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Introdução a Epidemiologia e Indicadores de saúde

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Introdução a Epidemiologia
É o estudo da ocorrência de alguma doença, do comportamento coletivo da saúde e da doença. Indicadores que nos mostram saúde e que estão relacionados ao acesso, aos serviços de saúde, a cobertura vacinal, acesso a medicamentos. E também da doença, relacionados a morbimortalidade.
Morbidade: sempre relacionando a uma doença
Mortalidade: óbito relacionado a algum tipo de agravo ou doença.
“Ramo das ciências da saúde que estuda, na população, a ocorrência, a distribuição e os fatores determinantes dos eventos relacionados com a saúde” (PEREIRA, 2009).
Todas as ações deveriam ser planejadas pelos dados epidemiológicos.
-De acordo com a Associação Internacional de Epidemiologia, são três os principais objetivos da epidemiologia:
I. Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde das populações humanas. (Entender como ocorre, como se distribui, em quais locais).
II. Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças, bem como para estabelecer prioridades. (Importante ter essa base dos indicadores epidemiológicos, dos dados relacionados a saúde, para que possa planejar as ações e também avaliar essas ações – ex. na pandemia adotou o isolamento social, mas não deu muito certo, viu que tinha controlado mas não havia abaixado. E ai implementa a nova ação que foi a campanha de vacinação, e após a mais da metade da população vacinada com as duas doses começou a ter uma redução no número de mortes, e avaliando os indicadores pós-vacinação conseguimos ver que foi uma estratégia efetiva)
III. Identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades. (Ir a campo e ver e entender como começou)
Reduzir os problemas de saúde.
Entre as utilidades mais citadas da epidemiologia, estão:
-Analisar a situação de saúde;
-Identificar perfis e fatores de risco;
-Proceder à avaliação epidemiológica de serviços – ver a implantação de um serviço e avaliar a cobertura desse serviço, indicadores relacionados ao acesso do mesmo;
-Entender a causalidade dos agravos à saúde;
-Descrever o espectro clínico das doenças e sua história natural;
-Avaliar o quanto os serviços de saúde respondem aos problemas e às necessidades das populações;
-Testar a eficácia, a efetividade e o impacto de estratégias de intervenção, bem como a qualidade, acesso e disponibilidade dos serviços de saúde para controlar, prevenir e tratar os agravos de saúde da comunidade;
-Identificar fatores de risco de uma doença e grupos de indivíduos que apresentam maior risco de serem atingidos por determinados agravo;
-Definir os modos de transmissão;
-Identificar e explicar os padrões de distribuição geográfica das doenças;
-Estabelecer os métodos e estratégias de controle dos agravos à saúde.
Epidemiologia descritiva
Como iremos trabalhar para descrever esses eventos, como se comportam?
Quando descrever qualquer evento relacionado a saúde devemos fazer três perguntas básicas: o lugar onde ocorre, quando ocorre (tempo) e quem está mais suscetível, mais exposto a aquele agravo (pessoa)? Sempre correlacionando as 3 variáveis: tempo, lugar e pessoa.
Quem? A pessoa - grupos mais vulneráveis (idade, sexo, raça, escolaridade, estilo de vida, profissão, cultura, religião etc.) ou grupo de maior imunidade ou defesa, que correm menos riscos. Uma doença não pode ser relacionada apenas a um fator, na maioria das vezes é multicausal.
Onde? O lugar - agregados (cluster espacial ex. epidêmico)
- características climáticas, solo, vegetação (centro-oeste brasileiro tem muitas infecções respiratórias, pelo clima seco que tem);
- rural x urbano;
- difusão - espalhamento (migração e mobilidade)
Tem doenças que são mais comuns em meio rural, outras no meio urbano, doenças mais características do local.
Quando? O tempo – intervalo de tempo (estudo de seguimento);
- ano cronológico (2002), período do ano;
- estação do ano (tipicamente de inverno);
- agregados (cluster temporal ex. epidêmico)
Importância da análise das doenças por pessoas, no espaço e no tempo
• Melhor conhecimento do processo saúde-doença.
• Fornece um diagnóstico mais abrangente da situação.
