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Estácio Ribeirão Preto Pedagogia Estágio em Processos Educacionais Alunas: Adrielle Almeida Júlia Lopes Rafaela Mosca Fichamento – Resumo PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e docência: diferentes concepções. Revista Poíesis -Volume 3, Números 3 e 4, pp.5-24, 2006. As autoras fazem a elucidação de alguns aspectos concernentes ao estágio, é mencionado que ele é realizado a partir de uma correlação entre o processo de formação de um curso com a sociedade, sendo realizado atividades educacionais. Nessa perspectiva, na percepção dos estudantes, o estágio é considerado como um segmento do curso que é dotado da prática e que é o momento em que se aprende realmente acerca da profissão, enquanto a teoria é desvalorizada. Diante disso, Pimenta e Lima (2006) discorrem que é necessário a coadunação entre a prática e a teoria. Contudo, é visto que, atualmente, os currículos dos cursos estão sendo confeccionados a partir de um aglomerado de disciplinas que não fazem sentido com o campo de formação, conferindo, assim, menor importância para a prática e isso ocorre, basicamente, para que as despesas das universidades sejam contidas. É ressaltado que toda profissão é prática no que se refere ao aprendizado da ação e que essa aprendizagem se dá com base na observação, reprodução, imitação e reelaboração da técnica, devendo ao aluno discernir acerca do que ele considera como adequado e adequá-la conforme as necessidades que lhe forem impostas a partir de suas experiências e de conhecimentos adquiridos. No Giovani Retângulo Giovani Retângulo Giovani Retângulo Giovani Retângulo Giovani Retângulo Giovani Retângulo Giovani Retângulo Giovani Retângulo Giovani Retângulo Giovani Retângulo Giovani Retângulo Giovani Retângulo Giovani Retângulo entanto, essa prática possui limitações, pois não é sempre que o estudante dispõe da capacidade de reconfigurar a prática em distintos contextos. Pimenta e Lima (2006) salientam que há estudiosos que veem a prática como algo característico da atuação do docente e que a realidade do ensino, assim como os alunos, é imutável. Sendo assim, há a concepção de que cabe a escola ensiná-los, mas não cabe a ela considerar as modificações históricas e sociais advindas dos processos de democratização que fizeram surgir na escola novas necessidades. Assim, quando a escola passa a valorizar as práticas e instrumentos tradicionais como métodos eficientes, essa instituição volta-se apenas para o ensinar e se o educando não aprende, esta adversidade não compete a escola. Nesse contexto, as autoras constatam que a formação do docente acontece tanto por meio da observação quanto pela reprodução da prática a qual ele possui contato. Tal entendimento relaciona-se com a percepção de um professor em não valorizar a sua formação intelectual, limitando sua atividade em um simples fazer que terá sucesso se for próximo a aquilo que observou. Desse modo, o conformismo é estabelecido, há uma conservação de rotina, de ideias, de comportamentos e de valores. Por esse ângulo, o estágio se reduz a mera observação da atuação dos docentes em aula para que, posteriormente, o estagiário faça a imitação dessa atuação sem que use sua criticidade. Em conformidade com Pimenta e Lima (2006), qualquer profissão tem o seu exercício de modo técnico, pois há a necessidade de ser desenvolvida as habilidades específicas para que possa atuar. Todavia, essas habilidades não são capazes, por si só, de solucionar os impasses que são estabelecidos, uma vez que elas não dão conta do conhecimento científico e das conjunturas que surgem durante o exercício profissional. O estágio é visto como prática, é o momento em que é realizado o fazer, é quando se aplicam as técnicas. Pimenta e Lima (2006) consideram que um curso de formação oferece a prática da profissão quando possibilita o treino dos graduandos em situações experimentais e estas são compreendidas como indispensáveis para que o futuro docente tenha um bom desempenho. Entretanto, frisam que, nas práticas fornecidas pelas universidades, a didática instrumental gera a ilusão de que todas as circunstâncias no âmbito escolar são análogas e que podem ser solucionadas por meio da técnica. Essa didática instrumental passou por críticas que acarretaram a negação à didática e modulou-se em uma crítica as escolas de forma genérica, pois acreditavam que elas eram instituições que apenas reproduziam ideologias predominantes na sociedade. Diante dessa perspectiva, o estágio se restringiu a identificar as falhas da escola e da comunidade escolar baseando-se em um criticismo superficial, gerando conflitos e distanciamento entre escola e universidade. Como possibilidade de solucionar os impasses estruturais, econômicos, políticos e socias do âmbito escolar, Pimenta e Lima (2006) dizem que foi instituída a pesquisas em diversas áreas da educação. Essas pesquisas têm contribuído para que haja um melhor entendimento acerca das questões mencionadas a partir de estudos analíticos e munidos de criticidade de forma a caracterizar as universidades como espaço formativo por excelência de docentes. Além disso, de acordo com Pimenta e Lima (2006), o estágio é prático e teórico. Enquanto a prática é tida como a forma de ensinar a partir de distintos contextos, configurando a tradição e cultura das instituições, a ação concerne aos sujeitos, a seus modos de agir, de pensar, a seus valores, aos modos de educar e de se relacionar com alunos, enfim, a ação é a atividade humana. Assim sendo, cabe destacar que a ação pedagógica corresponde as atividades que os docentes desenvolvem na escola com base em deveres materiais, orientados e estruturados com o objetivo de tornar o ensino e a aprendizagem efetivos. Pimenta e Lima (2006) elucidam que essas atividades materiais são as interações entre professor, aluno e conteúdos educacionais, mas que eles nem sempre possuem compreensão acerca dos objetivos que direcionam suas ações na escola e na sociedade. Nesse cenário, as teorias emergem como forma de clarear e ofertar ferramentas para a verificação e investigação que proporcionem