Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Pré Estômago e Estômago Principal patologia que acomete pré estômago: ruminite – principalmente em pacientes que são tratados em confinamento, pois usa-se dietas de alto grão. Esses grãos são altamente fermentescíveis, o que gera alteração na microbiota e induz o processo de acidose lática ruminal. Não Lesão Poucas horas após a morte do animal ele começa a ter lesões que podem ser confundidas com alterações patológicas. Não lesões são alterações post mortem que ocorrem devido ao alimento (putrefação) e bactérias (liberam gás), causando um timpanismo cadavérico. Torus pyloricus (toro pilórico): nódulo bem evidente na superfície mucosa da porção pilórica do estômago e duodeno. No porco essa estrutura é bem desenvolvida e apresenta uma fenda central. No bovino, apenas uma leve elevação lisa. E é ainda menos evidente em outras espécies. Papilas unguiformes (em forma de garra): podem ocorrer como papilas firmes, cornificadas, de poucos milímetros até vários centímetros, nas extremidades distais da goteira esofágica e do omaso em ruminantes. Como se fosse “verrugas” dentro do rúmen. Desprendimento da mucosa do rúmen: 20 à 30 minutos PM tem desprendimento do epitélio. Revela uma submucosa pálida ou avermelhada, dependendo se o animal foi ou não possível. Hiperemia gástrica: Se o animal morre alimentado, há o avermelhamento mais ou menos acentuado da mucosa glandular do estômago é um achado fisiológico comum em animais de diversas espécies – especialmente cavalo e porco. A falta de alterações circulatórias evidencia que não se trata de uma gastrite. Rupturas gástricas post mortem: Grandes áreas de erosão na parede delgada do estômago. Há formação de uma ou mais aberturas através dessas áreas que permitem o vazamento de conteúdo gástrico para a cavidade abdominal. Lesão no Estômago Dilatação gástrica aguda: ocorre em todas as espécies domésticas, mas é mais frequente em bovinos, equinos e cães. Em gatos ocorre muito dificilmente – ele não se alimenta tão rápido como o cachorro, então não acumula gás e alimentos que irão favorecer esses processos de dilatação gástrica. Muitas vezes a dilatação está associada à torção gástrica. Em ruminantes o estômago é compartimentalizado → timpanismo primário (simples ou espumoso) e timpanismo secundário (obstrutivo ou gasoso). → Ruptura ante mortem: hemorragia associada e laceração da mucosa Equino com cólica por sobrecarga gástrica, equino come muito. Então se ele come um alimento muito fibroso e não muito biodigestível, há o acúmulo e forma bolos. Esses animais tem o sinal clínico, tenta-se fazer a lavagem mas esse material tá tão compactado que não é possível. Do nada, o animal tem uma melhora clínica = rompeu o estômago, alivia a distensão e morre de choque hipovolêmico ou peritonite. Outros acontecimentos em equinos: intussuscepção – uma alça intestinal entra na outra. PATOLOGIAS DE 2 No caso de dilatação e torção gástrica em cães, se não morrer de ruptura gástrica, irá morrer de insuficiência respiratória – pois o gás comprime o diafragma e vasos, impossibilitando as trocas gasosas e impedindo que chegue oxigenação no SNC. Sempre que pensar em dilatação, pense em torção! Outra coisa muito comum de se encontrar são corpos estranhos. O problema é que ele pode obstruir, se for um bovino pode causar timpanismo, se for carnívoro, se for para o intestino faz pragueamento e necrose deste. Outros corpos estranhos que podem ocorrer muito são os bezoários (última foto). Pilobezoário ou Tricobezoário: coelho, gato, suíno de produção caseira. Problema: processos obstrutivos. O bezoário também pode ser de produtos calcários ou arenosos, que formam pedras dentro do instestino e estômago. ANATOMIA DOS PRÉ ESTÔMAGOS Figura: Todos; Rúmen; Retículo e Omaso. Rúmen: pilares ruminais que fazem a movimentação do alimento para que haja o regurgitamento e a eructação. No rúmen há papilas. / Retículo: chamado de favo de mel. / Omaso: folhoso. Timpanismo: abdome absurdamente distendido. Há dois tipos: Primário ou espumoso A falha no primeiro estádio é provocada pelo aumento da tensão superficial e estabilidade das bolhas gasosas que não se coalescem e ficam presas à ingesta na forma de espuma (timpanismo espumoso). Muitas vezes acontece por indigestão vagal ou síndrome de Hoflund, que é caracterizada por um comprometimento total ou parcial do nervo vago ao longo do seu curso. A lesão do nervo vago pode levar a diferentes sintomatologias, dependendo do local primário da lesão, podendo acarretar distúrbios na passagem da ingesta pelo orifício reticulomasal ou ainda, pelo piloro. O que causa a indigestão vagal? A inervação principal que vai para o rúmen e para o coração vem do NERVO VAGO. Qualquer inflamação nesse processo, ex.: acidose subclínica crônica – animal come muito grão, não terá uma acidose monstruosa mas terá sempre uma lesão ali, essa lesão recorrente causa inflamação → abscesso → comprime o nervo vago → hiperestimula o NV – excesso de movimentação faz com que a ingesta, que deveria está pouco espumosa, fique muito espumosa. 