácia está com pouca Hb, a área de palidez fica maior Eritrograma - parte do hemograma responsável por identificar o tipo e classificar o tipo de anemia → eritrócitos mulher: 4,0 - 5,4 mi/mm³ homem: 4,5 - 6,0 mi/mm³ Hb possui 4 cadeias globinas, e nessa globina temos um anel protoporfirínico e no meio do anel temos o ferro; esse conteúdo é responsável por transportar o oxigênio se eu tiver problemas na globina (problemas de quantidade) → talassemia problema na qualidade da globina → anemia falciforme problema no heme, na protoporfirina → anemia sideroblástica (tenho excesso de ferro) problema no ferro → anemia ferropriva (carencial); problemas de folato e B12 também se enquadram em carenciais → hematócrito: porcentagem de células sanguíneas dentro do sangue Dica: o hematócrito costuma ser 3x maior que o valor de Hb Classificação da anemia Resposta medular + morfologia/Hb + Fisiopatologia Ao pedir o exame de reticulócito (hemácias imaturas), classifico em: regenerativa: a medula produz hemácia, e quando fizer reticulócito ele pode estar até aumentando (reticulocitose), MAS alguém está “roubando” essa hemácia → hemólise, perda sanguínea; arregenerativa: reticulócito baixo; são principalmente as carenciais 1º - Pelo VCM: macro, micro ou normocítica 2º - Pelo reticulócito Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 1 Medicina Laboratorial | UC XVI | SP 5 anemia de doença crônica pode ser normocrômica no começo, mas ela avançada é hipocrômica; diferenciar anemia de doença crônica de ferropriva é por meio da ferritina - na anemia de doença crônica temos um estoque de ferro que não é passível de uso; a hepcidina funciona como uma “rolha” no macrófago, barrando a entrada e saída do ferro; o paciente está com inflamação, tem mobilização e estoque de ferro, mas esse ferro não é utilizado; logo, temos aumento de ferritina na anemia ferropriva, tenho depleção de estoque, ferritina está baixo ferritina também pode ser usada como um marcador inflamatório; - Homeostase do ferro - Ferro vem do sistema de reciclagem e da dieta; - Adquiro na forma ferrosa ou férrica; no duodeno ele é absorvido, circula com a transferrina, que carreia sempre 2 ferros na forma 3+; leva para a medula se precisar produzir hemácia, ou leva ele para a ferritina para fazer estoque; → capacidade plasmática total de ligação de ferro (TIBC) medida da [ ] máxima de ferro que a transferrina pode ligar quando seus sítios ligadores de ferro estão completamente saturados - em uma situação de anemia, o corpo começa a produzir mais transferrina, é como se ele achasse que o ferro que está faltando é por falta de carreador; - quando tenho diminuição de ferro → aumenta a capacidade de ligação - TIBC aumentada → temos lugares sobrando porque está faltando ferro → exame saturação alta: lugares todos cheios baixa: está sobrando espaço capacidade de ligação e saturação vão ser sempre contrárias em uma carência, tenho falta de ferro, sobra lugar, tibc alta e saturação baixa (pq sobra espaço) - hepcidina - A ferroportina é o receptor da hepcidina e a interação hepcidina - ferroportina controla os níveis de ferro nos enterócitos, hepatócitos e macrófagos. - O complexo hepcidina -ferroportina é internalizado nos domínios da membrana basolateral dos macrófagos e a ferroportina é degradada, bloqueando a liberação do ferro dessas células. - Controla entrada e saída do ferro; conforme tenho necessidade, menos hepcidina, ferro é liberado do estômago; - Liberada em situações inflamatórias e doenças crônicas Acúmulo de ferro nos hepatócitos e macrófagos A redução da passagem do ferro para o plasma resulta na baixa saturação da transferrina e menos ferro é liberado para o desenvolvimento do eritroblasto anemia de doença crônica → anemia com estoque de ferro cheio - Hemoglobina Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 2 Medicina Laboratorial | UC XVI | SP 5 abaixo do VR: anemia aumento de VR: eritrocitose ou policitemia - Determinação do hematócrito (Ht) indiretamente ele mede a quantidade de hemácias que estão disponíveis com Hb dentro os valores varam de acordo com sexo e idade - Índices hematimétrico - Importante para