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espondilite anquilosante

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1 
 Vívian Santana – 7º semestre 2021.1 
ESPONDILITE ANQUILOSANTE 
 
INTRODUÇÃO 
• DOENÇA INFLAMATÓRIA QUE ENVOLVE O 
ESQUELETO AXIAL, OLIGOARTRITE, DACTILITE E 
ENTESITE 
Aqui vamos envolver um pouco mais de coluna lombar, 
coluna cervical, coluna torácica e sacroilíaca. (diferente das 
doenças já vistas, exceto artrite psoriásica que pode 
acometer coluna) 
• PROCESSO INFLAMATÓRIO É ACOMPANHADO DE 
NEOFORMAÇÃO ÓSSEA → SINDESMÓFITO 
A espondilite anquilosante você vai ter uma formação óssea 
chamada de sindesmófito, que são finas espículas que são 
formadas e que unem os ossos. 
• ACOMETE INICIALMENTE ARTICULAÇÃO 
SACROILIACA E EM GERAL TEM PADRÃO 
ASCENDENTE 
Inicialmente tende a acometer a articulação sacroilíaca e 
tem um padrão ascendente, ou seja, pega a sacroilíaca 
depois coluna lombar, coluna torácica e depois coluna 
cervical. 
EPIDEMIOLOGIA 
• PREVALÊNCIA NOS CAUCASIANOS É DE 0,5 – 2% 
A prevalência é de mais ou menos de 0,5 a 2%, então NÃO é 
uma prevalência baixa para uma doença reumatológica. 
• MAIS COMUM EM HOMEM 
Sempre devemos pensar em homens jovens 
Aqui nesse gráfico 
podemos ver a 
prevalência de 
artrite reumatoide 
comparando com 
espondilite 
anquilosante. E 
podemos perceber 
que a espondilite 
ela é muito 
subdiagnosticada. Muitos dos pacientes vão para a 
ortopedia por dor lombar e, se não forem encaminhados pra 
reumato, acabam perdendo o diagnóstico e/ou ficam muito 
tempo até chegar a um diagnóstico; visto que a artrite 
reumatoide é mais fácil de diagnosticar. 
FISIOPATOLOGIA 
• HEREDITARIEDADE > 90% COM HERANÇA 
OLIGOGÊNICA 
A hereditariedade é de mais ou menos 90%, ou seja, estamos 
falando de uma doença muito genética. 
• HLAB27 PRESENTE EM 90% DOS CASOS 
• EM PACIENTES HLAB27 POSITIVOS O RISCO DE 
DESENVOLVER EPA É DE 2-5% 
Não é todo mundo que tem HLAB27 que vai desenvolver 
espondilite anquilosante. Sendo assim, precisamos de outras 
alterações (que podem ser ambientais – mas não sabemos 
exatamente quais são essas alterações) para ativar o gene e 
levar a espondilite. Então se eu tenho o HLAB27, o risco de 
eu desenvolver a espondilite anquilosante é de 2 a 5%. 
• COMPROMETIMENTO ASCENDENTE COM 
FORMAÇÃO DE PONTES DE SINDESMÓFITOS 
Aqui nessa imagem podemos ver a 
fusão das vertebras da coluna. Sendo 
que inicialmente é uma ossificação do 
ligamento longitudinal anterior e uma 
fusão das interapofisárias, que no final 
da doença pode levar a formação da 
COLUNA EM BAMBU – que é essa 
coluna que estamos vendo na 
imagem. Ela praticamente já está toda fundida, ela está toda 
ossificada e isso perde completamente a mobilidade. Então 
o paciente não consegue lateralizar, nem fletir e tem 
bastante dificuldade pra fazer os movimentos da coluna. 
• OSSIFICAÇÃO DO LIGAMENTO LONGITUDINAL 
ANTERIOR E FUSÃO DAS INTERAPOFISÁRIAS → 
COLUNA EM BAMBU 
FATORES GENÉTICOS E AMBIENTAIS 
TH17 → IL23 E IL17 
Temos também os fatores genéticos. Aí temos o HLAB27. 
Mas também temos os fatores ambientais envolvidos. Uma 
das coisas que tem sido mais pesquisada atualmente é o 
microbioma intestinal. Tem muita relação com espondilite 
anquilosante, a Doença de Crohn e a Retrocolite ulcerativa. 
Então será que teve alguma bactéria, alguma coisa ai no 
microbioma intestinal que faça desenvolver a espondilite 
anquilosante? Além disso, temos também o estresse 
biomecânico e da HLAB27. Então temos esses 3 papeis 
levando principalmente a via da TH17, com a produção de 
 
