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Tamanho 12cm no adulto: 8-9cm base e 6cm ápice. Peso Homens: 280-340g Mulheres: 240-280g Função do sistema Formado pelo coração e vasos sanguíneos. - Tem como função a distribuição de água, nutrientes e gases para todo o organismo. - O coração tem a função específica de bombear sangue para todos os tecidos do corpo. Camadas Pericárdio: é a mais externa, contém duas lâminas – parietal (externa) e visceral (interna – epicárdio). Miocárdio: camada muscular. Endocárdio: camada mais interna. Valvas cardíacas Função: manter o fluxo unidirecional. Atrioventriculares: tricúspide (AD>VD) e mitral (AE>VE). Apresentam cordas tendíneas e músculos papilares, servindo apenas como sustentação. Ou seja, a abertura e fechamento das valvas ocorrem pela diferença de pressão. Semilunares: pulmonar (direita) e aórtica (esquerda). Sons cardíacos Decorrem do fechamento das valvas cardíacas. São chamados de bulhas (B1, B2, B3 e B4). Geralmente, é possível auscultar B1 e B2. B1: contração ventricular – fechamento das valvas atrioventriculares. B2: no momento da diástole. B3: período de enchimento lento ventricular, onde ocorre redução brusca da velocidade do fluxo dos A>V, a energia é transformada em som. B4: som baixo que ocorre no final da diástole, ou na pré-sístole, decorrente da contração atrial. Pontos de ausculta cardíaca: foco aórtico, foco pulmonar, tricúspide e mitral. - Sons cardíacos anormais (sopros): podem decorrer, principalmente de má formação anatômica ou de mal funcionamento das valvas cardíacas. Estrutura do músculo cardíaco O coração é formado por 3 tipos de músculo: - Músculo atrial. - Músculo ventricular. - Fibras especializadas excitatórias e condutoras. Sincício Fibras musculares individuais ligadas em série umas às outras > DISCOS INTERCALARES (junções comunicantes). - 2 sincícios: atriais e ventriculares. Esta divisão permite que os átrios se contraiam antes dos ventrículos, aumentando a eficácia de bombeamento. Contração do músculo cardíaco Estímulos ativam o nodo sinusal (localizado no AD). - Como ocorre? 1º Estímulos elétricos, químicos ou mecânicos AUMENTAM a permeabilidade do Na+ (maior concentração no meio extracelular); 2º Abertura dos canais rápidos de Na+; 3º Abertura dos canais lentos de Ca++ (aumento da despolarização); 4º Aumento do tempo de potencial de ação e redução da permeabilidade do K+; 5º Fechamento dos canais de Na+ e Ca++; 6º Aumenta a permeabilidade de K+, retornando ao potencial de repouso. Diferenças entre a contração do m esquelético x m cardíaco Irrigação cardíaca Arterial: AA coronárias D e E. Venosa: seio coronário (composto pela v. cardíaca magna, v. cardíaca média, v. cardíaca parva e vv. Thebésio). Coronária E: os principais ramos são a A. desc. anterior e A. circunflexa que irrigam VE, septo interventricular e vasos endocárdicos (anastomose com a coronária D). Coronária D: os ramos suprem parte do VD, parte póstero inferior do VE e septo interventricular, AD. Seu principal ramo é a A. descendente posterior. Inervação cardíaca Intrínseca: sistema de condução elétrico. Extrínseco: SNA – parassimpático (n. vago) e simpático (3 ramos cervicais e 4 ou 5 torácicos). Nodo sinoatrial > nodo atrioventricular > feixe de His > Ramos D e E > Fibras de Purkinje. Importante: a informação demora cerca de 0,12seg para ir do nodo sinoatrial para o nodo atrioventricular. Isto é importante para que os átrios contraiam antes dos ventrículos. A partir do nodo AV a informação segue o mesmo tempo para ambos os lados. A função dessas células é facilitar o estímulo elétrico por todo sistema cardíaco. Nodo sinoatrial: é o mais facilmente excitado, pois é o que mais recebe inervação. Inclusive, é chamado de marca passo natural do coração. Inervação cardíaca extrínseca SNA PARASSIMPÁTICO Os sensores periféricos (localizados no seio carotídeo e no arco aórtico) enviam informações ao SNC através das fibras sensitivas sobre a necessidade de modulação do coração. Fibras efetivas através do N. vago > nodo sinoatrial no AD. Inerva nodo sinoatrial, nodo atrioventricular, menor escala para átrios e menor ainda para ventrículos. Em repouso, tem o maior controle sobre o coração. - O neurotransmissor é a acetilcolina e os receptores são muscarínicos (M2). - A acetilcolina irá ↑ o vazamento de íons de K+, aumenta o nº de cargas negativas no meio intracelular, tornando o tecido menos excitável. SNA SIMPÁTICO Inerva todo o coração e transmite os sinais Através das vias medulares - Neurotransmissor é a noradrenalina e adrenalina produzidos pela gl. Suprarrenal e os receptores são adrenérgicos beta. A norepinefrina ↑ a permeabilidade dos íons de Na+ e Ca++. Quando realizamos atividade física quem tem maior controle é o SN Simpático. OBS: a maior parte da inervação chega no nodo sinoatrial, porém a inervação simpática também chega no ventrículo. Regulação do bombeamento cardíaco Débito cardíaco: quantidade de sangue ejetada pelo coração (por um ventrículo) em um determinado período de tempo. DC = VS X FC Regulação: intrínseca e pelo SNA. Regulação intrínseca Mecanismo de Frank-Starling: dentro dos limites fisiológicos o coração bombeia todo o sangue que chega até ele, sem permitir acumular excesso de sangue nas veias. - ↑ a quant. de sangue que chega nos ventrículos (↑VDF) > o m. cardíaco se distende > m. cardíaco se contrai com mais força e maior será o volume de ejeção. IMPORTANTE: o VDF é determinado pelo RV (pré-carga). Pré carga É o grau de tensão sobre o músculo quando ele começa a contrair. É proporcional ao estiramento do miocárdio antes da estimulação e reflete o comprimento inicial do sarcômero. Dentro das condições fisiológicas, quanto maior a pré-carga, mais forte será a contração do miocárdio. Pós carga Carga contra a qual o músculo exerce sua força contrátil. A pós carga do VE é cerca de 10x maior que a do VD, pois o VE precisa vencer uma resistência maior. A HAS é um exemplo de maior pós carga do VE. Já o tromboembolismo pulmonar é um ex de maior pós carga para o VD. Fatores que afetam o retorno venoso - Contração da musculatura esquelética periférica; - Bomba respiratória: - Na INS ocorre rebaixamento do diafragma que causa pressão negativa intratorácica (reduzindo P das vv torácicas) e aumenta P nas vv abdominais. Ou seja, P das vv abdominais > P vv torácica, facilitando o retorno venoso. Ciclo cardíaco Período do início de um batimento cardíaco até o início do batimento seguinte. Diástole e sístole. FASES DO CICLO CARDIACO 1. Chegada de sangue através das grandes VV (vv pulmonares desembocam no AE e vv cavas no AD) 2. Átrios se enchem (pressão↑). 3. Abertura das valvas atrioventriculares (mitral do lado E e tricúspide no lado D). 4. Enchimento ventricular. 4.1 Enchimento rápido ventricular (70%sem contração atrial). 4.2 Diástase (P atrial = p ventricular = passagem do sangue das grandes vv > ventrículos) 4.3 Contração atrial. 5. Esvaziamento dos ventrículos (sístole): 5.1 PERÍODO DE CONTRAÇÃO ISOVOLUMÉTRICA: - Ocorre contração, mas não há ejeção. - Contração isométrica dos ventrículos para aumentar P e forçar abertura das valvas semilunares. 