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Dores recorrentes na infância

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AULA 6 ETAPA 1 PEDIATRIA 
OBJETIVOS 
- Conceito epidemiologia das principais dores 
recorrentes na infância: cefaleia, dor abdominal e 
dores em membros 
- Conceitos de dor abdominal orgânica, funcional, 
crônica 
- Critérios diagnósticos de dores abdominais 
crônicas na infância 
- Critérios diagnósticos e abordagem de cefaleias 
crônica na infância 
- Critérios diagnósticos e abordagem de dores 
recorrentes em membros 
 
CONCEITO 
- Ocorrência de pelo menos três episódios de dor, 
durante um período de pelo menos três meses, 
com intensidade suficiente para interferir nas 
atividades habituais da criança 
Algumas dores crônicas o tempo pode ser 
encurtado para dois meses, como cefaleia 
 
EPIDEMIOLOGIA 
- Brasil: dados de prevalência não são bem 
estabelecidos, porém estudos extrangeiros 
mantem: 
▪ 20,6% - cefaléia 
▪ 15,4% - dor em membros 
▪ 14,4% - dor abdominal 
 
INTRODUÇÃO 
“Uma mãe traz seu filho de 7 anos à consulta 
referindo que o menino queixa de dor abdominal 
há 2 anos, semanalmente, e que já o levou a 
muitos médicos, os quais realizaram vários 
exames de fezes, todos negativos. Ela está muito 
preocupada, pois ninguém descobre a causa da 
dor, e, apesar de dizerem que não se trata de nada 
sério, o menino continua a ter dor.” 
Caminhos que o médico pode tomar: 
 
 
- Origem funcional em 90% dos casos, significa 
que em 90% dos casos não se identifica condição 
patológica subjacente (anatômica, infecciosa, 
inflamatória, metabólica ou neoplásica). 
- Pensar sempre em Síndrome de Munchausen 
por Procuração como um diagnóstico diferencial. 
 
- As dores são caracterizadas por períodos 
assintomáticos entre as crises, quadro clínico 
crônico não progressivo (vai e volta com 
características semelhantes). 
- CPE (crescimento) e DNPM (desenvolvimento) 
preservados. 
- Ao primeiro momento tem-se normalidade do 
exame físico. 
- Refletir sobre distúrbios emocionais na criança ou 
na família, ou de relacionamento no âmbito escolar 
ou familiar. 
 
 
 
 
NECESSÁRIO: 
▪ Acompanhamento clínico 
▪ Analgesia somente se precisar 
▪ Acolher a família sem dramatizar 
▪ Evitar condutas simplicistas e de 
supervalorização (evitar solicitação 
indiscriminada de exames complementares, 
evitar jornadas exaustivas financeira e 
emocionalmente) 
 
CEFALEIA 
Queixa frequente em 30 a 50% dos escolares e até 
75% dos adolescentes. 
VER FAIXAS ETÁRIAS 
• Antes da puberdade mais comum em meninos. 
• Após puberdade mais frequente em meninas 2:1. 
• Migrânea: forte componente hereditário 
 
Tipos 
Primária: migrânea (enxaqueca) – causas mais 
frequentes 
• Outras: Tensional (), em salvas () e Hemicrania 
paroxística (dor de um lado só da face) 
- Prevalência de 7 a 12 anos – 10,5% tem cefaleia 
primaria 
 
Secundárias (a algum processo orgânico): TCE, 
processos infecciosos (infecções de vias aéreas 
superiores como otite, faringite, sinusite), doenças 
sistêmicas como anemia falciforme (vasculopatias, 
AVCs), doenças metabólicas, hidrocefalia, 
intoxicações medicamentosas ou de outra 
natureza, neoplasias 
 
ANAMNESE 
Há quanto tempo elas estão presentes? As dores 
estão piorando? 
Qual frequência? Duração? Localização? 
As dores são precedidas ou acompanhadas por 
sintoma específico? 
Há necessidade de interromper as atividades 
durante a cefaleia? 
Problemas médicos crônicos concomitantes? 
Fatores de melhora e piora? 
Uso crônico de alguma medicação? 
Antecedentes familiares? 
 
