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ONTOGENIA DA MICROBIOTA HUMANA MICROBIOMA: conjunto de genes pertencentes aos microrganismos que residem nos vários tecidos e órgãos do corpo humano MICROBIOTA: comunidade complexa de espécies microbianas, incluindo Archea, eubactérias, eucariotos e vírus, que ocupam um determinado ecossistema. ANIMAIS GERM-FREE (GNOTOBIÓTICOS) Subdesenvolvimento do S.I Pobre desenvolvimento de vilosidades e criptas do epitélio mucoso Influencia no comportamento MAIS MICRORGANISMOS DO QUE CÉLULAS EUCARIÓTICAS! · Estima-se que o número de bactérias da microbiota seja 10 vezes maior que o número de células que formam os órgãos e tecidos de um ser humano adulto. · O peso total da microbiota de um adulto pode chegar a 1,2 kg · Mais de 40% das fezes humanas úmidas constituem-se de células microbianas COMO DEFINIR AS ESPÉCIES E SUA QUANTIDADE? Identificação de filos, famílias, gêneros e espécies Antigamente: cultivo em vitro Desvantagem: excesso de microrganismos. Vários não cultiváveis in vitro, alto custo, pequenas diferenças Atualmente: sequenciamento do gene procariótico que codifica o rRNA DNA Ribossômico 16S: Identificação altamente específica, pois o gene que codifica este fragmento de RNA ribossômico altera-se muito pouco ao longo do tempo (identificação mais precisa) SEQUENCIAMENTO DE GENES ESPECÍFICOS – 16S SEQUENCIAMENTO DE GENOMA INTEIRO – metagenoma Presentes na Pele, mucosas das vias aéreas, olhos, mucosa oral, estômago, intestinos, trato urogenital, trato genital, placenta, outros órgãos e tecidos (ex. vesícula biliar) Tudo indica que exista microbiota no sangue (bactérias podem circular pelo sangue sem estar associado a uma patologia) MICROBIOMAS EM INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS Projeto Microbioma Humano – espécies possuem “core” de microrganismos - Certas espécies microbianas devem estar essencialmente distribuídas de uma forma UNIVERSAL em indivíduos saudáveis da mesma espécie - “Core de microrganismos” é acompanhado de variações entre indivíduos, dependendo de suas pressões seletivas - Alguns filos podem estar presentes em vários nichos do corpo, mas em número variável PRESSÕES SELETIVAS QUE ATUAM SOBRE AS MICROBIOTAS -Integridade e funcionalidade dos componentes do Sistema Imunológico Resposta imune Inata e Adaptativa Imunidade Celular e Humoral -Condições do microambiente: Temperatura, pH, umidade, atmosfera gasosa, pressão osmótica, etc. -Medicamentos: Antibióticos, antifúngicos, antivirais -Dieta: Alimentos prebióticos, Probióticos, Fast food e carboidratos -Estilo de vida: Prática de exercícios -Condições de higiene MICROBIOTA INSTESTINAL 500-1000 espécies, sete filos Microbiota retira algumas substâncias das fibras e produz ácidos graxos de cadeia curta Ac. graxos de cadeia curta ativa Treg -> IL-10 -> resposta anti-inflamatória (mantem integridade do tecido) EIXO MICROBIOTA-INTESTINO-CÉREBRO Metabólitos neuroativos produzidos pela microbiota intestinal têm influência no comportamento Modulam a atividade e a função do sistema nervoso entérico (SNE) e do nervo vago, afetando diretamente as redes neuronais ao longo do corpo, incluindo o cérebro ONTOGENIA DA MICROBIOTA HUMANA – DA INFÂNCIA A IDADE ADULTA – MICROBIOTA INTESTINAL Hipótese da colonização in útero: início da colonização ocorreria ANTES do parto, ainda no ambiente uterino Microbiota da mãe modula a imunidade e metabolismo do feto Quantidade e diversidade de bactérias do TGI materno aumentam consideravelmente no 3º trimestre da gestação Placenta, líquido amniótico, mecônio, cordão umbilical (Enterococcus, Streptococcus, Bifidobacterium, Lactobacillus) Translocação de micro-organismos da microbiota oral e intestinal da mãe para o feto (migração ativa) – hipótese Hipótese enteromamária: células dendríticas absorvem microrganismos e migram através do sangue para as mamas -A saúde e o estilo de vida da mãe, bem como sua alimentação ANTES, DURANTE e APÓS a gestação teriam interferência no tipo de microbiota transferida para o feto/criança, afetando a diversidade da microbiota intestinal do feto e o metabolismo e resposta imune da criança. -Mães obesas tendem