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Dos Crimes Contra a Vida

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@vitoriahipollito 
1 
 
Dos Crimes Contra a 
Vida 
O Código Penal arrola quatro crimes contra a vida: 
1. Homicídio; 
2. Induzimento, instigação ou auxilio a suicídio ou a automutilação; 
3. Infanticídio; e 
4. Aborto. 
São crimes dolosos contra a vida, de competência do júri (salvo 
homicídio culposo em fase da presença da culpa, e o induzimento 
ou auxilio à automutilação). 
 
HOMICÍDIO INFORMAÇÕES GERAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ação penal 
será publica 
incondicionada. 
 
Homicídio 
Culposo 
Doloso 
Simples (caput) 
Privilegiado § 1º 
Qualificado § 2º 
Circunstanciado § 
4º, parte 2, e § 6º e 
7º 
Simples § 3º 
Perdão judicial 
§ 5º 
Circunstanciado 
§4º, parte 1 
Motivos dos crimes: 
 Meios e modos de 
execução do crime, salvo a 
traição (incs. III e IV); 
 Conexão (inc. V); 
 Feminicídio (inc. V); 
 Crime praticado contra 
integrantes dos órgãos de 
segurança pública ou 
pessoas a eles vinculadas 
pelo casamento, pela 
união estável ou pelo 
parentesco (inc. VII); 
 Emprego de arma de fogo 
de uso restrito ou proibido 
(inc. VIII) 
@vitoriahipollito 
2 
 
Informações rápidas: 
Homicídio simples: não é hediondo, em regra. 
Homicídio privilegiado: incomunicável (diminuição obrigatória da pena), não é 
hediondo. 
Homicídio qualificado: é sempre hediondo. 
Homicídio culposo: não admite tentativa. 
Perdão judicial: deve ser concedido na sentença; ato unilateral; não gera reincidência. 
Ação penal: publica incondicionada (doloso: rito do júri; culposo: sumário com sursis 
processual). 
 
HOMICÍDIO SIMPLES 
O crime de homicídio simples encontra no art. 121 CP, é uma forma livre, embora em 
alguns casos, a forma empregada pelo criminoso qualifique o delito. A conduta 
incriminada é a de matar alguém. 
Núcleo do tipo 
O núcleo do tipo é o verbo “matar”, trata-se de um crime 
de forma livre, ou seja, é admitido qualquer meio de 
execução e pode ser praticado por ação ou omissão, desde 
que presente o poder de agir. 
O crime pode ser praticado de forma direta (quando o 
meio de execução é manuseado diretamente pelo agente) 
exemplo: golpe com uma barra de ferro, ou também de 
forma indireta, quando o meio de execução é manipulado indiretamente pelo homicida 
(exemplo: ataque por um cão feroz). 
 
Sujeito ativo: o homicídio é um crime comum, podendo ser praticado por qualquer 
pessoa, isoladamente ou em concurso com outro indivíduo. Comporta coautoria e 
participação. 
Sujeito passivo: pode ser qualquer pessoa humana, após o nascimento e desde que 
esteja viva. 
 
 
 
 
 
Homicídio por ação: 
Exemplo: pauladas, tiros, 
facadas. 
Homicídio por omissão: 
Exemplo: mãe que deixa 
de alimentar a criança. 
@vitoriahipollito 
3 
 
Consumação 
Ocorre a morte com a cessação da atividade encefálica, como determina o art. 3 º da Lei 
9.434/1997. 
 
Tentativa 
 
É possível a tentativa, podendo ser 
dividido de duas formas: 
 
 
 
 
 
 
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO 
 
Possui natureza jurídica de CAUSA OBRIGATÓRIA DE DIMINUIÇÃO DE PENA 
(1/6 A 1/3). 
 
