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2 04 COC O PROCESSO EMPREENDEDOR

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GESTÃO EMPREENDEDORA E 
INOVAÇÃO 
Marcia Maria da Graça Costa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
, 
 
 
2 
 
 
2 O PROCESSO EMPREENDEDOR 
Para a criação de um novo empreendimento, seja uma nova empresa ou um projeto 
em organização já existente, é necessária uma boa ideia, com potencial para se 
transformar em uma oportunidade de negócio. Mas as boas ideias não surgem assim 
tão facilmente, ao contrário do senso comum, elas são resultado de observação e 
direcionamento. 
A habilidade de utilizar a criatividade para gerar novas ideias tem sido o fator crítico de 
sucesso para a sobrevivência das organizações, pois é por elas que são geradas as 
inovações e é possível construir vantagens competitivas. 
Esses resultados somente poderão ser obtidos se as ideias forem analisadas e 
resultarem em oportunidades de negócio. Mas não basta só isso, é preciso analisar se 
esse negócio é viável, quais serão as fontes que financiarão a sua concretização e de 
que forma será feito o gerenciamento que garante a sua sobrevivência. 
Novos empreendimentos, portanto, dependem de um processo estruturado para que 
possam se tornar negócios de sucesso. É sobre esse processo que trataremos nesta 
etapa. 
 
2.1 Fatores que influenciam o processo empreendedor 
O processo empreendedor tem início a partir de fatores originados por alguns 
acontecimentos, e que levam à decisão de avaliar a possibilidade de criação de um 
novo negócio. Dornelas (2018) demonstra os principais fatores na figura a seguir. 
 
 
 
 
, 
 
 
3 
 
Figura 2.1 - Fatores que influenciam o processo empreendedor 
 
Fonte: Dornelas (2018, p. 32). 
 
Observe que são diversos tipos de fatores que exercem influência sobre todo o 
processo de empreender. Desde o início do processo, os fatores pessoais tem 
participação relevante nas decisões do empreendedor. Características como assumir 
riscos dividem o espaço com fatos ocorrido na vida pessoal, como uma demissão ou a 
insatisfação com o emprego atual. Em paralelo, a vida social também influencia a 
tomada de decisão, fatores como o círculo familiar e a influência dos pais podem gerar 
a decisão de empreender. 
No entanto, os aspectos externos também participam do contexto, pois as 
oportunidades estão presentes no cenário externo, a partir da identificação de 
problemas ou necessidades de uma parcela da população, que poderiam ser 
solucionadas ou atendidas com o negócio. A existência de fatores facilitadores e 
dificultadores, como os recursos e o ambiente de negócios, consolidam o quadro no 
qual uma ideia pode resultar em uma oportunidade e se concretizar por meio de um 
negócio com chances de sucesso. 
, 
 
 
4 
 
Ao observar mais atentamente a figura 2.1, vemos que a inovação está no início do 
processo empreendedor, pois ela é a semente do processo. De maneira geral, quando 
falamos de inovação, nos referimos à inovação tecnológica e seu papel no 
desenvolvimento econômico mundial. Esse tipo de inovação implica a análise mais 
aprofundada de quatro fatores críticos, como apresentados por Dornelas (2018) na 
figura que segue. 
 
Figura 2.2 - Fatores críticos para o desenvolvimento econômico 
 
Fonte: Dornelas (2018, p. 32). 
 
A figura evidencia o talento do empreendedor como ponto de partida para gerar 
inovações. É a sua percepção, aliada à dedicação e trabalho comprometido que 
resultam nas inovações que proporcionam a diversidade e o desenvolvimento de 
novos negócios. No entanto, Dornelas (2018) alerta que o talento precisa ser 
alimentado por ideias, representadas na figura 2.2 pela tecnologia. A associação de 
boas ideias com o talento empreendedor dá início ao processo empreendedor. 
Para colocar o processo em movimento, a fonte de energia que funciona como 
combustível do negócio é o capital. Por fim, as competências (know-how), como 
ingredientes finais e que resultam do conhecimento e da habilidade, geram a sinergia 
necessária para combinar talento, tecnologia e capital que viabilizam o 
desenvolvimento do negócio. 
, 
 
 
5 
 
A partir dessas discussões iniciais, é possível compreender o processo de empreender, 
como proposto por Dornelas (2018), e as suas etapas, que estão consolidadas na figura 
a seguir. 
Figura 2.3 - O processo empreendedor 
 
Fonte: Dornelas (2018, p. 34). 
 
Cada uma das etapas desse processo será detalhada nas seções a seguir. 
 
2.2 Identificar e avaliar oportunidades 
Existem muitas fontes de ideias que podem ser convertidas em oportunidades para 
novos negócios. Para Maximiano (2012), é possível agrupar as fontes de ideias em duas 
categorias: a criatividade do empreendedor e o mercado potencial. Dessa combinação, 
resultam algumas possibilidades, tais como as da figura a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
, 
 
 
6 
 
Figura 2.4 – Possibilidades de novos negócios 
 
Fonte: elaborado pela autora com base em Maximiano (2012). 
Com ajuda de Maximiano (2012), vamos explorar um pouco mais cada uma dessas 
possibilidades. 
 