classificar morfologicamente o tipo de anemia - Caracterizar doenças ligadas a destruição ou produção de eritrócitos sem anemia hipercrômica → esferocitose (hipercromia relativa devido à forma da hemácia) Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 3 Medicina Laboratorial | UC XVI | SP 5 ● VCM ou VGM - volume corpuscular/globular médio - confere ideia do tamanho da célula VR: 80 - 96 fL classificamos as anemias em: - macrocíticas : ↑ VCM - normocíticas: VCM normal - microcíticas: ↓ VCM causas comuns de erro: - crioaglutinação - conservação prolongada in vitro → aumenta o VCM - excesso EDTA - desidrata a célula → diminui VCM Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 4 Medicina Laboratorial | UC XVI | SP 5 anisocitose - RDW elevado RDW alterado - anemia ferropriva; um dia tenho ferro, outro não, então minha medula acaba produzindo cada dia hemácias diferentes; ● HCM ou HGM - hemoglobina corpuscular / globular média É o quanto o eritrócito tem de Hb em peso VR: 26-32 pg HCM < 26: hipocromia HCM 26-32 : normocromia pecilocitose: hemácias de diferentes formas, podendo ser: equinócitos, acantócitos, hemácias em foices ou drepanócitos, ovalócitos, codócitos, dacriócitos ● CHCM ou CHGM- concentração hemoglobínica corpuscular média - concentração de Hb na hemácia - exprime a relação entre a saturação de Hb e o volume de célula - valor relativo VR: 32-63% ● Reticulócito - Expressa a produção medular de novas hemácias - Trata-se de hemácias imaturas - Reticulócito dá ideia de que anemia é regenerativa ou não regenerativa → regenerativa: condição que não é por falta de matéria prima → arregenerativa: geralmente são as carenciais, não tenho matéria prima para a medula ósseas Se eu tiver uma crise aplásica, que é quando a medula falha/”para”, vou ter problema de eritrócito, leucócito e plaqueta Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 5 Medicina Laboratorial | UC XVI | SP 5 na anemia de doença crônica não falta ferro; mas conforme vou piorando a característica inflamatória, o estoque não sai, e então eu desenvolvo uma ferropriva; ● Anemia por deficiência de ferro (ferropênicas/ferropriva) - ingestão menor que a demanda - deficiência de absorção : enteropatias e cirurgia bariátrica - sangramento crônico: TGI, uterino → clínica e laboratório acompanham a doença!!! Clínica da deficiência de ferro - astenia - dor em MMII - unhas quebradiças e rugosas - estomatite angular - perversão do apetite (PICA) - redução da atenção Clínica da Hb baixa - apatia - palidez palmar - irritabilidade - palidez das mucosas - sopro cardíaco - taquicardia Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 6 Medicina Laboratorial | UC XVI | SP 5 Achado semiológico - perversão do apetite (PICA): uma das primeiras alterações detectadas na deficiência de ferro, antes do surgimento da anemia, e um dos sintomas que mais precocemente desaparecem após o início da suplementação com sais de ferro. - acreditando-se ser consequente às alterações sensoriais do centro da fome decorrentes de deficiências nutricionais de micronutrientes (oligoelementos) Qual o primeiro achado laboratorial na deficiência de ferro (ou anemia ferropriva em instalação) R: ferritina diminuída já que a medula não consegue produzir bem hemácias, ele desvia e forma plaquetas Tratamento dieta (carne) + ferro por via oral Objetivos do tratamento - normalizar o hemograma - normalizar o estoque de ferro - ferritina normal crianças:2 - 3 meses adultos: em média 6 meses de tratamento Monitorização do tratamento - reticulócitos e hemograma a cada 30-60 dias - perfil de ferro e ferritina com 30 - 90 dias - Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 7 Medicina Laboratorial | UC XVI | SP 5 ● Anemia de doença crônica - anemia de doença crônica leve - normocítica - normocrômica - anemia de doença crônica grave - microcítica - hipocrômica Sinais frequentes: - neutrofilia - trombocitose - rouleaux Laboratório - aumenta ferritina - aumenta hepcidina - acúmulo de ferro nos macrófagos ● Anemia megaloblástica - macrocítica - normocrômica - RDW ALTO - LEUCOPENIA - PLAQUETOPENIA - BI ALTA - LDH ALTO - problema de FI- perniciosa - problema de ácido fólico - problema de B12 ● Anemia sideroblástica - A propedêutica laboratorial das anemias sideroblásticas é vasta e envolve desde análises séricas até biópsia de tecidos. - A chave para o diagnóstico é a presença na medula óssea de sideroblastos em anel numa proporção superior a 15% dos eritroblastos e detectados pela coloração com azul da Prússia. - Morfologicamente, os sideroblastos são observados em estágios mais tardios de maturação dos eritroblastos nas anemias sideroblásticas congênitas. Ao passo que nas formas adquiridas eles ocorrem em todos os estágios de maturação dessas células - Alteração na síntese do heme nos precursores eritróides, prejudicando a produção de hemoglobina Laboratório - anisocitose - aumento de RDW - poiquilocitose - siderócitos (hemácias hipocrômicas com depósito de ferro, os corpúsculos de Pappenheimer) Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 8 Medicina Laboratorial | UC XVI | SP 5 - hemácias hipocrômicas e microcíticas : com formas anômalas e diminuição dos níveis de hemoglobina - contagem de reticulócitos está diminuída ● Talassemias O defeito de hemoglobinização deve-se apenas ao déficit ou ausência de formação das cadeias de globina; para saber qual é o tipo de talassemia, precisamos de uma eletroforese, que vai separar as cadeias existentes Não ocorre deficiência de ferro, e os exames para análise de sua captação e transporte (CTLF e saturação de transferrina) estão dentro dos VR e são úteis no diagnóstico diferencial com anemia ferropriva - reticulócitos aumentados - hiperproliferativa - podemos ter pecilocitose - condição normal Hb Fetal - 0,1% Hb A2 - 2 - 3,5% HbA - 95-96% - beta-talassemia heterozigota menor HbA2 aumentado HCM diminuído anemia microcítica hipocrômica cadeias alfa livre - beta-talassemia homozigota maior HbA2 diminuída Hb fetal muito aumentada anemia microcítica hipocrômica cadeias alfa livre em excesso aumento de BI esplenomegalia - beta-talassemia homozigota maior ausência de HbA Hb fetal muito aumentada anemia microcítica - hipocrômica (++++) cadeias alfa livre em excesso aumento de BI esplenomegalia ● Anemia falciforme - problema na qualidade da hemoglobina - Hb entre 6 - 10 g/dL - Hct: 18 - 30% - anemia normocítica (VCM normal) e normocrômica (CHCM normal) - hemácias em alvo - RDW pode estar normal ou levemente aumentado - corpúsculos de howell-jolly - reticulocitose - leucocitose - trombocitose → presença de VCM baixo sugere associação com anemia ferropriva ou talassemia VCM alto: crise megaloblástica Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 9 Medicina Laboratorial | UC XVI | SP 5 → Teste de falcização - É um método qualitativo de triagem na pesquisa de HbS. - Consiste na visualização dos drepanócitos após amostra ser colocada em ambiente pobre em oxigênio → quando temos desoxigenação temos a formação de longos polímeros de Hb S que altera a forma do eritrócito ● Eritroenzimopatias - a hipótese diagnóstica é formulada após confrontar-se um quadro suspeito de anemia hemolítica com: - elevação da dosagem sérica de LDH - hiperbilirrubinemia com predomínio de BI e redução de haptoglobina - anemia normocítica e normocrômica, de intensidade variada Casos clínicos Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 10 Medicina Laboratorial | UC XVI | SP 5 Hematócrito é relativo; se o valor não está batendo com 3x o valor da Hb, é porque talvez o paciente esteja tendo um problema de volemia ou o laboratório liberou resultado errado Normalmente RDW está alto; Neoplasia → doença crônica! Essa anemia pode ser tanto ferropriva e de doença crônica, eu diferenciaria pela ferritina Paciente está em tratamento, então ele já está resolvendo; Reticulócito já está alto porque estamos suplementando ferro; Trata-se de um exame de uma pessoa em resolução Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 11 Medicina Laboratorial | UC XVI | SP 5 Policromasia é como se fosse um resto de material ribossômica do reticulócito na lâmina que é em decorrência da reticulocitose Posso ter uma pancitopenia e aplasia nas megaloblásticas Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 12
Compartilhar