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1 Aqui o principal é saber que se tem um paciente do sexo masculino com qualquer possibilidade de câncer temos que descartar o câncer de próstata. Este é o segundo mais comum entre os homens, tendo incidencia muito alta, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Se tem próstata temos que pensar “ali é o primário”. Se temos em nosso ambulatório por exemplo um paciente com metástase hepática e é homem mas não sabemos o sítio primário logo pensamos que deve ser próstata. Obs: PSA e toque retal não são preventivos, não previnem o CA de prostata. Assim como mamografia tambem não previne cancer de mama, são exames de rastreio que identificam tumores em fases mais precoces. Incidência Meus últimos anos houve um aumento significante no diagnóstico do câncer de próstata, porém este perdeu parâmetro agora na pandemia já que os homens normalmente não gostam de realizar o toque retal e nem fazer PSA, e pelo isolamento procuram menos ainda o urologista, porém com isso a incidencia aumenta e o diagnostico ocorre com o tumor muito mais avançado. O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil se devem à evolução dos métodos diagnósticos identificando lesões bastante iniciais, a melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país (outubro rosa, novembro azul) e também pelo aumento da expectativa de vida “tem mais de 80 anos? pode olhar a próstata porque vai ter câncer, é igual pressão alta”. A incidência de câncer de prostata é muito grande em todas as regiões do Brasil, assim como o CA de mama na mulher. Se vemos um raio x que tem um laudo dizendo “lesão osteoblástica em coluna” e aí está escrito na cintilografia óssea, na tomografia, no raio x “lesão osteoblástica suspeita para neoplasias ou para implantes neoplásicos, ou secundários” que são formas de dizer que não começou ali. Você pode não saber nada de onco, mas você tem que saber hm...próstata. Com certeza eu tenho que excluir por que o câncer de próstata é o mais comum, e outra coisa, câncer de próstata gosta muito de osso, então são 2 informações importantíssimas para a gente poder ganhar tempo quando a gente faz o diagnóstico. Estimativa de novos casos 65.840 (2020) Numero de mortes 15.391(2017) Anatomia da próstata Tudo depende do estadiamento, do TNM. Depende do tamanho, da quantidade de linfonodos, do risco de metástase a distância. A definição do tratamento todo depende 2 disso. Sempre que eu tenho um tumor no diagnóstico, eu tenho que ver se compreende estruturas ao redor, se tem linfonodos e se os outros órgãos estão comprometidos ou não na próstata até para entender sintoma. Eu tenho que saber o que que tem perto da próstata, então tem que saber que existe a vesícula seminal, eu tenho que saber que tem a região peniana, que tem a parte da bexiga, que tem o intestino que está por trás, porque em situações de lesão maior e mais extensa eu vou ter o comprometimento das estruturas adjacentes. Sempre dentro da oncologia eu tenho que descartar tumor a distância, metástase em outros órgãos. Não faz sentido para a próstata operar o sítio primário e não tratar os tumores a distância. Faz muito mais sentido um tto mesmo que com intuito paliativo, de controle sistêmico, do que retirar a próstata e deixar a metástase a distância não controlada. Isso é uma mentalidade oncológica que precisamos saber. Diagnosticou um câncer, eu tenho que ter certeza de que ao redor está comprometida ou não, se tem doença em outro órgão. Só vai definir condutas, salva emergências oncológicas e urgências, quando eu fiz um estadiamento; porque o índice de sobrevida, e de sobrevida global, sobrevida livre de doença modifica diretamente com relação a extensão dessa doença. Fatores de Risco • Idade >50 anos (população envelhecendo e história familiar são os principais) • Mutação BRCA2, quando o homem tem este mutado, está susceptível a síndrome hereditárias oncológicas, bem entre elas têm o câncer de próstata que está associado. Então se ele tiver uma mutação BRCA2 está mais relacionado também além do risco de ter câncer de próstata, também ao de mama em homens. • Pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos (ficar mais vigilante nos exames de rastreio) podendo refletir tanto em fatores genéticos (hereditários) quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco de algumas famílias (principalmente orientais, mas nada muito bem comprovado). • Excesso de gordura corporal • Exposição a aminas aromáticas (comuns nas indústrias químicas mecânicas e de transformação de alumínio), arsênio (usado como conservante de madeira e como agrotóxico), produtos de petróleo, motor de escape de veículos, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos(HPA), fuligem e dioxinas. Patologia/Histologia • Adenocarcinoma -95% dos casos. A maioria é do tipo adenocarcinoma e isso faz muita diferença porque se vier por exemplo na patologia falando o que é carcinoma epidermóide, eu