• Planejamento em saúde: definição de grupos mais vulneráveis e de áreas de risco para intervenções em saúde, ações específicas nos locais mais acometidos pela doença.
Variáveis relativas ao Espaço 
- País
- Região
- Estado
- Município
- Distrito
- Bairro
- Instituição (ex. pediculose em presídios)
- Edifício
- Rua
- Urbano-rural
- Código postal
- Tamanho da comunidade
Aponta o risco que o indivíduo está sujeito por viver em certas regiões ou por visitá-las.
Desenho de estudo ecológico onde a unidade de análise é uma fração do espaço (bairro, florestas, área rural, país, região etc);
-Associada à noção de distribuição espacial de qualquer evento está a elaboração de mapas.
-É através de mapas que a distribuição espacial costuma a ser melhor ilustrada.
O quanto conseguimos ver a melhora do risco da COVID-19 no Rio de Janeiro, por conta da vacina.
Variáveis relativas ao tempo
Variáveis:
- década
- ano
- semestre
- trimestre
- mês
- semana
- dia (ex. dentro de um dia ou hora, qual dia da semana eu tenho mais acidentes automobilísticos, ou hora, seria a horário entre 17/18hrs pela saída do trabalho)
- hora
Distribuição das doenças no tempo
• Compreensão, previsão, busca etiológica, prevenção de doenças e avaliação do impacto de intervenções em saúde.
• Por exemplo, a distribuição sazonal (doenças relacionadas as estações do ano, como a gripe no inverno, dengue no verão) das doenças transmissíveis:
- fornecem informações sobre períodos do ano de maior risco para doença: diarréia/desidratação no verão, rubéola na primavera, IRAs – Infecções Respiratórias Agudas no inverno;
• Ex: um indivíduo que apresente quadro clínico de febre baixa, rash cutâneo e linfoadenopatia generalizada na primavera, deve levantar a suspeita de rubéola, por ser mais comum na primavera.
Série Temporal
- Um conjunto de observações ordenadas no tempo (ex: número mensal de nascimentos, na covid vimos sempre a média móvel de mortes e de casos);
- Desenho de estudo ecológico onde a unidade de análise é uma fração do tempo (hora, dia, semana, mês, ano etc);
- As quatro principais variações relativas ao tempo: tendência – que é através de uma série temporal, ciclos – quando avaliamos períodos maiores que um ano, sazonalidade – períodos que ocorrem dentro de um ano, correlacionado as estações e componente aleatório (variações irregularidades das doenças).
Tendência
É a que se observa, a longo prazo, na evolução de um evento.
• análise das mudanças na frequência (incidência – número novos de casos, mortalidade, etc.) de uma doença por um longo período de tempo, geralmente, décadas.
• Tem o propósito de detectar e interpretar a evolução da incidência/surgimento do evento/das doenças.
Abaixo temos a imagem de um gráfico que mostra a evolução do número de casos de COVID-19 na China, de janeiro até fevereiro, não desde o início né, porque sabemos que começou desde dezembro de 2019.
Variações Cíclicas
- Oscilações periódicas de frequências. Se repetem com certa regularidade. Ocorrem no período maior de um ano.
-Picos na frequência de uma doença ocorridos em um período maior que um ano.
ex. sarampo - ciclos bienais (antes das campanhas de vacinação): acúmulo de susceptíveis. Era o pico de sarampo no intervalo entre as vacinações, pois tinham campanhas de vacinação de 2 em 2 anos e o pico do sarampo ocorria nesse pico bianual. Ai tinha intervenção de vacinação caia novamente, ficava um período sem e aumentava novamente.
Sazonalidade
Variação ocorre dentro de um período de um ano, associada às estações climáticas.
• Ex1- Picadas de cobra e escorpião - maior incidência nos períodos chuvosos (os animais saem mais de seus refúgios à procura de locais secos (PEREIRA, 1995);
• Ex 2 - Dengue aumenta no verão;
• Ex3- diarreias infecciosas infantis guardam estreita relação com a etiologia e a forma predominante de transmissão:
- Protozoários e bactérias - transmissãofecal-oral (diarreia de verão);
- Vírus (Rotavírus) - predominante de transmissão respiratória (diarreia de inverno).
