Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LISTA DE EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA VESTIBULARES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO (UERJ) HISTÓRIA DA ÁFRICA 1 Organizado por: @InstitutoMedida Fonte: revista.vestibular.uerj.br Vestibular Estadual 2016 | Exame Discursivo | Questão 09: Assunto: Pan-africanismo, neocolonialismo e soberania nacional Resposta Padrão: Principal diferença: a imagem 1 retrata a fauna típica da África enfatizando seu aspecto natural e exótico, enquanto a imagem 2 mostra rostos e tipos humanos, denotando a valorização da diversidade étnica e cultural do continente. Um dos processos históricos: • pan-africanismo • repercussões internacionais do fim do Apartheid • valorização e divulgação das histórias dos povos africanos • reconhecimento e condenação dos efeitos do neocolonialismo • valorização das heranças culturais africanas em sociedades americanas e europeias • ampliação das críticas internacionais às teorias raciais e ao etnocentrismo após a Segunda Guerra Mundial • desdobramentos simbólicos da Primavera Árabe no norte da África, como, por exemplo, a mobilização popular e a defesa da pluralidade • movimentos de descolonização na África, associados à valorização e ao reconhecimento da soberania e das identidades dos povos africanos Comentário da Questão: As variadas formas de apresentar e caracterizar povos e sociedades africanas dependeram, entre outros aspectos, das relações estabelecidas, sobretudo, com as sociedades europeias. Alvo de processos de conquista e colonização, de forma mais acentuada entre os séculos XV e XX, as sociedades africanas foram representadas em textos e imagens variados, fortemente marcados por perspectivas estereotipadas, racialistas e preconceituosas, muitas delas justificadoras e viabilizadoras das ações de exploração de suas riquezas LISTA DE EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA VESTIBULARES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO (UERJ) HISTÓRIA DA ÁFRICA 2 Organizado por: @InstitutoMedida Fonte: revista.vestibular.uerj.br hidrominerais, de sua mão de obra e de suas potencialidades comerciais. As imagens em análise ilustram diferenças de representação significativas. A imagem 1 associa o continente africano ao exotismo de sua natureza e de sua fauna; já a imagem 2 destaca sua diversidade humana e sociocultural. Mesmo sendo imagens que circulam simultaneamente na internet na atualidade, as diferenças entre ambas apontam para mudanças históricas que afetaram as sociedades africanas no decorrer do século XX e que interferiram na cada vez maior valorização da diversidade étnica e cultural dos povos africanos. Entre essas mudanças, encontram-se: os movimentos de descolonização na África, associados ao reconhecimento da soberania e das identidades dos povos africanos; a ampliação das críticas internacionais às teorias raciais e ao etnocentrismo, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945); a condenação dos efeitos do neocolonialismo; a difusão do pan-africanismo; as repercussões internacionais do fim do Apartheid na criminalização e extinção de práticas de segregação racial; a valorização das heranças culturais africanas em sociedades americanas e europeias; os desdobramentos simbólicos da Primavera Árabe no norte da África, no que concerne à mobilização popular e à defesa da pluralidade; e, por fim, a revisão e divulgação das histórias dos povos africanos, por meio da historiografia e da literatura. LISTA DE EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA VESTIBULARES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO (UERJ) HISTÓRIA DA ÁFRICA 3 Organizado por: @InstitutoMedida Fonte: revista.vestibular.uerj.br Vestibular Estadual 2017 | 2º Exame de Qualificação | Questão 57: Assunto: Movimentos nacionalistas, rivalidades regionais e étnico-culturais, organização política na formação de Estados nacionais Gabarito: Reposta Correta – Letra D – Descolonização asiático-africana Comentário da Questão: A análise do gráfico permite perceber dois períodos de intensificação no crescimento do número de países-membros da ONU. O primeiro, situado entre os anos de 1960 e 1975 e outro na primeira metade da década de 1990. No primeiro caso, a explicação está vinculada