vou pensar que alguma doença de outro lugar invadiu a prostata e que não começou na próstata. Então faz toda a diferença saber os tipos mais comuns, porque se eu fizer uma biópsia de próstata e vi é que não tem tecido prostático, mas que tem tecido de tumor eu tenho que pensar, por exemplo, que teve um câncer de bexiga que invadiu a próstata, ou que teve um câncer de reto, de intestino, de pênis que invadiu a próstata. Faz diferença sempre sempre sempre saber qual que é o tumor primário porque a perspectiva de tratamento muda totalmente assim como o prognóstico. Acontece mais na zona periférica, mas é multifocal e heterogêneo, pode comprometer todos os lobos ou um lobo só. • Mais comum na zona periférica -80% • É multifocal e heterogêneo • Escore de Gleason -relação direta com prognostico. Somamos uma “nota” que damos, mesmo sendo uma nota, por exemplo 7, faz diferença o que que vem primeiro. Então a gente soma o que é mais agressivo com a característica de diferenciação que é mais comum. Por isso que 3 + 4 é melhor do que 4 + 3. 4 significa que é de pior, de maior crescimento, que é mais que é mais agressivo, e de 3 que é o mais comum porque tem comportamentos diferentes dentro da própria próstata. Então essa notinha ela define muita coisa para poder determinar prognóstico e até classificação de risco, estão sempre câncer de próstata que eu preciso fazer essa classificação, e essa classificação é feita pela biópsia. Não tem como eu olhar e falar “eu acho que é um Gleason 8, 9” o pior é o Gleason 10. De qualquer forma precisamos da biopsia para confirmar. • 3+4 = 4+3?? 3 Análise de Biopsias (imagem de cima) Biópsia de um fragmento da próstata; lembrando que fragmento é diferente de cirurgia de ressecção da próstata. É fragmento da próstata. Dado clínico: adenocarcinoma material rotulado como fragmentos da próstata falando que é uma neoplasia maligna invasora sugestiva de adenocarcinoma pouco diferenciado. Na observação não foi observado parênquima prostático, apenas neoplasia, ou seja, na hora que tirou achando que era da próstata, não era, era apenas tumor. Então o exame mesmo sugere que se faça imunohistoquimica para saber de onde veio a lesão. Pode ser um tumor de reto invadindo a próstata, e o tto é totalmente diferente. Se começou no intestino e invadiu a próstata, eu faço um tto direcionado ao intestino, com medicações ativas relacionadas ao CA de intestino. Se começou na próstata, vou fazer um tto mediante sitio primário, com medicações diferentes, então nesse caso não tenho tecido prostático na biopsia, tenho câncer, precisamos saber então de onde começou. Sempre temos que saber qual é o sitio primário e quando não sabemos é obrigatório pediu imunohistoquimica. ***Saber para prova prática: de onde veio a biopsia, é tumor do que, fazer imunohistoquimica se biopsia não conclusiva. Se tivesse “fragmento de próstata compatível com adenocarcinoma” ok,é CA de próstata e pronto, mas nesse caso temos uma nota dizendo que não é tecido prostático, e não podemos passar batido por isso. (imagem de baixo) Paciente foi operado então isso é uma biópsia de cirurgia apesar de não aparecer aí, mas fala sobre retirada da próstata, retirada das margens e das estruturas adjacentes, fala que na margem algumas estão livres e algumas estão comprometidas, que a vesícula seminal está comprometida, e que os gânglios ao redor não tinham comprometimento de linfonodos. A classificação do TNM é “p” de patológico porque já retirou, já mandou a patologia. Quanto ao “T” temos t1,t2,t3 e t4. T3 é intermediário e não tem linfonodo porque o “N” é negativo. Isso seria a interpretação da peça cirúrgica da próstata. Escore de Gleason Quando eu falo de Gleason (3 a 10), eu preciso saber que existe um tipo de classificação “ISUP” que junta os tipos de graduações de Gleason (mais moderna). Nessa eu consigo estimar por um USG ou RM de próstata, mas leva em consideração o grau de Gleason. O Gleason mais “bobinho” é o 6, que seria 3+3. O grau 7 é melhor quando o 3 está na frente do 4, já 4 que significa que o que eu tenho de maior gravidade é o 3, apesar de ter o 4 que é a diferenciação presente que não é a mais comum, ou a que mais preocupa. A classificação de ISUP vai até o 5, e quanto maior o Gleason, maior a ISUP. Temos que saber que entre 6 e 10, 10 é pior. A piora da nota se relaciona a um câncer mais avançado. Quanto maior o Gleason, pior o prognostico, quanto maior o ISUP pior o prognostico. Não tem como tratar CA de próstata sem essas duas classificações. **Na oncologia quase tudo é pior de acordo com o “número maior”. Exemplo T1, T2, T3; T3 é o pior que T1. Grau de diferenciação, no grau 3 é o pior, o menos diferenciado. Estadiamento Oncológico TNM Aqui não precisamos decorar, mas temos que saber que quanto maior o numerozinho significa que invade um pouco mais as estruturas ao redor. Então t1 está na próstata, começa a invadir um lobo da próstata, depois outro, depois acomete mais de 50%, invade