Novo negócio com base em novo conceito 
É o modelo básico do empreendedorismo, quando se cria um conceito novo e 
revolucionário o suficiente para criar um novo mercado. Significa criar um negócio 
baseado em ideias de produtos que ainda não existem. São ideias que utilizam a 
tecnologia para criar soluções que, muitas vezes, tornam obsoletos os existentes e 
viabilizam oportunidades que antes não eram possíveis. São exemplos desse tipo de 
negócio o Whatsapp, que foi viabilizado pela transformação dos telefones celulares em 
smartphones; e o Netflix, que se tornou viável com o acesso à internet pelos aparelhos 
de televisão. 
 
 
, 
 
 
7 
 
Novo negócio com base em conceito existente 
É um empreendimento que nasce a partir de ideias que já existem, no qual o 
empreendedor pode exercer sua criatividade para agregar diferenciais em relação ao 
modelo de negócio que existe no mercado. Dessa forma, um tipo de negócio existente 
pode ser redirecionado a novos mercados que não estão sendo atingidos. São 
exemplos desse tipo de possibilidade os mercados nos quais não existem caixas, ao 
final as compras, os consumidores passam os produtos por equipamentos que 
totalizam o valor a pagar, bastando inserir o cartão de crédito ou débito para realizar o 
pagamento. 
 
Necessidades dos consumidores 
A ideia desse tipo de negócio é identificar necessidades não atendidas ou atendidas de 
maneira inadequada. O empreendedor precisa estar atendo às reclamações e 
sugestões de consumidores. Atualmente, com a disseminação das redes sociais 
digitais, muitas ideias e oportunidades podem ser identificadas a partir dos 
comentários de consumidores sobre as carências existentes em determinados 
mercados. Serviços como consertos e pequenas reformas, por exemplo, passaram a 
ser demandados em virtude da falta de tempo devido ao trabalho e do aumento de 
pessoas que moram sozinhas. Eles deram origem a negócios do tipo “marido de 
aluguel”, em uma alusão ao que era feito pelos antigos “chefes de família”. 
 
Aperfeiçoamento do negócio 
É partindo de um modelo de negócio existente que essa possibilidade se apresenta. 
Aqui, o aperfeiçoamento costuma ser realizado com adequação de preços, meios de 
distribuição, dentre outras possibilidades, de maneira que o desempenho de funções 
existentes seja feito de maneira nova e aprimorada. O atendimento médico em 
ambiente virtual, por exemplo, permite que o processo de solicitação de exames e de 
medicamentos seja feito também de maneira digital. O que viabiliza o 
, 
 
 
8 
 
aperfeiçoamento do negócio de farmácias com o recebimento de receitas digitais e a 
entrega de medicamentos em domicílio. 
 
Exploração de hobbies 
Até mesmo as atividades de lazer que o empreendedor realiza podem criar 
oportunidades de negócios. Isso acontece quando são identificadas possibilidades 
comerciais de aplicação em algum grupo social. Alguém que pratica surfe, por 
exemplo, pode perceber a oportunidadede abrir um negócio para a comercialização 
de produtos para praticantes do setor. 
 
Derivação da ocupação 
O sucesso obtido pelo empreendedor na sua atuação profissional pode representar 
uma possibilidade de oferecer suas competências na forma de um negócio. Isso 
costuma acontecer com profissionais da contabilidade, por exemplo, que abrem seus 
escritórios após atuar na área corporativa. O mesmo se observa com diversos 
profissionais que aproveitam a experiência adquirida para abrir empresas de 
consultoria. 
 
Observação de Tendências 
As rápidas transformações da sociedade trazem mudanças comportamentais que 
podem resultar em oportunidades de negócios para atender novos mercados que 
nascem a partir dessas mudanças. A crescente consciência ambiental, por exemplo, 
demanda produtos e serviços em várias áreas, como produção de energias limpas, 
reciclagem e aproveitamento de resíduos, redução de consumo pelo 
compartilhamento de produtos, dentre outros. Também cabe destacar as mudanças 
alimentares, com o crescimento do consumo de produtos orgânicos e do veganismo. 
, 
 
 
9 
 
Diferenciando ideias de oportunidades 
Um ponto fundamental na identificação de oportunidades é a sua diferença em 
relação a simples ideias. A geração de várias ideias não significa que todas elas se 
transformarão em negócios de sucesso. É por isso que o empreendedor precisa estar 
atento ao cenário para avaliar de maneira ampla como uma ideia pode se tornar uma 
oportunidade de sucesso. Nesse sentindo, 
uma ideia isolada não tem valor se não for transformada em algo cuja 
implementação seja viável, visando atender a um público-alvo que faça 
parte de um nicho de mercado mal explorado. Isso é detectar uma 
oportunidade. (DORNELAS, 2018, p. 49) 
 
