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Família na Educação Inclusiva

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47
7ºAula
O envolvimento
da família na educação inclusiva
Boa aula!
<http://3.bp.blogspot.com/>.
A família em si mesma constitui uma unidade 
social significativa. A família é responsável pelo que a 
criança aprenderá, por ser o tipo de pessoa que a sociedade 
determina como normal. É na família que se aprende a ser 
único, a desenvolver a individualidade e a tornar-se uma 
pessoa criativa, em busca da autorrealização. Em cada 
momento da vida e em cada impacto ocorrido dentro da 
família, esta precisará se reestruturar, redefinindo papéis e 
aprendendo novos valores. A família é o primeiro contato com 
as formas do mundo. É por meio dela que a criança começa 
um processo de aprendizagem de descoberta de outras pessoas, 
papéis sociais, de si própria, de suas diferenças e limitações. A 
família tem modos positivos perante a sociedade e é provável 
que isso estimule a criança. Desta forma os integrantes da 
família desempenham um papel importante, pois o seu modo 
de pensar e ver o mundo influenciará o pensar desta criança 
(ASSUMPÇÃO JR., 1993).
Diante do exposto, fica evidente a participação 
da família e a sua importância no processo de inclusão 
da criança com deficiência. É o que veremos a seguir! 
Como se da o processo de luto do filho ideal, a 
aceitação da criança com deficiência e o envolvimento 
da família em todo o processo de inclusão.
Educação Especial e Escola Inclusiva
48
Objetivos de aprendizagem
1 − Família e a educação inclusiva
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
• compreender como se dá processo de luto do 
filho idealizado;
• identificar os aspectos emocionais dos familiares;
• definir estratégias de auxilio para a família.
Seções de estudo
1 – Família e a educação inclusiva
Olá pessoal, como vocês estão? 
Evoluindo no entendimento? 
Nesta aula veremos a participação 
e atitudes da família no contexto 
das necessidades especiais, 
assim como suas dificuldades, 
barreiras e superações.
No contexto da deficiência e inclusão, tudo 
ocorre normalmente se a família tem um modo 
democrático e humanístico de ver o mundo e a 
sociedade. Caso contrário, começam os problemas 
de barreiras e preconceitos. Dessa forma, é 
importante lembrar sempre do preparo da família 
e sua contribuição para a inclusão ou segregação.
Quando nasce uma criança com problemas, ela se 
torna um estranho até que haja a assimilação da situação:
A deusa Hera, pacientemente, esperou 
que nascesse o fi lho. Tão logo o 
examinou, sob a luz, tomada de 
expectativa e ansiedade, foi assolada pela 
profunda decepção: o pequeno Hefestos, 
era feio, disforme e coxo. Um bebê com 
defi ciência não alegrava o coração, pois 
jamais ela teria coragem de lhe apresentar 
aos deuses do Olimpo tão horrenda 
criança. (FERREIRA, 2003, p.55)
A mãe de hoje não deve pensar de forma 
diferente da deusa Hera, ao se deparar com um 
filho ao qual não idealizou. Toda mãe espera que 
seu filho seja saudável, perfeito e belo. Quando 
chega o bebê com limitações, imaginam logo todas 
as dificuldades pelas quais irão passar. Isso ocorre 
simplesmente porque essa mãe nunca experenciou 
esse sentimento, é tudo novo e assustador. Esse 
processo pode gerar tristeza, dor e sofrimento. 
Portanto, fazer o luto 
do filho ideal torna-se 
importante e necessário, 
pois que todo o 
investimento imaginário 
colocado a ele se desfaz 
e vem a decepção! No 
momento em que os pais 
e familiares visualizam 
que esta criança não cumprirá com os seus desejos 
é que se instalam os fantasmas. É preciso refazer a 
vida acolhendo este novo ser. O maior problema é o 
imaginário que se cria diante da situação. Por vezes, 
os pais indignados com o diagnóstico se tornam 
incapazes elaborar o luto do filho idealizado, de 
aceitá-lo como ele é. Nesse momento, sem poder 
falar do afeto, afastam-se podendo até instalar uma 
psicose. O sentimento de impotência e fracasso 
impedem o acesso afetivo ao filho deficiente e vice-
versa. Nestes casos, o mundo se torna pesado e 
aterrorizante (MELLO, 2012).
<http://3.bp.blogspot.com>.