Doenças transmitidas por mosquitos tenderão a aumentar com o aquecimento global.
Doenças respiratórias mais comuns no inverno, o gráfico mostra.
Análise das variações sazonais
• Monitoramento e Controle: Permite detectar precocemente mudanças na frequência das doenças;
• Diagrama de controle - frequentemente utilizado na vigilância epidemiológica – Permite detectar variações sazonais, sendo necessário dispor da distribuição das frequências durante o ano, e de vários anos em sequência. Fará uma análise temporal, pelo menos dos últimos índices que temos de um aglomerado, se for uma doença antiga já conhecida, ai pega um acompanhamento/apanhado dos últimos 10 anos dessa doença. E fará mensalmente os seus números máximos e mínimos, a média de cada mês dos últimos 10 anos.
No gráfico abaixo temos o limite máximo em vermelho, o limite mínimo em azul. Dentro disso nós temos o que é esperado, um desvio padrão entre a máxima e a mínima, a mediana entre esses dois valores, que é essa linha verde. Temos a linha preta que é o número de casos reais, o que realmente ocorreu.
Olhando para esse gráfico vemos que a meningite ocorreu em um número esperado no ano de 1998.
Se os casos ocorrem dentro do limite esperado é uma doença endêmica, ela é habitual. Se ocorre em um número acima do esperado a doença é uma epidemia. 
A linha reta/contínua é o índice que realmente aconteceu, com isso podemos ver que a dengue em 1998-1997 foi epidêmica, pois não era esperado, ultrapassou o limite esperado em outubro.
Variações Irregulares
São alterações na frequência dos agravos à saúde, devida a acontecimentos não-previsíveis.
• Ex: catástrofes naturais, epidemias etc.
Endemias, Epidemias, Surtos e Pandemias
epidemeion = epidemia “visitar”
endemeion = endemia “habitar”
Endemia: em nível esperado, doenças que habitam aquele local, faz parte do nosso dia a dia. 
Epidemia: não esperada/inexistente ou acima do que é esperado, é visita, ela vem e vai, tem um período de tempo/tem um prazo.
Pandemia: doença não esperada e restrita a um local, mas extrapola as barreiras, e leva para outro país. 
Surto: análoga a epidemia, um aumento expressivo no número de casos porém fica muito restrito a um local, microunidades de análise espacial. (EX. surto de pediculose em um presídio, surto de gastroenterite em uma escola, surto de tuberculose em um asilo). 
Geralmente usam a palavra surto como um atenuante de epidemia, mas não é o correto.
Uma determinada doença, em relação a uma população, que afete ou possa vir a afetar, pode se caracterizar como:
- presente em nível endêmico
- presente em nível epidêmico
- presente com casos esporádicos (uma vez ou outra, esperado, mas que tenha algum caso, não em excesso)
- Inexistente
Casos autóctones: do local
Casos alóctones: um caso importado
Vai em um lugar, ex. vou na África pego Ebola e desenvolvo a doença no país. Não tem circulação de Ebola no Brasil, venho para o Brasil e passo para a minha mãe, ai já era considerado uma epidemia, pois desenvolvi no Brasil e não era esperado, tem uma epidemia de circulação interna e já com o primeiro caso autóctone, primeiro caso de contágio no local. Podendo também considerar como uma pandemia, porque era uma doença restrita a um local mas a partir do momento que sai desse local e extrapola as fronteiras e outras nações venham a ter também já é considerado uma pandemia (o primeiro caso de COVID fora da China já era uma pandemia). 
Distribuição Espacial
Endemia
“Ocorrência de determinada doença, que no decorrer de um largo período histórico, acometendo sistematicamente grupos humanos distribuídos em espaços delimitados e caracterizados, mantém a sua incidência/número de casos constante, permitindo algumas flutuações de valores (aumenta um pouco mas depois abaixa), tais como as variações sazonais”
... Doença habitualmente presente em uma população definida e temporalmente ilimitada...”
• Epidemia: Elevação brusca, temporária e significantemente acima do esperado para a incidência de uma determinada doença.
