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Fitoterapia Clínica Prof. MSc Marcos Alves FITOTERAPIA E SINERGISMO DO FITOCOMPLEXO Modelagem molecular e síntese de fármacos - orientadas a partir do estudo das interações da molécula ativa com seu alvo terapêutico receptor (modelo chave-fechadura) – Corpora non agunt nisi fixata (Ehrlich,P). Sinergismo: Em um contexto de complexidade química, pode-se dizer que a ação de uma mistura química é a soma das ações de seus constituintes. É um conceito importante para a farmacologia dos fitoterápicos. Farmacodinâmico: resulta da interação dos diferentes constituintes sobre o mesmo receptor ou sistema fisiológico. Farmacocinético: resulta de interações nos processos de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação. Os constituintes dos extratos que não são biologicamente ativos podem melhorar a estabilidade, a solubilidade ou a biodisponibilidade dos constituintes ativos Desse modo, um constituinte, quando isolado, pode não ser bioativo ou apresentar apenas uma fração da atividade farmacológica que é exibida quando inserido no fitocomplexo. Esse dado corrobora a importância do conceito de sinergismo do fitocomplexo Sistemas médicos tradicionais (medicinas tradicional chinesa e indiana) têm em conta a sinergia como parte intrínseca da sua abordagem no tratamento, e em suas formulações consideram as possíveis interações presentes com as diversas misturas de drogas vegetais. Tanto a medicina tradicional chinesa (MTC) quanto a indiana incluem drogas vegetais que melhoram o perfil farmacológico das formulações (ex. curcuma longa e piper nigrum) Extratos Razão Ginkgo biloba, Hypericum perforatum, Artemisia annua e Piper methysticum Extratos com sinergismo entre os constituintes ativos Valeriana officinalis, Allium sativum, Zingiber officinalis e Humulus lupulus Instabilidade dos constituintes ativos Vitex agnus castus , Passiflora sp. Glycyrrhiza glabra, Echinacea sp., Constituintes ativos desconhecidos Harpagophytum procumbens e Cynara scolymus Constituintes ativos com ampla atividade biológica Razões para não isolar os princípios ativos de alguns extratos vegetais. Biossíntese dos princípios ativos nas plantas O metabolismo celular vegetal é responsável pela biossíntese de substâncias e costuma ser dividido em: Primário: origina proteínas, vitaminas, aminoácidos, carboidratos e clorofila Secundário: origina substâncias que não têm uma distribuição universal entre as diferentes espécies vegetais, mas são essenciais para a adaptação ao meio ambiente e para a defesa dos vegetais do ataque de patógenos e outros agentes. São as substâncias provenientes do metabolismo secundário que exercem atividade biológica nos animais. Esquema simplificado do processo biossintético dos metabólitos secundários Fonte: Glaucia de Azevedo Saad et al. Fitoterapia contemporânea, 2 ed. 2018 Relação entre os principais grupos fitoquímicos c/ suas características biológicas e/ou químicas Fonte: Glaucia de Azevedo Saad et al. Fitoterapia contemporânea, 2 ed. 2018 Relação entre os principais grupos fitoquímicos c/ suas características biológicas e/ou químicas Fonte: Glaucia de Azevedo Saad et al. Fitoterapia contemporânea, 2 ed. 2018 Estabelecer as bases farmacológicas para a eficácia dos fitoterápicos é um desafio constante devido à complexidade da sua composição química e aos inúmeros constituintes ativos em um mesmo extrato. Pex: um extrato pode apresentar em torno de 300 ou mais constituintes químicos Formulações não são elaboradas visando atuar em uma única enzima/receptor ou processo bioquímico, mas em diferentes sistemas para que, na medida do possível, interaja nas redes de comunicação entre as diferentes células Estudos que empregam técnicas que permitem avaliar em que medida o estímulo provocado altera ou estimula os genes, a produção de proteínas, de fatores de transcrição e de comunicação entre as células (genômica, proteômica e metabolômica) buscam compreender a melhor forma de atuar nesses sistemas complexos
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