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Hurian Machado – Odontologia UNIG 1 Patologia Geral Aula 1 Introdução ➯Agentes Etiológicos São os agentes causadores de doenças. Podem ser: 1. Biológicos: vírus, bactérias e fungos; 2. Físicos: traumatismos, radiação; 3. Químicos: cigarro, álcool, medicações. • Indiopático: quando não se sabe a etiologia/causa. Biópsia x Citopatologia 1. Biópsia - Retira fragmentos do tecido. - É feita quando o diagnóstico não é determinado pelo exame clínico. - Pode ser incional ou excisional. • Incisional Remove um pequeno fragmento da lesão. Uma porção saudável e outra doente. Contraindicada em casos se lesões vascularizadas e lesões pigmentadas. • Excisional - Remove-se totalmente a lesão. ➯Instrumentos utilizados - Bisturi; - Punch; - Pinça saca-bocados; - Frasco de boca larga; - Formol a 10% (a quantidade deve ser 10x o tamanho da biópsia). 2. Citopatologia É a análise de células isoladas obtidas por raspagem (citopatologia esfoliativa). Só é realizada quando não é permitido/possível e realização da biópsia. ➯Instrumentos utilizados - Algum instrumento para raspar. Ex: escova própria, espátula 24; - Lâmina de microscópio; - Frasco próprio; - Álcool 95%. Técnica Cirúrgica 1. Assepsia Remoção completa de microrganismos em uma superfície usando a autoclave, por exemplo. 2. Antissepsia Diminuição de microrganismos em uma superfície. Será realizada no paciente, por exemplo. Ex: clorexidina 0,12%, 2% e 0,2%. Não há possibilidade de esterilização total do paciente. Não existe cirurgia totalmente asséptica. Em toda cirurgia há risco de infecção bacteriana. 3. Anestesia Local Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 2 4. Exérese É a remoção da lesão, podendo ser incisional ou excisional. 4.1 A incisão deve ser no formato de cunha/elipse/casco de navio pois permite melhor fechamento da ferida. 4.2 Quando realizar a biópsia incisonal deve remover parte do tecido doente e parte do tecido saudável. 4.3 Quando a lesão medir até 1cm, deve realizar a biópsia excisional. 5. Hemostasia São todos os meios que existem para se conter uma hemorragia. A compressão é a principal forma de se realizar hemostasia na odontologia. Usa-se gaze no local durante 5 a 10min. • Tipos de hemostasia - Compressão; - Eletrocoagulação; - Ligadura. 6. Síntese/Sutura Seu objetivo é devolver a anatomia do local. Aula 2 Adaptação Celular Estresses fisiológicos mais excessivos ou alguns estímulos patológicos podem provocar várias adaptações celulares nos quais um novo estado diferente de equilíbrio é obtido. Grupos Celulares As células do corpo são divididas em 3 grupos com base na sua capacidade proliferativa e na sua relação com o ciclo celular. 1. Células Lábeis Células que se proliferam o tempo todo. Ex: células da pele e cavidade bucal. 2. Células Estáveis Essas células exibem baixo nível de replicação, entretanto podem sofrer rápidas divisões em resposta a estímulos. Ex: células do fígado. 3. Células Permanentes São as células que não se dividem, deixam o ciclo celular e são incapazes de sofrer divisão mitótica. Ex: células nervosas e de músculos esqueléticos/cardíacos. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 3 Tipos de Lesão Nervosa 1. Neuropraxia Ocorre quando encosta no nervo. Retorna a função normal em 3 meses. 2. Axonotmese Ocorre quando o nervo é puxado. Retorna a função normal em até 6 meses. 3. Neurotmese Ocorre quando o nervo é rompido. É irreversivel. Proliferação Celular O ciclo celular, que é o ciclo de crescimento das células consiste nas fases G1 (pré-síntese), S (síntese de DNA), G2 (pré-mitótica) e M (mitótica). Fatores de Crescimento ➯Competência - Faz com que a célula que estava em GO entre no ciclo. ➯Progressão - Mantém a célula no ciclo. Respostas Adaptativas 1. Hiperplasia - Aumento do número de células. 2. Hipertrofia - Aumento do tamanho das células. • Hipertrofia fisiológica: aumento da massa muscular. Ex: fisiculturista. • Hipertrofia Patológica: aumento do volume das células, o que conduz consequentemente a um aumento do volume do órgão como um todo. Ex: aumento das fibras cardíacas na hipertensão. 3. Atrofia Diminuição do tamanho da célula (abaixo do normal). É uma redução no volume e na função de uma célula ou órgão. Ela é resultado da resposta adaptativa da célula a fata de estímulo, que leva à redução. Pode ser causada pela diminuição da demanda funcional, perda da inervação, nutrição inadequada e envelhecimento (atrofia senil). Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 4 Aula 3 Lesão e Morte Celular Morte Celular Morte celular é a perda irreversível das atividades e funções da célula com consequente incapacidade de manutenção de seus mecanismos de homeostase. Para que haja morte celular, é necessário que a célula seja agredida, e os principais agentes agressores são: • Privação de O2: perturba o equilíbrio homeostático da célula. Atua principalmente na membrana celular, respiração aeróbica, síntese proteica e o aparelho genético. • Agentes físicos, químicos e infecciosos. O primeiro ponto de ataque da hipóxia é a respiração celular aeróbia. A medida que a quantidade de O2 diminui dentro da célula, ocorre a diminuição da fosforilação oxidativa da célula e consequentemente queda da geração de ATP, e isso exerce efeitos difusos sobre a célula. Lesão Irreversível O ponto sem retorno da lesão celular é primariamente quando ocorre a incapacidade de reverter a disfunção mitoconfrial que causa diminuição acentuada da produção de ATP e também quando ocorre perturbações profundas na função da membrana celular. Tipos de Necrose 1. Necrose de Coagulação É o tipo mais comum de necrose. Típico da morte por hipóxia (falta de O2) das células em todos os tecidos. Nesse tipo de necrose há a preservação do contorno básico da célula. Ex: infarto do miocárdio. 2. Necrose Liquefativa Típica de infecções bacterianas. 3. Necrose Caseosa Encontrada em paciente com tuberculose. 4. Necrose Gordurosa Típica de pancreatite aguda. Obs: pus é um liquido formado por bactérias mortas, células de defesa mortas, células do tecido mortas e plasma sanguíneo. Isquemia x Hipóxia 1. Isquemia Quando não chega sangue em determinado local. 