Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 Hematopoiese – estudo de caso Os linfomas são mais comuns em idosos, enquanto a leucemia é mais comum em crianças e adolescentes. LINFOMA • Hodgkin (núcleos fusionados das células Reed-Sternberg; • Não-Hodgkin: o Mais de 40 tipos; o Indolentes/agressivos; o T, B e NK. LINFÓCITOS No adulto saudável, sempre temos 2X mais células do tipo CD4+ do que CD8+. Em imunodeficiências, estresse crônico, AIDS, pode ocorrer uma inversão desses valores. Em função do grande aumento de células do sangue, o paciente começa a sofrer mais, apresenta quadro mais sintomático. Fase indolente durante 6 anos (2012 – 2018) Prognóstico ruim para terapias convencionais 2 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 Sinais e sintomas: IMUNOTERAPIA Se injeta no paciente rituximabe (anti-CD20, molécula presente na superfície dos Linfócitos B). Anticorpo vai se ligar nas Células B e vai mata-las (se paciente responde a imunoterapia, ele reduz bastante o número de Células B no sangue e apresenta uma melhora). O paciente que não responde a imunoterapia pode apresentar complicações e pode ter que recorrer ao transplante de medula. Em alguns casos tratados com anticorpos injetados via intravenosa pode levar a resposta inflamatória exagerada e, agora, anticorpo rituximabe se ligando ao CD20 pode ativar essas células e ocasionar uma mega produção de citocinas pró-inflamatórias (maioria induz inflamação sistêmica). Sinais da tempestade de citocinas: taquicardia, hipotensão, choque, hipóxia, paciente pode necessitar de ventilação mecânica. As imunoterapias são usadas em diversas especialidades médicas, como na oncologia. Baço estava muito grande, pesado, pressionando o diafragma do paciente e gerando grande dificuldade respiratória. Por isso, é realizada a remoção cirúrgica do baço do paciente. ÓRGÃOS LINFÓIDES SECUNDÁRIOS • Linfonodos; • Baço; • Tecido linfoide associado as mucosas (como adenoides, tonsilas); • Ocorre adaptação do sistema imune adaptativo nesses órgãos e a drenagem dos antígenos. 3 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 BAÇO Através da drenagem de antígenos da circulação, o baço nos protege contra a septicemia (espalhamento de infecções para os órgãos). Tem cápsula esplênica que pode se romper e paciente sanga até a morte. Polpa branca: encontramos = corona de células B, tecido linfoide periarteriolar de células T e centros germinativos aonde ocorre intensa proliferação, seleção, e maturação de linfócitos B. ÓRGÃOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS • Medula Óssea (hematopoiese); • Timo (hematopoiese); • Fígado fetal. TRANSPLANTE DE MEDULA ÒSSEA Como paciente não respondeu ao tratamento, ele era recomendado para transplante de medula óssea. Por possuir dois irmãos 100% histocompatíveis, a doação de medula pôde ser feita pelo irmão. Etapas: 1. Mobilização de células progenitoras do sangue periférico do doador (ele recebe, por 5/6 dias, 3X ao dia, injeções com G-CSF = fator de crescimento que induz a amplificação de células tronco hematopoiéticas que vão renovar medula do paciente); Marcador de Célula Tronco é o CD34+ e pode ser identificado por imunofenotipagem para se identificar quantas células tronco foram coletadas após os 5 dias de administração do medicamento no doador. Essas células dão origem a Célula Progenitora Linfoide, a qual origina os 3 tipos de Linfócitos no sangue. Na medula origina a Célula Progenitoras Mieloide, que origina todas outras as células brancas do corpo (Basófilo, Neutrófilo, Eosinófilo, Monócito) e vermelhas (Plaquetas e Hemácias). 4 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 Medicamento, fibrastina, expande Células Tronco e Monócitos no sangue do doador. Se temos uma infecção bacteriana, ocorre grande produção de LPS e produtos bacterianos que caem da medula. Ainda, células do Sistema Imune produzem uma citocina, a IL6. Essa e a infecção bacteriana dão um sinal para a medula produzir mais neutrófilos (PMN), principal célula responsável pela fagocitose. Por isso, no hemograma, vemos desvio para esquerda, sinalizando neutrofilia e indicando a infecção bacteriana; 2. Coleta das células progenitoras do sangue periférico; 3. Transplante de células progenitoras da Medula Óssea. Para receber a medula, paciente passa por fase onde se mata as células da medula óssea do paciente com medicamentos (vai zerando o leucograma próximo ao transplante) Etapa de imunossupressão é importante após transplante para impedir rejeição da medula nova ou ainda rejeição das células doadas. A pega acontece geralmente entre o 9º e 10º dia = medula doada pega espaço no interior dos ossos e passa a produzir um novo sistema imune até o fim da vida. A reconstituição imune após o TMO recapitula a ontogenia. 4. Coleta das células progenitoras do sangue periférico; MATURAÇÃO DOS LINFÓCITOS 5. Cuidados e complicações pós TMO = Linfócitos T do doador podem reconhecer tecidos e causar lesões (tem vários graus). Grau 1: manchas; 2 e 3: complicações intestinais como diarreia e 4: órgãos 5 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 atacados e risco de óbito. Para evitar, preparação antes do TMO e tomar imunossupressores pós transplante. Inflamação Mecanismo da imunidade inata do hospedeiro para eliminar um evento inicial de infecção ou dano celular e tecidual em tecidos vascularizados. Objetivo: recuperar a homeostase tecidual. CAUSAS • Organismos patogênicos (infecções); • Trauma (contusão, torção); • Agentes químicos (venenos, picadas); • Queimaduras: temperaturas extremas (calor/frio); • Corpos estranhos (suturas, sujeira); • Necrose dos tecidos (isquemia); • Reações imunes (hipersensibilidade); • Inflamação crônica (doenças autoimunes). SINAIS CARDINAIS • Vermelhidão (rubor); • Edema (tumor); • Aquecimento (calor); • Dor; *Perda de função (Functio laesa) quando processo se torna crônico. PRINCIPAIS TIPOS CELULARES: CÉLULAS FAGOCÍTICAS MACRÓFAGOS TECIDUAIS • Macrófagos nos pulmões = Macrófagos alveolares; • Macrófagos no fígado = Células de Kupffer; • Macrófagos ossos = Osteoclastos; • Macrófagos intestino = Macrófagos intestinais; • Macrófagos baço = Macrófago esplênicos; • Macrófagos SNC = Micróglia. DESTRUIÇÃO DOS PATÓGENOS Explosão respiratória microbicida: NADPHoxidase. 6 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 1. Reconhecimento: célula de defesa reconhece e internaliza antígeno (recoberto de anticorpos ou proteínas que são reconhecidas pelos receptores dos neutrófilos) em cápsula denominada Fagossomo; 2. Fagocitose: internalização gera transdução de sinais; fagossomo é reconhecido pela proteína Rac2, a qual vai induzir a união de subunidades formando a enzima NADPH oxidase (2 partes que estavam separadas se associam). Essa, é responsável por produzir peróxido de hidrogênio e espécies reativas de oxigênio; 3. Existe entrada de íons de potássio para neutralizar radical superóxido, ocorrendo acidificação do Fagolisossomo e permitindo que enzimas degradem microrganismo. OS 5 R DA INFLAMAÇÃO 1. Reconhecimento inicial do evento causador; 2. Recrutamento de leucócitos; 3. Remoção do agente; 4. Regulação da resposta inflamatória; 5. Resolução. RECONHECIMENTO INICIAL DO EVENTO CAUSADOR • Estruturas moleculares compartilhadas por classes de patógenos microbianos que não estão nas células do hospedeiro: o Padrões Moleculares Associados a Patógenos (PAMPs); • Moléculas endógenas liberadas por células mortas ou danificadas: o Padrões Moleculares Associados ao Dano (DAMPs). Receptores celulares de Reconhecimento Padrão (PRR): • TLR: Receptores semelhantes ao Toll; • NLR: Receptoressemelhantes ao NOD; • RLR: Helicases semelhantes a RIG-I. • Receptores TLR estão sempre em duplas (dímeros), todos tem forma de gancho e domínio de repetição (ricos em Leucina), tem porção transmembrana e estão sempre atravessando a membrana plasmática; tem domínio de reconhecimento para a luz da vesícula endossomal, porque no momento que microrganismo foi endocitado ele vai estar contido ali. Nossas células reconhecem o DNA de fita dupla dentro da vesícula pois ela se encontra em um compartimento que ele não deveria estar; • Receptores NLR vão reconhecer lipídios associados aos microrganismos, mas que não estão nas células do hospedeiro; • Receptores do tipo RLR reconhecem ácidos nucleicos no citoplasma, RNA e DNA viral. Proteínas NOD: • Expressas em células epiteliais de intestino, macrófagos e células Dendríticas; • Reconhecem fragmentos peptidoglicanos bacterianos; • NOD1: ác. Diamino pimélico γ-glutaril (G-); • NOD2: muramil – Induz liberação de peptídeos antimicrobianos (α e β-defensinas) nas células de Paneth (GALT). Estrutura e Sinalização via NOD1/2: Secreção de peptídeos antimicrobianos 7 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 Quando existe gatilho de infecção, um receptor do tipo NOD, que estava inativo no citoplasma, vai se associar a outro NOD formando dímero, induzindo cascata de mensagens onde proteínas vão se associando e culminam na liberação de fator de transcrição NFkB, responsável por liberar proteínas alfa e beta defensinas e citocinas inflamatórias. • Perda de função de NOD2: Doença de Crohn autoimune contra antígenos de bacterias comensais; • Ganho de função de NOD2: Doença de Blau: Inflamação espontânea em olhos, articulações e pele. Receptores de Reconhecimento de Padrão Solúveis: PRR RECRUTAMENTO DE LEUCÓCITOS • Células endoteliais: compõe os vasos sanguíneos, em contato com corrente sanguínea e tecido; • Expressão de moléculas de adesão; • Aumento da afinidade de interação endotélio - leucócito (quanto mais forte a interação maior a chance do neutrófilo parar de rolar e conseguir extravasar para o tecido). Células endoteliais separam tecido infectado da corrente sanguínea. Além disso, elas expressam células de adesão celular, entretanto, no momento em que macrófago que está no tecido reconheceu e endocitou microrganismo, ele se ativa produzindo espécies reativas (explosão respiratória), ele libera mediadores, entre eles, estão as citocinas e as proteínas inflamatórias. As citocinas vão ser reconhecidas pelas células endoteliais, ativando endotélio que acaba expressando na sua superfície, proteínas de adesão. Leucócitos que estavam rolando pela corrente começam a aumentar a frequência e a quantidade de interações. À medida que aumentam as interações e melhorem afinidade, leucócito que estava girando faça união extremamente forte (moléculas de adesão interagem com ligantes presentes nos leucócitos) e permita a passagem dos leucócitos através das células endoteliais (espaço entre elas permite o extravasamento). Macrófago tecidual que reconhece microrganismo libera quimiocina, a qual induz a mobilização de células até o local de maior concentração, por isso, neutrófilos vão ir migrando aonde está o processo inflamatório. 