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DOCÊNCIA E PRÁTICA DE ENSINO
APOSTILA
Introdução……………………………………………………………………………………………………………………………………...03
CAPÍTULO 1 – Educação: Pesquisas e Práticas……………………………………………………………………………………....15
CAPÍTULO 2 – A Profissão de Docente………………………………………………………………………………………………....28
CAPÍTULO 3 – Docência e trabalho: reflexões sobre o papel da prática de ensino………………………………………..47
CAPÍTULO 4 – Formação de profissionais da educação no Brasil……………………………………………………………...54
CAPÍTULO 5 – A Prática Docente no Ensino de Adultos…………………………………………………………………………...67
CAPÍTULO 6 – Teorias de Aprendizagem……………………………………………………………………………………………….78
CAPÍTULO 7 – Novas estratégias de ensino no processo de aprendizagem………………………………………………..101
CAPÍTULO 8 – Escola do Futuro: Desenvolvimentos Cognitivo e Aprendizagem………………………………………….114
Conclusão……………………………………………………………………………………………………………………………………..122
Bibliografia…………………………………………………………………………………………………………………………………....127
SUMÁRIO
2
INTRODUÇÃO
3
Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação – LDB, de 1996, a escola brasileira passa a 
receber todas as crianças em idade escolar. 
Precisamos lembrar que até a década de 1980, a 
escola não era inclusiva. Alunos com grandes 
dificuldades de aprendizagem e deficientes eram 
segregados à Educação Especial, que era oferecida 
fora do ensino regular. Também alunos sem condições 
econômicas abandonaram a escola para trabalhar ou 
ficar pelas ruas.
INTRODUÇÃO
4
Com a nova LDB, inspirada nos ideais inclusivos que 
permearam a década de 1990, principalmente os 
discutidos na Declaração de Salamanca, em 1994, as 
crianças passam a ser matriculadas no ensino regular: 
todas as crianças de 7 a 17 anos. Atualmente a idade é 
4 a 17. 
INTRODUÇÃO
5
Assim, a escola precisou se adaptar a uma grande 
quantidade de alunos e a uma grande diversidade dos 
mesmos. Junto com a escola, o professor se viu na 
necessidade de atualização e ampliação de sua 
formação, além de qualificação para ensinar alunos 
tão diferentes entre si.
INTRODUÇÃO
6
Conjuntamente, o mundo passava por uma revolução 
global: o advento da era da informação, da era digital. 
As tecnologias começaram a avançar de forma rápida 
e a se expandir para os mais diversos tipos de 
dispositivos: computadores, notebooks, tablets, 
celulares, smartphones, etc.
INTRODUÇÃO
7
A escola se viu sobrecarregada e desgastada, assim 
como professor. Atualmente, ainda lutamos para 
formar professores os mais preparados possível para 
a sala de aula, que apesar de ainda se dispor de forma 
tradicional, recebe alunos nativos digitais, que não 
suportam mais os métodos de ensino, as regras e o 
funcionamento da mesma.
INTRODUÇÃO
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Nessa perspectiva, teorias de aprendizagem e 
práticas ativas começam a influenciar a educação 
nacional. A nova Base Nacional Comum Curricular – 
BNCC, nos trouxe uma nova forma de ensinar 
conteúdos e lidar com o cotidiano escolar 
diversificado. Com essa base, esperamos que a escola 
comece a cativar seu público e tornar o trabalho 
docente mais tranquilo e motivador.
INTRODUÇÃO
9
Em tempos em que a profissão de professor luta para 
ser reconhecida e valorizada, trazemos uma apostila 
de estudos sobre a prática docente e a formação em 
licenciatura. Cada vez mais os cursos de formação de 
professores tentam se adequar a uma nova realidade 
escolar: uma escola antiga, tradicional, que recebe 
uma geração totalmente nativa digital.
INTRODUÇÃO
10
Para começar, iremos abordar as novas práticas 
docentes, inspiradas nas pesquisas realizadas nas 
grandes universidades, tendo como pano de fundo as 
escolas públicas. Tentaremos situar o leitor no 
contexto escolar atual e no funcionamento das 
escolas, com seus principais problemas, suas 
dificuldades e o que as pesquisas têm trazido de 
soluções para auxiliarem essas escolas.
INTRODUÇÃO
11
Descreveremos as principais responsabilidades do 
trabalho docente, como é sua formação, quais as 
funções que devem e as que não devem ser exercidas 
pelo professor, em todas as etapas da Educação 
Básica e no Ensino Superior. Também estudaremos as 
funções de outros profissionais da educação que 
auxiliam o trabalho docente.
INTRODUÇÃO
12
A escola atual conta com várias modalidades de 
ensino, vamos expor cada uma delas focando a 
Educação de Jovens e Adultos – EJA. Como é a 
formação do professor de EJA? Quais os métodos 
usados? Vamos apresentar teorias de aprendizagem 
de adultos e jovens, e práticas mais comuns para esse 
trabalho.
INTRODUÇÃO
13
Iremos destrinchar as teorias de aprendizagem 
humana e como essas teorias contribuem para o 
processo de ensino-aprendizagem, desde os anos 
iniciais da criança, até a vida adulta. Falaremos sobre 
as estratégias e métodos de ensino inspirados nessas 
teorias e como eles são usados em cada etapa do 
aprendizado.
INTRODUÇÃO
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CAPÍTULO 1 – EDUCAÇÃO: PESQUISAS E PRÁTICAS
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CAPÍTULO 1 – EDUCAÇÃO: PESQUISAS E PRÁTICAS
No presente capítulo, iremos estudar como a pesquisa 
acadêmico-científica na área de educação pode e deve auxiliar a escola, a 
gestão escolar, o processo de ensino-aprendizagem e o trabalho do 
professor. Antes, porém, convém falarmos um pouco sobre o que é 
pesquisa científica.
Consideramos acadêmica, a pesquisa desenvolvida dentro de centros 
educacionais como centros universitários, onde se desenvolve uma 
pesquisa de cunho científico, nos moldes do mesmo. A pesquisa científica 
se difere da pesquisa comum pelo método adotado.
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CAPÍTULO 1 – EDUCAÇÃO: PESQUISAS E PRÁTICAS
A pesquisa científica envolve planejamento, etapas rigorosas de 
desenvolvimento e segue metodologia reconhecida pelos meios 
científicos. Ela envolve escolha e exploração de um tema justificado 
academicamente e/ou socialmente, descrição de objetivos, coleta e 
análise de dados. Uma pesquisa pode ser qualitativa, quantitativa, pode ser 
empírica ou descritiva, o importante é que seja reconhecida e siga as 
regras da comunidade acadêmica da qual é parte. Para se realizar uma 
pesquisa aprovada pela comunidade acadêmica, é preciso seguir um 
método.
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CAPÍTULO 1 – EDUCAÇÃO: PESQUISAS E PRÁTICAS
O método científico permeia todos os tipos de pesquisa, ele se caracteriza pelas 
seguintes etapas: problema de pesquisa (uma dúvida sobre um fenômeno ou 
lacuna na explicação do mesmo), hipótese, observação e experimentação, coleta 
de dados, análise de dados e resultados.
Na área da educação, uma pesquisa precisa ter importância para o cotidiano 
escolar e seus agentes. O professor tem urgência de pesquisas que auxiliem suas 
práticas pedagógicas. Mas o que é prática pedagógica? Prática pedagógica é um 
conjunto de estratégias e ações desenvolvidas pelo professor no decorrer de 
suas aulas e que objetiva promover o aprendizado dos seus alunos. Para elaborar 
e planejar essas práticas, o professor recorre ao seu conhecimento, suas 
experiências e muitas vezes, também, aos estudos científicos atuais e 
específicos. Assim, a pesquisa científica sobre educação e o trabalho do 
professor não podem se distanciar.
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CAPÍTULO 1 – EDUCAÇÃO: PESQUISAS E PRÁTICAS
Como comentamos, a nossa sociedade e consequentemente a escola, que a 
representa, está passando por muitas transformações nas últimas décadas, em 
grande parte, pela força com que a tecnologia tem influenciado e ocupado lugar 
cada vez mais importante em nossas vidas. Com esse contexto, a escola, ainda 
tradicional, tem sido pressionada a exercer um papel mais participativo na 
formação dos cidadãos, de ser mais atualizada na área tecnológica e obviamente, 
a revisar seu método de ensino.
As exigências que a escola sofre da sociedade e a demanda de mudanças que 
essa nova geração de nativos digitais exibe, acaba por causar insegurança nos 
professores, que se questionam o tempo todo sobre seus métodos, suas 
estratégias de ensino e suas práticas. As pesquisas da área acadêmica visam 
contribuir para melhorar a prática do professor, a qualidade de ensino nas 
escolas e a diminuir essa insegurança.Neste capítulo, iremos estudar como isso 
tem sido feito na área educacional e se tem sido eficiente.
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CAPÍTULO 1 – EDUCAÇÃO: PESQUISAS E PRÁTICAS
Toda profissão exige constante reflexão sobre suas práticas e a de professor não 
é diferente. Ao mesmo tempo que representa uma sociedade, seus saberes e 
seus valores, a escola também é um agente formador e modificador dos mesmos, 
por isso, precisa estar em constante evolução. Para que o progresso aconteça e 
as ações sejam modificadoras, a pesquisa vem auxiliar o trabalho da escola, com 
reflexões, estudos aprofundados e propostas de intervenção.
A escola, porém, não pode ser usada como cobaia de teorias e pensamentos, a 
pesquisa precisa ser comprovada e exaustivamente questionada antes de usar a 
escola como objeto de intervenção. É necessário que se avalie a utilidade da 
pesquisa antes de aplicá-la em um contexto escolar. Além disso, muitas 
pesquisas se distanciam da realidade e do cotidiano escolar, idealizando práticas 
e ações, isso causa ceticismo de muitos gestores e professores em relação à 
pesquisa científica.
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CAPÍTULO 1 – EDUCAÇÃO: PESQUISAS E PRÁTICAS
Sendo assim, a prática pedagógica não pode ser somente objeto de estudo, mas 
objeto de conhecimento. Antes de interferir nessa prática e ditar ações de 
mudança, ou intervenções, a pesquisa acadêmica precisa conhecer o 
funcionamento da escola, a realidade escolar e o público que a escola recebe 
atualmente. Não somente o professor precisa ser estudado e ouvido, mas os 
alunos.
A pesquisa acadêmica e científica na área da educação também enfrenta uma 
outra dificuldade: com as informações circulando cada vez mais rapidamente e o 
conhecimento acumulado pela humanidade cada vez mais disponível nas 
plataformas digitais, a pesquisa sofre com a impaciência da sociedade em 
relação a resultados. 
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CAPÍTULO 1 – EDUCAÇÃO: PESQUISAS E PRÁTICAS
Uma pesquisa qualitativa na área da educação, que envolve processos mais 
lentos, como o de ensino-aprendizagem, não consegue e nem deve apresentar 
resultados superficiais e imediatos. Essas características, no entanto, são as 
mais apreciadas por muitos envolvidos no ensino atualmente. 
Por exemplo, se formos pesquisar métodos atuais em alfabetização de alunos 
com Síndrome de Down precisaremos observar, colher dados e depoimentos 
sobre esse processo, por pelo menos um ano, em seguida analisar esses dados, 
relacionar com teorias da alfabetização e métodos já testados e só assim 
apresentar os primeiros resultados. Ora, alguns envolvidos como pais, alunos, 
gestores e professores nem sempre querem ou podem esperar tanto por 
resultados, que nem sempre sabem se serão úteis, assim, acabam por buscar 
fontes menos confiáveis e prejudicando o processo de aprendizagem do aluno.