a desenvolver crianças com obesidade ainda na primeira infância - Dismiose: presença de microrganismo não tão benéficos -Variáveis que influenciam na colonização do intestino da criança: Ambiente in útero, modo de nascimento (parto vaginal ou operatório), a alimentação da mãe, a exposição a antibióticos, o ambiente físico envolvente e a genética do hospedeiro Os primeiros eventos de colonização microbiana fornecem estímulos vitais ao recém-nascido, os quais guiam a sua MATURAÇÃO IMUNOLÓGICA – fornecimento de IgA e IgG pela mãe e produção de IgG pelo contato com microrganismos No lactente: Leite materno (10³ a 104 UFC/mL) – importante modulador da microbiota do TGI -IgA e outros Ac -Fator bífido – carboidratos digeridos por Lactobacillus e Bifidobacterium -Oligossacarídeos modulam a ação do sistema linfoide associado ao intestino (GALT), prevenindo translocação bacteriana e alergias -Lactobacillus promove acidificação do meio intestinal, pois produzem lactato. As Bifidobactérias e Firmicutes transformam lactato em butirato (um ácido graxo de cadeia curta) -Inibição competitiva – adesão ao epitélio e produção de bacteriocinas * Fórmulas infantis: Não tem microrganismos, não ajuda no desenvolvimento do TGI. Não possuem muitos carboidratos complexos e aminoácidos Alguns possuem GOS (galacto-oligossacarídeos) e FOS (fruto-oligossacarídeos) Quando necessário usar, recomenda-se amamentação MISTA (alternar leite materno e leite de fórmula) *Desmame (a partir dos 6 meses) -Necessidade de introdução alimentar -Lactente inicia parcialmente a digestão de carboidratos, em ação conjunta de suas enzimas com as enzimas bacterianas provenientes da microbiota -Microbiota mais diversificada: Bacteroides, Clostridium, Enterococcus, Streptococcus, Bifidobacterium -Antibióticos podem interferir na instalação e no tipo da microbiota – relação com doenças (ex: asma, alergias) – primeiros 6 meses Na criança Entre 2 e 3 anos de idade - microbiota estável, dominada pelos filos Bacteroidetes e Firmicutes Aos 5 anos: microbiota muito parecida com a do adulto No adolescente “tempestade e estresse”: alterações drásticas do SNC (anatômicas e fisiológicas), alterações hormonais, alteração no padrão do sono, influências do ambiente (dieta, uso de álcool, drogas, etc.) Adaptação da microbiota à dieta Geralmente dieta rica em gordura saturada e açúcar (ex: fast food): prejuízo da barreira intestinal – disbiose, inflamação, alterações metabólicas e infecções Desnutrição/subnutrição leva a perda de função da barreira intestinal e disbiose, que diminui a capacidade de absorção e aumenta a suscetibilidade a infecções Poda neural: os neurônios que sobram têm que se adaptar a menor quantidade – pode alterar microbiota No adulto Seis ordens, 43 famílias e mais de 230 gêneros bacterianos! Filo Firmicutes (bactérias Gram positivas formadoras de esporo e Gram negativas não formadoras de esporo) – MAIS DIVERSO Filo Bacteroidetes (bacilos Gram negativos anaeróbios/aerotolerantes) Filos Proteobacteria, Verrucomicrobia, Actinobacteria Regiões do TGI com características distintas – variação na diversidade e quantidade de espécies Estômago e duodeno: 103 UFC/mL (mil UFC/mL) – facultativas, acidófilas (ex: Lactobacillus, Helicobacter) Jejuno: 105 a 107 UFC/mL – facultativas, acidófilas (ex: Streptococcus, Lactobacillus, outros) Íleo: 107 a 108 UFC/mL – facultativos e anaeróbios estritos, enterobactérias (ex: Bacteroides, Lactobacillus, Clostridium e outros) Cólon: 1010 a 1011 UFC/mL (até cem bilhões UFC/mL) – anaeróbios e facultativos No idoso: Diversidade microbiana diminui. Decréscimo no número de bactérias benéficas: Bifidobacterium (F. Actinobactéria) e bacteroides (F. Bacteroidetes); aumento de Clostridium (F. Firmicutes) e bactérias do Filo Proteobacteria. Relação com a alteração no estado geral e imunológico do indivíduo (imunossenescência, nutrição inadequada e comorbidades) Uso de medicamentos e hábitos de vida Redução daadesão à mucosa intestinal (alterações na microbiota ou na estrutura do muco) Relação entre a diversidade de alimentos e a diversidade de espécies da microbiota
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