2. Hipóxia Quando chega uma concentração menor de O2 em determinado local. A isquemia leva a hipóxia. Sequência de Eventos na Lesão Celular ➯Durante uma isquemia 1°. Para de chegar sangue em determinado local; 2°. Diminuição de O2 no local afetado; 3°. Diminuição da produção de ATP; 4°. Falha na bomba de sódio (Na+) e potássio (K+); 5°. O sódio entra na célula levando água junto; 6°. Edema celular (acúmulo de líquido na célula); 7°. Ocorre a glicólise para produzir ATP; 8°. O pH da célula se torna ácido (baixo); 9°. Ocorre a condensação da cromatina nuclear; Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 5 10°. Edema associado ao pH baixo leva ao desprendimento dos ribossomos do retículo endoplasmático rugoso; 11°. Diminuição da síntese proteica. Papel do Cálcio na Morte Celular 1°. Ocorre perturbações profundas na função da membrana celular; 2°. A célula perde sua seletividade; 3°. O Ca+ entra na célula; 4°. Ativa várias enzimas; 5°. Digestão enzimática da célula. Aula 4 Inflamação A inflamação é uma resposta protetora cujo objetivo é livrar o organismo da causa inicial da lesão celular (ex: bactérias) e das consequências dessa lesão (ex: células e tecido necrosados). O processo inflamatório é todo o caminho que o leucócito percorre até chegar na bactéria e fagocitá- la. O grupo dos leucócitos será o ator principal nesse processo. A resposta inflamatória ocorre no tecido conjuntivo vascularizado. Ainflamação tem como objetivo destruir o agente agressor, diminuindo o dano por ele causado e propiciar o reparo dos tecidos lesados. Inflamação x Infecção 1. Inflamação Resposta do organismo contra uma infecção. 2. Infecção Invasão do corpo por microorganismos. Anti-inflamatório x Antibiótico 1. Anti-inflamatório - Minimiza os efeitos ruins da inflamação. 2. Antibiótico - Elimina as bactérias. Caminhos a partir de uma infecção inicial 1°. Resolução completa; 2°. Resolução, porém, com sequela (ex: queloide); 3°. Infecção generalizada que pode levar a morte do paciente (septicemia). Inflamação Aguda x Inflamação Crônica 1. Inflamação Aguda Tem uma duração relativamente curta (horas ou dias); As células predominantes nesse processo são os neutrófilos; Células multinucleadas. 2. Inflamação Crônica Tem uma duração longa (semanas ou meses); As principais células desse processo são os linfócitos e os macrófagos; Células uninucleadas. Manifestações Clínicas ➯Sinais de Celsius - Dor; - Calor; Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 6 - Edema; - Rubor. ➯Sinais de Virchow - Dor; - Calor; - Edema; - Rubor; - Perda da função. Aula 5 Inflamação Aguda Principais Características - Alteração do calibre vascular; - Aumento da permeabilidade vascular; - Emigração do neutrófilo. Sequência do Processo Inflamatório Agudo ➯Eventos Vasculares 1°. Vasoconstrição (rápida e sem importância); 2°. Vasodilatação; 3°. Aumento do fluxo sanguíneo; 4°. Aumento da permeabilidade vascular (o plasma sai do vaso causando edema); ➯Eventos Celulares 5°. Lentificação do fluxo sanguíneo; 6°. Marginação do neutrófilo; 7°. Rolagem dos neutrófilos (as integrinas são ativadas); 8°. Aderência firme do neutrófilo. 9°. Transmigração ou diapedese; 10°. Quimiotaxia (interleucina-8) 11°. Fagocitose (C3). Obs: o C3 facilita a fagocitose (opsonização) “marcando” as partículas que deverão ser fagocitadas. ➯Como o endotélio torna-se permeável na inflamação aguda? Através da contração endotelial ou reorganização do citoesqueleto. ➯Como ocorre a dor no processo inflamatório? Durante a quimiotaxia e a fagocitose, o neutrófilo sofre a ação de algumas enzimas que produzem as prostraglandinas. Essas prostraglandinas sensibilizam as terminações nervosas periféricas que mandam mensagem para o sistema nervoso central causando dor no processo inflamatório. ➯Como agem os anti-inflamatórios? Os anti-inflamatórios agem inibindo a ciclo-oxigenase (COX), logo, não será produzida a prostranglandina (que causa dor). Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 7 Aula 6 Reparo Reparo é o processo de reposição do tecido destruído. O reparo pode acontecer sob duas formas, dependendo do grau de composição do tecido e dos tipos celulares que o compõem. 1. Regeneração É o reparo do tecido lesado através de proliferações de células idênticas as do perdido. Ex: regeneração tecidual nas queimaduras superficiais da pele. Quando não é possível a regeneração, ocorre a cicatrização. A regeneração só ocorre em células lábeis e estáveis. Para que ocorra a regeneração, é necessário que haja um tecido de sustentação subjacente ao local comprometido. Esse tecido será responsável pela irrigação e nutrição local. 2. Cicatrização É o reparo do tecido lesado através da proliferação de um tecido conjuntivo fibroso (proliferação de fibroblastos) para substituir as células destruídas. Ex: cicatrização tecidual nas queimaduras profundas da pele. A cicatrização das feridas é um processo dinâmico, que se inicia comum processo inflamatório, seguida por u estágio de formação de tecido de granulação, acompanhada de uma remodelagem tecidual e formação da cicatriz. A cicatriz fica vermelha nos primeiros dias devido ao aumento do fluxo sanguíneo do processo inflamatório. A cicatriz fica vermelha alguns meses depois devido ao surgimento de novos vasos sanguíneos no local. • 1ª Intenção Quando as bordas da ferida estão unidas. • 2ª. Intenção Quando as bordas das feridas estão afastadas. Fases da cicatrização 1ª. Forma-se a crosta para isolar o meio interno do externo; 2ª. Ocorre o processo inflamatório agudo para eliminar o agente agressor; 3ª. Macrófagos terminam a limpeza do local; 4ª. Ocorre o surgimento de novos vasos sanguíneos; 5ª. Os fibroblastos acompanham esses novos vasos sanguíneos; 6ª. Os fibroblastos produzem fibras colágenas; 7ª. As fibras colágenas se organizam; 8ª. As fibras colágenas organizadas comprimem os vasos sanguíneos novos; 9ª. Assim, a cicatriz fica mais clara. Fatores que alteram a cicatrização ➯Fatores Locais - Infecção; - Fatores mecânicos; - Corpos estranhos; - Localização; ➯Fatores Sistêmicos - Nutrição (deficiência de vitamina C); - Diabetes Mellitus; - Suprimento sanguíneo inadequado. Rectangle Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 8 Aula 7 Neoplasias Neoplasia é uma massa anormal de tecido cujo crescimento excede e não está coordenado ao crescimento dos tecidos normais e que persiste mesmo cessada a causa que o provocou, já que houve uma alteração genética da célula (mutação); Para que haja uma neoplasia, é necessária uma mutação. Neoplasia = tumor (benigno ou maligno); Neoplasia ≠ câncer (todo câncer é maligno). ➯Parênquima - Composto de células neoplásicas proliferantes. ➯Estroma - É o tecido de suporte que faz a vascularização e a nutrição do parênquima. Nomenclatura Os tumores benignos são chamados pelo nome da célula de origem + o sufixo “oma”. Nos tumores malignos que se originam de células parenquimatosas, se adiciona a palavra “sarcoma” e para os de origem epitelial “carcinoma”. Tumor Maligno X Tumor Benigno 1. Tumor Benigno - Menor velocidade de crescimento (se desenvolvem lentamente); - Massas bem delimitadas, sem invasão de tecidos adjacentes; - Bem diferenciado, ou seja, as células são semelhantes as dos tecidos de origem. 