É preciso, portanto, que ideias e oportunidades sejam analisadas em relação às 
competências do empreendedor e às possibilidades do mercado para o qual se 
destinam. O processo de planejamento de um negócio deve compatibilizar essas duas 
perspectivas. De um lado, a compreensão que o empreendedor possui acerca de seus 
conhecimentos, habilidades e limitações; de outro lado, analisar os interesses e as 
limitações do mercado (MAXIMIANO, 2012). 
Dentre esses fatores, o principal fator a ser considerado pelo empreendedor é o 
potencial de mercado. Afinal, existe mesmo um público-alvo interessado no que o 
negócio oferece? Para avaliar o potencial de mercado, Maximiano (2012) apresenta 
alguns critérios para auxiliar o empreendedor. Veja no quadro a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
, 
 
 
10 
 
Quadro 2.1 – Critérios para avaliar o potencial de negócios 
 
Fonte: elaborado pela autora com base em Maximiano (2012, p. 32). 
 
Além da avaliação do mercado, também é preciso avaliar o potencial dos novos 
produtos e serviços, Maximiano (2012) recomenda algumas ações, sintetizadas no 
quadro que segue. 
 
Quadro 2.2 - Fatores críticos para o sucesso de novos produtos 
 
Fonte: elaborado pela autora com base em Maximiano (2012, p. 31). 
Viabilidade de 
mercado
Concorrência Viabilidade de produção Controle governamental
Investimento inicial e 
retorno
O produto tem 
compradores 
potenciais?
Quem são os 
concorrentes?
Existem componentes e 
matérias-primas para fazer o 
produto ou prestar o serviço?
Há controle governamentais 
sobre o produto ou tipo de 
negócio?
Qual o investimento 
necessário?
Com que frequência o 
produto seria 
comprado?
Quantos são?
Existem máquinas, 
equipamentos e instalações?
Há necessidade de 
licenciamento ou aprovação 
prévia?
Qual o período de 
retorno desse 
investimento?
Quem compraria? Onde estão? Existe mão de obra qualificada?
Quanto precisa ser investido 
para atender a legislação?
O retorno está 
equilibrado com os 
riscos do 
investimento?
Quantos comprariam?
Quais são as suas 
vantagens 
competitivas?
Qual a necessidade de 
investimento e de 
experimentação?
Onde estão os 
compradores?
Qual é o alcance e a 
eficiência dos seus 
canais de 
distribuição?
Qual o investimento necessário 
para viabilizar a produção?
Qual preço aceitariam 
pagar?
Há barreiras para 
novos ingressantes?
Há sazonalidade no 
fluxo de compras?
Quais são os 
fornecedores 
concorrentes?
Fator-chave Descrição
Pesquisa de marketing
A pesquisa de marketing é crucial para evitar que o produto fracasse. Sua 
desvantagem é o alto custo. Um exemplo desse tipo de pesquisa seria o teste 
de um novo alimento nas entradas de teatro e cinema e nos supermercados.
Atendimento de uma 
necessidade
Requisito essencial do novo produto ou serviço é ser realmente necessário 
para os consumidores. Por isso a necessidade de aplicar testes para aferir o 
nível de necessidade.
Vantagem do produto
O produto deve ser superior aos concorrentes em atributos como qualidade, 
aparência, tecnologia e praticidade.
Qualidade e preço 
adequados
Se o produto tiver baixa qualidade ou preço elevado, em relação ao mercado, o 
consumidor não irá procurá-lo novamente.
Escolha dos canais de 
distribuição
Uma decisão crítica com novos produtos envolve os canais de distribuição. A 
definição dos locais de vendas e da forma de fazer o produto chegar aos 
clientes é determinante para o sucesso.
, 
 
 
11 
 
O último ponto a ser avaliado é a aderência entre o perfil do empreendedor e a ideia 
de negócio. 
De acordo com Dornelas (2018), é comum um empreendedor investir em uma ideia 
com vasto potencial de mercado, mas em um setor de atividade que ele conhece 
muito pouco ou em um ramo no qual nunca atuou. Esse fato reduz drasticamente as 
chances de sucesso, pois é necessário que o negócio tenha relação com o perfil 
profissional do seu criador. O autor recomenda que os empreendedores invistam seu 
tempo e seus recursos em negócios em áreas que conheçam e tenham alguma 
experiência, ou pelo menos, que algum dos sócios já tenha trabalhado. 
Muitos empreendedores são atraídos por setores nos quais existe elevada 
possibilidade de obter rendimentos financeiros, mesmo sem qualquer conhecimento 
do assunto. Dornelas (2018, p. 51) lembra que, “em primeiro lugar, vem a paixão pelo 
negócio; ganhar dinheiro é consequência”. 
 