Hipóteses 
 
Relevante valor social (corresponde ao interesse coletivo. Exemplo: matar um perigoso 
estuprador que aterroriza as mulheres e crianças de uma cidade); relevante valor moral 
(interesse/sentimento pessoal/individual. Exemplo: matar aquele que estuprou sua filha 
e esposa); domínio de violenta emoção (após injusta provocação). 
 
OBS: não comunica aos coautores e é reconhecido pelo Conselho de Sentença (somente 
os jurados podem reconhecer este instituto). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tentativa cruenta: a vítima é 
alcançada pela conduta criminosa 
e sofre os ferimentos; 
Tentativa incruenta: a vítima NÃO 
é atingida, embora não ocorra o 
resultado morte. 
a) Domínio de violenta emoção: a emoção 
deve ser violenta, intensa, capaz de 
alterar o estado de ânimo do agente. 
b) Injusta provocação da vítima: pode ser ou 
não criminosa, é o comportamento apto a 
desencadear a violenta emoção e a 
consequente prática do crime. 
c) Reação imediata: é indispensável seja o 
fato praticado “logo em seguida”, 
momentos após a injusta provocação da 
vítima. 
 
@vitoriahipollito 
4 
 
HOMICÍDIO QUALIFICADO 
 
Com base no caput do art. 121, CP a pena do homicídio simples é de 6 a 20 anos de 
reclusão, já o homicídio qualificado passa a ser de 12 a 30 anos de reclusão. 
 
Importante: o homicídio qualificado é crime hediondo, qualquer que seja a 
qualificadora. É o que consta no art. 1º, inciso I da Lei 8.072/90. 
 
Qualificadoras 
 
I. Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por motivo torpe: 
Paga e promessa de recompensa caracteriza o homicídio mercenário, exemplo: moça que 
paga para matar o marido, ou a mulher que se junta com o amante, para matar o marido 
para receber herança e dividir com o amante. 
 
 Motivo torpe: moralmente desprezível, considerado imoral, vergonhoso. 
Exemplo: matar para receber uma herança, matar por qualquer tipo de 
preconceito. 
 
A vingança não caracteriza automaticamente como motivo torpe, vai depender do motivo 
que levou o indivíduo a vinga-se de alguém. 
O ciúme não é considerado motivo torpe. 
 
II. Motivo fútil: 
Desproporcional, insignificante, crime que há uma desproporcionalidade entre o 
crime e a causa. Exemplo: matar por ter levado uma fechada no trânsito. 
 
III. Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio 
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum: 
 
a) Meio insidioso: fraude, clandestino; 
b) Meio cruel: sujeita as vítimas em um sofrimento excessivo; 
c) Meio que possa resultar perigo comum: é aquele que expõe a vítima e um 
indeterminado de pessoas a uma situação de probabilidade de dano; 
d) Veneno: substância de origem química ou biológica capaz de provocar a morte 
quando introduzida no organismo humano (se foi misturada de forma violenta, a 
qualificadora reporta ao meio cruel); 
e) Fogo: resultado da combustão de produtos infláveis, da qual decorrem calor e luz; 
f) Asfixia: supressão da função respiratória, com origem mecânica ou tóxica. 
g) Tortura. 
 
 
 
 
 
@vitoriahipollito 
5 
 
IV. À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que 
dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido: 
 
a) Traição: ataque súbito e sorrateiro (se a vítima percebe e foge, não há 
qualificadora); 
b) Emboscada: tocaia, o agente fica à espreita, à espera da vítima passar; 
c) Dissimulação: disfarce. 
 
V. Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem de 
outro crime 
Também chamada de conexão, em face da ligação entre dois ou mais crimes. 
 
a) Na ocultação: o agente pretende impedir que se descubra a prática de outro crime; 
b) Na impunidade: o agente deseja evitar a punibilidade do crime anterior; 
c) Na vantagem: tudo o que se auferiu com o outro crime. 
 
VI. Contra a mulher por razões da condição de sexo feminino 
Razoes de condição do sexo feminino (o criminoso não aceita e mata a mulher por 
razões advindas as condições do sexo feminino). 
 
