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Sociedades empresariais 2

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Sociedades empresariais 
 
Noções gerais e sociedades simples 
As sociedades são consideradas pessoa jurídica de direito privado, ao lado das 
associações, fundações, organizações religiosas, partidos políticos e da EIRELI. Mas o 
que diferencia as sociedades de das outras pessoas jurídicas (com exceção da EIRELI) é 
a finalidade lucrativa. Quando cria uma sociedade então, o seu objetivo é lucrar com ela 
exercendo uma atividade econômica. Isso não vai acontecer nos outros casos, como são 
as fundações e associações, por exemplo, que são pessoas jurídicas constituídas sem 
fins lucrativos. 
A sociedade nada mais é que um grupo de pessoas que se reúne com o intuito de obter 
lucro. Para isso, essas pessoas constituem uma nova pessoa, diferente da pessoa física 
de cada um dos sócios. Essa nova pessoa vai se chamar pessoa jurídica, e ela vai valer 
para o mundo do direito a mesma coisa que as pessoas físicas. No caso das sociedades 
então, quem exercerá a atividade descrita lá no 966 do Código Civil, que nós já 
estudamos, é a pessoa jurídica. Portanto, numa sociedade, o empresário é a própria 
sociedade, que manifesta a sua vontade por meio dos sócios. 
Pluralidade de sócios e affectio societatis: Para que a sociedade possa ser constituída, 
existem dois pressupostos que estão presentes em todas as sociedades: a pluralidade 
de sócios e a affectio societatis. A pluralidade de sócios nada mais é que a presença de 
duas ou mais pessoas para a criação de uma sociedade, visto que o direito brasileiro não 
permite que seja criada uma sociedade de uma pessoa só. Neste sentido, eu tenho duas 
ponderações a fazer 
 1. Embora alguns autores defendam que a EIRELI seja uma sociedade unipessoal, o 
posicionamento majoritário é no sentido de que a EIRELI não é considerada uma 
sociedade, visto que ela está elencada no rol das pessoas jurídicas de direito privado. 
2. E em segundo lugar, é importante dizer também que a lei permite que certas 
sociedades tenham apenas um sócio, mas isso acontece em caráter excepcional. O 
segundo pressuposto é a affectio societatis, que nada mais é que a intenção dos sócios 
de contraírem uma sociedade. Ou seja, ela é o elemento subjetivo que existe em cada 
sócio, e é a confiança que faz com que os sócios tenham a intenção de constituir uma 
sociedade entre si. 
Sociedades Simples: Existem duas divisões clássicas que a doutrina costuma fazer entre 
as sociedades: a primeira é a divisão entre sociedades empresárias e sociedades simples. 
A atividade, para ser considerada empresária, deve ser profissional, econômica, 
organizada, para a produção ou circulação de bens ou de serviços. Se a sociedade 
preenche esses requisitos, ela será considerada empresária, porém se ela não preenche 
estes requisitos, ela será considerada simples. Lembrando que existem exceções: as 
atividades intelectuais, do produtor rural e das sociedades de advogados. 
Organização das Sociedades Simples: Outro ponto importante também é que as 
sociedades simples podem escolher a forma de qual tipo societário irão operar. 
Portanto, ao constituir a sociedade simples, os sócios decidirão se essa sociedade se 
organizará sob forma de sociedade simples ou sob forma de sociedade empresária. 
Vamos entender melhor: a sociedade simples pode se organizar sob forma, por 
exemplo, de uma sociedade limitada. Isso não tornará ela uma sociedade empresária, e 
sim uma sociedade simples operando sob forma de sociedade limitada. No entanto, se 
os sócios não se manifestarem sobre isso no contrato social, ela irá operar sob a forma 
regular da sociedade simples, que a doutrina chama de sociedade simples pura. 
Registro das Sociedades: O local onde deverá ser realizado o registro empresarial das 
sociedades varia de acordo com a atividade exercida. Se a sociedade exercer atividade 
simples, o órgão competente para registro é o RCPJ. Mas se a atividade exercida pela 
sociedade for de natureza empresária, o registro deverá ser realizado na junta 
comercial. 
 
 
Capital Social 
CONCEITO - O capital social é o montante de contribuições dos sócios para a sociedade, 
a fim de que ela possa cumprir seu objeto social. 