2.3 Desenvolver o Plano de Negócios 
A expressão “Plano de Negócios” é originada da expressão inglesa Business Plan, um 
documento organizado a partir de análises estratégicas para avaliar uma oportunidade 
de negócio. É um documento de planejamento dinâmico destinado a descrever um 
negócio, descrevendo estratégias operacionais, a inserção do empreendimento no 
mercado e os seus resultados financeiros. Além de ser um importante documento 
estratégico, o Plano de Negócio também auxilia o empreendedor a compreender 
melhor o negócio, o seu ambiente e as diversas variáveis envolvidas. (DORNELAS, 
2018; FABRETE, 2019). 
Os autores Dornelas (2018) e Fabrete (2019) afirmam que o Plano de Negócios permite 
a organização das ideias e o direcionamento do negócio para que ele tenha condições 
de ser concretizado. Permite a documentação e o gerenciamento das análises internas 
e externas, viabilizando a identificação das condições nas quais o negócio é viável, 
auxiliando na prevenção de riscos futuros e aumentando suas chances de 
, 
 
 
12 
 
sobrevivência e crescimento sustentável. Dornelas (2018), propõe a estrutura do Plano 
de Negócios conforme a seguinte figura. 
 
Figura 2.5 – Estrutura do plano de negócios 
 
Fonte: elaborada pela autora com base em Dornelas (2018) e Razzolini Filho (2012). 
 
 
Sumário executivo: 
É a primeira seção do Plano de Negócios que será lida, portanto, deve ser elaborada de 
maneira a manter a atenção do leitor e despertar seu interesse pelo conteúdo de todo 
o plano. Trata-se de uma síntese do que é o negócio, seus diferenciais e vantagens 
competitivas, motivo de o empreendedor ter escolhido o setor ou ramo de atividade. 
Também deve conter um resumo das principais informações que indicam a viabilidadedo negócio, tais como investimento necessário, projeção de demanda e de receitas e 
as expectativas de retorno. É a última parte a ser desenvolvida, pois depende de todas 
as outras seções para que a síntese represente a totalidade do plano (BIAGIO, 2013; 
DORNELAS, 2018; RAZZOLINI FILHO, 2012). 
 
 
, 
 
 
13 
 
Análise estratégica ou Plano Estratégico: 
Nesta seção, deve ser apresentada a análise do segmento de mercado no qual o 
negócio será implementado. De acordo com Dornelas (2018) e Razzolini Filho (2012), o 
empreendedor deve demonstrar que realizou uma pesquisa aprofundada e que, 
portanto, conhece muito bem o setor. 
A primeira parte é a análise dos ambientes internos e externos, para identificação de 
ameaças e oportunidades. Também deve ser demonstrada a avaliação da concorrência 
atual e futura e a situação dos fornecedores. Para essa análise, recomenda-se a 
utilização das metodologias Análise SWOT1 e Análise Competitiva de Michael Porter2. 
Inclui, ainda, a descrição do consumidor ou público-alvo do negócio, tais como 
segmentação, projeções de crescimento, eventual sazonalidade de demanda. Por fim, 
deve incluir a missão do negócio, seus valores e uma visão de futuro da empresa, que 
inclui uma síntese de objetivos e metas para um período mínimo de cinco anos. 
 
Descrição ou Caracterização da empresa: 
Descrever como surgiu a ideia do negócio, ou seja, como foi identificada a 
oportunidade e, a partir dela, a possibilidade de abrir uma empresa. Apresentar qual 
será a sua forma jurídica e o enquadramento tributário, identificando os principais 
tributos (impostos, taxas e contribuições) que incidirão nas receitas e/ou lucros do 
negócio (BIAGIO, 2013; DORNELAS, 2018). 
 
 
 
1Análise SWOT (Strenght, Weakness, Opportunities and Threats) é a ferramenta que auxilia na 
construção de uma matriz que apresenta Forças, Fraquezas, Ameaças e Oportunidades dos agentes que 
irão interagir com o negócio, tais como situação de mercado, concorrentes, cliente e fornecedores 
(RAZZOLINI FILHO, 2012, p. 212). 
2Também chamada de análise das cinco forças, é um modelo desenvolvido por Michael Porter para 
análise de mercados, identificado as forças que atuam sobre ele e refletem no potencial de lucratividade 
das empresas desse mercado. As cinco forças são: ameaça de novos entrantes, intensidade da rivalidade 
entre concorrentes existentes, ameaça de produtos substitutos, poder de negociação de clientes e 
poder de negociação de fornecedores (RAZZOLINI FILHO, 2012, p. 53). 
, 
 
 
14 
 
Plano de Marketing: 
É o plano que descreve como o negócio será inserido no mercado. Para isso, é preciso 
apresentar um estudo de previsão de demanda, que servirá de base para a posterior 
projeção de vendas e receitas. O Plano de Marketing, como recomenda Biagio (2013), 
também apresenta como foi organizado o composto de marketing3 do negócio, ou 
seja: 
• Produtos e/ou serviços: características, funcionalidades e diferenciais do 
portfólio que serão oferecidos pela empresa. É interessante incluir também a 
forma como são produzidos, o ciclo de vida e os recursos tecnológicos 
envolvidos; 
• Preços: estratégias e políticas de preço; 
• Distribuição: localização, formas de comercialização, canais de distribuição, 
parceiros comerciais; 
• Promoção e comunicação: ferramentas utilizadas para apresentar o negócio e 
seus produtos. 
 