2 
IL23. No IL23 você tem entesite você tem a inflamação e 
estimulação da célula T e a gente não tem nenhum anticorpo 
mediado que a gente conheça que tem relação com a 
espondilite. E aí depois disso temos a produção de mais 
interleucinas inflamatórias (IL22 e IL17) que vão atuar na via 
de formação óssea, levando a uma proliferação óssea, 
inflamação local e também a uma PERDA ÓSSEA. Mas aqui 
nesse caso é uma perda óssea TRABECULAR e uma 
proliferação CORTICAL. Então vamos ter a fusão da parte 
cortical do osso, enquanto o osso trabeculado no interior vai 
estar sendo destruído. Então, é uma doença que pode gerar 
uma OSTEOPOROSE, mas também gera uma fusão óssea. 
Parece um pouco contraditório, mas é o que acontece nessa 
fisiopatologia. 
 
Então aqui eu não tenho anticorpo e por isso que a 
espondilite anquilosante antigamente era chamada de 
espondiloartropatia soronegativa – porque tinha o fator 
reumatoide e o FAN negativos. 
CASO CLINICO 
PACIENTE MJS, 25 ANOS, SEXO MASCULINO VEM AO 
CONSULTÓRIO REFERINDO DOR LOMBAR. 
O QUE MAIS EU DEVO 
QUESTIONAR A ESSE PACIENTE? 
RESPOSTA DOS ALUNOS 
• Temporalidade: se é uma dor aguda ou uma dor 
crônica 
• Se irradia e pra onde vai: se vai pra perna, por 
exemplo, ou é uma dor que fica localizada 
• Se o paciente tem um histórico familiar de alguma 
patologia da coluna. Se tem alguém na família com 
alguma doença reumatológica e em especifico se 
tem alguém com espondilite anquilosante 
• Fatores de melhora e piora: se dói mais a 
movimentação ou ao repouso (precisamos 
diferenciar se é uma lombalgia mecânica ou 
inflamatória) 
• Se teve trauma 
• Medicamentos em uso e se toma algum 
medicamento pra dor (caso tome questionar se 
melhora a dor) 
• Se a dor acorda o paciente a noite 
Sempre que chega um paciente muito jovem com dor 
lombar, ligamos o nosso alerta para um quadro 
inflamatório. Características da dor: uma dor que é pior 
pela manhã, com rigidez matinal e que melhora ao longo 
do dia, as vezes acorda esse paciente a noite ou de 
madrugada, a dor melhora/responde ao uso de anti-
inflamatórios. 
ALGUMA COISA NO EXAME 
FISICO PODE AJUDAR NO 
DIAGNÓSTICO? 
RESPOSTA DOS ALUNOS 
• Manobra de compressão e descompressão 
• Lasegue: usado para radiculopatia – paciente em 
decúbito dorsal, eleva o membro inferior que você 
acha que está com a radiculopatia cerca de 30º SEM 
fletir 
• Patrick Fabere: ajuda no diagnóstico de sacroileite 
QUADRO CLINICO 
• DOR LOMBAR INFLAMATÓRIA 
- NÁDEGAS: quando tem sacroileite, essa dor é 
principalmente em nadegas 
- RIGIDEZ MATINAL: essa dor geralmente está associada com 
rigidez matinal 
• DOR TORÁCICA >40% 
O paciente pode ter dor torácica, em mais ou menos 40% dos 
casos 
• ENTESITE E DACTILITE 
• UVEÍTE ANTERIOR AGUDA 
Uma das principais alterações extra articulares é a uveíte 
anterior aguda, que se manifesta com eritema ocular e dor 
ocular. 
• OLIGOARTRITE DE GRANDES ARTICULAÇÕES 
Além do quadro axial, da coluna, o paciente pode ter 
também uma oligoartrite de grandes articulações, 
principalmente em quadril e joelho. Então eu posso também 
ter uma artrite dessas articulações, inclusive como principal 
manifestação. A coluna está lá (mas é bem pouco a dor) e 
tem uma dor intensa com sinais inflamatórios em joelho 
e/ou em quadril. 
 
