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Resenha crítica do filme: “ E a vida continua”
O filme foi lançado no ano de 1993, e fala do aparecimento da AIDS, abordando as maiores dificuldades de se identificar e caracterizar essa doença nova, bem como o seu impacto sobre os hábitos das pessoas que viviam na época. 
No filme os primeiros casos da epidemia surgem nos hospitais da França e dos Estados Unidos. As primeiras observações sobre os casos mostraram que era comum os doentes apresentavam Pneumonia, além de outras doenças secundárias incomuns em pacientes de determinada faixa de idade, ainda não era de conhecimento dos médicos que a AIDS destrói as células do sistema imunológico dos indivíduos, e que por isso o organismo ficava mais vulnerável a doenças, e algumas dessas eram mais prevalentes naquele período. 
O ponto principal da história é a atividade do Centro de controle de doenças de Atlanta, que após receber as notificações dos casos monta uma equipe para fazer a investigação. Os pesquisadores, auxiliados pelo Dr. Don Francis, vão utilizar de ferramentas de bioestatística e epidemiologia ao contatar os doentes e familiares para aplicar um questionário e coletar informações. Foram determinadas algumas variáveis quantitativas, como por exemplo o número de relações sexuais/ano e qualitativas relacionadas à pessoa, tais como: estilo de vida, alimentação, ambientes frequentados entre outros. 
Junto a isso existia uma forte polêmica pois no início apenas a comunidade homossexual manifestava a doença. Esta é associada como a população de estudo. A doença foi citada como um castigo divino, sendo veiculada nas mídias como a “peste gay” ou o “câncer gay”, e com isso o fato de ser homossexual é visto como um fator de risco para a doença. 
Durante os estudos desenvolvidos pelo CCD muitas hipóteses são propostas, mas a análise bioestatística de indicadores de morbidade como o aumento da taxa de mortalidade para a doença (de 40% para 100%) levou o grupo a supor que ela seja causada por um agente infeccioso de transmissão sexual e a partir daí iniciaram mais estudos.
Depois a transmissão sexual foi confirmada uma vez que o resultado de entrevistas com muitos doentes em potencial e pessoas já doentes e parceiros levam o grupo a concluir isso. No filme, em um dado momento um dos cientistas ilustra a transmissão através de um esquema usando um comissário de bordo de Nova Yorque. 
Com o passar do tempo o número de casos novos só aumenta e o levantamento de dados vai sendo feito de maneira continua. E novos casos começam a surgir fora do até então grupo de risco da doença. 
As limitações das pesquisas na época também foram abordadas no filme, uma vez que os recursos financeiros e tecnológicos eram escassos.
Quando foram notificados os primeiros casos da doença em bebês, do Haiti, heterossexuais e hemofílicos, os cientistas viram o sangue como outro possível responsável pela transmissão, o que além de acabar com a ideia de uma doença exclusiva para homossexuais, também permite o início das discussões para iniciar as primeiras intervenções. Foi cogitado o fechamento das saunas e o uso de testes de hepatite B para doadores dos bancos de sangue.
Para conseguir prosseguir com os estudos o Dr. Don Francis faz uma parceria com 2 Institutos de pesquisa que tentam roubar a pesquisa do mesmo, resultando em uma briga judicial pela patente do retrovírus. O filme critica a questão da ética no mundo da pesquisa uma vez que o Dr. Gallo enquanto pesquisador tenta roubar os créditos pela pesquisa cometendo plagio. 
No final do filme não ocorrem muitas mudanças na sociedade, além de que agora todos vivem com medo da doença, que cada vez atinge proporções mais assustadoras. As dificuldades enfrentadas pelo Dr. Don Francis o impossibilitam de chegar a uma cura, mesmo assim o mesmo seguiu com suas pesquisas independente do CCD, mas nenhum tratamento foi encontrado no filme.
	De forma geral, o filme é interessante pois mostra um pouco do caminho percorrido por pesquisadores da área da saúde, e mostra como as ferramentas de epidemiologia são fundamentais para a compreensão do processo de uma doença.

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