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APG S8P2- 5º Período| Ilana Maria Maia S. Aparelho vestibulococlear localiza-se na orelha interna. Composição: - Labirinto ósseo (conjunto de cavidades ósseas escavadas na parte petrosa do osso temporal) e dividido em aparelho coclear e vestibular - Parte coclear: responsável pelos estímulos acústicos. - Parte vestibular: responsável pela percepção e equilíbrio. - Labirinto ósseo vestibular é formado por 3 canais semicirculares e o vestíbulo. - Dentro do labirinto ósseo existe o labirinto membranáceo que possui 3 canais semicirculares que são responsáveis pelo equilíbrio dinâmico e o utrículo e o sáculo que são responsáveis pelo equilíbrio estático. Obs: no utrículo e sáculo tem a participação de cristais de carbonato de cálcio chamados otólitos responsáveis pela fisiopatologia da VPPB. Perilinfa: circula ente o labirinto ósseo e o membranáceo. Endolinfa: circula dentro do labirinto membranáceo. Parte vestibular: tem neurônios bipolares localizados no gânglio vestibulococlear; Um dos ramos está dirigido para periferia e termina nos receptores vestibulares. Função da endolinfa: a sua movimentação estimula as células ciliadas presentes nas cristas dos canais semicirculares e na mácula do utrículo e do sáculo Receptores vestibulares e conduzido até o gânglio vestibulococlear parte para outro ramo, atravessa o ângulo pontocerebelar e termina nos 4 núcleos vestibulares localizados na ponto no assoalho do 4 ventrículo, dos neurônios dos núcleos vestibulares partem vários axônios que se comunicam com o cerebelo, medula espinhal, tálamo, núcleos dos nervos cranianos e córtex. Vascularização: Principalmente pela artéria labiríntica (ramo da artéria cerebelar ântero-inferior), se divide em ramo coclear e ramo vestibular. Artérias acessórias provenientes das artérias meníngeas, da artéria estilomastóidea e das arteríolas da parede medial da cavidade timpânica. A drenagem venosa é feita pela veia labiríntica, que desemboca no seio petroso inferior, pela veia do aqueduto do vestíbulo, que desemboca no seio petroso superior, e pela veia do aqueduto da cóclea, que drena para a veia jugular interna. Não há comunicação da orelha interna com vasos linfáticos ou linfonodos. Obs: o aparelho vestibular é irrigado pela caratodia externa e artéria vertebral explica o porquê de um acidente vascular cerebral raramente se manifestar apenas por um quadro vertiginoso. Tontura: esse termo é aplicado pelo paciente como um grande número de experiências sensoriais diferentes, como sensações de rodopio, de rotação,de desmaio, de escurecimento visual, de irrealidade, de instabilidade, de Anatomofisiologia do aparelho vestibular: Tontura X Vertigem: APG S8P2- 5º Período| Ilana Maria Maia S. desbalanço, de desorientação, de borramento visual, de oscilação, de flutuação, de cabeça vazia etc. Vertigem: uma ilusão objetiva de movimento rotatório associada a alterações vestibulares. É a sensação que o paciente tem de estar girando em torno do ambiente ou vice-versa. Mais raramente, há a sensação de movimento em báscula no plano horizontal, de movimento ascendente e descendente ou ilusão de rotação horária ou anti-horária no plano frontal. Na maioria das vezes, decorre de lesão ou disfunção unilateral do aparelho vestibular(canais semicirculares) ou da porção vestibular do VIII nervo craniano. Classificação Síndrome periférica: devida à lesão do labirinto ou do nervo vestibular. Síndrome vestibular central: devida à lesão dos núcleos vestibulares ou suas conexões. Causas periféricas: + comuns. Vertigem posicional paroxística benigna(VPPB): Causa mais frequente; Episódios breves de vertigem (duração de poucos segundos e são ocasionados por mudança na posição da cabeça); Ausência de surdez ou zumbidos; Obs: ataques mais intensos podem levar a sensação mais persistente de desequilíbrio que pode durar hrs e provocar quedas. Fisiopatologia: Teoria da canalolitiase: distúrbio é provocado pelo desprendimento de otólitos, que são cristais minerais oriundos das células ciliares do utrículo, que então flutuam livremente nos canais semicirculares, sendo, na maioria das vezes, afetado o canal semicircular posterior. Ao movimentar a cabeça rapidamente Movimento dos cálculos aceleração da endolinfa e se desvia da posição natural para a anormal da cúpula. Pode ser secundária: traumas, infecções virais ou alterações isquêmicas ou degenerativas, mas o mais comum é que não se encontre causa específica. Geralmente é auto-limitada, resolvendo se espontaneamente em semanas ou meses, conforme os otólitos se dissolvam na endolinfa, porém pode haver recorrência, e mesmo cronificação em pacientes idosos. Vertigem postural Fóbica(VPF): Segunda + comum; Caracterizada pela junção de