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CRIMES EM ESPÉCIE II

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CRIMES EM ESPÉCIE II
Trataremos de delitos variados, os quais protegem bens jurídicos de
natureza igualmente distintas, como a família (casamento e estado de
filiação), a incolumidade pública, a saúde pública, a paz pública, a fé
pública e a administração pública.
- Família e casamento = Bigamia
- Estado de filiação = Registro de nascimento inexistente; Parto
suposto, supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil
do recém-nascido
- Incolumidade pública e perigo comum = Incêndio; Explosão; Uso
de gás tóxico ou asfixiante; Inundação; Desabamento ou
desmoronamento
- Saúde pública = Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração
de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais; Exercício
ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica ; Charlatanismo;
Curandeirismo.
TÍTULO VII
DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO
A bigamia é tipificada no art. 235 do
Código Penal, com pena de reclusão de dois
a cinco anos.
Pode ser entendida como “a contração de
casamento por pessoa regular e validamente casada, conforme
preceitos contidos no Código Civil pátrio em seu art. 1.51 (MACHADO,
2017, p. 686-687).
- A celebração de união estável não é suficiente para caracterizar a
bigamia
- Contudo, as hipóteses do Código Civil de casamento nulo e
anulável (de ambos os casamentos), previstas nos arts. 1.548,
1.550, 1.556, 1.557 e 1.558, são aptas a encerrar o feito criminal
relativo à bigamia ou mesmo excluir sua tipicidade (no caso do
segundo casamento, sua nulidade deve se basear em motivo
distinto do próprio impedimento causado pelo matrimônio
anterior, nos termos do art. 235, § 2º, do Código Penal).
- Ao criminalizar a bigamia, o legislador optou por proteger, como
bem jurídico, a instituição do casamento enquanto instituição
familiar estável ou a ordem jurídica matrimonial como organização
da família, com base no princípio monogâmico.
Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa
casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou
detenção, de um a três anos.
§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro
por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime.
Bem jurídico tutelado - casamento / família
Sujeito ativo - crime próprio - casado - (ou seja, o agente que comete o
crime) deve ser pessoa regularmente casada que se casa novamente,
estando ciente de sua condição impeditiva (trata-se de delito de mão
própria, já que requer uma qualidade específica do sujeito).
Sujeito passivo - (isto é, aquele que sofre a prática do crime) poderá
ser o Estado (sujeito passivo primário, imediato ou direto); o cônjuge do
primeiro casamento (lembrando que o impedimento prevalece mesmo
que este concorde com o segundo casamento) e o cônjuge do segundo
casamento, se este estiver de boa-fé, ou seja, se desconhecer o
impedimento (sujeitos passivos mediatos ou indiretos).
Se, por outro lado, o cônjuge do segundo casamento tiver ciência desse
impedimento, terá pena mais branda enquanto coautor do crime,
caracterizando a figura penal privilegiada prevista no § 1º do art. 235 do
Código Penal.
Conduta - contrair / assumir novo casamento
Elemento/Tipo subjetivo - dolo
Consumação - manifestação da vontade - crime material
Ação penal - pública incondicional - autoridades quando tomam
conhecimento devem processar
BIGAMIA - É, como podemos notar, um delito comissivo (consistente
num agir) que exige um resultado naturalístico a partir da ação de
necessariamente duas pessoas.
Exemplo de BIGAMIA:
- Antônio é casado com Beatriz, e Denise é solteira. Se Antônio vier a
se casar com Denise, haverá bigamia cometida contra Beatriz
(cônjuge do primeiro casamento). Se Denise (cônjuge do segundo
casamento) não souber que Antônio é casado, ela não sofrerá
punição (casou-se de boa-fé). Se, por outro lado, Denise souber que
Antônio é casado, será punida com reclusão ou detenção, de um a
três anos (é a forma privilegiada do delito, conforme estabelece o §
1º do art. 235).
IPC:
- Aquele que se casa no exterior e, detendo estado civil de casado,
contrai novo casamento no Brasil também incorre no delito de
bigamia. Afinal, o casamento realizado no exterior deverá ser
homologado no órgão competente no Brasil para que produza seus
efeitos legais. Quanto à pessoa separada judicialmente, ela também
poderá cometer o crime, se vier a contrair segundo casamento, já
que tal separação não extingue o vínculo contraído pelo casamento.