3 
Lembrar que os pontos de enteses são muito parecidos 
com os pontos que doem da fibromialgia (os tender 
points). Por isso temos que ter cuidado na hora dessa 
diferenciação. 
AQUI TEMOS UM QUADRO QUE MOSTRA A DIFERENÇA 
ENTRE A DOR INFLAMATÓRIA E A DOR MECÂNICA 
 
Uma coisa importante que podemos notar nas diferenças é 
que eu não consigo ver SINAIS INFLAMATÓRIOS, porque 
como a coluna ela é mais profunda eu não consigo ver essa 
articulação edemaciada com eritema, edema... eu não 
consigo ver isso porque está lá profundo, lá dentro, a 
inflamação está muito profunda. Então uma coisa que eu 
não vou conseguir ver são esses sinais flogísticos. 
Mas o que eu espero encontrar na dor INFLAMATÓRIA: a 
idade – que seja uma pessoa mais jovem; que seja um 
quadro mais insidioso do que agudo; que dure mais de 3 
meses, ou seja, um quadro mais crônico; com rigidez matinal 
maior que 30 minutos; uma dor noturna – que acorda o 
paciente no meio da noite; melhora com o exercício; e a dor 
em região sacroilíaca é bem frequente; pode ter alteração 
tanto na mobilidade da coluna (quando começaa ossificar), 
alteração na expansibilidade torácica; e NÃO tem déficits 
neurológicos. 
A principio é uma doença sem alteração neurológica e isso 
vai ser importante para diferenciar de radiculopatia, de 
alterações neurológicas como compressão medular... são 
varias coisas que podem causar dor na coluna e que a parte 
neurológica vai ajudar no diagnóstico. 
EXAME FISICO 
PATRICK FABERE – paciente fica em decúbito dorsal, faz o 
“4”, que é a flexão, 
abdução e rotação 
externa do membro. E 
você vai estar testando 
a sacroilíaco no lado 
contralateral. Então 
você vai estar testando 
a sacroilíaca no lado direito do paciente da imagem. É uma 
manobra que você tenta comprimir a sacroilíaca lá atrás. 
Então ela vai ser POSITIVA se o paciente referir dor no 
membro contralateral à manobra. 
TESTE DE SHOBER – É um teste que testa a mobilidade da 
coluna lombar. Como eu faço isso no dia a dia? Eu peço 
permissão ao paciente e vou fazer um risco à nível mais ou 
menos de L5, você pega crista ilíaca póstero-superior, vai na 
mesma direção e 
faz um tracinho. 
10 cm acima você 
faz OUTRO 
tracinho. Aí você 
pede para o 
paciente fletir o 
máximo que ele 
puder, sem dobrar 
os joelhos, ai você mede novamente (com a fita métrica) a 
distância entre esses 2 pontinhos que você riscou. E aí essa 
distância ela vai ter que aumentar porque a pele esticou e se 
ele conseguiu um MINIMO de mobilidade ele vai ter uma 
variação de 10 para pelo o menos 14-15 cm, ou seja, você 
tem que ter uma variação de pelo o menos 4 cm para ser um 
SHOBER NORMAL. Se o SHOBER for menor que isso, ou seja, 
menor ou igual a 5, eu tenho um SHOBER ALTERADA, eu 
tenho uma mobilidade de coluna alterada. Porém 
precisamos saber que outras coisas podem alterar esse 
teste, como paciente muito sedentário com o alongamento 
ruim. Mas é um teste que te deixa mais atento para a 
possibilidade de uma espondilite. 
O lasegue na espondilite não é pra dar positivo, mas na 
lombo-ciatalgia (como em uma hérnia aguda) o lasegue 
da positivo com irradiação para o membro afetado – que 
se for o lado direito, por exemplo, vai ser o lado direito – 
e ele vai ter irradiação pelo trajeto da raiz (no caso se for 
pra L5, ele vai ter irradiação da dor, o paciente vai referir 
essa dor na irradiação do trajeto de L5). 
Aqui nessa imagem 
eu tenho um 
paciente com uma 
postura normal e 
um paciente com 
espondilite 
anquilosante já 
avançada. É uma 
doença que normalmente não leva a óbito. É uma doença 
que raramente vai te levar a ter uma necessidade de 
internação e óbito. Mas é uma doença que vai te incapacitar. 
Esse paciente do jeito que está nessa imagem, ele não 
consegue fletir, não consegue lateralizar a coluna cervical, a 
coluna torácica... ou seja, ele não tem nenhuma mobilidade. 
Então, nós pensamos, um paciente jovem com um quadro 
 
