Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CAPÍTULO 20 SEMIOLOGIA – ODONTOGRAMA OARF-2016 EXAME CLÍNICO E PLANO DE TRATAMENTO O exame clínico é a colheita de dados (sinais e sintomas) que constituirão a base do diagnóstico. Divide-se em anamnese ou exame subjetivo e exame físico ou exame objetivo. Sinais: são manifestações clínicas visíveis e perceptíveis pelo profissional, através dos seus sentidos naturais. Ex: mobilidade dental, tumefação na face (abscesso, tumor), úlceras na mucosa bucal, mal hálito, etc. Sintomas: são manifestações subjetivas percebidas pelo paciente e relatadas ao profissional. Ex: dor, náusea, cansaço, prurido, dormência, etc. O exame clínico deve ser sistemático, detalhado e completo, de forma a permitir a identificação das alterações iniciais nos dentes, no periodonto e em todas as demais estruturas da boca. Exame clínico: primeiro contato com o paciente no momento em que se colhem informações sobre a saúde geral e dental do mesmo. Exame clínico Anamnese Identificação do paciente Queixa principal História da doença atual História buco-dental História médica Antecedentes familiares Hábitos nocivos e higiênicos Exame físico Aspecto geral do paciente Exame loco-regional - extra-bucal e intra bucal Anamnese. Significa recordar. É uma conversa onde o CD procura retirar o máximo de informações do paciente. É importante ao profissional durante a anamnese: a) O diálogo franco entre o examinador e o doente; b) A disposição para ouvir, deixando o paciente falar a vontade, interrompendo-o o mínimo possível; c) Demonstrar interesse não só pelos problemas do paciente, mas por ele, como pessoa; d) Possuir conhecimento científico, controle emocional, dignidade, bondade, afabilidade e boas maneiras, a fim de obter um relato completo e poder chegar a um diagnóstico. As diversas fases do interrogatório que constitui a anamnese são as seguintes: 1.Identificação do paciente – pode ser realizada tanto pelo profissional, como por pessoal auxiliar. É recomendado, sempre que possível, que os elementos de identificação sejam tomados por um auxiliar antes que o paciente entre em contato com o profissional. CURSO DE AUXILIAR EM SAÚDE BUCAL 147 OARF-2016 Devem ser anotados os seguintes dados do paciente: • Nome • Endereço e telefone • Data de nascimento • Sexo • Estado civil • Raça • Profissão • Indicação • Endereço e telefone de pessoa amiga ou parente próximo. 2.Queixa principal – Representa o motivo que o levou o paciente à consulta. Sempre que possível deve ser registrada com as próprias palavras do paciente. 3.História da doença atual - resulta no histórico completo e detalhado da queixa apresentada em toda a sua evolução temporal e sintomatológica. 4.História buco-dental - inquirir sobre tratamentos já realizados. Verificaremos a frequência do paciente em relação aos serviços odontológicos e como foi esta experiência. 5.História médica - alergias ou sensibilidade a medicamentos ou anestésicos, e algum problema de saúde importante, que necessite de medidas profiláticas. Doenças infecto-contagiosas: Herpes, AIDS, Hepatites. 6.Antecedentes familiares - diabetes, doença cardiovascular, doenças alérgicas. 7.Hábitos - higiene dental (escovação com fio dental), roer unhas, tampas de lápis ou similares, chupar chupeta ou dedo, fumo, ingestão de bebidas alcoólicas. Exame físico ou objetivo. Geralmente sucede a anamnese e objetiva a pesquisa de sinais presentes. A boca é uma região do organismo, que permite por suas condições anatômicas, a visualização de praticamente todas as suas estruturas. Dessa maneira, a inspeção visual - direta ou indireta (através de espelhos) - e a palpação digital são as manobras mais utilizadas. Inspeção: o exame completo deve começar pelos tecidos moles, dentes e por fim a oclusão. Pode ser realizado através do modo direto, quando utilizamos os olhos ou indireto, quando utilizamos o espelho bucal. Palpação: ela nos fornece informações a respeito da consistência, limites, sensibilidade, textura superficial, infiltração, pulsação, flutuação, mobilidade e temperatura da lesão. Praticamente todas as estruturas da boca são acessíveis à palpação. No exame dos dentes, quase sempre se utiliza a palpação indireta através de exploradores. Auscultação: ausculta de estalidos da região da Articulação Têmporo-mandibular (ATM). Percussão: é um teste utilizado principalmente na identificação de qual elemento dentário está produzindo a dor no paciente. Normalmente se utiliza o cabo do espelho, batendo-o contra a coroa do dente em direção do seu longo eixo. Olfato: o hálito da pessoa pode ter alto valor semiológico. Pessoas com tumores malignos avançados possuem hálito putrefato significativo. CURSO DE AUXILIAR EM SAÚDE BUCAL 148 OARF-2016 Anotações no odontograma O exame clínico do paciente constitui uma série de observações que o examinador realiza especialmente pelos órgãos do sentido. O cirurgião-dentista utiliza de forma particular, a visão, o tato, a audição e, ocasionalmente, a olfação. Na ficha clínica devem ser anotadas as restaurações dentárias existentes e as faces envolvidas, com descrição da cor e tipo de material restaurador empregado, assim como, as próteses devem ser minuciosamente descritas no que tange à sua classificação, se fixa ou removível se parcial ou total, e materiais utilizados e elementos substituídos. Visando metodizar o procedimento, as restaurações existentes deverão ainda ser registradas em odontograma específico, com a maior precisão possível, no que tange ao contorno e dimensões. Tal conduta fornece dados relevantes no caso de apuração de responsabilidade profissional, sendo de importância fundamental na identificação pelas características dentárias. Aspecto geral do paciente É avaliado no primeiro contato com o paciente. Observa-se a postura, apresentação, atitude (sociável, simpático, calado). Exames complementares Exames que ampliam e ajudam no diagnóstico da lesão. Radiografias intra e extra- orais; citologia esfoliativa ou biópsia; modelos dos arcos dentários dos pacientes em gesso e fotos. Plano de Tratamento É um conjunto de métodos e medidas organizados e hierarquizados mediante as necessidades do paciente. Estratégia a ser seguida para dinamizar o tratamento. Devem-se seguir regras básicas de prioridades: primeiro, tratar a dor ou desconforto e, depois, as estruturas de base para, então, partir para a restauração dos dentes. Assim, pode-se traçar o planejamento na seguinte sequência: CURSO DE AUXILIAR EM SAÚDE BUCAL 149 OARF-2016 1) Tratar as emergências - dor, fratura dentária, queda de provisório. 2) Tratar problemas periodontais e cirúrgicos 3) Tratar problemas endodônticos. 4) Tratamento restaurador das lesões de cárie 5) Tratamento ortodôntico - Implante 6) Tratamento protético. Orçamento Valor do tratamento a ser executado no paciente. Parte delicada do tratamento em que o ACD pode atuar de maneira efetiva, ajudando sobremaneira o CD. ANATOMIA BUCAL CURSO DE AUXILIAR EM SAÚDE BUCAL 150 OARF-2016 FICHA CLÍNICA CURSO DE AUXILIAR EM SAÚDE BUCAL 151
Compartilhar