Plano operacional: 
É nesta seção que o empreender apresenta o processo produtivo do negócio, ou seja, 
como serão fabricados os produtos ou a forma de prestação dos serviços. Para 
Dornelas (2018) e Razzolini (2012), isso inclui o planejamento da produção, a 
capacidade para produzir o volume projetado, tanto do ponto de vista dos recursos 
materiais (prédios, instalações, máquinas, equipamentos etc.), como a capacidade da 
mão de obra. É interessante incluir também um layout da empresa e o desenho dos 
fluxogramas dos principais processos. 
 
3 O composto de marketing, também chamado de Mix de Marketing, é a combinação dos quatro Ps de 
marketing: Produto, Preço, Praça e Promoção. Lembrando que o P de praça inclui toda a estrutura de 
comercialização e distribuição do produto, enquanto o P de promoção engloba as ações necessárias 
para divulgar o produto e estimular as vendas, tais como propaganda, publicidade, promoção de 
vendas, marketing digital dentre outras (RAZZOLINI FILHO, 2012). 
, 
 
 
15 
 
Plano de recursos humanos: 
É o momento de apresentar como será feita a gestão de pessoas do empreendimento. 
O planejamento dos recursos humanos inclui as necessidades atuais e futuras do 
negócio, para isso, é preciso descrever as estratégias de recrutamento e seleção, 
descrição dos cargos com as atividades realizadas e perfil do ocupante, política salarial 
e de carreira, programas de capacitação e de retenção de colaboradores (BIAGIO, 
2013). 
Trata-se de um planejamento estratégico destinado a suportar o crescimento da 
empresa, especialmente em setores nos quais o capital humano é fator crítico de 
sucesso, como aqueles em que é necessária a utilização de alta tecnologia. 
(DORNELAS, 2018). 
 
Plano financeiro: 
Os recursos financeiros para o negócio podem ser obtidos de diversas maneiras, 
porém, quaisquer sejam as fontes, Biagio (2013) e Razzolini (2012) alertam sobre a 
necessidade de apresentar de maneira detalhada todas as projeções que confirmam a 
viabilidade econômica e financeira do empreendimento. Assim, o estudo da demanda 
realizado no Plano de Marketing, deve servir de base para as projeções de vendas e de 
receitas. Todos os custos e despesas, fixos e variáveis, devem ser apurados e 
demonstrados. 
Segundo os autores, as informações são consolidadas e apresentadas na forma de 
fluxo de caixa financeiro, registrando as entradas e saídas efetivas de caixa, por um 
período de cinco anos. A demonstração de resultados também deve ser projetada, 
com a apuração das estimativas de lucros para cada um dos cinco anos do horizonte 
previsto. 
Com base na confrontação entre o valor do investimento e os resultados dos fluxos de 
caixa, é feita a análise de viabilidade do projeto, com a apuração do Valor Presente 
, 
 
 
16 
 
Líquido (VPL) e da Taxa Interna de Retorno (TIR)4. A demonstração de resultados 
permite apurar a margem de lucros e o retorno dos investimentos. 
 
Anexos: 
Ao final do Plano de Negócios, podem ser incluídos anexos com informações adicionais 
julgadas relevantes para o melhor entendimento do plano de negócios. Exemplos: 
currículo dos sócios, folhetos e/ou catálogos com descrição de produtos, estrutura do 
website da empresa, contrato social, planilhas financeiras detalhadas, entre outros. 
 
2.4 Determinar e obter os recursos para o negócio 
Após estruturar o Plano de Negócios, o empreendedor precisa avaliar suas opções para 
obter recursos e colocar em prática o plano desenvolvido. Há muitas possibilidades e 
não existe uma regra que determine qual é a melhor. O que o empreendedor precisa 
comparar são os custos e os riscos decorrentes das fontes de capital disponíveis. 
Dornelas (2018) apresenta uma lista, não exaustiva, de opções ao empreendedor para 
obter os recursos necessários à abertura do negócio. 
 
Recursos próprios e empréstimos de familiares e amigos 
As economias pessoais do empreendedor costumam ser a primeira fonte de capital 
para o negócio. Algumas alternativas, em caso de não haver poupança suficiente, são a 
venda de bens patrimoniais, como imóveis e veículos. Ao utilizar esses recursos como 
fonte de capital, o empreendedor conta com relativa liberdade para tomada de 
decisão, além de não ter os encargos decorrentes de empréstimos e financiamentos. 
 