- Se considerarmos o casamento religioso celebrado com efeitos civis
(art. 226, § 2º, da CF/1988), ele também poderá caracterizar o
delito, mas o casamento religioso celebrado antes ou depois do
matrimônio civil não o configurará. Poderá, ainda, haver o
concurso de crimes, na modalidade continuada, se o agente se
casar mais de duas vezes (art. 71 do Código Penal).
Ao pensarmos sobre a prescrição, o termo inicial de sua contagem (art.
111, IV, do Código Penal) será a data em que o fato se tornou público e
conhecido.
- Devemos ter em mente, ainda, que deve haver o dolo de praticar o
crime (tipo subjetivo). Importante lembrarmos que a mera dúvida
sobre o vínculo conjugal anterior é suficiente para caracterizar o
delito, sendo o caso de dolo eventual. Assim, caso o sujeito ativo
não esteja ciente desse impedimento, o fato será atípico pelo erro
de tipo, isto é, pela falsa percepção da realidade (art. 20 do Código
Penal).
- Se o agente conseguir demonstrar de forma robusta que a
ilicitude da própria conduta não era de seu conhecimento no
momento do delito (por acreditar na nulidade do primeiro
casamento, por exemplo), haverá erro de proibição, ou seja,
embora o agente soubesse o que fazia, acreditava estar agindo
dentro da lei.
Momento de consumação do crime de bigamia, devemos nos lembrar de
que é um delito instantâneo de efeitos permanentes, ou seja, que se
consuma no momento da celebração do segundo casamento, conforme
estabelece o art. 1.514 do Código Civil. A esse propósito, a mera
publicação de proclamas e a preparação de documentos para a cerimônia
de celebração constituem atos preparatórios que podem, eventualmente,
tipificar a falsidade documental.
Quanto à possibilidade de tentativa, podemos notar que a doutrina se
divide basicamente em duas posições. A primeira defende que a tentativa
é possível (porém rara na prática) pela característica de
plurissubsistência do delito, gerada pela possibilidade do fracionamento
do crime em diversos atos. A segunda corrente defende a impossibilidade
jurídica da tentativa pela condição de processabilidade do art. 236,
parágrafo único (MACHADO, 2017, p. 689-690).
BIGAMIA
a apuração da responsabilidade penal do agente suspeito de ter cometido
tal crime será promovida por meio da denúncia feita pelo Ministério
Público (a chamada ação penal pública incondicionada, nos termos do
art. 100, §1º, do Código Penal), nas hipóteses previstas no caput e §1º do
art. 235 do Código Penal, sendo imprescindível um conjunto probatório
acerca da vigência do primeiro casamento. Também não podemos nos
esquecer de que poderá ser admitido o sursis processual (suspensão
condicional do processo, é um instituto previsto no art. 89 da Lei
9.099/95. Se aplica a delitos com pena mínima igual ou inferior a 01 ano,
demanda cumprimento de requisitos previstos em Lei e pode durar de
02 a 04 anos.) para a hipótese do §1º do art. 235 do Código Penal, já que
a pena mínima cominada não é superior a um ano.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO
https://www.aurum.com.br/blog/suspensao-condicional-do-processo/
https://www.aurum.com.br/blog/suspensao-condicional-do-processo/
https://www.aurum.com.br/blog/lei-9099/
https://www.aurum.com.br/blog/lei-9099/
O estado de filiação em nosso ordenamento jurídico
compreende tanto a filiação natural (filhos advindos de vínculo
sanguíneo) comoa civil (filhos advindos do vínculo civil).