VII. Agentes estatais 
Inserida pela Lei 13.142/2015, o crime deve estar ligado ao exercício da função ou 
em razão dela, abrangendo cônjuge e companheiro. 
 
HOMICÍDIO CULPOSO 
 
Configura-se crime de homicídio culposo quando o agente realiza uma conduta 
voluntária, com violação do dever objetivo de cuidado a todos imposto, por 
imprudência, negligencia ou imperícia, e assim produz um resultado naturalístico 
(morte) involuntário, nem previsto, nem querido, mas objetivamente previsível, que 
podia com a devida atenção ter evitado. 
 
a) Imprudência: ou culpa positiva, consiste na prática de um ato perigo. Exemplo: 
manusear arma de fofo em um espaço com grande concentração de pessoas. 
b) Negligência: ou culpa negativa, é deixar de fazer aquilo que a cautela 
recomendava. Exemplo: deixar arma carregada perto de várias pessoas.c) Imperícia: ou culpa profissional, é a falta de aptidão para o exercício de arte, 
profissão ou ofício para qual o agente, em que pese autorizado a exercê-la, não 
possui conhecimentos teóricos ou práticos para tanto. 
 
É importante destacar que para o homicídio culposo praticado na direção de veículo 
automotor aplica-se o crime definido pelo art. 302 da Lei 9.503/97 - Código de Trânsito 
Brasileiro. 
 
Tem um aumento de pena de 1/3 quando decorre da inobservância de regra técnica de 
profissão, arte ou oficio; deixa de prestar socorro imediato à vítima; foge. 
@vitoriahipollito 
6 
 
 
a) Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício: o sujeito não reúne 
conhecimentos teóricos ou práticos para o exercício de arte, profissão ou ofício. 
b) Deixar de presta imediato socorro à vítima: crimes culposos praticados na 
direção de veículo automotor. Essa causa de aumento da pena, fundada na 
solidariedade humana, relaciona-se unicamente às pessoas que por culpa 
contribuíram para a produção do resultado e não tenham prestado imediato 
socorro à vítima. 
Mas, se no caso concreto, o agente não agiu de forma culposa, mas deixou de 
prestar socorro, responder pelo crime de omissão de socorro com a pena majorada 
pela morte. 
c) Fugir para evitar prisão em flagrante 
 
PERDÃO JUDICIAL 
 
Apenas se admite perdão judicial para homicídio culposo, já que a consequência do 
crime é para o agente punição maior do que a própria pena. 
O perdão judicial somente pode ser concedido na sentença. Essa sentença é declaratória 
da extinção da punibilidade. 
É um ato unilateral, não precisa ser aceito pelo réu para surtir efeitos. 
 
 
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A 
SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO– art. 122, cp 
 
A conduta suicida ou de automutilação, não é criminosa no Brasil, ou seja, não são 
puníveis as condutas que lesionam ou expõem a perigo bens jurídicos pertencentes 
exclusivamente a quem praticou. 
 
 
 
Núcleo do tipo 
 
A participação em suicídio ou em automutilação pode ser mora, nos núcleos de induzir e 
instigar, ou material, na conduta de auxiliar alguém a suicidar-se ou a praticar 
automutilação. 
a) Induzir: significa incutir na mente alheia a ideia do suicídio ou da automutilação, 
até então inexistentes. 
b) Instigar: reforçar o propósito suicida ou de automutilação preexistente. 
c) Auxiliar: é concorrer materialmente para a prática do suicídio ou da 
automutilação. 
 