Sendo assim o nascimento de uma criança defi ciente, seja 
qual for o tipo de defi ciência, traz à tona uma série de 
complicações advindas de sentimentos de culpa, rejeição, 
negação ou desespero, modifi cando as relações sociais da 
família e sua própria estrutura (BLASCOVI-ASSIS, 1997).
 Veremos a seguir um trecho dos resultados 
do artigo da pesquisa de Barbosa, (2008) ao 
investigar os sentimentos vivenciados pelas mães 
de filhos com deficiências. De incio a autora relata 
que as emoções e sentimentos vivenciados com o 
nascimento do filho com deficiência são descritos 
pelas mães com grande sofrimento e pesar:
Uma perturbação abrupta assola seu 
equilíbrio emocional. Vivem elas uma 
experiência única e intransferível, 
permeada por choro, solidão, sentimento 
de desamparo e uma grande ânsia por 
fugir da situação vivida. A mãe luta com 
seus próprios sentimentos, opostos e 
contraditórios, sentindo inicialmente uma 
49
aversão física e emocional muito forte 
pela criança, condição que a impossibilita 
de se envolver em carinhos e cuidados, 
não conseguindo estabelecer o vínculo 
materno e o apego ao bebê. O sentimento 
de raiva aflora e se manifesta para com o 
filho por meio da rejeição e do desapreço. 
Esse sentimento, porém, é também 
direcionado para si mesma, por sentir-se 
responsável pela gestação de uma criança 
deficiente. O encontro com o bebê real é 
permeado por sentimentos de decepção, 
levando-a a um sentimento e desapego 
à criança. Ao vivenciar esse desapego 
emocional e o rompimento afetivo com 
o filho, a mãe não consegue cuidar de 
seu bebê e amamentá-lo, vivenciando 
posteriormente o sentimento de culpa 
por suas atitudes e pelas consequências 
desta. O sentimento de rejeição 
manifestado pela mãe se concretiza em 
posturas de abandono, de superproteção 
e de negação da deficiência, configurando 
um estado de medo e ansiedade. A 
atitude de abandono caracteriza-se 
por não investimento, seja de amor, de 
dedicação ou de cuidado ao filho e a mãe 
reage à situação vivenciada manifestando 
o direito de não desejar e não querer 
o filho deficiente. Esse sentimento se 
confronta com a culpa e a preocupação 
em ocultar tal desejo, uma vez que ela se 
percebe incompreendida pelas pessoas 
que a cercam e, por isso, muitas vezes 
prefere não manifestá-lo do filho e 
preferindo, dessa maneira, não expó-
lo publicamente. Surgem como fonte 
de preocupação e angústia para a mãe 
os conflitos familiares vivenciados em 
decorrência da dificuldade em perceber 
a criança como ser de possibilidades e 
em aceitar suas condições de deficiente. 
Ao passar por esse intenso sofrimento, 
a mãe sente-se sozinha e distanciada 
da situação real e de seus familiares. 
Essa vivência de distanciamento e 
solidão dificulta-lhe o envolver-se na 
situação e, consequentemente, a impede 
de compreendê-la, ou de lhe atribuir 
significado em sua vida.
A preparação da família em relação a este 
processo de descobertas e transformação vai ser 
crucial para as reações provenientes desta criança, 
que podem provocar comportamentos diversos 
como: enfrentar o problema de um modo mais 
natural e real; negar a existência da deficiência; 
lamentarem-se pela própria sorte; sentimentos de 
ambivalência em relação à criança, ou seja, rejeição 
e projeção da dificuldade como causa da deficiência; 
sentimentos de culpa, vergonha e depressão e 
padrões de mútua dependência (TELFORD, 1976).
No entanto, essas reações são comuns aos pais em 
geral, mas no contexto da deficiência se tornam mais 
comuns devido ao período de frustração. Além dos 
conflitos internos exercidos sofre a família em especial 
os pais, estes passarão pelas pressões da sociedade, 
uma vez que sociedade demonstra dificuldades em 
lidar com as diferenças. Sendo este talvez um dos 
principais conflitos vividos pelas famílias.