Então, antes da sociedade iniciar suas atividades, é necessário que ela tenha uma 
estrutura mínima. E para isso, é claro que a sociedade vai precisar de dinheiro. Então 
funciona assim: os sócios separam uma parcela do seu patrimônio pessoal e reúnem 
para que a sociedade possa então iniciar os seus trabalhos, comprando maquinário, 
contratando pessoal e tudo mais. 
É importante saber que esse valor que é pago pelos sócios não precisa ser 
necessariamente em dinheiro. Qualquer bem que seja dotado de valor econômico pode 
compor o capital social. Então o capital social é basicamente isso: o valor estipulado 
pelos sócios como necessário para o início da atividade. A partir desse momento, a ideia 
é que a sociedade pegue esse valor e comece a multiplicar o seu patrimônio. O capital 
social é dividido em várias partes iguais, que vão receber o nome de quotas ou ações, 
dependendo do tipo societário adotado. Se a sociedade for limitada, por exemplo, o 
capital social é dividido em quotas, enquanto se a sociedade for anônima, a divisão do 
capital social é feita em ações. 
O valor pago por cada sócio irá corresponder à participação que ele tem na sociedade. 
Então se o capital social é de R$100.000 e um sócio pagou R$60.000, ele terá adquirido 
60% das quotas daquela sociedade. Capital subscrito x integralizado: Seguindo esse 
pensamento, vamos ver como acontece na prática. 
Existem dois momentos diferentes em relação ao pagamento do capital social, que 
acontecem no início da sociedade. O momento em que o capital social está subscrito e 
o momento em que ele está integralizado. Vamos entender isso agora então: quando a 
sociedade é constituída, cada sócio se compromete a dar a sua contribuição para o 
capital social. Esse valor que cada um dos sócios se compromete a pagar recebe o nome 
de capital subscrito. 
EXEMPLO – Então digamos que uma sociedade limitada tem três sócios, Léo, Renato e 
Gabriel. Eles decidem que para essa sociedade começar a funcionar, serão necessários 
R$ 120.000 de capital social, onde o Léo pagará R$ 60.000, o Renato pagará R$ 30.000 e 
o Gabriel entrará com outros R$ 30.000. Cada um desses valores então corresponde ao 
capital subscrito por cada um deles, ou seja, o que cada um se comprometeu a pagar. 
Passado um mês, o Léo pagou a sua parte, o Renato também pagou a sua parte, mas o 
Gabriel realizou o pagamento de apenas R$ 10.000. 
O capital subscrito é aquele que os sócios se comprometem a pagar, enquanto capital 
integralizado, é aquele que eles efetivamente realizaram o pagamento. Voltando para o 
exemplo: o Léo integralizou R$ 60.000, o Renato integralizou R$ 30.000, mas o Gabriel 
subscreveu R$ 30.000, mas só integralizou R$ 10.000. Aí você me pergunta: para que 
serve essa diferenciação entre capital subscrito e integralizado? Essa distinção é uma 
das mais importantes no estudo do direito societário, porque vai determinar a 
responsabilidade da sociedade, já que essa responsabilidade dos sócios é limitada ao 
CAPITAL SUBSCRITO! Ou seja, se o sócio subscreveu 30, mas só pagou 10, ele tem a 
obrigação de tirar outros 20 do bolso dele para pagar essa dívida que tem com a 
sociedade. E pior, se a sociedade contrair uma dívida, o credor vai poder atacar o 
patrimônio pessoal do sócio até os limites que esse sócio subscreveu. Portanto, no 
exemplo, como o Gabriel subscreveu R$ 30.000 e pagou só R$ 10.000, quanto é que o 
credor da sociedade poderia cobrar do patrimônio pessoal do Gabriel? O credor poderá 
alcançar R$ 20.000 do patrimônio pessoal do Gabriel. 
Modificação no capital social: Para que o capital social seja aumentado a lei não traz 
muitas objeções. Por outro lado, a diminuição do capital social só poderá ser feita caso 
aconteçam as hipóteses previstas na lei. E essa diminuiçãosó pode acontecer em dois 
casos específicos que estão no artigo 1.082 do Código Civil, que diz o seguinte: 
 Art. 1.082. Pode a sociedade reduzir o 
capital, mediante a correspondente 
modificação do contrato: 
 I - depois de integralizado, se houver 
perdas irreparáveis; II - se excessivo em 
relação ao objeto da sociedade. 