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 227, § 6º, estabelece a
igualdade de direitos e qualificações entre os filhos, advindos ou não do
casamento ou mesmo por adoção, proibindo qualquer tipo de
designação discriminatória referente à filiação.
registro de nascimento inexistente
Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimento
inexistente:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
Há discussão na doutrina brasileira sobre o verbo-núcleo do delito e a
forma como deve ser interpretado. Assim, promover, dentre algumas
possibilidades, pode ser entendido como provocar, originar ou causar
inscrição de nascimento que não existiu (porque a mulher não estava
grávida ou ainda porque não ocorreu o parto) ou mesmo de nascimento
de natimorto (ou seja, a criança que nasceu morta ou que morreu
durante o parto) no registro civil. Por trazer a ideia de realização de uma
conduta positiva, o verbo-núcleo do tipo pressupõe uma conduta
comissiva, embora a omissão imprópria seja possível
exemplo: sujeito que possui status de garantidor (art. 13 do CP) e que,
mesmo tendo ciência da falsidade das declarações que serão levadas a
registro,(CONDUTA COMISSIVA) se omite e não age com o fim de
impedir a inscrição falsa do nascimento inexistente (CONDUTA DE
OMISSÃO IMPRÓPRIO) (GRECO, 2010, p. 662 apud MACHADO, 2011,
p. 712).
Bem jurídico tutelado - Segurança do estado de filiação
Sujeito ativo - Qualquer pessoa, inclusive o oficial de registro civil-
crime comum
Sujeito passivo - Estado (sujeito passivo imediato, direto), já que
haverá ofensa ou lesão à fé pública( ou seja, à presunção de veracidade
e legitimidade) de seus documentos oficiais relativos ao estado de
filiação; e qualquer pessoa (sujeito passivo mediato, indireto) que por
acaso vier a sofrer algum prejuízo com o uso do registro de nascimento
inexistente.
Conduta - Promover = inscrição de nascimento que não existe.
Elemento/Tipo subjetivo - dolo, mas pode ocorrer o erro de tipo,
afastando o dolo do agente e, portanto, a infração penal.
Consumação - Se consuma quando é realizada a inscrição de
nascimento inexistente - crime formal
Ação penal - pública incondicional - autoridades quando tomam
conhecimento devem processar.
Caso haja incerteza idônea sobre o estado civil da vítima, será suspenso
o curso da ação penal até que a dúvida seja sanada na esfera cível, pois
se trata de questão prejudicial( art. 92 CP). Nesse ínterim, também será
suspenso o prazo de prescrição da pretensão punitiva, conforme o art.
116, I - suspensão essa que - não poderá ir além do tempo superior da
prescrição da pretensão punitiva em abstrato [...] [como estabelece a
súmula 415 do STJ]
AINDA sobre a prescrição, o tempo inicial de sua contagem será a data
em que fato se tornará conhecido por uma autoridade pública (ou seja,
delegado de polícia, juiz de direito ou representante do ministério
público), como a BIGAMIA, pois o delito é cometido ás escondidas,
sendo que nem mesmo as vítimas têm consciência de sua existência. (
Art. 111, I, CP)
Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil
de recém-nascido.
Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de
outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando
direito inerente ao estado civil: (Redação dada pela Lei nº 6.898, de
1981)
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida
nobreza:
Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a
pena.
A primeira dessas condutas diz respeito ao parto suposto, ou seja,
quando a falsa mãe atribui a maternidade de filho de outra mulher como
sendo sua, simulando, desse modo, a afiliação do suposto filho ao
apresentá-lo como tal no meio social, ou, ainda, quando a falsa mãe
substitui seu filho natimorto por filho alheio (importante pontuar que
em ambos os casos não é necessário o registro civil.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L6898.htm#art242
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L6898.htm#art242
A segunda conduta, temos o registro de filho de outrem como próprio,
popularmente conhecido como adoção À BRASILEIRA, uma tentativa de
o agente, por meio de inserção de informação falsa em registro público,
burlar os procedimentos legais previstos para a adoção regular. Vale
lembrar que a eventual inserção de informações falsa no registro civil
(cirme-meio) para a consecução dessa adoção ilegal (crime-fim) será
absorvida por este, eliminando, assim, a dupla persecução criminal
(princípio da consunção). STJ entende que a concessão da guarda
provisória a quem não respeita a regra de adoção de adoção legal é
excepcionalmente possível, ante o princípio do melhor interesse do
menor.