EXAME FÍSICO 
Exame físico é importante para excluir doenças 
sistêmicas que possam levar a cefaleia. 
Avaliação pressão arterial. 
Exame da cabeça: sinusopatia, traumas e 
patologias do couro cabeludo, odontológicas e 
musculares (ATM, região cervical). 
Nível de consciência, pares cranianos, sinais 
meníngeos, marcha, força, equilíbrio, provas 
cerebelares, sensibilidade, fala, memória, escrita, 
reflexos tendinosos profundos – VER ESSA 
PORRA! 
Lesões de pele, sopros, pulsos periféricos. 
 
Sinais de alerta: apresentação atípica, ausência de 
história familiar positiva, piora progressiva, ataxia, 
alteração pares cranianos, estrabismo, nistagmo, 
diplopia, convulsão, hemiparesia. 
• Importante: neoplasias cerebrais são raras na 
infância (mas existem). 
 
... 
Migrânea infantil 
Dor moderada a intensa e interrompe 
frequentemente as atividades 
• Ocorre de 1 a 4 vezes ao mês 
• tem duração de 4 a 72 horas; uni ou bilateral 
• localização frontotemporal 
• intensifica-se com atividades físicas 
• fotofobia e fonofobia 
• fatores precipitantes: privação de sono, jejum 
prolongado e determinados 
alimentos (chocolate, corantes, queijos amarelos, 
glutamato monossódico, nitritos frutas cítricas) 
- •No tratamento e na profilaxia da migrânea a 
eliminação de fatores precipitantes da dor deve ser 
o ponto de partida. 
•Grande relevância repouso, sono adequado, 
redução da intensidade luminosa e sonora, e 
técnicas de relaxamento. 
 
Dor de cabeça recorrente em adolescentes 
Está associada ao excesso de peso, uso de 
cafeína e álcool, falta de atividade física, maus 
hábitos de sono e exposição ao tabaco. 
• A depressão é associada a maior incapacidade 
da cefaleia em adolescentes. 
 
 
Aura – sentir que vai ter dor de cabeça (??? Sonsa) 
como escotomas e tonturas, vômitos, náuseas, 
mal estar, depende da pessoa 
 
DIRETRIZES DE ABORDAGEM DE 
ENXAQUECAS INFANTIS 
Aconselhamento e educação para crianças e 
adolescentes com enxaqueca e suas famílias 
• Recomendação 1: os médicos devem aconselhar 
pacientes e seus familiares que o estilo de vida e 
fatores comportamentais podem influenciar a 
frequência da cefaleia e educar pacientes e seus 
familiares para identificar e alterar fatores de risco 
potencialmente modificáveis (Nível B) 
• Recomendação 2: discutir o papel potencial de 
medicamentos para prevenção de cefaleia 
frequente e/ ou com incapacidade relacionada à 
enxaqueca e o uso excessivo de medicamentos 
em crianças e adolescentes (Nível B). 
Tratamento preventivo – informar os pacientes e 
cuidadores que, em ensaios clínicos de 
tratamentos preventivos para enxaqueca 
pediátrica, muitas crianças e adolescentes que 
receberam placebo melhoraram e a maioria dos 
medicamentos preventivos não foi superior ao 
placebo/ O propranolol pode possivelmente 
resultar em uma redução de 50% na frequência de 
dor de cabeça em crianças. 
 
SINDROMES PERIÓDICAS NAS CRIANÇAS 
1. vertigem paroxística benigna 
2. torcicolo paroxístico 
3. vômitos cíclicos 
4. dor abdominal cíclica 
5. hemiplegia alterna 
 
CEFALEIA TENSIONAL 
Episódios álgicos mais frequentes, cerca de 5 a 30 
vezes/mês 
• Contração muscular decorrente de estresse 
• Piora no fim do dia 
• Intensidade leve a moderada 
• não costuma interromper as atividades habituais 
 
TRATAMENTO 
Medidas não farmacológicas – afastar das 
atividades, repouso em ambiente com pouca 
luminosidade e silencioso, sono, compressa de 
agua fria nas temporas. 
Se houver náuseas ou vômitos: domperidona / 
ondacetrona vonau 
Fraca – AAS paracetamol dipirona AINE 
Moderada – AAS AINE ergotamina 
dihidroergotamina naratriptano sumatriptano 
zolmitriptano rizatriptano 
Forte – dipirona EV clonizato de lisina rizatriptano 
zolmitriptano sumatriptano indometacina 
clorpromazina dexametasona haloperidol 
 
Tensional não melhora com sono mas precisa das 
técnicas de relaxamento pois está com tensão 
muscular / universal ou occiptal posterior – 
bruxismo 
Migrânea é característica fronto temporal na frente! 
 