 
É importante dizer também que, tanto o aumento quanto a diminuição do capital social 
só terão validade após a correspondente modificação no contrato social da sociedade, 
porque os atos não levados a registro não são oponíveis a terceiros. 
 
 
Princípios do Direito Societário 
 Princípio da autonomia patrimonial, que se divide ainda em dois outros pontos, que 
são os da responsabilidade limitada e o da responsabilidade subsidiária; 
 Princípio majoritário nas deliberações sociais; 
 Princípio da proteção ao sócio minoritário. 
 
Princípio da Autonomia Patrimonial: Esse é com certeza o princípio mais importante do 
direito societário. Segundo o princípio da autonomia patrimonial, a pessoa jurídica da 
sociedade é completamente diferente da pessoa dos sócios, e por isso ela tem o seu 
próprio patrimônio, que é completamente distinto do patrimônio dos sócios, ou seja, 
esses patrimônios não se comunicam. Portanto se a sociedade contrai uma dívida, quem 
deve pagar essa dívida é a sociedade, com seu próprio patrimônio, sem que o patrimônio 
pessoal do sócio seja atingido. 
Responsabilidade Limitada: Nesse subprincípio, a lógica é a mesma: se o patrimônio da 
sociedade e do sócio são diferentes, então o patrimônio dos sócios não poderá ser 
atingido por conta de dívidas contraídas pela sociedade. 
[EXEMPLO] - Então digamos que Patrícia, Joana e Larissa resolvem abrir uma casa de 
festas, e para isso cada uma se compromete a pagar R$100.000, formando um capital 
social de R$300.000. A sociedade então começa a comprar materiais e aparelhos e gasta 
todos os R$300.000 de capital social, sobrando uma dívida de R$10.000 com uma 
sociedade que trabalha com serviços de iluminação. Essa sociedade credora então 
aciona o poder judiciário para cobrar os R$10.000 de volta e descobre que não tem mais 
dinheiro no empreendimento. Pode então esse credor pedir ao juiz a penhora do 
patrimônio pessoal das sócias para satisfazer a dívida? E a resposta é não! Isso porque a 
responsabilidade dos sócios é limitada. Portanto, só quem vai responder por essa dívida 
é a pessoa jurídica da casa de festas. 
“A responsabilidade dos sócios é limitada, mas limitada até aonde exatamente?”. A 
responsabilidade dos sócios aqui é limitada ao capital subscrito pelos sócios, ou seja, é 
aquele que o sócio se compromete a pagar e o capital integralizado é aquele que ele 
efetivamente pagou. Então se o sócio subscreve um valor, a responsabilidade dele irá 
até este valor que ele determinou. Se ele não integraliza esse valor, ou seja, não paga o 
que prometeu, o credor da sociedade poderá ir buscar essa diferença no patrimônio do 
sócio. Vale lembrar que a limitação da responsabilidade dos sócios não é regra para 
todas as sociedades. Ou seja, existem alguns tipos societários em que a responsabilidade 
dos sócios será ilimitada, o que irá permitir que o credor busque o patrimônio do sócio 
por conta de dívidas contraídas pela sociedade. 
Responsabilidade Subsidiária: Além da responsabilidade dos sócios ser limitada, ela 
também é subsidiária. Isso significa que o credor jamais poderá alcançar o patrimônio 
do sócio antes do da sociedade, até mesmo nas sociedades em que a responsabilidade 
dos sócios for ilimitada. Ou seja, existe uma ordem a ser seguida para que o credor possa 
alcançar o patrimônio do sócio. Primeiro ele deve atacar os bens da sociedade, e só após 
não haver mais nada naquela sociedade que ele poderá se dirigir ao patrimônio do sócio. 
Isso acontece porque a responsabilidade dos sócios é subsidiária. 
Obs.: A responsabilidade subsidiária não permite que o credor ataque o patrimônio 
pessoal dos sócios nas sociedades limitadas, ele apenas estabelece uma ordem, que só 
será aplicada para as sociedades de responsabilidade limitada nos casos da 
desconsideração da PJ. 
Princípio Majoritário nas Deliberações Sociais: O princípio majoritário nas deliberações 
sociais traz a ideia de que para que algo seja decidido dentro de uma sociedade, deve 
prevalecer a vontade da maioria. Nesse caso o que prevalecer aqui é a vontade dos 
sócios que tenham a maior fatia do capital social. 
