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QUEIMADURAS Conceito: Pode ser definido como uma lesão dos tecidos orgânicos em decorrência de um trauma de origem térmica. Podendo variar de uma simples flictema na pele, até grave agressão, capaz de desencadear um grande número de respostas sistêmicas proporcionais à extensão e a profundidade dessas lesões. Anatomia da pele A pele é composta de: Epiderme: camada celular superficial. Derme: camada de tecido conjuntivo profunda. Epiderme A epiderme, não é vascularizada, consiste de epitélio estratificado e varia de espessura em diferentes partes. A coloração da pele se deve aos pigmentos nas células da epiderme. Derme A pele consiste em um tecido conjuntivo com quantidade variável de fibras elásticas e numerosos nervos, vasos sanguíneos e linfáticos. Nas camadas mais profundas da camada reticular encontram-se glândulas sudoríparas, sebáceas, folículos do pêlos e pequenos acúmulos de células. A queimadura compromete a integridade funcional da pele, responsável pela homeostase hidroeletrolítica, controle da temperatura interna, flexibilidade e lubrificação da superfície corporal. Classificações Quanto ao agente causal Físicos: temperatura: vapor, objetos aquecidos, água quente, chama, as ulcerações por frio. É o tipo mais comum. Eletricidade : corrente elétrica, raio, etc. Radiação : sol, aparelhos de raios X, raios ultra- violeta, nucleares, etc. Químicos: ácidos, bases, álcool, gasolina, etc. Através de inalação, ingestão e contato direto. Biológicos: animais: lagarta-de-fogo, água-viva, medusa, etc. e vegetais : o látex de certas plantas, urtiga, etc. Mecânicas: pela fricção ou abrasão Classificação das Queimaduras (quanto a profundidade) Queimadura de I Grau É aquela que atinge a camada mais externa da pele, a epiderme. Clinicamente a lesão é hiperemiada, úmida, dolorosa. Cicatrização em geral é rápida e sem fibrose Ex: lesão por raios solares. Normalmente não chega na emergência Queimadura de II grau É aquela que atinge tanto a epiderme como parte da derme. Clinicamente a lesão apresenta a formação de bolhas ou flictemas. Dolorosa Cura espontânea mais lenta, com possibilidade de formação de cicatriz hipertrófica. Ex: lesão térmica causada por líquidos superaquecido. Queimadura de III grau É aquela que acomete a totalidade das camadas da pele (epiderme e derme) e, em muitos casos, outros tecidos, tais como tecido celular subcutâneo, músculo e tecido ósseo. Clinicamente apresenta um aspecto esbranquiçado ou marmóreo; há redução da elasticidade tecidual, não clareiam quando pressionadas. Não cicatriza espontaneamente, necessita de enxerto cutâneos. Ocorre maior de desequilíbrio hidreletrolítico. Ex: queimadura elétrica, térmica. Queimadura de IV grau Necrose Total/Carbonização /Tecido negro FISIOPATOLOGIA O PROCESSO DE EDEMA, PERDA DE LÍQUIDOS E APC(AUMENTO DA PERMEABILIDADE CAPILAR) GERAM DOIS RISCOS AO PACIENTE QUEIMADO. 1º Risco – Choque Hipovolêmico 2º Risco – Perda de Eletrólitos 3º Risco- Choque Séptico Nas queimaduras extensas, o sistema imune é incapaz de delimitar a infecção, que, sistematizando-se, torna rara a sobrevida nesses casos. Essa resposta sistêmica manifesta-se por febre, circulação sanguínea hiperdinâmica e ritmo metabólico acelerado, com aumento do catabolismo muscular, decorrente de alteração da função hipotalâmica (aumento da secreção de glucagon, cortisol e catecolaminas), da deficiência da barreira gastrointestinal (passagem de bactérias e seus subprodutos para a circulação sistêmica), da contaminação bacteriana da área queimada (liberação sistêmica de bactérias e subprodutos), da perda de calor (evaporação através da ferida levando à hipotermia) e da perda de fluidos (desequilíbrio hidroeletrolítico). Atendimento Pré-Hospitalar Informe-se sobre qual o mecanismo de lesão Avalie segurança do local Avalie nível de consciência método AVDI(Alerta, responde à estímulos Verbais, responde a estímulos de Dor ou está Inconsciente). Chame ajuda!!!!!! C- A- B Das queimadura térmicas Se a vítima estiver em chamas envolve-la em um cobertor ou pedir para rolar no chão, não deixa que ela corra. Resfriar a queimadura – embebecer com água limpa e fria por breve período de tempo. Exposição da vítima – Retirar roupas não aderidas, jóias e adereços antes do edema Cobrir a ferida curativos estéreis Alívio adequado da Dor. As feridas são cobertas com lençol limpo e seco, e o paciente é mantido confortavelmente aquecido. Não aplicar pomadas, líquidos, cremes e outras substâncias sobre a queimadura. Elas podem complicar o tratamento e necessitam de indicação médica. Queimaduras químicas Lavar com água corrente sem fazer pressão por 15 minutos; Pós químicos devem ter o excesso retirado manualmente antes da lavagem Queimaduras com produtos químicos, plásticos ou algo que esteja aderido a pele e não saia com facilidade, não tente remover, apenas lave abundantemente com água fria e cubra com pano limpo úmido, encaminhando o doente ao pronto socorro mais próximo; Em caso de ingestão de produtos cáusticos ou queimaduras