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teorico 4 Teorias e Técnicas Retrospectivas

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Teorias e Técnicas 
Retrospectiva
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª M.ª Grace Vasconcellos
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Brasil: Técnicas Construtivas I
Brasil: Técnicas Construtivas I
 
 
• Apresentar algumas técnicas construtivas utilizadas no Brasil, a partir do período colonial, 
baseadas no uso de terra crua como material de base.
OBJETIVO DE APRENDIZADO 
• Introdução;
• O Uso de Terra Crua na Construção.
UNIDADE Brasil: Técnicas Construtivas I
Introdução
Desde o período do Brasil Colônia, muitas foram as técnicas construtivas usadas para 
a construção de todos os tipos de edificações.
O profissional envolvido ou preocupado com a continuidade do patrimônio histórico 
e cultural precisa estar a par de quais são essas técnicas e ter o mínimo conhecimento 
sobre elas.
A seguir, serão apresentadas algumas dessas técnicas, consideradas significativas em 
nossa tradição construtiva.
O Uso de Terra Crua na Construção 
O uso de terra como material base de construção vem sendo feito desde a pré-
-história, por diferentes povos, valendo-se de diversas técnicas e diferentes materiais 
combinados, como água, areia, argila, palha, folhas, fibras vegetais, conchas trituradas, 
esterco, cal, óleos, cimento e outros tantos.
Você Sabia?
As técnicas desenvolvidas a partir desse tipo de matéria-prima são consideradas ver-
naculares, por se valerem de materiais disponíveis no local, por serem tecnologia tra-
dicional do local, transmitidas, de modo informal, por quem a executa a outros que a 
executarão, por estarem adaptadas às condições ambientais locais, como, por exemplo, 
temperatura e regime de chuvas.
No Brasil, desde o século XVI até todo o século XVIII, a madeira e o barro foram os 
principais materiais usados nas construções em São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Rio 
Grande do Sul. 
Algumas técnicas construtivas trazidas pelos portugueses que usam a terra crua como 
material de construção são: 
• Pau a pique: Também chamado de taipa de mão, taipa de sopapo, taipa de sebe, 
pescoção ou tapona; 
• Taipa de pilão.
Taipa: Processo de construção de paredes que utiliza barro amassado para preencher os 
espaços criados por uma forma ou por uma espécie de gradeamento, geralmente de paus, 
varas, bambus, caules de arbustos. 
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Pau a pique
A técnica de construção chamada de pau a pique, também conhecida como taipa de 
mão, taipa de sopapo, taipa de sebe, pescoção ou tapona, é muito antiga e pode ser o 
resultado da mistura de técnicas portuguesas e indígenas.
Foi muito utilizada no Brasil Colônia, tanto nas áreas rurais quanto nas urbanas, em 
edificações de alto padrão, em igrejas matrizes, em senzalas e em construções simples. 
Essa técnica aparece em paredes internas em algumas igrejas de Minas Gerais, como 
as igrejas de Nossa Senhora das Mercês e Perdões (1740-1772 – Ouro Preto) e a de 
Nossa Senhora do Ó (Capela de Nossa Senhora do Ó ou Capela do Ó – início do século 
XVIII – Sabará).
Essa técnica é essencialmente vernacular, valendo-se, portanto, dos elementos natu-
rais e abundantes na região da construção.
A construção usando a técnica de pau a pique é composta de elementos com função 
estrutural, verticais (fincados no solo) e horizontais apoiados sobre os verticais, sendo 
que todos precisam ter dimensões compatíveis com as cargas que suportam, sendo feitos, 
em geral, com troncos. 
A construção das paredes, tanto externas quanto internas, é feita a partir do uso 
de peças de madeira (roliças ou aparelhadas), bambus (inteiros ou rachados ao meio), 
formando uma grelha, com função de vedação, em que as peças verticais e horizontais 
são fixadas entre si, com o uso de tiras de couro, cipós, embira ou outras fibras vegetais, 
podendo, também, ser feito o uso de cravos.
A partir de uma certa época, passam a ser fixadas com pregos. 