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CAPÍTULO 1 – EDUCAÇÃO: PESQUISAS E PRÁTICAS
Pensando nisso, podemos dizer que a pesquisa científica na área da educação é tão 
cobrada e pressionada pela sociedade como os professores. Ambos são questionados 
por resultados rápidos, positivos e confiáveis, quando realisticamente falando, não 
podemos obter esses resultados assim, pois tanto a pesquisa como a prática 
pedagógica exigem aprofundamento e método, o que leva tempo.
Atualmente, a escola apresenta alguns problemas urgentes, algumas questões que 
carecem de ser respondidas e necessita de algumas soluções imediatas para algumas 
dificuldades, para isso, precisamos analisar como as pesquisas têm se comportado em 
relação a esse contexto. O primeiro grande obstáculo da educação é oferecer uma 
escola mais atual. Pensada e criada para poucos, a escola atualmente recebe uma 
grande quantidade de alunos, de diversas origens e com diferentes formas de 
aprendizagem. Além disso, esse público é nascido na era digital, ou seja, tem grandes 
dificuldades em se adequar a um método de ensino tradicional e expositivo.
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CAPÍTULO 1 – EDUCAÇÃO: PESQUISAS E PRÁTICAS
Para ajudar a escola a se atualizar, temos pesquisas que investigam as 
pedagogias ativas, inspiradas em teorias como a de Piaget, Vygotsky, Ausubel e 
Paulo Freire. Porém, essas teorias não são recentes e nem é recente tampouco a 
preocupação com o método tradicional de ensino. John Dewey já salientava a 
importância de se “aprender fazendo”, ou seja, praticar para poder aprender um 
método ou teoria (GADOTTI, 2000).
Seguindo esse pensamento, as teorias ativas de educação pensam em um ensino 
mais voltado para a prática e para a contextualização do ensino. As crianças e 
jovens precisam entender como, porquê e quando irão usar o conhecimento que 
adquirem na escola e participar de situações-problema e simulações para utilizar 
seu conhecimento e praticar o aprendizado.
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CAPÍTULO 1 – EDUCAÇÃO: PESQUISAS E PRÁTICAS
Outra demanda urgente é a escola utilizar o conhecimento prévio do aluno e a 
base cultural e familiar que esse aluno traz para a escola, para isso a pesquisa 
científica é muito importante e útil, pois fornece à escola as informações sobre 
as características étnicas, culturais e sociais dos alunos de cada comunidade 
escolar.
Um outro problema da escola que citamos aqui é ter como concorrente a internet 
como fornecedora de conhecimento e informações, disputando com esta a 
atenção e a motivação do aluno. Pois pensamos que está justamente nessa 
competitividade o erro da escola atualmente. Em primeiro lugar, as pesquisas 
acadêmicas mostram que a internet é instrumento poderoso a ser utilizado no 
ensino, existem inúmeros artigos sobre o uso da tecnologia na escola, com 
utilidade comprovada.
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CAPÍTULO 1 – EDUCAÇÃO: PESQUISAS E PRÁTICAS
Em segundo lugar, o nível de conhecimento e de informação que a escola oferece é, ou 
deve ser, diferente do que é oferecido pela internet, e aqui também podemos ver a 
importância do acesso aos dados das pesquisas científicas. Segundo estas, a escola 
deve mostrar ao aluno que o que ele aprende na escola não vai encontrar na internet: 
cidadania, amizade, ofício, ciência e práticas, dentre outras coisas. A escola não pode 
e não deve se colocar como inimiga do serviço prestado pelas redes sociais e pela 
internet no geral, porque o serviço que ela deve prestar é de outro nível.
Quanto à formação de professores, a pesquisa pedagógica vai atuar como ferramenta 
importante para fundar a base de conhecimento que esse professor vai usar na escola, 
nas suas práticas. O que ele aprende nos cursos de formação é fruto de anos de 
pesquisa, de experiências de outros profissionais de sua área, cuidadosamente 
estudada, analisada e investigada. Nesse tempo de formação, o professor vai fundar o 
alicerce do que será sua prática docente e acumular conhecimento para ser acessado 
quando estiver em uma sala de aula.
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CAPÍTULO 1 – EDUCAÇÃO: PESQUISAS E PRÁTICAS
Concluindo, as práticas pedagógicas adotadas pelo professor no transcorrer de 
sua carreira docente irão necessitar de uma boa base teórica, formada pela seus 
estudos e qualificação; sua experiência, acumulada ano a ano no trabalho em 
sala de aula e não menos importante, pelas leituras científicas, que irão lhe 
atualizar sobre o cenário da educação, lhe trazer as mais diversas propostas e 
métodos universais de ensino-aprendizagem, lhe trazer outras perspectivas e 
visões sobre trabalho em sala de aula, e lhe aprofundar no conhecimento de 
determinadas áreas de estudo.
Assim, a prática pedagógica deve se fundamentar na pesquisa científica, assim 
como esta deve ter um olhar constante para a prática pedagógica. Uma, não se 
realizará sem a outra, tampouco uma fará sentido sem a outra. 
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CAPÍTULO 2 – A PROFISSÃO DE DOCENTE
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CAPÍTULO 2 – A PROFISSÃO DE DOCENTE
Em uma época, como já comentamos, em que o professor luta por 
reconhecimento e valorização, é importante comentarmos o que faz um 
profissional de ensino, como ele se qualifica para exercer uma profissão tão 
importante. Neste capítulo iremos estudar a definição de docência, a formação e 
a qualificação do professor, as áreas de atuação, a legislação trabalhistae os 
planos de carreira dessa profissão.
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CAPÍTULO 2 – A PROFISSÃO DE DOCENTE
• O que é ser professor?
O ofício de professor é exercido desde muito antes de surgirem as escolas 
formais. Desde que se tornou importante fazer coisas se tornou importante 
também ensinar a fazer. Não há como datar o início da docência, pois o ser 
humano sempre ensinou seus descendentes o que aprendeu com seus 
antecessores. Se formos pensar na história ocidental, na Grécia Antiga temos as 
primeiras representações de um ensino mais formal.
Foram os gregos que começaram a valorizar a razão para explicar os fenômenos 
físicos e metafísicos e a dar início a um processo de ensino-aprendizagem que 
inspiraria a civilização ocidental até o presente. Porém, não foram os filósofos os 
primeiros pedagogos, mas assim eram chamados os escravos das pessoas mais 
abastadas, que levavam os filhos de seus senhores para observar os filósofos nas 
ágoras (espaço aberto em que os filósofos palestravam e debatiam ideias).
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CAPÍTULO 2 – A PROFISSÃO DE DOCENTE
Portanto, os pedagogos ainda não estavam envolvidos com o ensino, apenas 
conduziam crianças até o mesmo, daí a palavra ser usada até a atualidade. Com o 
surgimento da democracia na Grécia, os filósofos sofistas passam a ensinar quem 
pudesse pagá-los e formaram as primeiras turmas de alunos (PILETTI & PILETTI, 
1995).
Na Idade Média a profissão de professor começa a tomar forma. Com o 
Cristianismo dominando a produção do saber na Europa (eram as instituições 
religiosas que guardavam livros e construíam escolas) o ensino passa a ser feito 
por religiosos da Igreja Católica, se tornando eles os primeiros docentes formais 
em escolas regulares. Também era comum na época o uso de tutores pelas 
famílias ricas para educarem seus filhos. O tutor ensinava praticamente todas as 
disciplinas aos seus alunos, alguns até incluíam artes, música e etiqueta (PILETTI 
& PILETTI, 1995)
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CAPÍTULO 2 – A PROFISSÃO DE DOCENTE
Com o enfraquecimento do Feudalismo, o crescimento da burguesia e a formação 
dos centros urbanos a realidade educacional foi se modificando. Surgem então os 
Mestres Livres: homens leigos que compravam da Igreja Católica a permissão 
para exercer a docência. As escolas passam a oferecer o Studium Generale, um 
esboço de ensino superior, originando assim a Universidade. Com o passar dos 
anos as Universidades se expandem na Europa formando médicos, artistas, 
juristas e teólogos (PILETTI & PILETTI, 1995).
Um fato importante impulsionou essa expansão do Ensino Superior, foi o 
Renascimento Italiano. Na Itália, os mecenas, comerciantes ricos, patrocinavam 
artistas humanistas o que contribuiu para originar um movimento cultural 
significativo focado na valorização das artes, do homem e dos estudos 
científicos.
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CAPÍTULO 2 – A PROFISSÃO DE DOCENTE
Esse movimento, chamado Renascimento, colocou o homem no centro do 
Universo (antropocentrismo), tirando o foco do catolicismo. O Renascimento 
contemplou uma grande quantidade de escritores (Dante Alighieri, Maquiavel, 
Shakespeare, Camões), de artistas (Leonardo Da Vinci, Rafael Sanzio, 
Michelangelo) e cientistas, como Nicolau Copérnico (refutou o geocentrismo e 
afirmou que a Terra gira em torno do Sol) e Galileu Galilei (PILETTI & PILETTI, 
1995).
As ideias renascentistas exasperaram a Igreja Católica que perseguiu e queimou 
livros e artistas na fogueira da Inquisição. Outro fato que enfraqueceu a Igreja 
Católica foi o surgimento do Protestantismo, movimento iniciado por Martinho 
Lutero que pregava a livre interpretação das escrituras sagradas e a não 
necessidade de se estar na igreja para realizar cultos (PILETTI & PILETTI, 1995).
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CAPÍTULO 2 – A PROFISSÃO DE DOCENTE
Com todas essas transformações, a teoria científica e as universidades se 
fortalecem. A escola tradicional, centrada na figura do professor se concretiza e o 
modelo de ensino expositivo, no qual o professor transmite seus saberes aos 
alunos oralmente e com apoio da lousa e livros, permanece por muito tempo.
No século XVIII, os métodos científicos e as teorias racionais ganham força com o 
movimento do Iluminismo. Desde o Renascimento, a Europa fervia com o 
crescimento da burguesia que queria liberdade e poder. Na Inglaterra, França e 
Holanda, filósofos e cientistas debatiam incansavelmente os ideais de valorização 
da razão, da natureza e do método científico, e criticavam a nobreza e o clero. 
Esse movimento inspirou a Revolução Francesa, que em 1789 depôs a monarquia 
(PILETTI & PILETTI, 1995).
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CAPÍTULO 2 – A PROFISSÃO DE DOCENTE
Nesse contexto, a profissão de professor, principalmente nas universidades, 
passa a se destacar como o detentor e defensor da razão e da ciência. Com a 
Revolução Industrial, desencadeada no século XIX, são fundadas as primeiras 
escolas leigas de ensino básico que tinham como objetivo ensinar ofícios, para 
que os jovens pudessem trabalhar na indústria, assim, a carreira de professor 
começava a expandir seus papéis (PILETTI & PILETTI, 1995).
O século XIX e XX nos trazem novas teorias de aprendizagem, que (veremos com 
mais detalhes em capítulo próximo dessa apostila) questionam o método 
tradicional de ensino e passam a valorizar o papel do aluno no processo de 
aprendizagem. Novos papéis são atribuídos ao professor, não basta mais ensinar 
o ser, mas deve-se ensinar também o fazer.