5.2 PERIODO DE EJEÇÃO - Abertura das valvas semilunares. - Período de ejeção rápida: 70% no 1º 1/3 de T ejeção. - Período de ejeção lenta: 30% nos 2/3 finais do T ejeção. PRODIÁSTOLE - ¼ final da sístole - Ventrículos ainda se contraem, mas quase não tem ejeção (para manter P alta e manter as valvas abertas). RELAXAMENTO ISOVOLUMETRICO - Final da sístole: relaxamento súbito dos ventrículos com P ventricular < P arterial. - Fechamento das valvassemilunares. - Queda da P ventricular, chamada de pressão diastólica - Valvas AV se abrem e inicia-se novo ciclo cardíaco. ------------------------------------------- Conceitos importantes para Programas de Reabilitação Cardiovascular Tipo do exercício: dinâmico ou estático. Intensidade: %FC reserva (Método de Karvonen), %FCmáx e %VO2máx. Frequência: número de x/semana. Duração: tempo de realização do exercício. - De acordo com a Am College of Sports Medicine (ACSM): - Frequência: 3-5x/semana. - Duração:20-60minutos. - Intensidade: 40/50%-85%da FC reserva. Intensidade Determinação da FC-alvo. - Método direto: Teste ergoespirométrico: determinação do V02máx. FC-alvo: 40-59%VO2máx. - Método indireto: Método de karvonen: método de FC de reserva, é o mais utilizado. Fc treinamento = Fc repouso + 0,4/0,6 até 0,8 x (Fc máx - Fc repouso) Fc reserva = Fc máx – Fc repouso. 0,4 diz respeito sobre a intensidade do exercício. Fcmáx: deve ser mensurada através de um teste ergométrico. Se não der, é necessário a utilização de fórmulas: 1º 220 – idade (mais utilizada) 2º 208 – 0,7 x idade Importante: ao estimar a intensidade do exercício baseando-se na FC por fórmulas, é necessário monitorar outros fatores, como sintomas ou sinais anormais. Ex: Escala subjetiva de esforço de Borg. Escala Subjetiva de Esforço de Borg Escala de 12-20: o pct deve responder no máx 16 que corresponde a 40/50% - 85% da Fc reserva. Escala de 0-10: de 4 a 6 pontos. - Benefícios da escala: indivíduo associa determinada faixa de FC alvo a uma certa percepção de esforço, diminuindo a necessidade de mensurações constantes do pulso. Além disso, tem alta confiabilidade. VO2máx Consumo máximo de oxigênio Mensuração direta: teste ergoespirométrico. Indireta: fórmulas. O que é? Aproveitamento máximo do 02 pelo músculo. Depende do sistema cardiovascular eficaz, distribuição do sangue, bons pulmões, entre outros. - Individuo atleta tem maior aproveitamento do quem um indivíduo sedentário. E um indivíduo sedentário terá maior aproveitamento do que um cardiopata por conta da diferença no bombeamento. 1º objetivo do teste ergométrico: se é positivo ou não para isquemia do miocárdio. 2º objetivo: avaliar a capacidade física do indivíduo. Qual a diferença entre ergométrico e ergoespirométrico? No teste ergoespirométrico existe a máscara que analisa os gases, é possível ver o quanto de O2 aproveitado e o quanto de C02 é produzido. Gráfico: conforme ↑ a intensidade do exercício, o grau de aproveitamento de 02↑, até atingir o platô (VO2máx). No pct cardiopata: o exercício é interrompido antes de atingir o platô por conta das limitações periféricas: PA muito elevada ou fadiga muscular. O Vo2 de pico é quando não ocorre o platô, mas é o máx atingido pelo pct. Recomendações Treinamento de resistência e de flexibilidade como parte do programa. Objetivos: ↑ ou manter a força e endurance musculares, a massa magra e a densidade óssea. Características: 8-10exerccícios envolvendo grandes grupos musculares. 8-12 repetições/série. 