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NEVO BRANCO ESPONJOSO Sinônimos: Doença de Cannon; Displasia Branca Familiar; Genodermatose relativamente rara; └ Desordem cutânea determinada por via genética; └ Herdada como um traço autossômico dominante com alto grau de penetrância e expressividade variável; Essa condição ocorre razão de um defeito na queratinização normal da mucosa bucal; As lesões geralmente surgem ao nascimento ou na primeira infância, mas as vezes se desenvolve na adolescência Características clínicas: └ Placas difusas simétricas, espessas, corrugadas e aveludadas; └ Afetam, na maioria das vezes, a mucosa jugal bilateralmente; └ Outros sítios intrabucais: o ventre da língua, a mucosa labial, o palato mole, a mucosa alveolar e o assoalho de boca; └ Sítios extraorais são mais raros; └ A extensão do envolvimento varia de paciente para paciente; └ Assintomático; Histopatológico: └ Hiperqueratose proeminente; └ Acantose acentuada; └ Células da camada espinhosa e da camada basal exibindo citoplasma claro; └ Condensação eosinofílica perinuclear; └ Massa entrelaçada de tonofilamentos de queratina; Tratamento: └ Não é necessário! DESENVOLVIMENTO • Nevo branco esponjoso • Leucoedema AUTOIMUNES • Líquen Plano • Reação liquenoide REACIONAIS • Linha alba • Ceratose friccional • Morsicatio buccarum • Queimadura • Estomatite de contato INFECCIOSAS • Candidíase • Leucoplasia pilosa TABACO • Estomatite nicotínica • Ceratose da bolsa de tabaco POTENCIALMENTE MALIGNAS • Leucoplasia • CEC LEUCOEDEMA Condição comum da mucosa oral de etiologia desconhecida; Predileção por indivíduos negros; └ Presença de uma pigmentação na mucosa em indivíduos negros que torna mais visível a alteração edematosa. Características clínicas └ Aparência difusa, opalescente e branco- acinzentada leitosa da mucosa; └ A superfície se apresenta frequentemente pregueada (estrias esbranquiçadas ou rugosidades); └ Não destacável; └ Geralmente acomete bilateralmente a mucosa jugal e os tecidos palato- faringeanos; └ O aspecto esbranquiçado diminui muito ou até mesmo desaparece quando a mucosa é evertida e distendida; └ Assintomático; Histopatológico: └ Aumento da espessura epitelial, com edema intracelular proeminente na camada espinhosa; └ Hiperceratose + Edema intercelular; Tratamento: └ Nenhum tratamento é necessário! LÍNGUA GEOGRÁFICA Sinonímia: eritema migratório ou glossite migratória benigna; Condição benigna comum que afeta principalmente a língua; Ocorrem em 1% a 3% da população; As mulheres são afetadas com maior frequência do que os homens (2:1); Características clínicas: └ São observadas nos dois terços anteriores da superfície dorsal da língua; └ Múltiplas zonas bem-demarcadas de eritema; └ Atrofia das papilas filiformes; └ Geralmente são assintomáticas, embora possa ocorrer uma sensação de ardência ou sensibilidade a alimentos quentes ou picantes (lesões ativas); └ As lesões são migratória e cíclica; └ Duração: horas a semanas. Histopatológico: └ Hiperqueratose, espongiose, acantose e alongamento das cristas epiteliais; └ Inflamação aguda/crônica; └ Necrose superficial; Tratamento: └ Nenhum tratamento é indicado para pacientes com eritema migratório; └ Assegurar ao paciente que a condição é benigna por completo; └ Uso de corticosteroides tópicos, como géis de fluocinonida ou betametasona; └ Evitar alimentos condimentados e quentes; LÍQUEN PLANO RETICULAR Doença dermatológica crônica relativamente comum, que afeta frequentemente a mucosa bucal; Muito mais comum do que a forma erosiva; Etiologia autoimune: └ Apagamento da camada basal; └ Inflamação subepitelial; └ Corpos de civatte. Características clínicas: └ Estrias reticulares esbranquiçadas entrelaçadas; └ Comum em região posterior da mucosa jugal bilateralmente; └ Outros sítios: dorso da língua, a gengiva, o palato e o vermelhão labial; └ Mudança de padrão; └ Indolor ou leve ardência; Tratamento: └ Não é necessário quando não produz sintomas; └ Uso de corticoides tópicos em casos de sintomatologia; └ Reavaliar anualmente as lesões reticulares. REAÇÕES LIQUENOIDES Etiologia: reação imune a material ou medicação; Características clínicas: └ Estrias esbranquiçadas perpendiculares └ Assintomática ou leve ardência └ Adjacentes a material restaurador ou difusas Tratamento: remoção do fator causal ou mudança da medicação. QUERATOSE IRRITATIVA Sinonímia: ceratose friccional; Etiologia: trauma; └ Aparelho ortodôntico; └ Prótese mal adaptada; └ Trauma alimentar/escovação; └ Dentes mal posicionados; └ Hábitos