sintomas subjetivos como: Vertigem oscilatória; Instabilidade postural; Desequilíbrio. Ocorrem em ataques breves, desencadeados por situações específicas, como locais movimentados, cheio de pessoa ou multidões, associada a medo de sair de casa ou cair, ansiedade, depressão, pânico e agorafobia. Possui associação com sintomas psiquiátricos. VPF primária: quando não está associada a outros distúrbios vestibulares orgânicos (periféricos ou centrais). VPF secundária: quando associadas a distúrbios vestibulares orgânicos. Doença de Méniére: Episódios recorrentes e intensos de vertigem (duração variando de 10 minutos a várias horas); Hipoacusia; Tinnitus; Prostração; Náuseas; Vômitos. Tríade clássica: Hipoacusia flutuante, tinnitus e vertigem recorrente. Os sintomas são precedidos por uma sensação de pressão no ouvido, zumbido progressivo ou piora na audição, que é do tipo neurossensorial. A hipoacusia melhora nas remissões, porém há uma deterioração progressiva da audição com o passar do tempo. Fisiopatologia: É provocada por um aumento no volume circulante de Endolinfa (hidropisia) dentro do labirinto membranoso devido a um desequilíbrio entre síntese e reabsorção Origem idiopática, mas pode ter hidropisia secundária à doença de Paget, sífilis ou trauma. É mais comum entre os 30 e 60 anos, sendo na maioria das vezes unilateral. Vertigem: Etiologia: APG S8P2- 5º Período| Ilana Maria Maia S. Vertigem medicamentosa: Fármacos podem ser responsáveis por quadros vertiginosos; Aminoglicosídeos; Anticonvulsivantes (fenobarbital, fenitoína, carbamazepina); Furosemida; Antidepressivos; Anti-hipertensivos; Quimioterápicos e metais pesados. Labirintite bacteriana: Quando há extensão de um processo infeccioso prévio no ouvido médio, meninges ou mastoide; Vertigem intensa; Náuseas; Vômitos; Hipoacusia importante; Cefaléia; Dor local; Hipertermia; Secreção purulenta e quadro tóxico- infeccioso grave. Falência vestibular súbita (neurite vestibular): Caracteriza-se por infecção viral do nervo vestibular com perda abrupta da função de um dos labirintos; Gera um quadro de vertigem súbita (mais comum ocorrer como um episódio único) e persistente; Prostação intensa; Náuseas e vômitos; Não está associada a zumbidos ou surdez; Piora com os movimentos da cabeça, levando o paciente a ficar imóvel. Em geral, existe uma história prévia de infecção respiratória alta aguda e a melhora ocorre em dias ou semanas. Outras causas de falência vestibular súbita: trauma craniano, a neuropatia diabética, a obstrução da artéria terminal labiríntica e a encefalite do tronco cerebral. Vertigem por traumacraniano: Decorre da concussão do labirinto, com desaparecimento dos sintomas dentro de dias ou semanas. Pode cronificar, manifestando-se então como uma vertigem posicional episódica. Neurinoma do acústico e tumor de ângulo pontocerebelar: Surge, na maioria das vezes, na porção vestibular do VIII par; De início surge: hipoacusia e/ou tinnitus unilateral. Conforme progride surge: vertigem e nistagmo; Pode também comprometer o V e o VII pares, causando: hipoestesia da hemiface, diminuição do reflexo corneano e paralisia facial homolaterais. Causas centrais: + graves Isquemia vertebrobasilar e a aura da enxaqueca basilar: são as mais comuns e a vertigem costuma vir acompanhada de outros sintomas de disfunção do tronco cerebral, como disartria, zumbido, perda flutuante da audição, diplopia, paresias ou parestesias bilaterais, às vezes podendo ser acompanhada de diminuição do nível de consciência. A vertigem costuma ser seguida de cefaléia. Ataques isquêmicos transitórios do território Vertebrobasilar: podem, por vezes, ter a vertigem como único sintoma, porém episódios repetidos de vertigem. Acidentes vasculares isquêmicos ou hemorrágicos de cerebelo ou tronco: manifesta vertigem que costuma estar associada a outros sintomas de déficit neurológico. Infarto cerebelar: vertigem e a perda severa do equilíbrio podem ser as únicas manifestações iniciais. Causas fisiológicas: Cinetose: É a vertigem que ocorre em meios de transporte como carro, trem, navio ou avião. Manifestando se por: APG S8P2- 5º Período| Ilana Maria Maia S. Nauseas e mal-estar. Caracteriza-se por uma discrepância na sensação de aceleração corporal que não é confirmada pelos demais sistemas de equilíbrio e é mais comum em crianças. Hiperinsulinismo e a hiperglicemia; Postura; Estresse; Ansiedade; Mudança repentina na movimentação da cabeça. Tontura: várias experiências sensoriais como rodopio, rotação, desmaio, escurecimento visual, irrealidade, instabilidade, desbalanço, desorientação, flutuações. Ilusão de movimento, geralmente do tipo rotatório; Náuseas; Vômitos; Vertigem periférica: Tinnitus e hipoacusia; Corpo pende para o lado da lesão durante a