Após a passagem pelo luto, ou seja, a morte 
do(a) filho(a) desejado(a), esperado(a) e idealizado(a), 
estabelecerá uma nova estruturafamiliar, que se ajustará 
as novas necessidades e assim estabelecerá bases para 
um relacionamento com o meio social de forma 
holística. Esse processo é importante, pois é a partir 
dele que esta criança terá suas primeiras percepções de 
mundo. No entanto, se esse processo não for superado 
com sucesso e amadurecimento, proporcionará maior 
dor e sofrimento do que a própria deferência em si 
(MOURA E VALÉRIO, 2003).
Todo este retrato das dificuldades encontradas 
pelas famílias ao aceitarem os filhos com suas 
diferenças perpassa posteriormente pela dificuldade 
das crianças com deficiência não frequentarem a 
escola e estas se tornam por vezes invisíveis para 
a sociedade. Esses pais tendem a protegê-las em 
demasia, ou negligenciá-las, pois muitas vezes 
receiam suas seguranças, ou ainda tem medo de 
não serem respeitados. Nesse momento, estes 
pais fecham seus filhos em casa ou em instituições 
particulares (MILLES, 2002).
Diante desta realidade, é preciso que seja 
oferecido aos pais um “espaço pessoal”, para 
que eles possam suprir suas necessidades de 
informações, orientações, reflexões, desabafos, 
segurança, apoio, solidariedade e encorajamento. O 
profissional responsável por esse atendimento, seja 
um psicólogo, pedagogo ou até mesmo o professor 
deve ter uma conduta imbuída de compreensão, 
empatia, isenta de censuras, para apoiar e propiciar 
a livre manifestação de seus sentimentos, para então 
sentir-se apoiado diante das responsabilidades que 
deverão assumir. No entanto, esses profissionais 
também deverão receber suporte para desenvolver 
estratégias eficazes.
A seguir, analisaremos o texto que trata 
sobre o envolvimento da família nas práticas 
inclusivas na escola, qual seria a responsabilidade 
da família? Abaixo estão elencadas as 12 práticas 
de envolvimento pela família na prática inclusiva 
segundo a adaptação de Sassaki, 1998.
Educação Especial e Escola Inclusiva
50
1 . Existe, entre a escola e a família, um sistema de 
comunicação (telefonemas, cadernos etc.) com o qual ambas 
as partes concordam.
2. Os pais participam nas reuniões da equipe escolar para 
planejar, adaptar o currículo e compartilhar sucessos.
3. As famílias são reconhecidas pela escola como parceiros 
plenos junto à equipe escolar.
4. As prioridades da família são utilizadas como uma base 
para o preenchimento do Plano Individualizado de Educação 
(PIE) do seu fi lho, base essa que será completada com partes 
do conteúdo curricular.
5. Os pais recebem todas as informações relevantes (os 
direitos dos pais, práticas educativas atuais, planejamento 
centrado-na-pessoa, notícias da escola etc.).
6. Os pais recebem ou têm acesso a treinamento relevante.
7. Os pais são incluídos no treinamento com a equipe escolar.
8. Os pais recebem informações sobre os serviços de 
apoio à família.
9. Existem à disposição de membros das famílias serviços de 
apoio na própria escola (aconselhamento e grupos de apoio, 
informações sobre defi ciências etc.).
10. Os pais são estimulados a participarem em todos os 
aspectos operacionais da escola (voluntários para salas 
de aula, membros do conselho da escola,membros da 
Associação de Pais e Mestres, treinadores etc.).
11. Existem recursos para as necessidades especiais da 
família (reuniões após o horário comercial, intérpretes da 
língua de sinais, materiais traduzidos etc.).
12. A escola respeita a cultura e a etnicidade das 
famílias e reconhece o impacto desses aspectos sobre 
as práticas educativas.
Fonte: SASSAKI (1998, p. 4).
Com enorme satisfação e gratidão, a seguir 
apresentarei para vocês o relato de uma amiga, 
querida, que se deparou com o nascimento uma 
filha com deficiência. Ela escreve especialmente 
para vocês, a meu pedido, para que vocês possam 
ter a compreensão direta da experiência! Desde já 
expresso minha gratidão por essa linda participação, 
a qual eu acredito ser de grande valia para a formação 
de todos vocês. Vamos ao relato:
PEQUENOS RELATOS DE GRANDES MOMENTOS.... 
(CARDOSO, A.Q.)
Posso dizer a vocês que sou mãe de uma pequena guerreira! 