8 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 REMOÇÃO DO AGENTE Macrófagos sinalizam que houve a captação do microrganismo e que houve a ativação da NADPH oxidase e liberação de mediadores químicos, estimulando a diapedese de neutrófilos para o tecido inflamado. Neutrófilos participam melhorando atividade dos macrófagos, eles têm grânulos em sua membrana que contém proteases, as quais clivam as quimiocinas e deixa- las ainda mais eficientes para induzir o recrutamento leucocitário. REGULAÇÃO DA RESPOSTA INFLAMATÓR IA Uma vez que microrganismo foi removido, neutrófilo sofre apoptose. Morte celular é uma sinalização, libera mediadores que vão inibir recrutamento dos neutrófilos. Para os monócitos, esse sinal induz recrutamento, e macrófagos promovem resolução de reparo tecidual (removem neutrófilos que sofreram apoptose e resolvem processo inflamatório). RESOLUÇÃO DA INFLAMAÇÃO *Neutrófilos são a primeira célula a ser recrutada pois estão em maior concentração, são 70% dos leucócitos circulantes. MEDIADORES LIPÍDICOS Lipídios agem de forma muito rápida. Quando ocorre sinal inflamatório, o que acontece é uma mobilização de lipídios de membrana, fosfolipídios vão entrar em via enzimática que os convertem em ácido aracdônico, o qual vai ser transformado em diferentes mediadores pró-inflamatórios lipídicos (como tromboxanos, prostaglandinas e leucotrienos., que aumentam permeabilidade vascular e formam edema) dependendo da enzima presente. PERCEPÇÃO DA DOR Está associada ao reconhecimento desses mediadores inflamatórios presentes nos terminais nervosos, sinalizando para o SNC. 9 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 RESUMO • Diversas origens; • Papel central das células Fagocíticas; • Definida por 4 sintomas (ou 5); • Mudanças vasculares e eventos celulares: o Recrutamento de leucócitos; • Mediadores inflamatórios e quimiotáticos; o TNF-α, IL-1β, IL-6 (Febre), IL-18, CXCL8; • Mediadores lipídicos: o Leucotrienos, prostaglandinas e tromboxanos; • Mediadores plasmáticos e químicos: o Complemento, Sistema Bradiquinina, Sistema de coagulação, Aminas vasoativas (Histamina) e espécies reativas (ROS); • Resolução coordenada (M e N) ou indução de resposta imune adaptativa. Febre e resposta da fase aguda Para que serve? • Alerta para o indivíduo, é um sinal de que algo está errado; • Ação antibacteriana – direta e indireta através da redução de ferro sistêmico (cria ambiente menos propício para replicação bacteriana, que gostam de no máximo 37º. Além disso, ferro sistêmico também é utilizado pelas bactérias, e sua redução também dificulta sua replicação); • O calor está relacionado à agitação das moléculas, e eleva a velocidade das reações químicas. QUEM INDUZ A FEBRE? Processo se inicia na periferia e é reconhecido pelo SNC para induzir resposta sistêmica. Posso ter processo infeccioso (seja ele associado a bactérias, vírus ou toxinas) ou processo de inflamação estéril (tecido com algum dano). Temos uma série de receptores associados a organelas que de alguma forma vão reconhecer os padrões moleculares associados aos patógenos ou ao dano, ativando os receptores e gerando consequência: liberação de mediadores no tecido infectado/inflamado; as proteínas liberadas vão estar livres na corrente sanguínea, impactando SNC, que reconhece os mediadores e desenvolve o comportamento sistêmico, a sickness syndrome, gerando a febre, sonolência, fatiga, letargia, etc. IL-1Β : PIRÓGENO ENDÓGENO Receptores reconhecem moléculas presentes na célula do patógeno que não estão presentes na célula hospedeira, como por exemplo o LPS ou flagelina. Uma vez que há essa interação, moléculas acessórias do citoplasma vão fazendo a transdução de sinais. O fator nuclear (NF- KB), família de proteína associadas a moléculas p50 e p65; quando vem o estímulo, esse inibidor libera o dímero (p50 e p65), que consegue chegar no núcleo, onde se associam a regiões específicas do DNA e estimulam a síntese de mRNA de genes específicos associados com citocinas inflamatórias. É necessário um segundo sinal (como por exemplo, alta concentração de ATP no meio extracelular, formação de cristais, etc) para induzir a liberação de íons de potássio do interior da célula, fazendo com que outro complexo proteico que estava no citoplasma com suas subunidades desacopladas se acople, formando o complexo proteico Inflamossoma. Esse complexo faz uma auto-clivagem e se transforma em uma caspase, que cliva porção imatura da interleucinae libera a forma madura (que vai ser a mensageira para aumento de temperatura). A interleucina -1 (IL-1) é produzida por macrófagos e células dendríticas quando estas percebem infecções através de tolllike receptors (TLRs) (sinal 1) e ativam o inflamassomo NLRP3 (sinal 2). 10 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 INFLAMOSSOMAS Complexo é tão potente que se encontra ou de forma inativa ou contido em alguma organela. INDUÇÃO DE FEBRE Macrófagos dos tecidos induzem processo inflamatório. CONSEQUÊNCIAS FEBRE NO SNC SICKNESS BEHAVIOUR Processo de lesão periférica vai estimular macrófago dos tecidos a fagocitar microrganismo, liberar mediadores proteicos e lipídicos para serem reconhecidos pelas células endoteliais que compõe a barreira hematoencefálica (tem receptores). Ao reconhecer nessa região do hipotálamo chamado Núcleo Preóptico mediano, outras respostas a nível periférico vão ser induzidas, como aumento de temperatura, liberação de noradrenalina (degradação de triglicerídeos do tecido adiposo marrom), liberação de acetilcolina (tremor), etc. IL-1β é a mais importante para reação de febre e para produção de IL-16, que tem papel muito importante na resposta da fase aguda. CONSEQUÊNCIA SISTÊMICA DA FEBRE RESPOSTA DE FASE AGUDA A IL-16 age sobre os hepatócitos, induzindo-os a produzirem diversas proteínas, entre as quais podemos citar a proteína C reativa, fibrinogênio, proteínas surfactantes (migram para pulmonar), proteína de união a lectinas, etc. Essas proteínas são importantes por serem capazes de facilitar a fagocitose pelos Macrófagos, já que eles têm receptores que reconhecem essas proteínas na fase aguda, além de ativar o Sistema Complemento. PROTEÍNA C REATIVA (CRP) 5 subunidades associadas 11 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 Quem induz sua síntese são os hepatócitos em função da ação de 2 mediadores (IL-16 e IL-1β). A proteína C reativa é liberada no plasma como pentâmero, sinalizando que existe um tecido inflamado. Ela também pode agir como monômero, e a associação desses monômeros em monócitos e neutrófilos não tem um efeito benéfico. A proteína C reativa (PCR) é o mais confiável marcador inespecífico de inflamação (dosada no plasma), em qualquer doença inflamatória: ex. aterosclerose, artrite reumatoide, hepatites etc. Dependendo da quantidade de proteína C reativa, podemos prever o risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares. ATEROSCLEROSE A perpetuação da proteína C reativa vai induzir disfunção endotelial (prejudicando a homeostase vascular), ela vai inibir a eNOS, impedindo a produção de óxido nítrico que é um relaxante vascular. Além disso, ela também reduz a transcrição da enzima óxido-nítrico sintase; também inibe as prostaciclinas, vasodilatadores; estimula a endotelina, relacionada com a constrição dos vasos sanguíneos. Ocorre desbalanço entre contração e relaxamento vascular, ela também induz IL-6, que provoca constrição, e induz a morte de células endoteliais por apoptose. A proteína C reativa inibe os progenitores das células endoteliais se diferenciarem na medula óssea, logo essas células não vão ser repostas após apoptose. Essa proteína vai ativar as células endoteliais, resultando na estimulação de receptores responsáveis pela adesão de outro tipo celular e a transcrição de genes a partir do NFkB (que induz citocinas pró-inflamatórios). Junto com esses mediadores, IL-8 induz monócitos a se aderirem as células epiteliais, aumentando sua atividade e fazendo com que enzima NADPH oxidase do seu interior produza espécies reativas, as quais causam danos nas macromoléculas; lipooxidação começa a ocorrer e monócito começa a incorporar lipídios no seu interior. O monócito com lipídios passa a se chamar de célula espumosa, que fica engrossando parede das artérias. Quanto mais monócitos viram célula espumosa, mais espécies reativas do oxigênio são estimuladas = mais lipídios oxidados = maior fica a placa aterosclerótica. Depósitos de gordura vão crescendo até placa se romper (proteína C reativa também estimula rompimento), se desprender e formar trombo. 