• Surto epidêmico: ou surto, uma ocorrência epidêmica restrita a um espaço extremamente limitado: colégio, quartel, edifício de apartamento, bairro, etc. (ex. intoxicação alimentar)
• Pandemia: ocorrência epidêmica caracterizada por uma larga distribuição espacial, atingindo vários países.
• Uma epidemia não representa necessariamente a ocorrência de um grande número de casos da doença em uma determinada população, mas sim um claro excesso de casos quando comparada à frequência esperada (ou habitual) de uma doença em um determinado espaço geográfico e período de tempo.
• Doenças erradicadas ou inexistentes⇒ o coeficiente de incidência que fixa o limiar epidêmico é igual a zero. Nesta situação apenas um caso poderá ser considerado uma ocorrência epidêmica.
Duração das Epidemias
Contrariamente à endemia, que é temporalmente ilimitada, a epidemia é restrita a um intervalo de tempo marcado por um começo e um fim, com retorno das medidas de incidência aos patamares endêmicos observados antes da ocorrência epidêmica.
Ex: A intoxicação alimentar é um evento extremamente curto; a febre tifóide é um evento intermediário e a AIDS um evento de longa duração.
Teremos o fim da epidemia do COVID-19, não porque ele vai acabar, mas porque será habitual e constante, esperamos que em níveis bem baixos e compatíveis com a vida, virará uma endemia. 
Aspectos diferenciais das epidemias
•Quanto ao mecanismo de transmissão – agente etiológico de transmissão
➢Epidemia progressiva ou propagada
É transmitida pessoa-pessoa ou por vetores (via respiratória, oral, genital, ou por vetores). Doenças que no geral quando correlacionamos com velocidade são até mais lentas – porque precisa passar de pessoa para outra, então demora um pouco mais a velocidade de transmissão- mas são propagadas.
Ex: meningite meningocóccica, AIDS e sarampo (em indígenas pode ser maciça)
➢Epidemia por fonte comum
Inexistência de mecanismo de transmissão hospedeiro-hospedeiro; é através de veículo comum (água, alimento, ar ou por inoculação). Não existe a propagação pessoa a pessoa: todos os afetados devem ter tido acesso direto ao veículo disseminador da doença.
Ex. infecção alimentar com uma maionese estragada em uma festa, todo mundo vai manifestar em um curto ou mesmo período de tempo, manifestarão uma gastroenterite. Todos foram expostos a um mesmo microrganismo em um mesmo momento, uma fonte comum.
•Quanto à velocidade do processo na fase inicial – velocidade de transmissão:
➢Epidemia explosiva (maciça)
Epidemia explosiva é a que apresenta uma rápida progressão até atingir a incidência máxima num curto espaço de tempo, geralmente são as de fonte comum. (Veículo comum)
Ex: intoxicações decorrentes da ingestão de água, leite ou outros alimentos contaminados.
➢ Epidemia lenta
Refere-se a velocidade da etapa inicial, que é bem mais lenta. É a velocidade com que é atingida a incidência máxima. Ex: Doenças de curso clínico longo; agentes com baixa resistência ao meio exterior e populações altamente resistentes ou imunes.
Ex. Epidemias decorrentes de longo período de incubação (AIDS). São mais de pessoa a pessoa.
INTRODUÇÃO AOS INDICADORES DE SAÚDE
Existem inumeros indicadores de saúde, cada um tem uma formula diferente. Eles servem para indicar a situação de saúde, o que nos norteia. É construido a partir do tamanho da população, fazendo uma referencia. Não é um número absoluto, pois ele apenas quantifica no todo, mas não mostra nenhuma relação com outra situação.
EX. Brasil quase 250 milhões de pessoas, e iremos comparar com o numero de morte absoluto da Italia que tem bem menos pessoas, mas se morre a mesma quantidade de pessoas nos dois, o risco maior é de morrer lá. Mas se pegar só número absoluto parecer ser igual o risco de morte, mas não é. 