As peças verticais para a grelha, com função de vedação, em geral, com maior di-
âmetro que as horizontais, são fixadas no solo ou, para evitar umidade, são apoiadas 
sobre uma base afastada do solo, cerca de 50cm. 
Essas peças são dispostas com distância aproximada de 10 a 15cm entre elas.
As peças horizontais para a grelha, com função de vedação, podem ser mais finas e 
são fixadas a no máximo 15cm de distância umas das outras.
As grelhas de vedação das paredes são montadas fechando os espaços entre os ele-
mentos estruturais, definindo-se as aberturas, com elementos de reforço para a instala-
ção das esquadrias (janelas, portas, elementos de ventilação). 
A estrutura da cobertura deve ser construída junto ao restante da estrutura da edificação. 
Esse tipo de construção, por usar terra crua, é sensível às chuvas e, por essa razão, 
é importante existir uma boa dimensão de beiral de cobertura (distanciamento entre o 
final da cobertura e as paredes).
Com a estrutura completamente feita, é o momento de ser aplicado o barro que irá 
fechar a grelha de vedação.
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UNIDADE Brasil: Técnicas Construtivas I
Elaboração do Barro
• Para esse “barro”, o solo a ser usado precisa apresentar uma proporção tal entre 
areia e argila, de modo que a massa apresente boa plasticidade e, depois de seco, 
não apresente muitas rachaduras;
• Para aumentar a resistência do material, pode ser acrescentada palha em pedaços 
ou fibras vegetais;
• Para aumentar a impermeabilidade, pode ser acrescentado um desses mate-
riais: óleo vegetal, cal, esterco animal seco em pó ou “baba” de um tipo de cacto 
denominado Palma;
• O solo, água e os outros componentes são misturados pelo método de pisoteamento, 
até que a massa esteja sem torrões e bem uniforme.
Você Sabia?
A Palma é uma planta, um tipo de cacto, com folhas largas e achatadas. Para fazer a “baba” 
de Palma, as folhas precisam ser picadas, amassadas e deixadas de molho em água por cerca 
de 10 dias. Após esse período, o líquido, separado das folhas, é utilizado para aumentar a im-
permeabilidade da parede. Essa “baba” pode tanto ser acrescentada ao barro, quanto pode 
ser diluída em água e usada para “pintar” as paredes externas, para impermeabilizá-las. 
 Outras plantas com características semelhantes às da Palma também podem ser usadas.
O modo mais eficiente de aplicação do barro nas paredes é aquele executado por 
duas pessoas, estando cada pessoa em uma das faces da grelha. 
Com certa quantidade de barro em uma das mãos, e de forma simultânea, as duas 
pessoas “batem” esse barro contra o mesmo ponto da grelha. 
Dessa maneira, o barro envolve a grelha e, ao mesmo tempo, preenche os espaços 
entre ela, de forma eficiente e coesa, sem deixar vazios ou bolsões de ar, que contribuem 
para a rachadura ou o descolamento do barro quando seco. 
Depois de preenchida certa área, a regularização da parede pode ser feita, alisando-se 
o barro com as mãos ou com o uso de desempenadeiras.
Com o tempo, dependendo da frequência de chuvas, a camada externa das paredes 
pode, aos poucos, sofrer desgaste e expor a estrutura da grelha, como o que pode ser 
visto na Figura 1. 
Tal situação pode ser solucionada, com nova aplicação de barro. 
Como alternativa de acabamento, as paredes podem ser rebocadas com o barro, com 
uma maior quantidade de “baba” de palma ou outro elemento impermeabilizante, como 
o esterco ou a cal.
Cobertura da Edificação
Quanto à cobertura, dependendo da finalidade da construção (igrejas, casas de mo-
radia de médio a alto padrão, edifícios públicos) a cobertura poderia ser feita com o uso 
de telhas de capa e canal, de barro queimado, as chamadas telhas coloniais.
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No caso de edificações mais simples, de usos diversos, como moradias, casas de fari-
nha, paiol, e muitas outras, a cobertura poderia ser feita com o uso de materiais vegetais 
que fossem abundantes na região da construção, como capim-sapé ou diferentes tipos 
de folhas de palmeiras.