12 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 MAIS CONSEQUÊNCIAS SISTÊMICAS FEBRE *Granulopoiese = liberação de granulócitos (só neutrófilos). DROGAS ANTI-INFLAMATÓRIAS ESTEROIDAIS Para inibir os processos inflamatórios, podemos usar as drogas anti-inflamatórias. Essas drogas, como glicocorticoides (hormônios esteroidais), conseguem atravessar membrana plasmáticas e reconhecem seu receptor no citoplasma, migrando para o núcleo. No núcleo, é capaz de se associar em regiões específicas do DNA, estimulando a transcrição de mRNA que vai produzir proteínas anti-inflamatórias, como a IL-10, que reprimem o processo inflamatório. Outra forma de redução do processo inflamatório é a migração do glicocorticoide associado ao receptor se associando ao NF-kB, que estava associado ao DNA, e inibindo sua ação, reprimindo a transcrição de citocinas pró-inflamatórias. Glicocorticoides inibem formação das prostaglandinas e leucotrienos, inibem histamina, interferindo na fase de alerta (sinalização de que migração para local do processo inflamatório precisa ocorrer). Além disso, glicocorticoides inibem expressão de selectinas e integrinas, importantes para que células da luz do vaso passem para os tecidos. Também estimulam fenótipo M2 nos macrófagos, o qual é anti-inflamatório. Interferem na epitelização, angiogênese e reposição de colágeno, logo comprometem restauração do tecido. Efeitos Colaterais: • Imunossupressão; • Osteoporose; • Glaucoma/cataratas; • Ganho gordura abdominal; • Resistência à insulina; • Hirsutismo; • Redução massa muscular; • Irregularidades do ciclo menstrual; • Redução do crescimento; • Depressão. DROGAS ANTIINFLAMATÓRIAS NÃO ESTEROIDAIS (NSAID) 13 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 No momento que existe um estímulo, lipídios de membrana vão ser transformados Ácido Araquidônico, o qual é chave como precursora para mediadores lipídicos diferentes. Enzima Cox-1 é inibida por diferentes fármacos que reduzem processo inflamatório. Efeitos Colaterais: • Náusea, vômito, diarreia; • Dor de cabeça; • Retenção de líquidos; • Falha renal; • Úlceras; • Inibe reparo ósseo. FEBRE: INDUÇÃO DA RI ADAPTATIVA Célula dendrítica que reconheceu e fagocitou microrganismo vai ser estimulada pela febre a migrar para os linfonodos. A febre nos linfonodos vai estimular a expressão de proteínas que vão estimular as células dendríticas a ficarem retidas no lindonodo; manter célula que traz o microrganismo retida no linfonodo e estimular passagem de linfócitos para o linfonodo vai fazer com que linfócitos reconheçam o microrganismo através de receptores específicos. Resposta anti-viral Início da resposta imune inata: O patógeno é reconhecido (por receptor ou quando ele infecta célula-alvo) e internalizado, gerando sinal e resposta associadas as interferons e citocinas (mediadoras de processo inflamatório ou influenciadoras de quimiotaxia). RESPOSTA ANTI-VIRAL É uma resposta que, além de produzir consequência na célula infectada, modifica a célula vizinha. Proteína interferon liberada no ambiente vai ter sinalização autócrina (consequência na célula infectada) e parácrina (célula vizinha). Induzem estado antiviral (caracterizado por estimular resistência intrínseca contra os vírus via células que não foram infectadas ainda). Também vai estimular 14 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 células que não foram infectadas a secretar receptores, vai estimular células infectadas pelo vírus a morrerem e estimular resposta imune de longa duração (recrutamento de células brancas) RECEPTORES DE RECONHECIMENTO PADRÃO Reconhecem grupo específico de moléculas, o queé próprio e o que não é próprio (que não deveria estar naquela sinalização). O que não é próprio, estimula uma resposta imune inata para combate-lo. Por exemplo: DNA de fita simples, não associado a maquinaria de tradução ou dentro de vesícula endossomal, é reconhecido como estranho, indicador de patógeno, como vírus. SINALIZAÇÃO VIA PRR Temos vias que são compartilhadas por diferentes receptores de reconhecimento padrão que convergem e são compartilhadas para a produção de interferons tipo 1 e citocinas pró-inflamatórias. Existem muitos receptores associados as vesículas endossomais (como TLR-3, TLR-7, TLR-8 e TLR9), capaz de reconhecerem diferentes características próprias ou impróprias. Quando sinalização ocorre, adaptadores são envolvidos, traduzindo reconhecimento de parte do microrganismo. Esses, vão estimular proteínas (como IRF) do citoplasma para que célula modifique o perfil de citocinas que está secretando (no núcleo, proteínas do citoplasma se associam ao DNA e estimulam a síntese de mRNA de proteínas em particular – citocinas pró-inflamatórias importantes para o processo). INTERFERON TIPO 1 Controlam resposta imune inata e a adaptativa. Células epiteliais, ao serem infectadas, se colocam em estado antiviral (indução está associada a secreção de diferentes interferons). Secreção de interferons coloca em alerta células que ainda não foram infectadas (também expressam em sua membrana receptores para interferons, fazendo com que ela tenha mecanismos para interferir na replicação do vírus), colocando todo o tecido em estado antiviral. Causam um amuento da atividade dos macrófagos, aumentam a capacidade de apresentação de antígenos pelas Células dendríticas e auxiliam na produção de anticorpos importantes.. Esse tipo de interferon faz indução do estado antiviral que pressupõe a estimulação de genes que estimulam a secreção de interferon e estimula interação entre células dendríticas com Linfócitos T (que reconhecem antígenos através de receptores específicos). Também estimula a transformação dos linfócitos em Linfócitos T efetores, que aumentam a secreção de citocinas. Estado antiviral: 15 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 AÇÕES DOS INTERFERONS TIPO 1 • Inibir replicação viral; • Aumentam atividade citotóxica de NK e linfócitos T CD8+; • Diferenciação de linfócitos naive (Th0) em linfócitos efetores (Th1); • Aumentam o tempo de permanência de céluas T nos linfonodos; • Células dendríticas plasmocitoides secretam TNF- 𝞪; • Células infectadas tornam-se hipersensíveis a morte por apoptose via TNF-𝞪. TIPOS CELULARES QUE ELIMINAM O VÍRUS • Natural Killers; • Linfócitos T Citotóxicos (CD8+). NATURAL KILLERS (ILC I) São similares aos Linfócitos T, mas não possuem em sua superfície receptores específicos para cada um dos microrganismos. Fazem parte da resposta imune inata, não precisam modificar a expressão de proteínas para induzir morte das células infectadas. Elas têm muitos grânulos em seu citoplasma (contém proteínas que podem matar células-alvo – infectadas por vírus ou lesionadas); quando reconhecem célula infectada por vírus, induzem sua morte. Interleucina 12 secretada por macrófagos pós fagocitose de microrganismos estimula as células NK a secretar o interferon gama, que faz os macrófagos a exercerem atividade microbicida mais eficiente para eliminar os microrganismos fagocitados. Ação: A função das células NK depende da interação entre receptores ativadores e inibidores. Os receptores de ativação reconhecem, na célula do hospedeiro, seu ligante; a de inibição, por sua vez, reconhece outro ligante nas células do hospedeiro. Quando ambos os receptores reconhecem seus receptores na célula do hospedeiro, é um sinal para célula NK se ativar e não eliminar a célula-alvo. Quando células infectadas por vírus não expressam ligante para o receptor de inibição, esse receptor não inibe mais o receptor de ativação, que ativa sinais para células NK eliminar a célula-alvo. LINFÓCITOS T CITOTÓXICOS (CD8+) São células da resposta imune adaptativa, contém grânulos no citoplasma com proteínas citotóxicas, que vão agir da mesma forma que a célula NK (difere na forma de ativação). Linfócito T CD8 reconhece célula infectada por vírus, ativando Linfócito T e liberando grânulos com proteínas tóxicas, logo célula alvo é destinada para apoptose. Exemplo de proteínas tóxicas importantes: 16 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 Perforinas (perfuram membrana plasmática da célula-alvo) e Granzimas (passam por furo feito por Perforinas e estimulam via de sinalização da mitocôndria que finaliza apoptose). CORONAVÍRUS • SARS-CoV-2(2019): Severe Acute Respiratory Syndrome coronavirus 2; • SARS (2002): Severe Acute Respiratory Syndrome coronavirus (SARS-CoV) in 2002 (taxa de mortalidade 9,6%); • MERS-CoV (2012): Middle East Respiratory Syndrome coronavirus (taxa de mortalidade 35%). FASES NA PROGRESSÃO DA DOENÇA Mesmo os assintomáticos podem infectar outros indivíduos. Sintomas da doença geralmente estão associados com a infecção de células epiteliais do trato inferior (como células alveolares epiteliais do tipo 2) – recrutamento da resposta imune. Quando ocorre a ruptura da barreira epitelial- endotelial, deposição de complemento e hiperinflamação, o quadro grave da doença é estabelecido. MECANISMO EFETOR DEPENDENTE DE IFNS O vírus reconhece seu receptor presente na superfície da células, ingressando no citoplasma e iniciando seu ciclo viral (também pode ser internalizado em vesículas endossomais e serem reconhecidos). Esses patógenos induzem a translocação de fatores de transcrição que (como NF-Kb), que estimula secreção de citocinas inflamatórias, fatores de resposta a interferons (que estimula a secreção de interferons do tipo 1 e 3 e estimulam a célula para expressar os receptores desses interfernons). O que acontece é que essa sinalização vai induzir genes inflamatórios, interferons e centros de proteínas que vão estar associadas a resposta via interferons. MECANISMO DE EVASÃO VIRAL Vírus expressam proteínas que são capazes de invadir os receptores de reconhecimento padrão. São capazes de inibir a secreção de interferons, bloqueiam sinalização dos ligantes com receptores e expressam proteínas que inativam RNAses (sequestrando maquinaria celular e transcrevendo e traduzindo suas próprias proteínas. 