Medidas de Frequência de Doenças
A mensuração/medida do estado de saúde de uma população se faz negativamente, através da frequência de eventos que expressama “não saúde” – ocorrência de algum agravo, algum evento, a frequência de doença – prevalência, incidência, mortalidade, letalidade:
DOENÇA – MORBIDADE
MORTE – MORTALIDADE
Como conhecer a situação de saúde?
Indicadores de Saúde: informam a situação de saúde existente e subsidiam a tomada de decisão, a partir desses indicadores que iremos começar a pensar, planejar as ações. Ex. usamos a taxa de cobertura como indicador na vacinação, se não alcançar a meta começa a trazer ações especificas para que tragam essas pessoas até a unidade de saúde para que possam ser vacinadas.
✓ Principais indicadores utilizados:
Mortalidade; Morbidade; Aspectos nutricionais; Aspectos demográficos (idade das pessoas que são mais acometidas por um agravo); Condições socioeconômicas; Saúde ambiental; Serviços de saúde (taxa de ocupação de leitos na COVID-19).
-Onde acha os indicadores de saúde? No site do DataSus e da Secretária de Saúde do Estado do Rio de Janeiro.Tem inúmeros outros sites que conseguimos obter informações de saúde, relativas aos municipios especificos (nem sempre os dos municipios menores estão tão atualizados, mas são dados abertos que podem ser utilizados em pesquisas sem passar pelo comite de ética, apenas referenciando).
Indicadores de Saúde
Devem refletir a situação sanitária de uma população e servir para a vigilância das condições de saúde.
➢Principais usos:
• Descrição das condições de saúde e de vida de uma população
• Avaliação de intervenções
• Investigações epidemiológica, principalmente para ver se esta melhorando ou não os indicadores (diminuindo o coeficiente de mortalidade, diminuindo o coeficiente de incidencia de um doença)
Como os indicadores de Saúde são expressos?
• Frequência Absoluta: quando usamos apenas o número, cru, para divulgar alguma informação. Ex: morreram 200 pessoas de ontem para hoje, tanto no Brasil como na India. Quer dizer a mesma coisa? Tem o mesmo impacto? Só conseguimos saber se pegarmos outra referência, ou seja, uma frequência relativa para poder entender se aquele número realmente me traz alguma expressividade.
• Frequência Relativa
Medidas de Frequência
Frequência Absoluta
- É expresso através de um número absoluto
- Não se apoia em pontos de referência
- Simples contagem e não permite comparações com outros números
- Gera limitações
Ela possui a sua utilidade principalmente quando vamos fazer uma mensuração de recursos e insumos a disposição - ex. antes de saber se preciso ou não aumentar meus leitos, preciso saber o que tenho de recurso, quantos profissionais tenho na rede, e os aparelhos, leitos disponíveis.
Ex2. O número de vacinas que preciso levar em uma campanha de imunização no lagomar. Eu posso ver o tamanho da população e levar o numero de vacinas, exemplo 5.000. E ai é importante mensurar os recursos que eu tenho disponível ou o que eu preciso levar para uma campanha de imunização.
É mais util nessa parte, sempre para mensurar recurso.
Frequência Relativa: quando comparo um número com a demanda da população, por exemplo.
- Visa facilitar as comparações e interpretações dos Valores
- Mostram alguma relação com outros dados absolutos (como numero de vacinas e tamanho da população)
- Coeficiente ou taxa
- Índices – uma natureza multidimensional, onde avaliaremos várias dimensões ao mesmo tempo.
- Proporção
-Razão
Ex. Fiz 500 vacinas no lagomar e 200 vacinas no horto, então a taxa de cobertura vacinal foi maior no lagomar? Não sei, pois a comunidade do lagomar é muito grande e a do horto por ser um territorio rural tem um numero menor de habitantes. Então provavelmente, fazendo essa frequencia relativa pelo tamanho da população talvez a cobertura tenha sido maior no horto do que no lagomar. 
Frequência Absoluta
Exemplo
Segundo dados oficiais, o número de casos novos de AIDS diagnosticados e notificados em 2007 foi igual a 1.892 em Santa Catarina e 2.578 em de Minas Gerais. Houve maior número de casos em Minas Gerais do que em Santa Catarina, mas isso significa que o risco de adquirir AIDS foi maior em Minas Gerais?