em boca e olhos, lavar o local com bastante água corrente e procurar o pronto-socorro. Não dê água a pacientes com mais de 20% do corpo queimado; Não coloque gelo sobre a queimadura; Além da percentagem da área corporal atingida, a gravidade das queimaduras é maior nos menores de 5 anos e maiores de 60. Não tente retirar pedaços de roupa grudados na pele. Se necessário, recorte em volta da roupa que está aderida a pele queimada. Nunca aplique nenhum produto caseiro como: sal, açúcar, pó de café, pasta da dente, pomadas, ovo, manteiga, óleo de cozinha ou qualquer outro ingrediente, pois eles podem complicar a queimadura e dificultar um diagnóstico mais preciso. Não cubra a queimadura com algodão. Choque elétrico 5000 pacientes necessitam tratamento de emergência (EUA) Lesões variam de sensação transitória a parada cardíaca. O correto é que depende da intensidade da corrente elétrica que atravessa o corpo da pessoa durante o choque e do caminho da corrente elétrica pelo corpo. Certamente que quanto maior for a tensão, maior é a probabilidade de ocorrer um dano físico à pessoa. Interrompa imediatamente o contato da vítima com a corrente elétrica: desligue o interruptor ou chave elétrica; afaste o fio ou condutor elétrico com um material não condutor bem seco, pedaço de pau, cabo de vassoura, pano grosso; puxe a vítima pelo pé ou pela mão, se não estiver com trauma de coluna ou TCE, sem lhe a tocar a pele, usando material não condutor. observação.: pise no chão seco, se não estiver com botas de borracha. Aplique os procedimentos de Suporte Básico de Vida. Após certificar-se da normalização da respiração e dos batimentos cardíacos mantenha-se alerta, para reiniciar o socorro, se a vítima continuar inconsciente. Imobilize os locais da fratura se houver. Proteja as áreas de queimadura. Controle o estado de choque. Transporte a vítima para o hospital, o quanto antes, mantendo a respiração e massagem cardíaca se necessário. O corpo, no choque elétrico, serve como condutor da energia e ao mesmo tempo de resistência elétrica, causando os danos ao organismo. Diferentes graus de lesões externas visíveis podem cursar com rabdomiólise, uma necrose muscular profunda causada pela passagem da corrente elétrica. A rabdomiólise libera das células musculares uma proteína chamada mioglobina, que entra na circulação sanguínea. A mioglobina deposita-se nos glomérulos renais (porção do rim responsável pela filtração do sangue e produção da urina), obstruindo a passagem do sangue e causando insuficiência renal aguda. Se a urina for de cor escura deve-se pensar em mioglobinúria (saída da proteína mioglobina pela urina), que denota a gravidade da lesãointerna. O médico deverá instalar uma linha venosa para hidratação em um membro (perna, braço) não atingido (não é recomendável utilizar o membro atingido até que se tenha uma avaliação completa da lesão). É recomendável a passagem de uma sonda vesical para monitorar a urina, ao mesmo tempo que ela é estimulada pela hidratação venosa agressiva com soro fisiológico visando proteger o rim, mantendo uma diurese de pelo menos 100 ml por hora. Tratamento na fase de Emergência e Reanimação Intra hospitalar Monitorar SSVV Monitorização do estado respiratório rigorosamente Monitorização Cardíaca Punção venosa de grande calibre Balanço hídrico rigoroso Estar ciente sobre quantidade de infundida na terapia venosa Realizar anamnese completa Avaliação neurológica – nível de consciência Apoio ao estado psicológico, emocional do paciente. Avaliar níveis de dor e ansiedade Explicar ao paciente e família quanto ao tratamento Desbridamentos e curativos especiais Para fazer o curativo deste tipo de queimadura é recomendado: Lavar imediatamente o local com água fria e sabão neutro por mais de 5 minutos para resfriar a pele e para que fique limpa e livre de microrganismos; Nas primeiras horas, aplicar uma compressa de água potável gelada, trocando sempre que ela já não estiver fria; Aplicar uma fina camada de um bom creme hidratante, mas evitar passar vaselina, pois a gordura pode piorar a queimação. As queimaduras de sol, geralmente, são uma queimadura de primeiro grau e o uso de uma loção pós-sol, como o Caladryl, em todo corpo, pode ajudar a aliviar a dor e evitar que a pele descame. É importante também usar protetor solar e evitar a exposição ao sol nas horas de maior calor. O curativo para pequenas queimadura de 2º grau pode ser feito em casa, seguindo os seguintes passos: Lavar a região queimada com água por mais de 10 minutos para limpar a região e diminuir a dor; Evitar romper as bolhas que tenham se formado (controverso); Aplicar uma gaze com pomada de sulfadiazina de prata a 1%; Enfaixar o local cuidadosamente com uma atadura. O curativo para este tipo de queimadura deve ser sempre feito no hospital ou no centro de queimados pois é uma queimadura grave. Na maioria destes casos, geralmente é preciso ficar internado para repor líquidos perdidos ou para fazer enxertos de pele e remoção do tecido morto.
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