17 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 Terapia com IFN-a2b reduz a mortalidade de pacientes hospitalizados. PAPEL PROTETOR E PATOGÊNICO DE IFN I DURANTE INFECÇÃO POR COV RESUMO • Infecção por SARS-CoV- 2 induz baixos níveis de IFN-I e -III, com uma resposta ISG moderada; • Baixas respostas antivirais inatas e altas respostas pró- inflamatórias contribuem para o COVID -19. Células T O Timo produz células T no processo de amadurecimento. Precursores de origem linfoide chegam diariamente até o Timo. Com o envelhecimento, a função do Timo de produzir novas células vai decaindo (embora quantidade total de células não decaia). CD4+ são assim chamadas por terem um receptor único de superfície. Também chamadas de T Helper por auxiliarem outras células. Células T CD8+ tem outro receptor de membrana, também chamadas de Células T Citotóxicas. Morfologicamente, todos os subtipos são iguais (superfície cheia de vilosidades) – temos que usar ferramentas especiais da imunologia para diferencia-las. Principais subtipos de CD4+: Th1, Th2, Treg e Th17. PROPORÇÃO T CD4/CD8 No adulto saudável, temos 2X mais células T CD4+ no sangue do que células T CD8+. Em algumas infecções, esses valores podem se inverter, já que temos deleção preferencial das células CD4+. FATORES QUE INFLUENCIAM A RAZÃO CD4/CD8 INVERTIDA • Envelhecimento (mais frágeis,mais inflamação); • HIV-AIDS; • Desnutrição; • Estresse crônico; • Depressão Maior; • Infecções crônicas (CMV); • Glicocorticoides. 18 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 REPERTÓRIO Cada célula T carrega um receptor específico para uma única coisa; elas têm uma especificidade diferente e não devem reconhecer o próprio antígeno (evitando doenças autoimunes). Temos um sistema imune extremamente capaz de reconhecimento, garantindo proteção contra antígenos. O repertório diminui com o envelhecimento: ATIVAÇÃO DAS CÉLULAS T As células T são ativadas em órgãos linfoides secundários. Passos: 1. Drenagem de antígeno até linfonodo ou órgão linfoide secundário (via macrófago/célula dendrítica); 2. Células T são ativadas para responder a vírus; 3. Inicia-se a proliferação celular. Células T CD4+ reconhecem antígenos extracelulares via MHC classe II (receptor). Células dendríticas (cheias de MHC de classe 2 em sua membrana) ativam Células T. SINAPSE IMUNOLÓGICA Proximidade da Célula Dendrítica com Linfócito T é semelhante à de dois neurônios fazendo sinapse. Se esse contato não acontecer, não consigo ativar Linfócito T corretamente. 19 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 • Sinal 1 é a ligação do TCR (diferente em cada Célula T) que reconhece o peptídeo apresentado por MHC de classe 2; • Sinal 2 = receptor B7 s ligando a molécula CD28 presente da Célula T; • Sinal 3 é a secreção de citocinas, dando sinal definitivo que é a hora de fazer divisão mitótica. FASES DAS RESPOSTAS MEDIADAS POR CÉLULAS T Células Naive são aquelas que não encontraram antígeno ainda. Célula T ativada produz Citocinas IL-2 dão sinal de autoestimulação – expansão clonal de Célula T, dando origem a milhões de células iguais específicas contra o mesmo antígeno. Depois da expansão, ocorre uma diferenciação nos subtipos de Células T e nos fenótipos de Células T efetoras (que agem imediatamente) ou em Células T de memória (ficam conosco por vários anos – garantindo memória protetora). PROLIFERAÇÃO CELULAR Quanto mais Linfócitos respondendo ao antígeno melhor, garantindo resposta imune mais rápida e aumentando força protetora. • A proliferação das células T é induzida pela citocina interleucina-2 (IL-2) que é produzida pela própria célula T ativada (regulação autócrina); • Células T naive apresentam IL-2R (β e g) de baixa afinidade; • Células T ativadas expressam um tipo de IL-2R (α, β e g) que possui uma alta afinidade para esta citocina. Ao entrar em contato com a IL-2, o receptor induz a divisão celular. CONTROLE DA PROLIFERAÇÃO – APOPTOSE Resposta imune ocorre depois de 7 dias aproximadamente; depois temos mais 7 dias de contração homeostática – células vão morrendo por apoptose. 5% de células 20 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 sobreviventes vão ser células de memória que serão mantidas (principalmente por IL-7 e IL-15). As células de memória têm vários subtipos (como TEM, TCM), e fazem com que individuo tenha resposta imune muito mais rápida em casos de reinfecção. As células de memória aumentam com o envelhecimento – maior experiência com infecções ao longo da vida. FUNÇÕES EFETORAS PRINCIPAIS SUBTIPOS T CD4+ Células CD4+ participam da regulação de vários processos imunes, como infecciosos, autoimunes e respostas alérgicas. A diferenciação dos subtipos Th é influenciada pelos antígenos. FUNÇÕES DAS CÉLULAS TH1 • As células Th1 liberam IFN-g, IL-2 e TNF-b; • Possuem funções auxiliares muito importantes na ativação de macrófagos, proliferação das células T, atividade citotóxica e auxiliam as células B na produção de alguns isotipos de anticorpos. Em indivíduos imunossuprimidos, Células TH1 não conseguem ativar macrófago e infecção vai aumentar. TH1 e os granulomas: • Granulomas se formam quando um patógeno intracelular não pode ser eliminado. Exemplo, infecção com M. tuberculosis (parasita intracelular); • O núcleo pode conter macrófagos fusionados (células multinucleadas gigantes); • Sinal de Interferon gama secretados pela Célula TH1 faz com células infectadas consigam eliminar patógeno. 21 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 FUNÇÃO DAS CÉLULAS TH17 Produzem IL-17 e IL-22, que auxiliam no recrutamento e ativação de neutrófilos – que podem responder a inflamação de forma mais efetiva. FUNÇÃO DAS CÉLULAS TH2 Pode produzir várias citocinas diferentes com ações diferentes: • IL-4: produção de anticorpos (sem ela, Célula B sozinha não conseguiria produzir anticorpos) e degranulação de mastócitos; • IL-4 + IL 13: ativação de macrófagos (que fazem reparo tecidual também) + secreção de muco intestinal e peristaltismo; • IL-5: secreção de eosinófilos; CÉLULAS T REGULAT´ORIAS (TREG) Inibem Células T ativadas. Possuem Foxp3+, com força importante no controle da inflamação, dando freio na resposta imune. Se não tenho esse freio ou tenho ele excessivamente, posso ter problemas. Sinal inibitório dá sinal para Célula dendrítica ou Célula T efetora para “ficarem quietas”, freando resposta imune. Também produzem citocinas, que atuam de forma parecida induzindo a apoptose ou inibindo células ativadas. Funções: • Tolerância materno-fetal: impedem que corpo da mãe reconheça feto como corpo estranho (inibem resposta imune); 22 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 CÉLULAS T CD8+ Vírus infecta célula, proteínas virais são produzidas no citoplasma, uma parte vai ser usada para novas cópias virais, outras vão ser reaproveitadas na célula (digerindo proteínas dos vírus nos proteossomos). Aos sair dos proteossomos, as proteínas virais vão através da proteína TAP para dentro do RE, onde são montadas em moléculas MHC de classe 1, presentes em qualquer célula do nosso corpo. Por uma vesícula, são levadas até a superfície célular, onde essa molécula de MHC vai ser reconhecida por uma Célula T. SUBPOPULAÇÕES DE CÉLULAS T CD8(+) SUBTIPOS DE CÉLULAS T CD8+ (TS) As CD8 Treg impedem o aparecimento de doenças autoimunes, freiam resposta imune através de receptores inibitórios ou a partir de citocinas imunossupressoras. Apresentam fator de transcrição FOXp3. MECANISMOS DE SUPRESSÃO DAS TS Algumas tem perfil mais senescente, sendo associada a complicações em doenças como a COVID. A expansão dessas células é vista no envelhecimento, HIV, artrite reumatoide, e sua presença geralmente está associada a alguma imunopatologia. CITOTOXIDADE Têm a capacidade de matar outras células infectadas por vírus, matar tumores, rejeição de tecidos transplantados que não são histocompatíveis, etc. CD8 ATACANDO LINFOMA DE BURKITT ESTÁGIOS DA ATIVIDADE CITOTÓXICA Célula T CD8 previamente ativada reconhece MHC de classe 1 (alvo, pode ser célula tumoral, peptídeo viral), forma conjugado (sinapse entre célula efetora e alvo). A partir desse momento, ela orienta a maquinaria de vesículas intracelulares contendo perforinas e granzinas para irem em direção a célula-alvo; ocorre secreção do produto das vesículas para cima da célula-alvo, que morrerá por apoptose. 