4 VPL e TIR são técnicas que comparam o valor presente dos futuros fluxos de caixa com o montante 
inicial investido. O VPL apresenta o valor final obtido com a dedução do valor investido da soma dos 
fluxos de caixa, enquanto a TIR apresenta a taxa de retorno anualdo empreendimento (BIAGIO, 2013). 
, 
 
 
17 
 
No entanto, o baixo valor de investimento inicial pode limitar as possibilidades de 
crescimento do negócio. 
Existe a possibilidade de recorrer a empréstimos de familiares e amigos, mas Dornelas 
alerta que, 
a decisão de emprestar ou não o dinheiro não se dará com base em fatores 
relacionados com o rendimento do dinheiro, mas como forma de auxílio a 
um amigo conhecido e que inspira credibilidade. Isso, às vezes, pode 
prejudicar a própria amizade, caso, no futuro, o empreendedor não consiga 
honrar seus compromissos com a família e os amigos. (DORNELAS, 2018, p. 
183). 
 
Investidores anjos 
São pessoas físicas que possuem recursos financeiros para investir em empresas novas 
e que apresentam alto potencial de crescimento. Para acessar esse tipo de fonte, é 
necessário que o Plano de Negócios esteja bem estruturado e consolidado, 
demonstrando de forma consistente o potencial do empreendimento. 
Segundo a Anjos do Brasil, organização destinada a estimular o desenvolvimento de 
empresas com potencial inovador, esse tipo de investimento: 
1. É efetuado por profissionais (empresários, executivos e profissionais 
liberais) experientes, que agregam valor para o empreendedor com 
seus conhecimentos, experiência e rede de relacionamentos além dos 
recursos financeiros, por isto é conhecido como smart-money; 
2. Tem normalmente uma participação minoritária no negócio; 
3. Não tem posição executiva na empresa, mas apoiam o empreendedor 
atuando como um mentor ou conselheiro (ANJOS DO BRASIL, n.d., n.p.). 
 
Essa não era uma opção disponível no Brasil até o final do século XX, mas tem crescido 
com abertura e estabilidade econômica do país. Conforme a Endeavor Brasil (2017), 
não é uma prática amplamente difundida, mas o número de investidores anjos tem 
crescido. A seguir, alguns exemplos desse tipo de investidor.: 
• Gávea Angels, Rio de Janeiro; 
• Floripa Angels, Florianópolis; 
, 
 
 
18 
 
• Jacard Investimentos, Santa Catarina; 
• São Paulo Anjos, São Paulo; 
• Bossanova Angels, São Paulo com escritório no Vale do Silício (EUA); 
• Harvard Business School Alumni Angels of Brazil, São Paulo. 
 
Se você quiser conhecer melhor os investidores anjos, acesse o link para o site da Anjos 
do Brasil, disponível nas Referências. 
 
Bancos e agências de fomento 
O empreendedor pode utilizar diversas fontes de financiamento provenientes dos 
governos municipais, estaduais e federal. Há diversos programas com recursos não 
reembolsáveis (chamados de recursos “a fundo perdido”), ou com custo subsidiado 
que permite utilizar taxas abaixo do mercado. Alguns exemplos estão apresentados no 
quadro a seguir. 
 
Quadro 2.3 – Programas com incentivos governamentais 
Programa Responsável Descrição 
Fundos Criatec Banco Nacional de 
Desenvolvimento 
Econômico e Social 
(BNDES) 
Fundos de investimento em 
participações de Micro e Pequenas 
Empresas (MPEs) inovadoras, nos quais 
a BNDESPar é a principal investidora. O 
Criatec está em sua 3ª edição e já 
apoiou mais de 70 empresas brasileiras, 
viabilizando o registro de cerca de 60 
patentes e a criação de quase 1000 
produtos. 
, 
 
 
19 
 
Programa de 
Capacitação de 
Recursos 
Humanos para 
Atividades 
Estratégicas 
(RHAE) 
Conselho Nacional 
de 
Desenvolvimento 
Científico e 
Tecnológico (CNPq) 
Apoio para projetos de inovação por 
meio da inserção de recursos humanos 
em atividades de pesquisa e 
desenvolvimento nas empresas. 
Projeto Inovar Financiadora de 
Estudos e Projetos 
(FINEP) 
Ações em parceria com o Banco 
Interamericano de Desenvolvimento 
(BID), promovendo a realização de 
atividades de estímulo ao setor, como 
rodadas de negócios, seminários e 
campanhas de divulgação. 
Programa de 
subvenção 
econômica 
Financiadora de 
Estudos e Projetos 
(FINEP) 
Promover a aplicação de recursos 
públicos não reembolsáveis (ou seja, 
não se trata de financiamento nem de 
aporte de capital em troca de 
participação acionária) diretamente em 
empresas, para compartilhar com elas 
os custos e riscos inerentes a atividades 
de pesquisa, desenvolvimento 
tecnológico e inovação. 
Finep Startup Financiadora de 
Estudos e Projetos 
(FINEP) 
Apoiar a inovação em empresas 
nascentes intensivas em conhecimento 
através do aporte de recursos 
financeiros para execução de seus 
planos de crescimento. 
Programa de 
Inovação em 
Pequenas 
Empresas 
Fundação de 
Amparo à Pesquisa 
do Estado de São 
Paulo (FAPESP) 
O PIPE é dividido em três fases, com os 
seguintes objetivos: 
• Fase 1: realização de pesquisas 
, 
 
 
20 
 
(PIPE) sobre a viabilidade das ideias 
propostas. 
• Fase 2: fase de desenvolvimento da 
parte principal da pesquisa. 
• Fase 3: desenvolvimento de novos 
produtos comerciais baseados nas 
Fases 1 e 2. 
Programa de 
Apoio 
Tecnológico à 
Exportação 
(Progex) 
Ministério da 
Ciência e 
Tecnologia 
Prestar assistência tecnológica às micro 
e pequenas empresas que queiram se 
tornar exportadoras ou àquelas que já 
exportam e desejam melhorar seu 
desempenho nos mercados externos. 
Fonte: elaborado pela autora com base em Dornelas (2018, p. 188-192). 
 