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CAPÍTULO 2 – A PROFISSÃO DE DOCENTE
Atualmente, o professor desempenha uma infinidade de papéis. A escola moderna 
se fragmentou em várias etapas de ensino e com isso o papel do professor 
também se diversificou. Houve uma estratificação do ensino originando o 
professor de ensino infantil, o de ensino fundamental 1, o de fundamental 2 e 
médio, formado em disciplinas específicas e o de nível superior.
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CAPÍTULO 2 – A PROFISSÃO DE DOCENTE
• Formação e Qualificação do Professor
Atualmente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996, traz em seu título 
VI, artigo 62, a seguinte afirmação sobre a formação necessária para se lecionar 
nas salas de aulas brasileiras:
Art. 62. A formação de docentes para atuar na 
educação básica far-se-á em nível superior, em curso 
de licenciatura, de graduação plena, em universidades 
e institutos superiores de educação, admitida, como 
formação mínima para o exercício do magistério na 
educação infantil e nas quatro primeiras séries do 
ensino fundamental, a oferecida em nível médio na 
modalidade Normal (LDB, 1996).
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CAPÍTULO 2 – A PROFISSÃO DE DOCENTE
Atualmente, considera-se o notório saber, adquirido através título de doutorado, 
que dispensa o diploma tradicional para lecionar disciplinas específicas, segundo 
o artigo 66, da LDB (1996).
Sendo assim, o professor vai atuar na formação e desenvolvimento de crianças, 
de 0 a 10 anos se cursar a Pedagogia ou Curso Normal. Para trabalhar no Ensino 
Fundamental 2 e Ensino Médio, terá que se formar em cursos superiores de 
licenciatura na disciplina que escolherem, como Língua Portuguesa (Letras), 
Matemática, História, etc.
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CAPÍTULO 2 – A PROFISSÃO DE DOCENTE
O formado em Pedagogia, licenciatura plena, também pode exercer cargos de 
gestão, além de se responsabilizar pela Educação Especial, Ensino de Jovens e 
Adultos e pela elaboração de cursos em empresas, hospitais, asilos, etc.
Para lecionar no Ensino Superior, o professor precisa ter uma especialização, seja 
ela do tipo lato sensu (especialização comum) ou strictu sensu (mestrado e 
doutorado), sendo que esta deve ter aderência à disciplina que irá lecionar.
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CAPÍTULO 2 – A PROFISSÃO DE DOCENTE
Os afazeres de um professor, porém, vão além dos especificados em sua 
graduação. Com a escola recebendo todos os alunos em idade escolar e com a 
proposta de inclusão, o professor acaba tendo queexercer papéis que excedem 
essa formação. Claro, que não é correto cobrar do professor certas tarefas, mas 
se pensarmos que estamos lidando com crianças, adolescentes, ou seja, seres 
humanos, que tem emoções, valores, individualidades, não podemos pensar em 
um ensino frio, distante, automatizado. 
Ensinar é mais que depositar conhecimentos em outro ser humano, como dizia 
Paulo Freire, para que o processo de ensino-aprendizagem funcione, é preciso 
que haja uma relação de confiança entre o mestre e o aluno, e essa confiança 
precisa de dedicação e empatia para se desenvolver, de ambas as partes.
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CAPÍTULO 2 – A PROFISSÃO DE DOCENTE
• Legislação Trabalhista 
A Reforma Trabalhista de 2017 trouxe algumas mudanças na situação de 
professores de todo o país. Por exemplo, com a reforma, o professor pode se 
dedicar a mais de uma instituição de ensino através do contrato intermitente, 
recebendo pelas aulas dadas. O FGTS, férias, 13º salário e previdência continuam 
garantidos por lei, mas são proporcionais.
Antes da reforma o banco de horas de um professor era estabelecido pela 
Convenção Coletiva da categoria, mas agora, as escolas não são mais obrigadas a 
pagar horas-extras, sendo que o tempo trabalhado deve ser discutido e acordado 
entre a escola e o professor (FERREIRA, 2019).
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CAPÍTULO 2 – A PROFISSÃO DE DOCENTE
Sobre as demissões, o contrato de trabalho pode ser encerrado em comum 
acordo entre as partes sem que haja multas rescisórias, também pode-se pagar 
apenas metade da multa de 40% do FGTS e metade do próprio se houver acordo, 
em caso de demissão sem justa-causa. O funcionário pode abrir mão do 
seguro-desemprego se optar por sacar 80% do saldo do FGTS. A homologação da 
rescisão não precisa mais ser feita no sindicato (FERREIRA, 2019).
Embora tenha por base a legislação trabalhista vigente, muitos aspectos da 
profissão docente, como valor de horas/aula e dissídios, são regidos pela 
Convenção Coletiva de Educação, que é publicada anualmente e discutida pelos 
sindicatos da categoria. 
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CAPÍTULO 2 – A PROFISSÃO DE DOCENTE
De acordo com essa Convenção (CONVENÇÃO 2019/2020), consta no artigo 20, 
sobre a Jornada de Trabalho:
A remuneração dos docentes será fixada pelo número de aulas 
semanais, que não poderá ser superior a 40 (quarenta). O pagamento 
far-se-á mensalmente, considerando-se cada mês constituído de 4,5 
(quatro e meia) semanas, acrescentando-lhe 1/6 (um sexto) de seu 
valor como remuneração do repouso, conforme interpretação do art. 
320 da CLT em combinação com a Lei 605/49.
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CAPÍTULO 2 – A PROFISSÃO DE DOCENTE
Após três aulas consecutivas, o professor deverá fazer um intervalo de no mínimo 
15 minutos. Caso precise exercer alguma função pedagógica para a escola nesse 
período o professor deverá ser remunerado com meia hora/aula.
A Convenção Coletiva da classe também estabelece limites para o número de 
alunos na sala durante a aula, por exemplo, no primeiro ano do Ensino 
Fundamental, o limite atual é de 26 alunos por sala. É preciso ficar atento a isso, 
porque muitas escolas não cumprem essa convenção. Existem muitas salas de 
primeiro ano com mais de 35 alunos, o que prejudica o ensino em uma fase de 
suma importância, a da alfabetização.
Para saber os direitos gerais da classe é preciso estar atualizado, primeiro sobre 
as leis trabalhistas do país, estado e município em que se leciona; em segundo, 
todos os anos acompanhar a discussão, a aprovação e a homologação da 
Convenção Coletiva da classe.
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CAPÍTULO 2 – A PROFISSÃO DE DOCENTE
• Plano de Carreira do Professor
Os estudos, a experiência, o tempo de trabalho de um professor deve ser 
valorizado, não só socialmente, mas financeiramente e academicamente, por 
isso, o plano de carreira de um docente deve ser regulamentado e incentivado em 
todos os níveis e etapas da educação nacional. Segundo o Ministério da 
Educação:
O plano de carreira do magistério deve contemplar itens como a 
formação inicial e continuada, o processo de escolha de diretores das 
escolas, o número máximo de alunos por sala de aula, o sistema de 
avaliação, a progressão funcional (MEC, 2020).
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CAPÍTULO 2 – A PROFISSÃO DE DOCENTE
Sendo assim, quanto mais qualificado e experiente o professor, maior seu salário, 
sua prioridade na escolha de aulas, nas seleções oficiais e na progressão de 
cargos. Segundo a LDB (1996), os sistemas de ensino devem assegurar o plano de 
carreira do professor, incentivando a continuidade dos estudos, respeitando o 
piso salarial, a progressão funcional baseada em desempenho e qualificação e a 
saúde do professor em toda sua globalidade.
Finalizando, a carreira do professor tem muitas vantagens, legislação específica 
desde sua formação até o plano de carreira, mas ainda há carência de respeito às 
leis e ao trabalho em sala de aula e fora dela. Enquanto a sociedade não valorizar o 
professor, o aluno também não o fará.
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CAPÍTULO 3 – DOCÊNCIA E TRABALHO: REFLEXÕES SOBRE O PAPEL DA PRÁTICA DE ENSINO
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CAPÍTULO 3 – DOCÊNCIA E TRABALHO: REFLEXÕES SOBRE O PAPEL DA PRÁTICA DE ENSINO 
Atualmente tem se comentado muito nos meios acadêmicos a importância da prática docente 
na formação do professor, desde a graduação até no exercício de seu papel em sala de aula. É 
um desafio para quem se preocupa com essa formação aliar as muitas teorias educacionais a 
uma prática efetiva, gerando um trabalho mais completo.
No seu artigo 82, a LDB (1996) afirma que o estágio supervisionado é obrigatório nos cursos de 
licenciatura, sendo este de no mínimo 300 horas. Na disciplina Prática de Ensino, o aluno deve 
entender como funciona o cotidiano do professor, através de troca de experiências e vivências, 
essa disciplina é oferecida paralelamente ao estágio supervisionado. Muito se fala sobre os 
objetivos dessa disciplina e sobre o que realmente seria importante o aluno absorver antes de 
se formar, então, falaremos um pouco sobre as questões que permeiam a profissão e o que 
seria útil ao futuro docente saber sobre a prática de ensino.
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CAPÍTULO 3 – DOCÊNCIA E TRABALHO: REFLEXÕES SOBRE O PAPEL DA PRÁTICA DE ENSINO 
Ao pensarmos no trabalho docente como algo humano, precisamos refletir em como esse 
trabalho está relacionado aos fatores históricos, citados, inclusive, no capítulo anterior e como 
a sociedade e o contexto atual influenciam esse trabalho. A visão que se tem do trabalho do 
professor é algo penosa, sacrificante, baseada em uma vocação quase divina. Esse conceito 
precisa ser quebrado.
O trabalho do professor precisa perder, em primeiro lugar, esse caráter vocacional 
transcendente. Professores, como qualquer outro profissional, devem ter o mesmo grau de 
vocação e talento que qualquer outro, sem nada que extrapole o normal e exija ou justifique um 
trabalho estafante e desumano.
Ao se colocar como profissional, sem qualidades divinas, mas ainda assim com qualidades, o 
professor vai exigir um tipo de respeito que não tem obtido, não só o respeito a ele como ser 
humano, mas como trabalhador. A profissão docente, como qualquer outra precisa 
remunerada de maneira justa e o professor precisa se colocar firme por essa remuneração.
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CAPÍTULO 3 – DOCÊNCIA E TRABALHO: REFLEXÕES SOBRE O PAPEL DA PRÁTICA DE ENSINO 
A visão de que o professor dá aulas por gosto, e não por necessidade deve cair por terra. 
Atualmente, todos buscam trabalhar no que gostam, mas nem por isso deixam de receber por 
isso. O sistema transformou a sociedade em uma luta degenerada por emprego e pelo 
sustento, e o professor, como outros profissionais, foi engolido por esse contexto. Portanto, 
todos devem lutar para resgatar a dignidade do trabalho humano.
No seu cotidiano dentro da escola, é preciso que o professor resgate essa dignidade da 
profissão. Já percebemos que não podemos depender da sociedade para nos resgatar desse 
contexto,é preciso ação.
As práticas desenvolvidas em sala de aula precisam ser mais valorizadas, pelos próprios 
professores. Ou seja, é preciso criar uma cultura em que os colegas troquem mais 
experiências, mais vivências, que isso seja reunido, documentado e compartilhado. O trabalho 
do professor precisa ser estudado, mas não como muitos fazem, de longe, precisa ser visto de 
perto, precisa ser notado.