4 
avançado..., mas o que queremos é diagnosticar antes de 
acontecer isso, antes de chegar nesse estado da imagem, 
que é a coluna em bambu. Mas, eventualmente acontece de 
progredir e aí o paciente não consegue trabalhar 
praticamente, não consegue fazer as atividades de vida 
diária, então acaba ficando dependente. 
Aqui nessa outra imagem é um sinal 
chamado de SINAL DA SETA ou SINAL DO 
ESQUIADOR. Parece que o paciente está 
sempre um pouco pra frente, isso desvia 
completamente o eixo de equilíbrio. E isso 
prejudica o joelho, quadril, tornozelo a 
longo prazo. 
EXAMES 
• FATOR REUMATOIDE 
Fator reumatoide normalmente vem negativo. 
• PCR E VHS 
• INVESTIGAÇÃO INFECCIOSA (sempre lembrar de 
pedir exames para investigação de doenças 
infecciosas) 
- HIV, GONOCOCO, SOROLGIAS VIRAIS, SIFILIS 
• HLAB27 
O HLAB27 a gente consegue dosar, é difícil, não é tão barato, 
é um exame de difícil acesso, no SUS é ainda mais difícil. Mas 
ajuda, principalmente quando você está em duvida 
diagnostica, já que cerca de 95% dos pacientes com 
espondilite tem HLAB27 positivo. 
• RX DE SACROILIACAS (FERGUSON) E COLUNA 
Importante pedir RAIO X de sacroilíaca porque é o primeiro 
local afetado. O RAIO X da articulação sacroilíaca pedimos 
em Ferguson, porque é a melhor incidência para ver essa 
articulação. Além disso, solicitamos também o RAIO X de 
coluna. É bom solicitar o RAIO X de toda coluna, já pensando 
em um acometimento progressivo da espondilite, então: 
coluna lombar, torácica e cervical. 
• RNM DE SACROILIACAS 
Eventualmente solicitamos uma ressonância de sacroiliacas, 
pensando no diagnostico de espondilite. 
É um diagnóstico mais simples o da espondilite 
anquilosante. Porque é um diagnóstico mais clinico em 
que a anamnese e o exame físico vão me ajudar muito e 
o laboratório só vai ratificar o que estávamos pensando. 
PERGUNTA ALUNO: PEDIRIA RAIO X OU RESSONANCIA DA 
SACROILIACA? OU OS 2? R: Hoje em dia a gente pede mais a 
ressonância. Mas para você fechar o diagnóstico de 
espondilite anquilosante TEM que ter alguma sacro-ilite no 
RAIO X. O RAIO X se ele tiver sacroilíaca, como é um exame 
mais fácil, mais barato e mais acessível, ele é um exame 
muito útil. Caso o RAIO X veio normal, mas você continua 
suspeitando que é uma espondilite, ai eu solicito uma 
Ressonância, porque ela vai me mostrar focos de edema 
ósseo, sem necessariamente ter alteração estrutural ainda 
da sacroilíaca. Como a gente quer cada vez mais diagnosticar 
de forma precoce, então seria bom a gente fazer a 
ressonância. Mas eu posso também pedir um RAIO X e 
depois eu solicito a ressonância. 
PERGUNTA ALUNO: NO EXAME FISICO A GENTE CONSEGUE 
SENTIR QUE AS VERTEBRAS TEM NEOFORMAÇÃO ÓSSEA? 
R: Não! A gente não consegue sentir! Porque normalmente 
ela é anterior, a fusão quando ocorre ela ocorre anterior, 
sendo de difícil acesso. 
Aqui nessa imagem temos 
uma região sacroilíaca 
normal. Aqui temos os ossos 
do sacro, temos a coluna 
lombar. E na lateral os 
espacinhos que estamos 
vendo é a sacroilíaca, é a 
articulação sacroilíaca. Podemos ver que ela está toda 
aberta, bonitinha, sem erosões. 
Já aqui nessa outra 
imagem se a gente for 
procurar, não da pra ver 
nada. Fundiu. Aqui temos 
uma SACROILEITE grau 4, 
ou seja, é uma sacroileite 
completa. Não da pra ver mais a região sacroilíaca, ela 
totalmente ossificou. Isso é um processo que demora, não é 
de um dia pro outro. Eu posso pegar a sacroileite de grau 1, 
grau 2, grau 3.... mas essa aqui da imagem é a grau 4 (que é 
a última), já ossificou tudo. Isso é o que vamos ver no exame 
de RAIO X. 
 