outras estruturas, compressão de estruturas mais distantes, vai para vesícula seminal, bexiga, reto, pelve, musculo, linfonodo, e depois para outro órgão a distância. Sempre é esse cronologia, essa logica, de que tudo que é mais avançado, o numero relacionado ao TNM é maior. Faremos então tanto o estadiamento clinico TNMc, que é quando não temos a biopsia, estimamos por exame de imagem (RM, TC, USG); quanto o patológico TNMp, que é quando já temos a biopsia que me comprova a extensão real das estruturas que foram retiradas. Não precisamos decorar mas temos que saber que toda lesão pode estar invadindo estruturas adjacentes. Então só para ficar mais claro: Começa na próstata e logo vai para outro lobo, começa a invadir estruturas ao redor como vesícula seminal, começa a atingir órgãos a distância como pelve, como as partes mais distantes como gânglio, além das estruturas que estão adjacentes. Isso é a lógica da oncologia, não vou tratar com cirurgia agressiva quem já tem comprometimento de próstata, bexiga, reto, gânglio, não faz sentido fazer tratamento cirúrgico em quem já é mais avançado. Posso fazer uma quimioterapia neoadjuvante? Na próstata o raciocínio é um pouco diferente, mas isso já vai muito para o especialista. Às vezes se opta por não retirar a próstata e fazer tratamento sistêmico, e se tiver muito avançado não tiramos pois dá muita sequela, efeito colateral, e piora muito a qualidade de vida do paciente. Se não dá para ressecar com segurança para atingir margem livre, não opera e trata sistemicamente. 5 Tudo na onco tem classificação TNM, lembrando que 4 geralmente a doença já está bastante avançada e tem metástases em outros órgãos não relacionados à próstata. Porém na próstata o PSA e Gleason são tão importantes que entram na classificação de risco. PSA não tem limite numérico, pode ser de 200, 500, 15000, dependendo do quanto este tumor irá produzir. Lembrando que quanto maior a nota pior a classificação, quanto maior o valor do PSA e Gleason, pior é o estadiamento. Quando eu não tenho acesso pelo SUS ao PSA por demora, por exemplo, mas tenho um Gleason de 10, eu já fico mais atenta e vou pelo que tenho. Agora se o Gleason e o PSA estiverem disponíveis, o que me norteia será o com o pior resultado. Então eu uso tudo mas às vezes não tenho todos os detalhes para realizar uma classificação perfeita do tnm. Não decorar, mas entender que quanto menor a nota de tudo, o risco é mais baixo, e quanto mais alto tudo TNM, GLEASON, ISUP, o tamanho das estruturas comprometidas e o dano, pior é o prognóstico. Se tem um paciente que tem um Gleason de 6, mas o PSA é de 800, pelo PSA já vai pro alto risco ou muito alto risco. Eu considero o alto risco quando o valor de limite é 10, passou de 10 eu já começo a ficar um pouco mais preocupada porque a chance de metástase para outros órgãos é muito grande. Então a classificação de risco depende do tamanho, do TNM, do tipo de Gleason, e do PSA para fazer uma classificação precisa. E para cada tipo de risco existe um tto especifico (não será cobrado, mas é muito importante para definir conduta e pedir exame). Se o risco é mais alto de ter doenças a distância é claro que eu tenho que pedir exames mais específicos. Todo o PSA que já tem a possibilidade de dar metástase a distancia, ou seja, um PSA mais alto acima de 10 ou paciente está com sintoma, ou paciente já está queixoso de sintomas urinários, miccionais, dor nas costas, eu tenho que ficar atenta, valorizar a queixas do meu paciente em relação à exames eu vou dar sequência na solicitação. Se tenho outra historia de um paciente que não esta andando direito, com claudicação em MMII, jato urinário fraco, vou pensar em invasão local e consequentemente aumentar os exames de estadiamento, sendo esses todos os exames que irão fechar o quebra cabeça, e nos dirá se a doença esta somente onde ela começou ou se espalhou para outros lugares. Se tivesse espalhado é claro que o meu prognóstico é pior e a conduta será diferente. Quanto mais avançada a doença e a classificação for pior, mais exame eu peço para ter certeza que não espalhou. Lembrando que CA de próstata gosta de dar metástase para osso, então sempre valorizar queixa óssea nesse paciente. Apresentação do CA de próstata A professora atendeu um paciente à tarde que estava com câncer de próstata e ele falou “doutora difícil até de acreditar, por que eu não tenho nenhum sintoma. Eu não sinto nada do câncer” é um tumor localizado estava só em um lobo, PSA de 7, Gleason na biópsia de 7, então uma doença que não tem prognóstico ruim e ai a orientação para ele foi o seguinte “olha, que bom pessoa não tem sintomas, porque quando eu não tenho sintoma, a chance de retirar o problema todo é muito grande. Quando começa a ver sitomas, significa que tem uma chance maior das estruturas adjacentes a próstata estarem comprometidas”. Então esse paciente pode ser assintomático, e ser um achado, igual acontece na mamografia da mulher, pelo