Princípio da proteção ao sócio minoritário: Apesar de todas as decisões importantes 
estarem nas mãos dos sócios majoritários, a lei criou mecanismos que não permitem 
que ele haja de forma abusiva com os demais sócios. Então o sócio majoritário não pode, 
por exemplo, convocar uma assembleia e fazer uma votação aumentando os seus 
próprios ganhos e diminuindo o dos minoritários, deve haver uma proteção a esses 
sócios minoritário. 
 
 
Classificação das sociedades empresárias 
Existem 5 tipos de sociedades empresárias no direito brasileiro: 
1. Nome coletivo; 
2. Comandita simples; 
3. Comandita por ações; 
4. Limitada; 
 5. Anônima 
A primeira coisa que precisa saber é que esse rol de sociedades é taxativo. Portanto, só 
se pode usar um desses formatos para se iniciar uma sociedade no Brasil, visto que a 
nossa legislação não permite que existam sociedades atípicas. 
Sociedades Contratuais x Institucionais: A primeira classificação tem a ver com a 
maneira como a sociedade é constituída e dissolvida. Divide-se em sociedades 
contratuais e institucionais. As sociedades contratuais são constituídas por meio de um 
contrato entre os sócios, que recebe o nome de contrato social. Já nas sociedades 
institucionais, o ato constitutivo da sociedade é o estatuto social. E a principal diferença 
entre os dois é a natureza: no primeiro caso o vínculo firmado entre os sócios terá 
natureza contratual, e por isso, a relação dos sócios será regida pelos princípios do 
direito contratual. Já no caso das sociedades institucionais, o vínculo não terá natureza 
contratual, se aplicando a Lei 6.404/76. 
Outra coisa que é importante saber diz respeito à autonomia de vontade dos sócios na 
hora de contrair a sociedade. Nas sociedades contratuais, a autonomia de vontade dos 
sócios é máxima, tendo eles uma grande liberdade para disciplinar as regras daquela 
sociedade. Já no caso das sociedades institucionais, a autonomia de vontade dos sócios 
é mínima, ou seja, não há muita margem para se criar novas regras para essas 
sociedades. Isso acontece porque a maior parte das regras das sociedades institucionais 
já se encontra disciplinada na Lei. 
E para fechar essa diferenciação, as sociedades contratuais são dissolvidas de acordo 
com a normas do Código Civil, enquanto as sociedades institucionais são dissolvidas de 
acordo com o disposto na lei 6.404/76, que é a lei das sociedades por ações. 
Sociedades de pessoas x de capital: Para entender a diferença entre sociedade de 
pessoas e sociedade de capital, primeiro é preciso que se entendam a importância da 
confiança nas sociedades. Então vamos lá: Digamos que “A” tá abrindo um 
empreendimento pequeno junto com o seu irmão, uma banca de jornais. Toda manhã 
“A” vai buscar os jornais enquanto seu irmão toma conta e administra a banca. Em um 
determinado dia, seu irmão chega pra você e diz que vai sair da sociedade, mas que você 
não deve se preocupar, porque ele vai colocar no lugar dele um amigo. “A” não conhece 
o indivíduo, não sabe se ele é responsável, organizado. Será que “A” irá continuar na 
sociedade com esse cara que não sabe quem é? Bom, aí é que tá o X da questão. Nesses 
empreendimentos de menor porte, como é o caso das sociedades limitadas, por 
exemplo, a confiança entre os sócios é muito importante. Ou seja, a pessoa de cada 
sócio faz diferença para o bom funcionamento da sociedade. E essa confiança entre os 
sócios tem um nome jurídico, que é affectio societatis.A affectio societatis é o vínculo 
psicológico que faz com que os sócios tenham vontade de contrair e manter a sociedade. 
Essas sociedades onde as características de cada sócio fazem diferença são chamadas 
de sociedades de pessoas. 
Por outro lado, nas sociedades de maior proporção, como são as sociedades anônimas, 
por exemplo, a figura pessoal do sócio não vai fazer tanta diferença para o 
funcionamento da sociedade, porque nessas sociedades o importante é a arrecadação 
de capital para que a sociedade possa atingir o seu objeto social. Portanto, nessas 
sociedades o principal não é a figura do sócio, e sim a contribuição que ele dá para o 
capital social. Essas sociedades serão chamadas de sociedades de capital. 