23 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 Conjugados entre Células T Citotóxicas (CTL) e Células- Alvo (TC): Formação da sinapse imunológica: ATIVIDADE CITOTÓXICA GRANZIMA/PERFORINA A liberação de perforinas pelas células T CD8+ (citotóxicas) induz a polimerização de proteínas na célula-alvo que formam poros de membrana. Por esses poros, passam as granzimas, responsáveis pela apoptose da célula alvo. ATIVAÇÃO CITOTÓXICA: FAS/FAS L Via independente de perforinas e granzimas. Se esses 2 receptores (FAS L presente na CD8 se ligando com FAS das células-alvo) se ligarem, a apoptose também é induzida. CÉLULA T CD8+ = SERIAL KILLERA célula T CD8+ (CTL) é um serial killer. Após sua ativação num órgão linfóide secundário, basta apenas o reconhecimento do antígeno (via TCR) nos tecidos para matar a célula-alvo. É uma célula muito potente, com grande capacidade citotóxica. IMUNIDADE ANTIV IRAL Preciso de pelo menos 1 semana para ver uma ação ativa das CD8 + aumento da produção de anticorpos. É nesse momento que o paciente apresenta os sintomas. Vírus eliminado por anticorpos e Células T CD8. Célula T CD8+ destruindo célula tumoral: 24 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 COVID-19 CD4 são necessárias para que células CD8 sejam ativadas e executem suas funções contra o vírus. No quadro leve de COVID-19, a célula CD8 apresenta ação normal. No quadro grave da COVID-19, menos células CD8 são ativadas, temos uma linfopenia; Células T assumem papel de células T exaustas ou senescentes, as quais adquirem potencial mais inflamatório (ajudando na tempestade de citocinas) – Célula exausta prejudica ação da CD8. Correta ação da CD4 é importante para ativação das CD8 e anticorpos. Existem disfunções das CD4 durante quadro grave da COVID-19. Anticorpos e a Resposta Humoral • Anticorpos, ou Imunoglobulinas, são proteínas; • Produzidos pelos linfócitos B, em resposta à exposição a antígenos; • Após exposição ao antígeno, a resposta inicial ocorre nos órgãos linfoides; • Diversificados e Específicos., cada anticorpo responde um antígeno; • São a base das respostas humorais; • Podem ser produzidos no laboratório. – fundamentais para pesquisa, diagnóstico e uso terapêutico; • Existem 5 tipos ou isotipos presentes no soro: IgM, IgG, IgA, IgE e IgD. ISOTIPOS • IgM e IgG = principais, temos no sangue em boa quantidade; • IgA = presente em boas quantidades nas mucosas e sangue; • IgE = temos concentrações muito pequenas no sangue; • IgD = não tem produção sérica, se encontra na superfície do linfócito B em processo de maturação. IgG, IgD e IgE formam sempre unidades monoméricas, enquanto IgM e IgA formam unidades pentaméricas ou diméricas. ASPECTOS GERAIS • Se ligam de forma específica aos antígenos; • Cada célula B produz um único tipo de anticorpo depois de encontrar o antígeno; • Quando célula B está secretando anticorpos, é chamada de Plasmócito - ativa; • A IgM de membrana serve de receptor antigênico da célula B. 25 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 Receptor da célula B sempre vai ser uma IgM de membrana. Os anticorpos se ligam com outras proteínas da superfície do agente invasor. Sinais garantem que os Linfócitos B continuem ativos na forma de Plasmócito. ESTRUTURA GERAL ANTICORPO • Todos os anticorpos apresentam as mesmas características estruturais básicas; • Grande variabilidade nas regiões que conectam antígenos. Existe região C terminal onde a molécula de anticorpo se fixa na célula, em especial IgM de membrana que serve de receptor da célula B. As moléculas de anticorpos são flexíveis (se pedaço do antígeno estiver mais espaçado ainda assim consigo captar) – graças a região de dobradiça da molécula. VALÊNCIA X AVIDEZ LIGAÇÕES ANTÍGENO – ANTICORPO As ligações antígeno-anticorpo dependem de complementaridade molecular entre o antígeno com o anticorpo para fazer encaixe perfeito (quanto melhor encaixe, melhor a resposta imune). Regiões espaciais de ligação = epítopos, estruturas complementares dos anticorpos que ligam nos epítopos = paratopos. 26 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 Pode-se dizer que as forças hidrofóbicas e de van der Waals operam em curtas distâncias e servem para unir duas estruturas complementares – forte ligação. Quanto mais próximo estiverem, melhor vai ser o encaixe. Interações antígeno-anticorpo fortes refletem estreita adaptação entre o antígeno e o anticorpo e definem alto grau de especificidade do anticorpo. Nas cadeias leves e pesadas, existem 3 regiões hipervariáveis (3 da leve e 3 da pesada) que determinam a complementariedade ou ligação com o antígeno: as CDRs. Essas CDRs são os principais aminoácidos de cada molécula capazes de interagir com os epítopos. GERAÇÃO DA DIVERSIDADE DE IMUNOGLOBULINAS A diversidade de anticorpos é gerada em consequência da recombinação somática (rearranjos de DNA) de genes que codificam a cadeia variável da imunoglobulina. Logo: um anticorpo, um antígeno. FASES DA RESPOSTA HUMORAL Após ativação da célula B, ela vai entrar em uma fase de expansão clonal nos órgãos linfoides secundários. Depois disso, cada um deles vai estar produzindo o mesmo tipo de IgM, de receptor capaz de reconhecer o mesmo tipo de antígeno; alguns desses clones vão se transformar em 27 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 plasmócito (secretam anticorpos), em células de memória (após cura da infecção ficam no plasma) e em IgG. PRINCIPAIS FUNÇÕES FUNÇÕES EFETORAS DOS ANTICORPOS • Neutralização de vírus e toxinas – feita muito bem por IgM e IgA; • Opsonização e fagocitose de micróbios; • Citotoxicidade celular dependente de anticorpos; • Fagocitose de micróbios opsonizados com fragmentos do complemento; • Inflamação; • Lise de micróbios. Uma das funções mais necessárias é a capacidade da IgG de neutralizar o vírus, se ela se gruda especificamente a proteínas, como a spike, ela impede a ligação do antígeno ao receptor da célula que ele quer infectar. Outra função da IgG é a opsonização do vírus, ela se liga nos fagócitos para ele fagocitar o antígeno muito mais facilmente. Os anticorpos podem promover a lise do complemento, a ativação da via clássica do complemento requer a presença de anticorpos presos a bactérias ou a células infectadas – isso promoverá apoptose das células infectadas. Neutrófilos e macrófagos também podem fazer uma limpeza do tecido infectado, fagocitando células mortas. Uma outra resposta possível é a citotoxicidade celular dependente de anticorpos = anticorpo preso a célula infectada, linfócito T CD8 ou natural killer reconhece isso e vão produzir perforinas e granzimas para promover apoptose dessa célula infectada. FUNÇÃO DE NEUTRALIZAÇÃO – VÍRUS Se tenho anticorpos formados graças a imunização ou infecção prévia, eles impedem a ligação do vírus com seu receptor. FUNÇÃO DE NEUTRALIZAÇÃO – TOXINAS Se grudam em toxina qualquer e bloqueiam a ligação dela com o receptor. OPSONIZAÇÃO E FAGOCITOSE MEDIADA POR ANTICORPOS Anticorpos podem ajudar fagócitos a ingerir patógenos extracelulares já opsonizados (cobertos por anticorpos). CITOTOXICIDADE CELULAR DEPENDENTE DE ANTICORPOS (ADCC) Temos IgG sendo produzido contra célula qualquer coberta por anticorpos (pode ser tumor), chega célula NK que reconhece anticorpo presente na célula tumoral, libera granzimas e perforinas e mata célula tumoral. 28 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 ELIMINAÇÃO DE VERMES POR IGE E EOSINÓFILOS Eosinófilo reconhece anticorpo preso ao verme e libera produtos que são tóxicos a ele. FUNÇÕES DOS ISOTIPOS CINÉTICA DA RESPOSTA HUMORAL • Durante uma resposta humoral acontece a troca de classe do isotipo para melhorar a resposta imune; • A IgM caracteriza a resposta humoral primária e imunizações futuras com o mesmo antígeno induzem a troca de classe para IgG; • A troca de classe garante uma concentração maior de anticorpo (IgG) com maior afinidade; • Apenas nos tornamos imunes se respeitamos os critérios da vacinação para atingir a concentração de IgG. RESPOSTA HUMORAL AO SARS-COV-2 RESPOSTA ADAPTATIVA AO SARS-COV-2 Depois de 3 a 6 meses, anticorpo tende a desaparecer após infecção ter sido curada (indivíduo vai fazer resposta de memória se for reinfectado, secretando apenas IgG). ANTIBODY-DEPENDENT ENHANCEMENT (ADE) Mecanismo facilitador da infecção viralpor anticorpos, acontece em vários tipos de vírus, inclusive por Sars-COV- 2. É mediada por IgG. Na dengue, esse tipo de reação é bem famosa, individuo produz anticorpos não neutralizantes na primeira infecção, e, em segunda infecção, esses anticorpos vão fazer com que os vírus, 29 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 através dos receptores FC, sejam carreados para dentro de macrófagos e monócitos, resultando na multiplicação viral dentro dessas células, aumentando muito a doença. DIAGNÓSTICO PARA MONONUCLEOSE INFECCIOSA DIAGNÓSTICO PARA HEPATITE B • Detecção do HBsAg no soro durante a infecção aguda e crônica – saber em que estágio clínico da infecção paciente está; • Em geral este antígeno desaparece em 1-6 meses, e sua presença indica um estado de portador crônico; • Antígenos secretados e anticorpos definem estágios clínicos da infecção: APOIO T NA RESPOSTA HUMORAL Se tenho defeito genético nas células T, ou paciente é imunossuprimido, não produzo anticorpos, células B não conseguem operar. Esse apoio ocorre dentro dos órgãos linfoides secundários As células T foliculares secretam dopamina, induzindo células B a produzir anticorpos de maneira muito mais eficiente. PAPEL DAS CÉLULAS TH NA ATIVAÇÃO DAS CÉLULAS B Dentro dos folículos dos linfonodos, por exemplo, temos células T e B em grande quantidade fazendo multiplicação (nos Centros Germinativos), interagindo com antígenos – produção de anticorpos. 