 
5 
DIFERENCIAÇÃO ENTRE SINDESMÓFITO (AS) E 
ESPONDILÓFITO (DEGENERATIVO) EM AS 
As neoformações são os 
sindesmófitos. E aqui nessa 
imagem temos uma coluna 
que tem o sindesmófito. 
Temos que ver com bastante 
atenção. Aqui temos um RAIO 
X em perfil. E conseguimos 
observar uma FINA 
ossificação que funde as 
vértebras. E isso é DIFERENTE do osteófito (que é o bico de 
papagaio), pois ele é grosseiro, grande e normalmente ele é 
mais horizontal, não é vertical bonitinho. (o bico de 
papagaio está na seta de baixo da imagem e o sindesmófito 
está na seta de cima da imagem) 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
• ILEITE CONDENSANTE 
A ileite condensante pode lembrar muito a espondilite, só 
que ela é muito mais comum em mulher e pós parto. Então, 
depois do parto, você tem uma ossificação ali a mais no íleo, 
que pode dar uma dor similar à dor da espondilite. A gente 
vai conseguir fazer essa diferença principalmente no RAIO X, 
em que eu vou ver uma ossificação importante no íleo ou na 
TC. Na ressonância parece um pouco mais as 2 entidades. 
• HIPERPARATIREOIDISMO 
• GOTA TOFÁCEA 
A gota tofácea, eventualmente pode dar tofo em coluna 
vertebral. 
• OSTEOARTROSE 
No caso da artrose que teríamos a formação do bico de 
papagaio. 
• INFECCIOSA (S AUREUS, TB, SIFILIS, BRUCELOSE) 
Lembrar sempre de pedir as sorologias, para diferenciar de 
quadros infecciosos. Tuberculose pode dar também, 
principalmentena coluna toraco-lombar – lembrar do mal 
de pott. Infecções pelo S. Aureus pode dar uma espôndilo-
discite, que é uma inflamação da vertebra. Brucelose é uma 
doença super rara, mas que pode dar o quadro de sacroileite 
e lombalgia e pode ser muito similar, sendo as vezes bem 
difícil de diferenciar da espondilite. 
• LOMBOCIATALGIA 
É a hérnia discal comprimindo e levando à dor e irradiação. 
• PSEUDOGOTA 
Quadro de pseudogota, que é deposito de pirofosfato de 
cálcio em articulações, podendo acometer a coluna. 
• DISH – HIPEROSTOSE ESQUELÉTICA IDIOPÁTICA 
DIFUSA 
É uma entidade em que você tem ossificação de várias 
vertebras da coluna, só que é uma ossificação muito 
grosseira. No geral não está associada com nenhuma doença 
especifica, é mais um achado de RAIO X. 
• FIBROMIALGIA 
A fibromialgia pode causar bastante lombalgia. Sendo a 
lombalgia uma das principais queixas de consultório e uma 
das principais causas de afastamento do trabalho. 
PARA AJUDAR NO DIAGNÓSTICO... 
Aqui temos um guia para ajudar a chegar no diagnóstico. 
Não precisamos pedir todos os exames de cara, mas eu 
preciso ter um quadro clinico que me faça pensar em 
espondilite, sendo ele: uma dor lombar por mais de 3 meses, 
com uma idade de inicio menos de 45 anos. Então o paciente 
chega basicamente com uma dor lombar crônica em 
pacientes jovens. E aí eu vou olhar o RAIO X. Se você tem 
sacroileite no RAIO X, praticamente você fecha o 
diagnóstico. Ou seja, eu tenho o quadro clinico + o RAIO X → 
eu fecho o diagnóstico. Mas se eu NÃO tiver a sacroileite 
presente no RAIO X, eu vou pensar em outras alterações das 
espondiloartrites: entensite, dactilites, história familiar 
positiva, doença inflamatória intestinal, PCR e VHS altos, 
resposta aos AINES. E aí se eu tiver mais de 4 dessas 
alterações que são compatíveis com espondilite → eu 
praticamente fecho o diagnóstico (vou precisar de um 
exame de imagem depois). Se eu tenho entre 2-3 desses 
fatores ou entre 0-1, eu preciso solicitar o HLAB27 pra me 
dar uma ajuda pra fechar esse diagnóstico. 
 