Instituições financeiras 
A opção de obter capital para financiar a abertura da empresa em instituições 
financeiras pode gerar algumas dificuldades em função das exigências estabelecidas 
pelos agentes financiadores (bancos de varejo principalmente), além das altas taxas de 
juros normalmente cobradas e das dificuldades em pagar os empréstimos depois de 
concretizado o acordo. 
Existem iniciativas de algumas instituições que destinam recursos para linhas de 
financiamento aos pequenos negócios. Alguns desses bancos incluem pacotes com 
ferramentas para auxiliar o empreender na gestão dos negócios. Alguns exemplos são 
o Programa Avançar do Banco Santander; a Movera do Banco do Brasil e o Itaú 
Empreendedor. 
 
 
 
, 
 
 
21 
 
2.5 Gerenciar o negócio criado 
Após avaliar as opções para capitalizar e iniciar o negócio, o empreendedor agora tem 
o desafio da gestão do empreendimento para garantir a sua sobrevivência e 
crescimento. 
O sucesso de uma empresa é medido por meio de indicadores que se 
organizam em uma cadeia de causas e efeitos. O indicador mais importante 
de sucesso é o desempenho financeiro, que depende da satisfação do 
cliente e da eficiência dos processos. A satisfação do cliente depende da 
qualidade dos produtos e serviços, que depende, entre outros fatores, do 
desempenho das pessoas. No final das contas, tudo depende da 
competência gerencial do empreendedor (MAXIMIANO, 2011, p.13). 
 
Nesse sentido, para obter sucesso no empreendimento é preciso mensurar os 
resultados obtidos, em relação às projeções realizadas no Plano de Negócios, 
utilizando alguns indicadores. O principal deles é o que avalia o desempenho 
financeiro, no entanto, esse resultado depende da aceitação do cliente e da eficiência 
dos processos da empresa. Para Maximiano (2011), os indicadores funcionam em uma 
relação de causa e efeito, uma vez que para ter clientes satisfeitos é preciso ter 
produtos de qualidade e colaboradores competentes. Todas essas relações dependem 
da competência de gestão do empreendedor, como mostra a figura a seguir. 
 
Figura 2.5 – Indicadores do sucesso de uma empresa 
 
Fonte: Maximiano (2011, p. 13). 
 
, 
 
 
22 
 
Com base em Maximiano (2011), vamos aprofundar cada um dos indicadores da figura 
2.5. 
Desempenho financeiro: é medido pelo indicador básico de todo negócio – o Lucro, 
que representa a diferença entre receitas e despesas. A geração de receita depende do 
nível de satisfação dos clientes, que também reflete no preço de venda. Com o cenário 
de competição acirrada, o preço é definido pelo mercado, portanto, o aumento das 
margens de lucro depende do controle dos custos. E os custos dependem da eficiência 
operacional a empresa.Eficiência dos processos: ter uma operação eficiente significa produzir resultados sem 
desperdícios, ou seja, aumentar a produtividade. O objetivo é aumentar os níveis de 
produção, sem aumentar o consumo de recursos. Por isso, a produtividade é medida 
pelo consumo dos recursos em relação ao que foi produzido. Cada setor de atividade 
tem fatores de produção próprios que auxiliam na mensuração dos níveis de 
produtividade, e o empreendedor precisa identificar quais fatores são mais relevantes 
no seu negócio. 
Qualidade dos produtos: pode ser avaliada com base em duas perspectivas – a 
qualidade própria dos produtos e a ausência de defeitos. A qualidade do produto está 
relacionada às características que atendem as necessidades ou resolvem os problemas 
dos clientes. Assim, quanto maior for a capacidade de o produto atender a sua 
finalidade, maior será a satisfação do cliente. Em relação aos defeitos, eles 
comprometem os objetivos dos produtos, por isso, quanto menor o número de falhas, 
maiores as possibilidades de satisfazer os clientes. 
Desempenho das pessoas: depende da capacitação dos colaboradores para exercer as 
suas funções, bem como da sua qualidade de vida no trabalho. Implica investimentos 
contínuos no desenvolvimento dos funcionários e em ações para gerar um clima 
organizacional positivo. 
O alcance dos objetivos, medidos pelos indicadores, dependem da atuação do 
empreendedor como gestor do negócio. Nesse contexto, Maximiano (2011) sintetiza a 
atuação do empreendedor como administrador de seu negócio na figura que segue. 
, 
 
 
23 
 
Figura 2.6 – Papéis do empreendedor na gestão do negócio 
 
Fonte: Maximiano (2011, p. 16). 
 