PSA mais aumentado, ou toque retal com a próstata um pouco mais endurecida. Se mais avançado pode haver mais sintomas, principalmente queixas urinárias, como incontinência, polaciuria, dificuldade no jato com urina 6 intermitente “urina um pouco, depois tem escape, e depois é difícil reiniciar a micção”, pode ter um pouco de sangramento também. Muitas vezes esse homem pode acabar demorando para procurar ajuda pela dificuldade masculina ainda em lidar com qualquer questão relacionada ao aparelho reprodutor. Existe bastante pudor relacionado, e os homens tem medo do CA de próstata por saberem da proximidade com pênis, e chance de alterar sua “masculinidade”, medo de impotência pelo tto ou cirurgia. Esse medo então existe e é real, o que acabadificultando as vezes um diagnostico precoce, e quando já apresenta sintomas mais importantes como acordar com lombalgia e parar de andar, devemos valorizar mais ainda a queixa e pensar que ele pode estar evoluindo com uma síndrome de compressão medular. A professora conta da historia da Alice no Pais das Maravilhas, “se eu não sei para onde quero ir, qualquer caminho me serve.”. O que acontece é o paciente que começa que chega no pronto socorro e fala pra você “olha eu estava tendo dor nas costas, eu tenho problema de coluna, mas desde ontem na hora que eu levantei eu não conseguia levantar, eu caí, e aí eu comecei a ter dormência na perna”. E o que ocorre muitas das vezes é que a galera do pronto- socorro fala “olha Sr. essa idade já é para ter problema de coluna, deve ser hernia de disco, vou passar um anti inflamatório, um corticóidezinho intramuscular, e só procurar depois um oncologista, um ortopedista, mas não é nada demais não. O Sr. está muito bem”. Com isso esquecem que CA de próstata gosta de osso, e com isso pode ter compressão medular, ou fratura, com comprometimento extremo. As vezes esse seria o momento de uma chance do paciente não ficar paraplégico ou com outra sequela irreversível, descartando a síndrome de compressão medular. Assim como quem está fazendo aqui meu terapia e tenho febre nós precisamos descartar a neutropenia febril, quem tem câncer de próstata e apresenta queixas ósseas precisamos descartar metástase. **Pontos importantes da aula até agora: PSA e GLEASON são muito importantes, e quanto maior a nota, pior o prognostico. CA de próstata gosta de osso, valorize as queixas (parestesia, dificuldade de locomoção...)! Diagnóstico: Temos os sintomas clínicos, acompanhamos PSA, podemos fazer a curva do PSA como um que inicia com 2, vai para 4, depois para 15... obviamente alguma coisa está acontecendo na próstata. No toque retal veremos se a próstata é mais endurecida. Quanto mais cedo é feito o diagnóstico mais fácil fica de tratar, porém temos que lutar contra o preconceito dos homens na realização do toque retal e do medo que já foi comentado quanto a perder sua masculinidade. Temos também a opção de USG endorretal ou RM de pelve que pode mostrar estruturas adjacentes. Mas o que irá fazer diagnostico desse CA, com padrão ouro na maioria dos casos é a biópsia de sítio primário ou de lesões secundárias. Posso biopsiar o osso? Sim, mas aí vira “compatível com adenocarcinoma metastático”, e ai precisaremos da imunohistoquimica para ver se é compatível com a neoplasia prostática. Com isso perdemos um pouco de tempo, mas muitas vezes não temos estrutura para realizar a biopsia de próstata. Em Valença mesmo não era feito porque não tinha material, ai a professora conversou com o serviço da urologia e agora fazemos aqui (no momento não estão realizando pela falta de anestésicos no hospital). 7 Existem várias divergências falando que “não adianta ficar dosando PSA, fazendo toque retal”, mas para onco entendem que o ideal é muito longe da realidade e que a população brasileira não está acostumada a realizar exames de rastreio em nosso sistema público de saúde muitas vezes não consegue liberar a realização de um hemograma por 1 mês para o paciente, quem dirá o PSA. Fora o acesso por parte do paciente ser postergado, o acesso ao SUS também é falho, e restrito. Então é difícil dizer “não use o PSA e toque retal e acompanhe o paciente”, se esse acompanhamento não é possível muitas vezes. Pedimos sim então de rotina o PSA e toque retal (medico dependente). Diagnóstico Laboratorial • Antigeno Prostático Específico (PSA): É um marcador tumoral que é aquele exame, aquela substância que é produzida pelo tumor e que muita das vezes pode ser identificada no sangue, ou em alguns outros líquidos do corpo como no líquor, derrame pleural, líquido pleural e urina. São substâncias que são liberadas na corrente sanguínea na maioria das vezes ou nesses líquidos decorrentes da produção do próprio tumor. Não é específico só do câncer, e a gente vai falar mais pra frente outras situações que aumentam/elevam o PSA, eu tenho que saber que a maioria do PSA é produzida na glândula em si, na própria próstata, e a referência depende um pouquinho