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CAPÍTULO 3 – DOCÊNCIA E TRABALHO: REFLEXÕES SOBRE O PAPEL DA PRÁTICA DE ENSINO 
A sociedade sempre se sente à vontade para interferir na prática docente, para criticá-la, com 
mais frequência e com mais intensidade do que se vê em qualquer outra profissão. Tornar essa 
prática algo visível para essa sociedade vai poder mostrar o quanto a rotina do professor é 
sofrida na defesa da educação. Não é algo que se veja em uma foto, uma imagem, não é um 
sofrimento de origem física, mas de origem moral. É a visão das teorias que aprendeu se 
nublando, é a decepção de ver seus ideais sendo massacrados. Tudo porque a teoria 
educacional, o sistema educacional não representa o professor.
E os alunos se sentem da mesma forma.
Os alunos caminham para a escola em busca do novo, do conhecimento, da verdade. Todos que 
veem as crianças pequenas indo para a escola, percebem o entusiasmo, a curiosidade e a 
alegria com que vão para a escola. A Educação Infantil é uma das poucas coisas que merecem 
bem poucas críticas na educação brasileira, ela tem sido um oásis em um deserto de ideias e 
práticas improdutivas.
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CAPÍTULO 3 – DOCÊNCIA E TRABALHO: REFLEXÕES SOBRE O PAPEL DA PRÁTICA DE ENSINO 
A escola, porém, vai destruindo, ano a ano, série a série, o entusiasmo dessas crianças. O 
modelo ultrapassado de ensino, o método tradicional, as regras inúteis e excessivas para 
algumas coisas e a falta de regras e ações para outras, tudo contribui para o aluno querer 
distância da escola.
Claro que essa decepção não pode ser creditada ao professor, nem mesmo ao gestor, são 
peças de um mecanismo. Muitos e muitos professores saem da universidade da mesma forma 
que as crianças entram na escola: cheios de disposição, de entusiasmo, de confiança. O 
sistema escolar os destrói da mesma forma que destrói a infância de muitos alunos.
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CAPÍTULO 3 – DOCÊNCIA E TRABALHO: REFLEXÕES SOBRE O PAPEL DA PRÁTICA DE ENSINO 
O governo não entende que não é nosso corpo docente que precisa se qualificar e melhorar, 
que não são os alunos que precisam se adaptar, que é o sistema educacional brasileiro que 
precisa mudar. Não é nem uma questão financeira e material, embora seja necessária e precise 
ser maior; mas sim uma questão de flexibilização. O governo precisa parar de impor 
burocracias e regras desnecessárias à gestão e deixar esta cuidar do que importa: seus alunos.
Concluindo, acreditamos que passamos do momento em que o professor precise fazer uma 
autocrítica sobre sua prática docente. A maioria dos professores, mesmo os mais relapsos 
refletem sobre suas ações em sala de aula, tentam compreender o processo educativo, leem, 
estudam e se atualizam. O momento atual é de olhar para esse profissional com o respeito e 
valor que ele merece.
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CAPÍTULO 4 – FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
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CAPÍTULO 4 – FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
A escola é um ambiente cheio de diversidade e que participa da formação de todas nossas 
crianças e adolescentes, por isso, ela precisa de uma quantidade também diversificada de 
profissionais com as mais variadas formações. Neste capítulo, iremos descrever como é a 
formação dos profissionais que trabalham na educação nacional e como esse trabalho é 
realizado.
Antes de falarmos sobre os profissionais da educação, seria interessante entender como é a 
escola na qual eles irão trabalhar. Segundo a LDB, em seu título II (1996), é dever da educação 
nacional garantir igualdade de condições a todos seus alunos, liberdade de aprendizagem, 
pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, valorização dos profissionais de educação, 
qualidade de ensino, vincular teoria e prática, respeito à diversidade étnico-racial, dentre 
outras coisas, isso no ensino público e privado.
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CAPÍTULO 4 – FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
O Estado tem obrigação legal de oferecer educação básica e gratuita dos 4 aos 17 anos de 
idade, através de pré-escola e educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. Também 
deve oferecer a Educação de Jovens e Adultos – EJA, da mesma forma, para quem não teve 
acesso aos estudos na idade própria. As escolas também devem oferecer o período noturno 
como opção para educandos que não podem frequentar durante o dia.
Em seu título III, inciso X, a LDB (1996), garante a oferta de vagas em escola pública de 
educação infantil e ensino fundamental, perto de sua casa, para todas as crianças a partir dos 4 
anos de idade. Apesar da lei, ainda há muitas dificuldades para se cumprir essa determinação, 
por causas sociais e geográficas. 
Para crianças que têm necessidade de ficar em casa, em clínicas ou outras instituições de 
saúde, por conta de seu estado físico, a LDB, em seu artigo 4, título III (1996), garante regime de 
educação domiciliar. Neste capítulo, abordaremos esse tema ao explicar a formação e o 
trabalho de quem pratica pedagogia em ambientes não-escolares.
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CAPÍTULO 4 – FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
A educação infantil e o ensino fundamental 1 deve ser oferecido, preferencialmente pelos 
municípios, daí a importância de os profissionais de educação dessas etapas ficarem atentos à 
legislação municipal e às publicações de editais locais para contratação de professores. Caso 
não haja essa oferta em nível municipal, a secretaria estadual de educação se incumbe dessas 
etapas e obrigatoriamente do ensino fundamental 2 e médio, EJA, educação especial e ensino 
técnico de nível médio (LDB, 1996). 
O ensino nacional é dividido em dois níveis: básico e superior. O nível básico tem três etapas: 
educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. O nível superior é dividido em 
graduação e pós-graduação. As modalidades de ensino são: a educação regular, educação 
especial, ensino técnico, educação indígena, educação à distância (EAD) e EJA.
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CAPÍTULO 4 – FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
Agora que já explicamos um pouco como funciona a educação nacional, vamos ver como se dá 
a formação dos profissionais que irão atuar nessa educação. Para trabalhar na Educação 
Infantil, o professor deve ter formação em Pedagogia ou Curso Normal. Essa formação pode ser 
obtida no modo de ensino presencial ou à distância. As características do curso de Pedagogia, 
segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais (CNE, 2006), atualmente são:
● Carga horária mínima de 3200 horas;
● Destas, 2800 devem ser dedicadas às atividades formativas, como estudos, palestras, 
pesquisas, atividades culturais, seminários, etc.;
● Estágio supervisionado de 300 horas, na educação infantil e ensino fundamental I 
prioritariamente;
● Cem horas de atividades teórico-práticas como iniciação científica, extensão, monitoria, 
sendo essas de interesse e escolha do aluno;
● Grade Curricular de acordo com a Base Nacional Comum Curricular, ou seja, as disciplinas 
do curso de graduação devem formar para ensinar as disciplinas da BNCC.
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CAPÍTULO 4 – FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
O egresso do curso de Pedagogia pode atuar em diversas funções dentro da escola, como 
gestão escolar, incluindo coordenação, orientação educacional e direção; mas também há 
mercado para a Pedagogia em ambientes não-escolares, tais como:
● Pedagogia Empresarial: elaborando e coordenando cursos para empresas, ensinando 
funcionários, entre outras atividades pedagógicas;
● Pedagogia Hospitalar: quando a criança não tiver condições de frequentar a escola, os 
pais devem matricular a criança em uma escola próxima do lugar onde a criança está para 
que esta elabore um planejamento de ensino para essa criança.Assim, o pedagogo pode 
ensinar a mesma em seu ambiente. Muitos hospitais contratam pedagogos para essa 
tarefa e para cuidar da brinquedoteca, ambiente cada vez mais comum nessas 
instituições. O profissional que queira se dedicar a essa atividade pode fazer uma 
pós-graduação em Pedagogia Hospitalar;
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CAPÍTULO 4 – FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
● Educação indígena: a criança da aldeia indígena tem direito ao ensino da língua 
portuguesa como segunda língua, sendo assim, o professor dessa modalidade deve 
alfabetizar e ensinar as disciplinas para essa criança em sua língua materna, ou seja, a 
língua do povo da criança. Portanto, além de ter o diploma em licenciatura, o professor 
precisa saber falar a língua ou haver um intérprete presente;
● Populações Ribeirinhas: muitas crianças vivem em comunidades ribeirinhas de difícil 
acesso. O professor pode ser contratado para trabalhar na escola ribeirinha, se houver, ou 
pode se deslocar de barco até os alunos para ensiná-los;
● Populações Quilombolas: o mesmo acontece com os alunos das comunidades 
quilombolas, o professor poderá ir até local para ensinar ou ser residente da comunidade;
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CAPÍTULO 4 – FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
● Asilos ou Instituições de Saúde Mental: existem adultos nessas instituições que não 
puderam frequentar o ensino regular na idade própria, então, é oferecida a eles a EJA, 
dentro do seu ambiente;
● População Carcerária: o pedagogo pode prestar serviços educacionais em instituições 
carcerárias que abrigam menores ou com a EJA em presídios;
● Núcleos de Assistência Social: existem comunidades carentes onde o pedagogo pode 
oferecer cursos em CRAS, CREAS, Organizações não-governamentais, complementando 
o ensino da população.
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CAPÍTULO 4 – FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
Além dos graduados em Pedagogia, também são profissionais da educação, os licenciados, nas 
mais diversas áreas, como: matemática, física, química, história, geografia, línguas 
estrangeiras, língua portuguesa, artes, educação física, entre outros. Para se lecionar no 
Ensino Fundamental II, ou seja, do sexto ao nono ano, e também no Ensino Médio, 
recomenda-se a contratação desse tipo de licenciado (LDB, 1996).
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CAPÍTULO 4 – FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
A LDB, admite como profissional da educação “trabalhadores em educação, portadores de 
diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim” (LDB, título VI, artigo 61, 
inciso II, 1996). Atualmente, também se admite o notório saber, sendo transcrito na íntegra, 
abaixo, o que diz a LDB (título VI, artigo 61, inciso IV, 1996): 
IV - profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas de 
ensino, para ministrar conteúdos de áreas afins à sua formação ou experiência 
profissional, atestados por titulação específica ou prática de ensino em unidades 
educacionais da rede pública ou privada ou das corporações privadas em que 
tenham atuado, exclusivamente para atender ao inciso V do caput do art. 36; 
(Incluído pela lei nº 13.415, de 2017)
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CAPÍTULO 4 – FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
O portador de diploma de curso superior também pode fazer uma complementação pedagógica 
para poder lecionar, esta deve seguir as diretrizes do Conselho Nacional de Educação sendo o 
curso reconhecido pelo MEC (LDB, 1996). 
Para o trabalho em salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE), ou seja, na 
Educação Especial, o professor, além de curso de licenciatura, precisa ter especialização em 
Educação Especial ou suas ramificações (LDB, 1996).
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CAPÍTULO 4 – FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
De uma forma geral, a LDB (1996), no artigo 62, do título VI, afirma o seguinte sobre a formação 
dos profissionais da educação:
Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á nível 
superior, em curso de licenciatura plena, admitida, como formação mínima para o 
exercício do magistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos do ensino 
fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal. (Redação 
dada pela lei nº 13.415, de 2017)
Quando a LDB foi publicada, os professores que atuavam na educação básica e que não 
possuíam a formação adequada tiveram que receber a mesma, com incentivo do governo 
municipal, estadual e federal, inclusive fornecendo bolsas de incentivo.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13415.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13415.htm#art7
CAPÍTULO 4 – FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
No artigo 66, a LDB (1996) recomenda, para se lecionar no ensino superior, que o professor 
tenha pós-graduação, preferencialmente mestrado e doutorado. O MEC também recomenda 
que a pós-graduação do professor tenha aderência à disciplina ou disciplinas que irá lecionar. 