 
 
@vitoriahipollito 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Consumação 
A consumação ocorre com a morte ou com a ocorrência de lesão corporal grave. 
OBS: musicas, livros, filmes que estimulam a prática do suicídio, não constituem crime, já que a 
 Roleta russa e duelo americano: várias pessoas fazem, simultaneamente, roleta-russa 
ou duelo americano, aos sobreviventes será imputado o crime de participação em 
suicídio. Na roleta-russa a arma de fogo é municiada com um único projétil, e o gatilho 
deve ser acionado pelos participantes cada um em sua vez. Já no duelo americano, 
existem duas armas de fogo, uma municiada e a outra desmuniciada, e os participantes 
devem escolher uma delas para apertarem o gatilho contra eles mesmos. 
Se no contexto um dos participantes que não sabia se a arma de fogo estava ou não 
apta a efetuar o disparo, aciona seu gatilho, apontando para outra pessoa, assim 
provocando sua morte, o crime será de homicídio com dolo eventual. 
 
 Pacto de morte: duas pessoas combinam o suicídio. Se um se mata e o outro sobrevive, 
o sobrevivente responde pelo crime do art. 122, CP. 
INFANTICÍDIO 
 
 
 
 
 
 
Informações rápidas: 
 Forma privilegiada de homicídio; 
 O crime é praticado durante ou logo depois do parto; 
 Admite coautoria e participação; 
 Não se admite a modalidade culposa 
 Admite tentativa. 
Sujeito ativo Sujeito passivo 
É crime comum ou geral, podendo 
ser cometido por qualquer 
pessoa. 
Pode ser qualquer pessoa, desde 
que possua um mínimo de 
capacidade de resistência e de 
discernimento quanto à conduta 
criminosa. 
Art. 123 
Matar, sob influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou 
logo depois. 
Pena: Detenção, de dois a seis anos. 
@vitoriahipollito 
8 
 
Conceito 
O infanticídio significa a morte de um infante, é uma forma privilegiada de homicídio. Trata de 
um crime praticado pela mãe contra seu próprio filho, nascente ou recém-nascido, durante o 
parto ou logo após, influenciada pelo estado puerperal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABORTO 
Espécies de aborto 
a) Natural: é a interrupção espontânea da gravidez. 
b) Acidental: é a interrupção da gravidez provocada por traumatismos, tais como choques 
e quedas. Não caracteriza crime, por ausência do dolo. 
c) Criminoso: é a interrupção dolosa da gravidez. 
d) Legal ou Permitido: é a interrupção da gravidez de forma voluntária e aceita por lei. O 
art. 128 CP admite o aborto em duas hipóteses: quando não há outro meio para salvar a 
vida da gestante (aborto necessário ou terapêutico) e quando a gravidez resulta de 
estupro (aborto sentimental ou humanitário). 
e) Eugênico ou Eugenésico: é a interrupção para evitar o nascimento da criança com 
graves deformidades genéticas. 
f) Econômico ou social: mata-se o feto para não agravar a situação miserabilidade 
enfrentada pela mãe ou por sua família. Trate-se de modalidade criminosa, pois não foi 
acolhida pelo direito penal brasileiro. 
É o conjunto de alterações físicas e psíquicas que acometem a 
mulher em decorrência das circunstâncias relacionadas ao 
parto, tais como convulsões e emoções provocadas pelo 
choque corporal, as quais afetam sua saúde mental. 
Sujeito ativo Sujeito passivo 
Crime próprio, somente pode ser 
praticado pela mãe. Admite 
coautoria e participação. 
É a nascente ou recém-nascido. 
Se a mãe, influenciada pelo estado puerperal 
e logo o após do parto, mata outra criança, 
que acreditava ser seu filho, responde por 
infanticídio putativo. 
Se a mãe mata um adulto, ainda presentes 
as demais elementares previstas no art. 123 
CP, o crime será de homicídio. 
@vitoriahipollito 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O art. 124 CP contém duas figuras típicas distintas: 
a) Provocar aborto em si mesma 1ª parte 
Trata-se de autoaborto, em que a gestante efetua contra si própria o procedimento abortivo por 
qualquer modo capaz de levar à morte do feto. Exemplo: golpe com instrumento contundente). 
Esse delito admite o concurso de pessoas, na modalidade participação: o partícipe do autoaborto, 
além de responder por esse delito, pratica crime de homicídio culposo ou lesão corporal de 
natureza culposa, se ocorrer morte ou lesão corporal grave em relação a gestante. 
b) Consentir para terceiro lhe provoque o aborto 2ª parte 
A gravida não pratica em si mesma o aborto, mas autoriza um terceiro qualquer, que não precisa 
ser o médico, a faze-lo 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esse crime pode concretizar-se em duas hipóteses: 
a) Não houve o consentimento da gestante. Exemplo: agressão pelo antigo namorado que a 
engravidou, terceiro que coloca medicamento abortivo em sua comida, entre outros. 
b) A vítima prestou consentimento, mas sua anuência não surte efeitos válidos, por se 
enquadrar em alguma situação indicada no art. 126 CP. 
Trata-se de crime de dupla subjetividade passiva. Há duas vítimas: o feto e a gestante. 
Vai ser o feto, ou o feto e a 
gestante se o aborto for sem o seu 
consentimento. 
Sujeito passivo Sujeito ativo 
No autoaborto e no aborto consentido, o sujeito ativo 
é a gestante. Na modalidade provocado por terceiro 
(com ou sem o consentimento da gestante), o sujeito 
ativo é qualquer pessoa. 
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento 
 Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem 
lhe provoque: 
 Pena - detenção, de um a três anos.Aborto provocado por terceiro 
 Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da 
gestante: 
 Pena - reclusão, de três a dez anos. 
 