O capim-sapé pode ser arranjado em maço, amarrado na base, e esses maços são 
presos na armação do telhado com o uso de cipós ou fibras vegetais, partindo do beiral 
para a cumieira da cobertura.Esses maços vão sendo sobrepostos em camadas sucessivas. 
Outro modo de dispor o capim-sapé é utilizando uma ripa colocada no chão e sobre 
ela são apoiar os maços de capim-sapé sem que estejam amarrados.
Coberta toda a extensão, é colocada outra ripa sobre o capim-sapé, paralela à pri-
meira e, então, firmemente unida, por amarração, na primeira ripa. Esse elemento é 
içado e fixado na estrutura da cobertura. 
Nos dois métodos de colocação, quanto mais espessa a camada de capim-sapé, mais 
eficiente contra a entrada de chuva será a cobertura.
Quando se faz uso de folhas de algum tipo de palmeira, elas podem ser fixadas dire-
tamente na cobertura pela sua parte central ou, também, podem ser preparadas com o 
uso de ripas. 
A ripa fica suspensa na horizontal em um suporte. Sobre ela, vão sendo colocadas 
as folhas da palmeira, com sua parte central sobre a ripa e o restante caindo sobre cada 
lado da ripa. 
As folhas vão sendo colocadas desse modo até cobrirem a ripa e novas camadas vão 
sendo postas, de forma que as folhas fiquem desencontradas. 
Terminada a colocação das folhas sobre a ripa, as partes centrais são firmemente 
amarradas à ripa e o conjunto é, então, içado e fixado à estrutura da cobertura, partin-
do-se do beiral até a cumieira.
Quanto mais espessa a camada de folhas, mais eficiente contra a entrada de chuva 
será a cobertura.
Figura 1 – Casa rústica, feita com a técnica de pau a pique, com as paredes
externas desgastadas, com cobertura de capim-sapé (Chapada das Mesas – MA)
Fonte: Wikimedia Commons
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UNIDADE Brasil: Técnicas Construtivas I
Taipa de pilão
Essa técnica é encontrada na China em paredes construídas pelo povo Longshan 
entre 2600-1900 a.C., em grande parte da Grande Muralha da China (século 220 a.C 
– 1644), no Himalaia, em templos budistas e na construção do complexo palaciano de 
Alhambra (século XVI – Espanha). 
No Brasil colônia, foi uma técnica empregada em edificações das mais diversas: for-
tificações, igrejas, edifícios públicos e casas.
Historiadores apontam a Casa Forte construída por Caramuru, em 1540, na Bahia, 
como sendo a mais duradoura. 
Em 1544, foi construído o Colégio dos Jesuítas que gerou a construção das primeiras 
casas de taipa ao redor, originando a Vila de São Paulo de Piratininga, hoje, São Paulo. 
A taipa de pilão foi largamente utilizada no Planalto de Piratininga e pelos Caminhos 
dos Bandeirantes até Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Paraná e Rio de Janeiro.
Os Bandeirantes partiram para suas explorações do interior do país, da cidade de 
Santana do Parnaíba, fundada em 1580, em São Paulo.
A cidade possui 290 edifícios tombados pelo Patrimônio Histórico, significando 
400 anos de edificações, incluindo um casarão do século XIX, que teria sido local de 
encontros de D. Pedro I com a Marquesa de Santos.
Um importante exemplo, nesse caso, único no estado de São Paulo que mantém até 
hoje suas características arquitetônicas, é a casa do Bandeirante Anhanguera (Bartolomeu 
Bueno da Silva), hoje o Museu do Anhanguera.
Figura 2 – Casa do Bandeirante Anhanguera – Século XVII – 
Cidade de Santana do Parnaíba – São Paulo
Fonte: Wikimedia Commons
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Outro importante exemplar desse conjunto arquitetônico é a Igreja Matriz de Santana 
de Parnaíba, considerada um marco do município, que teve sua primeira construção em 
1560, como uma capela dedicada a Santo Antônio. 
