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Direito da Internet Identificação da Decisão Judicial: Instrumento nº 2097056-38.2019.8.26.0000 Data: 26/09/2020 1. Fatos: O processo em questão tem como uma das partes um dos provedores de aplicação, o Facebook e do outro lado como réu temos Lucimar Ribeiro dos Santos. O fato é que já passaram pela 1ª instância, onde seus papéis no que diz respeito às partes estavam invertidos. E, naquele momento, o Facebook foi condenado juntamente com o Google ao pagamento do valor das custas e despesas processuais, e dos honorários advocatícios do patrono da parte adversa. E como preceito, entrou com agravo de instrumento a fim de que a decisão judicial fosse reformada e, de fato ocorreu, a decisão será reformada. A discussão se resume no pedido da autora na retirada do conteúdo e bloqueio de compartilhamento de imagens de cunho íntimo, que vêm sendo veiculados em sites “pornôs”, bem como em redes sociais e aplicativos de trocas de mensagens. Requer ainda, que os requeridos forneçam os dados cadastrais, bem como de conexão, incluindo IP e outras informações que permitam identificar os usuários responsáveis por referidos sites. Graças ao princípio da transparência e do dever de informação, cabe aos provedores de conteúdo na internet manter meios técnicos de identificação de seus usuários. O dever de armazenamento de dados de usuários foi regulado pela Lei nº 12.965 de 23 de abril 2014 (Marco Civil da Internet), que disciplina os princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil. Sendo assim, mesmo que a agravante alegue não ter em seus bancos de informações os dados pessoais específicos do usuário ofensor tais como, número de identidade, CPF e endereço , tal afirmação negativa não será aceita, já que possui por certo, estrutura de rastreamento qualificada para identificar o usuário. Ademais, a obrigação relacionada à guarda de “registros de conexão e de acesso” foi, agora, disposta no art. 15, da Lei nº 12.965/2014. Reiterando que, não está em pauta, neste momento, eventual responsabilidade civil pelo conteúdo, tratando-se apenas de análise do pedido de antecipação de tutela para identificação do (s) usuário (s) e retirada do referido conteúdo (imagens/vídeos) da autora. Opinião pessoal da decisão judicial: No caso em questão, a decisão judicial será reformada e o melhor é consentir com a idéia, pois, o agravante Facebook ao contrário da autora da 1ª instância, deixou claro sua situação, declarando até que os conteúdos contestados estão presentes e disponíveis nos sites que não dizem respeito ao Facebook, ficando ele assim incapacitado de remover ou indisponibilizar o conteúdo publicado, mas caso insista na idéia de que sua imagem circula também no Facbook, que indique a URL específica da publicação. E no que diz respeito ao WhatsApp, sabemos que por comportar mensagens criptografadas não copia, mantém ou arquiva de forma alguma o conteúdo das diversas mensagens transmitidas por seus usuários, sendo assim ilusória a possibilidade de remoção da plataforma, nem a identificação do usuário que tenha divulgado tal imagem. Sem contar que, quem acusa tem a obrigação moral e legal de provar e, no caso analisado vimos que a autora não obteve sucesso em provar de forma clara e precisa a publicação de sua imagem contendo nudez, como nos orienta os artigos 19 e 21 da Lei 12.695/2014 (Marco Civil da Internet).
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