Em terceiro e quarto lugares há a ocultação e substituição de
recém-nascido, com supressão ou alteração de direito inerente ao estado
civil do neonato. Na supressão de direito do neonato, não se faz
necessária a ocultação material propriamente dita da criança, bastando
que haja apenas a sua não apresentação a registro, sonegando, assim,
sua existência. Importante pontuar, contudo, que
Da mera desídia na submissão do neonato a registro não se
perfaz crime, já que é necessário um especial fim de agir por
parte do autor, consistente na finalidade específica de privar
direito do recém-nascido, como a finalidade de que não
figure como herdeiro (MACHADO, 2017, p. 717).
Bem jurídico tutelado - 1) a segurança e a certeza do estado de
filiação do recém-nascido: a tutela desse bem será necessária para evitar
que o vínculo da criança com sua família e o futuro conhecimento de sua
identidade civil sejam prejudicados; 2) o aspecto de confiança nas
estruturas e funcionalidades do Estado; e 3) a fé pública de documentos
oficiais.
Sujeito ativo - Qualquer pessoa, independentemente do sexo, poderá
ser sujeito ativo do crime (crime comum), obviamente com exceção da
modalidade “dar parto alheio como próprio”, já que somente uma
mulher é apta a ter um parto, sendo essa modalidade, portanto, um
crime próprio.
Sujeito passivo - O Estado será o sujeito imediato (DIRETO) em todas
as modalidades, ao passo que as vítimas mediatas (INDIRETAS) serão
os herdeiros da autora do delito, na modalidade dar parto alheio como
próprio; aqueles que tiveram seus direitos lesados em face do delito, na
modalidade de registrar como seu o filho alheio; e a criança
recém-nascida que foi ocultada ou substituída, bem como terceiros que
tiveram seus filhos substituídos ou escondidos, no caso da modalidade
de ocultar recém-nascido ou substituí-lo.
Conduta - DAR, REGISTRAR, OCULTAR OU SUBSTITUIR
Elemento/Tipo subjetivo - Notamos que é necessária a vontade de
praticar uma das condutas elencadas (dolo), sendo que, nas modalidades
ocultar ou substituir recém-nascido, exige-se, além do dolo, o elemento
subjetivo especial, isto é, “a especial finalidade de suprimir ou alterar
direito inerente ao estado civil do neonato” (AZEVEDO e SALIM, 2018,
p. 546). Não há previsão da modalidade culposa e é possível a exclusão
da tipicidade pela incidência do erro de tipo em todas as modalidades,
bem como a incidência do erro de proibição,
Exemplo de erro de tipo: “(...) caso de alteração do estado civil do
recém-nascido em que as crianças são trocadas na maternidade,
entretanto por acidente”
Exemplo de erro de proibição: “(...) casos em que se registra criança
abandonada como próprio filho entendendo estar agindo de forma lícita”
Consumação - se dá assim que o agente causar a situação que leva à
alteração do status familiae do recém-nascido.
Ação penal - A ação penal será pública incondicionada. Por outro lado,
na forma privilegiada, há benefício previsto no parágrafo único, este
devendo ser entendido como algo que demonstre “altruísmo,
generosidade e solidariedade por parte do autor”, haverá uma causa de
diminuição da pena para o delito emtodas as figuras descritas no caput,
o que dará ensejo à propositura tanto da transação penal como da
suspensão condicional do processo, ante a pena de detenção de um a
dois anos. Além disso, o juiz também terá possibilidade de utilizar o
perdão judicial, a depender das circunstâncias do caso concreto.
Por fim, não podemos nos esquecer de que se houver a prática de
falsidade ideológica, prevista no art. 299 do Código Penal, ou o uso de
documento falso (crimes-meio) para se concretizar o crime previsto no
art. 242, haverá a absorção do crime-meio pelo crime-fim, eliminando,
assim, a dupla persecução criminal.
Sonegação de estado de filiação
Art. 243 - Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de
assistência filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação ou
atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito inerente ao estado
civil:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Bem jurídico tutelado - A assistência familiar. A segurança do
estado de filiação
Sujeito ativo - Qualquer pessoa - Crime comum
Sujeito passivo - O estado e o menor prejudicado
Conduta - Deixar
Elemento/Tipo subjetivo - É dolo específico pela vontade consciente
de prejudicar direito inerente ao estado civil
Consumação - Consuma-se com efetivo abandono no local indicado
pelo tipo objetivando a ocultação da filiação.