Não, pois a população residente em Minas Gerais corresponde a aproximadamente 19,7 milhões, enquanto a de Santa Catarina é de apenas 6,0 milhões de habitantes. Só consigo saber o que a coisa realmente significa quando faço uma frequencia relativa, quando consigo relacionar aquele dado com outro dado.
Índice
▪ Expressa situações multidimensionais, pois incorpora em uma única medida diferentes aspectos ou diferentes indicadores.
▪ Resulta da divisão entre entidades de natureza distintas
▪ Ao contrário dos coeficientes o número de casos não está relacionado a população a qual eles procedem, por isso não medem o risco e sim a relação entre eventos.
Para medir o risco de algo sempre temos que correlacionar com a população ao qual ele provem, da onde ele está vindo (Ex. qual o risco de adquirir a COVID-19 em Campos terá que ver o numero de casos novos na cidade e dividir pela população. E isso dará um coeficiente e pode comprar com outras cidade, como em macaé. O coeficiente que for mais elevado será onde tem o maior risco de adquirir a doença).
Ex: Índice de massa corporal, pega duas entidades de naturezas diferentes (peso e altura).
IMC= peso/altura2
(não mede risco de morrer)
Razão
Expressa a relação entre duas magnitudes da mesma dimensão e natureza, em que o numerador corresponde a uma categoria que exclui o denominador.
- razão de sexos/razão de masculinidade: homens/mulheres (quantos homens existem para cada mulher). 
- Razão entre duas doenças que sejam da mesma natureza (ex. cancer de mama e cancer de prostata).
Divide o número de mulheres pelo número de homens, multiplicado por uma constante (nesse caso foi 100, e serve para deixar o resultado mais palatável, mais compreensivel).
(não mede risco de morrer)
Proporção
É uma razão em que o numerador está contido (é um subconjunto) no denominador. Na maioria das vezes divide pelo total.
As proporções são usualmente apresentadas na forma de percentagens (x100), constante sempre 100.
Exemplos:
- n° óbitos por causas externas/total de óbitos (das pessoas que morrem, quantas morrem por causas externas.)
- Mortalidade Proporcional - indicador de Swaroop e Uemura (>50anos/total de óbitos), nesse indicador quanto maior for, melhor é, diferente dos outros indicadores. Nesse indicador irá saber dentro do número total de óbitos, quantos morrem acima dos 50 anos, porque quanto mais pessoas morrem acima dos 50 anos é melhor, pois mostra que o sistema de saúde está funcionando adequadamente, porque é mais esperado que um idoso morra do que uma criança. Esse indicador é padronizado, é fixo nos 50 anos, mas podemos fazer com qualquer idade. E quanto mais alto for melhor é.
- proporção de partos cirúrgicos (n° cesáreas/total de partos). Esse é um indicador muito utilizado para qualidade da assistencia materno-infantil.
(não mede risco de morrer)
Se em 50 crianças, 10 estão desnutridas, então a proporção é de 0,2 (10 dividido por 50), ou seja, de 20%. Nesse caso, o 10 (número de crianças desnutridas) está dentro do 50 (total de crianças: desnutridas + sem desnutrição).
Coeficiente ou Taxa
O mais utilizado. E o único que mede risco de morrer. Eles vão medir o risco de morrer ou de adoecer.
O número de casos é relacionado ao tamanho da população da qual elas procedem.
É a relação entre o n° de casos de um evento e uma determinada população (sob o risco do evento), num dado local e período de tempo.
Sempre comparando a população daquele local e naquele período.
Expressa risco de ocorrência de algum evento na população.
Exemplos:
- Taxa de incidência: ex. calcular o coeficiente de incidencia de cancer de prostata, a população de risco de cancer de prostata são os homens (podendo ser o total de homens, ou excluir alguma faixa etária, ou separar por idade com maior risco)
- Taxa de mortalidade: ex. mortalidade infantil (até um ano), o denominador será as crianças com até um ano de idade, pelos nascidos vivos daquele período estudado.