ao processo de descolonização asiática e africana, o qual resultou em grande número de países recém independentes que se filiaram às Nações Unidas. O segundo período está demarcado pelo fim da Guerra Fria e pelo processo de fragmentação de vários países, sendo emblemático os casos da União Soviética e da Iugoslávia. LISTA DE EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA VESTIBULARES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO (UERJ) HISTÓRIA DA ÁFRICA 4 Organizado por: @InstitutoMedida Fonte: revista.vestibular.uerj.br Vestibular Estadual 2017 | Exame Discursivo | Questão 09: Assunto: Impactos da expansão imperialista nas sociedades africanas e asiáticas, pan-africanismo, neocolonialismo e soberania nacional Padrão de Resposta: Conferência de Berlim − contexto de expansão imperialista europeia e partilha da África. Primeira Conferência dos Povos Africanos − contexto de lutas de descolonização na África e expansão internacional do pan-africanismo. Uma das propostas: • condenação das heranças do colonialismo • defesa da soberania dos povos e nações africanas • defesa da união entre povos e sociedades africanas • rejeição das interferências de governos estrangeiros nas sociedades LISTA DE EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA VESTIBULARES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO (UERJ) HISTÓRIA DA ÁFRICA 5 Organizado por: @InstitutoMedida Fonte: revista.vestibular.uerj.br africanas • defesa do reconhecimento internacional da autonomia e independência de povos e nações africanas Comentário da Questão: A história dos povos e sociedades africanas foi em diversos aspectos condicionada pelas ações de intervenção de governos europeus, em especial no curso dos séculos XIX e XX. As duas conferências mencionadas no enunciado da questão se inserem em contextos particularmente importantes, a saber: a Conferência de Berlim (1884-1885), referente à expansão imperialista europeia e à partilha da África; a I Conferência dos Povos Africanos (1958), referente às lutas de descolonização na África, em especial, à expansão internacional do pan-africanismo. A expansão capitalista no ocidente europeu, ao longo do século XIX, ocasionou o crescimento de demandas e de interesses por novas fontes de matérias-primas e recursos hidrominerais, por novos mercados e por mão de obra. Em especial a partir da década de 1870, tais demandas e interesses ampliaram-se e direcionaram-se para territórios e sociedades africanas, asiáticas e americanas, configurando a expansão imperialista na busca por novas colônias e áreas de influência. Como o fragmento do texto da ata da Conferência de Berlim, reproduzido no enunciado da questão, viabiliza interpretar que, em tal encontro, dirigentes europeus decidiram pela partilha da África tendo em vista a garantia da maior exploração desse continente. Ao longo do século XX, as guerras mundiais afetaram o controle de potências europeias nas regiões afetadas pelas práticas imperialistas. Em especial, nos contextos dos efeitos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), assistiu-se à expansão de lutas e movimentos emancipacionistas e à configuração de um conjunto de mudanças relativas aos processos de descolonização na África e na Ásia. A I Conferência dos Povos Africanos, ocorrida em Gana em 1958, se insere nesse contexto e representa a cada vez maior mobilização pela valorização da soberania dos povos e sociedades africanas e manifesta, entre outras propostas: a defesa do reconhecimento internacional da autonomia e independência de povos e nações africanas; a união entre povos e sociedades africanas; a crítica e oposição às interferências de governos estrangeiros nas sociedades africanas e a condenação das heranças docolonialismo. LISTA DE EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA VESTIBULARES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO (UERJ) HISTÓRIA DA ÁFRICA 6 Organizado por: @InstitutoMedida Fonte: revista.vestibular.uerj.br Vestibular Estadual 2018 | 2º Exame de Qualificação | Questão 53: Assunto: Apartheid na África do Sul, a instalação da Comissão da Verdade pelo governo de Nelson Mandela Gabarito: Reposta Correta – Letra A – Segregação racial Comentário da Questão: As heranças da dominação imperialista para as sociedades e