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Epilepsia e crises convulsivas

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Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 1° ciclo) 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Epilepsia: É um grupo de doenças, cujo 
sintoma principal é a crise convulsiva/epiléptica 
que recorre na ausência de uma condição 
tóxico-metabólica ou febril. Tem fator de risco 
genético associado e não há etiologia 
conhecida. 
- Crises epilépticas: São eventos clínicos que 
refletem a disfunção temporária de um conjunto 
de neurônios de parte do encéfalo (crises 
focais ou parciais) ou de uma área mais 
extensa, envolvendo os dois hemisférios 
cerebrais (crises generalizadas). 
- A epilepsia é causada por atividade/descarga 
elétrica excessiva, anormal e transitória dos 
neurônios, resultante de correntes elétricas 
que derivam da movimentação iônica através 
da membrana celular. 
*Benzodiazepínico EV, estabilização do 
paciente e observação  tto hospitalar. 
*O tto das crises é essencial para evitar 
morte neuronal. 
 
 
- É o distúrbio neurológico crônico grave 
mais comum. 
- Aproximadamente 5% da humanidade terá 
pelo menos uma crise epiléptica durante a vida 
(o que não significa ter epilepsia 
necessariamente). 
- Mais de 3% da população deverá ter epilepsia 
aos 80 anos. 
- Incidência anual: Apresenta comportamento 
bimodal, isto é, com dois picos, sendo um após 
os 55 anos de idade e o outro pico máximo aos 
75 anos. 
- Prevalência no Brasil: 1,5-2%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Crises generalizadas: Tem provável início a 
partir de estruturas profundas do cérebro e 
atingem os dois hemisférios cerebrais 
imediatamente. São crises, que afetam o corpo 
todo, associadas a quedas com abalos tônico-
clônicos e hiperssalivação, há perda de 
consciência (perda da capacidade de 
responsividade e percepção consciente). 
 
- Crises parciais ou focais: Não acometem o 
corpo todo, podendo ocorrer em apenas um 
membro. São limitadas a uma parte do 
hemisfério cerebral (o foco pode propagar-se 
para outras regiões do hemisfério, ou para o 
outro hemisfério cerebral, ou ainda para 
estruturas profundas do cérebro  isso significa 
que uma crise parcial/focal pode dar origem a 
uma crise secundariamente generalizada). As 
crises parciais/focais são subdivididas em: 
 Simples: Manifestações de sinais 
motores, sensitivos somatossensoriais, 
autônomos e psíquicos. 
 
 Complexa: Afeta bilateralmente os 
hemisférios, acometendo estruturas 
mesiais temporais durante o período de 
alteração da consciência (amígdalas, 
EPILEPSIA E CRISES CONVULSIVAS 
Neurologia 
Introdução Classificação das crises (padrão) 
Epidemiologia 
Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 1° ciclo) 
 
hipocampo e giro parahipocampal – 
áreas sensoriais e motoras). A crise 
parcial complexa diferencia-se da 
parcial simples pela manifestação de 
perda da consciência. Pode acometer 
lobo temporal bilateral que tem função 
de linguagem, memória e controle de 
emoções (pcte apresenta-se confuso, 
com perda da capacidade de dialogar). 
 
 
- As crises convulsivas são comuns na 
infância devido a complicações de gestação, 
parto, doenças de infância, traumas, etc. 
Também é comum após os 55 anos de idade. 
*Identificar e registrar o tipo da crise convulsiva 
é importante para que haja tto adequado. 
IMPORTANTE: O paciente que tem crise 
convulsiva com mais de 5 min de duração ou 
que tenha crises menores repetidas sem 
recuperação da consciência  pode evoluir 
para o estado de mal epilético, que se configura 
como uma emergência neurológica, cujo 
paciente deve ser levado para o pronto socorro, 
a fim de evitar complicações cerebrais (como 
hipóxia cerebral). 
 
 
- As crises ocorrem devido a descargas 
elétricas anormais de uma rede de 
neurônios. 
- As crises podem ser desencadeadas por 
gatilhos, como estresse. 
- Causas da atividade elétrica anormal: Estão 
vinculadas a membranas neuronais anormais ou 
ao desequilíbrio entre influências excitatórias e 
inibitórias. 
- Fatores determinantes: 
 Alterações de membrana (membranas 
neuronais anormais em termos de 
constituição proteica, de potencial de 
repouso, de quantidade de íons Na e 
K, e de funcionamento da bomba Na-
K); 
 Alteração do influxo e efluxo de Na e K; 
 Alterações de nível sérico de PEPS e 
PIPS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
- O desbalanço entre PIPS e PEPS pode 
ocasionar crises epilépticas devido ocorrer 
alteração do somatório entre ambos os tipos de 
neurotransmissores. 
- O eletroencefalograma (EEG) normal 
demonstra o volume de condução de correntes 
iônicas geradas pelos neurônios, que, 
basicamente, reflete o equilíbrio/a somatória 
entre PIPS e PEPS. 
IMPORTANTE: As crises podem acontecer 
devido a distúrbios de membrana neuronal, 
diminuição da inibição ou aumento da excitação. 
Isso significa que tanto a diminuição de PIPS, 
quanto o aumento de PEPS podem gerar crises 
convulsivas. 
- Se ocorre aumento abrupto de PEPS  
ocorre também aumento do influxo de Na, 
aumentando a positividade intracelular do 
neurônio  isso gera despolarização anormal  
que desencadeia crises epilépticas/convulsivas. 
- Se ocorre redução abrupta de PIPS  
ocorre também aumento do efluxo de Na, 
aumentando a negatividade intracelular do 
neurônio  isso gera hiperpolarização anormal 
 que desencadeia crises 
epilépticas/convulsivas. 
 