SINAIS DE ALERTA DE CEFALEIA 
▪ Alterações neurológicas 
▪ Alterações oculares como edema de pupila, 
nistragmo, anisocoria, estrabismo instalado, 
diplopia e diminuição da acuidade visual 
▪ Vômitos persistentes com aumento na 
frequência ou de inicio recente 
▪ Cefaleia recorrente matinal ou repetidamente 
desperta a criança 
▪ Crianças com desaceleraçãoda velocidade de 
crescimento 
▪ Diabetes insipido 
▪ Crianças com idade inferior a 5 anos 
▪ Pacientes com neurofibromatose 
 
DOR ABDOMINAL 
- Dor abdominal crônica (DAC) - quadro de dor 
abdominal de longa duração (usualmente mais de 
três meses); 
- Dor abdominal orgânica (DAO) – quando a dor 
está associada a uma causa anatômica, 
inflamatória ou dano tecidual. Cerca de 5-10% dos 
casos. 
- Dor abdominal funcional (DAF) - dor abdominal 
que ocorre na ausência de uma causa anatômica, 
inflamatória ou dano tecidual. 
 
DAC – DOR ABDOMINAL CRÔNICA 
Três episódios de dor intercalados por 
períodos assintomáticos, com duração 
superior a três meses, com intensidade 
suficiente para interromper as atividades 
habituais. 
- Grupo heterogêneo em etiologia, fisiopatologia, 
sintomatologia e manejo. 
- Essa desordem apresenta-se como importante 
problema de saúde pública por sua alta 
prevalência na população, sendo também 
responsável pela maior parte das queixas dos 
pacientes avaliados em clínicas e ambulatórios de 
gastroenterologia. 
- Prevalência: 0,5% a 19% de acordo com a idade 
e a definição. 
- Dois picos: entre 4 e 6 anos; entre 7 e 12 anos de 
idade. 
 
- ETIOLOGIA complexa: 
▪ Doenças orgânicas - 10 % dos casos 
▪ Processos infecciosos 
▪ Inflamatórios 
▪ Distensão / obstrução de vísceras ocas 
▪ Doenças parasitárias 
▪ Constipação 
 
- Sinais e sintomas de ALERTA para DAC de 
origem orgânica, visto que precisamos afastar 
essa origem: 
▪ HF de doença inflamatória intestinal, doença 
celíaca ou doença péptica 
▪ Dor persistente em QS ou QID 
▪ Disfagia 
▪ Odinofagia 
▪ Vômitos persistentes 
▪ Sangramento gastrointestinal 
▪ Diarreia noturna 
▪ Artrite 
▪ Doença perianal 
▪ Perda ponderal involuntária 
▪ Desaceleração do crescimento linear 
▪ Atraso de puberdade 
▪ Febre sem explicação 
 
DAO – DOR ABDOMINAL ORGANICA 
CONCEITO 
- Estar atento a: 
▪ Lesões orais 
▪ Rash cutâneo 
▪ Icterícia 
▪ Anemia 
▪ Hepatomegalia 
▪ Dor na coluna 
▪ Lesões perianais 
 
DAF – DOR ABDOMINAL FUNCIONAL 
- O mecanismo responsável pela percepção 
dolorosa é complexo, multifatorial. A dor é real! 
- Envolvimento do eixo cérebro-intestino – vias 
autonômicas difusas que não localizam a dor, 
fazendo irradiar ou sentir em outro local 
- Hiperalgesia visceral: menor limiar de 
percepção dos sinais gerados no trato 
gastrointestinal e enviados por via neural ao 
cérebro. 
 
- Localização periumbilical ou epigástrica, 
raramente com irradiação. 
- Pode durar minutos a horas, intercalados por 
períodos de bem-estar, se acordar durante a noite 
é um sinal de alerta. 
- Ocorre durante o dia. 
- Intensidade suficiente para levar ao choro e 
interromper atividades. 
- Palidez, sudorese, náuseas e vômitos podem 
ocorrer. 
 