Em 1580, foi erguida a segunda capela, dedicada à Santa Ana e, em 1610, foi erguida 
uma terceira capela que, em 1625, foi elevada a Matriz. A atual edificação data de 1882.
A cidade de Santana do Parnaíba é o maior conjunto arquitetônico tombado e pre-
servado no Estado de São Paulo.
Figura 3 – Igreja Matriz de Santana de Parnaíba – Esta edifi cação-1882 – Santana de Parnaíba/SP
Fonte: Wikimedia Commons
Para a execução da técnica da taipa de pilão, é necessária a elaboração do barro.
Elaboração do Barro
• Para esse “barro”, o solo a ser usado precisa apresentar tal proporção entre areia 
e argila, de modo que a massa apresente boa plasticidade e, depois de seco, não 
apresente muitas rachaduras;
• Para aumentar a resistência do material, pode ser acrescentada palha em pedaços, 
fibras vegetais;
• Para aumentar a impermeabilidade, pode ser acrescentado um desses materiais: 
óleo vegetal, cal, esterco animal seco em pó ou “baba” de um tipo de cacto deno-
minado Palma;
• O solo, água e os outros componentes são misturados pelo método de pisoteamento, 
até que a massa esteja sem torrões e bem uniforme.
A técnica da taipa de pilão consiste no uso do barro com pouquíssima água, o sufi-
ciente para somente umedecer a massa, que pode ter o acréscimo de cascalho. O barro 
é colocado dentro de uma forma temporária, feita de tábuas de madeira, que definem a 
largura da parede.
Para essa técnica, é necessário que, primeiro, seja feita uma vala escavada com a 
mesma largura da parede a ser levantada, com pelo menos 0,60m de profundidade, 
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UNIDADE Brasil: Técnicas Construtivas I
preenchida por alvenaria de pedra seca, sendo que igual parte dessa fundação precisa 
ficar acima do nível do solo para que a parede de taipa de pilão não esteja diretamente 
em contato com o solo, a fim de impedir a umidade.
A forma (taipal) é executada com tábuas, que não podem ser muito altas (cerca de 
0,50 a 1,0m de altura).
As paredes de taipa de pilão são largas, para suportarem cargas. As formas precisam 
ter largura suficiente para que uma pessoa possa trabalhar dentro dela.
Você Sabia?
O sistema construtivo da taipa de pilão é muito semelhante aos sistemas construtivos 
atuais. Como, hoje em dia, é necessário haver fundação escavada e sólida, o princípio do 
sistema de formas usado na taipa de pilão é o mesmo aplicado até hoje na construção de 
elementos estruturais com concreto armado, paredes estruturais, pilares e vigas.
O barro, somente umedecido, é colocado dentro da forma em camada fina, que vai 
sendo “socada” com o uso de soquetes de pilão, até que esteja completamente compac-
ta. É acrescentada nova camada, que é socada até completa compactação, e o processo 
se repete até que a forma esteja completa. 
Por ser uma massa somente umedecida, a secagem não demora muito e, quando 
seca, a forma de madeira é colocada sobre a parede seca e o processo é reiniciado. 
A construção vai sendo feita dessa forma, até que se chegue à altura desejada.
• Forma de madeira para taipa de pilão e seus componentes. 
Disponível em: https://bit.ly/3b71OU8
• Tipos de pilão usados para compactar o barro na forma de taipa de pilão. Ao lado, o perfil 
da fundação e como as camadas de barro ficam dentro da forma. 
Disponível em: https://bit.ly/3bbIYLI 
• Seguido de como a forma é recolocada para a continuação das camadas. 
Disponível em: https://bit.ly/3rUyfuX 
Enquanto as paredes são erguidas, são também colocadas as estruturas que recebe-
rão as portas, as janelas e quaisquer outras aberturas.
Internamente, pode ser feito o revestimento com o uso de argamassa de terra e areia, 
que pode ou não ter o acréscimo de cal.
É indicado que seja feito o revestimento das paredes externas como forma de prote-
ção, bem como, é necessário o bom dimensionamento dos beirais da cobertura, a fim 
de minimizar os efeitos das chuvas nas paredes.