povos africanos se materializaram, muitas vezes, na constituição de governos nacionais promotores de políticas de segregação étnica e racial no contexto das lutas de descolonização, a partir de 1945. O caso da África do Sul exemplificou tais circunstâncias associadas à vigência do Apartheid entre as décadas de 1950 e 1990. Como regime de separação entre brancos e negros, estabeleceu divisões com relação aos espaços sociais e também com relação ao exercício da cidadania e das condições de trabalho e de vida, constituindo, na prática, uma sociedade profundamente hierarquizada e excludente. A partir da década de 1960, ampliaram-se consideravelmente as tensões entre a minoria branca na direção do poder estatal e a maioria negra excluída de muitos direitos. Diversos movimentos sociais questionaram o regime de segregação racial, projetando lideranças, entre elas, a de Nelson Mandela. A despeito da severa repressão, a luta pelo fim do Apartheid tornou-se uma bandeira apoiada pelos movimentos antirracistas de diversos países. Ao ser finalmente libertado, Nelson Mandela foi eleito presidente da África do Sul e instaurou a Comissão da Verdade presidida pelo arcebispo Desmond Tutu. Tal comissão apurou os crimes cometidos durante o Apartheid e buscou, ao fazer justiça, promover a reconciliação entre os cidadãos sul-africanos. LISTA DE EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA VESTIBULARES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO (UERJ) HISTÓRIA DA ÁFRICA 7 Organizado por: @InstitutoMedida Fonte: revista.vestibular.uerj.br Vestibular Estadual 2018 | Exame Discursivo | Questão 02: Assunto: Escravidão, cidadania, identidade nacional e conflitos políticos no Império do Brasil, impactos da expansão imperialista nas sociedades africanas e asiáticas Padrão de Resposta: Um dos aspectos: • variedade étnica dos africanos • diversidade de fisionomias dos africanos • percepção de hábitos culturais expressos nas marcas, pinturas e tatuagens Uma das características: • dispersão das populações • predominância de sociedades tribais • existência exclusiva de populações negras • diversidade da composição das populações negras • compreensão da África a partir dos efeitos do tráfico intercontinental de escravos Comentário da Questão: Rugendas foi um dos integrantes da expedição dirigida pelo naturalista Barão de Langsdorff que percorreu o Brasil entre 1824 e 1828. Derivada dessa experiência, publicou, em 1835, a obra “Viagem Pitoresca Através do Brasil”. O texto e as imagens apresentam algumas das impressões de Rugendas sobre o que LISTA DE EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA VESTIBULARES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO (UERJ) HISTÓRIA DA ÁFRICA 8 Organizado por: @InstitutoMedida Fonte: revista.vestibular.uerj.br viu e registrou acerca do Brasil nas décadas iniciais do século XIX. Entre outras transformações ocasionadas pela transferência da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808, assistiu-se à chegada, em maior número, de viajantes e naturalistas europeus interessados em conhecer e pesquisar as particularidades da flora, da fauna e das populações de território de proporções continentais. As muitas tribos indígenas e a numerosa população africana e afrodescendente que habitavam as terras do Brasil, tornaram-se foco de significativa curiosidade, tendo sido registrados e classificados extensivamente. A “Viagem Pitoresca” de Rugendas pode ser incluída nesse conjunto de iniciativas e de obras em que os olhares investigativos de europeus muito se encantaram com os exotismos e especificidades do Brasil e dos que aqui viviam na primeira metade do século XIX. Nos desenhos de africanos, como se observa na imagem, Rugendas registrou e buscou valorizar a variedade étnica que caracterizava essas populações por meio dos traços fisionômicos e também pelas tatuagens, pinturas e marcas que as populações negras imprimiam sobre seus corpos. Como mencionado no texto, Rugendas dedicou parte significativa de sua obra caracterizando negros e seus costumes, reconhecendo sua importância para a vida civil e para as relações sociais no Brasil da época. Rugendas destacou, igualmente, o quanto o Rio de Janeiro se constituía como uma cidade favorável para se observar as populações negras