Mas qual diferença isso vai trazer na prática? Nas sociedades de pessoas, o sócio só 
poderá transferir a sua participação para outra pessoa estranha à sociedade se ele tiver 
o consentimento dos demais sócios. Já nas sociedades de capital, isso não vai acontecer, 
pois neste caso os sócios poderão transferir a sua participação na sociedade sem que 
seja necessária a anuência de nenhum dos outros sócios. 
Assim: sociedades de pessoas são aquelas em que a pessoa do sócio é muito importante, 
e por isso, para a entrada de novos sócios, precisa da anuência dos demais sócios. 
Sociedades de capital são aquelas em que o capital investido é mais importante que a 
figura do sócio, e por isso, os demais sócios não precisam aprovar a entrada de novas 
pessoas estranhas ao capital social. 
Sociedades de responsabilidade limitada x ilimitada x mista: A responsabilidade 
limitada é um dos princípios do direito societário. No entanto, não é um princípio 
absoluto, porque não são todas as sociedades que têm esse benefício. E dentro desse 
contexto, existem três tipos de responsabilidade que os sócios de uma sociedade podem 
ter. A primeira é a responsabilidade limitada, onde o patrimônio do sócio não pode ser 
atingido por conta de dívidas da sociedade. Ou seja, nesse caso, as dívidas dessa 
sociedade só podem ser pagas com os bens que a própria pessoa jurídica da sociedade 
tem. O segundo tipo é a responsabilidade ilimitada, onde os sócios responderão com 
seu patrimônio pessoal por dívidas contraídas pela pessoa jurídica da sociedade sem a 
necessidade da desconsideração da personalidade jurídica. Ou seja, nesse caso, pode 
penhorar o carro do sócio para pagar o fornecedor que a sociedade estava devendo. E 
o último caso são as sociedades onde há responsabilidade mista. Essas sociedades têm 
dois tipos de sócios diferentes dentro dela: uma parte dos sócios terá responsabilidade 
limitada e outra parte terá responsabilidade ilimitada. 
 
 
 
Sociedades não personificadas 
Existem dois tipos de sociedades não personificadas: as sociedades em comum e as 
sociedades em conta de participação. As sociedades não personificadas estão 
organizadas no Código Civil na parte destinada às sociedades empresárias, mas a 
doutrina entende que elas podem também exercer atividade simples, de caráter não 
empresarial. 
Sociedades em Comum: As sociedades em comum estão disciplinadas nos artigos 986 
até 990 do Código Civil, e são aquelas que estão passando pelo processo de adquirir e 
regularizar o contrato social 
EXEMPLO – Então digamos que Felipe e Tamara decidem abrir uma loja de chocolates, 
que vai ser uma sociedade limitada. E para iniciar essa sociedade, eles contratam um 
advogado para redigir o contrato social, e começam a comprar os móveis que a loja vai 
precisar. Digamos então que o advogado, até realizar todos os trâmites com a junta 
comercial, levou 40 dias para registrar a sociedade. Mas acontece que durante esse 
tempo, olha a quantidade de relações jurídicas que já aconteceram aqui. Já teve compra 
de móveis, contrato de prestação de serviços, ou seja, já aconteceram várias relações 
jurídicas antes da sociedade ser registrada. 
Aplicação nas Sociedades Irregulares: Outro momento em que vão se aplicar as normas 
das sociedades em comum é no caso das sociedades irregulares. Enfim, as normas das 
sociedades em comum se aplicam então nesses dois casos: quando as sociedades 
contratuais estão em organização ou quando elas estão irregulares. 
Prova da Sociedade em Comum: A sociedade em comum não tem nenhuma 
formalização. Ou seja, não existe nenhum documento que comprove que ela existe. E 
para comprovar a existência dessa sociedade, baseia-se no artigo 987 do Código Civil. 
“Art. 987. Os sócios, nas relações entre si 
ou com terceiros, somente por escrito 
podem provar a existência da sociedade, 
mas os terceiros podem prová-la de 
qualquer modo.” 
Ou seja, se quem quer provar é um dos sócios, ele só conseguirá fazer prova da 
existência da sociedade por escrito. Mas se a pessoa que quiser provar for um terceiro, 
ele pode utilizar qualquer meio de prova. 