- EXAME FÍSICO completo e atenção especial: 
peso, estatura, velocidade de crescimento, estágio 
puberal | exame abdominal detalhado: localização 
da dor, massas, fígado, baço, loja renal | avaliação 
perianal + toque retal. 
 
- Roma IV (2016) abrange sob a definição de 
distúrbios funcionais de dor abdominal as 
seguintes entidades clínicas: 
▪ Dispepsia funcional 
▪ Síndrome do intestino irritável 
▪ Migrânea abdominal 
▪ Dor abdominal funcional não especificada 
 
DISPEPSIA FUNCIONAL 
- Deve incluir um ou mais dos seguintes sintomas 
ao menos 4 dias por mês: 
1. Plenitude pós prandial 
2. Saciedade precoce 
3. Dor epigástrica que não se associa a 
defecação 
4. Após avaliação adequada, os sintomas não 
podem ser plenamente explicados por outra 
doença 
- Esses critérios devem ocorrer por pelo menos 
dois meses antes do diagnóstico. 
- Os seguintes subtipos estão agora adotados na 
Dispepsia Funcional: 
1. Síndrome de dificuldade pós prandial inclui 
desconforto da plenitude pós prandial ou 
saciedade precoce que impede o término da 
refeição regular. Os critérios de suporte 
incluem distensão abdominal superior, náusea 
pós prandial ou eructações excessivas. 
2. Síndrome de dor epigástrica, que inclui todos 
os seguintes sintomas: dor ou queimação 
(grave o suficiente para interferir com as 
atividades) localizada no epigástrio. A dor não 
pode ser generalizada, nem pode se localizar 
em outra parte do abdome ou tórax e não é 
aliviada pela evacuação ou eliminação de 
flatos. Os critérios que suportam o diagnostico 
podem incluir: 
▪ Dor tipo queimação, mas sem componente 
retroesternal 
▪ Dor comumente induzida ou aliviada pela 
ingestão de uma refeição, mas pode ocorrer 
durante o jejum 
 
SINDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL 
- Deve incluir todos os critérios a seguir: 
1. Dor abdominal ao menos 4 dias por mês 
associada com um ou mais sintomas: 
▪ Relação com evacuação 
▪ Alteração na frequência das fezes 
▪ Alteração na aparência das fezes 
2. Em crianças com constipação, a dor pode não 
resolver com a resolução da constipação 
(crianças nas quais a dor resolve, tem 
constipação funcional e não síndrome do 
intestino irritável) 
3. Após avaliação adequada os sintomas não 
podem ser plenamente explicados por outra 
condição médica 
- Esses critérios devem ocorrer pelo menos dois 
meses antes do diagnóstico. 
 
ENXAQUECA ABDOMINAL 
 
 
DOR ABDOMINAL FUNCIONAL NÃO 
ESPECIFICADA 
 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
▪ Hemograma 
▪ Sumário de urina (infecção urinária, causa 
comum de dor abdominal na infância) 
▪ Exame parasitológico de fezes, investigação 
doença celíaca? 
 
- Dependendo da história: 
▪ VHS + PCR 
▪ Função tireoidiana 
▪ Amilase e lipase 
 
- Roma IV diz que a realização rotineira de 
sorologia para doença celíaca é sugerida. Devem 
ser colhidos ANTES DE ALTERAR DIETA. 
Pacientes com DAF têm prevalência maior de 
doença celíaca. Recomenda-se: 
▪ Anticorpos anti gliadina 
▪ Antitransglutaminase tecidual humana 
▪ Antiendomísio 
- Se sorologia é positiva: realizar biópsias de 
intestino delgado para confirmar o diagnóstico. 
 