Ação penal - pública incondicional - autoridades quando tomam
conhecimento devem processar
CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR
Abandono material
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge,
ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de
ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes
proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de
pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar,
sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente
enfermo: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez
vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente,
frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art244
de emprego ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente
acordada, fixada ou majorada.
É a violação do dever familiar de prestar assistência aos membros da
própria família. A obrigação de prestá-la de socorrer os familiares é de
todos os membros da família. Suprida por outro parente supre a
obrigação dos demais.
Bem Jurídico - Assistência familiar e proteção à família.
MANUTENÇÃO DA FAMÍLIA
Sujeito Ativo - Nas figuras descritas no tipo cônjuge, pais ou
descendentes da vítima. Da mesma forma o devedor de pensão
alimentícia e os ascendentes e descendentes. CRIME PRÓPRIO
Sujeito passivo - O estado e todas as pessoas protegidas pela norma
penal mencionadas no tipo.
Elemento/tipo subjetivo - Expressa pelo dolo pela vontade livre e
consciente não prestar assistência aos familiares.
Conduta - Deixar de prover e faltar o pagamento da pensão alimentícia
e deixar socorrer
Consumação - Trata-se de crime omissivo e consuma-se pela falta de
assistência familiar em todas as modalidades estabelecidas no caput.
Ação Penal - Pública é incondicionada.
IPC = Constituição Federal de 1988
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos
menores, e os filhos maiores têm odever de ajudar e amparar os pais na
velhice, carência ou enfermidade.
Art. 230. A família, a sociedade e o estado têm o dever de amparar as
pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade,
defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados
preferencialmente em seus la oi res.
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos
transportes coletivos urbanos.
Entrega de filho menor a pessoa inidônea
Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja
companhia saiba ou deva saber que o menor fica moral ou
materialmente em perigo: (Redação dada pela Lei nº 7.251, de 1984)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7251.htm#art1
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
§ 1º - A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o agente
pratica delito para obter lucro, ou se o menor é enviado para o exterior.
§ 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora
excluído o perigo moral ou material, auxilia a efetivação de ato destinado
ao envio de menor para o exterior, com o fito de obter lucro.
O delito descrito é dar posse ou custódia o filho menor a alguém
pervertido colocando o menor em risco moralmente e materialmente em
perigo e, pessoas inidôneas, por exemplo; prostitutas, jogadores, viciados
em drogas, criminosos e congêneres.
Bem Jurídico - Assistência familiar e formação moral idônea do
menor.
Sujeito Ativo - Os pais legítimos ou não alcançando os adotivos.
Sujeito Passivo - É menor de dezoito anos.
Elemento/Tipo subjetivo - Consubstanciado pelo dolo da livre e
consciência vontade de entregar o menor às pessoas que representam
risco no prisma moral e material.
Conduta - Entregar filho menor de 18 anos a pessoa inidônea
Consumação - É ato de entrega do menor a pessoa inidônea.
Ação Penal - É pública e incondicionada.
Abandono intelectual
Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de
filho em idade escolar:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
“ Compete aos pais a criação e a educação dos filhos (art. 1634, I, CC). A
CF, no seu art. 229, dispõe que “ os pais têm o dever de assistir, criar e
educar os filhos menores”. Essa indicação constitucional de proteção
especial ao menor e de promoção aos deveres familiares justifica a
proteção jurídico-penal como forma de suscitar o cumprimento de
oferecer educação fundamental aos filhos promovendo condição do livre
desenvolvimento intelectual e capacitá-los para o exercício da cidadania.
Bem jurídico - É o direito à instrução fundamental dos filhos menores.
Organização da família
Sujeito Ativo - Os pais. CRIME PRÓPRIO
Sujeito Passivo - Filho menor de 7 e 14 anos de idade.
Elemento/Tipo subjetivo - É dolo pela vontade livre e consciente de
deixar de prover a educação dos filhos menores.
Conduta - Deixar de matricular o filho na escola, quando chega a idade
escolar.
Consumação - Consuma-se o crime quando em idade escolar os pais
não matriculam os filhos em escola.