30 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 A ligação do receptor CD40L presente na célula T helper com o receptor CD40, a célula B consegue fazer a troca de classe do anticorpo. As células T helper foliculares secretam citocinas, e, de acordo com o tipo de citocina, nós temos receptores nas células B que interpretam esse sinal e podem se ativar, multiplicar e secretar anticorpo de acordo com a citocinas. TROCA DE CLASSE TROCA DE CLASSE DA CADEIA PESADA O IgE, para ser formado a partir de IgG, precisa de: troca de classe a partir do contato com Células T que estimula a ação de citocinas – ativa célula B, fazendo alça de recombinação, que será cortada. Depois disso, ocorrerá transcrição, splicing do RNA e tradução. FORMAÇÃO DOS CENTROS GERMINATIVOS Local onde as células B, interagindo com as T, vão começar a maturação e produção de anticorpos. APRESENTAÇÃO DE ANTÍGENOS PARA CÉLULAS TFH Célula B reconhece antígeno, apresentado pelas células dendríticas, faz intensa proliferação se expandindo em clones (zona escura). Na zona leve, vai haver intensa interação com as células dendríticas foliculares e T foliculares (interagindo com receptores e produzindo citocinas), permitindo amadurecimento das células B (qual é a melhor que foi formada, só as que tem alta capacidade contra o antígeno sobrevivem). MATURAÇÃO DE AFINIDADE 31 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 Após a segunda dose da imunização ou infecção persistente, estou melhorando a capacidade do anticorpo em se ligar com antígeno = ocorrem mutações somáticas no gene V, D, J na região CDR presente nas cadeias leve e pesada – os nucleotídeos inseridos podem ser favoráveis, permitindo que anticorpo se ligue melhor; se for desfavorável, anticorpo perde a afinidade pelo antígeno. Quanto mais contato, mais mutações ocorrem (podendo essas mutações serem favoráveis ou desfavoráveis). SELEÇÃO DAS CÉLULAS B NO CENTRO GERMINATIVO GERAÇÃO DE ANTICORPOS MONOCLONAIS Contra um único antígeno apenas. Primeiro se isola proteína de interesse. Depois imunizo, por exemplo, camundongo. Semanas depois, faço uma fusão nuclear das células do baço do animal imunizado com células de mieloma humano – criando células B de interesse que tem metade do núcleo da célula anti-x e metade do núcleo da célula tumoral. Isso faz com que as hibridomas tenha capacidade de multiplicação infinita, seleciono apenas as eficientes, permitindo produção desse soro no laboratório para ser utilizado sempre. In vitro, consigo selecionar quais dessas células são específicas contra a proteína X, já que alguns dos anticorpos formados podem ser contra algo do histórico do animal. APLICAÇÕES DOS MONOCLONAIS PARA PESQUISA, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO 32 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 USO TERAPÊUTICO DOS MONOCLONAIS • COVID-19: o Bamlanivimab; o Casirivimab e imdevimab (juntos) • Transplantes: o Muromonab-CD3 (OKT3): prevenção da rejeição aguda; o Daclizumab (Zenapax®): liga a IL-2, prevenção da rejeição aguda em transplantes renais; • Alergias: o Omalizumab (Xolair®): liga a IgE e impede ligação aos mastócitos; • Reumatologia: o Infliximab (Remicade®) e adalimumab (Humira®): inibem TNF-α, vem sendo usados na artrite reumatoide; o Anakinra: anti-IL-1; o Rituximab: anti-CD20, inibe células B; • Câncer: o Daclizumab (Zenapax®): inibe IL-2, uso em linfomas de células T; o Rituximab: inibe CD20, uso em linfomas do tipo Não Hodgkin; o Herceptin: anti-HER2, uso em câncer de mama metastático. Monoclonais para o COVID-19: 33 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 Monoclonais para o câncer: São direcionadas as células T do paciente, desbloqueando sua ação, permitindo que eles reconheçam melhor e matem os tumores. Monoclonal para a doença de Alzheimer: Monoclonais para a depressão: Vacinas HISTÓRICO DAS VACINAS VARÍOLA • 1796 - Edward Jenner (UK) desenvolveu primeira vacina. Relacionou a varíola bovina com a humana. Mulheres que ordenhavam, tinham uma versão mais branda da doença.; • Pegou o líquido destas feridas nas vacas e inoculou num menino. Semanas depois, inoculou com o líquido de uma ferida humana e o garoto sobreviveu. 34 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 POLIOMELITE GERENALIDADES • 90.000 é o número de casos de sarampo na Europa durante o primeiro semestre de 2019 – mais de 17X comparado todo ano de 2016 (está aumentando o número de crianças que não estão sendo vacinadas – movimentos anti-vacina ganhando força). • Sarampo induz imunossupressão e apaga memórias de anticorpos anteriores – vacinação é muito importante, não podemos deixar a infecção do sarampo seguir livre . CRITÉRIOS PARA AS VACINAS VACINA IDEAL - OMS • Baixo custo; • Termo-estáveis; • Efetivas após uma única dose; • Aplicável para várias doenças; • Rota de mucosa – agulha pode causar desconforto; • Primeiros meses de vida. TIPOS DE IMUNIZAÇÃO • Imunização passiva: transferência de soro contendo anticorpos feitos num outro animal ou indivíduo; a transferência de anticorpos da mãe para o feto (ou recém-nascido via amamentação) também é uma forma de imunização passiva • Imunização ativa: corresponde à administração de antígenos a fim de gerar uma resposta imune específica no hospedeiro. VACINAÇÃO ATIVA • Anticorpos neutralizantes (IgG); • A quantidade e afinidade do anticorpo aumentam com imunizações repetidas.; • Geração da memória imunológica (B e T). 35 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 As células T de memória com alto potencial proliferativo não se formam até várias semanas após a primeira imunização. A rapamicina aumenta a capacidade proliferativa dessas células T de memória. IMUNIDADE DE REBANHO Só é atingida com vacinação, não se atinge imunidade deixando vírus se espalhar pela população – não vacinar vai levar a grande número de óbitos, precariedade sistema de saúde. ADJUVANTES Substâncias que promovem liberação lenta da vacina no tecido e induzem uma pequena inflamação no local. HIDRÓXIDO DE ALUMÍNIO (ALUM) • Aumenta incorporação dos antígenos; • Sinal de perigo: ativa TLR e inflamassomo; • Induz recrutamento de vários tipos celulares.; • Induz respostas Th2. Através da ligação do adjuvante aosreceptores de padrões, uma resposta inflamatória é gerada e dá sinal de partida para estimular, por exemplo, células B e produção de anticorpos e células T, que vão matar célula infectada ou formar células de memória. 36 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 BUSCA DE NOVOS ADJUVANTES PAPEL DAS DCS NOS ADJUVANTES TIPOS DE VACINAS DIFERENÇAS DAS VACINAS SABIN/SALK • SALK: vacina com vírus inativado, induz respostas de IgG muito boas; • SABIN: vírus atenuado (logo imunossuprimidos não podem tomar) que vai gerar forte resposta de IgA na mucosa, local da infecção primária do vírus da poliomielite, por exemplo. ATENUAÇÃO DAS VACINASS Exemplos: BCG (Bacillus Calmette-Guérin) para tuberculose, pólio (Sabin), tifo, sarampo, catapora, rotavirus, febre amarela e rubéola. VACINAS DE DNA/RNA • O DNA injetado diretamente pode ser apreendido por células do corpo e expresso em proteínas; • O hospedeiro pode produzir uma resposta imune contra as proteínas produzidas. VACINAS PARA SARS-COV2 37 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 RESPOSTA HUMORAL Vacinas induzem uma forte resposta humoral baseada em IgG – anticorpos neutralizantes. Decai em torno de 3 a 6 meses. RESPOSTA CELULAR Células de memória são ativadas em caso de reinfecção. VACINAS COM VETOR VIRAL Injeção do material nucleico → célula começa a produzir RNA, que será produzido em partículas virais → resposta imune ativada. VACINAS COM MRNA Indivíduo produz resposta imune contra proteína spike. ADJUVANTES DESSAS VACINAS Próprio vetor, própria vacina é o adjuvante. VACINAS COM VÍRUS INATIVADO 38 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 Pessoas que recebem plasma convalescente passam menos tempo no hospital de acordo com estudos. DOENÇAS SEM VACINAS Hipersensibilidade É uma resposta imune exagerada aos alérgenos, que acaba induzindo todos os sintomas observados no paciente. DOENÇAS ATÓPICAS Intensa produção de IgE e genes herdados dos pais influenciam nessas doenças atópicas (forte componente genético) – algumas questões ambientais/alimentares podem modular a resposta imune do indivíduo, tornando-o mais ou menos alérgico ao longo da vida. Principais: • Rinite alérgica; • Asma; • Eczema (dermatite atópica). 39 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 FATORES GENÉTICOS NAS ALERGIAS REAÇÕES ALÉRGICAS MEDIADAS POR IGE Anafilaxia local – picada de abelha: HIPERSENSIBILIDADE TIPO I: IGE LIGADA AOS MASTÓCITOS Já no período intrauterino o feto já é exposto a alérgenos ambientais através da alimentação/respiração materna – exposição continua nos primeiros anos de vida, e indivíduo que tem disposição genética para desenvolvimento de alergia + exposição ambiental tem a tendência a apresentar doenças alérgicas. IgE específico ao alérgeno presente nos mastócitos não fica livre na circulação, ela se gruda em receptores de altíssima afinidade para grudar especialmente IgE – produção de IgE leva a sensibilizar os mastócitos, basófilos e eosinófilos. Depois, ao longo da vida, basta indivíduo entrar em contato com alérgeno para fazer com que ocorra a ativação dessas células (secretando mediadores que produzem efeitos da alergia). Ativação de mastócitos pós contato com alérgeno: MEDIADORES DO MASTÓCTO ATIVADO ANAFILAXIA SISTÊMICA – CHOQUE ANAFILÁTICO • Ativação disseminada de mastócitos presentes no conjuntivo – mediadores produzindo efeitos clínicos importantes; • Letal, envolve aumento permeabilidade vascular disseminado, levando a perda de pressão sanguínea, constrição das vias respiratórias, e fechamento de epiglote que causa o sufocamento. (precisa tratar com adrenalina ou noradrenalina para relaxar a epiglote e aumentar a pressão sanguínea); • Geralmente ocorre em indivíduos alérgicos a picada de insetos, alimentos ou ainda medicamentos. 