2. Tumor Maligno - Crescimento rápido; - Não possui crescimento ordenado, pode invadir tecidos vizinhos; - Indiferenciado, ou seja, as células malignas sofrem grandes alterações em relação as do tecido de origem; - Metástase frequentemente presente. ➯Metástase Metástase é a formação de uma nova lesão tumoral a partir da primeira, mas sem continuidade entre as duas; Com poucas exceções, todos os cânceres podem sofrer metástase. Aula 8 Câncer de Boca O câncer de boca é um nome genérico para tumores malignos localizados na cavidade oral. Exemplos de outros canceres de boca além do CCE: melanoma, carcinoma mucoepidermóide, linfoma e osteossarcoma. Câncer não é a mesma coisa que tumor, pois o tumor pode ser benigno ou maligno, e o câncer já é maligno. O Carcinoma de Células Escamosas (CCE), também recebe outras denominações: Carcinoma Espinocelular e Carcinoma Epidermóide. 94% dos casos de câncer de boca é o CCE. O câncer na cavidade oral está em 5° lugar entre os homens e em 7° nas mulheres entre os demais canceres. O câncer surgirá a partir de uma mutação celular devido a agressão do agente etiológico. E para que Rectangle Rectangle Rectangle Rectangle Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 9 haja câncer, deve haver exposição crônica ao agente etiológico. ➯Etiologias - Tabagismo (principal); - Álcool; - Radiação solar. - O álcool sozinho não causa câncer de boca, porém ele permeabiliza a mucosa oral potencializando o efeito do tabaco. - Mais de 80% dos pacientes oncológicos são fumantes. ➯Outras Causas - Deficiências nutricionais; - Vírus oncogênicos (HPV). Obs: o HPV-16 pode estar relacionado ao câncer de boca e orofaringe. Os indivíduos com CCE percebem alguma alteração de 4 a 8 meses antes de procurar ajuda profissional, já que causa pouquíssima sintomatologia.O CCE tem uma apresentação clínica variada incluindo a exofítica (formadora de massa tumoral), endofítica (com ulceração), leucoplásica (em forma de placa bacteriana) e eritoplasia (lesão vermelha). Lesão branca, lesão vermelha, ferida que não cicatriza e massa tumoral. O local mais comum de desenvolvimento do CCE é na língua (50%). ➯Outros locais mais comuns - Soalho de boca; - Palato mole e duro; - Gengiva; - Mucosa jugal. ➯Metástase 1°. Linfonodos cervicais profundos e submandibulares; 2°. Pulmão (a distância). ➯Métodos de Diagnóstico - Biópsia incisional - Frasco de boca larga; - Formol a 10% (a quantidade deve ser 10x o tamanho da biópsia.); - Pode-se usar o azul de toluidina para auxiliar no diagnóstico; - Deve-se mandar um relatório ao patologista descrevendo a lesão. ➯Histopatologia do CCE Displasia epitelial (diferentes aos normais); 1. Leve: próximo a membrana basal; 2. Moderada: próximo a membrana basal e camadas mais acima; 3. Grave: todas as camadas do epitélio e não atinge o conjuntivo. Obs: a displasia deve atingir os tecidos adjacentes para ser tumor maligno. Se for só displasia, a lesão é benigna. ➯Tratamento - Encaminhar para o cirurgião de cabeça e pescoço; - Cirurgia radical ou com margem de segurança; - Radioterapia. ➯Perfil do Paciente - Homens; - Fumantes; - Alcoolismo; Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 10 - Ferida na boca que não cicatriza; - A língua é o local mais comum. ➯Sistema de estadiamento TNM para CCE FPT: fora de possibilidades terapêuticas. É feito então tratamento paliativo. Aula 9 Distúrbios Circulatórios As alterações circulatórias estão relacionadas com distúrbios que acometem a irrigação sanguínea. As principais alterações circulatórias são as alterações no volume sanguíneo (hemorragia) e alterações por obstrução intravascular (trombose). A hemorragia indica que existe o extravasamento de sangue em virtude da ruptura de uma artéria ou de uma veia. Etiologias - Traumatismos; - Aumento da pressão arterial; - Doenças nas paredes dos vasos (ex: aneurismas); - Doenças hemorrágicas (ex: hemofilia e doença de Willebrand). Classificação ➯Petéquias - Pequenos pontos hemorrágicos de 1 a 2mm; ➯Púrpura - Pontos um pouco maiores que as petéquias de até 1cm; ➯Equimose - Hemorragia subcutânea sem elevação, medindo mais de 1cm. ➯Hematoma - Grandes hemorragias subcutâneas, apresentando um aspecto elevado, medindo mais de 1cm. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 11 Hemostasia São todos os meios que existem para conter uma hemorragia. Para que ocorra a hemostasia, é necessário: parede celular, plaquetas e a cascata de coagulação. O coágulo de forma de 5 a 10 min. ➯Tipos de hemostasia - Compressão; - Eletrocoagulação; - Ligadura. Sequência para formação do coágulo 1°. Vasoconstrição; 2°. O fator ativador de Von Willebrand exposto atrai as primeiras plaquetas; 3°. Essas primeiras plaquetas que chegaram ao local são ativadas; 4°. As plaquetas liberam substâncias para atrair mais plaquetas (tampão plaquetário); 5°. A cascata da coagulação é ativada; 6°. A cascata da coagulação produz fibrina; 7°. A fibrina cola/cimenta uma plaqueta na outra; 8°. Forma-se então o coágulo. Obs: a ausência de vitamina K (filoquinona) atrapalha a cascata da coagulação. Obs: o paciente hemofílico não tem o fator VIII da coagulação. Trombose É o oposto patológico da hemostasia. Consiste na coagulação do sangue dentro do sistema vascular e é sempre uma condição patológica. A massa coagulada resultante da trombose é chamada de trombo. A principal causa da trombose é a lesão endotelial. Os trombos podem causar obstrução de artérias e veias e também são fontes possíveis de êmbolos que consequentemente podem causar infarto do miocárdio. ♡FIM♡ Referências bibliográficas • Material de apoio cedido pelo professor da disciplina; • NEVILLE, Brad. Patologia oral e maxilofacial. Elsevier Brasil, 2011. Recado para você que adquiriu