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Resumo: Novo constitucionalismo e superação da modernidade José Luiz Quadros Magalhães A modernidade pode ser entendida como uma realidade e um projeto de poder, responsáveis pela construção do estado, economia e direito modernos - Seu início é marcado simbolicamente em 1492. Em 1492 ocorre: ● Invasão da América e início de hegemonia - ideia de uma lógica binária subalterna, conceito que será melhor explicado mais adiante. ● Invenção dos espanhóis - Para unir os diversos grupos que havia no território cria-se a noção de espanhol, ocorre uma uniformização da população onde os mais diferentes serão reprimidos e os menos diferentes padronizados, isso ocorre através de uma subalternização violenta. ● Primeira Gramática - Dominação do pensamento, da compreensão do mundo (me lembra da novafala, do livro 1984 - George Orwell, as pessoas são excluídas intelectualmente e dominadas por não saberem articular seus pensamentos.) As consequências desses processos é uma hegemonia europeia militar, econômica e cultural. Como ocorreu na gênese dos espanhóis, aqui há também um processo de padronização. Esse processo gera a necessidade de um poder centralizado, armado e hierarquizado, uma nova noção de estado, este irá conter rebeliões e reordenar a economia e sociedade, surgem instituições estatais que viabilizam o capitalismo - moeda, bancos, população uniforme e exércitos nacionais. Conceitos importantes: ● Uniformização: Para que haja reconhecimento do poder do estado é necessário uniformizar grupos étnicos e para isso cria-se a ideia de nação e nacionalidade, de pertencimento a um grupo único e para esse grupo são inventadas leis morais, religião, língua. A padronização na modernidade passa uma falsa ideia de diversidade ao dar múltiplas escolhas a pessoa mas de uma mesma coisa consumida por todos. Escolhemos mais do mesmo, aquilo que é realmente diferente é excluído, constrangido, criminalizado. ● Lógica binária subalterna: Na padronização de grupos há aquele que é visto como superior e irá se impor sobre os outros que serão os dominados, há hegemonia de um grupo vai subalternizar os outros. Constrói-se um grupo com cultura dos dominantes e apagamento dos dominados. Nós X Eles: Na modernidade, isso é usado convenientemente, exemplo com excluídos, nós, civilizados versus, os que são inferiores, serve o propósito de nos separar daquilo que não queremos perto e justificar nossa superioridade de ideias. Os grupos hegemônicos criam conhecimentos e técnicas que justificam a sua superioridade e proíbem os subalternizados o acesso a essa criação, o que reforça sua superioridade e impede o subalterno acesso ao poder. - exemplo seria a gramática. Existe um padrão de subalternização que leva ao extermínio do outro, do grupo diferente, que é coisificado: 1. A política se torna uma competição. Há uma disputa em que o vencedor é aquele apoiado pela opinião pública. Essa opinião pública é extremamente manipulável e manipulada, ainda mais hoje em dia no advento da internet. 2. Adversário se torna inimigo Aquele que tem argumentação oposta a minha é criminalizado. 3. Subalternização do adversário O adversário é diminuído, desmoralizado, animalizado. 4. Surgimento do discurso de pureza. Aquele que é diferente, deve ser ‘’limpo’’, isso é antessala do extermínio em massa, coisifica-se o não puro, ele se torna ‘’sem alma’’. 5. Geração sistemática de medo Transforma o inimigo em ameaça comum a todos. 6. Extermínio do outro Isso lembra muito a ascensão de governos ditatoriais, como o de Hitler (arianos puros, os outros deviam ser exterminados, esses eram ameaça, quem se opunha era inimigo). ● Linearidade Histórica: Projeto ocidental que dá a ideia de que há um caminho rumo ao desenvolvimento e que as diversas sociedades estão em níveis distintos de evolução nessa direção. ● Universalismo Europeu: A modernidade é uma meta e o alcance dela exige a uniformização de grupos sob uma lógica europeia, logo há um projeto de universalismo europeu. ● Conclusão: Uma nova modernidade exige princípios diferentes de formação, com garantia de inclusão de grupos distintos de forma justa, o novo constitucionalismo revela e supera o universalismo europeu.
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