Ação Penal - Pública e incondicionada
A jurisprudência assinala que justa causa exclui a tipificação do delito:
“ existência de justa causa com exclusão do dolo: “ Abandono intelectual,
réu com graves dificuldades financeiras”. Exclusão do elemento subjetivo
do tipo ante a existência da justa causa. Absolvição decretada (...) O
crime de abandono intelectual exige o dolo, caracterizado pela vontade
livre e consciente de não cumprir o dever dar educação. É exigível
também o elemento normativo do tipo, de tal forma que houver justa
causa o dolo é excluído.
Art. 247 - Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu
poder ou confiado à sua guarda ou vigilância:
I - freqüente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa
viciosa ou de má vida;
II - freqüente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor,
ou participe de representação de igual natureza;
III - resida ou trabalhe em casa de prostituição;
IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Bem Jurídico - A jurisprudência intitula esse crime como abandono
moral, por obstar o desenvolvimento moral do menor como bem
jurídico.
Sujeito Ativo - Aqueles que exercem a guarda do menor, os pais, tutor
e congêneres.
Sujeito Passivo - É o menor de 18 anos.
Elemento/Tipo subjetivo - É dolo, permitir que menor pratique ascondutas descritas.
Conduta - Permitir que menores de 18 anos frequente lugares
proibidos
Consumação - Consuma-se o crime no momento que realiza com
permissão dos pais as condutas elencadas nos incisos I a IV do art. 247
do CP.
Ação Penal - Pública e incondicionada
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA O
PÁTRIO PODER, TUTELA CURATELA
Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes
Art. 248 - Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir do lugar
em que se acha por determinação de quem sobre ele exerce autoridade,
em virtude de lei ou de ordem judicial; confiar a outrem sem ordem do
pai, do tutor ou do curador algum menor de dezoito anos ou interdito, ou
deixar, sem justa causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Induzir significa dar a ideia ou inspirar. O objeto é o menor de 18 anos
ou interdito. Associa-se à conduta de fugir (escapar ou afastar-se). A
segunda figura típica cuida de confiar, querendo dizer entregar em
confiança, menor de 18 anos ou interdito, a outrem, ou deixar de
entregá-los (reter ou segurar) a quem de direito. Trata-se de tipo misto
cumulativo e alternativo. A primeira conduta (induzir menor ou interdito
a fugir) pode ser associada à segunda, que é alternativa (confiar a outrem
ou deixar de entregá-lo), configurando os dois delitos,
Bem Jurídico - O pátrio poder a tutela e curatela.
Sujeito Ativo - Os pais tutores e curadores
Sujeito Passivo - Aqueles que exercem o pátrio poder
Elemento/tipo subjetivo - É dolo, proceder das formas mencionadas
no caput.
Conduta - Induzir
Consumação - Consuma-se pela prática das formas mencionadas no
artigo
Ação Penal - É pública e incondicionada
Subtração de incapazes
Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de
quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem judicial:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui
elemento de outro crime.
§ 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do
interdito não o exime de pena, se destituído ou temporariamente privado
do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda.
§ 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu
maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de aplicar pena.
Bem Jurídico - A Proteção da instituição famílias. A guarda do menor
ou interdito.
Sujeito Ativo - Qualquer pessoa, inclusive os pais e tutores.
Sujeito Passivo - Principalmente o incapaz, e os que mantêm a guarda
do menor.
Elemento/ tipo objetivo - O núcleo do tipo é subtrair da vigilância
daqueles que mantém a guarda do menor com deslocamento para outro
lugar fora do âmbito do local, encontra-se o menor com os que exercem o
poder pátrio. É irrelevante a concordância do menor.
Elemento/tipo subjetivo - Somente é punida a subtração com
presença do dolo a vontade livre e consciente de subtrair o menor de
quem tem a guarda.
Conduta - Subtrair
Consumação - Consuma-se no momento que o agente subtrair o
menor do espaço de vigilância daqueles que mantêm a guarda do menor.
Ação Penal - É pública e incondicionada
Caracterização do crime - “ Subtração de incapazes. Retirada de criança
de 3 anos, de quem tem sob seus cuidados. Existência, em tese, de crime
[...]. Não há dúvida que, subtrair um menor de 3 anos da guarda de
quem tem sob seus cuidados, em tese constitui o fato típico no art. 249
do CP.