essa apostila: Caso tenha alguma dúvida, entre em contato comigo ou tire essa dúvida com algum professor. Talvez possa ter coisas diferentes da forma que você aprendeu, mas isso não quer dizer necessariamente que eu ou você estejamos errados. Professores e autores têm diferentes pontos de vista as vezes. Essa apostila não pode ser vendida por terceiros e nem plagiada. Plágio é crime de violação aos direitos autorais no Art. 184. Obrigado e bons estudos! "#$% • E-mail p/ contato: hurianmachado@hotmail.com Ah, se por acaso você postar algum story no Instagram estudando por essa apostila, me marca para que eu reposte :) • Instagram: @DOUTOR_SORRISO Rectangle Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 1 Patologia Oral Aula 1 Defeitos de Desenvolvimento da Região Oral e Maxilofacial ➳Grânulos de Fordyce Os Grânulos de Fordyce são glândulas sebáceas ectópicas, ou seja, que estão fora do seu local habitual e estão presentes em 80% da população. Caracteriza-se por múltiplas pápulas (lesões branco- amareladas com menos de 5mm). Sua localização mais comum é na mucosa jugal e lábio superior. Essa condição é mais comum na população adulta. As lesões são assintomáticas, ou seja, não apresentam sintomas. Há apenas um aspecto rugoso no local. Não é necessário tratamento. ➳Leucoedema Essa condição acomete 90% da população negra. As lesões se apresentam com aspecto branco- acinzentado. As lesões não podem ser removidas por raspagem. Ocorre normalmente na mucosa jugal São lesões assintomáticas e não é necessário tratamento. Ocorre devido ao acúmulo de líquido nas células. ➳Macroglossia Caracteriza-se pelo aumento da língua que pode ser causado por uma variedade de condições incluindo malformações congênitas e doenças adquiridas. • Causas Congênitas - Linfogioma; - Hemangioma; - Neurofibromatose; - Síndrome de Down; - Síndrome de Beckwith-Wiedmann. • Causas Adquiridas - Pacientes edêntulos; - Carcinoma; - Outros tumores. ➳Anquiloglossia É uma anomalia de desenvolvimento da língua caracterizada por um freio lingual curto, resultado na limitação dos movimentos da língua. Condição conhecida popularmente como língua presa. A cirurgia realizada é a frenectomia, que consiste na remoção do freio. O freio neste caso pode ser lingual ou labial. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 2 • Indicações da Cirurgia 1. Diastema: há situações em que há uma fenda entre os incisivos centrais e a ocorrência do freio impede que ela seja fechada. A indicação de frenectomia em caso de diastema sem o uso de aparelho ortodôntico deve ser realizada antes da erupção dos caninos permanentes, pois os próprios caninos farão o trabalho de fechar a diastema. 2. Foniátrica: o freio lingual pode dificultar a fala, pois o paciente é privado de alguns fonemas e também pode prejudicar a alimentação. 3. Periodontal: o freio labial inferior pode causar a retração gengival em determinados dentes. • Diagnóstico Se ao levantar ou abaixar o lábio e a região adquirir uma aparência esbranquiçada ou apresentar movimento, o cirurgião-dentista pode diagnosticar o paciente com essa anomalia. ➳Língua Fissurada Esta patologia caracteriza-se por apresentar várias fissuras/sulcos na língua. Essas fissuras variam de 2 a 6 mm. Ocorre devido à variação genética. Normalmente são lesões assintomáticas, porém pode haver uma discreta ardência pois estes sulcos tornam o dorso da língua mais sensível. A língua fissurada afeta de 2 a 5 % da população e sua prevalência aumenta com a idade. Não é necessário tratamento e somente deve-se orientar a higiene rigorosa pois nestas fissuras pode ocorrer o acúmulo de placa bacteriana. ➳Língua Pilosa Essa patologia caracteriza-sepor haver acentuado acúmulo de ceratina (proteína) nas papilas filiformes da superfície dorsal da língua resultando em uma aparência semelhante a cabelos. Pode ser causa pelo palato em formato côncavo (mal desenvolvimento da maxila) que impede que a língua tenha contato total com essa região, impedindo então a escamação da língua e consequentemente a eliminação da ceratina. A má escovação também é um fator. Esta patologia afeta com mais frequência a parte anterior as papilas circunvaladas. É encontrada em 0,5% dos adultos e normalmente é assintomática. As papilas filiformes se tornam alongadas e com um aspecto de pigmentação negra ou castanha. Não é necessário tratamento, apenas higienização adequada. Fumantes podem ter maiores chances de adquirir esta patologia pois o calor proeminente do cigarro potencializa a produção de ceratina. ➳Varicosidades A varicosidade é uma aveia anormalmente dilatada, cuja causa é incerta, porém a idade parece ser um fator importante. A mais comum é a variz sublingual que se localiza no ventre da língua. Pode ocorrer em outras regiões como nos vasos do lábio e bochechas. Esta condição afeta 70% da população com mais de 60 anos e normalmente é assintomática. Geralmente apresenta uma colocação roxa. ➳Exostoses Apresenta-se como protuberâncias localizadas na região da maxila e mandíbula, se apresentando como toro mandibular e palatino. São crescimento ósseos benignos. 1. Toro Mandibular Localiza-se na região de pré-molares interiormente na mandíbula e mais de 90% são bilaterais. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 3 Essa alteração possui origem multifatorial e normalmente é assintomática. Sua remoção cirúrgica é necessária para a colocação de próteses, por exemplo. 2. Toro Palatino Localiza-se na linha média do palato duro e é mais comum que o toro mandibular. Essa alteração possui origem genética e ambiental, ou seja, multifatorial e normalmente é assintomática. Aula 2 Fendas Orofaciais As fendas orofaciais são distúrbios na formação da face e cavidade oral, de natureza complexa e envolve o desenvolvimento de múltiplos processos teciduais que deveriam se unir e se fusionar de maneira muito bem ordenada, ou seja, surgem quando há falha na fusão dos processos teciduais. A causa é de origem genética com fatores ambientais envolvidos (mães que fumam e bebem durante a gestação e deficiência de ácido fólico). Casos de fenda labial e fenda palatina podem apresentar problemas na fala, dificuldade de se alimentar e maloclusão dentária. 1. Fenda Labial A fenda labial é proveniente de um defeito na fusão do processo nasal mediano com o processo maxilar. 80% dos casos de fenda labial são unilaterais e 70% ocorrem do lado esquerdo. 