do laboratório, mas geralmente fica abaixo de 4 até 5. Quando isso vai aumentando a gente já fica um pouco mais atenta pela possibilidade de ser alguma doença prostática não necessariamente de ser um câncer. Fatores que alteram o PSA: ao pedir temos que ter muito cuidado e calma para explicar o processo ao paciente. “Solicito avaliação de paciente com provável câncer de próstata com PSA de 8” aí quando vamos ver o paciente está com sondagem recente de bexiga, paciente antes de internar teve relação sexual, se o PSA foi coletado nesse momento todo de manipulação, de procedimento, e claro que ele não é fidedigno ao que realmente corresponde. Então eu tenho que saber situações que elevam o PSA, e são elas relação sexual, ejaculação nas últimas 48 horas; não pode coletar PSA em quem teve relação ou que se masturbou, não pode porque isso altera o PSA e faz com que a glândula produza mais e não é necessariamente um câncer. Não pode ter relação nesse período de 48h antes da coleta, se não virá alterada. Trauma recente perineal aumenta também o PSA, exemplo “cai do cavalo ontem e já estava com a consulta marcada para hoje”, não colher! Infecção urinária mesmo em tratamento, prostatite, sondagem, toque retal no dia anterior, “já faço acompanhamento porque minha prostata é grande” ou seja, hiperplasia, e tabagismo (comum e alguns laboratorios até colocam referencia para fumantes e não fumantes), todos esses irão alterar o PSA. Paciente que internou, está com suspeita de câncer, com sindrome consumptiva e está com infecção urinária, sintomas de prostatite, sonda, esse não é o melhor momento para coletar o PSA, espera passar a infecção para depois colher. Biopsia Prostática A biópsia prostática é bem desconfortável, claro que a maioria dos lugares é sedado, mas mesmo assim é bem desconfortável e incomoda incomoda, podendo sangrar depois mas é extremamente necessário. O ideal da biópsia padrão é aquela que tem fragmentos dos 2 lobos, e se possível 12 fragmentos. Não adianta eu tirar o apice lobo direito, a base do lobo esquerdo e esquecer do resto pois o 8 tumor pode ser heterogeneo. Em um pedaço pode ser Gleason 6 e em outro Gleason 10, entao precisamos conhecer na totalidade uma amostra mais representativa para conseguir fazer diagnostico e estimar o risco de gravidade para estabelecer conduta. Quando que eu vou fazer biópsia? Quando eu tenho um toque retal alterado, quando eu tenho uma elevação de PSA, quando eu tenho um exame de imagem que mostra que a próstata está aumentado junto com o PSA, com toque retal alterado, ou quando eu tenho em algumas situações lesões que sugerem que é metastáticas e PSA um pouco aumentado. Vamos indicar entao quando temos algum motivo que nos faça acreditar que tem algo diferente na prostata, ou por secreção maior de PSA, ou se esta irregular, crescida, deu diferença no exame de imagem, ou ainda por indicios a distancia de doença oncologica e quero saber se o sitio primário é a prostata. Quanto a complicações, podem haver intercorrencias como sangramento, perfuração, obstrução mas é preciso fazer isso se não nos não consiguimos fazer mais nada pelo paciente. Temos que sempre que dosar risco benefício para paciente. Se é benéfico fazer diagnósticos, se ele tem performance status, precisamos do diagnostico mesmo sabendo do risco do procedimento. Evolução da doença Prostata adora osso, adora outros órgãos também principalmente pulmão e figado. Na imagem ao lado vemos uma cintilografia ossea, no qual os pontinhos pretos são implantes secundários do tumor de prostata. Bexiga sempre vai captar porque temosurina, e antebraço tambem porque é onde se injeta o contraste; todos os outros são de doença ativa infiltrativa metastática. As lesoes da prostata normalmente são osteoblasticas, diferente do mieloma multiplo que costuma ser osteolítica, diferenciando o comportamento da doença. Podemos ter tambem uma uropatia obstrutiva, ou seja, uma doença localmente avançada secundária a uma prostata que esta crescendo e apertando as estruturas ao redor. Posso ter uma fratura patológica com o classico “quebra e depois cai”, e nunca o contrario, não houve trauma, ele tem doença, o osso está poroso, mas o paciente cai devido a fratura. A sindrome de compressão medular ocorre quando essas estruturas do osso são tao significantes a ponto de causar um estreitamento e compressao do canal medular, levando a uma plegia irreversível se não forem tomadas medidas imediatas, sendo assim uma emergencia oncologica. 