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UNIG RELATÓRIO DE OSTEOSSÍNTESE DE FRATURA DISTAL EM FÊMUR DIREITO EM COELHO FÊMEA. Medicina Veterinária – 9º Período Disciplina: Silvestres Professora: Bárbara Neil Aluna: Ana Caroline Mello da Silva Matrícula: 18001070-3 No dia 17 de março de 2022, a tutora do Brownie, coelho fêmea, 1.6kg, de aproximadamente um ano, foi até a clínica veterinária escola da UNIG, localizada em Nova Iguaçu, RJ, relatando que o animal citado acima, tinha sido abandonado a aproximadamente duas semanas, em uma estrada próximo a residência da mesma e quando chegou em casa reparou que o animal estava com o membro posterior direito quebrado, que logo no outro dia encaminhou-se a uma clínica para que o Brownie fosse atendido por um especialista em silvestres. Lá o animal passou por exame radiográfico (imagem 1 e 2) que constatou a fratura completa do membro pélvico direito em porção distal do fêmur, e por não ter condições financeiras para bancar o tratamento, a tutora recorreu a clínica escola onde, neste mesmo dia, foi realizado a consulta pré-operatória, coordenada pela professora Bárbara Neil e os alunos do 9º período, no qual foi realizada a coleta de sangue para hemograma e bioquímica sérica e dada as devidas orientações pré operatórias a serem seguidas pela tutora. Julgado o resultado dos exames laboratoriais, sem alterações pertinentes, foi marcado o dia do procedimento. Imagem 1 e 2: Raio x ML (esquerda) e CC (direita). Fonte: Fotos cedida pelo Prof. André Masseaux. Chegado o dia do procedimento, 23 de março de 2022, o animal foi reavaliado pelo cirurgião professor André Masseaux e o anestesista professor Gustavo Santanna Castro, no qual ambos traçaram respectivamente os planos cirúrgico e protocolo anestésico. Imagem do animal em consultório. · Protocolo anestésico: · O Acesso venoso do coelho foi realizado em veia marginal da orelha esquerda. · Medicamento pré-anestésico (MPA): São fármacos utilizados para realizar a preparação do paciente para o recebimento da anestesia, no qual um ou mais medicamentos tem o potencial promover principalmente a sedação, relaxamento muscular, analgesia. · No paciente em singular, foi realizado os seguintes fármacos por via intramuscular: Cetamina 10mg/kg Midazolan 0,5mg/kg · Indução anestésica: São fármacos utilizados para plano anestésico cirurgico, com a intenção de conseguir manipular melhor o paciente e realizar ações como intubação, podendo ser intravenosa ou administrada em vias aéreas através de máscaras nasal. · No paciente em singular, o fármaco escolhido foi o anestésico inalatório isoflurano. Animal sendo entubado. (Fonte: Arquivo pessoal.) · Intubação: Nessa fase, realiza-se a intubação para a devida ventilação e anestesia inalatória e a frequentemente escolhida é a endotraqueal. · No paciente em singular, após realizada a indução, foram feitas as seguintes tentativas de intubação: · Endotraqueal vídeo guiada com estetoscópio digital, porém por conta da sua anatomia, não obteve sucesso. (fonte: arquivo pessoal) · Dispositivo supraglotico às cegas, no entanto, também sem sucesso efetivo. (fonte: arquivo pessoal) · Máscara laríngea, no entanto o canal laríngeo do paciente era menor do que a máscara ofertada no momento, portanto, não era a melhor opção. Fonte: cointer.com.br · Anestesia trans-operatória: É a fase em que de fato o paciente se encontra em plano anestésico de forma que pareça está em coma. No paciente em singular após todos os esforços e opções esgotadas, deixamos de lado a tentativa de intubação e seguimos para realização da anestesia inalatória através de máscara facial. (fonte: arquivo pessoal) · Bloqueio locorregional: Bloqueio locorregional do nervo femoral na abordagem pre ilíaca associado ao bloqueio do tronco lombossacro na abordagem parassacral guiada por ultrassom e neuroestimulador. (fonte: arquivo pessoal) · Técnica Cirúrgica: · Tricotomia e antissepsia da pele: · A tricotomia foi realizada com lâmina 40mm, de forma bem almpa, para garantir margem cirúrgica correta. · Foi utilizado clorexidina dergemante associado a clorexidina alcoólico, respeitando a técnica de antissepsia, que consiste a limpeza do ponto de incisão para as margens, deixando o produto agir por aproximadamente 5 minutos na pele. · Material utilizado: · Geral: Pinças Anatômica e dentre de rato, Pincas kely curvas e retas, Pin;cas mosquito retas e curvas, pin;cas allys, tesoura romba romba, tesoura romba fina, cabo de bisturi nº 4, lâmina de bisturi nº 21, afastadores farebeuf, pinças backhaus, compressas cirúrgicas, fio naylon 3-0 e 2-0, fio poligalactina 910 3-0. · Específicos: Afastador Adson, Afastador Gelpi, Cureta volkman, formão, martelo cirúrgico, pinça espanhola, alicate orto, atadura de 10cm, placa em ‘’L” bloqueada e parafusos de titânio 1.5mm, guia de broca , pinos 1.5mm e 1mm, broca de 1mm e furadeira. (fonte: arquivo pessoal) · Abordagem cirúrgica: · O acesso cirúrgico foi realizado por uma incisão lateral fêmur distal. Sem muito esforço, foi realizado a dissecção das musculaturas da região e logo tivemos acesso a fratura. Fotos da incisão e fratura do fêmur. (fonte: arquivo pessoal) · Foi observado fratura encavalada, desenvolvimento de pseudoartrose, atrofiamento de musculaturas ao redor e como resolução foi utilizado a manobra de alavanca, tanto com o peso corporal, tanto com o formão, tendo o objetivo de redução da fratura. Também foi retirado todo o material fibroso gerado, além de reavivamento de canal medular do osso afetado e marcação da articulação do joelho. · Manobra de alavanca: (fonte: arquivo pessoal) · Retirada de material fibroso: (fonte: arquivo pessoal) · Reavivamento de canal medular e marcação de articulação do joelho: (fonte: arquivo pessoal) · Após reposicionamento o osso fraturado, foi utilizado técnica de pino cruzado, que consiste a utilização de dois pinos intramedular cruzados introduzidos pelos côndilos, sendo o medial utilizado o pino de 1,5mm e o lateral de 1mm, uso de placa em “L” bloqueada de 1,5mm de titânio com as perfurações feitas com um guia de broca e broca de 1 mm. A escolha do material da placa se deu pela facilidade de moldura da mesma conforme a anatomia do fêmur do paciente. · Técnica de pino cruzado: (fonte: arquivo pessoal) · Moldura da placa de titânio e colocação: (fonte: arquivo pessoal) · Em seguida foi realizado a técnica de pregueamento do retináculo com fio não absorvível, com o objetivo de dar sustentação a articulação e manter a patela na sua posição anatômica. O próximo passo foi começar Síntese, começando com a camada muscular e seguindo a subcutânea e pele. (fonte: arquivo pessoal) · Exame pós cirúrgico: · Foi realizado exame de imagem radiológico nas posições médio lateral e crânio caudal, analisando o resultado, concluímos que o objetivo esperado foi alcançado. (fonte: imagens cedida por André Masseaux)
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