Concluindo, são muitas as atribuições e papéis desempenhados pelo professor atualmente, 
desde a educação básica até o ensino superior, por isso, a sua formação é extensa e 
diversificada. Como qualquer profissional competente, o professor investe em sua carreira e a 
maioria continua sua formação e sua qualificação por anos afim depois do primeiro diploma de 
graduação, daí a necessidade de valorização e reconhecimento por parte da sociedade. Não 
são regalias que o professor pede, mas justiça à sua formação.
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CAPÍTULO 5 – A PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO DE JOVENS E ADULTOS
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CAPÍTULO 5 – A PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO DE JOVENS E ADULTOS
É muito comum, quando falamos sobre escola e ensino, pensarmos em crianças. Mesmo os 
adolescentes, acabam por ter um papel secundário quando refletimos sobre questões 
escolares. Somente quem trabalha no cotidiano escolar percebe o quanto é diferente ensinar 
uma criança pequena e um adolescente de 17 anos. São mundos quase opostos de tão 
diferentes.
Assim, neste capítulo, vamos descrever um pouco as questões relacionadas ao ensino de 
adultos. Em primeiro lugar, iremos explicar como funciona a EJA, educação para jovens e 
adultos que não puderam frequentar a escola e concluir seus estudos na idade própria de cada 
etapa de ensino. Em seguida, vamos expor e comentar o conceito de Andragogia, uma área da 
educação que estuda as características do ensino de adultos. 
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CAPÍTULO 5 – A PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO DE JOVENS E ADULTOS
● Andragogia: ensino de adultos
Andragogia é uma área de estudos que objetiva compreender a forma como os adultos 
aprendem. Ela vai investigar as características desse aprendizado, os processos envolvidos, as 
práticas didáticas usadas, os métodos de ensino mais eficazes, entre outros detalhes. O 
adulto, ao contrário da criança, procura voluntariamente o ensino e a andragogia vai investigar 
as motivações para isso (MARQUES, 2007). 
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CAPÍTULO 5 – A PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO DE JOVENS E ADULTOS
Dentre os motivos que fazem uma pessoa adulta procurar cursos e capacitações, os mais 
comuns são (MARQUES, 2007):
Qualificação: quando buscam uma faculdade, uma pós-graduação, para dar um passo a mais nos 
estudos;
Emprego: quando o trabalhador quer se atualizar, se capacitar, seja por motivação própria ou 
exigências do cargo (ainda assim, é voluntário);
Realização Pessoal: quando a pessoa quer atingir um objetivo pessoal, de aprender por aprender, pelo 
gosto pelo saber;
Extensão: para ampliar conhecimentos;
Mudança de Vida: muitos procuram uma segunda graduação, ou fazer cursos em áreas diferentes da 
que atuam para mudar de carreira, de profissão, por estarem insatisfeitos.
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CAPÍTULO 5 – A PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO DE JOVENS E ADULTOS
Pensando que esse aprendizado tem motivações diferentes das que as crianças têm, é 
importante desenvolver programas de estudos e cursos que atendam essas motivações e 
cumpram os objetivos dos adultos ao procurarem a continuação dos estudos. Também devem 
estar atentos para manter a motivação, pois o adulto tem totalautonomia para abandonar 
esses estudos.
Outra característica importante do ensino de adultos é que estes têm mais autonomia didática, 
mais independência, ou seja, o professor pode usar as habilidades dos alunos para deixá-los 
mais livres em suas tarefas e atividades, explorando as áreas de interesse dos mesmos, o que 
além de dar mais dinamismo à aprendizagem também vai manter o entusiasmo no processo de 
ensino-aprendizagem (MARQUES, 2007).
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CAPÍTULO 5 – A PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO DE JOVENS E ADULTOS
Uma diferença interessante entre Pedagogia e Andragogia é que esta última não necessita de 
um ambiente tão adaptado quanto o usado no ensino de crianças. Uma sala com o mínimo de 
conforto e salubridade, e os recursos de tecnologia adequados pode ser usada em grande 
escala, em várias disciplinas. Tanto, que em universidades a maior parte das salas são 
padronizadas. As atividades mais específicas são realizadas em laboratórios especiais e 
geralmente a organização dá conta da demanda (MARQUES, 2007).
A aula com adultos flui de uma maneira bem mais dinâmica. O professor e o aluno têm uma 
comunicação melhor articulada, a troca de ideias e sugestões favorece a progressão didática e 
o diálogo aumenta a motivação tanto de professores como de alunos. O acesso às tecnologias é 
mais amplo entre os adultos, eles têm permissão para usar livremente o celular, o que facilita a 
comunicação com o professor e os colegas.
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CAPÍTULO 5 – A PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO DE JOVENS E ADULTOS
O professor, nesse contexto, se torna um parceiro dos alunos, pois não há tanto tempo 
dedicado a pequenas questões individuais, a sala de aula de adultos é mais hegemônica, o que 
permite ao professor avançar mais rápido e aplicar mais teorias didáticas e de aprendizagem. 
Como o adulto tem mais vocabulário e articulação da linguagem, as dúvidas são expostas mais 
rapidamente e de modo mais eficiente, o professor também consegue entender mais rápido se 
está sendo claro e objetivo.
O mesmo acontece com a organização dos cursos: a comunicação com adultos favorece a 
atualização constante baseada no feedback que os alunos trazem aos gestores. Assim, de 
semestre em semestre, ano em ano, atualizações e mudanças efetivas podem ser realizadas de 
modo a melhorar a qualidade do curso e a satisfação dos alunos e professores (MARQUES, 
2007).
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CAPÍTULO 5 – A PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO DE JOVENS E ADULTOS
A troca de experiências entre os alunos também é diferente da que ocorre entre as crianças, as 
parcerias para estudos e trabalhos, embora também motivadas pela afinidade, costumam ter 
objetivos mais práticos, pedagógicos. Isso diminui os conflitos nas atividades coletivas e 
melhora o desenvolvimento dos trabalhos.
Embora tenham suas diferenças, ensinar adultos ou ensinar crianças, ou adolescentes, enfim 
independentemente do público, a educação tem alguns princípios comuns para todos: a 
motivação para ensinar, a motivação para aprender e o comprometimento de todos os 
envolvidos no processo.
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CAPÍTULO 5 – A PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO DE JOVENS E ADULTOS
● Educação de Jovens e Adultos (EJA)
A EJA é uma modalidade de ensino que objetiva oferecer os estudos necessários para que 
jovens e adultos que não concluíram o Ensino Fundamental e o Ensino Médio na idade própria, o 
façam. Para isso, a LDB (1996), no título V, capítulo II, orienta que essa modalidade seja 
oferecida de forma gratuita e adaptada às necessidades dos alunos do sistema educacional.
O currículo se fundamenta na Base Nacional Comum Curricular e o certificado habilita o aluno 
de EJA a prosseguir normalmente nos estudos. Para cursar o Ensino Fundamental o aluno 
precisa ter no mínimo 15 anos e para cursar o Ensino Médio, 18 anos. 
Além da LDB, nossa lei máxima, a Constituição Federal de 1988 assegura a educação de jovens 
e adultos como um direito de todos. Também garante o atendimento quanto ao material 
didático, transporte escolar, alimentação e assistência à saúde em todas as etapas da 
educação básica.
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CAPÍTULO 5 – A PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO DE JOVENS E ADULTOS
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e Adultos (Parecer 
CNE/CEB 11/2000 e Resolução CNE/CEB 1/2000) as funções da EJA são:
● Reparadora: a escola vai oferecer a esses alunos as mesmas oportunidades de estudos e 
o mesmo acesso ao conhecimento que oferece no ensino regular, preenchendo lacunas 
de aprendizado;
● Equalizadora: permitir a reentrada no sistema educacional de quem teve que abandonar 
os estudos para trabalhar ou por questões familiares e de renda, dando novo significado 
ao conceito de formação, de qualificação e de carreira;
● Qualificadora: desenvolver o potencial dos alunos, as qualidades, habilidades, 
qualificando-o para prosseguir nos estudos.
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CAPÍTULO 5 – A PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO DE JOVENS E ADULTOS
O funcionamento da EJA é através de módulos de seis meses cada (cada um equivale a uma 
série). Para o Ensino Fundamental as disciplinas, segundo a BNCC, são: Geografia, História, 
Matemática, Ciências, Educação Física, Artes, Inglês e Língua Portuguesa. No Ensino Médio as 
disciplinas são: Filosofia, Sociologia, História, Física, Química, Matemática, Ciências, Educação 
Física, Artes, Inglês e Língua Portuguesa.
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CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
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CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
Desde a antiguidade a ciência tem se preocupado em analisar e explicar como os seres 
humanos aprendem. Embora tenham surgido diversas teorias a respeito do tema nos últimos 
séculos, atualmente, são consideradas as mais completas e úteis para a educação, as dos 
seguintes autores: Ivan Pavlov, John Watson, B.F.Skinner, Jean Piaget, Lev Vygotsky, Henri 
Wallon, Howard Gardner e David Ausubel.
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CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
● Behaviorismo: Ivan Pavlov e John Watson
O behaviorismo é uma área da Psicologia que estuda o comportamento humano observável. 
Para o behaviorismo, o aprendizado é medido pelas mudanças comportamentais verificáveis e 
não está restrito à espécie humana, como pode-se notar pela pesquisa do fisiologista russo 
Ivan Pavlov. No behaviorismo, ou Psicologia Comportamental, podemos encontrar dois tipos de 
comportamentos: o inato, estudado por Pavlov e o aprendido, estudado por Skinner (MOREIRA, 
2011).
Na década de 1920, Pavlov estudava processos de digestão e utilizava cães em suas pesquisas. 
Ao alimentar os cães, Pavlov apresentava diversos estímulos palatares para estimular a 
salivação. Biologicamente, a salivação ocorre com estímulos ligados a alimentação e digestão, 
como a mastigação e a deglutição dos alimentos (MOREIRA, 2011).
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CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
Porém, os cães de Pavlov, começaram a produzir saliva quando ouviam os passos dos 
alimentadores, ou quando viam a tigela com alimentos. Pavlov achou isso interessante e 
começou a apresentar estímulos sonoros conjuntamente com a tigela de comida. Estava 
nascendo a teoria do Condicionamento Clássico (MOREIRA, 2011).
Para entender esse condicionamento, é preciso que se explique que nós nascemos com 
reflexos, próprios da espécie, como salivar, piscar, engasgar, espirrar, chorar, etc. Para se 
desencadear esses reflexos inatos, é preciso que um estímulo seja apresentado. Por exemplo, 
para espirrar, é preciso que um agente estranho entre no nariz; para chorar, precisamos sentir 
dor; para piscar, os olhos se ressecam. 
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CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
Os reflexos inatos não são voluntários, nem controlados pela pessoa, mas podemos 
condicioná-los. Foi o que Pavlov fez. Ele trocou o estímulo natural para a salivação, por um 
artificial, para isso, ele associou diversas vezes o estímulo natural (comida) ao estímulo 
artificial (som, campainha). Após algumas sessões, o cão passou a salivar somente com o 
estímulo artificial. Um exemplo comum que temos de condicionamento clássico é o de chorar 
ao ouvir uma música mesmo sem estarmos sentindo tristeza, dor. Em algum momento, 
associamos a música auma dor que estávamos sentindo e agora estamos condicionados.