Ser mãe é lindo e não deixa de ser menos lindo por ter um 
fi lho com algumas alterações e que terá de viver a vida um 
pouco diferente.
Vou relatar para vocês apenas um resumo do início da 
nossa jornada:
Sou enfermeira e casada com um farmacêutico, ambos 
somos docentes em cursos de graduação e estávamos 
tentando um fi lho há muitos anos, perdemos uma gestação 
com um aborto espontâneo aos 4 meses de gestação e 
depois de muita luta e muitos exames, exatamente um mês 
antes da inseminação assistida nós soubemos que a família 
iria aumentar! Nossa vida se encheu da mais pura alegria e 
do maior e mais puro amor já experimentado. 
Infelizmente com um mês de gestação começaram as 
complicações (sangramentos, dores, cólicas, contrações) 
seguidas de internação, repouso absoluto, medicamentos 
fortes, angústia e ansiedade!
Conseguimos chegar ao quarto mês de gestação e iríamos 
saber o sexo do bebê e também verifi car como ele estava, 
simplesmente foi tudo um pesadelo enorme ao saber que 
a minha linda menininha não tinha movimentos nos braços, 
pernas e possuía as mãos e pés completamente tortos, sem 
poder nem ao menos contar seus dedinho, na verdade não 
era possível visualizar se ela os possuía.
Digo que sair daquele consultório mudou minha vida por 
completo sabendo que minha fi lha seria portadora de uma 
síndrome rara: Artrogripose Multipla Congenita. Eu e meu 
esposo choramos durante várias semanas, dormíamos 
chorando e acordávamos chorando, foi à perda do nosso 
bebê ideal e a luta para aceitar o nosso bebê real! 
É a dor do luto sem a morte física, é a dor da morte de muitos 
sonhos e a incerteza de novos sonhos e alegrias. Tudo vira 
um misto de interrogações e de angústia, mesmo sabendo 
que estávamos com a nossa pequena ali, junto e nós!
Sempre após cada crise vinha à luta para pensar positivo e 
a alegria de saber que ela estava ali, pertinho, crescendo e 
que sentia tudo!
Os médicos diziam que não possuíam exatidão de como 
ela nasceria, se sobreviveria e se teria sérios problemas 
cardíacos, renais, respiratórios, faciais e de movimentos. 
Então tudo era muito incerto, apenas era certo aproveitar 
todos os momentos e viver intensamente cada minuto, esta 
foi a nossa opção.
Fizemos book da gestação, lembranças para o nascimento, 
livro de recordações e um lindo quarto lilás com motivo de 
princesa. Aproveitamos tudo e contamos para todos os amigos, 
parentes, vizinhos, enfi m para o mundo que nossa fi lha seria 
diferente, mas seria extremamente amada e esperada.
Quando nossa pequena nasceu foi um misto de alegria e 
preocupação com sua saúde, ela não precisou da UTI neo-
natal embora os cuidados fossem imensos devido as suas 
complicações motoras com pés e mãos completamente 
perfeitos embora totalmente tortos, ausência de 
movimentação nos cotovelos e joelhos com os braços e 
pernas completamente em extensão e o risco de lesão de 
quadril. Uma junta médica corria de um lado para o outro e 
51
a minha angústia levou o leite maternos embora, não sendo 
possível a amamentação exclusiva, nem mesmo com o uso 
de medicamentos.
Passamos por muitos médicos, centros especializados, 
exames e mais exames. Hoje quase seis meses após o 
seu nascimento sabemos que um dia ela poderá andar 
com dificuldades, que um dia ela irá comer sozinha, se 
cuidar sozinha, fazer muitas tarefas da vida diária e ter sua 
independência ao ser adulta. Embora isso pareça um alívio, 
não o é, pois sabemos que o caminho é longo com muitas 
cirurgias, gessos, órteses, fisioterapia, terapia ocupacional, 
hidroterapia e tantas outras terapias possíveis.
Manuela hoje é descrita como um bebê sorridente, com lindos 
olhos expressivos e castanhos. Extremamente inteligente 
como todos que possuem a síndrome, sociável, amável e 
intrigantemente observadora de tudo e de todos, fazendo 
com que os médicos, fisioterapeutas, familiares e amigos 
fiquem surpresos com o seu desenvolvimento cognitivo.
Abaixo estão algunsrelatos feitos com o passar do tempo e 
com a maravilhosa presença de Manu em nossas vidas.......