As vezes com periodos muito longos e populações muito grandes e muito variavel– que mudam a todo tempo, coloca a população na metade do período que foi verificado, na metade do ano, só em alguns casos.
A constante, que está circulada em vermelho, isso nada mais é do que facilitar a leitura do resultado. Quanto maior for a população, maior o numero de zeros que eu vou usar, é uma constante sempre na base de 10, podendo usar 100, 1000... Ex. os dados dos coeficientes de incidencia do coronavírus foram padronizados no Brasil como sempre 100.000, então todos os estados e municípios mesmo que pequenos utilizam essa constante, para que possam ser comparados (só pode comparar os valores com constantes iguais), porque se botar um zero a menos modifica o resultado.
Obs: se for comparar um local com o outro é PRECISO usar o mesmo fator de multiplicação, a constante.
Tem alguns lugares que são padronizados, e ai as vezes é necessário fazer a mudança de um fator de multiplicação (ex. OMS é 1.000.000 e o Brasil 100.000, então se for comparar os dois é necessário fazer a mudança em um deles para que ambos fiquem iguais).
Sempre tem que deixar claro qual é o fator de multiplicação (ex. 1 pessoa a cada 100 morrem de cancer de mama, falou que o 100 foi o fator de multiplicação/a constante).
PREVALÊNCIA
Quantidade de casos existentes de uma doença, em uma determinada população, em um certo momento. Nos seus resultados estão misturados os casos novos e antigos. (ex. uma fotografia de momento – das pessoas que estão doentes, olho para um lugar agora e vejo qual a prevalencia de tuberculose em Campos, quanto eu tenho no momento de casos ativos da doença, pessoas em tratamento). Uma pessoa já curada não entra no numero de casos de prevalencia, por não estar com a doença ativa, saiu da contagem. 
Quando morreu da doença, também saiu da contagem. Pois entra só quem está com a doença, prevalencia são os casos ativos no exato momento do estudo.
INCIDÊNCIA
Quantidade de casos novos de uma doença, ocorridos em uma população, durante um certo período. Como se fosse um filme, preciso acompanhar durante um período para ver a alteração do estado, pessoa que não tinha e passou a ter.
Então para calcular a incidencia é preciso, minimamente, de duas observações, uma no inicio para ver quem estava sadio/que não estava com a doença no momento e num segundo momento para saber aquelas pessoas que estavam sadias e que durante o período adoeceram, isso é incidencia, os casos novos.
• Casos novos, ou incidentes, são aqueles não doentes no início do período de observação que, no seu decorrer, adoecem.
• Para que possam ser detectados, é necessário que cada indivíduo seja observado, no mínimo, duas vezes.
• A incidência é uma medida dinâmica que expressa mudanças no estado de saúde de uma população, obtidas nos estudos de seguimento.
• Para conhecê-la especifica-se a duração do tempo de observação de surgimento de casos novos.
Como calcular a incidência?
Coeficiente de incidência (CI):
Incidência são os casos novos, todo mundo que não estava doente e ficou doente.
Ex. se quiser saber se aumentou ou diminuiu a incidência da tuberculose a 10 anos atrás e hoje. Quando for calcular o CI a 10 anos atrás, tem que usar a população daquele local a 10 anos atrás (no histórico do IBGE) e ai sim compara com o CI atual que é da população de hoje. A população sempre deve ser do mesmo período que está calculando. 
Exemplo:
Entre 400 crianças cadastradas na Estratégia de Saúde da Família e acompanhadas durante um ano, foram diagnosticados, neste período, 20 casos novos de anemia. Calcule a incidência?
R: A incidência foi de 5 casos para cada 100 crianças no ano.
Como calcular a Prevalência?
Coeficiente de Prevalência (CP):
No numerador são os casos realmente ativos.
Exemplo:
Em 2019, a ESF Maravilha tinha 3.500 usuários cadastrados. Nesse mesmo ano, a enfermeira da ESF contabilizou 70 portadores de Hipertensão em acompanhamento no território. Qual a Prevalência/coeficiente de prevalência de Hipertensão Arterial nessa comunidade?