queda; Prostação; Sudoreses; Palidez; Breve perda de consciência; Nistagmo: ser horizontal, rotatório ou misto, é fatigável (costuma diminuir com o tempo, desaparece ao se fixar o olhar), não há mudança na direção do movimento. Vertigem central: Ausência de hipoacusia ou tinnitus; Pode estar associada a outros sintomas neurológicos: ataxia, disartria, diplopia, perda de consciência, déficits focais sensitivos oumotores ou dos nervos cranianos. Marcha comprometida, sendo mais comum ocorrer retropulsão(andar para traz); Nistagmo mudança na direção dos abalos, nistagmo de direção diferente em cada olho (atáxico) e abalos em qualquer direção que não a horizontal. O diagnóstico na maioria das vezes é clinico. Anamnese e exame físico: Para esclarecer se é uma vertigem periférica (a lesão se encontra no labirinto e/ou nervo vestibular, até sua entrada no núcleo vestibular) ou central (a lesão se encontra no núcleo vestibular ou nas demais projeções superiores). Fatores de risco: Manifestações clínicas: Diagnóstico: APG S8P2- 5º Período| Ilana Maria Maia S. Manobra de Nylen-Bárány: Testes em busca por alterações de equilíbrio estático e dinâmico: Oscilações em zigue-zague que aumentam ao fechar os olhos; Manobra índex-índex, pode-se encontrar desvio do dedo índex do paciente no sentido oposto ao componente rápido do nistagmo; Sinal de Romberg será positivonas lesões das vias vestibulares, e consiste no desvio do corpo e queda do paciente quando na posição ereta, na qual lhe solicitamos que feche os olhos. Avaliação dos pares cranianos e a função cerebelar: Em busca de disdiadococinesia, dismetria e tremor intencional; Prova de Weber e Rinne: avaliam com o diapasão o componente coclear. Otoscopia. Exames complementares: RM: Quando houver sinais de comprometimento neurológico ou vertigem do tipo central se houver disponibilidade. Audiometria: Indicada em pacientes com sinais de otosclerose ou com queixas de hipoacusia, pode também pode ajudar no diagnóstico da DM VDRL: Indicado em casos suspeitos de hidróps endolinfático. Dosagem de fosfatase Alcalina: para afastar possíveis causas secundárias de DM. Tem como objetivo o tratamento etiológico, reabilitação vestibular e tratamento sintomático com antivertiginosos. Tratamento não-farmacológico: Repouso: especialmente nos idosos, a fim de evitar quedas. Alimentação leve: para evitar vômitos. Obs: na DM, é importante orientar uma dieta hipossódica. Reabilitação vestibular: é uma importante ferramenta terapêutica indicada em diversos casos como vertigem postural, cinetose, vertigens crônicas e no déficit sensorial múltiplo em idosos. Tratada no consultório através: Manobra de Epley: reposiciona os otólitos que se encontram no canal semicircular posterior novamente no utrículo. Tratamento farmacológico: No caso VPPB não é feito o tratamento farmacológico devido ao curto tempo que duram as crises, se for feito deve ser feito com cautela e por um breve período de tempo devido à sua interferência com a compensação que ocorre naturalmente por parte do SNC, especialmente em quadros vertiginosos durando mais do que alguns dias, e deve ser retirado gradualmente dentro de poucos dias. Quadros vertiginosos que duram mais do que alguns dias são sugestivos de dano vestibular permanente, sendo necessário interromper as medicações a fim de favorecer a compensação por parte do SNC. Fármacos: Bloqueadores de canal de cálcio: Flunarizina na dose de 5 a 10 mg à noite; Cinarizina na dose de 12,5 mg a 25 mg três vezes ao dia ou comprimidos de cinarizina de 75 mg como dose única à noite Benzodiazepínicos: Alprazolam (0,25 a 0,5 mg, duas a três vezes ao dia); Clonazepam (0,5 mg à noite ou duas vezes ao dia); Cloxazolam (1 a 2 mg à noite ou duas vezes ao dia); Diazepam (2 a 10 mg por dia). Seu uso deve ser cauteloso, evitado nos idosos pelo maior risco de depressão do SNC, e por curtos períodos, pois podem alterar o processo de Tratamento: APG S8P2- 5º Período| Ilana Maria Maia S. compensação central do quadro vertiginoso de forma mais acentuada, além da dependência farmacológica. Droga vasoativa: melhora o fluxo sanguíneo no ouvido. Betaistina na dose de 16 mg. Obs: se não houver controle dos sintomas, devem-se associar medicações de classes diferentes, jamais da mesma classe, evitando-se a polifarmácia. Antiémeticos: Domperidona (10 mg 3 a 4 vezes ao dia); Difenidol(25 mg a cada 4 a 6 horas); Ondansetrona (4 e 8 mg a cada 8 horas); Dimenidrato (100 mg a cada 6 horas). Obs: Na cinetose, é recomendado o uso de 50 mg de dimenidrato, 30 minutos antes da viagem. Na DM, o uso de hidroclorotiazida na dose de 50-100 mg por dia, em dose única, costuma melhorar a vertigem,mas não tem efeito sobre o tinnitus e a perda auditiva
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