Se o HLAB27 vier positivo, ai solicitamos uma RESSONÂNCIA 
(MRI). Se ele tem o HLAB27 positivo + clinica de espondilite 
→ você praticamente já fecha o diagnóstico. Se não, ele 
orienta pedir a ressonancia. 
 
6 
 
CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO 
O que eu vou precisar ter? Um quadro clinico sugestivo + 
exame laboratorial sugestivo + exame de imagem. A maioria 
das doenças vai ser esse o nosso caminho. E a depender da 
doença, existe ou não anticorpos que me ajudem no 
diagnóstico. 
Então eu vou precisar ter: um QUADRO CLINICO 
COMPATÍVEL + UMA IMAGEM DE SACROILEITE + UMA 
CARACTERÍSTICA DE ESPONDILITE. OU o HLAB27 + 2 DESSAS 
CARACTERÍSTICAS. 
 
CARACTERISTICAS DA ESPONDILITE 
 
TRATAMENTO 
Como tratamos esse 
paciente? 
NÃO FARMACOLÓGICO 
O paciente precisa ser orientado a respeito da sua doença. 
Vou ter que orientar ele sobre medidas, ele não vai poder 
fazer qualquer exercício, vai ter que fazer tudo meio que 
vigiado. Existe o risco tanto de formação óssea quanto de 
fraturas 
FARMACOLÓGICO 
• AINE 
Na prática é o uso mesmo dos anti-inflamatórios. Pensou em 
espondilite, pede os exames sugestivos, encaminha pro 
reumato, mas já podemos começar os anti-inflamatórios. 
Inclusive o uso dos anti-inflamatórios eles mudam a 
atividade da doença, ele muda o prognóstico, ele evita 
ossificação. Seria o ideal se o paciente conseguir usar o anti-
inflamatório por tempo prolongado. Mas o problema é que 
os anti-inflamatórios tem os problemas dele, ele pode causar 
uma nefrite erosiva, sangramento digestivo, não é tão 
seguro do ponto de vista cardiovascular, renal... então ele 
tem muitos problemas com seu uso crônico. As vezes a gente 
consegue usar nos pacientes. 
• DMARD SINTÉTICO – A DEPENDER DO 
ACOMETIMENTO 
O DMARD sintético, a depender do acometimento, a gente 
pode utilizar. Pensando em COLUNA, quadro AXIAL, NÃO 
ajuda. Não usamos o DMARD sintético pensando em 
sacroiliaca e coluna. 
• BIOLÓGICOS 
 ANTI TNF e ANTI IL17: SECUKINUMABE 
Mas se eu tenho um paciente que não responde ao anti-
inflamatório e que tem um acometimento sacroilíaco e 
lombar, a gente tende a ir DIRETO para o uso dos biológicos 
– principalmente inicialmente os ANTI TNFs. Uma outra 
opção que surgiu é o ANTI IL17 (que é o secukinumabe) e 
também ajudaria no controle da doença. 
Aqui temos um guia de manejo, em que você tem as FASES 
e ele vai te guiando como você tem que tratar esse paciente. 
Então eu tenho aqui o diagnóstico de espondilite. Esse 
paciente ele pode estar assintomático, ai eu posso deixar ele 
só com um anti-inflamatório na dose tolerada. Para todos os 
pacientes educação, atividade física regular e cessar 
tabagismo. Devemos considerar também terapia psíquica, 
com psicoterapia. Se esse paciente for sintomático, você 
começa inicialmente com um anti-inflamatório e avalia ele 
em 2-4 semanas usando o anti-inflamatório de forma 
continua. Teve uma resposta boa? Eu continuo o uso. Não 
teve uma resposta boa? Eu vou ver a toxicidade do anti-
inflamatório, vou ver as medições de atividade de doença, 
que no caso da espondilite a gente usa o ASDAS E o BASDAI, 
que leva em consideração a questão da dor do paciente; o 
ASDAS leva em consideração o PCR do paciente. E aí, se eu 
tiver somente doença axial, ele já orienta iniciar 
BIOLÓGICOS. Porém se eu tenho outros sintomas periféricos 
ou uma artrite mais periférica, ele considera fazer injeção 
local de corticoide e sulfasalazina (que é um outro DMARD 
 