parafuncionais; Histopatológico: hiperceratose; Tratamento: remoção de fator causal; LINHA ALBA É uma alteração comum da mucosa jugal; Geralmente associada à pressão, irritação por fricção ou trauma de sucção das superfícies vestibulares dos dentes; Características clínicas: └ Linha branca geralmente bilateral; └ Pode ser festonada e está localizada na mucosa jugal na altura da linha de oclusão dos dentes; └ Essa linha varia em proeminência e é comumente restrita a áreas dentadas; Histopatológico: hiperceratose + edema intracelular do epitélio e inflamação crônica leve. Tratamento: não é necessário. MORSICATIO BUCCARUM “Mastigação crônica da bochecha”; Mordiscadas crônicas que podem gerar lesões em língua, lábio e mucosa jugal; Uma prevalência elevada é encontrada em pessoas sob estresse ou que exibem quadros psicológicos (ansiosos); Hábitos parafuncional consciente ou ato inconsciente; Características clínicas: └ São encontradas com maior frequência bilateralmente na porção anterior da mucosa jugal; └ Também podem ser unilaterais, combinadas com leões dos lábios ou língua, ou restritas aos lábios ou língua; └ Áreas brancas, espessadas e fragmentadas, podendo estar entremeadas a zonas eritematosas, com erosão ou com ulceração traumática focal; └ As áreas brancas da mucosa exibem uma superfície dilacerada e irregular; └ O paciente relata que é capaz de remover fragmentos de material branco da área envolvida; Histopatológico: hiperceratose com projeções de queratina; Tratamento: não há necessidade de tratamento das lesões orais; encaminhamento em casos de lesões psíquicas. QUEIMADURAS Etiologia: alimentos quentes, medicamentos, agentes químicos (medicamentos); Características clínicas: └ Dor aguda; └ Coloração eritomatosa-esbranquiçada; Tratamento: └ Regressão espontânea; └ Corticoide tópico; └ Analgésico. ESTOMATITE DE CONTATO Etiologia: reação imunológica a antígenos; Causas: inúmeros alimentos, aditivos alimentares, gomas de mascar, doces, dentifrícios, enxaguatórios bucais, luvas e diques de borracha, anestésicos tópicos, metais restauradores, materiais acrílicos para dentaduras, materiais para moldagem e adesivos para prótese; Alérgenos mais comuns: canela, enxaguatórios e materiais dentários restauradores; Características clínicas: └ Eritematoso a esbranquiçado; └ Doloroso, quando na fase aguda; └ Às vezes, podem aparecer ulcerações superficiais parecidas com aftas; └ Há possibilidade de haver prurido, pontadas, formigamento e edema. Tratamento: └ Evitar contato com o alérgeno; └ Casos graves: terapia com anti- histamínicos; └ Em reações crônicas: remoção da fonte antigênica e à aplicação de um corticosteroide tópico em gel ou em suspensão oral. SABURRA LINGUAL (LÍNGUA PILOSA) Acúmulo acentuado de queratina nas papilas filiformes do dorso lingual (aparência semelhante à pelos); Aumento na produção de queratina ou por um decréscimo na descamação da queratina normal; Etiologia:células descamadas, bactérias, restos alimentares e saliva; Sintomas: halitose; Tratamento: hidratação + higiene adequada; ESTOMATITE NICOTINÍCA Uma das mais comuns alterações da mucosa do palato duro; Tornou-se menos comum pela perda da popularidade de se fumar charuto e cachimbo; Etiologia: fumo (calor); Características clínicas: └ Com a exposição a longo prazo ao calor, a mucosa do palato se torna difusamente cinza ou branca; └ Numerosas pápulas ligeiramente elevadas são observadas, geralmente com centros vermelhos puntiformes; └ As pápulas representam inflamação das glândulas salivares menores e seus orifícios ductais; Histopatológico: hiperceratose e acantose do epitélio do palato + leve infiltrado inflamatório crônico na lâmina própria e nas glândulas salivares acessórias; Tratamento: cessar o fumo; CERATOSE DA BOLSA DE TABACO Etiologia: tabaco de mascar, rapé úmido e rapé seco; Características clínicas: └ Diversos prejuízos à saúde e dependência química podem ser associados ao uso do tabaco sem combustão devido à rápida absorção de nicotina e outras moléculas por meio da mucosa oral; └ Alterações bucais está relacionada ao uso crônico; └ Alterações locais mais comuns é a recessão gengival assintomática na área de contato com o tabaco, podendo ser acompanhada da destruição óssea alveolar; └ Se apresenta como uma placa branca ou cinza envolvendo a mucosa em contato direto com rapé ou tabaco de mascar; └ A mucosa alterada normalmente é fina e quase transparente, com bordas indistintas; └ O ato de esticar as mucosas com frequência revela uma “bolsa” evidente (bolsa de rapé, bolsa de tabaco) causada