Responsabilidade na Sociedade em Comum: Aqui na sociedade em comum, é difícil 
penhorar os bens da sociedade, porque como não existe uma pessoa jurídica e fica difícil 
saber o que pertence ao sócio e o que pertence à sociedade. E é aí que fica a dúvida: se 
um credor vai executar essa sociedade no judiciário, como fica a responsabilização dos 
sócios? A responsabilidade é limitada ou ilimitada? E para responder a essa pergunta 
artigo 988 do Código Civil, que diz o seguinte: 
“Art. 990. Todos os sócios respondem 
solidária e ilimitadamente pelas 
obrigações sociais, excluído do benefício 
de ordem, previsto no art. 1.024, aquele 
que contratou pela sociedade.” 
Se não existe uma pessoa jurídica, não há que se falar em responsabilidade limitada, 
respondendo todos os sócios de maneira ilimitada. Mas a grande questão desse artigo 
é a seguinte: aquele sócio que contraiu a obrigação em nome da sociedade, que assinou 
o contrato, é excluído do benefício de ordem. O que isso significa? Que o princípio da 
subsidiariedade não se aplica a ele. Portanto, quando o credor for executar os bens, 
existe uma proteção aqui da sociedade, onde ele vai ter que executar primeiro os bens 
da sociedade para depois executar os bens dos sócios. Isso só não vai acontecer em 
relação ao sócio que contratou. Ou seja, esse sócio pode ter o patrimônio alcançado 
antes mesmo do patrimônio da sociedade. 
“Se a sociedade não tem personalidade jurídica ela não pode ter nenhum bem 
registrado em seu nome, então quais são esses bens que o credor vai executar 
primeiro?” Esses bens aqui que o credor tem que executar antes de alcançar o 
patrimônio dos sócios é o chamado patrimônio de afetação. Patrimônio de afetação são 
todos os bens que têm relação com a atividade exercida pela sociedade. O caminhão 
que você usa pra fazer entrega é patrimônio de afetação, o maquinário, o computador, 
tudo isso vai ser considerado patrimônio de afetação. 
Sociedade em conta de participação: As sociedades em conta de participação estão 
disciplinadas entre os artigos 991 e 996 do Código Civil, totalizando 6 artigos. Como são 
poucos artigos que disciplinam esse tipo societário, aplica-se subsidiariamente as 
normas das sociedades simples. Ou seja, se acontecer algo que não estiver disciplinado 
nos artigos da sociedade em conta de participação, utiliza as normas da sociedade 
simples naquilo que for compatível. 
Tipos de sócios: Na sociedade em conta de participação existem dois tipos diferentes 
de sócios: o sócio ostensivo e o sócio participante, também conhecido como sócio 
oculto. O sócio ostensivo é aquele que aparece na relação com terceiros, ou seja, ele 
participa ativamente daquela sociedade. Por isso, a responsabilidade do sócio ostensivo 
é ilimitada. Já o sócio oculto é aquele que não aparece na sociedade. A participação dele 
vai ser apenas a contribuição que ele dá para o capital social. Então esse tipo de sócio, 
como não está à frente dos negócios da sociedade, vai ter sua responsabilidade limitada. 
Então a principal diferença entre o sócio ostensivo e o sóciooculto está na participação 
que eles vão ter na sociedade. Enquanto um tem participação ativa nos negócios, outro 
vai ter participação passiva nos negócios da sociedade. 
Formalização da Sociedade em Conta de Participação: As sociedades em conta de 
participação não têm pessoa jurídica, mas existe contrato entre os sócios. A sociedade 
em conta de participação depende de contrato, podendo inclusive ser um contrato 
verbal mesmo. Via de regra, não há necessidade de registrar o contrato da sociedade 
em conta de participação, mas se os sócios quiserem dar uma segurança maior à 
sociedade, isso pode ser feito no Cartório de Títulos e Documentos. 
Falência dos sócios: No caso de falência do sócio ostensivo, a sociedade em conta de 
participação vai ser dissolvida, a conta vai ser liquidada e o saldo dessa conta será 
convertido em crédito quirografário, que é uma espécie de crédito que existe no 
processo de falência. Já no caso de falência do sócio oculto, serão aplicadas as regras do 
procedimento de falência que regulam os contratos bilaterais do falido. 
