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ANÁLISE DO DOCUMENTÁRIO A MORTE INVENTADA - Psicologia jurídica

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ATIVIDADE AVALIATIVA I 
ANÁLISE DO DOCUMENTÁRIO “A MORTE INVENTADA” COM BASE NA 
PSICOLOGIA JURÍDICA 
Curso: Psicologia Período letivo: 2021/1 – B1 
Disciplina: Psicologia Jurídica Turma: PSI-02/03-NA 
Data de entrega: 16/04/2021 Valor: 4,5 
Nome: Cecilia Ketaney de Oliveira Cruz 
Matrícula: 2011170 
 
Nome: Elisa Ribet Bassani 
Matrícula: 2011630 
 
Nome: Luiz Gustavo R. Santos 
Matrícula: 2011831 
 
Nome: Pollymara Souza de Oliveira 
Matrícula: 2011539 
 
Nome: Vania Costa Souza 
Matrícula: 2020332 
 
 
Link para acessar o documentário “A Morte Inventada” (Disponível no 
Youtube): https://www.youtube.com/watch?v=uv6DuQv0ldE 
 
 
 
 
 O documentário brasileiro “A Morte Inventada (2009)", dirigido por Alan Minas, 
aborda através de especialistas e de casos, pais e filhos que se identificaram 
com a problemática da "alienação parental”. Segundo Silva (2004), quando 
existe um comportamento manipulador por parte de um dos genitores, onde este 
influencia a criança envolvida em disputa de guarda a enxergar o outro genitor 
de forma negativa, podemos considerar o fenômeno denominado de Síndrome 
de Alienação parental. 
O título do documentário é explicado ao longo do vídeo quando os declaradores 
alinham o conceito de alienação a "matar a imagem do outro dentro de alguém", 
retirando o direito dos pais de conviver com os filhos e vice-versa. 
É bastante comum que as emoções humanas sejam exibidas de forma intensa 
nos processos de separação judicial, tornando-o doloroso, tanto para o casal 
quanto para os filhos. Os conflitos podem apresentar-se ainda mais acirrados 
quando há disputa por interesses, quando por exemplo, envolve a disputa pela 
guarda de filhos ou de patrimônio. Muitas vezes as partes estão vivendo os 
mesmos sentimentos. Sendo eles: Medo, hostilidade, ódio, vingança, depressão 
e ansiedade. As consequências desses sentimentos, citamos no parágrafo 
anterior. 
O segundo caso citado no documentário refere-se à atitude da genitora em 
relação à filha, marcada por um sentimento de posse e necessidade de controle. 
Onde a criança precisava mentir para a genitora que o passeio com o seu genitor 
havia sido péssimo, porque se dissesse que tinha sido legal, era como se 
estivesse traindo a mãe. A filha relembra a obrigação que sentia de se aliar à 
genitora para agredir o pai, usando-o só para pedir dinheiro. 
O filho pode assumir uma postura de se submeter ao que o alienador 
determina, pois teme que se desobedecer ou desagradar, poderá 
sofrer castigos e ameaças. A criança criará uma situação de 
dependência e submissão às provas de lealdade, ficando com medo 
de ser abandonada do amor dos pais. Ocorre um constrangimento para 
que seja escolhido um dos genitores, trazendo dificuldades de 
convivência com a realidade, entrando num mundo de duplas 
 
mensagens e vínculos com verdades censuradas, favorecendo um 
prejuízo na formação de seu caráter. (TRINDADE, Jorge. Manual de 
Psicologia Jurídica para operadores de direito. Porto Alegre: Livraria 
do Advogado Editora, 2004. p. 160.) 
 
 
Nesse abuso, tratando-se de genitores, podemos perceber que na maioria das 
vezes, é a mulher que denigre a imagem do pai. Haja vista que, 90% das guardas 
são atribuídas às genitoras. No documentário teve a presença de uma única 
mulher depoente como tendo sofrido alienação parental. 
De acordo com Podevyn (2001), o genitor alienador não respeita regras e não 
costuma acatar as decisões judiciais, presumindo que tudo lhe é devido, e que 
as regras são para os outros, mas não para ele, que julga a nada se submeter. 
Isto é mostrado em uma das cenas, quando um pai conta que precisou recorrer 
à polícia para buscar as crianças, mesmo estando com a posse do documento 
oficial que lhe concedia a guarda. 
Dentre as formas de alienação citadas durante todo o documentário, a que mais 
chamou a atenção foi as das falsas acusações de abusos físicos. E como os 
profissionais psicossociais e os operadores do Direito têm um papel importante 
para determinar se isso realmente ocorreu. Porém, eles ainda não têm preparo 
suficiente para lidar com o fenômeno. 
Algumas críticas apareceram a respeito disso, como na cena que um pai foi 
acusado pela ex-mulher de ter abusado sexualmente da filha, após ter entrado 
com um processo de regulamentação de visitas. A psicóloga que participou do 
caso foi de fato muito negligente, pois atestou de forma equivocada no relatório 
que existiu indícios de abusos físicos, tendo escutado somente o lado da genitora 
e não ter seguido as regras impostas pelo Conselho Federal de Psicologia. Em 
consequência disso, o pai acabou perdendo o contato com a filha. 
Nos casos de indício de Alienação Parental, “o trabalho do psicólogo 
perito consiste na realização de entrevistas individuais e conjuntas, 
 
com possibilidade de aplicação de testes quando necessário, com 
todas as partes envolvidas”. Isso é feito com o intuito de “avaliar a 
existência e/ou a extensão do dano causado, bem como a estrutura da 
personalidade dos mesmos”. O examinador deve investigar a verdade 
do contexto exposto a ele, pois cada caso é único e deve ser analisado 
de maneira criteriosa. (GUILHERMANO, Juliana Ferla. Alienação 
parental: aspectos jurídicos e psíquicos. Trabalho de Conclusão de 
Curso (Graduação)-Faculdade de Direito/PUCRS Rio Grande do Sul, 
2012. Pág. 13) 
 
A Alienação Parental afeta muitas famílias há muito tempo. Porém, somente nos 
últimos vinte anos que esse quadro começou a ser melhor analisado e estudado, 
devido a maior aparição de casos nos processos judiciais. Mas, ainda assim, 
podemos perceber o quanto ainda é necessário maiores especializações por 
parte das equipes psicossociais envolvidos. Para que não ocorra injustiças. 
 
Referências 
 
1- COSTA, Ana Ludmila Freire. A morte inventada: depoimentos e análise sobre 
a alienação parental e sua síndrome. Estud. psicol. (Campinas) [online]. 
2011, vol.28, n.2, pp.279-281. ISSN 0103-
166X. https://doi.org/10.1590/S0103-166X2011000200015. 
 
2- GUILHERMANO, Juliana Ferla. Alienação parental: aspectos jurídicos e 
psíquicos. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)-Faculdade de 
Direito/PUCRS Rio Grande do Sul, 2012. 
 
https://doi.org/10.1590/S0103-166X2011000200015
 
3- Minas, A. (Diretor) (2009). A morte inventada: alienação parental [Filme-
vídeo]. Niterói, Caraminholas Produções 
 
 
4- ROSA, A. et. al. Aspectos psicológicos envolvidos em processos de 
separação litigiosa e consensual. In: CRUZ, R.M. MACIEL, S.K. RAMIREZ, 
D.C. (orgs). O trabalho do psicólogo no campo jurídico. São Paulo: Casa do 
Psicólogo, 2005, pp. 97-119. 
 
5- TRINDADE, Jorge. Manual de Psicologia Jurídica para operadores de 
direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2004. p. 160.

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