ABORDAGEM 
- Reconhecer a presença de fatores fisiológicos 
que nesses pacientes causam dismotilidade: 
alimentos, gases, hormônios, inflamação, 
estresses psicogênicos. 
- A melhora dos sintomas com a exclusão da 
lactose, aponta para má absorção ou intolerância 
a lactose (dor abdominal + diarreia). 
- Orientar sobre a importância de observar o 
aparecimento de sinais de alerta para causa 
orgânica. 
- Não agravar ainda mais pedindo inúmeros 
exames não indicados. 
- Orientar os pais. 
- Esclarecer a boa evolução. 
- Terapia comportamental. 
- Importante: consultas a cada 6 meses. 
- A maioria dos agentes farmacológicos visa à 
diminuição da dor visceral ou à alteração de algum 
mecanismo fisiopatológico. Não há evidências 
para apoiar o uso rotineiro habitual e irrestrito no 
tratamento medicamentoso dos distúrbios 
funcionais de dor abdominal. O tratamento deve 
ser individualizado e reavaliado criteriosamente. 
 
SINAIS DE ALERTA 
▪ Perda de peso 
▪ Dor de localização periférica 
▪ Dor que irradia para as costas, escapula ou 
membros inferiores 
▪ Dor que repetidamente desperta a criança do 
sono 
▪ Recusa alimentar em função da dor 
▪ Presença de sinais / sintomas como febre 
recorrente, artrite, melena, etc 
▪ HF de doença orgânica como anemia 
falciforme, doença péptica, litíase urinária e 
biliar 
▪ Alterações nos exames laboratoriais 
 
EXERCICIOS 
Escolar de nove anos, sexo feminino, é levada a 
UBSF devido a quadro de dor abdominal mensal 
há cerca de seis meses que a faz ausentar-se da 
escola esporadicamente. A dor é referida na região 
periumbilical e dura poucas horas. Não surge 
durante o sono, não se relaciona com alimentação, 
atividade física ou posição e cede 
espontaneamente. Não tem alteração do hábito 
intestinal. Não tem história de alergias. Não faz uso 
crônico de medicações e calendário de vacinas 
está atualizado. Não tem antecedentes 
patológicos ou familiaressignificativos. O exame 
físico não evidencia alterações. Crescimento e 
desenvolvimento neuropsicomotor e puberal 
adequados para a idade. A hipótese diagnóstica 
mais provável e a investigação por exames 
complementares mais pertinente são: 
a. dispepsia funcional; solicitar pesquisa de 
sangue oculto nas fezes, endoscopia digestiva alta 
e ultrassonografia de abdome. 
b. enxaqueca abdominal; solicitar, função 
tireoidiana, VHS, PCR, amilase, lipase, USG de 
abdome total e vias urinárias. 
c. síndrome do intestino irritável; solicitar 
hemograma, EAS, parasitológico de fezes, 
endoscopia, colonoscopia, TC de abdome. 
d. dor abdominal funcional; solicitar 
hemograma, EAS, parasitológico de fezes, 
anticorpos para doença celíaca. 
------------------------------------------------------------------- 
Menina de oito anos de idade é atendida na UBSF 
com queixa de cefaleia. Apresentou várias crises 
anteriores nos últimos três meses, interferindo nas 
suas atividades habituais. A dor é frontotemporal, 
vezes bilateral, de intensidade moderada. Nega 
horário preferencial. Relata piora da dor com a 
atividade física e com o barulho. Quando sente dor 
deita-se no quarto mais escuro e dorme até 
melhorar. Há dois dias, a sua mãe foi chamada na 
escola, pois a paciente apresentou vômito 
associado à cefaleia quando estava fazendo 
prova. No momento está sem dor e seu exame 
físico não evidencia alterações. Não tem história 
de alergias. Não faz uso crônico de medicações e 
calendário de vacinas está atualizado. Não tem 
antecedentes patológicos ou familiares 
significativos. A hipótese diagnóstica mais 
provável e o aconselhamento mais adequado são: 
 
 
a. Migrânea infantil, repouso, sono adequado, 
redução da intensidade luminosa e sonora e 
técnicas de relaxamento. 
b. Cefaleia tensional, repouso, analgésico 
derivado de opioide, redução da intensidade 
luminosa e sonora. 
c. Dor psicogênica analgésico potente, 
antidepressivo, redução da intensidade luminosa e 
sonora e psicoterapia. 
d. Migrânea infantil, analgésico potente, 
antidepressivo, redução da intensidade luminosa e 
sonora e psicoterapia. 
------------------------------------------------------------------- 
DOR MUSCULOESQUELÉTICA BENIGNA DA 
INFÂNCIA 
 
