Positivismo de Comte

Prévia do material em texto

A contribuição principal de Comte à filosofia positivista foi sua adoção do método científico 
como base para a organização política da sociedade industrial moderna. O estado positivo 
corresponde à maturidade do espírito humano. O termo positivo designa o real em oposição 
ao ideal, a certeza em oposição à indecisão, o preciso em oposição ao vago. É o que se opõe 
às formas teológicas ou metafísicas de explicação do mundo. 
Analisem o positivismo de Comte, tendo em vista a sua relação com as ciências e as 
mudanças na vida social do século XIX. 
 
Resposta: 
O positivismo é uma teoria de desenvolvimento social que tem como base o campo das 
ciências como fator de desenvolvimento social, e o campo da política como uma espécie de 
doutrina para a promoção do progresso civil – elaborada pelo filósofo Auguste Comte, sob 
influência do iluminismo, com uma teoria política, social e científica que apostou em uma 
marcha progressiva constante da sociedade. 
Segundo Comte, o progresso social é resultado da associação da ordem e do avanço das 
ciências. 
 
Para Auguste Comte, a humanidade passou por 3 estágios de desenvolvimento social, 
possibilitando assim a elaboração da Lei dos Três Estados do Positivismo: teológico, metafísico 
e positivo – sendo o terceiro o mais aprimorado estado, identificado no século XIX. O estado 
positivo seria o auge, o estado definitivo, que ao atingi-lo o espírito humano não seria capaz de 
evoluir além. 
 
Com as grandes revoluções ocorridas da Europa (Francesa e Industrial), a sociedade estaria 
vivendo uma nova formulação, um novo momento, uma nova reconfiguração. 
No Brasil, de forma grandemente influenciada pela Europa, pudemos ver e registrar os efeitos 
e reflexos da teoria política (e também sociologica) de Comte, com a chegada da Nova 
República derrubando a monarquia, sob o comando de um militar fortemente inspirado pelo 
positivosmo, Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, que veio a ser o primeiro presidente do 
Brasil. 
Voltando à Europa, mais especificamente à França de Comte, a Revolução Francesa também 
deu fim à monarquia no país – o chamado Antigo Regime, o que trouxe um período de cerca 
de três décadas de instabilidade política. 
O crescimento voraz da Inglaterra na área industrial, com cara vez mais fábricas, culminou no 
início da primeira fase da Revolução Industrial, marcada pela utilização de motor a vapor como 
forma de produção de energia em suas indústrias, mais precisamente no século XVIII. 
Com o início dessa fase desta revolução, houve uma série de consequências, dentre elas 
podemos destacar uma que foi considerada um “efeito colateral” negativo: a explosão 
demográfica nas grandes cidades e/ou centros urbanos, trazendo juntamente a isso o 
crescimento desordenado das cidades, da desigualdade social, a exposição da miséria e da 
fome e a explosão de doenças. 
 
Como uma grande necessidade de entender as complexas mudanças sociais deste momento, 
mediante a todos os fatos históricos vividos (e até aqui apresentados), Comte propôs o 
desenvolvimento de uma nova ciência: a Sociologia. Segundo o filósofo, esse período seria o 
auge das transformações sociais e da cadeia evolutiva da humanidade. Ele então, utilizaria a 
Sociologia e a Biologia para compreender os campos fisiológicos e sociais de atuação do ser 
humano na natureza. 
 
O positivismo viria na juntamente à Sociologia, como uma saída para resolver o problema 
deixado pela instabilidade política ocasionado por essa série de transformações desordenadas 
na sociedade. 
Comte defendia o fim da monarquia, porém reprovava o caos que sobreveio após a Revolução 
Francesa. Ele considerava extremamente perigoso para a própria sociedade viver sem uma 
ordem política e civil, e somente a ordem e o rigor estabelecidos seriam capazes de mudar a 
direção desses fatos. Então, concluiu que por meio de um estudo sistemático da sociedade 
(Sociologia) e da ordem política e social, aliados à ciência, haveria avanço para a humanidade, 
surgindo assim o Positivismo. 
O Positivismo tem características marcantes, dentre elas: 
- a doutrina filosófica inspirada no iluminismo, em que defende-se o conhecimento 
universalmente estimulado, onde todos deveriam se unir pela busca do conhecimento 
esclarecedor acerca do mundo; 
- a doutrina sociológica que associa diretamente a ordem social ao desenvolvimento moral e 
científico, sendo o rigor e a ordem imperativos para o desenvolvimento humano; 
- doutrina política com base na disciplina, na ordem social e no rigor para a garantia efetiva do 
avanço social, bem como o aprendizado das ciências e estudos sociologicos aliados; 
- desenvolvimento das ciências e das técnicas como partes indispensáveis e imprescindíveis na 
teoria de Auguste Comte. Segundo ele,nenhum progresso seria possível sem o 
aperfeiçoamento científico, aliado ao desenvolvimento tecnológico; 
- religião positiva, visto que a religião sempre foi um fator comum da humaninade, sempre 
buscando cultos, divindades, explicações para o inexplicável. No positivismo, a religião 
tradicional daria lugar ao cientificismo, como um novo tipo de religião. O cientificismo 
depositaria nas ciências toda a fé em relação ao conhecimento de todo o mundo, entendendo 
que não há nada sobrenatural, mas somente natureza. As ciências ocupariam, para os 
positivistas, o lugar que Deus ocupou nas religiões tradicionais, até então. 
 
Resumindo, o que podemos destacar do Positivismo: 
O positivismo foi uma teoria filosófica que defendeu a ordem e o rigor sociais e políticos para o 
progresso da humanidade, surgindo juntamente à Sociologia, através de seu idealizador 
Auguste Comte. Era também um método multidisciplinar, sendo: científico, político e 
sociológico, tendo como inspiração a filosofia do Iluminismo francês. 
A disciplina, rigor e ordem eram considerados essenciais para o crescimento moral e social.