africanas. Na qualidade de porto de chegada de muitos escravos trazidos pelo tráfico intercontinental, o Rio de Janeiro, para o viajante europeu, possibilitava conhecer a África sem precisar enfrentar “longas e perigosas viagens” por aquela parte do mundo. Dessa forma, mesmo sem ter viajado pelo continente africano. Rugendas pretende estabelecer suas impressões sobre a África e suas tribos, apresentando sua diversidade étnica, por um lado, e, por outro, observando apenas a África que o tráfico intercontinental de escravos instituiu: populações negras de sociedades e regiões distintas, submetidas à desterritorialização e à diáspora que o lucrativo comércio de negros rotinizou. LISTA DE EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA VESTIBULARES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO (UERJ) HISTÓRIA DA ÁFRICA 9 Organizado por: @InstitutoMedida Fonte: revista.vestibular.uerj.br Vestibular Estadual 2019 | Exame Discursivo | Questão 04: Assunto: Transformações no capitalismo e expansão imperialista Padrão de Resposta: Diferença: enquanto o trono de Adandozan foi uma doação do reino de Daomé a D. João VI, o trono de Ghezo é fruto de saque imperialista promovido pela França. Vínculo econômico: tráfico negreiro intercontinental. Comentário da Questão: O incêndio do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, ocorrido em setembro de 2018, destruiu bens de valores inestimáveis, integrantes do patrimônio histórico e artístico mundial. Dentre os objetos, chamava atenção o trono do rei Adandozan (1797-1818), do antigo reino africano de Daomé, atual Benim. A peça de madeira, ricamente trabalhada, tinha um metro de altura e 70 cm de largura máxima, confeccionada, ao que tudo indica, na passagem do século XVIII ao XIX. LISTA DE EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA VESTIBULARES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO (UERJ) HISTÓRIA DA ÁFRICA 10 Organizado por: @InstitutoMedida Fonte: revista.vestibular.uerj.br O trono foi um presente ofertado por embaixadores do Reino de Daomé ao Príncipe Regente D. João, quando se encontrava no comando do Império Português, no Rio de Janeiro, em 1811. Não se sabe ao certo as razões para a escolha específica desse presente. De todo modo, a oferta indica um esforço de estreitamento de relações diplomáticas entre o reino africano e a corte portuguesa no Rio de Janeiro. A partir de 1818, o trono passou a integrar o acervo do Museu Nacional. À época, o principal vínculo econômico entre Brasil, Portugal e Daomé era o tráfico atlântico de escravos, existindo interesse de todas as partes na sua manutenção. Sua aquisição pelo museu brasileiro, resultado de negociações diplomáticas entre dois Estados soberanos, diferencia da maneira pela qual outro trono remanescente do Reino de Daomé ingressou no Museu Quai de Branly, em Paris, na França. Muito parecido com o trono de Adandozan, o trono do rei Ghezo chegou até o museu europeu como fruto de pilhagem durante a expansão imperialista. Por essa razão, esse e outros objetos encontram-se no centro de grande polêmica atualmente: os Estados africanos remanescentesdas culturas que produziram tais bens, têm exigido a devolução dos itens saqueados pelas outrora potências imperialistas ocidentais de outrora. A diferença pela qual o trono do Reino de Daomé ingressou no Museu Nacional o tornava ainda mais especial quando comparado aos demais tronos semelhantes, em exposição em outros museus do planeta e atestava o vínculo econômico entre Daomé e Brasil: o tráfico negreiro intercontinental. LISTA DE EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA VESTIBULARES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO (UERJ) HISTÓRIA DA ÁFRICA 11 Organizado por: @InstitutoMedida Fonte: revista.vestibular.uerj.br Vestibular Estadual 2021 | Exame Único | Questão 56: Assunto: Heranças do regime do Apartheid na África do Sul, na atualidade Gabarito: Reposta Correta – Letra D – Permanência da segregação espacial Comentário da Questão: Como um dos desdobramentos das ações imperialistas britânicas na África do Sul, o regime do Apartheid instituiu a segregação racial entre populações brancas e negras em diversas instâncias da vida política, social e econômica, garantindo a supremacia de elites brancas, majoritariamente