por flacidez na área de colocação crônica do tabaco; └ A mucosa aparece fissurada ou ondulada; Tratamento: └ Risco carcinogênico; └ Monitorização contínua e cessação do uso de tabaco incentivada; LEUCOPLASIA PILOSA Etiologia: Epstein-Barr vírus (EBV); Lesão mais comum associada ao EBV nos pacientes com AIDS; └ Sinal de imunossupressão grave e doença avançada; Relatada em pacientes transplantados; Características clínicas: └ Placa branca não destacável na mucosa; └ A maioria dos casos ocorre na borda da língua; └ Varia na aparência entre tênues estrias brancas verticais a áreas leucoplásicas espessas e corrugadas, apresentando uma superfície queratótica e áspera; Histopatológico: espessa camada de paraqueratina exibindo corrugações ou finas projeções na superfície; acantose e células balonizantes. Tratamento: └ Na maioria das vezes não é necessário; └ Terapia antiviral; └ Mudança da terapia antirretroviral. CANDIDÍASE Infecção pelo fungo de levedura Candida albicans; Pode existir em duas formas – um traço conhecido como dimorfismo └ A forma de levedura do organismo seja relativamente inócua; └ Mas a forma de hifa geralmente está associada à invasão do tecido hospedeiro; Infecção fúngica oral mais comum nos seres humanos; Formas clínicas: hiperplásica e pseudomembranosa (afta) Características clínicas – Pseudomembranosa (Sapinho): └ Presença de placas brancas aderentes que se parecem com queijo cottage ou leite coalhado na mucosa oral, removíveis; └ Sensação de queimação, halitose; └ Comum em mucosa vestibular, língua e palato; └ Pode estar associada ao tratamento com antibiótico de amplo espectro ou pelo comprometimento do sistema imune; Características clínicas – Hiperplásica: └ Mancha branca que não pode ser removida por raspagem; └ Menos comum; └ Normalmente essas lesões estão situadas na mucosa vestibular anterior e não podem ser diferenciadas clinicamente de uma leucoplasia; └ Mescla de áreas vermelhas e brancas, resultando em uma leucoplasia manchada; Tratamento: antifúngicos; QUEILITE ANGULAR Sinônimos: boqueira; Etiologia: candidíase multifocal crônica + bactérias; Ocorre isolada, em geral no indivíduo idoso com perda da dimensão vertical e pregas acentuadas na comissura bucal; A saliva tende a se acumular nessas áreas, mantendo-as úmidas, favorecendo uma infecção pela levedura. Características clínicas: └ Placas brancas/eritematosas em comissura labial; └ Ardência e dor local; Tratamento: eliminação de fatores de risco + antifúngico; LEUCOPLASIA Uma mancha branca ou placa que não pode ser caracterizada clínica ou patológico como qualquer outra doença; O termo é estritamente clínico e não implica uma alteração histopatológica do tecido; A definição de leucoplasia é incomum e torna o diagnóstico dependente não apenas da aparência clínica, mas também na exclusão de outras doenças que se manifestam como placas brancas na mucosa oral; Lesões como líquen plano, morsicatio buccarum, queratose friccional, queratose da bolsa de tabaco, estomatite nicotínica, leucoedema e nevo branco esponjoso devem ser excluídos antes de um diagnóstico clínico de leucoplasia ser feito; A manifestação clínica ocorre devido ao espessamento na camada superficial de queratina que exibe uma coloração branca quando úmida, ou por acantose, que mascara a vascularização normal (vermelhidão) do tecido conjuntivo. QUEILITE ACTÍNICA Condição potencialmente maligna do vermelhão do lábio inferior, resultante da exposição crônica à luz UV; Etiologia: radiação solar; Características clínicas: └ Forte predileção pelo gênero masculino (proporção relatada homem-mulher 10:1), refletindo uma maior atividade profissional ao ar livre e uso menos frequente de protetor labial dos homens em relação às mulheres. └ Atrofia (caracterizada por áreas lisas, manchadas e pálidas), ressecamento e fissuras do vermelhão do lábio inferior, com margem indefinida entre o vermelhão e a pele; └ Com a progressão da lesão, áreas descamativas e ásperas, aparecem nas porções ressecadas do vermelhão; └ Essas áreas podem se espessar formando lesões leucoplásicas, especialmente quando se estendem perto da linha úmida da mucosa labial; └ Eventualmente, a ulceração crônica pode se desenvolver; Histopatológico: graus variados de displasia + elastose solar; Tratamento: └ Evitar exposição solar + protetor solar; └ Áreas de endurecimento, espessamento, ulceração ou leucoplasia devem ser biopsiadas para a exclusão de um carcinoma. └ Casos clínicos graves: vermelhectomia.
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