Novo sócio, patrimônio e meios de prova: Com relação à composição da sociedade em 
conta de participação, o sócio ostensivo só pode trazer novos sócios se houver a 
concordância de todos os demais sócios. Sobre o patrimônio da sociedade em conta de 
participação: como esse tipo societário não tem personalidade jurídica, ele não pode ter 
bens registrados em seu nome. Por isso, vai existir um patrimônio de afetação. 
Prova da sociedade em conta de participação: De acordo com o artigo 992 do Código 
Civil, se alguém quiser provar a existência da sociedade em conta de participação, 
poderá fazer isso por qualquer meio de prova. 
 
 
Sociedade em Nome Coletivo 
Aplicação subsidiaria das normas das sociedades simples: A sociedade em nome 
coletivo é uma espécie de sociedade empresária, e ela está disciplinada entre os artigos 
1.039 e 1.044 do Código Civil, e assim como as sociedades em conta de participação, 
aplica-se subsidiariamente as normas das sociedades simples. 
Responsabilidade e composição: A sociedade em nome coletivo tem uma peculiaridade 
muito grande: nesse tipo societário, todos os sócios respondem solidária e 
ilimitadamente. Ou seja, isso significa que, esgotado o patrimônio da sociedade, os 
credores podem atacar não apenas o patrimônio pessoal dos sócios, como podem 
inclusive escolher um único sócio de quem cobrar a integralidade da dívida. 
Art. 1.039 - Parágrafo único. Sem 
prejuízo da responsabilidade perante 
terceiros, podem os sócios, no ato 
constitutivo, ou por unânime convenção 
posterior, limitar entre si a 
responsabilidade de cada um. 
Ou seja, se os sócios quiserem, eles podem limitar a responsabilidade. 
 [EXEMPLO] - Juliana, Victor e Gabriel resolvem abrir uma sociedade em nome coletivo, 
que vai ser uma pousada. Juliana, sabendo que a sociedade em nome coletivo confere 
responsabilidade ilimitada, entra em acordo com seus sócios para que a sua 
responsabilidade seja limitada. Os dois concordam e a sociedade inicia suas atividades. 
Mas depois de 1 ano funcionando, o negócio se afunda em dívidas, e os credores 
executam todos os bens da sociedade, mas esses bens não são suficientes para quitar o 
débito, sobrando ainda uma dívida de 300 mil reais. Os credores percebem que Juliana 
é a sócia mais rica, e por isso querem executar o patrimônio pessoal dela, e não o dos 
demais sócios. Pode executar o patrimônio da Juliana para saldar dívida da sociedade? 
E a resposta é SIM! Isso acontece, porque por mais que tenha uma cláusula de limitação 
da responsabilidade da Juliana no contrato social, essa limitação não vai valer contra 
terceiros, valendo apenas no âmbito interno da sociedade. Isso significa que como a 
dívida foi cobrada integralmente da Juliana, ela pode ajuizar ação de regresso cobrando 
dos sócios os valores que executaram dela. Mas nesse caso, ela vai cobrar 100 mil de 
cada um, dividindo o valor da dívida entre os três sócios, ou vai cobrar 150 mil de cada 
um, tirando a sua obrigação de dividir o valor do débito? Muito simples: ela vai cobrar 
150 mil de cada um, porque se está no contrato que a responsabilidade dela é limitada, 
ela só responde até os valores que integralizou para o capital social. Qualquer outro bem 
pessoal da Juliana que tenha sido executado, será devolvido pelo sócio de 
responsabilidade ilimitada. 
Outro ponto importante tem a ver com a composição do quadro societário. A sociedade 
em nome coletivo não admite sócio pessoa jurídica. Ou seja, o quadro societário dessa 
sociedade só pode ser composto por pessoas físicas. 
Três características da Sociedade em Nome Coletivo: 
1 - Como todos os sócios têm responsabilidade ilimitada, esse tipo societário não 
permite a participação de incapazes. 
2 - A sociedade em nome coletivo é uma sociedade de pessoas. 
3 - Nesse tipo societário, é proibida a administração de pessoa que não seja sócia. Ou 
seja, somente os sócios podem administrar a sociedade, não podendo contratar 
ninguém que não seja sócio para administrar.

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