@vitoriahipollito 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando um aborto é realizado por terceira pessoa com o consentimento da gestante, os dois 
deveriam responder pelo mesmo crime, pois agiram em busca de um fim comum: a morte do feto. 
A gestante que presta o consentimento incide na pena da parte final do art. 124 CP ao passo que 
o terceiro que provoca o aborto com o seu consentimento é enquadrado no art. 126 CP. 
O consentimento da gestante deve subsistir até a consumação do aborto, se durante o 
procedimento abortivo ela se arrepender e solicitar ao terceiro a interrupção das manobras letais, 
mas não for obedecida, para ela o fato será atípico, e o terceiro responderá pelo crime do art. 125 
CP. 
 
 
 
 
 
ABORTO LEGAL OU PERMITIDO 
 
O art. 128 CP prevê duas hipóteses de aborto permitido: aborto necessário e aborto no caso de 
gravidez resultante de estupro. Em ambas, o aborto deve ser praticado por médico, pois é ele o 
profissional habilitado para a segurança da gestante. 
 
 
 
 Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
 Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a 
gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, 
ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou 
violência 
 
 Forma qualificada 
 Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas 
de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para 
provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, 
se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. 
 
 Aborto necessário 
 I - Se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
 Aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
 II - Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da 
gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. 
 
@vitoriahipollito 
11 
 
ABORTO NECESSÁRIO 
O aborto necessário ou terapêutico depende de três requisitos: 
1. Ser praticado por medico; 
2. A vida da gestante corra perigo em razão da gravidez; e 
3. Não exista outro meio de salvar a sua vida. 
 
ABORTO NO CASO DE GRAVIDEZ RESULTANTE 
DE ESTUPRO 
É também chamado de aborto sentimental, humanitário, ético ou piedoso. Dependera de três 
requisitos: 
1. Ser praticado por medico; 
2. Consentimento válido da gestante ou de ser responsável legal, se for incapaz; e 
3. Gravidez resultante estupro. 
 
ABORTO EUGÊNICO OU EUGENÉSICO 
O direito brasileiro não contempla regra permissiva do aborto nas hipóteses em que os exames 
médicos pré-natais indicam que a criança nascerá com graves deformidades físicas ou psíquicas. 
O direito penal protege a vida humana desde a sua primeira manifestação, basta a vida, pouco 
importando as anomalias que possa apresentar.

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