Quando Pavlov percebeu que essa associação originava um novo comportamento, o 
comportamento condicionado, desenvolveu a teoria do condicionamento dos reflexos, ou 
condicionamento respondente. A pesquisa, inspirou o trabalho de um psicólogo americano 
chamado John B. Watson, que escreveu um artigo, em 1913, chamado “Psychology as the 
Behaviorist views it”, no qual criticava a visão mentalista na Psicologia, assim como o 
estruturalismo e o funcionalismo; e estimulava as pesquisas comportamentais, a palavra 
behaviorismo foi usada nesse artigo pela primeira vez (MOREIRA, 2011).
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CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
Seguindo os passos de Pavlov, Watson desenvolveu pesquisas com animais e fortaleceu o método de 
condicionamento clássico. Sua pesquisa era baseada no sistema de aprendizado gerado por 
estímulos e respostas. Não que ele negasse os processos mentais, mas seu trabalho focava o 
comportamento observável. 
A contribuição do condicionamento respondente (clássico) para a educação é muito grande. Nos 
primeiros anos na escola, a criança exercita muito seus reflexos. Com o conhecimento dessa teoria, 
os professores auxiliam a criança a controlar esses reflexos e adquirir disciplina (por exemplo, 
condicionando a criança a comer e dormir nas horas certas), além de evitar que adquiram medos e 
fobias causadas por traumas (quando a criança associa a dor e o susto a um animal, inseto, escuridão, 
etc.).
Além dos comportamentos inatos, o ser humano também aprende certas ações, como cantar, falar, 
dançar, digitar, entre outros. Esses comportamentos são chamados de Operantes. O psicólogo 
americano B.F. Skinner desenvolveu uma pesquisa na qual comportamentos aprendidos, operantes, 
são reforçados negativamente ou positivamente (MOREIRA, 2011).
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CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
No reforço positivo (positivo no sentido de aumentar a chance de ocorrer o operante), o 
comportamento tende a aumentar ou se intensificar com o estímulo apresentado. Na pesquisa 
de Skinner, ele colocava pombos em gaiolas que tinham dois dispositivos: um fazia cair ração 
quando o pombo bicava e o outro não. Quando o pombo descobria qual fazia cair comida bicava 
sempre o mesmo e ignorava o outro, pois o dispositivo trazia prazer e satisfação. 
Com o ser humano é a mesma coisa, se um estímulo nos causa prazer e satisfação, nós 
repetimos o comportamento, por exemplo, se ao cantarmos somos elogiados e aplaudidos, a 
tendência é que cantemos com mais frequência. É o Condicionamento Operante (MOREIRA, 
2011).
No reforço negativo, por outro lado, o estímulo tende a diminuir ou extinguir o comportamento. 
Por exemplo, se uma criança, ao perguntar para o professor alguma questão é respondida com 
aspereza ou é ridicularizada, a tendência é essa criança não repetir ou diminuir o 
comportamento. 
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CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
Assim, temos na escola, a possibilidade de usar também o condicionamento operante, quando 
queremos que um comportamento da criança se repita mais vezes (como estudar, ficar em 
silêncio) ou que seja excluído (como agredir colegas), apresentamos estímulos positivos ou 
negativos, como elogiar ou repreender.
85
CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
Psicologia Genética: Jean Piaget
O biólogo suíço Jean Piaget é um dos maiores expoentes nas pesquisas e práticas 
educacionais. Sua teoria de desenvolvimento cognitivo é a base da educação infantil e 
primeiros anos do ensino fundamental. Também se dedicou ao desenvolvimento moral e social 
das crianças. Sua teoria revolucionou a educação ao mostrar que o desenvolvimento infantil 
tem características únicas e que a aprendizagem depende da adaptação ao meio.
Para Piaget, inteligência é adaptação. O ser humano nasce com estruturas mentais próprias da 
espécie, que em contato com o meio e seus objetos de aprendizagem desencadeiam os 
processos mentais de adaptação e organização. A adaptação é desencadeada por um 
desequilíbrio nas estruturas, uma necessidade de reorganização das informações, e isso 
acontece quando nos deparamos com um novo objeto de conhecimento, uma informação nova 
(PIAGET, 1964).
86
CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
Se pensarmos nessa parte da teoria de Piaget podemos notar como a diversidade de estímulos, 
produzida pela diversidade no ambiente (seja ela humana ou material) é importante para o 
desenvolvimento cognitivo. Quanto mais estímulos ambientais a criança tem, mais ela 
desenvolve sua estrutura mental.
Voltando ao processo de adaptação, ele é composto por dois movimentos mentais: a 
assimilação e a acomodação. Nesses movimentos as nossas estruturas assimilam e acomodam 
as novas informações, quando eles terminam o processo de organização se inicia 
reestabilizando o sistema. Após a reorganização, o processo de organização está concluído, ou 
seja, aprendemos o conteúdo novo (PIAGET, 1964).
87
CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
Assim, a criança, em contato com um mundo novo, está o tempo todo adaptando e organizando 
informações. A evolução cognitiva da criança, segundo Piaget, ocorre em 4 fases (PIAGET, 
1964):
I.Período Sensório-Motor (0-2 anos): fase de imitação, de exercício dos reflexos, a criança desenvolve a 
linguagem, é egocêntrica;
II.Período Pré-Operacional (2-6 anos): a criança inicia o processo de socialização e exercita o jogo simbólico, 
o faz-de-conta;
III.Período Operacional Concreto (7-12 anos): período das operações mentais concretas, aprende a lógica, 
conceitos de número, de tempo, de reversibilidade. Existe um material de apoio ao professor, chamado “Caixa 
de Piaget”, na qual encontramos provas operatórias desenvolvidas por ele para analisar em qual período a 
criança se encontra;
IV.Período Operacional Formal (a partir dos 12 anos: início do pensamento lógico-dedutivo, a criança começa 
a entender e criar pensamentos formais, abstratos, teorias mais complexas.
88
CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
Nos dois primeiros períodos de desenvolvimento, Piaget estudou o conceito de regras na 
criança e acabou por formular as etapas de desenvolvimento moral. Estudando crianças 
jogando bolinhas de gude, ele observou que as mais novas jogavam de acordo com as próprias 
regras e estavam mais preocupadas em apalpar os objetos; esse período, Piaget chamou de 
anomia moral (PIAGET, 1994). 
Conforme crescem, as crianças passam a temer a autoridade moral e respeitam as regras por 
medo do castigo e punição, se perguntadas sobre sanções, elas são mais rígidas e punem de 
acordo com as consequências do erro e não com as intenções, essa forma de pensar é 
chamada de responsabilidade objetiva e esse período Piaget nomeou de heteronomia (PIAGET, 
1994).
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CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
Com o surgimento do pensamento formal as crianças dominam as regras do jogo e entendem o 
significado intrínseco das normas, pensam na coletividade e no bem-estar social; com isso, 
elas elaboram sanções de acordo com as intenções da pessoa ao cometer um erro e não 
somente nas consequências. É a responsabilidade subjetiva. Esse período é o de autonomia 
moral, segundo Piaget (PIAGET, 1994).
Assim, Piaget e suas teorias, moral e cognitiva, mudaram totalmente as bases teóricas do 
aprendizado infantil e, consequentemente, humano. Pela teoria piagetiana não concebemos 
mais a inteligência como algo a ser medido, mas observado, e passamos a acreditar que todas 
as crianças conseguem aprender: quanto mais estímulos, mais aprendizado.
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CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
● Psicologia Sócio Histórica: Lev Vygotsky
Para o psicólogo russo Lev Vygotsky, a criança vai aprender todo o conhecimento social e 
histórico do meio em que vive através da linguagem e da interação social. Ele não credita o 
desenvolvimento humano à maturação do organismo, mas a processos sociais que envolvem a 
mediação do outro (VYGOTSKY, 2002).
A cultura e o contexto histórico são produtos importantes na teoria de aprendizagem de 
Vygotsky, produtosestes responsáveis pela aquisição de conhecimento e reprodução do 
mesmo. O homem, segundo ele, se torna humano em contato com a humanidade (VYGOTSKY, 
2002). 
91
CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
Na escola, a criança deve ser entendida como um ser histórico que já carrega em si conteúdo 
cultural significativo. O professor deve avaliar esse conhecimento prévio da criança para 
entender a zona de desenvolvimento real do seu aluno, ou seja, o que ele já sabe. Pensando em 
suas habilidades, o professor vai então focar na zona de desenvolvimento potencial, ou seja, o 
que ele é capaz de aprender. Assim que entender essa potencialidade, vai elaborar seu 
planejamento, que será composto de atividades significativas (zona de desenvolvimento 
proximal) que ajudarão a sair do ponto A para o ponto B (VYGOTSKY, 2002).
Nessa teoria de aprendizagem, então, a escola deve estar sempre atenta ao desenvolvimento 
da linguagem, do diálogo, da comunicação, para promover a troca de experiências, de 
vivências, sempre estimulando a socialização, a interação e a integração dos alunos.
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CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
● A Afetividade: Henri Wallon
Quando pensamos na importância da afetividade no aprendizado, precisamos citar a teoria de 
Henri Wallon. Esse autor baseou seus estudos nas relações sociais humanas e como estas 
influenciam o aprendizado. Para Wallon, os aspectos cognitivo, motor e emocional são 
igualmente importantes no desenvolvimento humanos e somente esses aspectos em equilíbrio 
resultam em aprendizado real (GALVÃO, 1995).
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CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
A teoria de Wallon valoriza tanto aspectos genéticos, inatos, como os aspectos determinados 
pelo meio. Ele divide o desenvolvimento humano em 5 etapas:
I.Impulsiva-emocional: surge no primeiro ano de vida da criança e é caracterizada pelas interações afetivas;
II.Sensória-motora e projetiva: vai até os 3 anos, é caracterizada pela exploração dos espaços e dos objetos. Também 
surge o jogo simbólico e a linguagem;
III.Personalismo: de 3 a 6 anos, é caracterizada pela formação da consciência e a personalidade, pela intensificação 
das relações afetivas e sociais, adesão aos pares e troca de ideias;
IV.Categorial: a partir dos 6 anos, o mundo da criança se amplia e ela passa a ter muita curiosidade por objetos de 
conhecimento cada vez mais diversificados;
V.Predominância Funcional: as ações hormonais desenvolvem o corpo e o pensamento se torna mais complexo, a 
necessidade afetiva é preenchida com os pares e a sexualidade começa a ser foco de interesse, existem muitos 
questionamentos nessa fase o que origina muitos conflitos com a família e a escola (GALVÃO, 1995).
94
CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
Para Wallon, a afetividade se manifesta de três formas: a emoção, o sentimento e a paixão. 
Essas formas se manifestam desde o nascimento, mas se diferenciam e se intensificam 
conforme algumas fases de desenvolvimento. (GALVÃO, 1995). A escola tem por dever zelar pelo 
desenvolvimento e equilíbrio emocional de seus alunos para que esses tenham um aprendizado 
efetivo e completo.