CONVERSA NA SALA DE ESPERA:
Hoje na sala de espera de um consultório me deparei em franca 
conversa com várias mães, as quais assim como eu possuem 
filhos com necessidades especiais. No grupo informal cada 
mãe possuía um filho com diferentes diagnósticos, embora 
todas concordassem com um tema em comum: a falta de 
compreensão das pessoas e a discriminação. 
Entendi muito cedo que na nossa caminhada (eu, Manú e 
papai) devemos nos preparar e ser fortes para algo invisível 
e que fere muito: a discriminação!
A sociedade não está preparada para olhar com naturalidade 
os bebês que temos, os quais são filhos reais e não apenas 
bebês do imaginário das pessoas, nossos bebês são lindos 
cada qual com sua beleza e necessidades distintas os quais 
os fazem singulares.
Digo que estou crescendo e evoluindo neste mundo 
diferente em que fui inserida com o nascimento da minha 
pequena grande guerreira!
CAMINHAR:
Quando se tem uma criança especial, tudo que se passa 
é especial e vem a ser diferente aos olhos das mães e 
pais. Passamos a valorizar pequenos detalhes dos nossos 
pequenos grandes guerreiros como: gestos, olhares, 
sorrisos, a movimentação da mão, do corpo....tudo é grande, 
precioso e lindo! 
Encontrei uma mãe com uma filha de 11 meses e a menina 
já está caminhando, a mãe não se conteve e começou a 
reclamar, pois a pequena não parava e agora estava dando 
muito trabalho com o andar precoce. 
Neste momento pensei que gostaria de ter minha filha 
caminhando precocemente e que chorei muito o dia em que 
o médico nos disse que ela pode caminhar se as cirurgias 
derem certo, com dificuldades, ela pode caminhar! Foi um 
choro de alegria, emoção e de esperança! 
Por este motivo venho lembrar aos pais que valorizem todos 
os momentos e agradeçam a Deus os pequenos gestos de 
seus filhos, independente se são filhos com necessidades 
especiais ou não! e ser fortes para algo invisível e que fere 
muito: a discriminação! preparar e ser fortes para algo 
invisível e que fere muito: a discriminação! A sociedade 
não está preparada para olhar com naturalidade os bebês 
que temos, são filhos reais e não somente bebês ideais 
do imaginário das pessoas, são crianças lindas com suas 
qualidades impares e com sua singularidade! Digo que 
estou crescendo e evoluindo neste mundo diferente em 
que fui inserida graças ao nascimento da minha pequena 
princesa!preparar e ser fortes para algo invisível e que fere 
muito: a discriminação! 
O GESSO…
Não é fácil ter uma filhinha usando gesso nas pernas, tudo 
o que faço tem sabor de desafio: banho de gato (bem 
dado com muita água, mas sem molhar o gesso), troca de 
fraldas (não pode sujar o gesso e também não pode pegar 
o bebê pelas pernas para suspender o bumbum....nossa...
malabarismo o tempo todo!), segurar para eructar (não pode 
ser na posição normal, tem que ser sentada, quando esforço 
por um simples roto), e o calor.....nossa....este é o fim, minha 
filha é o bebê sem roupas, pelado o tempo todo ou no ar 
condicionado. Sem falar no dia de tirar o gesso (eu mesmo 
tiro em casa) colocar o bebê de molho com muita paciência, 
usar uma faca de serra para cortar o gesso e morrer de 
medo o tempo todo! 
Embora não seja fácil, é lindo ver o sorriso da minha filha e 
a certeza de que um dia ela ainda sairá caminhando e feliz 
pela vida......
EXISTEM DIAS.....
Existem dias em que olho para a minha princesa e penso 
como seria se ela não tivesse os problemas que tem e se 
pudesse ter os pés normais, os joelhos fazendo flexão e as 
mãos com movimentos ativos e fortes, penso como seria 
este lindo bebê a tristeza chega aos poucos, mas não fica! 
Ao mesmo tempo penso que se ela fosse normal não seria a 
minha amada princesa, pois são os seus pés, joelhos e mãos 
que me faz melhor a cada dia!
Acredito que muitas mães passam por este processo de 
pensar no ideal e ao mesmo tempo amar o real como todas 
as forças e encontrar a felicidade nas pequenas evoluções, 
nas batalhas vencidas e no belo sorriso que ilumina o rosto 
do filho e os nossos corações!