 
- IDIOPÁTICA: Transmitidas geneticamente, 
manifesta-se em determinadas faixas etárias. 
Fisiopatologia 
 Funcionamento fisiológico de PEPS 
e PIPS: 
- Neurotransmissores excitatórios (PEPS) 
abrem as comportas (Na entra – influxo de 
sódio – e K sai – efluxo de potássio) e 
provocam positividade intracelular maior  
gerando despolarização. 
- Neurotransmissores inibitórios (PIPS) 
fecham as comportas (Na sai e K entra) e 
provocam negatividade intracelular maior  
gerando hiperpolarização. 
 
Classificação das crises (etiologia) 
Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 1° ciclo) 
 
- SINTOMÁTICA: É secundária a doenças de 
base, como o autismo. 
- CRIPTOGÊNICA: Sem etiologia conhecida. 
Particularidades: 
*Desbalanço de PIPS e PEPS: Pode gerar 
crises convulsivas que acontecem no período de 
sono ou do despertar, ou ainda durante uma 
leitura. 
*Crise convulsiva de West: São refratárias. 
Essas crises promovem perda de funções 
motoras e cognitivas. É do tipo criptogênica ou 
sintomática. 
*Crise convulsiva em lobo frontal: Afeta 
comportamento, motricidade, desejos. 
*Crise convulsiva em lobo occipital: Afeta 
visão. 
OBS.: Adulto com crises convulsivas há um mês 
 deve-se suspeitar de neoplasias (que 
constituem lesões expansivas). Solicitar exame 
de imagem para investigação. 
*Epilepsia de lobo temporal: A crise 
convulsiva tem início em lobo temporal é o tipo 
mais comum em adultos, e é de difícil 
tratamento. São refratárias. 
*Epilepsia de lobo frontal: É caracterizada por 
crises frequentes, manifestações motoras 
exuberantes, movimentos de pedalagem, 
alteração breve de consciência e confusão 
mental de período curto ou inexistente, 
predomínio de crises noturnas. 
*Epilepsia de lobo parietal: Sintomas 
sensitivos contralaterais e dor, parestesias. 
*Epilepsia de lobo occipital: Alterações 
visuais, alucinações. 
 
 
- Podem ser agudas (doença ativa) ou remotas 
(anormalidade cerebral decorrente de agressão 
prévia – quadro sequelar). 
- As causas variam com a faixa etária. 
- Fatores genéticos e perinatais, distúrbios do 
movimento, doenças infecciosas, fatores 
tóxicos, trauma ou agentes físicos, distúrbios 
vasculares, metabólicos e nutricionais, doenças 
degenerativas e heredofamiliares. 
- Causa frequente: Neurocisticercose. 
 
 
- O diagnóstico é principalmente clínico. 
- O principal exame realizado é o 
eletroencefalograma (EEG), que tem finalidade 
de confirmar o diagnóstico clínico, ajudar na 
classificação das crises e síndromes epilépticas, 
fornecer prognósticos, identificar a origemda 
atividade anormal epiléptica e monitorar a 
evolução de alguns tipos de epilepsia. 
IMPORTANTE: EEG NORMAL NÃO EXCLUI O 
DIAGNÓSTICO DE EPILEPSIA. 
- Tomografia computadorizada: Identifica bem 
casos de lesões calcificadas (neurocisticercose), 
malformação arterio-venosa, AVC, lesões 
infecciosas e também ósseas. A TC tem papel 
importante na avaliação de crises em situações 
de emergência ou quando a ressonância é 
contraindicada/não disponível. 
- Ressonância magnética: Possibilita melhor 
visualização do parênquima cerebral e de 
lesões não detectadas pela TC (como atrofia 
hipocampal e malformações do 
desenvolvimento cortical). 
 