2. Fenda Palatina A fenda palatina é proveniente de um defeito na fusão das lâminas palatinas do processo maxilar. • Tipos de Fendas Orofaciais 1. Fenda Labial Unilateral Incompleta. 2. Fenda Labial Unilateral Completa. 3. Fenda Labial Bilateral Completa. 4. Fenda Labial Unilateral Completa Associada a Fenda Palatina. 5. Fenda Palatina Isolada. 6. Fenda Labial Bilateral Completa Associada a Fenda Palatina. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 4 Patologias Associadas às Fendas Orofaciais ➳Sequência de Pierre Robin A Sequência de Pierre Robin é caracterizada por fenda palatina, micrognatia mandibular e glossoptose (deslocamento posterior da língua). ➳Fossetas Labiais Paramedianas São invaginações congênitas raras no lábio inferior, que podem ser encontradas em combinação com a fenda labial e/ou fenda palatina como componente da síndrome de Van Der Woude. ➳Úvula Bífida É a menor manifestação da fenda palatina, porém sua prevalência é muito maior ocorrendo em 1 a cada 80 indivíduos. Geralmente são pessoas que quase tiveram fenda palatina. Aula 3 Síndrome de Eagle Apresenta-se como um conjunto de sintomas causado pelo alongamento do processo estiloide ou pela calcificação do ligamento estiloióideo. ➳Características Clínicas - Dor facial vaga (ao girar a cabeça ou abrir a boca); - Pode ocorrer vertigem ou sincope transitória (a artéria carótida interna é comprimida); - Mais comum nos adultos; - Classicamente ocorre após uma amgdalectomia; - Pode ser descoberta por acaso em radiografias de rotina; - O tratamento depende da intensidade dos sintomas podendo ser cirúrgico. - Quem possui esse alongamento não necessariamente é portador da síndrome, é necessário que haja os sintomas para ser portador. Síndrome de Crouzon É uma condição de um grupo de síndromes, caracterizadas por craniocionostoses ou fechamento prematuro das suturas cranianas. Ocorre em cerca de 1 em 65.000 nascimentos e é de origem hereditária, e também está relacionado ao aumento da idade dos pais. ➳Características Clínicas - Proptose ocular; - Deficiência visual; - Hipoplasia do terço médio da face; - Desarmonia oclusal. Síndrome de Apert É uma condição rara, caracterizada por ser uma das craniocinostoses existentes. Ocorre em 1 a cada 130.000 nascimentos aproximadamente. Sua causa é hereditária, porém o aumento da idade dos pais está relacionado. ➳Características Clínicas - Proptose ocular; - Hipertelorismo; - Desarmonia oclusal. - Terço médio da face acentuadamente retraído; - Sindactilia dos dedos das mãos e dos pés; Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 5 Síndrome de Treacher-Collins É uma síndrome rara, que se caracteriza por defeitos na formação do primeiro e segundo arcos braquiais. Sua origem é hereditária e ocorre em 1 a cada 50.000 nascimentos. ➳Características Clínicas - Zigomas hipoplásicos; - Fissuras palpebrais com inclinação obliqua; - Anomalias nas orelhas; - Hipoplasia na mandíbula. Aula 4 Herpesvírus Humano Geralmente o vírus se instala nos gânglios nervosos e fica em estado de latência. Nesta patologia, o vírus pode estar no organismo e não se manifestar. 1. Simples Tipo I (HSV-1) O HSV-1 está relacionado a boca. Dissemina-se predominantemente através da saliva infectada ou de lesões ativas. 2. Simples Tipo 2 (HSV-2/HHV-2) O HSV-2 está relacionado a herpes genital. Se manifesta na forma de vesículas. 3. Varicela Zoster (VZV/HHV-3) O local mais comum do VZV é nas costas e na barriga. O VZV pode causar tanto catapora quanto herpes zoster. Se manifesta em forma de vesículas. • Herpes Primária O padrão mais comum da herpes primária é a gengivoestomatite herpética aguda. A maioria dos casos ocorre em crianças de 6 meses a 5 anos de idade. O início é abrupto e acompanhado por linfodenopatia cervical, febre e lesões orais. As lesões se apresentam como numerosas vesículas puntiformes e em todos os casos a gengiva torna-se edemaciada, dolorosa e extremamente eritematosa. As lesões se resolvem sozinhas dentro de 7 a 10 dias. Figura 2 Gengivoestomatite Herpetica Aguda. Figura 1. Herpes Zoster. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 6 • Herpes Recorrente O sítio mais comum de recorrência para o HSV-1 é a borda do vermelhão do lábio e a pele adjacente. Os principais fatores que desencadeiam essas recorrências são a luz ultravioleta, traumatismo local, stress e imunodeficiências em geral. Os sinais prodrômicos há herpes labial surgem de 6 a 24h antes do desenvolvimento da lesão. Os sinais prodrômicos são: dor, ardência, prurido e eritema. As lesões se apresentam como múltiplas pápulas pequenas, que formam grupos de vesículas preenchidas por líquido, que se rompem e formam crostas em mais ou menos 2 dias. O desaparecimento total das lesões ocorre por volta de 10 dias. A recorrência também pode ser na região intra- bucall, principalmente na gengiva inserida e palato duro. O medicamento escolhido para a herpesrecorrente é o Aciclovir que tem como nome comercial Zovirax (200mg – 5 comprimidos – 5 dias – 3/3h). Aula 4 Manifestações Orais da AIDS ➳Candidíase Oral A candidíase oral é a manifestação intra-oral mais comum da infecção pelo HIV e está presente em até 90% dos pacientes. O padrão clínico mais comum é a do pseudomembranosa e o seu tratamento besse caso é feito com antifúngicos sistêmicos como cetoconazol, fluconazol e itraconazol. • Outras alterações mais comuns em pacientes com AIDS: ➳Leucoplasia Pilosa É uma patologia oral exclusiva da AIDS causada pelo vírus Epsten Barr (EBV), que se apresenta como traços brancos verticais, enrugados na borda lateral da língua, podendo ser unilateral ou bilateral. O diagnóstico é feito através da raspagem do local. Se sair algo, é a candidíase, mas se não sair pode ser a leucoplasia pilosa. Neste caso, deve fazer uma citopatologia. Se apresentar leucoplasia pilosa, o paciente é portador da AIDS. ➳Sarcoma de Kaposi É a alteração maligna mais comum que se desenvolve em paciente com AIDS, sendo o segunda mais comum o linfoma não-hodkin. Essa neoplasia maligna se apresenta como áreas planas ou elevadas de coloração vermelho-púrpura- amarronzada que pode ser confundida com um hemangioma. ou hematoma. Figura 3. Herpes Labial. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 7 Figura 4 Sarcoma de Kaposi. Figura 5Sarcoma de Kaposi . Aula 5 Miíase O termo miíase é utilizado para definir a invasão dos tecidos do corpo ou cavidades por animais vivos como larvas. A infecção ocorre quando uma mosca fêmea repleta de ovos entra em contato com uma ferida recente, depositando então seus ovos, caminhando então para o desenvolvimento do estágio de larva. A miíase pode infectar a pele, cavidades nasais, cavidades auriculares e também a cavidade oral. A predisposição pelas lesões orais está relacionada normalmente a pobre higiene oral, lesões orais supurativas, doença periodontal e fatores que favorecem o não fechamento da boca. O principal local de entrada das larvas é na região anterior da maxila. O tratamento é feito através da remoção das larvas com éter e debridamento das feridas (retirar o tecido morto). Se o paciente possui muita larva, pode ser tratado com medicamento (ivermectina). • Perfil do Paciente - Paciente em coma; - Paciente com paralisia cerebral; - Paciente acamado; - Pacientes com sequelas de AVC. Manifestações Orais das Infecções ➳Candidíase Bucal A candidíase bucal é causada pelo microrganismo fúngico que é chamado de Candida albicans. É a infecção fúngica bucal mais comum no homem e é do tipo oportunista, acometendo principalmente os indivíduos debilitados. • Fatores Predisponentes - Imaturidade imunológica da infância; - Diabetes melito; - Corticoides (terapia sistêmica/hipoadrenalismo); - Pobre higiene oral; - Câncer avançado; - Antibiótico terapia sistêmica; - Quimioterapia do câncer e radioterapia; - AIDS. • Classificação da Candidíase Bucal ➳Candidíase Pseudomembranosa É a forma mais comum da candidíase; É conhecida popularmente como sapinho; Ocorre principalmente nos extremos da idade (infância ou velhice); As lesões características são placas brancas aderentes a mucosa, que lembram queijo cottage; Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 8 As lesões podem ser raspadas deixando uma superfície eritematosa, erosada ou ulcerada e frequentemente sensível; Os locais mais afetados são a mucosa jugal, os fundos de vestíbulo e a orofaringe. O tratamento é feito com nistidina (1 frasco – bochechar 5ml 4x ao dia – 15 dias) ou fluconazol (1 comprimido de 150mg por dia – 7 dias – medicamento hepatotóxico). ➳Candidíase Eritematosa Aspecto avermelhado e não sai por raspagem. 1. Candidíase Atrófica Aguda Se apresenta como uma lesão vermelha generalizada; A localização mais comum é no dorso da língua; O paciente se queixa de ardência na boca; A causa principal é o uso de antibiótico de largo espectro; Também chamada de boca ferida por antibióticos; O tratamento consiste na remoção do antibiótico e higiene oral rigorosa. 2. Estomatite por dentadura Ocorre em até 65% dos indivíduos geriátricos que usam prótese total superior; A localização mais comum é na mucosa palatina; A causa principal é a não remoção da prótese para dormir; Aspecto clinico de superfície vermelho-vivo; O tratamento é feito com nistidina, mas pode usar também Daktarin Gel dentro da prótese. 3. Queilite Angular A causa principal é o fechamento excessivo da boca; Localizada na comissura labial bilateralmente; Se apresenta como lesões fissuradas e erosadas; Pacientes se queixam de dor no local da lesão. 4. Glossite Romboidal Mediana Localizada no dorso da língua, a frente das papilas circunvaladas; As lesões são assintomáticas; Apresenta-se como lesões nodulares, de contorno romboidal e coloração que varia do branco a um vermelho mais característico. ➳Candidíase Hiperplásica Tipo menos comum de candidíase; Não pode ser removido por raspagem; Localização mais comum nas regiões anteriores de mucosa jugal; O tratamento é feito com fluconazol. ➳Paracoccidioidomicose É uma infecção fúngica causada pelo Paracoccidiodes brasilienses; Essa doença é mais comum em países da américa do sul; Predileção homem/mulher é de 25:1; Mais comum em indivíduos de idade adulta que trabalham na agricultura; Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 9 A doença se inicia como uma infecção pulmonar. As lesões bucais aparecem como ulcerações semelhantes a amoras (pontos hemorrágicos); O local de referência é a mucosa alveolar, gengiva e palato. Aula 6 Patologia Epitelial – Lesões Benignas Obs: estas lesões não se tornam câncer. ➳Papiloma Escamoso É uma proliferação benigna do epitélio escamoso estratificado, induzida pelo papilomavírus humano (HPV), nos seus subtipos HPV-6 e HPV-11. Os locais de preferência são na língua e palato mole. Clinicamente se apresenta como uma lesão mole, indolor, exofítica, autolimitada, rugosa, irregular, pediculada, com várias projeções digitiformes que lhe dão o aspecto de couve flor. As lesões apresentam coloração normal e medem em média 0,5cm. O tratamento de escolha é a excisão cirúrgica da lesão. O modo exato de transmissão é desconhecido. • Lesão Pediculada: quando a base da lesão é menor que o resto da lesão. • Lesão Séssil: quando a base da lesão é maior que o resto da lesão. Obs: existem mais de 200 subtipos do vírus HPV. O HPV 16 e 18 são os mais agressivos, e estão relacionados ao câncer de útero. O HPV 16 está altamente relacionado ao câncer de orofaringe. ➳Ceratoacantoma É uma proliferação epitelial benigna de causa desconhecida, que ocorre principalmente na pele exposta ao sol. Mais comum a partir dos 45 anos e os homens são os mais afetados. As lesões são mais comuns na borda do vermelhão do lábio inferior em forma de cúpula, séssil, bem-demarcado com um tampão central de ceratina. As lesões retrocedem normalmente dentro de 6 a 12 meses. Deve ser feito o diagnóstico diferencial com o carcinoma de células escamosas. Deve ser feita biópsia incisonal. Se confirmada, pode ser retirada a lesão ou pode-se esperar até que suma. ➳Estomatite Nicotínica A estomatite nicotínica é um espessamento benigno da mucosa oral tipicamente associado ao fumo de cachimbo. As lesões ocorrem normalmente no palato duro e mole. O aspecto típico é a presença de múltiplas pápulas circundantes esbranquiçadas com o centro vermelho (devido a irritação do ducto das glândulas salivares). O tratamento é feito através da remoção do hábito. É causado pelo calor que é mantido na boca, diferente do CCE que é causado pelas substâncias químicas. Rectangle Hurian Machado – OdontologiaUNIG 10 Aula 7 Patologia Epitelial – Lesões Pré-Malignas Obs: lesões pré-malignas são tecidos morfologicamente alterados que tem um risco maior de transformação em câncer. • Ordem de incidência mais comum 1°. Leucoplasia 