40 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 HIPÓTESE DA HIGIENE PARA A IMUNORREGULAÇÃO Pessoas que viviam no campo (animais do campo, etc) e tinham grupos familiares grandes (exposição a vários antígenos microbianos) desenvolviam respostas mais do tipo TH1 e tinham menos atopia na vida adulta; não tinham tanta asma/rinite. Indivíduos que cresceram em cidades, não tinham tantos irmãos e não foram expostos a tantos antígenos desenvolvem mais respostas do tipo TH2 e tem maior tendência a apresentar asma, rinite, eczema, etc. HIPÓTESE DA HIGIENE REVISITADA Também envolve uma grande produção de células regulatórias (ocorre balanço de células regulatórias), não depende apenas da forte polarização que acontece com pessoas que entram ou não em contato com as questões ambientais (desenvolvendo respostas do tipo TH2). PAPEL DAS CÉLULAS REGULADORAS NA SUPRESSÃO DA ALERGIA Balanço de células regulatórias é influenciado por questões alimentares e ambientais de contato. Células reguladoras são muito importantes na supressão de alergias. ALERGIAS ALIMENTARES Respostas mediadas por IgE nas alergias alimentares: Respostas IgE (principalmente) mediadas contra proteínas alimentares que induzem questões cutâneas, vasculares e de hipermotilidade intestinal. - Contato com a microbiota intestinal protege contra alergias. Tolerância oral: microbiota induz resposta imune que controla o crescimento microbiano. 41 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 Dieta rica em fibras e peixes protege contra alergias e inflamação (tanto na etiologia quanto apresentação clínica da doença). ASMA Doença alérgica e inflamatória. O que acontece com o pulmão durante o ataque de asma: Musculatura lisa estrangula árvore respiratória do paciente – decorrência da intensa produção de histamina (provoca contração da glote/epiglote). Pode ser letal. Fase aguda e tardia: Na fase aguda, resposta é muito semelhante a resposta clínica da rinite (respostas alérgicas IgE mediadas), levando a alterações na mucosa respiratória superior e inferior. Na resposta tardia, também temos outras células inflamatórias, que chegam no pulmão em grande quantidade; linfócitos T provocando alergia. Fase tardia: • Inflamação alérgica crônica leva à acumulação de eosinófilos no tecido – causando dano pulmonar; • Uma característica importante da asma é a inflamação crônica das vias respiratórias, com acúmulo de células Th2, Th9, Th17, eosinófilos e neutrófilos. Paciente com asma grave utiliza anticorpo Anti-IgE na imunoterapia, cromolina (bloqueia síntese de mediadores lipídios), corticosteroides (ação ant- iinflamatórias), antagonistas de leucotrienos (relaxamento da musculatura que estava estrangulando árvore brônquica) e agonistas beta adrenérgicos (relaxamento musculatura lisa- aliviando capacidade respiratória do paciente). 42 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 CONVIVENDO MELHOR COM AS DOENÇAS ATÓPICAS Melhorando a qualidade de vida: • Identificar a alergia específica; • Evitar contato com alérgenos; • Tratamento profilático; • Tratamento sintomático – anti-histamínicos, corticoide, etc. COMO PODEMOS TESTAR SE INDIVÍDUO É ALÉRGICO TERAPIA DE DESSENSIBILIZAÇÃO Desviar uma resposta alérgica em resposta inócua (trocar isotipo de IgE para IgG – IgG não se gruda aos mastócitos e, aos poucos, essas células vão ficando dessensibilizadas, não vão degranular). Os pacientes são injetados com doses progressivas do alérgeno via subcutânea (SCIT) ou sublingual (SLIT). HIPERSENSIBILIDADE TIPO I I HIPERSENSIBILIDADE TIPO II IGG CONTRA ANTÍGENOSDA SUPERFÍCIE CELULAR OU MATRIZ EXTRACELULAR; • Algumas drogas, e.g. a penicilina, quinidina (anti- arritmia cardíaca), e metildopa (anti-hipertensivo), podem levar a destruição de hemácias (anemia hemolítica) ou plaquetas(trombocitopenia) por anticorpos; • Nesta situação, a droga liga-se a superfície celular e serve de alvo para anticorpos anti-droga, que ativa o complemento na superfície celular levando à lise; • A lise também pode ocorrer pela remoção destas células cobertas por anticorpos por macrófagos do baço (possuem receptores Fc e receptores para complemento). DOENÇA HEMOLÍTICA DO RECÉM-NASCIDO Mãe que é Rh- gesta bebê Rh+ = mãe produz anticorpo anti-Rh, que passa pela placenta e se liga nas hemácias fetais. No primeiro bebê, o IgM não passa pela placenta porque ela é muito grande. No segundo filho, ela já vai ter uma troca de classe, vai ocorrer a troca de IgM para IgG se o segundo filho também for Rh+. IgG vai se ligar as hemácias, levando a perda de hemácias fetais e feto entra em anemia profunda – podendo ser fatal tanto para o bebê quanto para a mãe. Se faz a prevenção da doença com o rhogham (impede passagem de IgM para IgG). HIPERSENSIBILIDADE TIPO I I I - Presença de imunocomplexos, que são anticorpos contra antígenos que 43 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 entram pela rota sérica; podem induzir produção de IgG contra proteína que entrou + complemento = isso se deposita nos vasos e leva a inflamações bem sérias sistêmicas. HIPERSENSIBILIDADE TIPO III IGG CONTRA ANTÍGENOS SOLÚVEIS LEVANDO A FORMAÇÃO DE IMUNOCOMPLEXOS • A reação de Arthus é uma reação de hipersensibilidade tipo III. O IgG liga-se ao antígeno formando imunocomplexos que ativam o complemento. Isso leva à um aumento de permeabilidade vascular (causando o edema) e influxo de polimorfonucleares. DOENÇA DO SORO • Na era pré-antibiótica, o soro imune de cavalos era utilizado no tratamento de pneumonia pneumocócica; • Contudo, após 7-10 dias após injeção, ocorria a formação de imunocomplexos e os sinais clínicos da doença (febre, calafrios, vermelhidão, dor muscular, artrite, linfoadenopatia, glomérulo-nefrite); • Atualmente, a doença do soro pode aparecer após uso de imunoglobulina antilinfócitos (agente imunossupressivo para transplantados) e raramente após uso de estreptoquinase (enzima bacteriana), trombolítico, usada para tratar pacientes com infarto do miocárdio ou ataques cardíacos. HIPERSSENSIBILIDADE TIPO IV HIPERSENSIBILIDADE TIPO IV REAÇÕES TARDIAS MEDIADAS POR CÉLULAS • Este tipo de hipersensibilidade é mediado por células Th1 e macrófagos.; • Chamamos uma reação de hipersensibilidade tardia (DTH) porque demora 1-3 dias para que ocorra uma resposta imune após inoculação do antígeno. • A dermatite de contato é um exemplo de reação de hipersensibilidade tardia; • Ocorre quando alguns componentes químicos (níquel) se ligam covalentemente a proteínas do hospedeiro (funcionando como um hapteno químico). • Alguns agentes químicos como o pentadecilcatecol são solúveis em lipídios, então entram nas células e podem modificar proteínas intracelulares; • Peptídeos intracelulares são apresentados via MHC classe I para células CD8+ - estas podem destruir as células que apresentam estes antígenos ou secretar citocinas como o IFN-. 44 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 Imunidade Tumoral O câncer é uma das 3 maiores causas de morte nos países industrializados, inclusive no Brasil. Ele ocorre devido ao crescimento progressivo de uma célula modificada (imortal, se multiplicando para sempre e possivelmente criando focos de metástases). Em boa parte do tempo, existe um equilíbrio (que tende a ir para o lado do sistema imune, combatendo o câncer). Por evasão tumoral ou outros mecanismos, o sistema imune perde o controle e o tumor avança. IMUNOVIG ILÂNCIA Uma das funções fisiológicas do sistema imune é reconhecer e destruir células transformadas antes que desenvolva os tumores. - Reconhecimento das células tumorais se dá pelo reconhecimento de antígenos (feito pelos linfócitos). IMUNIDADE ANTI-TUMORAL É MEDIADA POR CÉLULAS • Células envolvidas: possuem funções citotóxicas bem definidas; o Imunidade inata: células NK; o Imunidade adaptativa: células T (CD8+ e CD4+ - respostas citotóxicas melhoram). A questão é como as células do sistema imune distinguem o tecido tumoral do saudável? ANTÍGENOS TUMORAIS – NEOANTÍGENOS Antígenos tumorais são expressos de forma diferenciada nas células tumorais. Em célula normal, temos moléculas de MHC de classe 1 próprio, linfócitos T respeitam essas proteínas de membrana como próprias. Durante transformação tumoral, existe a aquisição de mutações, que transformam os antígenos em neoantígenos, que são reconhecidos pelo sistema imune. ANTÍGENOS TUMORAIS NÃO MUTANTES Presença exagerada de antígenos pode despertar atenção do sistema imune, não necessariamente precisam ser mutados. Antígenos expressos apenas no período fetal também chamam atenção do sistema imune. 