7 
que a gente usa). Aí esse paciente deve ser reavaliado em no 
máximo de 3 meses (12 semanas). 
E aí eu vou reavaliar de novo. Caso ele tem um ASDAS ou um 
BASDAI altos, significando que ainda está em atividade, você 
vai trocar de biológico ou trocar para o ANTI-IL17. 
 
PERGUNTA DO ALUNO: FICA USANDO O AINE DE FORMA 
CONTINUA? R: Fica! A gente tenta usar na dose máxima que 
é tolerável, que as vezes vai ser 1x ao dia. E além disso, a 
gente tenta usar os anti-inflamatórios menos tóxicos, que 
tem pouco estudo em relação qual é o menos tóxico, mas se 
você pensa que o paciente tem um pouco mais de gastrite 
erosiva ou doença do refluxo eu posso pensar em usar pra 
ele um SELETIVO DA COX 2 (o celecoxibe); ou se é um 
paciente mais idoso, que tem risco cardiovascular 
aumentado, diabetes, hipertensão, eu posso usar o 
Naproxeno que tem um perfil cardiovascular melhor do que 
os demais. Mas sim, eles usam cronicamente o anti-
inflamatório. Porque tem pacientes que só consegue 
controlar com anti-inflamatório e fica bem. E com o tempo, 
a gente deixa só de demanda (ou seja, só se ele precisar). E 
ficando com provas inflamatórias baixas, marcadores 
inflamatórios baixos, tranquilo. 
SEGUIMENTO 
Aqui são os SCORES utilizados para ver atividade de doença. 
Na espondilite eu tenho o comprometimento de várias 
partes. Os scores mais usados são os que estão em rosa e 
azul. 
O BASFI – eu vou ver função e mobilidade: vou ver 
expansibilidade torácica, vou ver o schober, distancia 
intermaleolar, distrancia tragus-parede, distancia occipício-
parede, flexão lateral dos braços. 
O BASMI vai me ajudar também a medir, são medições. 
O BASDAI você vai ver fadiga, dor, rigidez matinal, ele vai ter 
todos os componentes aqui para serem avaliados. É um 
questionário bem simples, onde o paciente responde e você 
coloca lá de 0 a 10 o que ele responder. Você pergunta, por 
exemplo: “De 0 a 10 que nota você dar para a sua fadiga?” e 
assim por diante. O que mais usamos é o BASDAI 
E o PCR e O VHS que é bem importante no seguimento desse 
paciente. 
 
ANEXOS

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