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CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
● Aprendizagem Significativa: David Ausubel
Nunca uma teoria de aprendizagem foi tão urgente quanto a da aprendizagem significativa do 
psicólogo americano David Ausubel. Levar em conta o conhecimento prévio, a cultura, a 
bagagem cognitiva que a criança traz para a escola e trabalhar isso como base para novos 
aprendizados resume a contribuição dos estudos de Ausubel para o ensino e práticas escolares 
(MOREIRA, 2011).
Ausubel expôs suas teorias em um contexto dominado pelo behaviorismo, este, não levava em 
consideração o que os alunos já sabiam e trabalhava somente o comportamento observável e 
mensurável. Assim, a teoria de Ausubel trouxe uma linha de pensamento oposta: aprender 
reconfigurando as estruturas mentais já existentes. Ao ressaltar a importância da história do 
indivíduo e a do professor como mediador, Ausubel se aproxima da teoria de Vygotsky; ambos 
reforçam que o conteúdo ensinado na escola deve ter valor social e significado para o aluno 
(MOREIRA, 2011).
96
CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
Assim, a teoria da aprendizagem significativa nos auxilia muito na atualidade, na qual vivemos a 
necessidade de motivar alunos e professores, aliar tecnologia e ensino e dar mais dinamismo 
nos processos educativos. Trazer material didático significativo é de suma importância para 
ressignificar o papel da escola e o perfil do aluno.
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CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
● As Inteligências Múltiplas: Howard Gardner
Durante muito tempo a escola não levava em conta as diferentes habilidades e competências 
de seus alunos. Não entendia ou não justificava o fato de muitos estudantes serem habilidosos 
em determinadas áreas e terem dificuldades de aprendizagem em outras. Assim, o psicólogo 
americano apresentou a teoria das inteligências múltiplas e atualizou todo nosso conceito de 
aprendizagem escolar.
Com conhecimento em neurologia e psicologia, Gardner observou que a necessidade de 
resolver problemas influencia o desenvolvimento da inteligência e que o meio que produz essa 
necessidade estimula ou não determinadas áreas do conhecimento. Para Gardner, a princípio, 
existem 7 tipos de inteligência (ANTUNES, 1998): 
98
CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
I. Lógico-Matemática: habilidade para operações matemáticas e lógicas;
II. Linguística: habilidade com linguagens;
III. Espacial: noções completas de espaço;
IV. Físico-Cinestésica: habilidade para resolver problemas concretos e produzir objetos;
V. Interpessoal: habilidades em relações sociais;
VI. Intrapessoal: conhecimento pleno de si mesmo;
VII. Musical: habilidade com a música e instrumentos.
99
CAPÍTULO 6 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
Com o avanço dos estudos, Gardner considerou também a inteligência natural, habilidade de se 
relacionar com a natureza, e existencial, de cunho filosófico. Com essas novas concepções de 
inteligência, a escola começa a repensar seu paradigma educacional e a reavaliar a forma como 
ensina e avalia seus alunos. As habilidades individuais entram na pauta de planejamento 
escolar e os conteúdos começam a ser pensados de acordo com essas habilidades, assim 
como a avaliação.
100
CAPÍTULO 7 – NOVAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 
101
CAPÍTULO 7 – NOVAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 
No capítulo anterior conhecemos as teorias de aprendizagem mais usadas na educação atual. 
Pensando nessas teorias, neste capítulo, iremos abordar as estratégias de ensino envolvidas 
nessas aprendizagens e como elas podem ser aplicadas no contexto educacional, rompendo 
com o modelo tradicional no qual o aluno é passivo e não participa do processo de 
aprendizagem.
A escola brasileira ainda segue modelos arcaicos de ensino, porque sua estrutura é engessada, 
não abre caminho para que grandes mudanças sejam feitas. Embora a nossa legislação seja 
atual e inspirada em paradigmas teóricos mais contemporâneos, nossa escola ainda é pensada 
e construída para o modelo formal. Por exemplo, o material didático, a sala de aula e o regime 
de ensino seriado, com avaliações escritas e teóricas, só permitem que o professor siga esse 
modelo, com aulas expositivas, cópias e aluno inativo.
102
CAPÍTULO 7 – NOVAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 
Derrubar e remover esses obstáculos ainda é o maior desafio do professor quando pensamos 
em estratégias de ensino. Como ele vai usar todas as teorias de aprendizagem que aprendeu na 
graduação, que são inspiradas em métodos ativos, quando a escola não lhe permite isso, nem 
burocraticamente, nem fisicamente, nem pedagogicamente? É o que tentaremos solucionar 
nesse capítulo.
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CAPÍTULO 7 – NOVAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 
● Contexto Atual na Educação Nacional
Antes de falarmos sobre as novas estratégias de educação, é importante expormos um pouco o 
cotidiano escolarnacional da atualidade. Nossa escola, recebe atualmente, uma grande 
diversidade de alunos, das mais variadas camadas sociais, de diferentes origens étnicas e 
culturais, com suas próprias habilidades e também dificuldades.
Além da diversidade de seu público, seja essa diversidade cognitiva, física ou social, a escola 
tem que lidar com os dispositivos tecnológicos que acompanham essa nova geração. Muitos 
alunos trazem celulares para a escola e querem usá-los, muitos não veem o atrativo dos livros e 
cadernos, querem computadores, muitos não conseguem fazer a letra cursiva, mas digitam 
rapidamente. Como lidar com essa invasão tecnológica se a escola só possui lousa, caderno e 
livros didáticos impressos, quando muito?
104
CAPÍTULO 7 – NOVAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 
Os alunos da escola atual são nativos digitais, são crianças e adolescentes que não conseguem 
mais passar 4 ou 5 horas sentados, ouvindo e copiando. Esse público tem acesso muito rápido 
a uma grande variedade de informações fora da escola e quando entram nesta, parece que o 
tempo para. Além de não oferecer um conteúdo atual e significativo, a escola usa métodos 
ultrapassados e materiais desinteressantes.
Percebendo a demanda por tornar as disciplinas mais dinâmicas, com textos mais 
significativos e mais aplicáveis, a escola tem repensado métodos e materiais, tentando 
incorporar as novas tecnologias ao seu cotidiano e adotar práticas mais ativas, democráticas e 
participativas.
105
CAPÍTULO 7 – NOVAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 
● Pedagogias Ativas
Pedagogias ativas são práticas de ensino baseadas nas teorias ativas de aprendizagem, ou 
seja, participativas, democráticas, construtivas e significativas. Como pudemos ver, pelo 
contexto social em que vivemos atualmente, a escola precisa se atualizar e adotar práticas e 
métodos que despertem novamente o entusiasmo e a motivação dos seus alunos e 
professores.
Não é recente essa preocupação, o movimento brasileiro chamado “Escola Nova”, iniciado por 
intelectuais e educadores na década de 1930, já discursava sobre a importância de romper com 
o modelo tradicional de ensino, melhorando a qualidade da escola pública. Esse movimento 
também defendia um ensino laico, criticando duramente o ensino religioso nas escolas 
(PAVANI, 2020). 
106
CAPÍTULO 7 – NOVAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 
Outro nome importante na luta por melhorar a qualidade da escola foi o educador e filósofo 
brasileiro Paulo Freire, hoje patrono da educação nacional, que já criticava o modelo tecnicista 
e alienante da educação tradicional. Freire (1996) dizia que a pedagogia deveria ser crítica e não 
um sistema de depósito bancário, em que o professor deposita conteúdo em um aluno passivo.
Em seu trabalho, Paulo Freire defendeu uma educação voltada para questões sociais, com o 
objetivo de valorizar a cultura e os saberes prévios dos alunos e sanar as desigualdades 
produzidas pela sociedade. A escola teria a função de acolher e ensinar a todos de forma igual, 
dando assim, a almejada igualdade de oportunidades que tanto defendemos ainda hoje 
(FREIRE, 1996).
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CAPÍTULO 7 – NOVAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 
O papel do professor, mais do que de orador, é participativo, é motivador. No processo de 
ensino-aprendizagem a interação entre professor e aluno deve ser a mais eficiente possível, 
pois não só o aluno precisa entender a linguagem do professor, para assimilar seus 
ensinamentos, como o professor precisa entender a realidade e a linguagem do aluno, para 
compreender suas dúvidas, suas dificuldades e também suas habilidades e competências, para 
assim diminuir as primeiras enquanto estimula essas últimas (FREIRE, 1996).
Assim, a importância de se adotar metodologias mais ativas ainda se mostra urgente. As novas 
gerações de alunos estão cada vez mais desinteressadas do cotidiano escolar e os professores 
têm tido cada vez mais dificuldades em ensinar. Precisamos parar de culpar os alunos e 
professores, também não é mais questão única, e tão somente, de investimentos financeiros. A 
escola precisa mudar de postura e não se consegue isso se os poderes que comandam a 
educação não incentivarem.
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CAPÍTULO 7 – NOVAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 
Se nossa LDB dá flexibilidade para a escola trabalhar, seria o momento dos governos 
municipais, estaduais e federal pararem de exercer tanta tutela sobre a escola. Os gestores e 
professores precisam de mais liberdade para planejar o ensino e aplicar as práticas 
motivadoras e significativas.
Tendo tempo e liberdade suficientes para transformar a escola em um lugar que motive e 
cative o aluno, o professor e os seus gestores podem elaborar métodos mais eficazes para seu 
público, mais de acordo com seu contexto escolar e mais adequado ao seu cotidiano, por 
exemplo, vejamos as estratégias que as pedagogias ativas nos mostram como caminhos mais 
atuais:
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CAPÍTULO 7 – NOVAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 
➢ Gestão democrática e participativa com planejamento feito com pais, professores;
➢ Currículo adequado ao contexto social e à atualidade;
➢ Conteúdo teórico adequado à realidade do aluno e suas necessidades acadêmicas e sociais, 
contemplando um futuro na universidade e no mercado de trabalho;
➢ Aprender a fazer: saberes práticos, problematizações que envolvem o contexto atual;
➢ Diálogo com alunos maiores para saber de suas dificuldades, seus sonhos e suas necessidades;
➢ Reflexões críticas;
➢ Métodos de ensino que envolvam a participação ativa dos alunos e material adequado a esse 
método.
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CAPÍTULO 7 – NOVAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 
● A Nova Base Nacional Comum Curricular – BNCC
Pensando nessas necessidades de mudanças nos paradigmas educacionais, a nova Base Nacional 
Comum Curricular (BNCC/MEC, 2020) trouxe algumas questões para a orientar a escola no 
planejamento do currículo e sua aplicação. Algumas mudanças foram feitas tentando dar mais 
significação ao currículo e atender a mais necessidades educacionais. 
Como objetivo principal, a nova BNCC afirma a importância de se desenvolver dez competências em 
seus alunos, nas grandes áreas de conhecimento, de modo contínuo e intrínseco nas disciplinas: 
conhecimento; pensamento crítico, científico e criativo; repertório cultural; comunicação; 
argumentação; cultura digital; autogestão; autoconhecimento e autocuidado; empatia e cooperação; 
e autonomia e responsabilidade.
111
CAPÍTULO 7 – NOVAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 
Como podemos notar, a preocupação com um currículo mais significativo e que motive mais 
professores e alunos é nítida. O desafio do professor será conseguir desenvolver essas competências 
no cotidiano escolar usando um material que ainda é engessado e padronizado, e ainda sendo 
cobrados para usarem métodos tradicionais. 
