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EDUCAÇÃO INCLUSIVA MICHELA CARVALHO DA SILVA

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Prévia do material em texto

EDUCAÇÃO 
INCLUSIVA
Michela Carvalho da Silva
Parceria entre escola e 
família: educação inclusiva
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Indicar ações de participação da família na educação inclusiva.
 � Identificar o nível de interação entre a escola e família a partir de uma 
enquete com pais e comunidade escolar.
 � Reconhecer os critérios de escolha da escola pela família.
Introdução
Você sabia que é muito importante haver uma parceria entre a escola e a 
família na educação inclusiva? Todos sabemos que a família cumpre um 
papel primordial na educação de uma criança. Mais do que o direito de 
fazer as escolhas de cunho educacional de seus filhos, a família tem o dever 
legal e a responsabilidade por decisões que atendam aos interesses da 
criança. Neste texto, você vai conhecer a importância da parceria entre 
escola e família na educação inclusiva. 
As funções da família na educação
De acordo com Witt (2016), a definição de família é feita em termos do que 
uma família é, com ênfase em sangue e afinidade, e do que uma família faz, 
ou das funções que cumpre. Isso inclui reprodução, socialização, proteção, 
regulação do comportamento sexual, afeto, companheirismo e fornecimento 
de status social. 
A família tem inúmeras funções no contexto do desenvolvimento do ser 
humano. Você pode considerar, por exemplo, a função procriadora, que con-
siste em assegurar a continuidade das gerações familiares e da vida humana. 
Muitas famílias encontram o sentido da sua união nos filhos a que deram 
existência. Isso pode ser considerado um reflexo do pensamento advindo da 
igreja católica e que ainda vem repercutindo até os dias de hoje. Algumas 
delas referem, ainda, que os filhos podem servir também como companhia 
na sua velhice, mantendo a unidade do núcleo familiar. 
A função alimentar é, sem sombra de dúvida, uma das mais básicas. Com-
pete à família assegurar o sustento da criança, satisfazendo as suas necessidades 
relacionadas à nutrição, do vestuário e ao abrigo. 
A função protetora se baseia no fato de que a infância do homem é um 
período frágil. Por isso, a criança necessita dos cuidados e da proteção dos 
adultos para sobreviver. Além disso, é importante que você saiba que essa 
função protetora por parte da família não se limita apenas aos primeiros anos 
de vida, mas se estende para além da infância. Na sociedade atual, é cada vez 
mais comum essa função se prolongar até a idade adulta. 
A função educativa, que será o assunto alvo deste texto, é de importância 
fundamental, uma vez que é a primeira instituição social em que o ser humano 
é inserido. Os pais e as mães são os primeiros e os principais educadores 
das crianças. Mas, com o passar do tempo, essa função educadora será gra-
dativamente compartilhada com outras instituições, principalmente com a 
escola. Quando pais e profissionais trabalham juntos durante a infância, os 
resultados têm um impacto positivo no desenvolvimento da criança e na sua 
aprendizagem. Dessa forma, as famílias proporcionam o contexto no qual as 
crianças nascem, são socializadas e estabelecem suas identidades básicas. É 
nela que se adquire, além da linguagem, do afeto e de crenças culturais, as 
regras básicas de convivência em sociedade e os valores morais.
Assim, o processo de ensino-aprendizagem da criança no ambiente escolar 
necessita de uma continuidade no ambiente familiar, pois ambas as instâncias 
têm por objetivo comum a educação da criança. É na instituição familiar que 
ocorrem as primeiras aprendizagens da criança. Por esse motivo, a família deve 
assumir um papel primordial na educação, sendo o primeiro e mais importante 
agente educativo, o núcleo central do desenvolvimento global da criança no 
que se refere ao domínio afetivo, social, cognitivo e motor. 
É a partir da família que são transmitidos os valores educativos às crianças. É nela que 
se adquirem os primeiros conhecimentos e os valores morais que servirão de alicerces 
para a sua vida futura e que, muito provavelmente, serão a base da sua personalidade. 
Educação inclusiva2
Ações de participação da família 
na educação inclusiva
Você já sabe que a participação da família na escolarização dos filhos é essen-
cial. Essa parceria entre a família e a escola é importante em todas as esferas, 
no caso de crianças sem deficiência ou dificuldades de aprendizagem. E ela 
se torna primordial no caso daquelas com deficiência ou necessidades educa-
cionais especiais. Nesses casos, a criança necessita de um acompanhamento 
mais cuidadoso por parte da família. Isso ocorre pois eles envolvem questões 
relativas às condições emocionais e psicológicas da criança, assim como fatores 
como ansiedade e problemas de autoestima. 