9 Nesta outra cintilografia óssea lemos na conclusão “sugestivo de multiplos implantes osseos secundários disseminadas no esqueleto” ou seja, começou em outro lugar e foi para o osso. Houve melhora do ultimo exame, ou seja, o tto está ajudando. Este exame é chatinho, tem que tomar o constraste, fica em uma salinha esperando, e volta depois de 3/4h para fazer a segunda fase do exame, mas nos da muita informação na suspeita de metastase ossea. Nessa RM vemos alguma lesão, tem alguma compressão medular, tem comprometimento com a vértebra praticamente junta e mais achatada na primeira foto. Na segunda foto esse osso não está legal, alguma coisa nesse osso tem, talvez um raio x isolado não consiga me definir o que que é, mas eu vendo um raio x desse eu posso não saber nada, mas eu sei que não tá legal, e o mínimo que devemos fazer atentendo no pronto socorro como clinico é ver que tem uma coisa diferente e encaminhar. Não pode falar que tá tudo bem enquanto isso o paciente progride com uma compressão medular ou com uma fatura patológica. Aonde tem essas bolotinhas são lesões hepáticas secundárias nesse caso a cancer de prostata. Como a biópsia de fígado não precisa usar o centro cirúrgico a gente faz guiado por USG, radiologista junto a um gastro fazem esse procedimento juntos para guiar certinho ao local. Nesse caso ao lado está superficial e grande, entao é mais facil sair um diagnóstico pela metastase, mas no caso de prostata vira adenocarcinoma metastatico e ainda n saberemos o sitio primário (pedir imunohistoquimica). Como não estamos tendo anestésico, é uma opção biopsiar com USG. Ao lado temos uma opção de exame que não é disponivel no SUS, a não ser no INCA ou outros grandes centros em SP. É um tipo de PET scan ou PT CT que usa um antigeno da membrana específica para prostata que é o PET com PSMA (o antígeno), ou seja, vai usar um contraste com afinidade pela membrana da prostata e mesmo em situações de doença local, ou com RM e TC normais pela especificidade e tipo de ligação interação com a membrana da prostata, ou com CA de prostata em outro lugar que expressa essa alteração na membrana (como uma chave-fechadura). Eu coloco uma substancia que tem afinidade e capacidade de percorrer pelo corpo aonde tem tumor. Entao esse tipo de PET é específico com PSMA da membrana da prostata para fazer estadiamento pela captação do contraste nos locais onde tem doença. É uma maquina moderna de tomografia que integra o aparelho, faz essa captação e tem dosagem específica relacionada a uma relação de hipercaptação ou relacionado a não presença do cancer. Há algumas situações em que não sei se o tumor voltou, retirei a prostata, mas tenho um PSA crescendo (se retirar tem que estar em 0!!). Isso é entao o tumor voltando no sangue, com marcador tumoral sendo manifestado no sangue , porque tem algum lugar que o tumor esta voltando. “Recidiva bioquimica” é o termo utilizado quando não consigo definir onde está esse tumor. O PET PSMA é muito utilizado entao naqueles pacientes que já tiveram cirurgia de prostata e que o PSA começa a subir. Ele é tao 10 especifico que na imagem ele capta tecido prostatico remanescente, ou capta na cicatriz se sobrou doença residual mesmo que um pouco mais microscópica a ponto de não aparecer em RM ou TC. Nessa imagem vemos que os locais de hipercaptação brilham, relacionados ao antígeno que tem essa afinidade pelo contraste do tipo “chave fechadura”. Onde tem membrana específica de prostata ele se acopla e faz essa hipercaptação. Isso mostra que houve uma recorrencia da doença. Análise de biopsia vai cair na prova prática !! ficar atento se tirou o orgao todo ou so um pedaço, para entender se sobrou doença, se a margem está comprometida, ou se tirou só um pedacinho. Faz toda diferença saber se foi uma biopsia de prostata, ou se foi produto da prostatectomia (arrancou toda ou só um pedaço). Aqui temos o produto da prostatetomia com linfadenectomia. Fala tambem o Gleason, o quanto estava comprometido, se invadia as outras estruturas ou não e se tinha linfonodo comprometido ou não. Isso que esperamos de uma biopsia, o tamanho, os orgaos comprometidos, as estruturas adjacentes vasculares e neuronais, e se tem linfonodo comprometido ou não. E é diferente da avaliação da biopsia prostática sem ser da peça da cirugia. aqui no PSA, se ele era de 0,61 e de repente foi para 1,51; se esse paciente já foi prostatectomizado o PSA dele não pode subir. Se subiu é porque alguem está produzindo PSA mesmo sem ter prostata, entao doença está reicidivando. 11 Esse é um laudo de PET com PSMA. É uma TC que junta os positróns, e evidencia hiperexpressão do PSMA, ou seja, supercaptou em topografia de vesicula seminal, nos ductos deferentes, de maiores dimensões à direita compatíveis com reicidiva neoplásica. Isso é o sonho do oncologista, que o exame já confirme que tem ou não tecido e doença remanescente relacionado a doença de base. Mesmo que não tenha a prostata, sobrou doença nas estruturas, ou cresceu, ou progrediu doença e com isso já estamos capacitados para retratar o paciente que já foi prostatectomizado. Tratamento Não precisamos saber todos, mas ter bom senso que se a doença é localizada, tira a prostata. E se for um senhor, com comorbidades, sem performance e queremos evitar leva-lo ao centro cirurgico principalemente nesse momento de pandemia? Ai podemos dosar risco beneficio de fazer radioterapia local mesmo que a prostata esteja ali. Sempre avaliar performance status, comorbidade e risco cirurgico antes de definir um tratamento! Tenho sempre que lembrar que uma vez que a próstata for retirada não temos uma expectativa que PSA aumente mais, se está subindo é porque tem doença residual ou porque está progredindo mesmo após a ressecção. E aí quando aumenta isso na corrente sanguínea eu falo de “recidiva bioquímica”; se não apareceu no PET PSMA, na ressonância, no ultrassom, não apareceu em lugar nenhum imagem compatível com doença, que tem lesão, o sangue tá aumentando o PSA e isso significa “olha, a doença mesmo que esteja microscópica, ela ta sendo tão ativa que ta conseguindo produzir PSA, trate essa recidiva!”