2-3 sessões/semana. Dúvida: série única ou múltiplas séries? Considerações fisiológicas Volume de ejeção (VE) ou volume sistólico: vol de sangue bombeado por sístole. Volume diastólico final (VDF): volume de sangue contido no ventrículo antes da contração. Volume sistólico fina (VSF): volume de sangue remanescente no ventrículo, após a sístole. VE = VDF – VSF Fração de ejeção (FE): proporção de sangue bombeado para fora do VE em cada batimento. FE = (VE/VDF) x 100 Ou seja, revela o quanto de sangue que entra no ventrículo é realmente ejetado durante a contração. Normalmente, a FE = 60%. FE é uma informação contida no ecocardiograma. Se o FE for menor que 30% é considerado uma doença cardíaca grave. Adaptações cardiovasculares durante o exercício dinâmico VS: ↑de 150 para 162ml (↑50%). FC: ↑de 50 para 185 bpm (↑270%). O VS atinge seu máx. quando o DC atingiu apenas metade do seu valor máximo. Qualquer aumento post do DC ocorre por aumento da FC. Por que ocorre aumento do VS? Maior enchimento ventricular (aumento do VDF). - Mecanismo de Frank-Starling (mais sangue chega, mais sangue será bombeado). Menor VSF (maior contratilidade ventricular). Diminuição da resistência vascular periférica (vasodilatação dos mm ativos). Aumento da FC O aumento da FC ocorre pela remoção do tônus parassimpático. Em intensidades + elevadas: a elevação da FC deve-se a ação do SNASimpático (inervação nodo SA e AV) e por liberação de noradrenalina que estimula os beta-receptores cardíacos. ATENÇÃO: uso de beta-bloqueadores e exercício físico - estes medicamentos reduzem a FC e a intensidade da contração miocárdica, reduzindo a demanda de 02 do coração. Durante o exercício os pcts apresentam menor FC. Cuidado com a prescrição da intensidade do exercício. - Neste caso pode ocorrer ↑ da velocidade do exercício, mas a FC não aumenta. CUIDADO. - Importante utilizar a Escala de Borg. Resumo da FC Início do exercício: - ↑rápido da FC, do VS e do DC (no 1º seg. após). - DC e FC ↑ conforme ↑ o V02. - Mas tanto DC como FC atingem um platô ao nível de V02máx. Pressão arterial A resposta da PA aumenta, mas não é tão bem descrito quando da FC. - Normalmente a PAS aumenta com níveis de carga de trabalho. E a PAD aumenta levemente (-10mmHg), permanece a mesma ou diminui levemente. - A PAS ↑durante o exercício por conta do ↑ do DC e da redução da RVP. PA = DC X RVP Ajustes respiratórios ↑ da ventilação pulmonar 15 a 25x. ↑ VC – início ou exercício de baixa intensidade. ↑FR – exercício de alta intensidade (pois temos maior produção de C02 e precisamos de um equilíbrio). Fatores que influenciam na queda pressórica pós treinamento Esse efeito, em geral, dura 24h. Se houver treino recorrente esse efeito se mantém. FATORES HEMODINAMICOS Redução da FC basal, que reduz DC, que reduz PA. Redução da RVS (redução vascular sistêmica). FATORES HUMORAIS Exercício estimula liberação de substancias vasoativas. Peptídeo natriurético atrial. Redução renina plasmática. Liberação de NO. Redução da noradrenalina? FATORES NEURAIS Alterações funcionais pressorreceptores arteriais e cardiopulmonares Aumento da sensibilidade, modificação no seu ponto de ativação e do tempo de recuperação Redução das respostas vasoconstritoras alfa-adrenérgicas (que resulta em > fluxo sanguíneo muscular por exercício). Respostas cardiovasculares no exercício estático Aumento da FC. Manutenção ou até redução do VS. Pequeno acréscimo do DC. Aumento da RVP > elevação exacerbada da PA. - A contração isométrica promove obstrução mecânica do fluxo sanguíneo, o que pode causar acúmulos de metabolitos, ativando quimiorreceptores musculares, que promovem aumento expressivo da atividade nervosa simpática. ATENÇÃO: estas respostas dependem da intensidade, duração e massa muscular envolvidas. Ou seja, exercício resistido bem leve é indicado para pacientes cardiopatas. Sendo importante lembrar de: - Evitar a Manobra de Vasalva. - Séries mais longas.
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