de ascendência europeia, sobre contingentes expressivos de africanos negros, muitos LISTA DE EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA VESTIBULARES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO (UERJ) HISTÓRIA DA ÁFRICA 12 Organizado por: @InstitutoMedida Fonte: revista.vestibular.uerj.br deles pobres. O Apartheid, na prática, dividiu escolas, bairros e demais espaços sociais, restringindo direitos civis das populações negras. Nelson Mandela foi uma das lideranças que esteve à frente das lutas pelo fim do Apartheid. Preso no início da década de 1960, foi libertado em 1990. Sua libertação, como comentado no texto do enunciado da questão, representava de fato o fim daquele regime. Uma vez eleito presidente, governando entre 1994 e 1999, Mandela procurou extinguir as heranças do Apartheid, em especial quanto à equiparação dos direitos políticos entre brancos e negros . Instaurou também Comissão da Verdade destinada a apurar e punir crimes relacionados às violências perpetradas contra pessoas negras e reparar as vítimas e familiares. As heranças do Apartheid, todavia ainda se fazem presentes na África do Sul. As condições de vida de populações negras são piores do que as das populações brancas, aspecto que se manifesta em diversas instâncias. A fotografia aérea reproduzida no enunciado da questão apresenta dois logradouros próximos a Joanesburgo, separados por uma autoestrada, sendo contrastantes as casas com áreas ajardinadas do bairro majoritariamente branco de Primrose e as construções amontoadas da localidade de Makause, onde residem moradores negros. Este contraste atesta a permanência da segregação espacial. LISTA DE EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA VESTIBULARES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO (UERJ) HISTÓRIA DA ÁFRICA 13 Organizado por: @InstitutoMedida Fonte: revista.vestibular.uerj.br Vestibular Estadual 2021 | Exame Único | Questão 58: Assunto: Migrações e seus impactos socioculturais, usos de estudos contemporâneos de genética, sobre populações afro-americanas, para a crítica das concepções racistas Gabarito: Reposta Correta – Letra D – Caracterização das relações de ancestralidade biológica LISTA DE EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA VESTIBULARES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO (UERJ) HISTÓRIA DA ÁFRICA 14 Organizado por: @InstitutoMedida Fonte: revista.vestibular.uerj.br Comentário da Questão: No decorrer da segunda metade do século XIX, as teorias raciais adquiriram cada vez maior circulação e aceitação entre elites letradas europeias e americanas, sendo utilizadas para justificar diferenças entre povos e sociedades. Neste entendimento, a diferença era lida como desigualdade e também como hierarquia, no sentido de qualificar “raças superiores”, fundamentalmente a raça branca, e “raças inferiores”, povos indígenas, populações asiáticas e africanas, sob a designação generalizada de “amarelos” e “negros”. As teorias raciais fundamentaram discursos legitimadores da dominação imperialista europeia, por exemplo, mas também tantos outros discursos de defesa de hierarquias e exclusões sociais e políticas em sociedades em que o marcador da raça se mesclou a outros, classe, etnia, gênero. A maneira como o conceito de raça veio a ser instrumentalizado politicamente estabeleceu generalizações que buscaram apagar a diversidade étnica e cultural de populações subjugadas pelos mais variados motivos. Assim ocorreu com as populações africanas deslocadas à força pelo tráfico negreiro intercontinental. Como indicado no texto do enunciado da questão, o tráfico negreiro, pelo volume e intensidade, alterou a composição demográfica das regiões americanas por ele afetadas. Os estudos contemporâneos no campo da genética têm contribuído para compreensão dessas mudanças no sentido de situar a diversidade de grupos étnicos que integraram a diáspora causada pelo tráfico. A compreensão desta diversidade, já manifesta em tantos registros visuais, como o reproduzido no enunciado da questão, viabilizou ampliar a crítica às generalizações hierarquizadoras promovidas pelas teorias raciais, estabelecendo bases científicas para a análise das complexas relações de ancestralidade biológica entre as populações humanas.
Compartilhar