R: A Prevalência de hipertensão arterial na comunidade coberta pela ESF é de 20 indivíduos a cada 1000 moradores.
Fatores que influenciam a Prevalência
• Incidência
• Duração da doença
• Mortalidade
• Cura
• Migração
Ou seja, se a doença for de curso clínico muito longo ou sem cura, como a AIDS, o aumento da prevalência será por conta dos novos casos e a diminuição de óbitos. Pois se for uma doença de curso clinico longo mas que mata muito rápido, fará com que diminua a prevalência também muito rápido. Não queremos nem que morra demais e a prevalência baixe.
Doenças com sobrevida muito grande, melhoria de tratamento e pouco óbito teremos aumentando a prevalência, mas não porque piorou e sim melhorou a questão do tratamento, e a pessoa não morre mais com ela. E também para diminuir a prevalência de uma doença que não tem cura (AIDS), deve-se trabalhar nos casos novos – na incidência, com a prevenção, pois quanto menos casos novos, menos a prevalência, conseguirá estagnar pelo menos a prevalência. 
Doença de curso clinico rápido e altamente fatal, a raiva humana, mata em até 48 horas. Não tem uma prevalência alta da doença pois o curso clinico dela é muito rápido, a “torneira” do óbito vaza muito rápido.
AUMENTAM a Prevalência 
- Casos novos (incidência)
- Melhoria no tratamento com prolongamento do tempo de sobrevivência (aumento da duração)
- Não tratamento de doenças curáveis
DIMINUEM a Prevalência 
• Redução no nº de casos novos (prevenção primária)
• Redução no tempo de duração (prevenção secundária, com o tratamento)
• Doenças de evolução aguda ou as rapidamente fatais
Variações do conceito de incidência
• Mortalidade (óbitos/população): morte na população geral, em um todo. O cálculo será a divisão do número de óbitos geral ou especifico de uma doença pela população inteira.
• Letalidade (óbitos/casos): é uma questão de gravidade da doença, a chance que tem de morrer ao adquirir a doença, o risco. O cálculo será quantas pessoas morrem ao ter aquela doença, o número de óbitos pelo número de casos, para ver quantos realmente morrem ao adquirir a doença. Indicador de gravidade da doença.
Na letalidade a população é restrita a quem está com a doença, ou teve. A mortalidade é o risco de morrer só por estar na população, tendo ou não a doença.
Alguns Indicadores de Saúde
• Indicadores de Morbidade
- Coeficientes de Incidência e Prevalência
• Indicadores de Mortalidade
- Coeficiente de letalidade
O coeficiente na letalidade é padronizado, sempre é 100. No final das contas vira uma porcentagem, sempre por 100.
- Coeficiente Geral de Mortalidade
Número total de óbitos, onde inclui todas as doenças, o número de pessoas que morreram naquele período dividido pela população total. Como são numeros muito grandes, eles podem usar essa nomenclatura “na metade do período”.
Coeficiente de Letalidade
Este indicador mede a proporção de óbitos que ocorrem no total de casos de uma doença ou agravo à saúde. Ele é a medida do risco de óbito entre os doentes.
A letalidade expressa a gravidade de uma doença: quanto maior o número de indivíduos, acometidos por uma doença, que vão a óbito, mais grave ela é considerada.
Ex: dengue hemorrágica x resfriado comum.
Indicadores de Mortalidade
- Coeficiente de Mortalidade por Causa
Aqui não é geral, pode desmembrar por doença, para ser mais específico.
- Coeficiente de Mortalidade Infantil
Aqui a constante também é padronizada. 
- Razão de Mortalidade Proporcional (Swaroop-Uemura)
• Este índice é a mortalidade proporcional de 50 anos ou mais, ou seja: a proporção de óbitos ocorridos em indivíduos com 50 anos ou mais. 
• Óbitos abaixo desta faixa etária são considerados, grosso modo, óbitos evitáveis; desta forma, quanto maior a proporção de óbitos entre indivíduos adultos maduros e idosos (50 anos ou mais), melhor a condição de vida e saúde da população.
Para ver se as pessoas que morrem são realmente maiores que 50 anos, o que mostra uma qualidade de vida melhor.

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