Tomar decisões 
O processo de tomada de decisão é baseado em escolhas que devem ser feitas a partir 
da análise das alternativas disponíveis. Todos os indicadores dependem da capacidade 
do empreendedor em decidir sobre o futuro da empresa, com base no planejamento, 
avaliando os impactos das decisões atuais nos resultados de longo prazo. Além disso, 
deve-se tomar decisões importantes sobre a forma como os recursos – materiais e 
humanos, são alocados nas atividades do empreendimento. Situações imprevistas 
podem ocorrer com o início das atividades da empresa, e o empreendedor deve estar 
preparado para realizar o diagnóstico dos problemas e atuar criativamente para avaliar 
as opções e escolher as mais adequadas. 
Trabalhar com pessoas 
As pessoas fazem parte de todo o contexto de um empreendimento, considerando não 
apenas seus colaboradores e clientes, mas eventuais sócios, além de fornecedores e 
outras pessoas. É por isso que o empreendedor precisa se preparar para compreender 
as diferenças e as formas adequadas para exercer a liderança, bem como desenvolver 
, 
 
 
24 
 
estratégias de motivação. Também precisa saber negociar e compreender como os 
grupos se formam e se relacionam. 
Lidar com informações 
Para tomar decisões adequadas, e compreender a dinâmica da gestão e convivência 
com pessoas, o empreendedor necessita de informações. Assim, ter habilidade para 
procurar informações e identificar as mais relevantes ao processo de gestão é 
fundamental. Mas não basta ter informações, pois a sua utilização requer 
interpretação e análise para suportar as decisões. E o resultado do processo de 
obtenção e análise das informações precisa ser compartilhado com as pessoas que 
atuam nos processos, permitindo que o trabalho seja realizado com maior eficiência. 
 
Conclusão 
O processo empreendedor é uma metodologia que permite ao empreendedor 
organizar as atividades necessárias para tornar viável uma ideia de negócio. Diversas 
fontes podem servir de base à geração de ideias, que devem ser analisadas para que 
possam se tornar oportunidades de negócio, por meio de sua exploração comercial. 
A análise das ideias considera a análise do mercado e de seus participantes, tais como 
tamanho da demanda, perfil do público-alvo, comportamento da concorrência e 
disponibilidade de fornecedores, dentre outras. Após concluir que a ideia pode se 
tornar uma oportunidade de negócio, o empreendedor deve elaborar o Plano de 
Negócios, um instrumento que viabiliza o planejamento de longo prazo do futuro 
empreendimento, por meio de projeções que atingem o horizonte mínimo de 5 anos. 
Além disso, permite que a gestão do negócio seja feita de maneira mais eficiente, 
comparando os resultados obtidos com o que foi planejado. 
Para obter recursos que permitem colocar em prática o conjunto de atividades 
previstas no Plano de Negócios, diversas opções estão disponíveis. Desde recursos 
próprios, de familiares e amigos, até mesmo a busca de investidores anjos. Programas 
governamentais também oferecem alternativas, alguma delas incluem recursos de 
, 
 
 
25 
 
fundos não reembolsáveis. Por fim, as instituições financeiras também estão 
preparadas para não apenas fornecer recursos, mas também para dar suporte ao 
empreendedor na gestão da sua empresa. 
E a gestão é o ponto fundamental no processo empreendedor, pois após todo esforço 
para colocar a ideia em prática, é necessário administrar o negócio com eficiência para 
garantir sua sobrevivência e ampliar as chances de sucesso. A utilização de indicadores 
auxilia nesse processo, bem como o desenvolvimento de competências gerenciais 
essenciais para que o empreendedor possa executar os seus papéis. 
 
REFERÊNCIAS 
ANJOS DO BRASIL. O que é um investidor anjo. Disponível em: 
<https://bit.ly/2JbRvSH>. Acesso em: 27 jun. 2020. 
BIAGIO, L. A. Como elaborar o plano de negócios: curso on-line. Barueri: Manole, 
2013. 
DORNELAS, J. Empreendedorismo, transformando ideias em negócios. 7 ed. São 
Paulo: Empreende, 2018. 
ENDEAVOR BRASIL. Capital, experiência e relacionamento: com um investidor anjo, 
sua empresa está sempre bem acompanhada. Disponível em: 
<https://endeavor.org.br/dinheiro/investidor-anjo/>. Acesso em: 27 jun. 2020. 
FABRETE, T. C. L. Empreendedorismo. 2 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 
2019. 
MAXIMIANO, A. C. A. Empreendedorismo. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. 
MAXIMIANO, A. C. A. Administração para empreendedores: fundamentos da variação 
e da gestão de novos negócios. 2 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. 
RAZZOLINI FILHO, E. Empreendedorismo: dicas e planos de negócios para o século 
XXI. Curitiba: Intersaberes, 2012.

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