2°. Queilite Actínica 3°. Eritroplasia ➳Queilite/Queilose Actínica A queilite actínica é uma alteração pré-maligna do vermelhão do lábio inferior, que resulta da exposição excessiva ou a longo prazo a radiação solar. Raramente ocorre em pessoas com menos de 45 anos e os homens são mais acometidos. As lesões iniciais incluem atrofia do vermelhão do lábio caracterizadas por áreas pálidas dessa região. As lesões ocorrem vagarosamente, por isso os pacientes não se dão conta de sua presença. Ocorre a perda da delimitação mucosa-pele. Acomete todo o lábio inferior. Se a lesão se tornar maligna, uma área será atingida em específico primariamente. O tratamento consiste em biópsias das áreas suspeitas de carcinoma, que são áreas endurecidas, espessas e com ulceração, e estabilizar a lesão com o uso de protetor labial e chapéu, por exemplo. Quando não há ulceração, nem uma área mais endurecida e espessa que a outra, pode usar o azul de toluidina a 1%, que é um corante marcados de proliferação epitelial. • Aplicação do Azul de toluidina 1. Ácido acético a 1% para remover detritos e células mortas. 2. Aplicação do azul de toluidina a 1% por 1min. 3. Aplicar novamente o ácido acético para remover o excesso do azul de toluidina. 4. Biópsia incisional. ➳Leucoplasia A leucoplasia (mancha/placa branca) não pode ser caracterizada clinicamente como qualquer outra doença. O diagnóstico é feito por exclusão (descartar outras patologias). A causa da leucoplasia permanece desconhecida, porém o tabaco parece ser um fator importante já que 80% dos pacientes com leucoplasia são fumantes. É o pré-câncer oral mais comum (85% das lesões pré- malignas). 5 a 25% das leucoplasias se transformam em CCE, por isso é considerada uma lesão pré-maligna. Homens com mais de 50 anos e fumantes formam o perfil do paciente com leucoplasia. É mais comum na borda lateral da mucosa jugal. A leucoplasia se apresenta como placas brancas de tamanho, forma e espessura variada. O tratamento de escolha é a remoção cirúrgica da lesão. A escolha da área de biópsia é semelhante a queilite actínica. ➳Eritoplasia (Eritoplasia de Queyrat) Clinicamente se apresenta como uma placa vermelha que não pode ser diagnosticada como qualquer outra condição. Quase todas (90%) exibem displasia siginificativa, carcinoma in situ ou CCE invasivo. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 11 Tem a mesma causa do CCE. É uma patologia menos frequente. Mais comum em homens. O local mais afetado é a borda lateral da língua e soalho de boca. O diagnóstico é feito por exclusão. Aula 8 Lesões Malignas – CCE O câncer de boca é um nome genérico para tumores malignos localizados na cavidade oral. Exemplos de outros canceres de boca além do CCE: melanoma, carcinoma mucoepidermóide, linfoma e osteossarcoma. Câncer não é a mesma coisa que tumor, pois o tumor pode ser benigno ou maligno, e o câncer já é maligno. O Carcinoma de Células Escamosas (CCE), também recebe outras denominações: Carcinoma Espinocelular e Carcinoma Epidermóide. 94% dos casos de câncer de boca é o CCE. O câncer na cavidade oral está em 5° lugar entre os homens e em 7° nas mulheres entre os demais canceres. O câncer surgirá a partir de uma mutação celular devido a agressão do agente etiológico. E para que haja câncer, deve haver exposição crônica ao agente etiológico. • Etiologias - Tabagismo (principal); - Álcool; - Radiação solar. - O álcool sozinho não causa câncer de boca, porém ele permeabiliza a mucosa oral potencializando o efeito do tabaco. - Mais de 80% dos pacientes oncológicos são fumantes. • Outras Causas - Deficiências nutricionais; - Vírus oncogênicos (HPV). Obs: o HPV-16 pode estar relacionado ao câncer de boca e orofaringe. Os indivíduos com CCE percebem alguma alteração de 4 a 8 meses antes de procurar ajuda profissional, já que causa pouquíssima sintomatologia. O CCE tem uma apresentação clínica variada incluindo a exofítica (formadora de massa tumoral), endofítica (com ulceração), leucoplásica (em forma de placa bacteriana) e eritoplasia (lesão vermelha). Lesão branca, lesão vermelha, ferida que não cicatriza e massa tumoral. O local mais comum de desenvolvimento do CCE é na língua (50%). • Outros locais mais comuns - Soalho de boca; - Palato mole e duro; - Gengiva; - Mucosa jugal. • Metástase 1°. Linfonodos cervicais profundos e submandibulares; 2°. Pulmão (a distância). • Métodos de Diagnóstico 1. Biópsia incisional - Frasco de boca larga; - Formol a 10% (a quantidade deve ser 10x o tamanho da biópsia.); - Pode usar o azul de toluidina para auxiliar no diagnóstico; - Deve mandar um relatório ao patologista descrevendo a lesão. • Histopatologia do CCE Displasia epitelial (diferentes aos normais); 1. Leve: próximo a membrana basal; Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 12 2. Moderada: próximo a membrana basal e camadas mais acima; 3. Grave: todas as camadas do epitélio e não atinge o conjuntivo. Obs: a displasia deve atingir os tecidos adjacentes para ser tumor maligno. Se for só displasia, a lesão é benigna. • Tratamento - Encaminhar para o cirurgião de cabeça e pescoço; - Cirurgia radical ou com margem de segurança; - Radioterapia. • Perfil do Paciente - Homens; - Fumantes; - Alcoolismo; - Ferida na boca que não cicatriza; - A língua é o local mais comum. • Sistema de estadiamento TNM para CCE FPT: fora de possibilidades terapêuticas. É feito então tratamento paliativo. Aula 9 Patologias das Glândulas Salivares Glândulas Salivares Maiores 1. Glândula Parótida - Localizada na região pré-auricular; - Seu ducto desemboca na região de molares superiores na papila parotídea; - Responsável pela produção de 25% de saliva; - A composição da sua saliva é totalmente serosa. 2. Glândula Submandibular - Localizada na região posterior da mandíbula na fóvea submandibular.; - Seu ducto desemboca ao lado do freio lingual; - Responsável pela produção de 70% de saliva; - A composição da sua saliva é principalmente serosa e parcialmente mucosa. 3. Glândula Sublingual - Localizada na região de soalho de boca; - Seu ducto desemboca na região de soalho de boca perto dos pré-molares; - Responsável pela produção de 5% de saliva; - A composição da sua saliva é quase completamente mucosa. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 13 Glândulas Salivares Menores Existem em média 400 glândulas salivares menores. • Localização - Região posterior do palato duro; - Palato mole; - Em todo o lábio superior e inferior; - Ventre de língua . ➳Mucocele Lesão comum na mucosa oral que se origina a partir da ruptura de um ducto de alguma glândula salivar menor que causa o derramamento da saliva para o interior dos tecidos adjacentes. Clinicamente se apresenta como uma lesão em forma de cúpula, séssil, assintomática e pode variar de 0,5 a 2 cm. Mais comum entre crianças e adultos jovens. O lábio inferior é o local mais comum, seguido do ventre de língua. O tratamento é a remoção cirúrgica da glândula salivar menor e da mucocele. Furar a lesão pode auxiliar no diagnóstico. ➳Rânula A rânula é um fenômeno de extravasamento de muco no assoalho de boca que envolve os ductos da glândula sublingual. Se apresenta como um significativo aumento unilateral no assoalho de boca que aparece com uma colocação azulada. É causada por trauma (alimentação, escovação, filme radiográfico). A saliva grossa da glândula faz com que a lesão tenha um aspecto azulado. O tratamento é a marsupializaçãoou a remoção cirúrgica da glândula sublingual. • Marsupialização: abrir em forme de cunha/elipse, vazar a saliva e suturar nas periferias da lesão aberta (não pode se juntar). Deve fazer a marsupialização 2x, se não der certo, deve fazer então a remoção da glândula. ➳Sialolitíase Os sialolitos são estruturas calcificadas que se desenvolvem no interior dos ductos salivares. Se desenvolvem na maioria das vezes no ducto da glândula submandibular, principalmente devido a sua anatomia (ducto longo e tortuoso). O ducto é ascendente, podendo fazer a deposição das substâncias pesadas da saliva. O relato clássico do paciente é de dor e tumefação durante as refeições. O melhor exame para se localizar o sialolito é o raio-x oclusal da mandíbula. O tratamento pode ser expectante ou cirúrgico. • Expectante - Tomar no mínimo 3L de água por dia; - Mascar chiclete; Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 14 - Orientar uma dieta mais ácida. Neoplasias e Tumores das Glândulas Salivares Benigno ➳Adenoma Pleomórfico É o tumor mais comum das glândulas salivares; Ocorre em pessoas com mais de 20 anos, preferencialmente as mulheres; A glândula parótida é a localização mais comum, se apresentando como uma tumefação firme de crescimento lento na região anterior ao ouvido; Na boca o local mais comum é no palato; O tratamento consiste na remoção cirúrgica completa já que as recidivas não são raras. Maligno ➳Carcinoma Mucoepidermóide É o tumor maligno (câncer) de glândula salivar mais comum; As glândulas salivares do palato são as mais afetadas e a parótida é a glândula salivar maior mais envolvida; O tumor se apresenta como um aumento de volume de crescimento rápido que pode se apresentar com uma coloração azulada ou pode estar ulcerado; O tratamento é a excisão completa, seguida de radioterapia; O prognostico é bom; O diagnóstico não é clinico, deve fazer biopsia Aula 10 Condições Ulcerativas As úlceras são conhecidas popularmente como feridas.. É uma classificação de uma condição do paciente. Várias doenças podem se manifestar clinicamente como úlceras. As condições ulcerativas englobam todas as patologias que acometem a cavidade oral e se apresentam clinicamente como uma úlcera. Úlcera X Erosão 1. Úlcera Lesão profunda que acomete o tecido conjuntivo, causando dor. Ex: morder a língua. 2. Erosão Lesão superficial que causa sensibilidade/ardência. Ex: queimar a língua. ➳Úlcera Traumática Ferida causada por trauma e é a mais comum. Pode ser confundida com o CCE. Pode ser aguda ou crônica. • Aguda: desaparece rapidamente (mais ou menos 7 dias); • Crônica: causada por próteses, provisórios, dentes. Desaparece quando o agente agressor é removido. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 15 ➳Sífilis É uma infecção bacteriana causada pelo agente etiológico Treponema pálido. O exame feito para detectar a sífilis é o VDRL. Mesmo se estiver latente, a sífilis pode ser detectada através desse exame. O tratamento é feito com benzetacil (encaminhar para o infectologista). A sífilis pode se tornar latente e se manifestar depois de anos. • Estágio 1: ferida; • Estágio 2: erupção cutânea e corporal; • Estágio 3: afeta os órgãos internos causando a morte. ➳Tuberculose Causada pelo agente etiológico Micobacterium tuberculose. Um dos seus sinais é a tosse seca com secreção por mais de 3 semanas. O teste feito para detecção da tuberculose é o teste do escarro e PPD. O tratamento é feito com antibióticos associados durante 6 meses (rifampicina, isoniazida e pirazinamida). ➳Ulcerações Aftosas Recorrentes A causa da afta permanece desconhecida pois existem causas diferentes para cada paciente. É uma reação autoimune localizada. Não ocorrem no palato duro e na gengiva inserida. As lesões são assintomáticas. • Alguns fatores que parecem estar relacionados - Estresse; - Predisposição genética; - Alergias; - Anormalidades no sangue; - Influências hormonais; - Deficiências nutricionais. • Tratamento para as aftas de longos períodos de recorrência - Omcilon-A – aplicar de 2 a 3x ao dia antes das refeições. • Tratamento para as aftas de curtos períodos de recorrência - Bochecho com corticoide – 3x ao dia por 30 dias. • Variações clínicas 1. Menores (80%): únicas; medem menos de 1cm. 2. Maiores (10%): únicas; medem mais de 1cm; palato mole é o local mais comum. 3. Herpertiformes (10%): múltiplas pequenas aftas agrupadas. ♡FIM♡ Referências bibliográficas • Material de apoio cedido pelo professor da disciplina; Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 16 • NEVILLE, Brad. Patologia oral e maxilofacial. Elsevier Brasil, 2011. Recado para você que adquiriu essa apostila: Caso tenha alguma dúvida, entre em contato comigo ou tire essa dúvida com algum professor. Talvez possa ter coisas diferentes da forma que você aprendeu, mas isso não quer dizer necessariamente que eu ou você estejamos errados. Professores e autores têm diferentes pontos de vista as vezes. Essa apostila não pode ser vendida por terceiros e nem plagiada. Plágio é crime de violação aos direitos autorais no Art. 184. Obrigado e bons estudos! "#$% • E-mail p/ contato: hurianmachado@hotmail.com Ah, se por acaso você postar algum story no Instagram estudando por essa apostila, me marca para que eu reposte :) • Instagram: @DOUTOR_SORRISO Rectangle Rectangle
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