. Muitas vezes em quem a gente operou, a gente irradia; em quem irradiou, a gente opera. E em quem operou, e irradiou, a gente faz hormonioterapia bloqueando a produção de testosterona para que o tumor seja controlado. So para fixar “QUEM ARRANCOU A PROSTATA O PSA NÃO PODE SER ALTO! ALGUMA COISA ACONTECEU OU ESTÁ ACONTECENDO PORQUE O PSA ERA PRA TER ZERADO OU ESTAR BEM PROXIMO DE 0!” Então faço resgate a partir do momento que fiz uma linha de tratamento (tentamos a primeira linha, segunda linha, terceira linha) que pode ser infinita desde que exista no SUS e o paciente tenha condições de ser tratado. Quem operou, e a doença voltou eu irradio. Quem irradiou eu tentofazer um resgate com a cirurgia. Quem não tem chance de ressecção eu faço quimioterapia. 12 Alguns casos veremos no ambulatório no qual é feito orquiectomia, que seria a retirada do testículo (castração cirurgica). Temos que entender que a relação da retirada do testiculo com a melhora no CA de prostata se deve a testosterona. O câncer de próstata cresce baseado na testosterona, então se eu tiro o substrato que faz crescer o tumor, eu tenho um controle deste mesmo que eu não retire o tumor em si. Se nós tiramos a testosterona o paciente fica impotente o resto da vida, mas temos que pensar que no SUS se formos esperar para que eu paciente seja encaminhada para o serviço de referência ele morre. Entao fazemos o que é possivel dentro das condições e explicamos para o paciente se ele concorda e a família também concorda que esse é o melhor a ser feito dentro do possível. Não é fácil fazer diagnóstico (até conseguir biopsia, especialista), tudo no SUS é demorado então é melhor o paciente impotente e vivo do que morto. Tempo na oncologia é vida, se perdemos o timing as vezes não da para fazer nada. Vale lembrar que existem formas diferentes de diminuir a testosterona produzida, ou eu tiro quem produz, ou eu bloqueio quem produz. Para bloquear quem produz posso dar medicações que irao agir diretamente no hipotalamo e farão feedback para cair a produção de testosterona, e a isso damos o nome de castração quimica. Não sera castração cirurgica de retirar quem produz! Iremos bloquear a produção no eixo mais alto fazendo com que a testosterona não seja liberada. Outra forma é ir na produção dos androgênios que vão produzir também a parte hormonal, e vou bloquear a ação dele na corrente sanguínea. Entao ou eu bloqueio a produção direta dos hormonios que estao relacionados ao crescimento da prostata, ou eu bloqueio indiretamente quem faz o controle do eixo hipotálamo/hipófise/adrenal/testiculo para que o produto final não seja produzido em grande escala e com isso a produção do tumor seja pelo menos diminuida. A castração então pode ser química ou cirúrgica com o intuito de diminuir a produção dos hormônios que estão intimamente relacionados ao crescimento do câncer de próstata seja na parte da hipófise ou na suprarrenal que irá produzir os androgênicos. Temos então que ficar atentos no prontuário para ver se foi realizado uma prostatectomia ou uma orquiectomia, já que no caso dessa última a próstata ainda está lá e devemos ficar de olho pois pode acontecer uma autoprodução muito grande a ponto da castração química não ser o suficiente para conter esse câncer. Se a doença está localmente avançada assim como todo tumor, devemos diminuir a doença. Se a doença invade visicula seminal, tem linfonodomegalia, eu vou não vou tirar a próstata, mas vou diminuir seu volume e com isso ter a garantia de que as estruturas adjacentes estejam regredidas tambem. 