Pensando nesse desafio, o Movimento pela Base Nacional Comum, um grupo não-governamental 
surgiu para defender a nova BNCC e auxiliar escola e professores na implementação da mesma. No 
site desse movimento tem dicas para planejamento escolar, planos de aulas, atividades práticas e 
indicação de livros, além de troca de experiências e tira-dúvidas. O acesso é em: 
http://movimentopelabase.org.br/
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http://movimentopelabase.org.br/
CAPÍTULO 7 – NOVAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 
Concluindo, a educação nacional, principalmente a escola pública, precisam se atualizar e atender as 
necessidades de uma nova geração de alunos, porém, coisas importantes estão sendo feitas para se 
atingir esse objetivo. Além de uma nova base nacional comum curricular, mais moderna, temos muitas 
tentativas de romper com o modelo de ensino tradicional e adotar práticas mais dinâmicas e mais 
ativas.
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CAPÍTULO 8 – A ESCOLA DO FUTURO: DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E APRENDIZAGEM 
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CAPÍTULO 8 – A ESCOLA DO FUTURO: DESENVOLVIMENTOCOGNITIVO E APRENDIZAGEM 
Para finalizarmos nossos estudos sobre as práticas docentes atuais e o ensino nas escolas brasileiras, 
trazemos algumas reflexões sobre a escola do futuro. Esse conceito é usado para descrever as 
características que a educação básica nacional pretende apresentar nas próximas décadas. Essas 
características são a mescla do que é útil no ensino tradicional com as necessidades educacionais 
que o novo contexto social exige, como o conhecimento de tecnologias. 
Um dos projetos que têm preocupação em melhorar e atualizar a escola pública é justamente o 
Projeto Escola do Futuro. Pensamos que este projeto resume todas as dicas e teorias citadas até aqui, 
por ser completo no objetivo de tornar a escola mais moderna e mais efetiva. Esse projeto pretende 
transformar a educação básica e tem sido implantado em algumas escolas-modelo. Vamos estudar 
agora quais as principais características dessas escolas.
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CAPÍTULO 8 – A ESCOLA DO FUTURO: DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E APRENDIZAGEM 
● As Novas Tecnologias
A tecnologia digital deve ser encarada na escola, não como a inimiga ou aquela que pretende 
substituir a escola, mas como um instrumento importante para a mesma, facilitando a 
comunicação e o acesso à informação e ao conhecimento. A tecnologia vai ajudar a otimizar o 
tempo da sala de aula, dinamizar o fluxo de informação e trazer experiências mais significativas 
para os alunos. Com computador ou lousa digital, e acesso à internet, as possibilidades do 
professor em sala de aula aumentam consideravelmente.
Um outro aspecto importante é a autonomia que o aluno consegue, podendo ser protagonista 
do próprio processo de aprendizagem. Enquanto o professor lhe apresenta o caminho e o guia, 
a internet oferece os recursos para sua caminhada. Assim, esse aluno pode manter o 
entusiasmo e a motivação para frequentar a escola, pois verá possibilidades de aprender de 
modo claro e com mais aplicabilidade ao seu futuro (SILVA, 2019).
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CAPÍTULO 8 – A ESCOLA DO FUTURO: DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E APRENDIZAGEM 
● Parceria com a família e a comunidade
Ao dizermos que a escola precisa se adequar ao contexto e à realidade social nos quais está 
inserida, não podemos deixar de frisar a importância da participação da família e da 
comunidade dos alunos no cotidiano escolar. Em primeiro lugar, uma escola para todos, como 
pretende ser, precisa ser realmente aberta a todos. Aos pais, que precisam acompanhar o 
aprendizado dos filhos e à comunidade, que através de seus impostos, mantém essa escola e 
quer ver retorno para isso.
Muitas escolas já têm esse projeto de inserir a comunidade em seus eventos, tanto na 
elaboração, quanto na participação. Também muitos gestores consultam os pais de alunos 
para tomar decisões importantes para a escola. Basta que se use experiências positivas nesse 
sentido como inspiração e modelo para mais ações do tipo (SILVA, 2019).
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CAPÍTULO 8 – A ESCOLA DO FUTURO: DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E APRENDIZAGEM 
● Novos métodos e novo currículo
Ainda pensando nas tecnologias, essas podem auxiliar as escolas a manter um ensino híbrido, 
ou seja, metade presencial e metade online. É um recurso mais caro e que precisa de um ótimo 
planejamento, mas com a velocidade da internet aumentando e também a expansão dos 
dispositivos móveis, é um sistema que precisa ser considerado, pois já funciona no Ensino 
Superior (SILVA, 2019).
Assim, o currículo também precisa ser repensado. Junto com as disciplinas tradicionais, como 
matemática e português, é preciso inserir disciplinas que ensinem a lidar com as tecnologias e 
com outras necessidades do mundo atual. Uma dessas necessidades é o mercado de trabalho. 
Ele está mudando e novas profissões estão surgindo a cada ano, por isso, a escola precisa 
oferecer, conjuntamente com ensino regular, o ensino técnico, mais específico e de menor 
duração, para preparar para essas profissões.
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CAPÍTULO 8 – A ESCOLA DO FUTURO: DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E APRENDIZAGEM 
● A Educação Maker
Já comentamos sobre a importância de dar significado ao que se ensina e uma forma eficaz de 
se colocar isso em prática é ensinando a fazer. Os alunos precisam dar aplicabilidade ao que 
aprendem e para isso a escola precisa de tempo para inserir mais práticas em seu cotidiano. A 
educação maker, como é chamada essa prática feita pelos alunos problematiza situações e 
deixa os alunos “botarem a mão na massa”.
A nova BNCC, como já vimos, já se preocupa com a aquisição dessas competências, tais como: 
Pensamento Científico, Crítico e Criativo, a Empatia e Cooperação e a Responsabilidade e 
Cidadania (SILVA, 2019).
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CAPÍTULO 8 – A ESCOLA DO FUTURO: DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E APRENDIZAGEM 
● Desenvolvimento Cognitivo e Aprendizagem
As novas gerações desenvolvem o aspecto cognitivo de modo mais rápido que as de um século 
atrás, isso porque, retomando a teoria piagetiana e vigotsquiana, elas têm mais estímulos do 
meio, mais interação com objetos de conhecimentos diversificados e mais relações sociais. 
Assim, a aprendizagem dessa criança precisa acompanhar esse ritmo de desenvolvimento.
Sem o interesse, nenhum aprendizado é realizado e para se captar e manter o interesse dessas 
crianças é preciso inovar, flexibilizar e ter conhecimento desse público. Uma maneira de 
manter o interesse dos alunos é deixar que eles escolham as disciplinas. A escola pode manter 
uma base obrigatória e oferecer disciplinas eletivas para que o aluno curse as que mais tem a 
ver com seus interesses atuais e futuros. É muito importante, assim, que a escola tenha uma 
boa equipe de orientação, como psicopedagogos, por exemplo.
120
CAPÍTULO 8 – A ESCOLA DO FUTURO: DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E APRENDIZAGEM 
Outro fator importante no aprendizado da nova geração é o emocional. Temos observado uma 
fragilidade muito grande nessas crianças e adolescentes, que nasceram expostos nas redes 
sociais e cresceram sendo julgados e avaliados. Ao mesmo tempo, os cuidados com a infância 
nunca foram tão extensos, a ponto de alguns pais se anularem em função dos filhos. Isso criou 
uma geração que não sabe lidar com frustrações e reveses da vida real.
Por isso, a escola precisa fortalecer a personalidade e a autoestima desses jovens enquanto 
ensina o conteúdo regular, pois se não estiverem focados, não aprenderão. Algumas 
habilidades, assim, precisam entrar no planejamento, tais como: resiliência, tato social e 
emocional, coletividade, comunicação e sociabilidade. Ainda em 2020 essas habilidades serão 
obrigatórias na BNCC.
Como pudemos entender nesse capítulo, uma nova geração, nascida em uma sociedade 
movida a informação, tem um desenvolvimento cognitivo diferenciado, que precisa ser 
atendido pela escola para que o aprendizado e o interesse por este sejam efetivos.
121
CONCLUSÃO
122
CONCLUSÃO
A sociedade está mudando, o mundo está mudando, e rápido. As tecnologias avançam e se 
atualizam rapidamente, as informações circulam cada vez mais velozes e em maior quantidade, 
nossa vida é invadida por cada vez mais serviços digitais e dispositivos móveis. Enquanto todas 
essas transformações acontecem e impactam nosso modo de viver e de pensar, a escola 
permanece presa a um modelo arcaico de ensino.
Nos nossos estudos, pudemos entender as necessidades de mudanças que a escola tem 
enfrentado e as causas dessas necessidades. Pudemos notar que a escola já sabe o que tem 
que fazer e está tentando sair desse modelo de ensino já superado e cada vez mais ineficiente.
As teorias de aprendizagem que apresentamos aqui nos mostram que os seres humanos 
dependem intensamente do meio em que vivem para adquirir conhecimento. Desde as teorias 
comportamentais até os estudos cognitivos, a importância do meio fica evidente, porque 
oferece os recursos materiais, os objetos de estudos, a vivência, a experiência e o mais 
importante, o contato humano e a interação social.
123
CONCLUSÃO
O mundo da educação recebe atualmente uma geração inquieta, ansiosa,pensante, que 
necessita mais do que nunca de métodos mais ativos de ensino. O aprendizado não pode mais 
ser o tradicional e passivo, precisa de práticas, de experiências, de trocas de ideias, de 
estímulos e motivação. As pedagogias ativas vêm sendo pouco a pouco integradas na 
educação e no currículo. A nova BNCC propõe atividades mais práticas e desenvolvimento de 
competências sociais e emocionais.
Os professores têm recebido uma formação mais preocupada com o uso de tecnologias e 
práticas docentes mais voltadas para o estilo de aprendizagem de seus alunos. Os cursos de 
graduação precisam dedicar carga horária para o estágio supervisionado, onde o futuro 
professor vai conhecer o cotidiano escolar e as estratégias pedagógicas usadas em salas de 
aula. Na disciplina de prática docente, o graduando tem a possibilidade de viver e refletir sobre 
a realidade escolar atual.
124
CONCLUSÃO
Assim, o contato com a funcionalidade da escola pode dar informações suficientes para que 
esses estudantes reflitam sobre as práticas docentes usadas atualmente e o que podem 
oferecer para melhor o processo de ensino-aprendizagem quando forem docentes. Pensamos, 
que a formação de profissionais da educação no país, embora ainda tenha algumas falhas, têm 
atendido as necessidades da educação, a grande dificuldade, na verdade, é a educação atender 
as necessidades dos profissionais que trabalham com ela.
Por isso, uma mudança na estrutura escolar e em seus métodos de ensino é tão importante e 
urgente, para preencher as expectativas e os anseios dos professores, mas atender também as 
necessidades de seus alunos. Uma escola que oferece recursos e potencialidades para o 
professor realizar toda sua prática pedagógica de modo amplo oferece também grandes 
oportunidades de aprendizado para seus alunos.
125
CONCLUSÃO
A escola do futuro é uma escola de práticas e vivências, que conta com a participação da 
sociedade e da família dos alunos. Os professores sofrem menos tutela do Estado, podendo 
trabalhar com mais liberdade de desenvolver sua prática e aplicar suas teorias e métodos 
educacionais. Alunos e professores serão parceiros na caminhada do saber e a escola pensará 
na tecnologia como um instrumento útil no aprendizado e não mais como sua inimiga. Assim, a 
escola será para todos e de todos, pois terá condições de atender as necessidades 
educacionais de todos seus alunos.
126
BIBLIOGRAFIA
127
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