DOR DE CRESCIMENTO 
- Queixa comum: essas crises dolorosas podem 
acontecer de maneira eventual, repetitiva, de curta 
duração ou ocorrer por vários meses ou anos. 
- Faixa etária de 3/4 a 10 anos, podendo persistir 
na adolescência (não só na fase do estirão). 
- Tem discreto predomínio no sexo feminino. 
- Origem não orgânica. 
- Teorias: desequilíbrio no ritmo de crescimento 
dos ossos, tendões e músculos: um pode se 
desenvolver de forma mais acelerada que outro | 
fadiga (em resposta ao super uso da musculatura) 
| componentes emocionais podem fazer parte do 
quadro. 
- Intervalo livre de dor é prolongado, sem critérios 
estabelecidos. 
Benigna e auto limitada: não interfere no 
crescimento da criança! 
 
QUADRO CLÍNICO 
▪ Dor intensa, recidivante, difusa 
▪ Predomínio vespertino ou noturno 
▪ Geralmente localizada em membros inferiores 
(face anterior das coxas e tíbias, próximo aos 
joelhos, panturrilhas) 
▪ Duração breve (minutos a horas) 
▪ Resolução espontânea ou com massagens 
▪ Evolução benigna e autolimitada 
 
FATORES ASSOCIADOS 
- Perfil psicológico perfeccionista, alto grau de 
exigência pessoal e/ou familiar. 
- Queixas prévias ou concomitantes cefaleia e / ou 
dor abdominal recorrentes. 
 
ANAMNESE 
- Ocorrência prévia de sintomas similares, 
comorbidades, estresse psicológico e história 
familiar. 
 
EXAME FÍSICO 
- Manifestações sistêmicas: queda do estado 
geral, febre, perda de peso, envolvimento de 
outros órgãos e sistemas, lesões cutâneas, 
fraqueza muscular, adenomegalia, 
hepatoesplenomegalia, pulsos periféricos. 
- Postura, marcha, força, reflexos tendinosos e 
semiologia articular (artralgia, edema, rubor ou 
calor articulares, limitação funcional) dor a 
palpação muscular, pés planos, joelhos, coluna. 
- Afastar parestesia, formigamento, alterações de 
sensibilidade. 
- Avaliação do sistema músculo-esquelético: 
marcha, postura, simetria dos segmentos 
corpóreos (simetria altura dos ombros, mamilos e 
alinhamento da bacia, simetria e eixo MMII e pés), 
palpação de pontos de fibromialgia, verificação do 
local da dor e presença de sinais flogísticos, 
avaliação da articulação coxo femoral (flexão da 
perna sobre a face posterior da coxa e anterior 
quando deitado, adução, abdução, rotação interna 
e externa), aferição do comprimento dos membros 
inferiores (da crista ilíaca até maléolo medial da 
tíbia com fita métrica – normal diferença até meio 
centímetro). 
- Deve também ser realizada a avaliação 
circulatória dos membros (medida de pressão 
arterial e palpação de pulsos nos quatro membros) 
e avaliação da força muscular através de 
manobras antigravitacionais e de oposição 
(lembrando que grau V força normal, grau IV vence 
gravidade e alguma resistência, grau III vence 
gravidade, mas não resistência, grau II não vence 
gravidade nem resistência, grau I fasciculações). 
DIAGNÓSTICO + EXAMES 
- Investigação Laboratorial e avaliação por 
especialista: é indicada apenas na presença de 
sinais de alarme. 
- Um protocolo simples de exames 
complementares, quando houver dúvida 
diagnóstica: 
▪ hemograma completo 
▪ VHS 
▪ PCR 
▪ Eletroforese 
▪ Exame de imagem do segmento afetado (RX) 
- Encaminhamento para ortopedista para 
investigação mais específica dependendo do caso. 
- Nos casos em que não houver remissão dos 
sintomas, está indicado o acompanhamento 
periódico. 
 