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Cobertura da Edificação
Quanto à cobertura, dependendo da finalidade da construção (igrejas, casas de mo-
radia de médio e alto padrão, edifícios públicos), a cobertura poderia ser feita com o uso 
de telhas de capa e canal, de barro queimado, as chamadas telhas coloniais.
No caso de edificações mais simples, de usos diversos, como moradias, casas de fari-
nha, paiol e muitas outras, a cobertura poderia ser feita com o uso de materiais vegetais, 
que fossem abundantes na região da construção, como capim-sapé ou diferentes tipos 
de folhas de palmeiras.
O capim-sapé pode ser arranjado em maço, amarrado na base, e esses maços são pre-
sos na armação do telhado com o uso de cipós ou fibras vegetais, partindo do beiral para 
a cumieirada cobertura. Esses maços vão sendo sobrepostos em camadas sucessivas. 
Outro modo de colocar o capim-sapé é utilizando uma ripa colocada no chão e sobre 
ela apoiar os maços de capim-sapé sem que estejam amarrados. 
Coberta toda a extensão, é colocada outra ripa sobre o capim-sapé, paralela à pri-
meira e, então, firmemente unida, por amarração, na primeira ripa. Esse elemento é 
içado e fixado na estrutura da cobertura. 
Nos dois métodos de colocação, quanto mais espessa a camada de capim-sapé, mais 
eficiente contra a entrada de chuva será a cobertura.
Quando se faz uso de folhas de algum tipo de palmeira, elas podem ser fixadas dire-
tamente na cobertura pela sua parte central ou, também, podem ser preparadas com o 
uso de ripas. 
A ripa fica suspensa na horizontal em um suporte. Sobre ela, vão sendo colocadas as 
folhas da palmeira, com sua parte central sobre a ripa e o restante, caindo sobre cada 
lado da ripa. 
As folhas vão sendo colocadas desse modo até cobrirem a ripa e novas camadas vão 
sendo postas, de forma que as folhas fiquem desencontradas. 
Terminada a colocação das folhas sobre a ripa, as partes centrais são firmemente amar-
radas à ripa e o conjunto é, então, içado e fixado à estrutura da cobertura, partindo-se do 
beiral até a cumieira.
Quanto mais espessa a camada de folhas, mais eficiente contra a entrada de chuva 
será a cobertura.
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UNIDADE Brasil: Técnicas Construtivas I
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Morada de Barro
AEN – Associação Elementos Naturais (Associação sócio-ambiental). CEDS – Centro 
de Experimentação em Desenvolvimento Sustentável – Litoral Norte Sustentável 
com o apoio da Prefeitura Municipal de Ilha Bela, Parque Estadual de Ilha Bela.
https://youtu.be/GPaCv50LLJc
Construção de Taipa na UFMS
https://youtu.be/z_aZ-aJan9o
 Leitura
Caracterização de Paredes Tradicionais de Tabique
LOURENÇO, P. B. et al. (ed.). Caracterização de Paredes Tradicionais de 
Tabique. UTAD – Universidade de Trás dos Montes e Douro – Portugal.
https://bit.ly/3hIWlEh
Manual de Conservação de Telhados
https://bit.ly/38fHXAo
16
17
Referências
BARROS, A.; BARROS, J.; MARDEN, S. Restauração do Patrimônio Histórico:
Uma Proposta para a Formação de Agentes Difusores. São Paulo: SENAI-SP, 2019.
KRUGER, A. SEVILLE, C. Construção Verde: Princípios e Práticas em Construção 
Residencial. Tradução de Novertitis do Brasil. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
LENGEN, J. V. Manual do Arquiteto Descalço. 4.reimp. São Paulo: Empório do Livro, 2008.
MAYUMI, L. Taipa, Canela-preta e concreto. São Paulo: Romano Guerra, 2008 
(Coleção Olhar Arquitetônico, 3).
Sites visitados
IPHAN – Manual de Conservação de eventos Telhados – 1999. Disponível em: 
<http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/Man_ConservacaoDeTelhados_1edicao_
m.pdf>. Acesso em: 04/01/2021.
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