 
- Inicia-se com uma medicação, porque as 
medicações são muito tóxicas. Quando não há 
melhora, deve-se associar medicações e 
aumentar dosagens (lentamente – buscando 
evitar efeitos colaterais). 
- Características do tto: 
 Prolongado (meses a anos); 
 Monoterapia: Utilização de um único 
fármaco antiepiléptico; 
 Doses tituláveis (vão aumentando-se 
as doses gradualmente até ser 
“encontrada” a dose máxima que 
melhora os sintomas do paciente e não 
causa efeitos colaterais indesejáveis); 
 Nunca retirar abruptamente, exceto em 
casos de alergias, efeitos colaterais 
graves, insuficiência hepática aguda, 
etc. 
Causas/etiologias das crises 
Diagnóstico 
Tratamento 
Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 1° ciclo) 
 
 Efeitos colaterais 
 Gravidez: Não existe medicamento de 
escolha para ser utilizado na gestação. 
Porém, observa-se maior incidência de 
malformações congênitas em filhos de 
mulheres que utilizaram valproato de 
sódio e fenobarbital do que naquelas 
que usaram lamotrigina e 
levetiracetam. 
PRIMEIRA LINHA DE TTO: 
 Epilepsia de início focal, com ou 
sem generalização secundária: 
Carbamazepina, oxcarbamazepina, 
fenitoína, valproato de sódio, 
lamotrigina , topiramato e fenobarbital. 
 Epilepsia de início generalizada: 
Valproato de sódio, divalproato de 
sódio, etossuximida, lamotrigina, 
topiramato, carbamazepina, fenitoína e 
fenobarbital. 
ASSOCIAÇÃO DE MEDICAMENTOS 
(POLITERAPIA): 
 A associação de lamotrigina e 
valproato de sódio é eficaz tanto para 
crises focais, quanto para crises 
generalizadas (conforme o livro). 
 Clobazam, Lamotrigina, topiramato e 
vigabatrina 
TRATAMENTO EM CASOS REFRATÁRIOS: 
 Foi definido como refratariedade os 
casos em que há falha terapêutica de 2 
a 4 drogas antiepilépticas (DAE) de 
primeira linha nas doses máximas 
toleradas e de 2 a 3 combinações. 
TRATAMENTO CIRÚRGICO: 
- O tto cirúrgico é para casos refratários à 
medicação antiepiléptica e crises iniciadas em 
áreas não vitais (hipocampo, amígdala) para o 
ser humano. 
 Local e preservação de áreas 
eloquentes. 
 EX.: Amigdaloipocampectomia  É a 
ressecção de estruturas mesiais do 
lobo temporal ou lobectomia temporal 
anterior (tem sucesso de 70% segundo 
o livro e 80% conforme slide). 
 Calosotomia: Secção dos dois terços 
anteriores do corpo caloso; é de 
indicação restrita (casos de crises de 
queda na síndrome de Lennox-
Gastaut), pois promove perda da 
conexão entre os hemisférios 
cerebrais. 
TRATAMENTO EM CRIANÇAS: 
- Dieta cetogênica: 
 É um tto alternativo para epilepsias 
refratárias da infância. O paciente é 
submetido a uma dieta rica em 
gorduras e pobre em proteínas e 
carboidratos. 
 A proporção de gordura para 
carboidrato é de 4:1. 
 Essa dieta leva à Cetose com 
formação de corpos cetônicos. 
 Sucesso para até ½ das crianças. 
 Problemas da dieta cetogênica: Perda 
de peso, apatia, anemia hemolítica, 
cálculo renal, hipoproteinemia, acidose 
tubular renal, alteração hepática 
(aumento de enzimas hepáticas) e 
dislipidemia. 
 Esse tipo de tto só deve ser realizado 
por equipes de experiência, havendo 
necessidade de internação para início 
da terapia. 
TRATAMENTO DE CRISES INICIADAS EM 
ÁREAS VITAIS: 
- Estimulação do nervo vago (ENV): 
 É feita com a implantação de um 
estimulador intermitente, que pode 
reduzir a frequência das crises em 
pacientes refratários que não tenham 
indicação cirúrgica; 
 Técnica segura e bem tolerada na 
maioria dos pacientes, porém, é de alto 
custo; 
 Melhora em 50% dos casos. 
 
 
Conduta nas crises 
Heloiza Bernardes Saúde Integral do Adulto (5/12 – 1° ciclo) 
 
1. Manter a calma; 
2. Acomodar e posicionar a cabeça de 
forma lateralizada; 
3. Afastar o paciente de objetos perigosos 
e do risco de queda; 
4. Não colocar nada na boca do paciente; 
5. Não segurar o paciente; 
6. Não dar água, nem remédios; 
7. Aguardar o restabelecimento e oferecer 
ajuda. 
IMPORTANTE: Contar o tempo de crise, pois, 
se ultrapassar 5 min, o paciente deve ser levado 
ao pronto socorro.

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