45 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 INDUÇÃO DA CÉLULA T CITOTÓXICA (CTL) O passo inicial da transformação de um tumor é a liberação de diversas proteínas, que podem ser fagocitadas por células dendríticas, macrófagos infiltrantes. Essas células apresentadoras levam pedaços do tumor até o órgão drenante mais próximo, onde esses antígenos tumorais serão apresentados a Linfócitos T virgens. As células T são ativadas e se multiplicam no linfonodo; vão para corrente sanguínea e, por quimiotaxia, vão chegar ao local do tumor. Depois de fazer diapedese, essa célula T ativada está apta a reconhecer o neoentígeno e fazer a resposta citotóxica, matando a célula tumoral. INDUÇÃO DAS CÉLULAS NK As células NK reconhecem antígenos das células tumorais através de receptores de superfície. Um sinal potente que faz com que célula NK não destrua célula saudável é a ligação desse receptor inibitório com MHC de classe 1. Em alguns tumores, para tentar escapar da resposta imune, o MHC de classe 1 deixa de ser expresso, disparando ataque das células NK. Em células tumorais danificadas, o receptor inibitório de ativação reconhece receptores que se ligam a receptores inibitórios de célula NK, induzindo a lise e a atividade citotóxica. Alguns dos receptores de ativação são receptores FC, que ligam IgG por exemplo, se célula tumoral estiver coberta por anticorpos, célula NK pode fazer ADCC (resposta citotóxica celular dependente de anticorpos). Células apresentadoras de antígeno geram sinapse imunológica com célula-alvo, se liga nos receptores para haver o reconhecimento, injeta perforinas e granzimas (presentes em grande quantidade), perforinas formam polímeros, poros, e granzimas passam para induzir apoptose. RESPOSTA CITOTÓXICA CONTRA O CÂNCER Escape da resposta imune: • A maioria dos tumores tem baixa imunogenicidade – deixam de apresentar antígenos, escapando da resposta imune; • A frequência de células T CD8+ na maioria dos pacientes é muito baixa – menos combate ao câncer. IMUNO-EDIÇÃO 46 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 Para qualquer tipo de câncer, existem 3 importantes etapas acontecendo: imunovigilância (eliminação de células tumorais), estágio de equilíbrio (câncer estacionado, sem progressão clínica nem regressão do tumor – gera instabilidade genética por pressão do sistema imune) e escape (progressão oncológica). MECANISMOS DE EVASÃO DO SISTEMA IMUNE 1. Diminuição da expressão de antígenos imunogênicos – falta de reconhecimento pelo sistema imune; 2. Secreção de proteínas imunossupressoras – inibição das células T; 3. Diminuição da expressão de MHC I – células T não reconhecem tumor. PAPEL DAS CÉLULAS NK NA RESPOSTA ANTI-TUMORAL Quando o MHC de classe 1 deixa de ser expresso, quem entra em ação são as células NK, que através do reconhecimento da falta desse MHC matam as células tumorais que não apresentam ele. IMUNOTERAPIA IMUNOTERAPIADO CÂNCER • Aumentar a eficiência da resposta imune contra o tumor para utilizar como terapia antitumoral; • Quanto mais específica, mais rapidamente ela elimina completamente o tumor; • Uma imunidade tumoral eficaz inclui uma destruição total das células malignas sem comprometimento das outras células do indivíduo. • Terapias com infusões de citocinas; • Transferência celular adotiva. • Inibidores de checkpoints imunes; • Terapias com vírus oncolíticos; • Vacinas. VACINAS COM CÉLULAS DENDRÍTICAS PULSADAS 47 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 Células T, agora ativadas, geram resposta imune contra células cancerosas. TEORIA ADOTIVA CELULAR • Células NK ativadas com IL-2 (LAK); • Células que infiltram o tumor ativadas com IL-2. Através de cirurgia, se retira os linfócitos infiltrantes do tecido tumoral, se coloca os linfócitos in-vitro em uma placa com IL-2 (estimula linfócitos T e ativa células NK). Esses linfócitos e células NK são proliferados em cultura e reinjetados no paciente para eliminar tumor. Terapia adotiva no Melanoma Metastático: TERAPIA ADOTIVA COM CÉLULAS CAR-T Muito cara. Nela, se coloca no DNA das células do paciente (isoladas), um gene que expressa um receptor específico ao tumor do paciente. As células T modificadas geneticamente em laboratório são expandidas in vitro com IL-2 (induz mitose) e são reinfusionadas no paciente, reduzindo tumores. TERAPIA COM ANTICORPOS MONOCLONAIS Utilização de anticorpos monoclonais que reconhecem antígenos tumorais para eliminar o tumor. Monoclonais para o câncer: VÍRUS ONCOLÍTICOS Vírus que tem uma inserção específica de genes que podem estimular a resposta imune ou desativar tumores de forma específica. Em células saudáveis, não causa nada. 48 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 INIBIDORES DE CHECKPOINT IMUNE - Descobriram anticorpos que destravam as células T dos pacientes. Quando linfócito T não está travado (não tem receptores inibitórios engajados com o tumor), ele libera seus mediadores e mata a célula-alvo. Os anticorpos descobertos (Anti-CTLA-4 e Anti-PD1) se ligam aos receptores inibitórios das células T e desinibem a célula T. Pode ter efeitos colaterais em alguns tipos de câncer. ANTI-CTLA-4 E ANTI-PD1 Autoimunidade • Diariamente são produzidos linfócitos auto-reativos pelo timo e medula óssea. (os quais estimulam, por exemplo, a neurogênese – estimulam neurônios para cumprir suas atividades. Também já foram encontradas auxiliando atividade cardíaca); • Autoimunidade é a agressão do sistema imune contra antígenos do próprio corpo, causando dano tecidual; • Envolve uma quebra da tolerância ao próprio – clones auto-reativos desencadeiam resposta imune contra o corpo. DOENÇAS DOENÇAS ÓRGÃO-ESPECÍFICAS 49 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 DOENÇAS SISTÊMICAS CAUSAS - Fator de risco genético é necessário, mas também precisamos ter estímulos ambientais. Geralmente são mais frequentes em mulheres. FATORES GENÉTICOS: TOLERÂNCIA CENTRAL E PERIFÉRICA PERIFÉRICA Células Treg impedem respostas exacerbadas. Caso contrário, temos doenças autoimunes. DOENÇAS AUTOIMUNES TIPO 2 DANOS MEDIADOS POR ANTICORPOS 50 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 Podemos observar a formação de auto-anticorpos contra receptores celulares ou matriz extracelular levando à formação de algumas doenças autoimunes. MIASTENIA GRAVIS Na miastenia gravis, temos autoanticorpos contra o receptor da acetilcolina que bloqueia a transmissão neuromuscular (levando à flacidez muscular) e induz resposta inflamatória na junção neuromuscular, impedindo a movimentação de tecidos (como ocular). Tratamento: drogas imunossupressoras e timectomia (aos que não respondem ao tratamento medicamentoso). DOENÇAS AUTOIMUNES TIPO 3 LÚPUS IMUNOCOMPLEXOS - Levam ao quadro sistêmico (circulam, levam a lesões cutâneas em áreas expostas a radiação solar, como face, braços, etc). Podem levar a artropatias, danos articulares, danos pulmonares, nefrite. IgG contra um outro anticorpo ou IgG contra antígenos nucleares formando massas de anticorpos + complemento = ativam respostas inflamatórias sistêmicas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 51 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 Manifestações variadas: • Evolução crônica; • Períodos de exacerbação e remissão; • Pode cursar com: artrite, nefrite, vasculite, quadros neuropsiquiátricos, hiperatividade retículoendotelial e pneumonite, entre outros. LES Não tem cura, se trata os sintomas. Fatores hormonais: • Papel do estrogênio → predominância de pacientes (> 85%); • Reposição terapêutica de estrogênio → risco aumentado; • Melhora mediada por androgênio → imunossupressores. Fatores ambientais: • Metais pesados; • Pó de sílica; • Solventes, corantes capilares e fumo do tabaco; • Medicamentos (antibióticos); • Luz solar; • Poluição; • Infecções virais: EBV, CMV, herpes zoster e HSV... • Tripanossomíase e micobacterioses; • Fatores dietéticos: elevada ingestão de gordura. UV: Induz apoptose (mata células principalmente da epiderme) e exposição de antígeno. Exposição do núcleo faz com que célula sirva de alvo para esse anticorpo que circula em grande quantidade contra DNA, contra histonas, contra proteínas nucleares. Desregulação imune no LES: Reações inflamatórias vasculares mediadas pelo imunocomplexo IgG contra células vasculares + complemento (chamam células inflamatórias para os vasos, produzem mediadores) que geram quadro clínico. DOENÇAS AUTOIMUNES TIPO 4 • Células T específicas ao antígeno próprio podem causar dano tecidual diretamente ou causar inflamação local pelo recrutamento de macrófagos.; • Diabetes melitus (insulinodependente, IDDM): as células b produtoras de insulina do pâncreas são destruídas por células T (CD8+) auto-reativas. Paciente se torna inuslinodependente. 52 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 DOENÇA REUMATOIDE • Artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica que causa dor, inchaço, enrijecimento e perda da função nas articulações + lesões sistêmicas em múltiplos órgãos (também é uma doença sistêmica); • Afeta 0,5 - 1% da população mundial; • Ocorre devida ativação das células Th1 e Th17 que reconhecem auto-antígenos nas articulações; produção de citocinas que provocam a inflamação com acúmulo de polimorfonucleares. Manifestações clínicas: Dores articulares são simétricas. Imunopatogênese: Mediada inicialmente por células T (TH1 e TH17) que reconhecem antígenos da cartilagem, ao longo do tempo, recrutam outras células imune que produzem anticorpos autoimunes, etc. Essas células com anticorpos formam o 53 Anna Luiza Ferreira – ATM 25 Pannus (ataca tanto disco articular da cartilagem quanto desgasta epífises ósseas), que é o infiltrado encontrado na sinovite, gerando dor articular. Essa doença pode chegar a incapacitar movimentação articular dos pacientes. Fator reumatóide: Anticorpo anti-IgG ou IgG anti IgG – massas de anticorpo contra anticorpo, provoca inflamação. Serve de prognóstico clínico, indicativo que paciente está com doença ativa. Déficit cognitivo nesses pacientes provavelmente se deve a presença de auto-anticorpos contra antígenos cerebrais (como contra MBP). ESCLEROSE MÚLTIPLA • Caracterizada pela desmielinização de fibras nervosas; • Atinge de forma crônica principalmente adultos jovens (25-30 anos); • Mecanismos de dano tecidual: autoimunidade do tipo IV; • Mais comum em mulheres: razão F:M de 2:1 a 7:1; • 50-70% dos pacientes tem o HLA-DR15 (B1*1501). Sintomas: Diagnóstico: - Ocorre o ataque de fibras de mielina por Células T. Em exames de imagem,
Compartilhar