 
FIBROMIALGIA INFANTIL 
- Caracterizada por dor generalizada (em várias 
partes do corpo) por um período maior ou igual a 3 
meses e pela presença de pontos dolorosos 
localizados em regiões específicas (occipitais, 
epicôndilos laterais dos cotovelos, cervicais 
inferiores, glúteos, músculos trapézios, grandes 
trocanteres, músculos supra-espinhais, joelhos, 
segundas costelas). 
- Pode acometer crianças de várias faixas etárias, 
no entanto é mais frequente em adolescentes do 
sexo feminino. 
- Sintomas associados: 
▪ Parestesias, depressão, ansiedade, sono não 
restaurador, cefaléia e fadiga. 
- Alguns estudos mostraram maior incidência de 
fibromialgia em filhas e mães com este quadro. 
 
SÍNDROME DA HIPERMOTILIDADE 
INFANTIL 
> 5 anos e se for capaz de executar pelo menos 5 
de 9 manobras de hipermobilidade. 
- Diagnóstico diferencial: Sd Marfan e Ehlers-
Danlos 
- Alterações estruturais e posturais: geno varum, 
geno valgo, pé chato também pode ser associado 
com dor recorrente de membros 
 
ABORDAGEM TERAPEUTICA 
- Reforçar que apesar de não haver componente 
orgânico envolvido a princípio, a dor é real e há 
necessidade de acompanhamento médico para 
buscar a resolução do quadro, além de orientar 
vigilância para sinais de alarme. 
- Orientar: calor local, massagens, eliminação de 
possíveis conflitos emocionais subjacentes, 
tranquilização da família quanto a benignidade do 
quadro. 
- Não se deve limitar as atividades físicas e 
esportivas da criança. 
 
Causas de dores em membros não associadas 
a manifestações sistêmicas, bem localizadas 
- Osteocondrites: crianças de 3-14 anos, mais 
comum no sexo masculino, geralmente idiopática, 
pode estar associada a síndrome de super uso e a 
necrose avascular. 
▪ Legg-Calvé-Perthes é a necrose avascular 
idiopática da cabeça do fêmur, mais comum 
em meninos de 4-8 anos, com claudicação e 
dor com limitação dos movimentos do quadril. 
Diagnóstico: radiografia quadril. 
- Síndromes dolorosas relacionadas ao superuso: 
em crianças e adolescentes são associadas às 
práticas esportivas, ao uso de computadores e 
videogames. Tratamento: afastar fatores 
desencadeantes e fisioterapia. Constituem 
Síndromes de superuso: fasceiíte plantar,tendinite 
de Aquiles, tibial anterior, Osgood-Schlatter, 
patelofemoral, epicondilite lateral. 
- Tumores ósseos benignos: Osteoma osteóide e 
Osteocondroma. 
 
Causas orgânicas de dores em membros 
associadas a manifestações sistêmicas 
- Doenças do tecido conjuntivo, como 
Dermatomiosite juvenil. 
- Desvitaminoses: carência crônica vitamina C, 
hipervitaminose A. 
- Doenças endócrinas que que cursam com 
desmineralização óssea como hipotireoidismo, 
hiperparatireoidismo, doença de Cushing e 
raquitismo. 
- Hemoglobinopatias: anemia falciforme, 
talassemia major, hemoglobinopatia S-C. 
- Tumores ósseos malignos. Principalmente 
Sarcoma de Ewing. 
 
SINAIS DE ALERTA DOR EM MEMBROS 
▪ Dor localizada e fixa 
▪ Dor com irradiação para quadril, joelho ou 
região lombossacra 
▪ Acompanhada de parestesias, câimbras ou 
fraquezas 
▪ Presença de pontos dolorosos a palpação 
▪ Dor a palpação muscular 
▪ Dor a movimentação passiva 
▪ Alteração na força muscular 
▪ Dificuldades ou alterações à marcha como 
claudicação ou recusa para andar 
▪ Persistência da dor 
▪ Sintomas sistêmicos como febre, rash 
cutâneo, palidez, perda de peso, 
visceromegalias ou linfonodomegalias 
 
EXERCICIOS 
A queixa de dor em membros é comum na infância 
e na adolescência e pode ser decorrente de várias 
doenças. Algumas características da dor alertam 
para a possibilidade de dor orgânica. Dentre os 
sinais de alerta a ser orientados para a família no 
acompanhamento do caso é: 
a. Dor intermitente 
b. Dor não articular 
c. Perda de peso 
d. Dor em membros inferiores

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