Caracterização do crime com fraude - “Subtração de incapazes.” Agente
que, apresentando-se como assistente social sob ordens do JUIZ e do
PROMOTOR, ilude a vítima que lhe entrega seu filho. Configuração.
Incorre nas penas do art. 249 do CP.
TÍTLO VIII
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM
Incêndio
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física
ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
Aumento de pena
§ 1º - As penas aumentam-se de um terço:
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em
proveito próprio ou alheio;
II - se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência
social ou de cultura;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
Incêndio culposo
§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois
anos.
Bem jurídico tutelado - A incolumidade Pública representada pelo
perigo comum.
Sujeito Ativo - Qualquer pessoa, principalmente proprietária ou
inquilino da coisa do bem incendiado. CRIME COMUM
Sujeito Passivo - O estado e a sociedade representada por aqueles que
têm sua integralidade e bens ameaçados pela exposição ao perigo.
Elemento/tipo Objetivo - Causar incêndio é núcleo da figura típica.
Entendido foco perigoso potencialmente lesivo à vida, integridade
corporal e risco ao patrimônio próprio ou de outrem. Trata-se de delito
de perigo concreto e risco iminente de dano.
Elemento/tipo Subjetivo - É dolo à vontade livre e consciente de
causar incêndio expondo a perigo outrem.
Conduta - Causar incêndio / por omissão e ação
Consumação - Consuma-se com início do fogo e consequente
propagação do fogo assumindo volume significativo resultando no perigo
a vida e integridade física de terceiros.
Ação penal - Pública e incondicionada
Tendo em vista que o crime de incêndio é plurissubsistente, isto é, pode
ter sua conduta fracionada e, por conseguinte, ser interrompido por
motivos alheios ao querer do autor, a tentativa é admitida. EXEMPLO –
após derramar gasolina sobre o carro do vizinho do qual pretende se
vingar, o agente é surpreendido riscando o fósforo, sendo impedido de
dar sequência ao seu intento.
Caso o agente ateie fogo e, arrependido, voluntariamente decida
apagá-lo antes de expor perigo à vida, à integridade física ou o
patrimônio de outrem, responderá pelos atos já praticados durante a
fase executória (art. 15 do Código Penal), como eventual crime de dano
(art. 163 do Código Penal). É o caso da tentativa abandonada.
Poderá haver, ainda, a hipótese de crime impossível por meio inidôneo,
na situação em que o autor, ao tentar praticar o incêndio, utiliza a
água contida num frasco de álcool quando pensava estar utilizando
combustível, incidindo, desse modo, o art. 17 do Código Penal.
Além das hipóteses de aumento de pena expostas, o art. 258 prevê
ainda outras, a saber:
- Nos crimes preterdolosos (aqueles em que há dolo no crime
antecedente e culpa no consequente): se o incêndio é doloso e dele
resulta lesão corporal de natureza grave, a pena é aumentada de
metade, ao passo que se o incêndio é doloso e dele resulta morte, a
pena é aplicada em dobro;
- Nos crimes de dano: se o resultado mais grave for desejado pelo
agente, não haverá crime de perigo (incêndio), mas de dano
(lesão grave ou morte), conforme o caso;
- Nos crimes de incêndio com resultado de lesão corporal: a pena é
aumentada de metade;
- Nos crimes de incêndio com resultado de morte: aplica-se a pena
cominada ao homicídio culposo, aumentada de 1/3. Por fim, a
ação penal será pública incondicionada.
Explosão
Artigo 251. Expor a perigo de vida
Bem jurídico: É tutelada a incolumidade pública.
Sujeito Ativo: É crime comum qualquer pessoa.
Sujeito Passivo: A coletividade e as pessoas atingidas com explosão.
Elemento objetivo do tipo: A conduta tipificada é expor em perigo,
integridade física e risco o patrimônio terceiros com a explosão com a
explosão.
Elemento Subjetivo do Tipo: É o dolo pela vontade livre e consciente
de oferecer perigo pela ação incriminada, com a explosão.
Consumação: Ocorre com explosão colocando a situação de perigo
coletivo.
Ação Penal: É publica é incondicionada.Modalidade culposa
3 parágrafo- no caso de culpa, se a explosão…..

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