o questionamento das práticas institucionalizadas e das ações dos indivíduos. As autoras consideram que todas as disciplinas são, ao mesmo tempo, práticas e teóricas e que estas possuem a finalidade de formar docentes mediante a análise da crítica e apresentação de novas formas de fazer a educação. Para isso, é imprescindível que qualquer disciplina forneça informações e métodos para que tal processo seja estabelecido de forma plena. Para superar a dicotomia entre a prática e a teoria, houve, recentemente, um movimento teórico que buscou promover isso. O entendimento da relação entre a teoria e a prática proporcionou que estudos que iluminaram novas perspectivas sobre o estágio. Pimenta e Lima (2006) baseando-se em outros estudos, verificaram que o estágio possui o escopo de aproximar o aluno da realidade em que atuará, sendo que essa aproximação da realidade só passa a ter sentido quando há significação e intencionalidade. Para isso, faz-se necessário que os orientadores de estágios atuem com base na apropriação da realidade de forma a desenvolver análise e questioná-la de maneira crítica, com base em teorias. A pesquisa no estágio configura-se, portanto, como uma metodologia para possibilitar a formação do estagiário como futuro docente, além de também poder contribuir com o desenvolvimento dos professores já atuantes a partir de sua relação com os estagiários. A pesquisa nesse campo é compreendida como uma forma de ampliar e analisar as conjunturas em que o estágio é desenvolvido e, ainda, uma oportunidade de ser desenvolvida habilidades por meio da elaboração de projetos que permitam entender e problematizar o que os estudantes em formação observam.Segundo as autoras, o movimento que buscou reconhecer a pesquisa no estágio, a nível nacional, emergiu no início dos anos 90 mediante a questionamentos que se faziam no campo da didática e da formação dos professores em relação a prática e a teoria. Esse contexto permitiu que houvesse uma melhor compreensão do estágio como uma averiguação das práticas pedagógicas nos espaços escolares. Sendo assim, essa visão ampliada acerca do estágio possibilitou que, além da instrumentalização técnica, o docente também seja um ser pensante que vive em um determinado espaço e em um certo momento histórico. Perante a essa circunstância, é instituído o significado de “professor reflexivo”, que permitiu o uso da reflexão como algo próprio do indivíduo. Em vista disso, Pimenta e Lima (2006) mencionam que Donald Schön preconiza que a formação dos docentes seja baseada numa epistemologia da prática para a construção do conhecimento, baseando-se em reflexão, análise e problematização em face aos impasses que estes profissionais encontrem. Dessarte, passou-se a valorizar a pesquisa na ação dos profissionais e ela caminhava, sobretudo, para os estudos sobre a sala de aula, as ações e conhecimentos dos professores e da escola. Essa linha de pesquisa, é a epistemologia da prática docente, pois ela é voltada para o reconhecimento do docente como produtor de saberes. Essa epistemologia propõe que a teoria e a prática são inseparáveis na perspectiva abstrata do docente, visto que existe uma conversa entre o conhecimento do indivíduo com a sua ação. Isto posto, as autoras elucidam que a teoria fornece aos indivíduos diversos pontos de vista acerca de uma ação contextualizada, além de ter poder informativo. Pimenta e Lima (2006) destacam que a teoria possui o papel de dar aos docentes visões para que possam compreender as conjecturas sociais, históricas, organizacionais, culturais e de si mesmos enquanto profissionais. É nesse sentido que se faz imprescindível a constante crítica acerca das condições materiais em que o ensino acontece e, para isso, o desenvolvimento da pesquisa se faz necessário. As pesquisas efetivadas no campo da didática e na prática de ensino revelam a relevância que a perspectiva da epistemologia vem tendo. Como exemplo, é citado as pesquisas acerca do desempenho escolar, pois elas evidenciam que a discussão do tema revela dados concretos de forma a superar os discursos e proporcionado o aprofundamento a complexidade prática. No entanto, essa perspectiva é limitada por questões de natureza política, fatores relacionados a formação inicial dos docentes que, muitas das vezes é frágil tanto na teoria quanto na prática e há limites que estão relacionados com a questão teórico/metodológica. Com isso, em consonância com as autoras, ao passo em que esses limites são identificados há a possibilidade de que sejam encontradas formas para superá-los. Segundo Pimenta e Lima (2006), quando o professor é colocado como protagonista dos processos de mudanças, a concepção do professor reflexivo e pesquisador pode despertar a supervalorização do docente como indivíduo. Por outro lado, há autores que veem esse contexto como risco de para uma provável ação prático-utilitária, individualismo, hegemonia autoritária e um possível modismo podendo, portanto, levar a uma vulgarização da reflexão e da pesquisa. Tendo em vista esse apontamento, as autoras mencionam que a análise crítica e contextualizada do conceito de docente reflexivo viabiliza que seja superado as suas limitações, de modo a afirmá-lo a partir de um conceito político- epistemológico, o qual necessita de políticas públicas para que seja, deveras, efetivado. Do contrário, tal se modifica em um simples discurso munido de ambiguidade, com falhas e retórico que serve somente para culpabilizar do docente. Por conseguinte, Pimenta e Lima (2006) entendem que o estágio prepara o estudante em formação para que ele trabalhe de forma coletiva, pois o assunto não compete apenas ao professor e que a tarefa escolar advém da soma de ações coletivas, não só dos docentes, mas da instituição em geral, e que estão situadas em um determinado contexto social, cultural e histórico. Para isso, esse movimento pode ter uma melhor desenvoltura quando se tem uma estrutura curricular de propõe reflexão e análise das práticas institucionais, mediante à teoria das disciplinas e das experiências de profissionais.
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