Educação Especial e Escola Inclusiva
52
APRENDENDO....
Com Manuela na minha vida estou aprendendo a cada dia 
a tentar ser uma pessoa melhor! 
Quando se tem uma criança em nossas vidas começamos 
a mudar a perspectiva, a sentir mais emoção, a gostar mais 
dos detalhes e das pequenas novidades!
Quando se tem uma criança com necessidades especiais 
tudo se multiplica e a mudança é maior, pois a emoção de 
cada conquista, a tristeza de cada derrota ou a ansiedade 
da espera pelo que pode ser.......tudo inunda o nosso ser! 
O bem é que depois da tempestade vem a paz! 
Hoje sei lidar com todos estes sentimentos e agradecemos 
a Deus a presença da nossa princesa, pois ela me faz 
evoluir, crescer, ser feliz e não ter tempo para pensar na 
tristeza ou dar lugar ao sofrimento! 
Penso assim e gostaria que todos os amigos e 
familiares pensassem:
“....viver e não ter a vergonha de ser feliz...... cantar e cantar 
a beleza de ser um eterno aprendiz, a vida devia ser bem 
melhor e será.....mas isso não impede que eu repita...é 
bonita...é bonita.....é bonita!!”
E então queridos(as) alunos(as), o que vocês 
têm a dizer sobre esta experiência, o que pensam 
a respeito do tema? Reflitam e compartilhem no 
fórum de discussão!
Retomando a aula
Então pessoal, terminamos a aula sete e 
espera-se que agora tenha fi cado mais 
claro o entendimento de vocês sobre 
o envolvimento da família na educação 
inclusiva. Vamos, então, recordar: A família 
é responsável pelo que a criança aprenderá, 
por ser o tipo de pessoa que a sociedade 
determina como normal. É na família que 
se aprende a ser único, a desenvolver a 
individualidade e a tornar-se uma pessoa 
criativa, em busca da autorrealização.
1 − Família e a educação inclusiva
No término desta aula, é preciso avaliar toda 
a construção da função da família em relação a 
formação da personalidade e das oportunidade 
de ensino e aprendizado desta criança, já que é 
na família que ela terá o apoio necessário para 
ultrapassar os limites da deficiencia. Nesse sentido, 
a família precisa estar preparada para auxiliar a 
escola no processo de ensino e aprendizado, tendo 
que resolver seus preconceitos e sentimentos de 
rejeição face a esta nova realidade que se instala, e 
agora seguir para aceitação, luta e a de superação.
MOURA, L.; VALÉRIO, N. A família da 
criança deficiente”. Cad. de Pós-Graduação em 
Distúrbios do Desenv. São Paulo, v. 3, n. 1, p. 
47-51, 2003. Disponivel em: <http://www.
mackenzie.br/fileadmin/Pos_Graduacao/
Mestrado/Disturbios_do_Desenvolvimento/
Publicacoes/volume_III/006.pdf>.
REGO, S.de L. A.; SOARES, V.L. A família 
e a deficiência: traçando um paralelo com o filme 
Meu Pé Esquerdo. Cad. de Pós-Graduação 
em Distúrbios do Desenv. São Paulo, v. 3, n. 1, 
p. 41-46, 2003 Disponível em: <http://www.
mackenzie.br/fileadmin/Pos_Graduacao/
Mestrado/Disturbios_do_Desenvolvimento/
Publicacoes/volume_III/005.pdf>.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA/ Perguntas 
formuladas por pais residentes em Barra Bonita 
– SP, Romeu Kazumi Sassaki, 1999. Disponível 
em <http://www.educacaoonline.pro.br/art_
entrevista_com_romeu.asp>.
Vale a pena
Vale a pena ler
Vale a pena assistir
• À sombra do piano – mostra a relação 
problemática de uma mãe, frustrada pela 
impossibilidade de seguir a carreira artística, com 
suas filhas, sendo uma delas autista; esboço da 
diferença entre um possível tratamento hospitalar 
e a relação familiar com a jovem autista.
• Meu pé esquerdo − Após terem realizado uma boa 
leitura dos assuntos abordados em nossa aula, na Sala 
Virtual estão disponíveis os arquivos com as atividades 
(exercícios) que deverão ser respondidas e enviadas.

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