13 Ou irei fazer uma hormonioterapia que pode ser a nivel de hipofise ou adrenal, para diminuir a produção de hormonio, e posso associar ou não a radioterapia. Jogo a luz direcionada a prostata e estruturas adjacentes + hormonioterapia para bloquear todo esse eixo de produção de testosterona e androgenio. Doença está local e restrita a prostata = tira a prostata Não tem como tirar a prostata, tem comorbidades, performance status ruim = faz orquiectomia Não tem condições de orquiectomia = bloqueia clinicamente O grande problema é que se não tenho biopsia não consigo medicação no SUS, às vezes faz-se orquiectomia enquanto aguarda o resultado da biópsia para lá no futuro ter acesso a tratamentos específicos medicamentosos que serão fornecidos pelo SUS ou convenio com a biopsia confirmando o câncer. Quando falamos com o paciente que ele está em hormonioterapia às vezes ele acha que está tomando hormônio, mas na verdade ele está sendo inibido por feedback ou até diretamente. Os efeitos colaterais das medicações estão muito relacionados a parte cardiológica. Mulher quando entra na menopausa aumenta os riscos de doença cardiovascular, e o homem ao entrar na andropausa induzida tambem tem seu risco cardiovascular aumentado. Na doença metastática não irei tirar a próstata mas posso fazer castração química ou cirúrgica com intuito sistêmico, posso fazer orquiectomia, e existem medicações mais especificas que agem como quimioterapia citotoxica (reduz aonde tem tumor). E sendo ainda mais específico e com menos efeito colateral, eu posso bloquear a ação diretamente dos androgênicos, e apesar de triste, isso é o que acontece com a maioria no SUS. Abiraterona e Enzalutamida são midicações que inibem a produção de androgenios, aumentando muito a sobrevida, mas não tem no SUS, neste último é so quimioterapia, hormonioterapia ou castração, passou disso não tem no SUS e realmente entra em cuidados paliativos exclusivos. Para quem lida com SUS e com o convênio isso é muito frustrante pois sabemos que há mais o que fazer, mas não há disponibilidade. Temos também o tratamento sintomático como por exemplo quando começa a sangrar pois invadiu bexiga, entao se faz radioterapia antihemorrágica. Dor em ossos = radioterapia antialgica nos ossos. Uma coisa não exclui a outra, eu preciso tratar o paciente sistemáticamente, tentando evitar uma progressão local, mas sabendo que tenho que controlar sintomas de doenças metastáticas. Efeitos colaterais Nos efeitos colaterais o principal é a impotência ou disfunção sexual seja pelo tratamento cirúrgico, ou pelo bloqueio hormonal. Essa parte é muito difícil de aceitar, muitas vezes o paciente perde qualidade de vida, entra em depressão. Isso vai acontece, quem bloqueia a testosterona vai sim ficar impotente, e as vezes com a ressecção do testículo é irreversível. Pode tomar viagra, colocar protese peniana, existem alternativas válidas, mas existe uma chance grande e real de ficar impotente. Ao parar a medicação, volta libido, tudo. A libido muitas vezes cai porque o paciente sabe que não 14 vai conseguir sustentar muito tempo a ereção, junto com a própria baixa da testosterona. Com isso tambem pode ter insonia, dor, fadiga, risco de osteoporose, incontinencia quando faz cirurgia ou radioterapia. É como jogar os sintomas mais conhecidos da menopausa em um homem; risco de fraturas, fogachos, perda de libido e de massa muscular. Tenho que ter alternativas e medicações para cada caso. Penso em sintomas e efeitos colaterais locais, mas tenho que pensar tambem nos sistemicos. Existem poucos remedios que não suprimem a testosterona, e tem até bons resultados, entretanto muito inferior em relação as medicações que bloqueiam a testosterona. So vou usar se o paciente chegar e disser “Doutora, eu não aceito ficar impotente”, entao explicaremos que tem grande chance da doença progredir e claro que iremos pesar risco/beneficio, se é um paciente jovem de 40 anos vamos levar isso em consideração, se é um senhor de 90 anos já não levaremos tanto em consideração. Resumão Cancer de prostata é o tumor mais comum no homem tirando o tumor de pele não melanoma; eu tenho que fazer diagnóstico precoce e a única forma de eu saber do nosso diagnostico infelizmente é fazendo toque retal e PSA na nossa realidade SUS. Eu tenho que entender que sintomas de próstata são inespecíficos, mas quando acontecem geralmente é porque tudo já está comprimindo as estruturas adjacentes. O local mais comum de metastase de prostata é sempre osso! Depois penso em pulmao e figado e em outros lugares. O TNM é importante, assim como o fator de Gleason e ISUP, alem da dosagem do PSA. Temos que entender que quem tirou a prostata o PSA tem que zerar, e quando aumenta e não se identifica em exame de imagem principalmente PSMA, penso em reicidiva bioquimica. Temos que saber que o PSA sofre interferencia por situações que não são relacionadas ao cancer como relaçãosexual, ejaculação, trauma perineal, toque retal no dia anterior, prostatite, infecção urinaria etc. evitando assim um PSA falso positivo e causando um transtorno na vida do paciente. por ultimo temos que saber tratar. Se a doença esta local eu retiro a prostata; se esta localmente avançada eu tento fazer um tto neoadjuvante com radio ou hormonioterapia; se a doença é metastatica faço quimioterapia ou bloqueadores mais modernos de testosteronas e androgenio, e posso fazer a castração cirurgica pela orquiectomia. Efeitos colaterais acontecem, o paciente deve estar 100% ciente destes, pois a vida é dele, ele tem direito de coparticipar e mostrar a perspectiva dele de controle da doença.
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