A escola tem o papel de observar a ocorrência dessas dificuldades e 
reportá-las à família. Assim, em um trabalho conjunto, esses problemas são 
diagnosticados e a criança é encaminhada ao atendimento profissional com-
petente. Do mesmo modo, de posse do diagnóstico, é imprescindível que a 
escola acompanhe a evolução escolar do aluno, modificando ações e criando 
alternativas para melhorar o seu desempenho.
A família pode se fazer presente e participar da vida escolar do filho de 
várias formas. Pode, por exemplo, fazer uma revisão em casa do conteúdo que 
foi trabalhado na sala de aula, além de participar de reuniões com a equipe 
escolar com o objetivo de planejar, adaptar o currículo ou compartilhar os 
avanços das crianças. Estar presente como parceiro das equipes e participar 
de todos os aspectos operacionais da escola, trocando opiniões e experiências, 
assim como participar de atividades extracurriculares e treinamentos relevantes 
também são ações que podem levar a uma inclusão verdadeiramente concreta. 
Isso ocorre porque a escola, a família e a criança estão envolvidas em um 
processo com um único objetivo: o bem-estar e o aprendizado desta última.
A escola inclusiva conta com a participação da família e da comunidade. 
Isso ocorre pois somente as ações dos gestores e educadores não são sufi-
cientes para promover a inclusão das crianças com necessidades educacionais 
especiais. As crianças com deficiência ou necessidades educacionais especiais 
demandam um apoio maior tanto da comunidade escolar quanto da família e 
da comunidade em geral para o seu pleno desenvolvimento. É importante que 
você se lembre de que a família é o alicerce natural para a criança. É a partir 
de ações promovidas por ela que o seu desenvolvimento será impulsionado. 
Muitas vezes, a criança necessita de algum tipo de apoio ou acompanhamento 
externo, ou seja, que não é oferecido pela própria escola. Nesses casos, cabe 
à família buscar alternativas para suprir essas necessidades. Aqui você pode 
considerar atendimentos psicológicos, psicopedagógicos, fisioterapêuticos 
3Parceria entre escola e família: educação inclusiva
ou neurológicos, entre outros, dependendo da especificidade da necessidade 
da criança.
É importante você lembrar que, para que a família desempenhe bem o seu 
papel, ela deve estar atenta a buscar orientações com médicos, psicólogos ou 
em centros de atendimento às pessoas com deficiência. O objetivo disso é 
estabelecer metas realistas e adequadas às capacidades da criança, dando-
-lhe oportunidade de se desenvolver sem superprotegê-la, pressioná-la nem 
compará-la com outras crianças.
No que se refere à legislação, a participação da família também é consi-
derada de vasta importância. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), 
instituído pela Lei nº 8.069/90, no artigo 55, determina que “[...] os pais ou 
responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede 
regular de ensino.” (BRASIL, 1990). 
Já a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva tem como objetivo o acesso, a participação e a aprendizagem dos 
estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades/superdotaçãonas escolas regulares (BRASIL, 2008). Assim, 
orienta os sistemas de ensino para promover respostas às necessidades edu-
cacionais, garantindo, entre outras prioridades, a participação da família 
e da comunidade. 
O artigo 205 do Capítulo III da Constituição Federal dispõe que “[...] a 
educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e 
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento 
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o 
trabalho.” (BRASIL, 1988). Isso vem ao encontro do disposto no artigo 2º da 
LDB nº 9.394/96, que diz que “[...] a educação, dever da família e do estado, 
inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, 
tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” (BRASIL, 1996).
Você deve saber que as disposições apresentadas acima se referem também 
à educação das pessoas com necessidades educacionais especiais. A educação 
é um direito de todos, assim como os deveres da família se estendem a todas 
as crianças, tenham elas alguma deficiência ou não.
Educação inclusiva4
De acordo com Ross (1998), os pais são responsáveis pela formação da autoestima da 
pessoa com deficiência, desempenhando, portanto, a sua função quanto à formação 
emocional. Consequentemente, eles contribuem para a superação dos efeitos negativos 
da deficiência, favorecendo, assim, que a criança aceite sua própria condição.
A interação entre a escola e a família
Você deve imaginar que o diálogo, a colaboração e o compartilhamento de-
vem ser as bases de trabalho sobre as quais a escola e a família formam uma 
equipe. O objetivo dessa equipe será sempre o pleno desenvolvimento de 
todas as crianças, principalmente daquelas com deficiência ou necessidades 
educacionais especiais. A participação ativa dos pais e o engajamento na vida 
dos filhos, inclusive no cotidiano escolar da criança, gera uma tendência de 
que os alunos se dediquem e se esforcem mais, além de se sentirem amados 
e apoiados. 