3 Basicamente, por compressão do nervo vago o paciente pode apresentar essa síndrome clínica. Cronicamente é secundário a ruminite subclínica. Quando o paciente nasce e tem timpanismo, é pelo mesmo motivo do megaesôfago: persistência do arco aórtico. Essas compressões do nervo vagal faz com que haja hipermotilidade, que desenvolve o acúmulo de líquido espumoso. RARAMENTE: A doença tem sido associada com a ingestão de espécies de Trifolium (T. repens, T. pratense e T. subterraneum) e Medicago (M. sativa e M. ispida), que são pobres em fibra e têm alto teor de carboidratos solúveis e proteínas de elevada degradabilidade ruminal – não causa lesão direta no NV mas pela sua característica de alimento, que não é normal para o animal comer. Secundário ou obstrutivo – não consegue arrotar, gerando o acúmulo de gás. Tem algum processo que obstrui, e faz com que o paciente não tenha a capacidade de expulsar esse gás. Ruminite por sobrecarga: acidose → ruminite tóxica → pode virar só o processo inflamatório ou desenvolver síndromes secundárias – ruminite necrobacilar ou micótica Quando tem processo inflamatório, haverá ruptura da barreira de proteção e as bactérias que estão ali irão fazer a festa. Quando há um processo de acidose ruminal, muitas vezes terá diarreia associada, pois essa acidose irá retirar muito líquido do interstício e o paciente vai entrar em processo de desidratação – vem líquido do interstício para tentar compensar o pH acidótico e induz o processo de diarreia para eliminar o processo acidótico e descompensar. Às vezes, um paciente com acidose pode entrar em alcalose metabólica por estar perdendo metabólitos pela diarreia. Há degeneração balonosa devido à lesão cáustica que é feita no epitélio – “queimadura”. Ruminite micótica ocorre em bezerros que são alimentados com suplementos de leite, que muitas vezes descompensam a microbiota de bezerros e quando isso ocorre ele desenvolve essa ruminite micótica. É ACIDOSE RUMINAL RUMINITE NECROBACILAR ABSCESSOS HEPÁTICOS SÍNDROME DA VEIA CAVA RUMINITE MICÓTICA 4 muito característica tanto ovino quanto bovino, quando alimentados de forma inadequada na proporção de carboidrato que ele deveria ingerir na fase inicial, não tem a formação adequada do processo imune dele e acaba desenvolvendo ruminite micótica ou necrobacilose (bacteriana). Quando é ruminite micótica: forma alos – parecidos com hematomas mas são as áreas de proliferação dos fungos. E se põe em cultura fúngica desenvolve muitos fungos que podem romper o rúmen do bezerro. Ocorre tanto em animais que são suplementados com leite quanto em animais que tem disfunção na goteira esofágica e o leite vai para o rúmen. Síndrome da Veia Cava: abscessos hepáticos se rompem para dentroda veia cava e a infecção se dissemina, formando êmbolos que alcançam o pulmão e gera pneumonia simbólica. Tem proliferação bacteriana e a reação inflamatória que gera abscesso. Junto com o abscesso pulmonar é comum que haja lesão vascular como aneurisma, que se rompe para dentro dos brônquios e o animal tem um quadro de hemoptise. Pode ser uma consequência da ruminite. Inflamações Retículo Pericardite Traumática (RPT): Quando o animal ingere algum objeto pontiagudo, pelo retículo ser um saco de fundo cego, o objeto perfura e pode gerar reticulopericardite traumática ou reticuloperitonite traumática. Síndrome clínica: insuficiência cardíaca congestiva. O paciente pode morrer por tamponamento cardíaco, embolia. Ulcerações: A maior causa de ulceração em animais atualmente é estresse e medicação inadequada. Essas úlceras cronicamente podem romper e o paciente morrer de hipovolemia. Há muitas ulcerações em suínos, por viverem em condições de estresse. Quando a úlcera rompe, pode ter choque hipovolêmico ou o desenvolvimento de uma peritonite associada – quando tem peritonite... tá barril. Pois não é qualquer antibiótico que chegam a nível peritoneal, e quando ela ocorre, principalmente se for equino, o animal morre muito mais rápido. 5 Gastrite urêmica: úlceras são mais difusas e geralmente estão associadas a processos hemorrágicos – então o paciente faz melena. Quando tem calcificação, perde o aspecto avermelhado e se torna um estômago mais brancacento e firme. Parasitas Haemonchus contortus: o que mais causa mortalidade, pois causa anemia acentuada, que causa edema por hipoproteinemia. Localização: abomaso. Na clínica se vê: edema submandibular, edema de abomaso. Dificilmente acomete animais adultos, pois não consegue fechar o ciclo. Gasterophilus intestinalis e G. nasalis: mosca deposita ovos nos ombros dos animais, o cavalo pode ingerir e indo parar no piloro ou ficar na cavidade nasal do animal. É uma larva grande Causa uma lesão no estômago na região de piloro e essa lesão pode fazer estenose e não consegue progredir o alimento. O G. nasalis para no estômago de forma errática. O G. intestinalis vai parar no duodeno, causa inflamação crônica no duodeno, pois fica aderido na parede para se alimentar. Habronema: pode fazer lesões cutâneas e estomacal. Dependendo do lugar que irá formar, formará lesões granulomatosas altamente eosinofílicas – muito semelhante com Pitiose, Tecido de Granulação.
Compartilhar