A família que se interessa em saber sobre a relação dos filhos com os pro-
fessores, sobre o seu comportamento em sala de aula, suas notas e dificuldades, 
enfim, que procura se inteirar sobre tudo relacionado ao rendimento escolar 
do filho, normalmente está disposta e aberta a ajudar o professor a vencer os 
desafios em sala de aula, adotando medidas complementares em casa. Essa 
postura, inevitavelmente, promove uma melhora na performance do aluno. 
Quando os pais e professores interagem de forma contínua e procuram resolver os 
problemas imediatamente, considerando sempre as causas dos conflitos e dificuldades, 
certamente eles encontrarão juntos as melhores soluções para a família, para os 
educadores, para a instituição escolar e, principalmente, para os alunos. A razão de ser 
da parceria entre escola e família será sempre o bem-estar do aluno, a sua inserção na 
sociedade, o seu pleno desenvolvimento como ser humano, cidadão e trabalhador.
5Parceria entre escola e família: educação inclusiva
Na educação inclusiva, é importante que os pais enxerguem os professores 
como aliados, e que os professores vejam os pais como potencializadores do 
rendimento escolar. Isso abre maiores possibilidades de conversar abertamente 
sobre os problemas dos alunos, identificando as deficiências de aprendizagem 
e reprogramando o processo de ensino de maneira personalizada e eficaz. Não 
basta dizer a um pai que o seu filho não está aprendendo, não está prestando 
atenção nas aulas e não está ajudando nas atividades. O pai precisa ser orien-
tado sobre como pode intervir e o que deve fazer para ajudar a solucionar o 
problema. Além disso, os direitos e deveres da família e da escola devem estar 
claramente definidos. Muitas vezes, não é da alçada dos próprios pais a reso-
lução de determinados problemas e se faz necessária a busca de profissionais 
para prestarem o devido auxílio.
Por outro lado, a criança passa muitas das horas do dia na escola. Além 
disso, muitas vezes, são os profissionais de educação que têm um maior 
convívio com ela. Por isso, é da escola que parte o alerta à família de que a 
criança apresenta alguma dificuldade ou problema que não pode ser solucio-
nado na própria instituição. A partir do alerta, a busca por acompanhamento 
com profissionais da área da saúde ou da educação fora da escola é feita pela 
família, mas sempre tendo em vista a troca de informações sobre a evolução 
do aluno em todas as esferas. É a partir dessa troca que pais e professores 
serão capazes de proporcionar as melhores ações voltadas para o bem-estar e 
desenvolvimento das potencialidades e habilidades da criança.
De acordo com a Constituição Brasileira, no seu artigo 227, 
“É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao ado-
lescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à 
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à 
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo 
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade 
e opressão.” (BRASIL, 1988).
Educação inclusiva6
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Presidência da 
República, 1988. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm>. Acesso em: 20 dez. 2016.
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Ado-
lescente e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 1990. Disponível 
em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm>. Acesso em: 20 dez. 2012.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da 
educação nacional. Brasília: Presidência da República, 1996. Disponível em: <https://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 20 dez. 2016.
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Especial. Política 
nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasília: MEC, 2008. 
Ross, P. Pressupostos da integração/inclusão frente à realidade educacional. In: 
CONGRESSO ÍBERO-AMERICANO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, 3., 1998, Foz do Iguaçu. 
Resumos... Foz do Iguaçu: Secretaria de Educação Especial. Ministério da Educação e 
do Desporto, 1998. p. 239-243.
WITT, J. Sociologia. 3. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016.
Leituras recomendadas
BRAMBATTI, F. F. A importância da família na educação de seus filhos com dificuldades 
de aprendizagem escolar sob a ótica da psicopedagogia. Revista de Educação do IDEAU, 
v. 5, n. 10, p. 1-16, jan./jun. 2010. Disponível em: <http://www.ideau.com.br/getulio/
restrito/upload/revistasartigos/201_1.pdf>. Acesso em: 13 dez. 2016.
FIGUEIRA, E. A parceria entre família e escola na Educação Inclusiva. [S.l.]: Educação 
Inclusiva em Foco, 2016. Disponível em: <http://educacaoinclusivaemfoco.com.br/
parceria-entre-familia-e-escola-na-educacao-inclusiva/>. Acesso em: 20 dez. 2016.
MITTLER, P. Educação inclusiva: contextos sociais. Porto Alegre: Artmed, 2003.
REIS, V. A. de S. O envolvimento da família na educação de crianças com necessidades edu-
cativas especiais. 2012. 159 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Educação) – Escola 
Superior de Educação João de Deus, Lisboa, 2012. Disponível em: <https://comum.
rcaap.pt/bitstream/10400.26/2597/1/V%C3%A2niaReis.pdf>. Acesso em: 13 dez. 2016.
7Parceria entre escola e família: educação inclusiva

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